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Direito Penal - EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E HUMANAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO PENAL II
DIVANI SILVA DA COSTA
TERCEIRA UNIDADE - EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE
MOSSORÓ-RN
2022
DIVANI SILVA DA COSTA
TERCEIRA UNIDADE - EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE
Trabalho apresentado à Universidade Federal Rural
do Semi Árido (UFERSA), como forma de obtenção
de nota parcial da disciplina de Direito Penal II.
Orientadora: Prof. Dr. Jairo Rocha Ximenes Ponte
MOSSORÓ-RN
2022
1) Esta tarefa tem como base a decisão de em anexo (fls. 529-531 dos autos). A
decisão é bem curta e decide sobre a extinção da punibilidade. O trabalho consiste
em verificar se cada etapa dos fundamentos da decisão está correta ou errada,
devendo:
a) Se a etapa estiver correta, apresente uma explicação que confirme isso, indicando
fundamento na doutrina e na norma legal.
b) Se estiver incorreta, aponte os erros e mostre qual deveria ser a forma correta,
indicando fundamento na doutrina e na norma legal.
Este trabalho tem o objetivo de analisar a prerrogativa de extinção da punibilidade
exposta na sentença do processo nº 1012498-72.2000.8.06.0001, produzido pela 2ª vara
criminal da comarca de Fortaleza-CE. Nessa decisão judicial, o juiz responsável pelo
processo avalia a prescricionariedade dos crimes cometidos em 03 de junho de 2004,
quando os réus foram autuados em flagrante pelas condutas tipificadas no art. 163, § único,
inciso I, II e IV IV, c/c art.71 e art. 251 c/c art. 71. Para isso, o magistrado calcula uma
pena em abstrato tanto para a conduta do § único do art. 163 quanto para a conduta do art.
251, estabelecendo a pena máxima prevista em ambos e acrescentando o maior acréscimo
previsto para a realização de crimes continuados, que corresponde à ⅔. Por conseguinte,
obtém-se as penas abstratas de 5 e 10 anos de reclusão para as condutas tipificadas no arts.
163 e 251 do CP, respectivamente, que, por sua vez, correspondem ao prazo prescricional
de 12 e de 16 anos conforme o art. 109 do Código Penal.
A partir dessa conclusão, o juiz apresenta o entendimento de que o prazo
prescricional dos réus César Augusto Vitoriano da Silva Filho, Bruno Benevenuto, Marcelo
Lopes Bezerra, Gilseppe Bonazi Moura, Rodrigo Rabelo Martin e George de Paulo
Ferreira deve ser reduzido pela metade tendo em vista que eles possuíam menos de 21 anos
quando cometeram os crimes, direito previsto no art. 115 do CP. Isto posto, o prazo
prescricional das condutas realizadas especificamente por esses sujeitos passa de 12 para 6
anos e de 16 para 8 anos pelos crimes tipificados nos arts. 163 e 251, respectivamente.
Com base nisso, o juiz determina que não se pode exigir a punibilidade dos réus que
possuíam menos de 21 anos na data do ocorrido porque, tendo passado mais de 10 anos
desde o cometimentos dos delitos, o prazo prescricional de ambos foi transposto uma vez
que nenhuma sentença condenatória foi movida contra eles desde a denúncia do crime.
Para além disso, a extinção de punibilidade implica na renúncia do Estado em
exercer o seu direito de punir, fator que pode ocorrer tanto pela não imposição de pena
quanto pela não execução ou interrupção do cumprimento daquela já aplicada. Nesse
sentido, o Código Penal (CP) exibe em seu art, 107 que as causas de extinção da
punibilidade são: morte do agente; anistia, graça e indulto; abolitio criminis; renúncia;
perdão do ofendido; perdão judicial; retratação; decadência e perempção; prescrição.
Entretanto, ressalta-se que essa lista não é taxativa, pois o ressarcimento do dano anterior à
sentença irrecorrível no peculato culposo (art. 312, §3.º, CP), a restitutio in integrum no
delito de subtração de incapazes (art. 249, §2.º, CP – perdão judicial), o pagamento do
tributo ou contribuição antes do recebimento da denúncia nos delitos definidos na Lei
8.137/1990 (art. 34, Lei 9.249/1995) e o laudo de constatação de reparação do dano
ambiental (art. 28, I, Lei 9.605/1998) também configuram causas para a extinção de
punibilidade. (PRADO, 2020)
Tratando-se especificamente da prescrição, compreende-se que ela corresponde à
perda do direito de punir devido a inércia do Estado, que não o exercitou dentro do lapso
temporal previamente fixado. Esse pressuposto advém do direito material, possuindo
influências sobre a ação penal e a condenação, e sua contagem se dá conforme exposto no
art. 10 do Código Penal: computa-se o dia do começo.
Ademais, a prescrição pode afetar tanto a pretensão punitiva quanto a pretensão
executória, o que significa que o prazo prescricional pode correr entre a data da denúncia
ou queixa (conforme presente no art. 110, § 1º, CP) e o trânsito em julgado da sentença
penal condenatória ou entre o trânsito em julgado da decisão e sua execução. Tendo em
vista que o presente estudo busca versar especificamente sobre a prescrição da pretensão
punitiva, que é o tipo prescricional presente na sentença do processo nº
1012498-72.2000.8.06.0001, impera-se citar que nesse tipo de prescrição o juiz deve
utilizar a pena máxima abstratamente cominada – sendo possível também que aconteça a
prescrição superveniente, quando a pena concreta proporciona um prazo prescricional
inferior ao tempo que a sentença levou para transitar em julgado. (PRADO, 2020)
Destarte, é necessário compreender que, apesar de se unificarem as penas para
efeito de cumprimento no concurso material, no concurso formal e no crime continuado,
deve-se tomar, isoladamente, cada delito na determinação da sentença abstrata quando se
tratar do cálculo da prescrição.
Isso significa que caso um réu cometa mais de uma conduta, sua pena concreta será
a soma das penas aplicadas para cada um de seus crimes; todavia, o cálculo do prazo
prescricional levará em conta cada uma das condutas executadas de forma isolada uma vez
que se analisará individualmente a prescrição de cada delito cometido. (NUCCI, 2020)
Nesse sentido, vale a pena destacar que a prescrição antes de transitar em julgado a
sentença final, salvo o disposto no § 1° do art. 110 do CP, regula-se pelo máximo da pena
privativa de liberdade cominada ao crime (art. 109, CP). Isto posto, o Código Penal apresenta
nos incisos do art. 109 os seguintes prazos prescricionais, que conforme o § único do mesmo
artigo corresponde ao mesmo prazo prescricional para penas restritivas de direito e privativas
de liberdade:
i) Prazo prescricional de 20 anos = quando o máximo da pena privativa de liberdade
for superior a 12 anos;
ii) Prazo prescricional de 16 anos = quando o máximo da pena privativa de liberdade
for superior a 8 anos e não exceder a 12 anos;
iii) Prazo prescricional de 12 anos = quando o máximo da pena privativa de
liberdade for superior a 4 anos e não exceder a 8 anos;
iv) Prazo prescricional de 08 anos = quando o máximo da pena privativa de liberdade
for superior a 2 anos e não exceder a 4 anos;
v) Prazo prescricional de 04 anos = quando o máximo da pena privativa de liberdade
for igual a 1 ano, ou, sendo superior, não exceder a 2 anos;
vi) Prazo prescricional de 03 anos = quando o máximo da pena privativa de liberdade
for superior a 1 ano.
Não obstante, os prazos prescricionais são reduzidos pela metade quando o agente é,
no tempo do crime, menor de vinte e um anos, ou, na data da sentença, maior de setenta anos
(art. 115, CP). Nesse tópico, cabe comentar a) que a equiparação do marco etário da
responsabilidade civil à penal é preterida em razão da política criminal de uso da norma
penal mais benéfica, que no caso corresponde à adoção dos 21 em vez dos 18 anos, e que b).
a emancipação não interfere na conferência desse direito. Ademais, no que se refere ao marco
etário de 70 anos, a edição do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) esse marco etário passou a
ser de 60 anos, para efeitos de prescrição da pretensão punitiva, numa interpretação favorável
constitucionalmente assegurada pelo art. 5.º, XL, CF. (PRADO, 2020)Tratando-se das causas de aumento e de diminuição de pena, sendo elas gerais ou
especiais, sabe-se que elas incidem no prazo da prescrição da pretensão punitiva. Sendo
assim, o cálculo da pena em abstrato a ser utilizada para a verificar a extinção da
punibilidade por prescrição da pretensão punitiva deve se utilizar das maiores prerrogativas
de aumento e nas menores possibilidades de diminuição se as mesmas possuírem limites
variáveis a fim de que se alcance a maior pena abstrata possível. Entretanto, as hipóteses de
aumento previstas nas hipóteses de concurso formal ou de crime continuado (arts. 70 e 71,
CP) não alteram o prazo prescricional, pois não devem ser levadas em consideração para o
cálculo da pena em abstrato. Da mesma forma, as circunstâncias agravantes e atenuantes não
são consideradas no cômputo do prazo da prescrição da pretensão punitiva apesar de a
exacerbação da pena relativa à forma qualificada do delito ser incluída para efeito de
cômputo do prazo prescricional. (PRADO, 2020)
Além dessas questões, a doutrina de Prado também aborda o art. 111 do Código
Penal, que trata sobre o termo inicial da prescrição anterior ao trânsito em julgado da
sentença final, assim como fala a respeito das causas de suspensão e interrupção
prescricional, detalhes ao qual não convém detalhar no presente estudo tendo em vista que o
processo penal em análise advém de um crime consumado que fora autuado em flagrante
(portanto o prazo prescricional passa a correr desde o dia em que fora realizado o delito) e
que nenhuma causa de suspensão ou interrupção ocorreu desde o início da processo contra os
réus. Pelas mesmas razões de irrelevância por não serem questões trabalhadas na sentença no
qual a presente pesquisa busca se debruçar, não vale a pena discorrer sobre a prescrição da
pena de multa que é prevista no art. 114 do CP.
Considerando as prerrogativas presentes na doutrina e no Código de Direito penal,
conclui-se que o juiz responsável pela sentença que concedeu a extinção de punibilidade por
prescrição de pretensão punitiva equivocou-se no cálculo da sentença abstrata dos réus que
eram menores de 21 anos na data em que realizaram o delito. Isso ocorreu porque ele buscou
seguir o disposto na súmula 415 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), segundo o qual o
período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada, mas
não se atentou ao presente na súmula 497 do Supremo Tribunal Federal (STF), que por sua
vez dispõe que a prescrição
regula-se pela pena imposta na sentença quando se tratar de crime continuado, não se
computando o acréscimo decorrente da continuação. Dessa forma, faz-se interessante
destacar que a doutrina de Prado, utilizada no capítulo anterior, fala tanto a respeito da
impossibilidade de utilizar os acréscimos do concurso formal de crimes ou de delitos
continuados quanto da impossibilidade de acrescentar seja os aumentos, seja as diminuições
previstas no rol de agravantes e atenuantes penais. Tendo isso em mente, calcularemos o
prazo prescricional correto dos réus que possuíam menos de 21 anos na data do ocorrido a
partir da imposição da pena em abstrato correta.
Sabendo que os réus foram autuados em flagrante pelas condutas tipificadas no art.
163, § único, inciso I, II e IV IV, c/c art. 71 e art. 251 c/c art. 71 do Código Penal,
analisar-se-á cada um desses artigos individualmente e desconsiderando o caráter de crime
continuado, ou seja, sem acrescentar o aumento da pena derivado do art. 71. No que tange ao
art. 163 do CP, que tipifica a destruição, inutilização ou deterioração de coisa alheia, sabe-se
pelos autos do processo que os réus o fizeram conforme os incisos do mesmo artigo e, por
conta disso, a pena máxima aplicável é de 3 anos e multa (art. 163, §). Sabendo que a pena
máxima por esse crime é de 3 anos anos e que está em análise a extinção de punibilidade por
prescrição de pretensão punitiva de réus que possuíam menos de 21 anos na data do
acontecimento, compreende-se que o prazo prescricional para o crime cometido, que é de 8
anos segundo o previsto no art. 109 do CP, deve ser reduzido pela metade de acordo com o
exposto pelo art. 115 do mesmo Código. Consequentemente, o prazo prescricional pela
prática dos atos tipificados no art. 163 é de 4 anos para esses réus.
Por outro lado, ao ato de expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de
outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de
substância de efeitos análogos é aplicado a pena máxima de 6 anos e multa conforme o
previsto no art. 251 do Código Penal. Além disso, aplica-se o aumento de ⅓ uma vez que um
dos alvos da conduta dos réus era o edifício público da prefeitura municipal (art. 251, § 2º,
CP). Consequentemente, a pena máxima em abstrato passa a ser de 8 anos e, de acordo com o
art. 109 do CP, seu prazo prescricional é de 12 anos. A partir da diminuição prevista pelo art.
115, o prazo prescricional do crime praticado pelos réus passa a ser de 6 anos.
Sendo assim, conclui-se que o juiz estava certo ao afirmar que os crimes praticados
pelos menores de 21 anos já haviam prescrito no ano de 2015, quando mais de 10 anos já se
passaram desde o ocorrido. Entretanto, ele se equivocou no cálculo e por isso acabou errando
os prazos prescricionais cabíveis aos delitos tipificados no arts. 163 e 251 do Código Penal,
pois, para os casos dos réus citados na sentença em análise, os verdadeiros prazos
prescricionais eram de 4 e 6 anos, respectivamente, não de 6 e 8 anos.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Código de processo penal. ... Direito processual penal e sua conformidade
constitucional. 6. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.
BRASIL. Decreto-Lei 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da
União, Rio de Janeiro, 31 dez.
NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado, 21ª ed. Rio de Janeiro: Forense,
2021.
PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal brasileiro: parte geral e parte especial, 18ª ed.
Rio de Janeiro: Forense, 2020.

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