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Estudo Teologico Sobre Jesus Cristo

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Estudo Teológico Sobre Jesus Cristo 
 
CREIO NO DIA DO SENHOR 
 
Parte - I 
 "Lembra-te do dia do descanso, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás 
todo o teu trabalho; mas o sétimo dia é o repouso do Senhor teu Deus. Nesse dia 
não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, 
nem a tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro Das tuas 
portas. Por que em seis dias fez o Senhor o Céu e a terra, o mar e tudo o que 
neles há, e ao sétimo dia descansou; Por isso o Senhor abençoou o dia do 
repouso e o santificou" (Ex 20.8-11) 
Creio no Dia do Senhor; creio no Dia do Descanso por duas razões, pelo menos: 
por Quem foi instituído, e para que o foi. Creio no Dia do Senhor porque a 
Escritura Sagrada apresenta o cuidado e carinho do Criador pela sua criatura, 
criada à Sua imagem e semelhança; creio porque o próprio Deus descansou; creio 
pelo aspecto humanitário, e pela sua dimensão altamente espiritual. Creio no Dia 
do Senhor porque todo o esquema da criação e da nova criação se explica no dia 
do repouso semanal. E, naturalmente, há um princípio que, embasando o Dia do 
Descanso, o torna sagrado, separado, santificado: é o princípio de que "a parte 
significa o todo" (quem se aventurou pelos estudos da estilística reconhece que 
essa é uma figura de linguagem que toma o nome de sinédoque). É altamente 
significativo esse princípio para várias práticas do Antigo Testamento, práticas e 
usos que encontram respaldo na Nova Aliança: no Pentateuco, encontramos o 
conceito de que se traziam as primícias da colheita para que toda a colheita fosse 
santificada (Ex. 19.6; Lv 20.26; 1 Pe 2.5,9; Ap 1.6); uma família, a de Abraão, que 
foi escolhida por Deus para que todas as famílias fossem abençoadas (Gn 12. 1-3; 
18.1,18; 27.29); um homem no meio dos outros homens para que todos fossem 
abençoados (Ex. 28.1; Mt 10.1 ss); o primeiro filho separado e escolhido dos 
outros filhos para que toda a família fosse abençoada (Ex 22.19b; Jo 3.16; Rm 
8.29); 10% da renda para que abençoada seja toda a renda (Lv. 27.30; M1 3.10; 
Mt 23.23; Lc 11.42); o conceito de um alguém que padece intensos sofrimentos, o 
"Servo Sofredor", para que todos possam ser resgatados da maldição e da dor (Is 
53.1-12; Hb 9.28; 1Pe 2.21-24). 
 
O mesmo acontece quanto ao Dia do Descanso, quando se reconhece que o 
tempo pertence a Deus, bem como o todo da criação (Ex 20.8-11; Dt 5.12-15; Lc 
13.10-17; Hb 4.9-11)! 
 
O SÉTIMO DIA 
 
Vamos partir de um consenso: é preciso traduzir o nome do sétimo dia para 
tornar o conceito e seu ensino claro, de modo que ninguém confunda o 
abençoado conceito com o dia da semana em português que tem o mesmo 
 
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nome. 
 
A palavra sábado não pertence à nossa língua, é uma transliteração, um 
aportuguesamento de uma palavra hebraica (Shabbath) que significa 
"cessação". Alguém está trabalhando e faz uma pausa no que está fazendo, 
em hebraico dirá, "vou fazer um shabbath agora"). Significa "interrupção"; é 
o caso de você estar escrevendo uma carta, o telefone toca e você 
interrompe o que estava fazendo. Em hebraico, dir-se-ia "preciso fazer um 
shabbat para atender o telefone". Outras traduções possíveis são "repouso, 
abstenção, desistência," e, por incrível que pareça, a palavra "greve" do 
hebraico contemporâneo se traduz por shabbath, por ser uma "cessação de 
trabalho". Por essas razões, no possível, usaremos a expressão "Dia de 
Descanso" que é precisamente o que significa o hebraico Yom haShabbath, 
dia de "sábado", dia de repouso. Esclareçamos que os hebreus dividiam o 
tempo desta maneira: primeiro dia, segundo dia, terceiro dia, quarto dia, 
quinto dia, sexto dia e Dia do Descanso. 
 
PARA ENTENDER... 
 
É necessário que se traduza para que compreendamos a revelação divina, e 
não nos apeguemos à guarda de um dia do calendário considerado imutável, 
além de atribuir conotações cerimoniais a uma lei apodítica, moral. Aliás, o 
dia semanal chamado sábado encontra barreiras no fuso horário. São 11h10, 
o que significa que começamos o "sábado" do calendário antes de os 
habitantes dos Estados Unidos (eles mesmos separados no tempo por 
vários fusos horários) terem começado o "sábado" deles. Se o sábado é 
imutável, criou-se um problema! E os crentes japoneses já terminaram o 
culto desta noite e voltaram para casa porque no Japão são 23h10, e já estão 
dormindo ou se preparando para isso. O fuso horário se tornou herege: no 
horário de verão, adianta-se uma hora; no horário de inverno, nos Estados 
Unidos, atrasam uma hora. 
 
E nós aprendemos com a Palavra de Deus que a observância do Dia de 
Descanso é anterior à entrega da Lei no Sinai. Se alguém pensa que este 
significativo e abençoador dia foi estabelecido na entrega da Lei no Sinai, 
deve tomar conhecimento de que já era observado. 
Na realidade, quando da concessão do alimento chamado maná (Ex 16), o 
relato o menciona: 
 
"E ele lhes disse: Isto é o que o Senhor tem dito: Amanhã é repouso, sábado 
santo ao Senhor; o que quiserdes assar ao forno, assai-o, e o que quiserdes 
cozer em água; e tudo o que sobejar, ponde-o de lado para vós, guardando-o 
para amanhã. Guardaram-no, pois, até o dia seguinte, como Moisés tinha 
ordenado; e não cheirou mal, nem houve nele bicho algum. Então disse 
Moisés: Comei-o hoje, porquanto hoje é o sábado do Senhor; hoje não o 
 
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achareis do campo. Seis dias o colhereis, mas o sétimo dia é o sábado; nele 
não haverá" (Ex 16.23-26). 
 
Já existia, portanto, o Dia de Descanso, que vinha sendo observado pelo 
povo de Deus. E porque o costume do descanso já existia, foi incorporado à 
Lei com essa recomendação no quarto mandamento: "Lembra-te do dia do 
descanso para o santificar". Isso nos ensina que a guarda do repouso 
semanal é marca e evidência da liberdade do ser humano, da sua liberdade 
individual. Essa é a dimensão humanitária desse dia da qual todos 
(escravos, estrangeiros, e, mesmo, os animais) deviam se beneficiar de 
acordo com Êxodo 20.10: "Nesse dia nem tua filha, nem o teu servo, nem a 
tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas 
portas". E isso nos ensina que temos a tarefa não só de guardar, mas de 
"santificar" esse dia; não apenas descanso físico, mas de sustento para o 
espírito. Nosso ritmo humano de trabalho e descanso, trabalho por seis dias, 
e descanso em um dia, é reflexo da imagem de Deus porque a Bíblia diz em 
Gênesis 2.2: "Ora, havendo Deus completado no dia sétimo a obra que tinha 
feito, descansou nesse dia de toda a obra que fizera". 
 
O PRIMEIRO DIA 
 
Há um aspecto sagrado no descanso, não no dia da semana (Ex 20.8ss). 
Esse é o problema de certos grupos religiosos que enfatizam o dia da 
semana. O que é sagrado não é o dia da semana, mas o descanso, quem é 
sagrado é o ser humano, porque o próprio Senhor Jesus ensinou que o Dia 
do Descanso foi feito para o serhumano, não a pessoa para a instituição. Se 
assim acontecesse, seria um tremendo revés para o plano divino. Quem é 
imagem e semelhança de Deus é o irmão/a irmã, não o dia. Não é nosso 
objetivo colocar oposição entre dia e dia, entre o sábado e o domingo, até 
para não incorremos na condenação paulina que diz "...como tornais outra 
vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir? 
Guardais dias..." (Gl 4.10) e "um faz diferença entre dia e dia" (Rm 14.5), 
como também, "ninguém vos julgue... por causa de sábados" (Cl 2.16b), mas 
apresentar o aspecto sagrado do repouso da máquina humana. 
 
É preciso encarar esse assunto em termos de tempo e de eternidade. 
Estamos falando, ao discutir o descanso, de algo mais que contagem de 
tempo. Estamos falando de muito além que contar minutos para fechar a 
loja. Fixar-se num dia da semana é perder o senso da eternidade, mesmo 
porque nós não podemos doutrinar em cima de sombras do calendário (cf. 
Hb 10.1), o sábado temporal, e fazê-lo é perder a noção de que Jesus Cristo, 
Ele, sim, é o nosso Shabbath, o nosso descanso, como mencionado em 
Hebreus 4.3: "Porque nós, os que temos crido, é que entramos no descanso, 
tal como disse: Assim jurei na minha ira: Não entrarão no meu descanso; 
embora as suas obras estivessem acabadas desde a fundação do mundo". 
 
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O QUE É ETERNO 
 
O acima mencionado é o outro aspecto que deve ser enaltecido: o eterno. 
Nos dias do ministério terreno de Jesus Cristo, criou-se um extremado 
fanatismo quanto à questão do descanso semanal, pois, além de não se 
preparar alimento nesse dia para não acender o fogo, os utensílios usados 
nem eram removidos e lavados. Há uma explicação mais demorada, 
detalhada e lúcida sobre este assunto no livro A Guarda do Sábado, de 
autoria do Pr. Aníbal Pereira Reis. Os essênios nem iam ao sanitário?! Era 
proibido, entre outras coisas, acender e apagar candeeiro, cozinhar ovo, atar 
e desatar nó numa corda, dar pontos com uma agulha, escrever duas letras, 
esfregar as mãos, andar mais que um certo número de passos (cf. At 1.12), e 
até prestar socorro a alguém que tivesse membros do corpo quebrados, 
curar, portanto. 
 
Contra esse tipo de mentalidade, Jesus Cristo reagiu por ter observado que 
haviam perdido a dimensão eterna pelas mesquinharias que foram 
chamadas de religião! E, por essa razão, curou doentes no dia de descanso: 
 
· curou um paralítico no poço de Betesda (Jo 5.1-18; cf. v. 9), razão porque 
foi duplamente chamado de herege (cf. v. 18); 
· curou uma cego de nascença (Jo 9.1-7, 13,14,16); 
· curou um homem de mão atrofiada (Mc 3.1-6; Lc 6.6-11); 
· curou uma mulher com terrível problema na coluna (Lc 13.10-17), 
· e permitiu, no dia do Shabbath, atividades que eram proibidas pela Lei 
porque Ele é superior à Lei e Senhor da mesma. Era proibido colher trigo 
para a alimentação, no entanto, permitiu que as espigas fossem colhidas (Mc 
2.23-28). 
 
Sentiram que importante e digno é o ser humano, imagem do nosso Deus, 
semelhança do Criador? Sentiram que a Lei e as suas instituições devem ser 
vistas à luz da eternidade? 
 
Realmente, a carta aos Hebreus diz que a Lei é a sombra dos bens futuros, 
razão porque afirmamos que não se pode doutrinar em cima de sombras (cf. 
Hb 10.1). Portanto, com a Nova Aliança, as figuras e sombras da Antiga 
Aliança caducaram, e com elas os dias solenes dos judeus. 
 
· É o caso de Levítico 23.48 que registra a instituição, e regulação da Páscoa 
(23.4.8); encontramos, pelo contrário, na Nova Aliança, o apóstolo Paulo 
dizendo que Jesus Cristo é a nossa páscoa (1Co 5.7). 
· O Antigo Testamento faz referência às primícias (Lv 23.9-25), e quando 
Paulo escreve 1Coríntios 15.20, diz que Jesus Cristo é "as primícias dos que 
dormem". 
 
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· Levítico 23.33-44, ainda, menciona a Festa dos Tabernáculos ou Festa das 
Tendas Sukkoth), mas o Evangelho de João registra que o próprio Deus 
tabernaculou, "armou Sua tenda", habitou no nosso meio (cf 1.4). 
· E sobre o Dia da Expiação, o Yom Kippur (Lv 23.26-32), verifica-se que esse 
Dia do Perdão encontra o seu lado concreto no Calvário (Hb 2.17) porque 
esta solene festa judaica, um dos chamados pelos judeus de "dias terríveis" 
é só uma sombra do Calvário que está projetada. 
· Assim é que também encontramos o Dia de Descanso, o Yom Shabbath (Lv 
23.3), porque Jesus Cristo, Ele, sim, é o nosso shabbath, o nosso repouso 
(Hb 4.1ss). 
 
Oséias, o profeta, vai predizer no capítulo 2.11, que todas essa solenidades 
serão abolidas. "Também farei cessar todo o seu gozo, as suas festas, as 
suas luas novas, e os seus sábados, e todas as suas assembléias solenes". 
Com a Nova Aliança, não estamos mais presos ao tempo, mas, sim, 
abençoadamente ligados à eternidade pelo sangue de nosso Senhor Jesus 
Cristo. E o apóstolo Paulo o afirma: "Ninguém, pois, vos julgue pelo comer, 
ou pelo beber, ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados, 
que são sombras das coisas vindouras; mas o corpo é de Cristo" (Cl 
2.16,17). 
 
CREIO NO DIA DO DESCANSO 
 
Creio no Dia do Senhor porque creio na Nova Aliança de Deus com a 
humanidade, e nas realidades que ela ampliou do Antigo Pacto do Sinai! 
 
Creio no Dia do Senhor porque creio no sangue derramado de Jesus Cristo! 
 
Creio que o sacerdócio da Antiga Aliança foi conservado, mas foi ampliado, 
e o foi com um novo Sumo Sacerdote que é Jesus Cristo, (Hb 2.9-17; 4.14,15; 
7.1-28; 9.11ss), e o acesso a esse sacerdócio por todos os crentes (Hb 10.19-
23; 1Pe 2.5,9; Ap 1.6; 5.10; 20.6; 1Tm 2.1; Ef 6.18). 
 
Creio que o crente em Jesus Cristo, o salvo pelo Seu sangue é um sacerdote 
no reino de Deus! 
 
Creio no sacrifício único e eterno de Jesus Cristo (Hb 7.26,27; 9.24-28; 10.11-
14)! 
Creio nas leis morais, até mesmo naquelas mais estritas, porque Jesus 
Cristo vê a intenção, e não apenas o ato! Creio, portanto, na conservação do 
descanso! 
 
Creio no Dia do Senhor porque aprendo com meu Mestre que a ênfase deve 
ser dada ao conceito, e não ao dia em si! 
 
 
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Creio no Dia do Descanso porque Jesus Cristo é o Senhor desse dia, e o ser 
humano é superior à instituição temporal: "E prosseguiu [Jesus]: O sábado 
foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado" (Mc 
2.27). 
 
MAS, POR QUE O PRIMEIRO DIA DA SEMANA? 
 
Quando o cristão guarda o primeiro dia da semana, ele o faz no espírito de 
um novo mandamento, baseado em uma Nova Aliança, e ambos como 
cumprimento do antigo mandamento e da Antiga Aliança cumpridos na fé 
cristã. 
 
Por que o primeiro dia da semana? Porque a ressurreição de Jesus Cristo é 
o acontecimento fundamental do evangelho, e realmente tudo no evangelho 
olha para a ressurreição (cf. 1 Co 15.14,17,19). Que maravilha termos como 
referencial o túmulo vazio! O dia da semana, em si, nada significa, mas, o 
que nele ocorreu, sim! Vejam só: odia 2 de Julho nada significa no Ceará, ou 
no Mato Grosso, ou em Santa Catarina! Mas é significativo na Bahia porque 
é o Dia da Independência deste estado ocorrida em 1823. Fora da Bahia não 
tem sentido! 17 de Abril nada significa para outras igrejas na cidade do 
Salvador, mas tem mérito na Igreja Batista Sião, que foi organizada nesta 
data em 1936. 
 
O primeiro dia da semana tem significado para o cristão porque em um 
primeiro dia da semana Jesus Cristo ressuscitou (Mt 28.1; Mc 16.1,2; Lc 24.1; 
Jo 20.1), e desde os tempos apostólicos, esse dia vem sendo reservado (At 
20.7; 1Co 16.2; Ap 1.10, e escritos antigos), e Jesus ressuscitado Se 
encontrou com os discípulos no primeiro dia da semana (Mc 16.9; Mt 28.9; 
Lc 24.13,15,36ss; Jo 20.19,26). 
 
Por que o primeiro dia da semana? Porque depois de estar debaixo de 
extrema humilhação num fim de semana, Jesus Cristo, no primeiro dia da 
semana, gloriosamente ressuscitou. De modo que olhamos o dia do 
descanso, seja ele o primeiro dia da semana (o descanso temporal), seja o 
descanso eterno, à luz da ressurreição! 
 
E é por essa razão que na Nova Aliança o dia de descanso se chama "Dia do 
Senhor", significado exato da palavra domingo. Quando se fala "domingo" 
está sendo usada uma expressão da língua latina, dies dominica, ou seja, 
"dia que pertence ao Senhor", porque nesse dia, o primeiro da semana (a 
prima feria), nossos irmãos da Igreja Apostólica descansavam. Reuniam-se 
para a Ceia do Senhor: "No primeiro dia da semana, tendo-nos reunido a fim 
de partir o pão, Paulo, que havia de sair no dia seguinte, falava com eles, e 
prolongou o seu discurso até a meia-noite" (At 20.7); e preparavam ofertas 
de amor: "No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que 
 
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puder, conforme tiver prosperado, guardando-o, para que se não faça 
coletas quando eu chegar" (1 Co 16.2). 
 
Eles o faziam no dia da ressurreição de Jesus Cristo! E é isso exatamente o 
que fazemos, porque compreendemos que o dia do descanso é vital, não é 
formal, e encontra expressão numa experiência de crescimento, e celebra 
um acontecimento, e expressa e promove uma experiência transcendental 
no significado para o crente em Jesus Cristo! 
 
Também porque compreendemos que é um memorial de experiência, um 
monumento à verdade (os antigos hebreus comemoravam o que devia ser 
lembrado levantando colunas. Colocavam uma pedra, e outra pedra, e uma 
pedra mais, e assim por diante de modo que levantavam um pilar, uma 
coluna, um altar (Gn 28.18; Js 22.10) para indicar que alguma coisa 
importante havia sucedido). 
 
Compreendemos que, sendo um memorial de uma eterna experiência, no Dia 
do Senhor , homens e mulheres confessam, individual e coletivamente, sua 
fé na obra divina da criação de uma nova raça humana, obra divina que se 
fez em nós. Dizemos "eu compreendo a imortalidade desta pessoa por causa 
da ressurreição de Cristo" , e tudo isso lembramos neste primeiro dia da 
semana (cf. 1Co 15.22). 
 
Compreendemos que o Dia do Descanso enfatiza a espiritualidade da vida 
humana, e lembramos Lucas 12.15: "E disse ao povo: Acautelai-vos e 
guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem não 
consiste na abundância das coisas que possui". Não é o material, mas o 
espiritual que vale, e nós somos desafiados a considerar essas 
interpretações da vida, decidindo por uma posição materialista, aceitando 
essa abundância de coisas, ou uma posição espiritual, recebendo de mente 
e coração abertos essa bênção que desejamos e continuamos a desejar e 
praticar. 
 
Creio no Dia do Senhor porque eu me rejubilo nele! Ah, como me alegro, e 
posso exclamar como o fez o poeta de Israel: "Este é o dia que o Senhor fez; 
regozigemo-nos, e alegremo-nos nele" (Sl 118.24). Alegro-me por sua 
mensagem de ressurreição, e o próprio Senhor Jesus Cristo diz: "Não 
temas; eu sou o primeiro e o último, e o que vivo; fui morto, mas eis aqui 
estou vivo pelos séculos dos séculos; e tenho as chaves da morte e do 
hades" (Ap 1.17b,18). Creio no Dia do Senhor porque é um dia de culto, de 
descanso, de renovação da vida; é um dia de reconhecimento de Deus, de 
comunhão com Deus, de dedicação do eu em tempo e vida a Deus. 
 
O Dia de Descanso é um tipo dos céus. Já pensaram que toda a boa música 
que praticada nas igrejas é apenas uma sombra do que vem, quando 
 
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mudaremos toda nossa atividade para o louvor? A pregação vai acabar, a 
Bíblia diz que "as profecias serão aniquiladas" (1Co 13.8) e restará o eterno 
louvor do coro dos anjos e salvos! No entanto, lembremos que aos olhos 
cristãos nenhum dia é mais santo que o outro. Vamos rever os conceitos: 
não existe dia mais santo que outro porque neles devemos trabalhar, e o 
trabalho sempre foi considerado uma santa missão. (cf. Ex 20.9). 
 
É assim que o Dia do Senhor dá profundidade, dimensão, altura e significado 
aos demais dias! Que o Senhor nos ajude a compreender essa tão grande 
realidade, e a compreender que Jesus Cristo, Ele sim, é o nosso eterno 
descanso! 
 
Parte II 
O CAMINHO DA SALVAÇÃO 
 Todos precisamos de salvação. A vontade de Deus é que todos se salvem. Para 
consecução desse plano, Ele enviou seu Filho unigênito, “para que todo aquele 
que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16). O verdadeiro caminho 
é Jesus, que disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai, 
senão por mim” (Jo 14.6). E Ele próprio convida o pecador para receber salvação: 
“Estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua 
casa e com ele cearei, e ele, comigo” (Ap 3.20). 
 
Primeiro passo 
 
O homem deve reconhecer que é pecador; que está afastado de Deus pelo 
pecado; que está numa situação miserável, pois “TODOS PECARAM E 
DESTITUÍDOS ESTÃO DA GLÓRIA DE DEUS” (Rm 3.23). “Se dissermos que não 
temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós” (1 Jo 
1.8). Pela desobediência do primeiro casal o pecado entrou no mundo e com o 
pecado, a morte. O homem herdou de Adão e Eva a natureza pecaminosa. O 
pecado original estendeu-se por toda a humanidade como uma herança maldita, 
porque “semente gera semente da mesma espécie”. Jesus foi o único homem, 
gerado no ventre de uma mulher, que não foi contaminado pela semente danosa 
do pecado. Ele foi gerado pela semente de Deus, e como tal pôde pagar o preço 
de nossa redenção. 
 
Segundo passo 
 
Arrependimento. Neste passo, o homem reconhece que é pecador e toma a 
decisão de dar meia volta e seguir caminho diferente. João Batista dizia em suas 
pregações: “Arrependei-vos, pois está próximo o reino dos céus” (Mt 3.2). Jesus 
iniciou o seu ministério chamando todos ao arrependimento (Mt 4.17). Não basta 
arrepender-se; é preciso deixar o pecado, deixar a mentira, o adultério, as 
palavras torpes, tudo o que estiver em desobediência a Deus. 
 
 
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“O QUE ENCOBRE AS SUAS TRANSGRESSÕESNUNCA PROSPERARÁ, MAS 
O QUE AS CONFESSA E DEIXA, ALCANÇARÁ MISERICÓRDIA” (Pv 28.13). 
 
Terceiro passo 
 
Aceitar Jesus como Senhor e Salvador: “Se, com a tua boca, confessares ao 
Senhor Jesus, e, em teu coração, creres que Deus O ressuscitou dos mortos, 
serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz 
confissão para a salvação” (Rm 10.9-10). A essência da salvação está neste 
versículo: fé, senhorio de Cristo e Sua ressurreição. “Confessar ao Senhor Jesus” 
não significa apenas aceitá-LO de viva voz, numa decisão pública. Compreende, 
também, levar uma vida cristã de obediência a Ele, em palavras e atos. 
 
As conseqüências desses passos 
 
Receberá perdão: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para 
nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1.9). 
Passará a viver uma nova vida: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova 
criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17). 
Será recebido como filho do Altíssimo: “Todos vós sois filhos de Deus pela fé em 
Cristo Jesus” (Gl 3.26). 
Receberá o Espírito: “Não sabeis vós que sois santuário de Deus, e que o Espírito 
de Deus habita em vós?” (1 Co 3.16). 
Salvar-se-á: “Quem nEle crê não é condenado; mas quem não crê já está 
condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (Jo 3.18). 
 
Parte III 
O PASSAPORTE PARA O REINO DE DEUS 
A mensagem de João 3.1-12 - 
Suponhamos que você estivesse correndo em direção ao aeroporto a fim de viajar 
para um país distante. Na hora de mostrar o passaporte no guichê você não o 
encontra de jeito nenhum. De repente você se lembra que o deixou em casa, em 
cima do televisor; porém, buscá-lo agora não seria possível porque você mora 
longe e, de qualquer forma, perderá o vôo. Sem passaporte não há como 
embarcar. Assim é em relação ao reino de Deus. Sem passaporte não há como 
entrar nele, e nem ao menos vê-lo. Que passaporte é esse? Quem o expede? 
Como podemos consegui-lo? Quanto custa? É o que pretendemos conferir neste 
estudo. 
 
1. O passaporte para o reino de Deus é o novo nascimento. 
 
Nicodemos não compreendeu o significado bíblico do ensino de Jesus sobre o 
reino de Deus, o novo nascimento e suas implicações. E você, compreende? 
 
a. Um homem chamado Nicodemos 
 
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Seu nome é de origem grega e significa "conquistador do povo". É mencionado 
somente no Evangelho de João e sua primeira aparição ocorre no capítulo 3, onde 
é descrito como fariseu (partido religioso da época), um dos principais dos judeus 
(significando que era membro do Sinédrio, o mais alto tribunal civil e eclesiástico 
de Israel) e mestre (isto é, um escriba, cuja profissão era estudar, interpretar e 
ensinar a lei). Parece que apesar de saber - juntamente com outros que pensavam 
como ele (cf. Jo 2.23) - que Jesus era "Mestre vindo da parte de Deus; porque 
ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele" (Jo 
3.2), Nicodemos temia ser descoberto pelos judeus e denunciado a seus colegas 
fariseus, resultando em sua expulsão do Sinédrio e da sinagoga. Seria esta a 
razão principal pela qual ele foi ter com Jesus de noite? É provável que sim. Em 
João o medo religioso não é um tema ignorado. 
 
Mesmo sendo mestre em Israel Nicodemos não conseguiu entender, a priori, as 
metáforas espirituais empregadas por Cristo (vv4,9). Nicodemos é mencionado 
novamente em João 7.50,51, onde mostrou mais coragem ao protestar contra as 
acusações feitas à pessoa de Jesus, sem que Ele fosse ouvido. A referência final 
a Nicodemos aparece em João 19.39, onde se registra que ele trouxe uma grande 
quantidade de especiarias valiosas para ungir o corpo de Jesus, o que indica que 
era homem de posição social. 
 
b. O conceito bíblico de reino de Deus 
 
A idéia de reino de Deus está presente em toda a Bíblia. No entanto, a expressão 
como tal aparece somente no Novo Testamento. A expressão "reino de Deus" 
ocorre 4 vezes em Mateus, 14 vezes em Marcos, 32 vezes em Lucas, 2 vezes em 
João, 6 vezes em Atos, 8 vezes em Paulo e 1 vez no Apocalipse. "Reino dos 
céus" aparece somente em Mateus (33 vezes). "Reino de Deus" e "reino dos 
céus" são variações lingüísticas da mesma idéia (cf. Mt 19.23,24). Mateus, que 
escreveu para os judeus, preferia usar a expressão idiomática semítica, enquanto 
que os demais escritores do NT a forma grega theós (Deus). Os judeus, por 
respeito e temor, normalmente usavam um termo apropriado no lugar do nome de 
Deus (cf. Mt 21.25). 
 
O reino de Deus também é o reino de Cristo. Jesus fala do reino do Filho do 
homem (Mt 13.41; 16.28); de "meu reino" (Lc 22.30; Jo 18.36). Paulo fala do "reino 
do Filho" (Cl 1.13) e "seu reino celestial" (2 Tm 4.18). Pedro menciona a "entrada 
no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" (2 Pe 1.11). Deus 
confiou o reino a Cristo (Lc 22.29), e quando o Filho tiver completado o Seu 
governo, entregará o reino ao Pai (1 Co 15.24). Por isso, é o "reino de Cristo e de 
Deus" (Ef 5.5). "O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo" (Ap 
11.15). Não existe nenhuma tensão entre "o reino do nosso Deus e a autoridade 
do seu Cristo" (Ap 12.10). 
 
 
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Quando se compara João com os sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), percebe-se 
algo interessante. Nos sinóticos o tema dominante é o reino de Deus, cuja 
expressão aparece somente 2 vezes em João (3.3,5), enquanto que vida, ou vida 
eterna, é um conceito menos usado. Num estudo cuidadoso de Reino nos 
sinóticos e de Vida em João, descobre-se que "ambos pertencem à mesma 
categoria teológica, e são sinônimos". De acordo com C. K. Barret, vida eterna em 
João "substitui o reino de Deus dos evangelhos sinóticos". Portanto, quando Jesus 
fala de ver ou entrar no reino de Deus, é o mesmo que ter vida eterna ou ser salvo 
(cf Jo 3.16,17). O reino de Deus é o âmbito em que seu domínio é reconhecido e 
obedecido, e no qual prevalece sua graça. A menos que alguém nasça de novo, 
não pode sequer chegar a ver o reino de Deus; isto é, não pode experimentá-lo e 
participar dele; não pode possuí-lo e desfrutá-lo (Cf. Lc 2.26; 9.27; Jo 8.51; At 
2.27; Ap 18.7). Antes que alguém possa ver esse reino, antes que alguém possa 
entrar nesse reino, e antes que alguém possa ter vida eterna em qualquer sentido, 
é necessário nascer de novo. 
 
c. O contexto do novo nascimento 
 
O contexto do diálogo de João 3 consiste na insuficiência de uma fé baseada em 
sinais externos (Jo 2.23). Jesus não podia confiar naqueles cuja fé era meramente 
superficial. Ele tinha conhecimento perfeito da natureza humana (Jo 2.24,25), 
como se vê na entrevista com Nicodemos. Num contexto mais amplo, por assim 
dizer, não podemos entender adequadamente a doutrina do novo nascimento fora 
do contexto do ser humano no pecado. O novo nascimento é necessário por 
causa da seriedade do pecado e da incapacidade do ser humano de resolver, por 
si só, o problema do pecado. Foi isso que Jesus disse a Nicodemos quando 
declarou no verso 6: "O que é nascido da carne, é carne ; e o que é nascido do 
Espírito, é espírito". Segundo Hendriksen, "Este versículo pode ser parafraseado 
do seguinte modo: A natureza humana pecadora produz natureza humanapecadora (cf. Jó 14.4, 'Quem da imundícia poderá tirar cousa pura? Ninguém'. Cf. 
Também Sl 51.5). O Espírito Santo é o autor da natureza humana santificada". 
 
Em sua primeira epístola, o apóstolo João trabalha a verdade do diálogo de Jesus 
com Nicodemos na apresentação de seus resultados na vida moral do crente. 
Aquele que é nascido de Deus crê e ama a Jesus: "Todo aquele que crê que 
Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou, 
também ama ao que dele é nascido" (1 Jo 5.1). Ele pratica a justiça: "Se sabeis 
que ele é justo, reconhecei também que todo aquele que pratica a justiça é 
nascido dele" (1 Jo 2.29). Não leva uma vida de pecado: "Todo aquele que é 
nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a 
divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus" (1 
Jo 3.9). "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado..." 
(1 Jo 5.18a). Ama seus irmãos em Cristo e conhece a Deus: "Amados, amemo-
nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é 
nascido de Deus, e conhece a Deus" (1 Jo 4.7). E experimenta a vitória da fé 
 
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sobre o mundo: "Porque tudo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a 
vitória que vence o mundo, a nossa fé" (1 Jo 5.4). 
 
O verbo "nascer", empregado por João no Evangelho e em sua 1a Epístola, 
aparece no texto grego no tempo aoristo ou perfeito, indicando o caráter único, 
decisivo e completo do novo nascimento, com efeitos profundos e permanentes. 
Sendo assim, "De acordo com João, o que é o novo nascimento?" Packer faz a 
pergunta e ele mesmo responde com muita propriedade: "Não é uma alteração ou 
adição à substância ou às faculdades da alma, e, sim, uma drástica mudança 
operada sobre a natureza humana caída, que leva o homem a ficar sob o domínio 
eficaz do Espírito Santo e o torna sensível a Deus, o que ele previamente não era. 
Não é uma mudança produzida pelo próprio homem, da mesma forma que os 
infantes nada fazem a fim de induzir ou contribuir para sua própria procriação e 
nascimento. Trata-se de um livre ato de Deus, não provocado por qualquer mérito 
ou esforço humano (cf. Jo 1.12; Tt 3.3-7), por ser totalmente um dom da graça 
divina". 
 
2. O passaporte para o reino de Deus é o novo nascimento produzido pelo 
Espírito Santo. 
 
O Espírito santo é o agente do novo nascimento. Nascer de novo é o mesmo que 
nascido do Espírito (v8) ou do alto, conforme sugere o advérbio grego ánothen nos 
versos 3 e 7. Você já nasceu de novo? 
 
a. O significado de nascer da água e do Espírito 
 
O que significa nascer da água e do Espírito? A expressão nascer da água e do 
Espírito tem sido interpretada de várias maneiras. As diferentes opiniões 
acontecem, basicamente, em torno da expressão "nascer da água". As principais 
interpretações referem-se 1) à palavra de Deus (Pink, Mattew Henry, entre outros); 
2) ao batismo com água (Hendriksen, Lenski, entre outros); 3) à operação 
purificadora do Espírito Santo (Calvino, Packer, entre outros). Estou convencido 
de que a terceira interpretação é a correta. O argumento de Calvino sobre esta 
passagem é digno de consideração. Diz ele que 
"... depois de Jesus Cristo expor a Nicodemos a corrupção de nossa natureza, e 
dizer-lhe que é preciso que sejamos regenerados, como Nicodemos imaginava um 
segundo nascimento corporal, Cristo lhe mostra de que maneira Deus nos 
regenera; a saber, em água e em Espírito; como se dissesse: Pelo Espírito, o qual 
purificando e regando as almas faz o ofício da água. Desse modo é que eu tomo a 
água e o Espírito simplesmente pelo Espírito, que é água. Esta maneira de falar 
não é nova, visto que está de acordo com a que se encontra em Mateus, onde 
João Batista diz: 'O que vem após mim vos batizará com Espírito Santo e com 
fogo' (Mt 3.11). Portanto, como batizar com Espírito Santo e com fogo é dar o 
Espírito Santo, o qual tem a natureza e a propriedade do fogo para regenerar aos 
fiéis, da mesma forma nascer da água e do Espírito não quer dizer outra coisa 
 
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senão receber a virtude do Espírito Santo, que faz na alma o mesmo que a água 
no corpo. Sei que outros interpretam esta passagem de outra maneira; mas eu 
não tenho dúvida de que este é o sentido próprio e natural da mesma, uma vez 
que a intenção de Cristo não é outra que advertir-nos sobre a necessidade de nos 
despojarmos de nossa própria natureza se queremos entrar no reino de Deus. (...) 
ninguém pode entrar no reino de Deus até ser regenerado com a água viva; isto é, 
com o Espírito". 
 
Packer, seguindo o pensamento de Calvino, diz que em João 3.5 a palavra água 
"não se refere a nada externo que seja complementar à obra interior do Espírito 
nem ao batismo de João nem ao batismo cristão nem às águas do nascimento 
natural, como algumas pessoas têm suposto, mas, sim, ao aspecto purificador da 
renovação interior como tal, da maneira como é retratada em Ezequiel 36.25-27". 
Diz ele ainda que o fato de não se mencionar a água no versículo 6 de João 3 é 
uma evidência de que no verso 5 a água é apenas "uma ilustração de um aspecto 
da ação renovadora do Espírito". 
 
Concluímos, portanto, que assim como não há diferença entre ver o reino de Deus 
e entrar nele; nenhuma distinção entre ver a vida (Jo 3.36) e entrar nela (Mt 19.17; 
Mc 9.43,45), também não existe qualquer diferença entre nascer da água e do 
Espírito. 
 
b. Livre e soberanamente 
 
Em João 3 a natureza do novo nascimento fica evidente naquela analogia 
empregada por Jesus quando diz: "O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, 
mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do 
Espírito" (Jo 3.8). Além disso, a palavra grega ánothen (de novo, vv3,7), que 
também poderia ser traduzida por "de cima", "do alto", "do céu" (o que é o mesmo 
que dizer, "de Deus" [Jo 1.13]), evidencia ainda mais o caráter livre e soberano do 
Espírito Santo na obra da regeneração. Tendo-se em vista a estrutura vertical do 
pensamento joanino, e a ênfase que ele coloca na ação soberana do Espírito, a 
tradução "de cima" (e equivalentes), ajusta-se melhor ao contexto. Sendo assim, 
por que utilizamos também a expressão nascer "de novo"? Nós a utilizamos 
porque 1) é uma tradução possível no presente contexto, e 2) em João nascer do 
"alto" significa o mesmo que nascer de novo e vice-versa. 
 
"Provavelmente, enquanto Jesus conversava com Nicodemos sobre essas 
questões, o vento noturno soprou mansamente pelas ruas estreitas do lugarejo, e 
sua presença refrescante e fria varreu o que fora deixado nas ruas durante o dia. 
Essa circunstância pode ter sugerido a ilustração usada por Jesus, e 
convenhamos que foi uma figura simbólica muito apropriada para representar as 
operações do Espírito de Deus" (CHAMPLIN, op. cit., 307). 
 
A comparação que Jesus faz entre o vento e o Espírito Santo em João 3.8 para 
 
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ilustrar o novonascimento é muito inteligente. A começar pelo uso dos termos, em 
português "vento" e "Espírito" são traduções distintas de uma mesma palavra 
grega, a saber, pneuma. Somente o contexto é que define a tradução correta. A 
comparação de Jesus também é indicada pela palavra "assim". Além disso, nota-
se dois pontos na analogia. O primeiro ponto é visto na expressão "onde quer"; e o 
segundo (que estudaremos mais adiante) na expressão "não sabes". 
 
Teologicamente falando, assim como o vento sopra onde quer, ouvimos a sua voz, 
mas não sabemos donde vem, nem para onde vai; o Espírito Santo age livre e 
soberanamente, implantando no coração a vida que tem sua origem não nos 
homens, mas em Deus. 
 
O vento é uma força que não podemos dominar nem barrar. O vento não consulta 
o beneplácito de ninguém, nem pode ser regulado pelos artifícios de quem quer 
que seja. Assim acontece com o Espírito. O vento sopra quando quer, onde quer, 
como quer. Assim se dá com o Espírito. Do modo como o ir e vir do vento não 
pode ser controlado pelo homem, também o novo nascimento do Espírito é 
independente da vontade humana (cf. Jo 1.13). O vento é regulado pela sabedoria 
divina. Todavia, no tocante ao ser humano, é absolutamente livre e soberano em 
suas operações. 
 
Do mesmo modo é o Espírito Santo. Às vezes o vento sopra tão suavemente que 
as folhas quase não farfalham; em outras ocasiões, sopra com tanta força que seu 
rugido pode ser ouvido a muitos quilômetros de distância. Assim também 
podemos observar na questão do novo nascimento. Com algumas pessoas o 
Espírito Santo trata de maneira tão suave que a sua atuação é quase 
imperceptível a observadores humanos; com outras, sua ação é tão poderosa, 
radical e revolucionária que suas operações tornam-se evidentes para muitos. Às 
vezes, o vento tem alcance meramente local; em outras ocasiões sua área de 
atuação é de grande alcance. Assim acontece com o Espírito Santo: hoje ele 
regenera uma ou duas pessoas, ao passo que amanhã poderá compungir o 
coração de multidões inteiras, conforme ocorreu no dia de Pentecostes. Seja 
como for, agindo em poucos ou em muitos, ele não consulta homem algum. Age 
como quer. O novo nascimento se deve à vontade livre e soberana do Espírito 
Santo de Deus. 
 
c. Sobrenatural e misteriosamente 
 
O caráter sobrenatural e misterioso do Espírito Santo na obra da regeneração 
pode ser encontrado também na analogia do vento e o Espírito, principalmente na 
parte em que Jesus diz: "não sabes donde vem, nem para onde vai". O Mestre 
ensina a Nicodemos que a obra regeneradora do Espírito Santo não pode ser 
entendida em seu aspecto místico e sobrenatural, como Nicodemos queria (Jo 
3.9), ao mencionar o vento como exemplo de comparação. Do mesmo modo que 
ninguém sabe de onde vem o vento, nem para onde vai , assim é todo o que é 
 
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nascido do Espírito. E assim como o vento, a ação oculta do Espírito Santo no 
coração humano não pode ser vista ou controlada, mas seus efeitos são 
inconfundivelmente evidentes. 
 
Se olharmos atentamente para João 3.1-12, veremos que o sobrenatural e o 
misterioso estão presentes do começo ao fim da passagem. A própria expressão 
"nascer de novo" ou "do alto" soava incompreensível aos ouvidos de Nicodemos. 
O mestre de Israel sabia que Jesus falava de nascimento, mas não entendeu a 
natureza desse nascimento, que é espiritual (Jo 3.4). Não devemos interpretar a 
pergunta admirada de Nicodemos como se ele pensasse que realmente deveria 
retornar ao ventre materno e nascer segunda vez. Certamente ele aguardava uma 
resposta negativa por parte de Jesus. E assim, como é absolutamente impossível 
alguém entrar no ventre materno e nascer pela segunda vez, espiritualmente 
falando também não existe qualquer possibilidade de alguém entrar no reino de 
Deus se não nascer de novo. Pelo menos, a colocação de Nicodemos em João 
3.4 serviu para Jesus desenvolver ainda mais o que Ele queria ensinar. A 
expressão nascer da água e do Espírito, que para nós ocidentais parece estranha 
e, por isso, tem dado margem para diversas interpretações, foi usada por Jesus 
para facilitar a compreensão de Nicodemos sobre o novo nascimento, sem perder 
de vista o caráter sobrenatural e misterioso do mesmo. 
 
Segundo Bruce, a expressão nascer da água e do Espírito "ecoa a linguagem do 
A. T. e pode ter sido escolhida para fazer soar uma campainha na mente de 
Nicodemos". E mais: 
"Se ele considerasse impossível adquirir uma natureza nova mais tarde na vida, 
agora deveria lembrar que Deus tinha prometido fazer exatamente isto em seu 
povo Israel: 'Aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; ... e porei 
dentro de vós espírito novo (Ez 36.25s.). Este 'espírito novo' era o Espírito do 
próprio Deus: 'Porei dentro em vós o meu Espírito' (Ez 36.27). A promessa a Israel 
através de Ezequiel foi ampliada na visão do vale de ossos secos, quando o 
profeta obedeceu à ordem divina: 'Profetiza ao espírito (= sopro), profetiza, ó filho 
do homem, e dize-lhe: Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó 
espírito, e assopra sobre estes ossos, para que vivam' (Ez 37.9). Nesta passagem 
de Ezequiel, como na presente passagem do quarto evangelho, deve ser 
lembrado que a mesma palavra hebraica (rûah) e grega (pneuma) pode ser 
traduzida por 'sopro', 'vento' ou 'espírito', dependendo do contexto". 
 
Novamente Jesus é mal compreendido pelo fariseu. "Então, lhe perguntou 
Nicodemos: Como pode suceder isto? Acudiu-lhe Jesus: Tu és mestre em Israel e 
não compreendes estas cousas?" (Jo 3.9,10). O ensino de Jesus foi sem dúvida 
uma grande lição para um homem que acreditava, como muitos de sua época, que 
podia salvar-se mediante a obediência da lei de Moisés, e por muitos outros 
preceitos produzidos pelos homens. Jesus esperava que um homem como 
Nicodemos, famoso por suas exposições das Escrituras, reconhecido como 
autoridade em todas as questões religiosas (cf. Jo 7.50,51), compreendesse com 
 
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naturalidade o que Ele dizia, visto que Seu ensino não era completamente novo. 
Estava respaldado no Antigo Testamento. 
 
Jesus continua: "Se, tratando de cousas terrenas, não me credes, como crereis, 
se vos falar das celestiais?" (Jo 3.11). O que Jesus quis dizer com essas 
palavras? Se o novo nascimento é algo sobrenatural, por que Ele o chama de 
"cousas terrenas"? E o que seriam, porventura, as coisas "celestiais"? Uma das 
melhores interpretações que encontrei foi a de F. F. Bruce. Diz ele: "A maneira 
mais natural de entender as coisas terrenas é atentar para o que Jesus estava 
falando. Pode parecer estranho classificar o novo nascimento como algo 'terreno', 
pois, por natureza, é um nascimento do alto; mas é 'terreno' no sentido de que 
acontece na terra e pode ser ilustrado por analogias terrenas. No ensino de Jesus, 
o novo nascimento faz parte do estágio elementar. Há muito mais a ser aprendido 
depois de compreendida esta lição, mas como pode alguém que ainda não o 
experimentou avançar para compreender a plenitude da revelação de Deus em 
Cristo? Entre as coisas 'celestiais', que não têm analogias terrenas, podem ser 
mencionadas a relação eterna do Filho com o Pai e sua encarnação na terra. 
Estas coisas estão totalmente fora do alcance daexperiência humana; para saber 
delas somos completamente dependentes de alguém que veio de Deus para 
revelá-las, o Filho do homem". 
 
Concluímos que mesmo quando sabemos o momento exato do nosso novo 
nascimento, ainda assim não é possível compreender tão alto mistério. Teólogos e 
filósofos não são capazes de resolver este assunto. A teologia e a filosofia não 
conseguem desvendá-lo. Charles Hodge, o erudito de Princeton, expressou-se 
simplesmente da seguinte forma acerca do mistério da regeneração: "Não está ao 
alcance da filosofia ou da teologia resolver este mistério. É, contudo, o dever do 
teólogo examinar as várias teorias salvíficas, e rejeitar toda semelhança quando 
são inconsistentes com a Palavra de Deus". 
 
3. O passaporte para o reino de Deus é o novo nascimento produzido pelo 
Espírito Santo de graça. 
Se você ainda não tem, adquira hoje mesmo seu passaporte gratuitamente e faça 
uma boa viagem. 
 
a. Por que de graça? 
 
Em um comercial de televisão, o vendedor oferecia um produto que garantia a 
aquisição de um outro "de graça", segundo ele. "Por que de graça?", perguntava, 
e a resposta logo em seguida era, "porque de graça é melhor!". No que se refere à 
obtenção de nosso passaporte para a vida eterna não dá para agir assim. O 
passaporte para o reino de Deus não pode ser adquirido como se fosse um brinde 
por termos comprado (ou merecido) alguma coisa. O passaporte para o reino de 
Deus só pode ser obtido de graça, pela graça, por intermédio da fé. "Porque pela 
graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de 
 
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obras, para que ninguém se glorie" (Ef 2.8,9). O passaporte para o reino de Deus 
é um presente do Senhor para nós; por isso, não existe nenhuma outra maneira 
de consegui-lo a não ser de graça, pois somos pecadores por natureza, 
impossibilitados de adquiri-lo por nossos próprios méritos (cf. Rm 3.23; 6.23). 
 
Cristo garantiu o nosso passaporte através de sua morte na cruz. O Espírito Santo 
é, por assim dizer, o expedidor ou agente desse passaporte. Em linguagem 
teológica isso significa que o Espírito Santo é o aplicador da obra redentora de 
Cristo. "O único agente eficaz na aplicação da redenção", segundo nos ensina a 
Confissão de Fé de Westmisnter. De acordo com o Breve Catecismo, "Tornamo-
nos participantes da redenção adquirida por Cristo pela eficaz aplicação dela a 
nós pelo Seu Santo Espírito". Vemos, então, que o Espírito Santo está 
estreitamente ligado à pessoa e obra de Cristo. Por conta disso, a Bíblia o 
denomina de "Espírito de Jesus" (At 16.7); "Espírito de Cristo" (Rm 8.9); "Espírito 
do Filho" (Gl 4.6) e "Espírito de Jesus Cristo" (Fp 1.19). Em outro lugar Paulo diz: 
"Ora o Senhor é o Espírito" (2 Co 3.17). Isto não significa que Cristo e o Espírito 
sejam a mesma pessoa, e sim, que há uma unidade divina entre ambos para a 
nossa redenção. Cooperam mutuamente com esta finalidade. Podemos perceber 
a clareza deste fato quando lemos Mateus 28.20; João 15.26; 16.14,15, onde 
Cristo promete retornar a Seus discípulos e a nós no Espírito. É por isso que 
Paulo diz em algumas vezes que é Cristo e em outras o Espírito Santo quem 
habita em nós (Rm 8.9,10; 1 Co 3.16; Gl 2.20). 
 
Concluímos, então, que o passaporte para o reino de Deus é de graça porque não 
existe a mínima possibilidade de alguém nascer de novo, ser salvo e obter a vida 
eterna por seu próprio esforço ou mérito pessoal. A salvação não pode ser 
comprada ou ganha por obras ou merecimento (At 15.11; Ef 2.8,9). É de graça! 
Porém, custou um alto preço ao nosso Senhor e Salvador. Paulo diz que fomos 
"comprados por preço" (1 Co 6.20), e Pedro complementa dizendo que não fomos 
salvos "mediante cousas corruptíveis, como prata ou ouro..., mas pelo precioso 
sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo" (1 Pe 
1.18,19). O mérito é todo de Cristo. Ele pagou um alto preço para que míseros 
pecadores como nós pudessem ser salvos de graça. 
 
b. A graça de Deus no novo nascimento. 
 
"Graça" é o favor imerecido de Deus para conosco. Nenhum de nós é merecedor 
de ver ou entrar no reino de Deus através do novo nascimento, a não ser pela 
graça. Graça é o favor imerecido de Deus para quem estava em débito com Ele. 
 
Imaginemos a seguinte situação: ao se deparar na rua com um mendigo que 
nunca vira antes, alguém tira um dinheiro do bolso e lhe entrega. Esta atitude de 
ajudar o mendigo, por mais louvável e recomendável que seja, ainda não é graça. 
É compaixão. Agora, se aquela pessoa compassiva ajudasse um mendigo ou 
alguém que fez mal a ela; alguém que prejudicou sua vida e, por isso, está em 
 
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débito com ela, e mesmo assim se dispõe a ajudar o ofensor, isso é graça. 
Graça é um favor imerecido para quem está em débito com aquele que o ajuda. 
 
Uma diferença básica entre graça e compaixão no que se refere à pessoa de 
Deus, é que na primeira o Senhor nos deu o que não merecíamos. Paulo diz: 
"Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida 
eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 6.23). E mais: "Porque pela graça 
sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, 
para que ninguém se glorie" (Ef 2.8,9). Não merecíamos a vida eterna. Quanto à 
misericórdia ou compaixão de Deus, Ele não nos deu o que merecíamos; a saber, 
a morte eterna. "Num ímpeto de indignação escondi a minha face por um 
momento; mas com misericórdia eterna me compadeço de ti, diz o Senhor, o teu 
Redentor" (Is 54.8). 
 
Tiago diz que "Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do 
Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança" (Tg 
1.17). O novo nascimento descrito em João 3 também vem do alto. É um dom da 
livre graça de Deus. Uma obra realizada pelo Espírito Santo, a fim de que cegos 
espirituais possam ver o reino de Deus; que pessoas afastadas dele por causa do 
pecado possam entrar; e que mortos em seus delitos e pecados possam viver a 
vida do reino. O novo nascimento é o dom da graça de Deus que muda a 
disposição de nossa alma, inclinando nosso coração para o Senhor. 
 
A regeneração é uma dádiva graciosa de Deus, como toda boa dádiva e todo dom 
perfeito que vêm do alto. Tudo de bom que recebemos ou possuímos nesta vida, e 
que nos aguarda no futuro também, é pela graça. Nada é nosso, exceto o pecado. 
 
"A graça se adapta melhor à nossa necessidade do que qualquer outra coisa. 
Visto que o pecado é um tirano que reina sobre nós, e pretende levar-nos à morte 
eterna, que esperança podemos ter de salvação firmados em nossos próprios 
esforços? Quando nossas consciências ficam alarmadas por causa de nossas 
muitas falhas vergonhosas, não estamos em desespero? Lembre-se, porém, de 
que a salvação é pela graça de Deus! A graça de Deus está fundamentada na 
obediência perfeita e meritória de Cristo. O pecado não pode destruir o valor 
disso. A graça pode reinar sobre a maior indignidade (cf. Rm 5.21). Na verdade, é 
só com o indigno que a graça se preocupa. Isso é assombroso! Isso é 
maravilhoso! Há esperança de salvação para o pior indivíduo, se é que ela é 
assegurada pela riqueza da graça que reina". 
 
c. A condição necessária do novo nascimento 
 
A condiçãonecessária do novo nascimento aparece, pelo menos, em duas 
ocasiões em João 3.1-12. 
A primeira delas ocorre no verso 3 quando Jesus diz a Nicodemos: "... se alguém 
não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus". Segundo Sproul, 
 
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"Quando Jesus disse a Nicodemos que 'se' alguém não nascesse de novo, ele 
estava afirmando aquilo a que chamamos de condição necessária. Uma condição 
necessária é um requisito absoluto para que um resultado desejado qualquer 
tenha lugar. Por exemplo, não pode haver fogo sem a presença do oxigênio, pois 
o oxigênio é uma condição necessária para que haja combustão. (...). A palavra 
'se' faz da regeneração um sine qua non da salvação. Não havendo regeneração, 
não haverá vida eterna". Vale destacar, ainda, que por três vezes nesta passagem 
Jesus utiliza o prefácio solene "em verdade, em verdade te digo" (Jo 3.3,5,11). As 
palavras "em verdade" em forma duplicada aparecem 25 vezes somente no 
Evangelho de João, e sempre pronunciadas pelo Senhor Jesus. Essas palavras - 
do hebraico amém, transportado para o Novo Testamento - denota uma forte 
ênfase. Em outras palavras, quando Jesus falou sobre a regeneração como uma 
condição necessária para ver e entrar no reino de Deus, ele declarou essa 
condição necessária de maneira enfática. Além dessas palavras ("em 
verdade,..."), a expressão "não pode" também é crucial no ensino de Jesus. 
 
"Trata-se de uma expressão negativa que aborda a idéia de habilidade ou 
possibilidade. Sem a regeneração, ninguém (negativa universal) é capaz de entrar 
no reino de Deus. Não há exceções. É impossível alguém entrar no reino de Deus 
sem ter renascido". 
A segunda ocasião em que aparece a condição necessária do novo nascimento 
em João 3, encontra-se no verso 7. A versão Almeida Revista e Atualizada (ARA), 
adotada neste estudo, traduz assim o versículo: "Não te admires de eu te dizer: 
importa-vos nascer de novo". Outras possíveis traduções são as seguintes: "Não 
te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo" (ARC); "Por isso 
não se admire de eu dizer que todos vocês precisam nascer de novo" (BLH). Para 
Nicodemos aquela história toda sobre nascer de novo parecia muito estranha. Ele 
estava acostumado à idéia de salvação por meio das obras da lei; isto é, por uma 
ação do homem. Mas o ensinamento que agora recebe é que a salvação é um 
dom de Deus, e que, em sua primeira etapa, tem lugar por meio de um 
acontecimento no qual o homem é necessariamente passivo. 
 
"Com freqüência, na pregação de nossos dias, interpreta-se mal a expressão 
necessário vos é. Deve-se entender claramente que, em concordância com todo o 
contexto, não se refere à esfera da obrigação moral mas à do decreto divino. 
Quando Jesus diz: 'Necessário vos é nascer de novo', não significa, 'Fazei todo o 
possível para nascer de novo'. Pelo contrário, o que quer dizer é: 'Algo tem que 
suceder-vos: o Espírito Santo deve por em vosso coração a vida do alto'. E 
Nicodemos precisaria ter um conhecimento suficientemente profundo de sua 
própria incapacidade e corrupção para compreender isto imediatamente. Assim 
não teria mostrado com sua expressão ou com suas palavras que lhe parecia tão 
estranha e surpreendente o ensino de Jesus acerca da absoluta necessidade e do 
caráter soberano da regeneração". 
 
Deus seja louvado por tão grande salvação! O passaporte para o reino de Deus é 
 
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o novo nascimento produzido pelo Espírito Santo de graça. 
Notas: 
À luz das palavras de Nicodemos em João 3.2, é provável que ele tivesse 
presenciado os sinais que Jesus fazia em Jerusalém durante a festa da páscoa 
(Jo 2.23). O "sabemos" de Nicodemos (v2) e o "sabemos" de Jesus (v11), 
parecem sugerir um contraste entre o conhecimento produzido pela reflexão 
humana e o conhecimento resultante da estreita comunhão com o Pai. Para outras 
possíveis interpretações consulte R. N. CHAMPLIN, O Novo Testamento 
Interpretado Versículo por Versículo: Lucas-João, Vol. II. Guaratinguetá: A Voz 
Bíblica, s/d, p. 308. 
 
Não estamos considerando as três vezes em que a palavra "reino" aparece 
isoladamente em João 18.36. Cf. Júlio Paulo Tavares ZABATIERO, Vida. In: 
DITNT. São Paulo: Vida Nova, Vol. IV, 1983, p. 758. Um exemplo de que as 
expressões reino de Deus e vida eterna são equivalentes pode ser encontrado em 
Marcos, onde "entrar na vida" (Mc 9.43,45) é o mesmo que "entrar no reino de 
Deus" (Mc 9.47). Ibdem. 
 
Cf. HENDRIKSEN, op. cit., p. 143. "Carne" em João 3.6 não tem a mesma 
conotação de João 1.13. Nesta última passagem "carne" indica desejo carnal, o 
impulso sexual do homem e da mulher; enquanto que em João 3.6 refere-se à 
natureza não regenerada que está em oposição ao Espírito (cf. Gl 5.17). 
HENDRIKSEN, op. cit., p. 145. 
 
J. I. PACKER, Vocábulos de Deus. São José dos Campos: Editora Fiel, 1994, p. 
137. 
 
João CALVINO, Institución de la Religión Cristiana (IV, xvi, 25). 3ª ed. Países 
Bajos: Felire, 1986, Vol. II, p. 1061,2. Em seu comentário de João, Calvino trata 
deste assunto ainda com mais detalhes. Consulte Calvin's Commentaries: The 
Gospel According to St John 1-10. Grand Rapids: Eerdmans, 1961, p. 64,65. J. I. 
PACKER, Na Dinâmica do Espírito. São Paulo: Vida Nova, 1991, p. 64. Idem, p. 
64,65. Embora esteja ciente da distinção que alguns teólogos fazem entre 
"regeneração" e "novo nascimento", neste estudo essas palavras são usadas 
indistintamente. 
 
Jesus não disse que ninguém conhece a direção do vento, e sim, que ninguém 
conhece sua origem e seu destino. F. F. BRUCE, op. cit., p. 81. Idem, p. 81,82. 
Note que o pronome pessoal da segunda pessoa do singular (tu) está 
subentendido na frase; portanto, a expressão "não me credes" refere-se a 
Nicodemos, enquanto que "como crereis", que está na segunda pessoa do plural, 
refere-se a Nicodemos e àqueles que ele representava. 
 
BRUCE, op. cit., p. 84,85. 
 
 
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C. HODGE, Sistematic Theology. Grand Rapids: Eerdmans, 1946, Vol. III, p. 6. 
XXXIV, 3. Resposta 29. 
 
Abraham BOOTH, Somente Pela Graça. São Paulo: PES, 1986, p. 15. R. C. 
SPROUL, O Mistério do Espírito Santo. São Paulo: Cultura Cristã, 1997, p. 94. 
 
Cf. João 7.13; 9.22; 12.42; 19.38. Para outras possibilidades do porquê 
Nicodemos ter visitado Jesus à noite, consulte G. HENDRIKSEN, Comentario Del 
Nuevo Testamento: El Evangelio Según San Juan. Grand Rapids: SLC, 1987, p. 
142. Alguns eruditos identificam Nicodemos com Nicodemos ben Gorion, um rico 
cidadão de Jerusalém e irmão de Josefo ben Gorion, o famoso escritor das 
guerras e antigüidades dos judeus. Mas não há provas conclusivas a respeito 
desta identificação. Consulte F. F. BRUCE, João: Introdução e Comentário. São 
Paulo: Vida Nova/Mundo Cristão, 1987, p. 78; R. N. CHAMPLIN, op. cit., p. 303. 
Cf. G. E. LADD, Reino de Cristo, de Deus, dos Céus In: EHTIC. São Paulo: Vida 
Nova, Vol. III, 1990, p. 262. 
 
Idem, p. 95. Ibdem. Consulte a nota 21 parao significado dos pronomes pessoais 
usados por Jesus neste diálogo. Cf. G. HENDRIKSEN, op. cit., p. 145. Ibdem. 
 
Parte IV 
O SIGNIFICADO DA SALVAÇÃO 
 Quais as implicações práticas da salvação em Cristo Jesus para o homem e a 
mulher de hoje? A expressão JESUS SALVA é muito conhecida em nossos dias, 
pois além de ser convencionalmente anunciada é comum vê-la nos vidros dos 
carros e nos pára-choques dos caminhões. Entretanto, o que ela realmente 
significa? Antes de tudo é importante ter em mente que Jesus é salvação. Ele é a 
própria salvação, ou melhor, a única salvação. Pedro afirmou: "E não há salvação 
em nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos 
salvos" (At 4.12). Para o apóstolo Pedro Jesus é a salvação no mais profundo 
sentido da palavra. 
 
Complementando Pedro, o apóstolo Paulo, por sua vez, acrescenta: "Porquanto 
há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem" 
(I Tm 2.5). Além disso, o apóstolo entendia que o propósito divino para a salvação 
de alguém é eterno. "... Deus nos escolheu desde o princípio para a salvação...", 
diz Paulo em 2 Tessalonicenses 2.13. E em Efésios 1 diz ainda que Deus nos 
escolheu em Cristo para a salvação antes da fundação do mundo. 
 
O Senhor Jesus, dentre outras maneiras, apresentou a salvação em termos de ato 
e processo, libertação e manutenção. 
 
Vejamos, resumidamente, o que significa a salvação em Cristo Jesus. 
 
1) LIBERTAÇÃO DO PECADO 
 
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Que é pecado? 
"Pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus, ou qualquer 
transgressão desta lei" (Breve Catecismo de Westminster, cf Tg 2.10; 4.17; I Jo 
3.4). Em outras palavras, pecado é tudo aquilo que se faz contrário à vontade de 
Deus. É errar o alvo naquilo que Deus quer para a nossa vida. 
 
O pecado surgiu no jardim do Éden com a desobediência dos nossos primeiros 
pais, ao comerem do fruto proibido (Gn 3.12,13; Os 6.7). Uma vez que Adão era o 
nosso representante diante de Deus, o gênero humano que dele procedeu por 
geração ordinária, pecou nele e caiu com ele na sua primeira transgressão (Gn 
1.28; At 17.26; Rm 5.12-14; I Co 15.21,22). Por causa desta transgressão todo 
gênero humano possui agora uma natureza corrompida e escravizada pelo 
pecado (Sl 51.5; Rm 5.18,19; 6.6,17,20; 8.7; Ef 2.1-3). E o resultado final de tudo 
isto é que a humanidade perdeu a comunhão com Deus, está debaixo de sua ira e 
maldição, e assim sujeita a todas as misérias nesta vida, à morte e às penas do 
inferno para sempre (Gn 3.8,24; Mt 25.41-46; Rm 6.23; Ef 2.3). 
 
Mas Deus deixou todas as pessoas perecerem em seus pecados? De modo 
algum! "Tendo Deus, unicamente pela sua boa vontade desde toda a eternidade 
escolhido alguns para a vida eterna, entrou com eles em um pacto de graça, para 
os livrar do estado de pecado e miséria, e trazê-los a um estado de salvação por 
meio de um Redentor" (Breve Catecismo, cf Jo 17.6; Ef 1.4; Tt 1.2). E quando 
aceitamos a Jesus e por Ele somos salvos, o Pai nos justifica. "Justificação é um 
ato da livre graça de Deus, no qual Ele perdoa todos os nossos pecados e nos 
aceita como justos diante de Si, somente por causa da justiça de Cristo a nós 
imputada, e recebida só pela fé" (Rm 5.18; 2 Co 5.21; Gl 2.16). 
 
Para que alguém seja salvo por Cristo é necessário que se arrependa dos seus 
pecados e creia no Senhor Jesus como único e suficiente Salvador de sua vida 
(Mc 1.15; At 16.31). 
 
2) LIBERTAÇÃO DO PECADO PARA A VIDA ETERNA 
 
A morte foi e sempre será, como conseqüência do pecado, a maior de todas as 
calamidades que o ser humano já experimentou na face da terra. A morte é o 
pagamento mais elevado do pecado, "porque o salário do pecado é a morte" (Rm 
6.23a). Portanto, viver eternamente, há muitos e muitos anos, tem sido o anseio 
do coração de cada pessoa. Haja vista, por exemplo, a preocupação de Juan 
Poncil de Leon que no século XV saiu à procura duma fonte da juventude, e de 
Cleópatra, a rainha egípcia do século I a. C., que passava horas e horas se 
banhando em água com plantas aromáticas para imortalizar a sua idade juvenil. 
 
A não conformidade com a morte gera a esperança de uma vida eterna. Eis 
alguns exemplos da Antigüidade: Indígenas colocavam junto aos mortos as armas 
 
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que estes haviam usado em vida, na certeza de que lhes seriam úteis nas lutas do 
além. Os groenlandeses enterravam junto às crianças um cão para guiá-las 
através do bosque sombrio que supunham existir nos limites da outra vida. Os 
egípcios punham à disposição do morto, na sua tumba, um esboço de uma das 
regiões do além. Os gauleses 'emprestavam' dinheiro aos defuntos na expectativa 
de reavê-lo na outra vida. Os gregos colocavam, na boca dos cadáveres, uma 
moeda de prata, a fim de pagarem a passagem pela travessia de um rio que, 
segundo se cria, limitava os dois mundos. 
 
VIDA ETERNA é a expressão que praticamente resume a missão de Cristo, agora 
e sempre, para todo aquele que nEle crê. "Porque Deus amou ao mundo de tal 
maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, 
mas tenha a vida eterna" (Jo 3.16). Paulo salienta: "Ele (Cristo) vos deu vida, 
estando vós mortos nos vossos delitos e pecados" (Ef 2.1). A palavra "vida" usada 
por Paulo em Efésios 2.1 é, em grego, ZOE e não BIOS, indicando, desse modo, 
aquela qualidade de vida espiritual e eterna que só Jesus pode dar. 
Vale a pena ressaltar que "a vida eterna não é simples existência eterna; significa 
existir com todas as faculdades desenvolvidas em plenitude de alegria. Não é 
existir como a erva seca, mas sim, como a flor em toda a sua beleza" (Carlos 
Spurgeon, O Conquistador de Almas). 
 
A vida eterna consiste no conhecimento de Deus (cf Jo 17.3). Este conhecimento, 
longe de ser uma simples questão de compreensão intelectual acerca de Deus, 
significa, na verdade, um relacionamento pessoal, devocional e íntimo com Ele. A 
vida eterna é uma obra da livre graça de Deus que adquirimos quando nos 
convertemos, isto é, quando nos arrependemos de nossos pecados e cremos em 
Jesus para a nossa salvação. E nem mesmo a morte física serve de obstáculo 
para a vida eterna; pelo contrário, a morte, para os crentes, é "uma libertação do 
pecado e um passo para a vida eterna" (Catecismo de Heidelberg, cf Jo 5.24; Rm 
7.24; Fp 1.23). Além disso, ter a vida eterna é o mesmo que estar salvo num 
processo irreversível (Jo 5.24; 6.47; 10.27,28; I Jo 5.13). Vida eterna, como o 
próprio nome indica, não é uma coisa que temos hoje e perdemos amanhã. Neste 
caso seria vida transitória, jamais eterna. 
 
"O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em 
Cristo Jesus nosso Senhor" (Rm 6.23). 
 
3) LIBERTAÇÃO DO PECADO PARA A VIDA ETERNA EM SANTIDADE DE 
VIDA 
 
A santidade de vida consiste no fato de morrermos cada vez mais para o pecado e 
vivermos para a retidão (cf Rm 6.6; 12.1,2; Ef 4.20-24; I Pe 1.2). E não há outra 
coisa que Deus mais deseja para aqueles que foram libertados do pecado, 
enquanto estiverem no mundo, senão uma vida contínua de santificação. "Pois 
esta é a vontade de Deus, a vossa santificação", diz Paulo (I Ts 4.3). E Pedro 
 
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complementa: "... segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos 
também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede 
santos, porque eu sou santo" (I Pe 1.15,16). 
 
Paulo diz ainda em Efésios 1.4 que a nossa eleição por parte de Deus visava a 
nossa santificação: "... nos escolheu... para sermos santos e irrepreensíveis 
perante Ele". E não somente isto, mas a santidade de vida é também uma das 
grandes evidências de nossa eleição e salvação (cf 2 Pe 1.3-11). 
 
É necessário que estejamos atentos para o estado perigoso de muitos que 
professam a fé cristã hoje em dia. Sem a santificação "ninguém verá ao Senhor", 
diz o autor de Hebreus (Hb 12.14). Quanto a este particular, o erudito John Owen, 
puritano do século XVII, afirmou: "Não há imaginação mais tola e perniciosa, que 
costuma caracterizar os homens, do que esta - que pessoas não purificadas, não 
santificadas, cujas vidas não são santas, supostamente possam ser levadas 
àquele estado de bem-aventurança que consiste no aprazimento de Deus. Nem 
tais pessoas desfrutariam de Deus, e nem Deus seria uma recompensa para elas. 
A santidade, na verdade, será aperfeiçoada no céu, mas os seus primórdios 
invariavelmente estão confinados a este mundo". 
 
"Não há salvação sem santificação", costumavam dizer os puritanos do passado. 
 
De que maneira trocamos o pecado pela vida de santidade? Como a velha 
natureza ainda faz parte de nossa vida, devemos lutar constante e diligentemente 
contra toda forma de pecado. O bispo anglicano J.C.Ryle, em seu famoso livro 
Santidade, apresenta-nos uma receita infalível para se lutar contra e vencer o 
pecado. Diz ele: "A santidade também é algo que depende em muito do uso 
diligente dos meios bíblicos. Quando falo em meios, tenho em vista a leitura da 
Bíblia, a oração privada, a freqüência regular à adoração pública, o ouvir 
constante da Palavra de Deus e a participação regular na Ceia do Senhor. Afirmo 
como um simples fato que ninguém que se descuida quanto a esses exercícios 
pode conseguir grande progresso no caminho da santificação. (...). Deus opera 
através de meios, e Ele nunca abençoará uma alma que pretenda ser tão elevada 
e espiritual que possa dispensar esses exercícios, como se fossem 
desnecessários". 
 
O Pai celestial nos abençoará através dos meios, mas só se estivermos dispostos 
a nos apropriarmos deles (Mc 14.38). E não se esqueça: Jesus Cristo deve ser o 
maior exemplo de santidade a ser imitado por você (Cl 2.6; I Pe 2.21,22; I Jo 2.6). 
Pois só assim é possível manifestar a fé verdadeira, porque, como sabemos, a fé 
sem obras é morta! 
 
4) LIBERTAÇÃO DO PECADO PARA A VIDA ETERNA EM SANTIDADE DE 
VIDA, VISANDO A GLÓRIA DE DEUS 
 
 
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Em sua pergunta de nº 3, o Catecismo de Doutrina Cristã declara: "Para que fim 
vos criou Deus a vós e a todas as coisas?". "Para a sua própria glória", é a 
resposta. Esta declaração singela resume o conteúdo de toda a Bíblia no que 
concerne ao propósito de Deus para a Sua criação em geral, e para o ser humano 
em particular. 
 
A glória de Deus é o tema da revelação geral (a criação) e da revelação especial 
(a Palavra). O Salmo 19 é um exemplo maravilhoso de declaração e manifestação 
da glória de Deus pela criação (vv1-6) e pela Palavra (vv7-14). Contudo, somente 
a Bíblia é a única regra para nos dirigir na maneira correta de glorificar a Deus. E 
dentro do que estamos apresentando até aqui, concluímos, pela Palavra de Deus, 
que a salvação em Cristo, que consiste na libertação do pecado para vivermos 
eternamente em santidade de vida, não tem outro fim supremo e principal senão o 
de glorificar a Deus. 
 
Mas o que significa glorificar a Deus? A palavra glorificar às vezes significa tornar 
alguém glorioso, ou conceder-lhe glória; outras vezes quer dizer reconhecer 
alguém como glorioso, ou manifestar sua glória. No primeiro sentido se diz que 
Deus glorifica (torna ou concede glória) tanto a Cristo (At 3.13) como aos 
justificados (Rm 8.30). Neste caso, portanto, não podemos glorificar a Deus, pois 
nada podemos acrescentar à perfeição que Ele tem em si mesmo. 
 
O segundo sentido de glorificar, que ocorre várias vezes nas Escrituras, quer dizer 
que podemos e devemos declarar por palavras e atitudes que Deus é glorioso, isto 
é, honrá-lO e louvá-lO como tal, e tornando conhecidas de outros Sua majestade, 
bondade, etc. 
 
Nós glorificamos a Deus quando cantamos para Ele, quando oramos a Ele, 
quando estudamos a Sua Palavra e, principalmente, quando fazemos a Sua 
vontade (Mt 12.50; Lc 6.46-49). Ademais, é importante ficar claro que de nossa 
parte apenas glorificamos a Deus quando fazemos as coisas com o propósito de 
glorificá-lO de fato (cf I Co 10.31). Digo isto simplesmente porque Deus não tem 
prazer naquilo que não O Glorifica. Por exemplo: Quantas vezes oramos a Deus 
com o fim de satisfazermos simplesmente os nossos próprios interesses? Não 
duvido que é na oração que muitas vezes usurpamos a glória que pertence a 
Deus. Tiago 4.3 diz: "Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes 
em vossos prazeres". Ao tratar dos impedimentos à oração, R.A.Torrey comenta 
Tiago 4.3 de um modo que deve nos levar à reflexão. Diz ele: "Um propósito 
egoísta na oração rouba-lhe o poder. Muitas orações são egoístas. Pode tratar-se 
de coisas perfeitamente adequadas para ser objeto de petição, coisas que sejam 
da vontade de Deus conceder, mas o motivo da oração é inteiramente errado, e 
assim ela se anula. O verdadeiro propósito na oração é para que Deus possa ser 
glorificado na resposta. Se pedirmos algo simplesmente para recebermos o que 
pedimos e usá-lo em nossos prazeres ou em nossa própria gratificação, estamos 
'pedindo mal' e não podemos esperar receber aquilo que pedimos. Isto explica 
 
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porque muitas orações permanecem sem resposta" (Torrey, Como Orar). Deus 
quer abençoar muito a você e a mim, mas para isso precisamos fazer a coisa 
certa, do jeito que a Bíblia nos ensina a fazer. 
 
O sentido da vida consiste em atribuir a Deus a glória que exclusivamente Lhe 
pertence. Por isso precisamos ter em mente ainda outra coisa: É necessário 
reconhecermos que se existe alguma bondade, habilidade e talento em nós é por 
causa da graça e misericórdia de Deus para conosco. I.H. Marshall, comentando a 
trágica morte do rei Herodes em Atos 12, disse corretamente: "A lição é que o 
próprio Deus age contra aqueles que usurpam a Sua posição e reivindicam para si 
mesmos as honras divinas". Talvez não cheguemos ao ponto de reivindicar para 
nós mesmos as honras divinas como Herodes fez, mas não estamos tão longe 
desse erro como poderíamos pensar. Toda forma de soberba e orgulho é uma 
péssima indicação de que alguém está querendo para si o que deveria atribuir a 
Deus. A Bíblia, assim como a história antiga e moderna, tem vários exemplos 
desastrosos da chamada síndrome de Lúcifer. Porque quem a si mesmo se 
exaltar será humilhado

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