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Livro-Texto - Unidade I, II, III, IV Gestão de Recursos Humanos - UNIP

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Autores: Profa. Elaine Aparecida de Araújo
 Prof. Márcio Antoni Santana
 Prof. Clecius Eduardo Alves Salomé
Colaboradores: Prof. Santiago Valverde
Profa. Ana Paula de Andrade Trubbianelli
Profa. Angélica Carlini
Prof. Ricardo Calasans
Saúde e Segurança no 
Trabalho: Benefício e 
Assistência Social
Professores conteudistas: Elaine Aparecida de Araújo / Márcio Antoni Santana / 
Clecius Eduardo Alves Salomé
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
A663s Araújo, Elaine Aparecida de.
Saúde e Segurança no Trabalho: Benefício e Assistência Social / 
Elaine Aparecida de Araújo, Márcio Antoni Santana, Clecius Eduardo 
Alves Salomé. 2. ed São Paulo: Editora Sol, 2020.
112 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Segurança no trabalho. 2. Acidente de trabalho. 3. Assistência 
social. I. Santana, Márcio Antoni. II. Salomé, Clecius Eduardo Alves. III. Título.
CDU 331.823 
Elaine Aparecida de Araújo
Mestra em Educação, com pós-graduação em Formação 
para Docência de Ensino Superior a Distância (EaD), MBA em 
Gestão Empresarial, bacharel em Administração de Empresas. 
Pesquisadora do Programa de Mestrado da Universidade 
Uniban Anhanguera, na linha de pesquisa “Adolescente em 
conflito com a lei: violência, sociedade e criminalidade”.
Atualmente, é professora universitária, auditora e 
consultora em Administração de Empresas e na área de 
Saúde e Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional, 
especialista em desenvolver treinamentos in company pela 
organização Central de Negócios, do qual é sócia-diretora.
Márcio Antoni Santana
Márcio Antoni Santana é Especialista em Direito Processual, 
Psicopedagogia Clínica e Institucional, possui extensão 
universitária em Direito Administrativo e Docência do Ensino 
Superior, especialização em MBA em Mercado de Capitais, 
graduação em Ciências Jurídicas e Sociais e Licenciatura 
Plena em Pedagogia. Atua como advogado e defensor público 
conveniado pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo 
nas Áreas Cível, Criminal, Família e Trabalhista, com ênfase na 
advocacia preventiva há mais de 10 anos. 
Na área acadêmica é professor há mais de 12 anos, 
tendo atuado em diversas Universidades do Estado de São 
Paulo, trabalhado com turmas de formação de professores 
em nível de Pós-Graduação nos anos de 2008 a 2011. 
Atualmente é professor da disciplina de Ética e Legislação 
Empresarial e Trabalhista, Saúde e Segurança, Ciências 
Sociais e Sistema para Operações em RH na Unip, atuando 
também como orientador de trabalhos para conclusão 
de curso no modo presencial e a distância, também é 
professor conteudista da disciplina de Ética e Legislação: 
Empresarial e Trabalhista para turmas de Gestão em 
Recursos Humanos. 
Clecius Eduardo Alves Salomé
Possui graduação em Tecnólogo em Segurança Pública 
e em Ciências Jurídicas pela Universidade Bandeirante de 
São Paulo (2002). Mestre em Direito pela Universidade 
Metropolitana de Santos/SP com área de concentração em 
Direitos Difusos e Coletivos.
Atualmente é professor da Universidade Paulista – UNIP. 
Advogado empresarial, com experiência na área de Direito 
do Trabalho, com ênfase nos processos administrativos 
empresariais inerentes aos setores de Recursos Humanos e 
Departamento Pessoal.
U507.41 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Janandréa do Espírito Santo
 Amanda Casale
Sumário
Saúde e Segurança no Trabalho: Benefício 
e Assistência Social
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 INTRODUÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO .....................................................................9
1.1 A saúde e a segurança do trabalhador e os fatores históricos, sociais, 
políticos e econômicos .............................................................................................................................. 14
1.1.1 Trabalho e a saúde do trabalhador: a quebra de paradigmas ............................................. 15
1.2 Histórico da Segurança do Trabalho ............................................................................................. 20
1.3 Prevenção ................................................................................................................................................ 23
1.4 Ajustamento ao trabalho .................................................................................................................. 25
1.5 Tratamento .............................................................................................................................................. 26
2 DADOS DE SST NO MUNDO GLOBALIZADO .......................................................................................... 28
2.1 Conceito e histórico ............................................................................................................................ 30
2.2 Cipa – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes ........................................................... 32
2.2.1 Da organização ........................................................................................................................................ 32
2.2.2 Atribuições ................................................................................................................................................. 33
2.2.3 Funcionamento ........................................................................................................................................ 34
Unidade II
3 CONCEITO E IMPORTÂNCIA DA ERGONOMIA ...................................................................................... 40
3.1 A ergonomia e a empresa ................................................................................................................. 42
3.2 Base legal ................................................................................................................................................. 45
4 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)................................................................................ 54
4.1 Base legal ................................................................................................................................................. 55
4.2 Áreas de proteção ................................................................................................................................ 69
4.2.1 Cabeça ......................................................................................................................................................... 69
4.2.2 Membros superiores ..............................................................................................................................69
4.2.3 Membros inferiores ................................................................................................................................ 70
4.2.4 Tronco .......................................................................................................................................................... 70
4.2.5 Pele ............................................................................................................................................................... 70
4.2.6 Respiração .................................................................................................................................................. 70
4.2.7 Ouvidos ....................................................................................................................................................... 70
4.3 Origem e evolução da ginástica laboral .......................................................................................71
4.3.1 Benefícios da ginástica laboral.......................................................................................................... 71
4.3.2 Tipos de ginástica laboral .................................................................................................................... 73
Unidade III
5 ACIDENTE DE TRABALHO ............................................................................................................................. 77
5.1 Definição .................................................................................................................................................. 77
5.1.1 Doenças profissionais e doenças do trabalho ............................................................................. 79
5.1.2 Atos inseguros e condições inseguras ............................................................................................ 80
5.1.3 Outros acidentes de trabalho ............................................................................................................. 80
5.2 O acidente de trabalho e seu reconhecimento técnico ........................................................ 81
6 PREVENINDO E INVESTIGANDO O ACIDENTE DE TRABALHO ........................................................ 82
6.1 Prevenção ................................................................................................................................................ 83
6.1.1 Principais causas dos acidentes de trabalho ............................................................................... 83
6.1.2 Prevenção de acidentes de trabalho ............................................................................................... 84
6.2 Investigação............................................................................................................................................ 85
6.2.1 Atos inseguros .......................................................................................................................................... 85
6.2.2 Condições inseguras .............................................................................................................................. 85
6.2.3 O Método Árvore de Causas (ADC) .................................................................................................. 85
Unidade IV
7 A COMUNICAÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO AO INSS ............................................................ 94
7.1 Cuidados importantes no preenchimento da CAT .................................................................. 95
7.1.1 Quando informar o acidente e de que forma? ........................................................................... 95
7.1.2 Comunicação de reabertura ............................................................................................................... 96
7.1.3 Comunicação de óbito .......................................................................................................................... 97
7.2 Legislação pertinente .......................................................................................................................... 97
8 HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO ................................................................................................. 97
8.1 As principais normas regulamentadoras ..................................................................................100
8.1.1 NR-4: serviço especializado..............................................................................................................100
8.1.2 NR-5: comissão interna de prevenção de acidentes ..............................................................100
8.1.3 NR-6: equipamentos de proteção individual ............................................................................101
8.1.4 NR-7: exames médicos .......................................................................................................................101
8.1.5 NR-8: edificações ..................................................................................................................................101
8.1.6 NR-9: riscos ambientais .....................................................................................................................101
8.1.7 NR-15: atividades e operações insalubres ..................................................................................102
8.1.8 NR-16: atividades e operações perigosas ...................................................................................102
8.1.9 NR-17: ergonomia................................................................................................................................102
7
APRESENTAÇÃO
Prezados(as) alunos(as),
Nesta disciplina, vamos iniciar os conhecimentos sobre a origem e evolução da segurança no 
trabalho, bem como os principais conceitos necessários para possibilitar ao profissional compreender a 
abrangência dessa área; sua importância e responsabilidade; a relação entre a saúde do trabalhador e 
o ambiente de trabalho e, assim, permitir que se busque melhorar os ambientes de trabalho e oferecer 
ambientes de qualidade para que o se possa executar suas atividades com segurança.
Desta forma, espera-se que ao final deste estudo você, aluno, possa ser capaz de compreender de 
forma adequada as bases da prevenção e segurança no trabalho, contribuindo com a proteção dos 
trabalhadores e com ambientes saudáveis e seguros. Também possa estabelecer a relação entre as 
condições do ambiente de trabalho, a produtividade e a qualidade de produtos e/ou serviços. Tenha 
condições de identificar os fatores que diminuem absenteísmo, no que se refere à área de medicina e 
segurança do trabalho, bem como os agentes causadores de acidentes e afastamento do trabalho. Você 
também deve perceber a importância da segurança no trabalho como fator de satisfação e motivação 
junto ao trabalhador, contribuindo para sua fixação, manutenção e desempenho produtivo.
Bom estudo!
INTRODUÇÃO
Olá, aluno(a)!
No estudo das nossas civilizações até a Revolução Industrial, observa-se pouca informação sobre a saúde 
do trabalhador e o ambiente de trabalho. As definições e as discussões sobre os riscos à saúde frequentemente 
estão associados a resultados decorrentes de um fato que possa ocasionar um agravo ou mesmo uma 
consequência à saúde ocorrida com um trabalhador, as negligências, imprudências, ou até mesmo falhas 
humanas. O trabalho pode gerar saúde, doença, acidente, invalidez e mesmo a morte precoce do trabalhador. 
Assim, é de suma importância entender seu mecanismo, visando à adoção de uma gestão preventiva e segura 
que propicie condições saudáveis do ambiente do trabalho bem como da qualidade de vida e de saúde.
O que se verificou ao longo da história do processo do trabalho foi a primazia dos meios de produção 
em detrimento da própria saúde humana do trabalhador, gerando, dessa forma, inúmeras doenças que 
constituem riscos à saúde desses colaboradores. A Lei Federal nº 8.080/90, entre as ações preventivase de 
proteção ao meio ambiente, estabeleceu as diretrizes de vigilância ambiental em saúde, compreendendo 
um conjunto de ações que propicia o conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos fatores 
determinantes e condicionamentos que interferem na saúde humana com a finalidade de identificar as 
medidas de prevenção e controle dos fatores de riscos ambientais relacionados às doenças ou outros 
agravos à saúde através:
• do estudo dos fatores de risco existentes (físicos, químicos, biológicos, mecânicos, ergonômicos 
ou psicossociais);
8
• da verificação das características especiais do ambiente que interferem no padrão da saúde da 
população; e
• do estudo dos efeitos adversos à saúde relacionados à exposição a fatores de risco ambientais.
Por outro lado, de todo fato vivenciado, devemos destacar os pontos positivos destas ocorrências, que 
constituem um grande potencial de aprendizado e de conhecimento que nos possibilitará a escolha de 
outro caminho de desenvolvimento mais saudável e de ações preventivas e educadoras para minimizar 
ou mesmo limitar as ocorrências dos riscos à saúde do trabalhador.
9
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO: BENEFÍCIO E ASSISTÊNCIA SOCIAL
Unidade I
1 INTRODUÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
Para iniciarmos nas questões referentes à segurança do trabalho, torna-se necessário o bom 
entendimento de como diferenciar o que deve ser considerado perigo e o que deve ser considerado risco.
Perigo é a fonte de dano ou prejuízo potencial, ou uma situação com potencial para provocar dano 
ou prejuízo. Outra forma de entendermos perigo é como sendo uma fonte de energia capaz de causar 
perda, dano ou lesão. Para o dicionário Houaiss (2001), é uma situação em que se encontra, sob ameaça, a 
existência ou a integridade de uma pessoa, um animal, um objeto etc. Situação ou eventualidade em que 
pode ocorrer um dano. Para Ferreira (1992), perigo é uma exposição relativa a um risco que favorece a sua 
materialização em danos ou circunstância que prenuncia um mal para alguém ou para alguma coisa.
O risco é uma combinação da probabilidade de ocorrência e das consequências de um evento 
perigoso específico (acidente ou incidente). Portanto, ele é composto pela probabilidade de um perigo 
ocorrer e as consequências de um evento perigoso. Assim, pode-se dizer que o risco é o resultado 
da probabilidade de uma ocorrência versus a severidade que ela pode causar. Será considerado um 
risco grave ou risco iminente toda a condição que possuir uma probabilidade acentuada da ocorrência 
imediata de um evento ou uma sequência de eventos que possam levar à materialização de um acidente 
ou resultar em uma doença com consequências graves.
Segundo o Houaiss (2001), risco é a probabilidade de perigo, geralmente com ameaça física para 
o homem e/ou para o meio ambiente. Já para Ferreira (1992), é um fator adverso que se antepõe aos 
esforços em produzir segurança à integridade física das pessoas e patrimônios.
O profissional prevencionista irá compreender que muitas vezes não teremos como eliminar a fonte 
de perigo do ambiente de trabalho, pois ela faz parte do processo. Entretanto, os riscos que oferece aos 
trabalhadores deverão estar sob controle para que eles possam trabalhar em segurança e evitando que 
ocorram acidentes de trabalho.
Inicialmente, vamos compreender o que é um acidente e, em seguida, o que é acidente de trabalho.
Segundo o Instituto Internacional de Controle de Perdas, o International Loss Control Institute (ILCI), 
o que ocasiona um acidente é o contato com uma fonte de energia que ultrapassa o limite do corpo 
humano ou estrutura. As fontes de energia podem ser mecânica, térmica, elétrica, ionizante ou química.
A maior parte das lesões que encontramos, como amputação, esmagamento, fratura, luxações, entre 
outras, são decorrentes de energia mecânica resultante de impactos entre objetos e o corpo.
10
Unidade I
A gravidade da lesão dependerá de basicamente dois fatores: o nível potencial de energia envolvida 
e a resistência da estrutura do corpo.
Assim, pode-se entender o acidente como sendo a ocorrência de um evento não desejado e 
inesperado que ocasiona danos às pessoas, à propriedade ou ao meio ambiente. Para o Houaiss 
(2001), é um acontecimento casual, fortuito, inesperado, uma ocorrência. Qualquer acontecimento, 
desagradável ou infeliz, que envolva dano, perda, lesão, sofrimento ou morte. Já para Ferreira (1992), 
acidente é toda e qualquer ocorrência que gere solução de continuidade no “estado de segurança”. 
Ocorrência súbita e funesta que causa danos materiais e lesões temporárias ou permanentes, podendo, 
também, causar a morte.
Segundo o artigo 19 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, “acidente do trabalho é o que ocorre 
pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, 
provocando lesão corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente”. Pode 
causar desde um simples afastamento, perda ou redução da capacidade para o trabalho, até a 
morte do segurado.
No pensamento prevencionista tem-se um entendimento um pouco diferente sobre acidente: 
quanto mais melhoramos nossos sentidos de percepção e os conhecimentos prevencionistas, mais se 
desenvolverá a capacidade de antever o problema e, assim, permitir que se busquem meios de evitar 
que os acidentes se materializem.
Dentro desse pensamento pode-se considerar que o acidente do trabalho é uma ocorrência 
programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade, 
ocasionando perda de tempo útil e/ou lesões nos trabalhadores e/ou materiais.
É considerada também como acidente do trabalho, para fins previdenciários, a doença profissional, 
assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho, peculiar a determinada 
atividade e constante da relação elaborada pelo Ministério da Previdência Social e a doença do 
trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o 
trabalho é realizado.
Equipara-se ainda ao acidente do trabalho, o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha 
sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do trabalhador, para a ocorrência da lesão 
e certos acidentes sofridos no local e no horário de trabalho e os ocorridos no percurso da residência 
para o local de trabalho ou desta para aquela.
Outro termo importante a se compreender é o incidente, que pode ser definido como sendo 
um acontecimento não desejado ou não programado que venha a deteriorar ou diminuir a 
eficiência operacional da empresa, segundo Jaques Sherique, Presidente da Sociedade Brasileira 
de Engenharia de Segurança (Sobes). Os incidentes podem ou não ser acidentes, entretanto 
todos os acidentes são incidentes.
11
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO: BENEFÍCIO E ASSISTÊNCIA SOCIAL
Conforme o Tribunal Superior do Trabalho (2011), temos os seguintes dados nacionais mais recentes:
Os dados estatísticos de Acidentes de Trabalho de 2011 divulgados pelo Ministério 
da Previdência Social indicam, em comparação com os dos anos anteriores, um 
pequeno aumento no número de acidentes de trabalho registrados. O número total 
de acidentes de trabalho registrados no Brasil aumentou de 709.474 casos em 2010 
para 711.164 em 2011. 
659.593
755.980
755.980
Número total de acidentes de trabalho fatais no período de 2007 a 2011. Fonte MPAS)
709.474 711.164
2007 2008 2009 2010 2011
Figura 1 - Acidentes de trabalho registrados 2007-2011
O número de óbitos também registrou aumento: de 2.753 mortes registradas em 2010, o 
número subiu para 2.884 em 2011. O número de acidentes típicos seguiu a mesma tendência, 
passaram de 417.167 em 2010 para 423.167 registros em 2011. 
Já os dados apurados pelo Ministério da Previdência Social, as doenças ocupacionais 
registram queda: de 17.177 em 2010 para 15.083 em 2011.
Tabela 1 
Anos Trabalhadores formais
Acidentes 
típicos
Acidentes de 
trajeto 
Doenças 
ocupacionais
Total dosacidentes Mortes
2007 37.607.430 417.036 79.005 22.374 659.523* 2.845
2008 39.441.566 441.925 88.742 20.356 755.980* 2.817
2009 41.207.546 424.498 90.180 19.570 733.365* 2.560
2010 44.068.355 417.295 95.321 17.177 709.474* 2.753
2011 46.310.631 423.167 100.230 15.083 711.164* 2.884
Obs.: 1. No número total de acidentes, a partir de 2007, foram incluídos os acidentes registrados pelo INSS sem 
CAT emitida, sendo 141.108 em 2007, 204.957 em 2008, 199.117 em 2009, 179.681 em 2010 e 172.684 em 2011; 
2. A coluna “Trabalhadores formais” considerou, a partir de 1985, os dados da RAIS, já que o INSS não publica o 
número de empregados abrangidos pelo Seguro de Acidente do Trabalho.
(Número total de acidentes de trabalho fatais no período comparativo de 2007 a 2011. Fonte: MPAS).
12
Unidade I
 Saiba mais
O Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho – Ano 2015 é o mais 
atualizado. Nele, o aluno poderá elaborar seus estudos, como:
• a quantidade de acidentes do trabalho, para os anos de 2013 a 2015;
• situação do registro, motivo do acidente e CNAE (Classificação 
Nacional de Atividades Econômicas) para o Brasil, Grandes Regiões e 
Unidades da Federação;
• situação do registro, motivo do acidente e grupos de idade e sexo 
para o Brasil e Unidades da Federação;
• situação do registro, dados mensais por motivo do acidente para o 
Brasil e Unidades da Federação.
BRASIL. Anuário estatístico de acidentes do trabalho. Brasília, 
2015. Disponível em: <http://www.previdencia.gov.br/wp-content/
uploads/2017/05/aeat15.pdf>. Acesso em: 27 mar. 2018.
Analisando as cinco macrorregiões demográficas, a região Sudeste conta com o maior 
número de acidentes de trabalho, com um total de 387.142 ocorrências, cerca de 70% do 
total nacional. Em seguida, a região Sul registra 153.329 casos, a região Nordeste 91.725, 
região Centro-Oeste 47.884 e, por fim, região Norte, com 31.084 acidentes.
Norte
6%
Centro-Oeste 
9%
Nordeste 
16%
Sudeste
60%
Figura 2 - Acidentes de trabalho registrados em 2011
Dados percentuais por Macrorregião
13
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO: BENEFÍCIO E ASSISTÊNCIA SOCIAL
Analisando isoladamente, os Estados que apresentaram aumento no número de 
acidentes de trabalho foram somente os das regiões Norte e Nordeste: Rondônia (de 
5.101 em 2009 para 5.280 em 2010), Maranhão (de 5.957 em 2009 para 5.969 em 2010), 
Piauí (de 3.118 em 2009 para 3.226) Paraíba (de 4.914 em 2009 para 4.957 em 2010), 
Pernambuco (18.629 em 2009 para 19.936 em 2010) e Alagoas (9.065 em 2009 para 
9.185 em 2010).
No Nordeste, contudo, merece destaque a redução do número de acidentes de trabalho 
na Bahia (26.483 em 2009 para 23.934 em 2010) e no Rio Grande do Norte (de 8.923 em 
2009 para 7.023 em 2010).
O Estado de São Paulo registrou uma pequena redução no número de acidentes de 
trabalho, de 249.289 registros em 2009 para 242.271 em 2010, mas continua sendo o com 
maior número de registros de acidentes de trabalho.
Quanto aos grupos separados por idade e sexo, em todos os grupos houve uma discreta 
redução nos números de acidentes de trabalho, com exceção na faixa de até 19 anos, em 
que houve um pequeno aumento: de 26.336 em 2008 para 22.159 em 2009, subindo 
novamente para 22.847 em 2010.
Da análise no setor específico da indústria, as atividades de produção de alimentos e 
bebidas, com 59.976 ocorrências, e o da construção civil, com 54.664 registros, se encontram 
dentre os com maior número absoluto de acidentes de trabalho e 2010.
Quanto ao setor de serviços, o segmento do comércio e reparação de veículos 
automotores registrou o maior número de acidentes de trabalho, com 95.496 ocorrências 
em 2010, seguido pelo de Saúde e serviços sociais, com 58.252 acidentes de trabalho, e pelo 
de Transporte, armazenagem e correios, com 51.934 acidentes computados.
Fonte: Tribunal Superior do Trabalho (2011).
Analisando as causas dos acidentes de trabalho, pode-se analisar considerando que existem duas 
causas básicas, a primeira é relacionada ao fator humano e a segunda ao ambiente de trabalho. 
A primeira, relacionada ao fator humano, pode ser entendida como atos inseguros. Pode-se dizer 
que são causas de acidentes do trabalho que residem, exclusivamente, no fator humano, isto é, aqueles 
decorrentes da execução das tarefas de forma contrária às normas de segurança. Deve-se compreender 
que não se está buscando culpa ou responsabilidade e sim causa, pois o objetivo na prevenção é entender 
as causas de um acidente e, assim, poder agir de forma a evitar que este volte a ocorrer. 
Então, quais seriam as causas de atos inseguros?
Poder-se-ia considerar que o que leva ao ato inseguro é:
14
Unidade I
• inadaptação entre homem e função por fatores constitucionais (sexo, idade, tempo de reação 
as estímulos, coordenação motora, problema neurológico, nível de inteligência, grau de atenção, 
percepção, coordenação visual motora);
• fatores circunstanciais (problemas familiares, abalos emocionais, alcoolismo, doença, fadiga);
• desconhecimento dos riscos da função e/ou da forma de evitá-los (seleção ineficaz, falhas de 
treinamento, falta de treinamento);
• desajustamento, relacionamento com certas condições específicas do trabalho (problema com 
chefe, colegas, salário, plano de carreira, clima de insegurança);
• Personalidade (desleixado, exibicionista, “machão”, falador, desatento, brincalhão);
Quanto ao ambiente, têm-se as condições inseguras, que são aquelas que, presentes no 
ambiente de trabalho, colocam em risco a integridade física e/ou mental do trabalhador devido à 
possibilidade de acidentar-se. 
Mais adiante voltaremos a falar sobre esses tópicos para reforçar os conceitos na hora de se fazer 
uma investigação de um acidente do trabalho.
Figura 3 
Prevenção de acidentes é, afinal de contas, saber trabalhar; quem trabalha sem segurança, não sabe trabalhar.
1.1 A saúde e a segurança do trabalhador e os fatores históricos, sociais, 
políticos e econômicos
A saúde do trabalhador é tão importante pode ser considerada como uma área do conhecimento 
que requer investigação e intervenção e que tem sofrido diversas configurações ao longo das 
últimas décadas. 
15
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO: BENEFÍCIO E ASSISTÊNCIA SOCIAL
O crescimento da área da saúde do trabalhador pode ser entendido através de duas 
dimensões: uma decorrente da nova ordem do capital sobre o trabalho; outra por conta do 
reconhecimento político da área, representado pela sua inserção, ainda que insuficiente no 
conjunto das políticas públicas e intersetoriais, resultante da capacidade de organização de 
diferentes agentes políticos. 
Com relação à ordem do capital sobre o trabalho, esta se figura no impacto dos novos padrões 
da ordem capitalista, ao se verificar, a partir dos complexos avanços produtivos, uma nova estrutura 
do trabalho, sendo cada vez mais necessária a análise dessas novas estruturas, compreendendo o seu 
impacto sobre a saúde. 
Na segunda dimensão, os avanços políticos-legais (novas legislações) estão associados ao 
reconhecimento da preocupação ampliada de saúde e sua regulação como direito universal (direito 
para todos) e, ainda, à incorporação da saúde do trabalhador no campo da saúde coletiva e em demais 
políticas públicas, configurando como uma nova ordem de interesse geral da população. 
Tais fatores contribuem ao crescimento da participação social na defesa e no controle social 
de políticas públicas, bem como ao fortalecimento da organização dos trabalhadores (sindicatos) e 
a incorporação nas pautas coletivas de necessidades voltadas para a saúde e a proteção social e do 
trabalho, enquanto conquista da mobilização de amplos setores da sociedade.
1.1.1 Trabalho e a saúde do trabalhador: a quebra de paradigmas 
A denominação “saúde do trabalhador” carrega em si as contradições produzidas na relação capital e 
trabalho e no reconhecimento do trabalhador como sujeito político. Hoje, representa o fim de um modelo 
hegemônico que atravessou décadas, quando se entendia que qualquertrabalhador acidentado ou que 
tivesse adquirido doença no local ou ambiente de trabalho estava garantido nos termos da legislação, 
circunscrito num arcabouço da obrigação do empregador em indenizar e garantir os consectários legais, 
como as estabilidades.
O surgimento da relação saúde e trabalho é fruto da própria história social do trabalho ao longo do 
tempo. Essa transformação constante vem exigindo respostas políticas, teóricas e sociais, cuja raiz está 
na compreensão do trabalho, seu significado e metamorfoses. 
Este “trabalho dinâmico” representa para o trabalhador sua história individual e também coletiva. 
A centralidade do trabalho (Antunes, 1999) na vida das pessoas é repleta de antagonismos e contradições, 
pois ao mesmo tempo em que é propiciador de qualidade de vida, de satisfação das necessidades básicas, 
pode também representar o seu anverso, devido às condições destrutivas da organização trabalho na 
lógica do capital, podendo determinar a produção de doenças e mortes.
A construção do conhecimento e a compreensão das múltiplas determinações que constituem o 
processo saúde-doença fazem parte da relação entre o capital e o trabalho na explicitação do conjunto 
de manifestações no corpo e na mente dos indivíduos envolvidos neste processo. Como refere Dias 
(1994), os trabalhadores vivem, adoecem e morrem de forma compartilhada com a população de 
16
Unidade I
um determinado tempo, lugar e classe social, mas também de forma diferenciada, decorrente de sua 
inserção particular no processo produtivo, sustenta a proposição de que esta especificidade deve ser 
contemplada no atendimento às suas necessidades de saúde. 
Compreender a saúde nessa dimensão significa entendê-la na divisão social e técnica do trabalho. 
Representa entender “o processo de trabalho como espaço concreto de exploração “[...] e a saúde do 
trabalhador como expressão, igualmente concreta, desta exploração” (LAURELL; NORIEGA, 1989, p. 
23). Os desafios são de diferentes ordens, uma vez que o capital procura dissimular seu caráter de 
exploração, mas fica cada vez mais difícil esconder sua natureza, ou seja, “a nova ordem teoriza e 
pratica, abertamente, as desigualdades como uma necessidade intrínseca do capital” (AUGUSTO, 2001, 
p. 170). Assim, fica exposta a estranha lógica na qual a igualdade tem valor negativo e a desigualdade 
valor positivo, a fim de naturalizá-la.
A nova transformação do trabalho no sistema capitalista tem apresentado, em seus vários ciclos, 
sistemas gerenciais com evolução crescente da produção, da qualificação profissional, do ritmo de 
trabalho e da fragmentação do processo produtivo. O contexto é de precarização, flexibilização, trabalho 
parcial, polivalência de funções, redução dos postos de trabalho, aceleração no ritmo da produção e 
das ações somado ao desemprego estrutural, à implementação de novas tecnologias, com salários em 
declínio e/ou instáveis. 
Ressaltam-se ainda outras questões relacionadas à precarização dos contratos de trabalho, 
tanto aquelas denominadas de precariedade objetiva (contrato por prazo determinado, trabalho 
temporário) quanto às de precariedade subjetiva, tão ou mais prejudicial à saúde quanto a anterior, 
como a instabilidade dos contextos técnicos e organizacionais, em que se constata a fragilidade 
das organizações não governamentais e cooperativas que fazem os contratos com os profissionais 
terceirizados, e a responsabilização dos assalariados, tornando-os responsáveis pela sobrevivência 
das empresas. 
Constitui momento predominante da atual produção do capital a busca do envolvimento do 
trabalhador enquanto disposição intelectual-afetiva com a lógica da valorização do capital, portanto 
para além do “fazer” e do “saber” (ALVES, 2005).
Todas essas condições de trabalho levam a uma verdadeira “sobressolicitação mental”, com uma 
sobrecarga informacional, um verdadeiro “soterramento” de informações, hipersolicitação e tratamento 
paralelo de tarefas múltiplas, que provocam uma situação que poderíamos chamar de “transbordamento 
cognitivo” (FALZON, 2007); uma sensação de transbordamento e saturação, impressão de fazer o urgente 
passar na frente do importante, de não conseguir fazer o que se planificou, sem compreender o porquê, 
de permanente insatisfação com o trabalho realizado.
A reestruturação produtiva alterou substancialmente o perfil do trabalho e dos trabalhadores, assim 
como os determinantes da saúde-doença dos trabalhadores. Essas alterações modificaram também o 
perfil da morbi-mortalidade relacionada ao trabalho, assim como a organização e as práticas de saúde 
e trabalho (DIAS, 1994).
17
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO: BENEFÍCIO E ASSISTÊNCIA SOCIAL
Um dos grandes marcos da transformação das práticas sociais para uma abordagem ampliada da 
saúde, fazendo frente aos crescentes índices de morbidade e mortalidade da população, ocorreu em um 
momento de efervescência do movimento da Reforma Sanitária e da democracia brasileira. O resultado 
foi a aprovação do Sistema Único de Saúde (1990) e a reorganização das competências das ações de 
segurança e saúde do trabalhador, na tentativa de superar a histórica fragmentação em três áreas: 
saúde, trabalho e previdência.
O movimento de Reforma Sanitária foi um fato importante iniciado no início da década de 1980, 
sob a denominação “saúde do trabalhador”. A consolidação do conceito legal pela Lei nº 8.080, de 1990, 
do Sistema Único de Saúde - SUS estabeleceu os procedimentos de orientação básicos como forma de 
instrumentalização das ações e dos serviços em saúde do trabalhador.
Inicialmente, a atenção prestada aos trabalhadores se voltava apenas para o trabalho 
formal. Contudo, em tempos de transformações, constata-se que a precarização das relações 
de trabalho, em todos os seus segmentos, mudou, sem dúvida, a forma de entender a 
questão, o que exigiu transformações radicais na maneira de se conceber e de se enfrentar 
os problemas daí decorrentes. 
A análise, sob uma perspectiva evolutiva e conceitual, indica que na medicina do trabalho o enfoque 
principal da determinação do processo de saúde/doença é individual e biologicista, como demonstra a 
sistematização realizada por Mendes e Oliveira (1995) no quadro a seguir.
Quadro 1 - Situando o desenvolvimento conceitual em saúde do trabalhador
Determinantes 
do Processo 
Saúde/Doença
Ação Principal
Caráter 
Principal da 
Ação
Ator Principal Cenário Papel do Usuário
Campo da 
Saúde
1. Biológico Tratamento da 
doença Técnico Médico Hospital
O usuário é o 
objeto
Medicina do 
Trabalho
2. Ambiental Prevenção da doença Técnico Equipe Ambulatório
Usuário e 
ambiente são 
objetos
Saúde 
ocupacional
3. Social Promoção da saúde Técnico/Político Cidadão Sociedade Sujeito
Saúde do 
trabalhador
Fonte: Mendes; Oliveira (1995).
Atualmente, a saúde do trabalhador entende o social como determinante das condições de saúde, 
sem negar que o adoecimento deve ser tratado e que é necessário prevenir novas doenças, privilegiando 
ações de promoção da saúde. Este entendimento define que as várias causas dos acidentes e das doenças 
do trabalho têm uma hierarquia entre si, não sendo neutras e iguais, havendo algumas causas que 
determinam outras (MENDES; OLIVEIRA, 1995). 
Diferentemente das diversas e divergentes visões anteriores, propugna-se que os programas de 
saúde incluam a proteção, a recuperação e a promoção da saúde do trabalhador de forma integrada, e 
18
Unidade I
que sejam dirigidos não só aos trabalhadores que sofrem, adoecem ou se acidentam, mas também ao 
conjunto deles (DIAS, 1994).
Para se conseguir a excelência na questão saúde do trabalho é necessária uma estruturação em uma 
abordagem que tenha como meta a realização de ações coletivas, no âmbito da vigilância, da promoção 
e da proteção da saúde nas quais o sujeito é parte essencial dessa ação.
Portanto, a área da saúde do trabalhador na atualidade vai além dos conhecimentos específicos da medicina 
do trabalho, buscando compreender a relação capital-trabalho,na qual a saúde e o acidente de trabalho 
tornam-se expressões máximas das desigualdades geradas por esse conflito (MENDES, 2003). É importante e 
necessário, ao estudar a relação da saúde com o trabalho, entender como as sociedades constroem a saúde e 
quais são as possibilidades de sobrevivência individual e coletiva (THÉBAUD-MONY, 2000). 
O trabalho está, sobretudo por meio de sua presença ou ausência, totalmente ligado à evolução 
da questão da saúde, evidenciando a atualidade do nexo produção-reprodução da força de trabalho-
consumo-ambiente-saúde-doença, vistos na sua integralidade (FREIRE, 1995).
Outro aspecto importante na saúde do trabalhador são os desgastes físicos provocados pela 
modalidade do trabalho repetitivo e seus efeitos, associados agora à característica polivalente 
da produção, e aos fatores psicossociais do desemprego crescente, pois fornecem as bases para a 
criação de estratégias ao trabalhador. Se entendermos que o local de trabalho é o espaço no qual 
os processos organizativos estão disponibilizados para alcançar determinados fins, é importante 
perceber que os elementos que o integram não são homogêneos e devem ser entendidos como 
um conjunto, pois os trabalhadores criam vínculos e regras próprias, e nem sempre obedecem 
ao dito, ao mensurável, ao controlável. A observação dessas práticas de trabalho, bem como das 
relações delas decorrentes, tornam-se pertinentes em estudos que buscam compreender a relação 
do adoecimento com o trabalho.
Destaca-se, portanto, que a saúde do trabalhador pressupõe uma interface entre diferentes 
alternativas de intervenção que contemplem as várias formas de determinação do processo de saúde-
doença dos trabalhadores (MENDES, 2003). É necessário pensar a saúde do trabalhador desde a sua 
organização na sociedade e no trabalho, compreendendo-se essa realidade sob uma perspectiva de 
sujeitos coletivos, conhecendo-os e reconhecendo-os historicamente. Desse modo, é preciso, além 
do diagnóstico e do tratamento, a implementação simultânea das modificações nos ambientes de 
trabalho, bem como o desenvolvimento de outras ações no âmbito da organização desses ambientes, 
que devem estar em consonância com as múltiplas mudanças nos processos de trabalho, as quais 
retratam a divergência de interesses entre capital e trabalho, quando emergem as doenças e os 
acidentes de trabalho.
O alcance nos avanços no campo político e teórico sobre a saúde do trabalhador não pode prescindir 
da construção de uma base legal e normativa que contemple diretrizes políticas para a atenção e a 
promoção da saúde do trabalhador. Destaca-se, assim, pela Portaria nº 1.679, de 19 de setembro de 
2002, a criação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast), como estratégia 
para a elaboração desse instrumento, com ênfase nas ações assistenciais. 
19
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO: BENEFÍCIO E ASSISTÊNCIA SOCIAL
Cabe ressaltar que essa portaria foi apoiada pelos profissionais e técnicos dos Centros de Referência 
em Saúde do Trabalhador - Cerest e setores do movimento dos trabalhadores, que reconheceram na 
iniciativa as possibilidades de institucionalização e fortalecimento da saúde do trabalhador, no SUS. 
Pela primeira vez seria possível contar com um financiamento estratégico das ações, vinculado à 
operacionalização de um Plano de Trabalho de Saúde do Trabalhador, em nível estadual e municipal. A 
partir de 2003, a coordenação da Área Técnica de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde priorizou 
a implementação da Renast como a principal estratégia da Política Nacional de Saúde do Trabalhador 
(PNST) para o SUS (MS, 2004).
Este conjunto de ações é parte do debate em torno da articulação da área e da construção da 
proposta de Política Nacional de Segurança e Saúde do trabalhador - PNSST, contendo importantes 
proposições e contemplando os papéis a serem desempenhados, entre outros, pelo Ministério da Saúde 
(assistência e vigilância), Ministério da Previdência (benefício por incapacidade e implementação do 
nexo epidemiológico presumido) e Ministério do Trabalho (diretrizes e normas de SST). 
Assim, a Segurança e Saúde do Trabalhador - SST atende o intento de ampliação das ações de 
promoção, resultando na ampliação da cobertura dos trabalhadores, na harmonização de normas e 
articulação de ações; precedência da prevenção sobre a reparação; estruturação de uma rede integrada 
em SST; reestruturação da formação em SST; promoção de uma agenda integrada de estudos e 
investigação em SST (LACAZ, 2010). Entretanto, apesar desse esforço, não há ainda a efetivação 
da PNSST em decreto presidencial, para assim viabilizar efetivamente as ações propostas. Há de se 
considerar ainda divergências constantes na proposta da política, as quais representam questões de 
concepção travestidas, por vezes, de terminologias que, na sua essência, ocultam históricas tensões 
entre as áreas.
Quando se coloca em evidencia as implicações do trabalho sobre a saúde e os constantes embates 
que envolvem a área de saúde do trabalhador, identificam-se nas relações sociais da sociedade capitalista 
distintas perspectivas no campo ético, político e econômico. 
Uma vez observadas e constatadas estas implicações, o observador demandará sólido 
conhecimento teórico-metodológico em articulação com as forças sociais, na defesa da saúde do 
trabalhador como direito, e entenderá a necessidade da emancipação do trabalhador, rompendo 
com abordagens conservadoras que concebem o adoecimento como fenômeno estranho ao 
processo de produção.
 Lembrete
O crescimento da área da saúde do trabalhador pode ser entendido 
através de duas dimensões: a primeira, decorrente da nova ordem do capital 
sobre o trabalho; a segunda, por conta do reconhecimento político da área, 
representado pela sua inserção, ainda que insuficiente no conjunto das 
políticas públicas e intersetoriais, resultante da capacidade de organização 
de diferentes agentes políticos.
20
Unidade I
1.2 Histórico da Segurança do Trabalho
É difícil dizer ao certo onde se iniciou a preocupação com a segurança do trabalho. Talvez esta 
seja tão antiga quanto o próprio trabalho e provavelmente o primeiro acidente decorrido deste. A 
informação mais antiga em que se verifica a preocupação com a segurança do trabalho se encontra em 
um documento egípcio, o papiro Anastacius V. Neste documento, encontra-se a descrição da atividade 
de um pedreiro e a preocupação com a preservação de sua saúde. Outro registro, também no Egito, no 
ano de 2360 a.C., fala sobre a insurreição geral dos trabalhadores de uma mina de cobre que mostrou ao 
faraó a necessidade de uma melhora nas condições de vida dos escravos.
Ao longo dos tempos, já no Império Romano, surgiram leis que garantiam a proteção médica-legal 
dos trabalhadores. Os primeiros a estabelecer medidas de controle, com o uso do que seria um dos 
primeiros equipamentos de proteção individual, EPI, foram Plínio e Rotário, que recomendaram o uso de 
máscaras respiratórias para proteger o trabalhador das poeiras metálicas.
Aristóteles cuidou das enfermidades dos mineiros e tentava evitá-las. Hipócrates (considerado o pai 
de medicina) viveu entre 460 a 370 a.C.. Ele é considerado um dos homens mais importantes na história 
da medicina. Foi pioneiro em muitas descobertas, entre elas, a identificação na origem das doenças 
relacionadas ao trabalho com as minas de estanho.
Na Idade Média encontram-se as primeiras ordenações, aos fabricantes, para a adoção de medidas de 
higiene do trabalho. No período do Renascimento destaca-se a figura de Samuel Stockause como sendo 
o pioneiro da inspeção médica no trabalho. Também se destacou o médico Bernadino Ramazini como 
responsável por relacionar as doenças dos trabalhadores com as suas atividades laborais e sistematizar 
todos os conhecimentos que se vinha acumulando sobe segurança, publicando em 1760, em Modena, 
na Itália, a sua obra De Morbis Artificum Diatriba – As doenças dos trabalhadores.
Não só nos tempos antigos,mas também na nossa época, os governos bem 
constituídos têm criado leis para conseguirem um bom regime de trabalho, 
pelo que é justo que a arte médica se movimente em favor daqueles que 
a jurisprudência considera de tanta importância, e empenhe-se, como até 
agora tem feito, em cuidar da saúde dos operários, para que possam, com 
a segurança possível, praticar o oficio a que se destinam. Eu, quanto pude, 
fiz o que estava a meu alcance, e não me considerei diminuído visitando, 
de quando em quando, sujas oficinas (já que, em nossa época, a medicina 
tende para o mecanicismo, de certo modo, e as escolas nada mais tratam 
senão de automatismo) a fim de observar segredos da arte mecânica. [...] 
Das oficinas dos artífices, portanto, que são antes escolas de onde saí mais 
instruído, tudo fiz para descobrir o que melhor poderia satisfazer o paladar 
dos curiosos, mas, sobretudo, o que é mais importante, saber aquilo que 
se pode sugerir de prescrições médicas preventivas ou curativas, contra as 
doenças dos operários. E assim, o médico que vai atender a um paciente 
proletário não se deve limitar a pôr a mão no pulso, com pressa, assim 
que chegar, sem informar-se de suas condições; não delibere de pé sobre 
21
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO: BENEFÍCIO E ASSISTÊNCIA SOCIAL
o que convém ou não convém fazer, como se não jogasse com a vida 
humana; deve sentar-se, com a dignidade de um juiz, ainda que não seja 
em cadeira dourada, como em casa de magnatas; sente-se mesmo num 
banco, examine o paciente com fisionomia alegre e observe detidamente 
o que ele necessita dos seus conselhos médicos e dos seus cuidados 
piedosos. Um médico que atende um paciente deve informar-se de muita 
coisa a seu respeito pelo próprio e pelos seus acompanhantes, segundo o 
preceito do nosso Divino Preceptor; quando visitares um doente, convém 
perguntar-lhe o que sente, qual a causa, desde quantos dias, se seu ventre 
funciona e que alimento ingeriu, são as palavras de Hipócrates no seu livro 
Das Afecções; a estas interrogações devia-se acrescentar outra: e que arte 
exerce? (ROMAZINI, 1760).
Em 1779, na França, a Academia de Medicina fazia constar em seus anais um trabalho sobre as causas 
e prevenção de acidentes; Nesta ano também foi fundada, em Milão, na Itália, a primeira sociedade 
filantrópica que visava o bem estar do trabalhador.
• 1830 – inicia-se a etapa da Medicina do Trabalho;
• 1890 – ocorre a Conferência Internacional em Berlim;
• 1891 – Encíclica Rerum novarum do Papa Leão XIII (15 de maio de 1891, capítulo 27): não é justo 
nem humano exigir do homem tanto trabalho a ponto de fazer pelo excesso de fadiga embrutecer 
o espírito e enfraquecer o corpo. A atividade do homem, restrita como a sua natureza, tem limites 
que se não podem ultrapassar.
• 1900 – Associação Internacional para Proteção dos Trabalhadores;
• 1919 – Organização Internacional do Trabalho – OIT;
• 1950 – etapa da Saúde Ocupacional;
• 1970 – etapa da Saúde do Trabalhador.
A partir da Revolução Industrial (1760-1850), as condições de trabalho começaram a se tornar cada 
vez mais intoleráveis. Como estava claro que o país que adotasse medidas com objetivo de melhorar 
as condições de trabalho elevaria o custo da mão de obra e, consequentemente, ficaria em uma 
posição desvantajosa no mercado em relação aos outros países, conclui-se que deveria haver acordos 
internacionais para poder se obter resultados positivos.
O primeiro deles foi uma conferência internacional em Berlim no ano de 1890, na qual 14 países 
estiveram representados. Seta anos depois, outra conferência internacional foi realizada, em Bruxelas, 
que resultou na criação, em 1900, da Associação Internacional para Proteção dos Trabalhadores.
22
Unidade I
Desta associação nasceu, em 1919, a Organização Internacional do Trabalho – OIT, que ficou 
responsável em traduzir e publicar a legislação social de diferentes países à medida que era colocada em 
prática. Nasceu assim, a série legislativa que a OIT continua publicando até a presente data.
Figura 4 – Trabalhadores usando equipamentos de proteção
No Brasil, nos primeiros séculos pós-descobrimento, as atividades industriais restringiram-se 
praticamente à fabricação do açúcar e à mineração, sendo permitida a instalação de fábricas apenas a 
partir de 1808, com a transferência da corte portuguesa para o Brasil. Entretanto, só em 1890 surge a 
primeira legislação sobre condições de trabalho industrial com a criação do Conselho de Saúde Pública. 
A legislação trabalhista caminhou a passos lentos até 1930, com a criação do Ministério do Trabalho, 
que adotou a questão da saúde e segurança dos trabalhadores. Em 1978, o ministério aprovou uma 
portaria com as 28 Normas Regulamentadoras (NR) relativas à segurança e medicina do trabalho. A 
partir de 1994, já adotando como paradigma a Convenção nº 161/85 da OIT, aprovou as atuais versões 
das normas NR-7, NR-9, NR-18 e NR-29. Finalmente, em 1999, foi aprovada a atual versão da NR-5 
(Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – Cipa).
Todas as normas citadas no parágrafo acima serão devidamente examinadas neste livro-texto. 
Ao fazer uma análise sobre saúde e segurança no trabalho, podemos compreender a importância 
de interferir no processo de segurança ocupacional dos colaboradores tendo o objetivo de 
prevenir, minimizar e eliminar os riscos decorrentes de condutas e procedimentos que causam 
riscos à saúde do trabalhador. Podemos entender que um serviço de saúde ocupacional apresenta 
finalidades como:
• cuidar e proteger o colaborador contra qualquer risco à saúde que se origine em seu ambiente de 
trabalho ou das condições físicas e psicológicas em que o trabalho o expõe;
• buscar o equilíbrio, ajustamento mental e físico do colaborador;
• estabelecer e manter um alto grau de bem-estar físico e mental dos colaboradores.
23
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO: BENEFÍCIO E ASSISTÊNCIA SOCIAL
 Lembrete
O médico do trabalho tem como parte de suas funções a realização 
de exames médicos ocupacionais chamados de admissional, demissional, 
periódicos e especiais.
A definição dos objetivos e propósitos de um serviço de saúde ocupacional está formalizada na 
Recomendação 112 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), criada em 1959. Essa recomendação 
foi um dos marcos importante no processo de organização dos serviços de saúde do trabalhador, além 
de ser utilizada como um paradigma na elaboração da legislação brasileira sobre o assunto. Seu maior 
mérito foi definir as funções dos serviços de medicina do trabalho, destacando sua função preventiva. 
Aconselhava, também, que todos os países-membros adotassem a obrigatoriedade da existência de 
serviços médicos de empresa. O Direito Internacional, juntamente com as convenções e recomendações 
da Organização Internacional do Trabalho (OIT), oferecem bases para a efetiva melhora das condições e 
do meio ambiente do trabalho no mundo.
A maioria dos serviços de saúde ocupacional foca três áreas principais, são elas: prevenção, 
ajustamento ao trabalho e tratamento.
1.3 Prevenção
A prevenção na Saúde e Segurança do Trabalho deve ser desdobrada em duas funções – controlar 
riscos e controlar emergências – diminuindo, assim, as estatísticas dos acidentes com os colaboradores.
É muito comum nas empresas placas de controle dizendo:
“Estamos trabalhando há xxx dias sem acidentes com perda de tempo.
Nosso recorde é de xxx dias.”
De acordo com Cardella (1999), o controle de riscos pode ser exercido por meio de sistemas altamente 
sofisticados, como o de uma unidade industrial, ou muito simples, como o de um trabalhador que 
controla os riscos de suas atividades. Em qualquer um dos casos, são adotados os seguintes princípios:
• Nas organizações e sociedade, o acidente é um fenômeno de natureza multifacetada que resulta 
de interações complexas entre fatores físicos, biológicos, psicológicos, sociais e culturais.
• Todos os acidentes podem ser evitados.
• Os acidentes ocorrem porque a mente se envolve com o trabalhoe esquece o corpo.
• Um indivíduo não consegue, sozinho, controlar os riscos de sua atividade.
24
Unidade I
Figura 5 – Trabalhador em ambiente de trabalho “adequado”
O objetivo da gestão de riscos é trabalhar a prevenção dos acidentes e, dessa forma, manter os riscos 
associados à organização abaixo dos valores tolerados pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
(Cipa). Algumas organizações não conscientizam seus colaboradores da responsabilidade da prevenção, 
mas é dever de todos zelar por uma boa saúde, segurança no trabalho e, consequentemente, por uma 
boa qualidade de vida. Segundo Cardella (1999), a política estabelece as regras comportamentais da 
organização. Portanto, cada organização, família, pessoa ou sociedade deve estabelecer sua própria 
política, que é sempre um reflexo de seus valores.
Veja algumas regras básicas:
• A preservação de pessoas tem prioridade sobre a preservação de bens.
• Quem responde por uma atividade deve responder também pelos riscos decorrentes dessa atividade.
Ainda de acordo com Cardella (1999), é considerado emergência todo procedimento perigoso sobre 
os quais o homem não tem nenhum controle. Toda emergência é considerada anormal, pois o esperado 
e desejado é a ausência de emergências. Ela pode ser caracterizada como explosão, incêndio, vazamento 
de gás tóxico, enchente, falta de energia elétrica, falta de água e refrigeração, entre outros. Em qualquer 
um dos casos, são adotados os seguintes princípios:
• A velocidade de propagação da série de eventos perigosos é maior que a velocidade com que o 
homem detecta, analisa e toma decisões.
• Em situação de emergência, o homem apresenta uma elevada probabilidade de cometer falhas. 
Essa probabilidade diminui se ele estiver adequadamente treinado.
• Não é possível elevar a confiabilidade dos sistemas a cem por cento. Quando o último recurso 
mecânico-eletrônico falha, o controle passa a depender totalmente da intervenção humana.
Desses princípios, decorre:
• que as emergências devem ser analisadas previamente para que decisões críticas sejam incorporadas 
ao plano de ação e as ações sejam executadas de modo automático no momento da ocorrência;
25
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO: BENEFÍCIO E ASSISTÊNCIA SOCIAL
• que as ações de controle devem ser executadas preferencialmente por equipamentos, pois eles 
atuam muito rapidamente e com muito maior confiabilidade do que o homem;
• que as pessoas que atuam no controle de emergências devem ser treinadas em detecção de falhas.
A política de gestão de emergências deve ser simples e objetiva, não deixando dúvidas quanto ao 
comportamento esperado. Cabe à liderança estabelecer a política da organização.
 Lembrete
É preciso inspecionar regularmente para controlar os riscos.
1.4 Ajustamento ao trabalho
Embora estudos sinalizem, principalmente, os efeitos do trabalho sobre a saúde do colaborador, não 
podemos esquecer que é tarefa primordial estudar os efeitos que a saúde pode ter sobre o trabalho. 
Podemos iniciar esse estudo pelo processo seletivo do candidato a determinado cargo, com o qual 
analisaremos a sua saúde e as suas aptidões.
Algumas organizações realizam um procedimento de triagem com os candidatos por meio do 
preenchimento de um questionário de saúde elaborado por um médico e com o auxílio de um profissional 
da enfermagem. Esse questionário confirmará se o colaborador está apto ou não para desenvolver 
determinada tarefa no seu cotidiano, mas esse não é o único método utilizado para o ajustamento de 
função. No caso dos colaboradores admitidos para trabalhar em uma área que acarreta exposição a riscos 
específicos, como metais pesados, radiações, barulhos, eles necessitarão ser examinados para que se 
estabeleçam dados clínicos de referência, com a complementação de alguns exames laboratoriais como 
audiometria, hemograma completo e dosagem de chumbo no sangue. Vale lembrar que somente essas 
ações não bastam: ao lidar com pessoas, o clima organizacional é primordial para ter um ajustamento 
organizacional, ideal para um bom ambiente de trabalho.
Segundo Cardella (1999), o clima organizacional resulta de fatores internos e externos. Entre eles, 
podemos citar a visão de futuro, ameaças externas, situação política, econômica e social do país, grau de 
satisfação das necessidades das pessoas, liderança, cultura organizacional e sistema de gestão.
 Saiba mais
Leia o artigo de Francisco Antônio de Castro Lacaz intitulado “O campo 
Saúde do Trabalhador: resgatando conhecimentos e práticas sobre as relações 
trabalho-saúde”. Nele, você verá os pressupostos teórico-operacionais do campo 
Saúde do Trabalhador e os formulados pela Saúde Ocupacional.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid 
=S0102-311X2007000400003>.
26
Unidade I
A Organização Internacional de Trabalho (OIT) estabeleceu o Programa Internacional para a Melhora 
das Condições e Meio Ambiente do Trabalho (PIACT), que iniciou-se em 1976 e tem como objetivo o 
melhoramento das condições de trabalho e a proteção da saúde física e mental do trabalhador. Seu foco 
constitui-se na:
• prevenção contra os efeitos desfavoráveis de fatores físicos, químicos e biológicos no local de 
trabalho e no meio ambiente imediato;
• prevenção da tensão mental resultante da duração excessiva do ritmo, do conteúdo ou da 
monotonia do trabalho;
• promoção de melhores condições de trabalho visando à distribuição adequada do tempo e do 
bem-estar dos trabalhadores;
• adaptação das instalações e locais de trabalho à capacidade mental e física dos trabalhadores 
mediante a aplicação da ergonomia.
1.5 Tratamento
Quando o objeto é um produto, podemos identificar o tratamento deste produto de acordo com as 
seguintes fases, conforme o seu ciclo de vida: implantação, desenvolvimento, produção, armazenagem, 
transporte e distribuição. No entanto, quando o objeto é uma pessoa, o seu tratamento é identificado 
através das seguintes fases: seleção, formação e treinamento. Nesse sentido, podemos concluir que a 
grande função da saúde ocupacional nas organizações é assegurar que todos aqueles que possuem 
um papel a desempenhar na criação de um ambiente de trabalho seguro o façam em harmonia, já 
que a doença não respeita separações sociais e políticas e o progresso futuro será alcançado com a 
colaboração de todos os envolvidos.
Em vez de um tratamento mais detalhado dos preceitos nos dispositivos legais, optou-se por delegar 
a competência normativa ao Ministério do Trabalho não só para regulamentar, mas também para 
complementar as normas, como expressamente prevê o art. 200 da CLT:
Art. 200 - Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições 
complementares às normas, tendo em vista as peculiaridades de cada 
atividade ou setor de trabalho, especialmente sobre:
I - medidas de prevenção de acidentes e os equipamentos de proteção 
individual em obras de construção, demolição ou reparos;
II - depósitos, armazenagem e manuseio de combustíveis, inflamáveis e 
explosivos, bem como trânsito e permanência nas áreas respectivas;
III - trabalho em escavações, túneis, galerias, minas e pedreiras, sobretudo 
quanto à prevenção de explosões, incêndios, desmoronamentos e 
soterramentos, eliminação de poeiras, gases e facilidades de rápida saída 
dos empregados;
27
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO: BENEFÍCIO E ASSISTÊNCIA SOCIAL
IV - proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas adequadas, com 
exigências ao especial revestimento de portas e paredes, construção de paredes 
contra fogo, diques e outros anteparos, assim como garantia geral de fácil circulação, 
corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização;
V - proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, sobretudo 
no trabalho a céu aberto, com provisão, quanto a este, de água potável, 
alojamento e profilaxia de endemias;
VI - proteção do trabalhador exposto a substâncias químicas nocivas, 
radiações ionizantes e não ionizantes, ruídos, vibrações e trepidaçõesou 
pressões anormais ao ambiente de trabalho, com especificação das medidas 
cabíveis para eliminação ou atenuação desses efeitos, limites máximos 
quanto ao tempo de exposição, à intensidade da ação ou de seus efeitos 
sobre o organismo do trabalhador, exames médicos obrigatórios, limites de 
idade, controle permanente dos locais de trabalho e das demais exigências 
que se façam necessárias;
VII - higiene nos locais de trabalho, com discriminação das exigências, 
instalações sanitárias com separação de sexos, chuveiros, lavatórios, 
vestiários e armários individuais, refeitórios ou condições de conforto 
por ocasião das refeições, fornecimento de água potável, condições de 
limpeza dos locais de trabalho e modo de sua execução, tratamento de 
resíduos industriais;
VIII - emprego das cores nos locais de trabalho, inclusive nas sinalizações 
de perigo.
Parágrafo único - Tratando-se de radiações ionizantes e explosivos, as 
normas a que se referem este artigo serão expedidas de acordo com as 
resoluções a respeito adotadas pelo órgão técnico (BRASIL, 1977).
Exemplo de aplicaçãoExemplo de aplicação
A Constituição Federal de 1988 estabelece expressamente que a saúde é direito de todos (art. 196), 
criando para seu exercício o Sistema Único de Saúde (art. 198). Desta forma, as questões relacionadas 
a saúde do trabalhador são de interesse da sociedade e não apenas do ambiente de trabalho ou das 
organizações, apesar da doutrina jurídica brasileira permear o entendimento dessas questões como 
sendo a base do Direito do Trabalho, ampliado pelo Direito à Saúde (Lei nº 8080/1990) e o Direito 
Ambiental permeada pela Lei nº 6.938/81. Podemos afirmar que, apesar de todos os avanços da nossa 
legislação que trata das questões relacionadas a saúde do trabalhador, existe um dilema entre a 
responsabilidade objetiva causada por degradação do ambiente, já que danos podem ser considerados 
doenças ou acidentes do trabalho que possuem regras jurídicas próprias no âmbito do trabalho, as quais 
constituem foco do sistema da prevenção concernente ao Direito à Saúde.
28
Unidade I
Com base no texto, descreva os fatores que podem constituir a degradação ambiental e que Com base no texto, descreva os fatores que podem constituir a degradação ambiental e que 
contribuam para os agravos à saúde do trabalhador.contribuam para os agravos à saúde do trabalhador.
2 DADOS DE SST NO MUNDO GLOBALIZADO
O avanço tecnológico, a demanda por produtos e o mercado de consumo sem fronteiras em 
um mundo globalizado aumentaram a concorrência em todas as áreas, aumentando a pressão nas 
linhas de produção, buscando processos e organizações mais eficientes e eficazes. Para buscar evitar 
abusos sobre o trabalhador, a legislação sobre os direitos dos trabalhadores veio se modernizando 
e, por meio de organismos internacionais, ela foi divulgada e recomendada para que se proteja a 
maior de todas as riquezas de uma empresa, seus trabalhadores. “A vida em sociedade exige regras 
de comportamento fundamentais, para a sua sobrevivência, ditadas pelo Direito. São coercitivas” 
(ARAÚJO, 2013, p. 78).
Situações da SST no mundo globalizado
• 250 milhões de acidentados por ano;
• 350 mil acidentes fatais por ano;
• cada dia mil pessoas saem de suas casas de manhã para o trabalho e não voltam vivas para as 
mesmas à noite;
• 160 milhões de doenças do trabalho;
Impactos da SST no mundo globalizado
As perdas (equivalem a cerca de 4% do PIB mundial):
• financeiras e materiais;
• dias de trabalho não produtivos;
• interrupções na produção;
• custos de serviço médicos;
• custos de reabilitação profissional;
• custos de capacitação. 
29
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO: BENEFÍCIO E ASSISTÊNCIA SOCIAL
Contexto sociolaboral da SST
• indicadores de pobreza crescentes;
• deteriorização da qualidade de emprego;
• qualidade da educação e da saúde preocupantes;
• crescimento da economia informal;
• flexibilização das relações no trabalho;
• precarização dos contratos de trabalho;
• aumento da jornada de trabalho;
• maiores dificuldades para prevenir e controlar os acidentes e doenças do trabalho;
• reduções ou limitações da capacidade de ação e cobertura da inspeção do trabalho;
• maior visibilidade dos fatores psicossociais adversos nos locais de trabalho: estresse, violência, 
alcoolismo, tabagismo, Aids.
Alguns resultados observados
• orientação de políticas nacionais de SST para setores produtivos mais desenvolvidos ou mais 
conflituosos (empresas com maior risco);
• abandono de setores mais fracos ou menos estruturados (setor da economia informal);
• prática incipiente do diálogo social de SST;
• carência de dados e desconhecimentos de estatísticas integrais de SST.
Tendências da SST na Economia Formal Globalizada
• reconhecimento do valor das condições de SST para a produtividade e a competitividade;
• convergência de legislações;
• cláusulas sociais;
• códigos de conduta e programas de responsabilidade social;
30
Unidade I
Impactos das Tendências
• assegurar um piso mínimo de qualidade nas condições de trabalho entre os países membros 
de acordos;
• evitar o dumping social entre os países evitando condições de trabalhos inadequadas;
• fomentar a via alta para ao desenvolvimento econômico e o progresso social equitativos e 
baseados no melhor e maior aproveitamento do capital humano.
Com esses dados, pode-se ver que há muito que se fazer, melhorar e aperfeiçoar nas questões de 
Segurança do Trabalho, principalmente quando falamos em ações preventivas e pró-ativas.
2.1 Conceito e histórico
Neste módulo, estudaremos o conceito da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), 
abordando sua evolução histórica no decorrer dos anos por meio da sua institucionalização e legalização.
A Cipa é uma comissão formada por representantes do empregador e do empregado que tem a 
missão de preservar a saúde e a integridade física dos trabalhadores e de todos aqueles que interagem 
com a organização. A primeira manifestação das atividades preventivas de acidentes do trabalho no 
Brasil, por intermédio da Cipa, deu-se no final o século XIX e início do século XX, por meio da participação 
ativa dos empregados e empregadores. Podemos entender que essa comissão foi um movimento de 
performance nacional e de caráter prático, tanto em função das autoridades que formularam a sua 
legalização e normatização como em função da parcela de empresas privadas que passaram a utilizá-la 
em seus estabelecimentos.
Segundo Gonçalves (2000), o objetivo da Cipa é a prevenção de acidentes e doenças decorrentes 
do trabalho, a exemplo do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina 
do Trabalho (SESMT). A institucionalização iniciou-se no ano de 1921, quando a Organização 
Internacional do Trabalho (OIT) aprovou a recomendação, informando que todas as entidades 
industriais que tivessem regularmente empregados 25 trabalhadores deveriam possuir um comitê 
de segurança.
 Observação
As Cipas estão instaladas principalmente nas empresas situadas em 
parques industriais e centros comerciais.
Por meio do Decreto-Lei nº 7036/44, conhecido como “Nova Lei da Prevenção de Acidentes”, 
foi formalizada a obrigação das empresas brasileiras de criar organismos internos, utilizando-se da 
colaboração de todos os envolvidos na busca da prevenção de acidentes. A seguir, temos o artigo 82 do 
referido decreto-lei, que foi o nascedouro da Cipa:
31
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO: BENEFÍCIO E ASSISTÊNCIA SOCIAL
Os empregadores, cujo número de empregados seja superior a 100, 
deverão providenciar a organização, em seus estabelecimentos, de 
comissões internas, com representantes dos empregados, para o fim 
de estimular o interesse pelas questões de prevenção de acidentes, 
apresentar sugestões quanto à orientação e fiscalização das medidas 
de proteção ao trabalho, realizar palestras instrutivas, propor a 
instituição de concursos e prêmios e tomar outras providências 
tendentes a educar o empregado na prática de prevenir acidentes(BRASIL, 1944).
A obrigação legal de instalação da Cipa nas empresas passou a integrar, em 1967, a Consolidação 
das Leis do Trabalho (CLT), por força do Decreto-Lei nº 229, de 26 de fevereiro de 1967, modificando 
profundamente o texto do capítulo V, Título II, que trata de assuntos de segurança e higiene do 
trabalho, enfatizando a organização de Cipa nas empresas, passando a fazer parte de lei maior de 
proteção ao trabalhador.
Entre os objetivos da Cipa, temos:
• observar e relatar condições de risco nos ambientes de trabalho;
• solicitar medidas para reduzir até eliminar ou neutralizar os riscos existentes;
• discutir os acidentes ocorridos, encaminhando relatório ao SESMT e ao empregador;
• solicitar medidas que previnam acidentes semelhantes;
• orientar os demais trabalhadores quanto à prevenção de acidentes.
A Lei n° 6.514/77 não especifica o número mínimo para a constituição da Comissão Preventiva. Ela 
apenas altera alguns artigos da CLT relativos à segurança e medicina do trabalho. A necessidade de 
formação da CIPA encontra-se na Portaria n° 3.214 de 8 de junho de 1978, que aprovou as Normas 
Regulamentadoras do Capítulo V, Título II da CLT, sendo que a CIPA possui o número 5 da citada norma. 
Quanto ao número mínimo de empregados para a formação da CIPA encontramos no seu Quadro I.
 Saiba mais
Legislação completa e atualizada (NR 5) em:
BRASIL. Ministério do Trabalho. NR 5 – Comissão interna de prevenção 
de acidentes. Brasília, 1978. Disponível em: <http://trabalho.gov.br/images/
Documentos/SST/NR/NR5.pdf>. Acesso em: 27 mar. 2018.
32
Unidade I
2.2 Cipa – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
Como vimos anteriormente, a Cipa é uma comissão que tem o objetivo de evitar a ocorrência 
de acidentes de trabalho e as doenças que eles acarretam, de modo a garantir que trabalho, 
segurança e promoção da saúde estejam sempre em perfeita sintonia e complementação. As 
empresas que admitirem trabalhadores como empregados deverão estabelecer e manter suas 
comissões em perfeito e regular funcionamento. Incluem-se, nesse caso, as empresas públicas, 
privadas, cooperativas, associações recreativas, sociedades de economia mista, entre outras. 
Vale lembrar que a NR-5 também se aplica aos trabalhadores avulsos e às empresas que lhe 
tomarem serviço.
No caso de uma empresa possuir em um mesmo município mais de um estabelecimento, cada 
um deles deverá ter constituída, de forma independente e em funcionamento, sua própria comissão. 
Porém, a integração e a harmonia das políticas de segurança e de saúde dos trabalhadores devem 
ser garantidas pela empresa. Não haverá uma relação de dependência entre as Cipas, e sim uma 
uniformidade de esforços.
 Saiba mais
Consulte o “Manual Cipa – A nova NR-5”, que entrou em vigor em 
24 de maio de 1999 e regulamenta o instituído no artigo 163 da CLT, 
estabelecendo novas regras para o funcionamento das Comissões Internas 
de Prevenção de Acidentes de Trabalho – CIPA.
Disponível em: <http://www.pucminas.br/imagedb/documento/DOC_
DSC_NOME_ARQUI20081104143646.pdf>.
2.2.1 Da organização
Toda e qualquer Comissão Interna de Prevenção de Acidentes deverá ser composta por 
membros representantes do empregador e do quadro de empregados. Os representantes dos 
empregadores, tanto os titulares como os suplentes, serão designados por eles próprios. No caso 
dos representantes dos empregados, esses serão eleitos por meio de votação secreta pelos demais 
empregados interessados. Os eleitos terão mandato de um ano, podendo ser reeleitos para um 
próximo mandato subsequente.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, “o empregador deverá garantir que seus indicados 
tenham a representação necessária para a discussão e encaminhamento das soluções de questões de 
segurança e saúde no trabalho analisadas na Cipa” (BRASIL, 1999d).
33
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO: BENEFÍCIO E ASSISTÊNCIA SOCIAL
 Observação
Um dos fatores que contribuem para a ocorrência de acidentes de 
trabalho é a falta de planejamento e gestão gerencial descompromissada 
com o assunto.
2.2.2 Atribuições
O interior das organizações a Cipa possui, hoje, uma gama de atribuições importantes na prevenção 
de acidentes e promoção da saúde do trabalhador. Podemos citar como as mais relevantes:
• identificar previamente os riscos decorrentes das atividades desenvolvidas pelos empregados. A 
comissão, com a ajuda de alguns trabalhadores, elabora um mapa dos riscos detectados para 
tentar eliminá-los;
• realizar um trabalho de detecção dos problemas de segurança e saúde no trabalho e, posteriormente, 
desenvolver uma estratégia para minimizá-los e, se possível, solucioná-los;
• realizar periodicamente a verificação das condições de trabalho com o intuito de identificar 
possíveis riscos à saúde e à segurança dos empregados;
• realizar a divulgação de todas as informações relativas à segurança e à saúde no trabalho;
• participar das discussões do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do 
Trabalho (SESMT) acerca das avaliações dos impactos do meio ambiente e dos processos de trabalho;
• colaborar com o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional da empresa;
• colaborar com o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais;
• promover, anualmente, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Sipat);
• participar das campanhas de prevenção de doenças como a Aids.
Para que todas as atribuições descritas acima possam ser realizadas, é imprescindível que os 
demais empregados participem de todo o processo, que tem início na própria escolha dos membros 
da comissão. Os empregados precisam ter a consciência de que se trata de uma comissão formada 
para garantir a sua integridade física, sendo importante que essa comissão seja acompanhada e 
auxiliada pelos demais colaboradores.
Para auxiliar o trabalho da Cipa, os demais empregados poderão indicar as situações de risco que 
sejam detectadas, bem como sugerir ações para eliminá-las. Será também de grande auxílio à Cipa o 
uso correto dos equipamentos de proteção individual, assim como o seguimento correto das normas de 
segurança no trabalho. Algumas comissões deixam de realizar feitos importantes por perderem tempo 
na fiscalização de comportamentos adequados dos trabalhadores.
34
Unidade I
 Observação
Um dos fatores que contribuem para a ocorrência de acidentes 
de trabalho é a inexistência de orientação, ordem de serviço ou 
treinamento adequado.
2.2.3 Funcionamento
A Cipa realizará reuniões mensais, com datas preestabelecidas, em local apropriado e sempre no horário 
do expediente. Uma vez encerrada a reunião, uma ata deverá ser assinada por todos os participantes 
e uma cópia deverá ser enviada para todos os membros presentes ou ausentes à reunião. Essas atas 
deverão estar sempre à disposição dos agentes de inspeção do trabalho. Vale lembrar que, apesar das 
datas das reuniões serem previamente fixadas, em caso de necessidade, reuniões extraordinárias poderão 
acontecer. São motivos para a convocação de reunião extraordinária:
• denúncia de situação de risco grave ou iminente;
• acidente fatal ou grave;
• solicitação expressa de uma das representações.
Antes de tomarem posse, os membros da Cipa recebem treinamento especializado, cujo conteúdo 
programático contempla:
• um estudo completo de seu ambiente de trabalho, incluindo os riscos que ele apresenta;
• a apresentação das metodologias de investigação das doenças do trabalho e dos acidentes 
de trabalho;
• medidas de prevenção da Aids e algumas noções sobre a doença;
• noções básicas de legislação trabalhista e previdenciária, no que diz respeito à segurança e à 
saúde no trabalho;
• medidas de controle de riscos ambientais;
• princípios gerais de higiene do trabalho;
• procedimentos de organização da Cipa.
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SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO: BENEFÍCIO E ASSISTÊNCIA SOCIAL
Figura 6 – Demonstra a necessidade de um estudo sobre os riscos no ambiente adequado de trabalho
 Observação
Um dos fatores que contribuem para a ocorrência

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