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PROBLEMÁTICA AMBIENTAL URBANA EM BALNEÁRIO CAMBORIÚ - SC (PL) - Bárbara Beatriz B Silva (1) (1)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC
Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental (ENS)
Produção mais Limpa (P+L) - ENS5182
Professor: Dr. Marcos Leandro Silva Oliveira
PROBLEMÁTICA AMBIENTAL URBANA EM BALNEÁRIO CAMBORIÚ - SC
PROPOSTA DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA
Bárbara Beatriz B Silva
Florianópolis/ SC
Outubro de 2022
1. PROBLEMÁTICA
1.1 Identificação do Município
O município de Balneário Camboriú iniciou seu povoamento por volta de 1750, por famílias que viviam na região e se instalaram na cidade na esperança de terra fértil e clima adequado (BALNEÁRIO CAMBORIÚ, 2022). Desde o início do seu povoamento até meados de 1920, Balneário Camboriú se tratava de uma porção costeira isolada de Camboriú, que tinha ocupação de moradores que sobreviviam da pesca e agricultura. Foi a partir da década de 1980 que consolidou-se a construção civil na cidade, a partir da produção de loteamentos.
Uma série de fatores corroborou para o grande investimento no ramo imobiliário, resultando no surgimento de mais edificações na área central da orla. Nesse momento, as alturas das edificações já eram incomuns para cidades do porte de Balneário Camboriú, necessitando assim de mudanças no Plano Diretor, pois já eram ultrapassados os limites estabelecidos (FLORES, 2015). 
	Com a intenção de regularizar os novos empreendimentos, o Plano Diretor foi adaptado, extinguindo o limite pré estabelecido de 20 pavimentos nas áreas entre a Avenida Atlântica e Avenida Brasil, sendo as vias mais próximas da costa. Então, na década dos anos 2000, a verticalização na orla de Balneário Camboriú foi intensificada, principalmente com empreendimentos de alto padrão. Em 2004, o município entregava um prédio por semana (FLORES, 2015). Atualmente, Balneário Camboriú é conhecida como a capital catarinense do turismo, já alcançando um marco de mais de 4 milhões de turistas em um ano (BOGARIM, 2018). 
1.2 Problemática ambiental urbana
	A urbanização desenfreada e a intensa verticalização nas cidades, especialmente na costa, podem gerar diversos problemas socioambientais. Alguns estudos demonstram que municípios com urbanização costeira turística podem causar mudanças severas na vegetação do local, onde uma grande variedade de espécies da flora são inseridas nesses locais, porém oriundas de outras regiões, danificando muitas vezes a flora nativa. Além disso, edifícios de grande porte construídos na orla afetam a velocidade e direção do fluxo de vento na localidade, podendo gerar formação de dunas, modificando a posição espacial da linha da costa (GONÇALVES; PACHECO; TANAJURA; SILVA, 2013). Um desses grandes impactos relacionados à construção civil na orla seria o sombreamento da praia, que além de interferir no uso humano da praia para fins recreativos, pode ocasionar problemas para integridade dos ecossistemas e no microclima, visto que a fauna e flora são influenciados pela temperatura e incidência solar (SOUZA, J.; ROSA, L.; LOMARDO, L, 2018). 		
O planejamento urbano de Balneário é guiado pelo Plano Diretor instituído na Lei Municipal nº 2686 de 19 de dezembro de 2006, que tem como função estabelecer limites na ocupação urbana, gerenciando os impactos na paisagem e interferências em outras construções (FURLAN, 2016). Porém, no município em questão, não existe limitação de número de pavimentos, o que esclarece esse cenário de competição sobre quem irá erguer os maiores edifícios. 
O movimento descontrolado de urbanização e verticalização dos locais próximos à orla de Balneário Camboriú, não só trouxe impactos no ambiente de praia, como também impactou outros corpos hídricos da região. A área central de Balneário Camboriú é construída por cima do Canal Marambaia, corpo hídrico que hoje se encontra em sua maior parte tubulado. Isso deixa claro como as áreas de preservação ambiental também não são levadas em consideração no planejamento urbano. Hoje, com a flexibilização do Código Florestal em ambientes de área urbana consolidada, muitos empreendimentos já instalados ou em processo de instalação serão regularizados com um distanciamento de somente 15 metros do corpo hídrico, descaracterizando cada vez mais a paisagem natural do município. 
1.2.1. Correlação com a metodologia 100RCITIES
Os impactos causados pelo crescimento desordenado da construção civil em Balneário Camboriú, podem ser relacionados a metodologia 100RCITIES, em suas dimensões e fatores, através da dimensão Infraestrutura e Meio-ambiente, que “Fornece e Melhora Bens Naturais e Construídos” e implica em: Gestão ambiental, infraestrutura apropriada, planejamento efetivo do uso do solo e regulamentação da execução. Tal situação, iniciada já na década de 1980, coloca Balneário Camboriú no estado que está hoje, onde o crescimento da construção civil está desenfreado, não há limites para o crescimento da verticalização da cidade e como consequência da perturbação à sociedade do meio ambiente.
2. JUSTIFICATIVA	
	Apesar de Balneário Camboriú não ser considerada populosa, no verão, essa população triplica com a chegada dos turistas, podendo atingir três vezes mais que a população local (Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico, 2022).
A verticalização acarreta a concentração do dióxido de carbono, da poeira e do material particulado em suspensão, sobrecarga na infraestrutura, na impermeabilização do solo e no aumento da área exposta e o aumento da temperatura provocando as ilhas de calor (SANTOS et al., 2015). E no caso específico de Balneário Camboriú também gera corredores de vento e o sombreamento da praia. Esse último, junto com tão polêmico que obrigou a realização do alargamento da faixa de areia da praia em 2021. Além disso, essa perda parcial da insolação natural prontifica também para o aumento da umidade nas residências, ocasionando mofo, proliferação de fungos, cupins e doenças respiratórias. (SANTOS et al., 2015). Não só gerando impactos negativos no ambiente, a construção civil também contribui para a segregação urbana e econômica.
As situações de “desordem” urbana podem ser claramente distinguidas em Balneário Camboriú, onde em 2022 foi declarada como a cidade com o metro quadrado mais caro do Brasil, chegando ao preço de R$9.888, ultrapassando até mesmo São Paulo (g1, 2022). Assim, como pode-se perceber, esse crescimento desordenado da construção civil em Balneário Camboriú impacta diretamente na qualidade de vida de toda população.
3. SOLUÇÃO PROPOSTA
3.1 Solução economicamente viável
Algumas iniciativas foram tomadas por parte da prefeitura de Balneário Camboriú após ser evidenciado o tamanho do problema que são os edifícios que ocupam quase toda a orla da praia. Dentre essas iniciativas destaca-se o alargamento da faixa de areia para um total de 70m, o que foi tomado por parte da população como uma maneira de mitigar a perda de luz solar direta no período da tarde sobre a praia, ocasionada pela presença dos prédios. Porém, devido a quantidade exorbitante de edifícios de grande porte na orla da praia, se tornam financeiramente inviáveis a maior parte, senão todas, as soluções diretas para o problema existente em Balneário Camboriú. Entretanto é possível que se restrinja o porte e/ou a localização de futuras obras que afetem o sombreamento da orla, para evitar que o problema se agrave. Além disso, medidas de compensação podem ser aplicadas, como a construção de áreas verdes ou de uso coletivo em regiões não afetadas pelo problema, proporcionando acesso à luz solar e lazer para a população local.
3.2. Correlação com os ODS
3.2.1 ODS 11: Cidades e comunidades sustentáveis
	O objetivo número 11 pode ser diretamente relacionado ao tema abordado, este trata da relação da cidade junto às comunidades e as responsabilidades da gestão pública no enfrentamento dos problemas associados à urbanização desordenada . As metas propostas visam propiciar um ambiente mais inclusivo para todos, de forma sustentável, visando uma cidade integrada à comunidade com segurança e resiliência para diminuir e enfrentar os desastres decorrentes da mudançaclimática. A problemática abordada pode ser correlacionada a seguinte meta:
· Meta 11.3: Até 2030, aumentar a urbanização inclusiva e sustentável, aprimorar as capacidades para o planejamento, para o controle social e para a gestão participativa, integrada e sustentável dos assentamentos humanos, em todas as unidades da federação.
3.2.2 ODS 15: Vida terrestre
	Este objetivo é focado principalmente nas relações humanas em consonância com o meio ambiente terrestre. As ações antrópicas são as grandes responsáveis pelo desequilíbrio e extinção de diversos ecossistemas, sendo alguns de grande sensibilidade, como a região costeira, por exemplo, que possui grande parcela da vegetação natural substituída por plantas exóticas. 
	A vegetação costeira, quando saudável, representa grande interação entre fauna e flora bastante específica, além da grande importância para a transição do ecossistema aquático para o terrestre. Neste ponto, é necessário frisar que o valor ornamental e mesmo paisagístico de um ambiente é fruto da cultura da população que o avalia e em nossa cultura costuma-se valorizar gramados e palmeiras, mesmo que eles não tenham relação com o resto do ambiente onde serão inseridos (Macedo, 1993). O problema abordado pode ser correlacionada a seguinte meta:
· Meta 15.1: Até 2020, serão conservadas, por meio de sistemas de unidades de conservação previstas na Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), e outras categorias de áreas oficialmente protegidas como Áreas de Preservação Permanente (APPs), Reservas Legais (RLs) e terras indígenas com vegetação nativa, pelo menos 30% da Amazônia, 17% de cada um dos demais biomas terrestres e 10% de áreas marinhas e costeiras, principalmente áreas de especial importância para biodiversidade e serviços ecossistêmicos, assegurada e respeitada a demarcação, regularização e a gestão efetiva e equitativa, visando garantir a interligação, integração e representação ecológica em paisagens terrestres e marinhas mais amplas.
REFERÊNCIAS
Balneário Camboriú. Balneário Camboriú. Disponível em: https://turismo.balneariocamboriu.sc.gov.br/sobre-a-cidade#dados-municipio. Acesso em: 18/102022.
BOGARIM, Soraya. BALNEÁRIO CAMBORIÚ ULTRAPASSOU A MARCA DE 4 MILHÕES DE TURISTAS EM 2017. 2018. Disponível em: https://www.secturbc.com.br/turismo/pt-br/noticia/balneario-camboriu-ultrapassou-a-marca-de-4-milhoes-de-turistas-em-2017. Acesso em: 18/10/2022.
CALDAS, Joana. Balneário Camboriú tem metro quadrado mais caro do país em pesquisa com 50 cidades. Disponível em: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2022/04/13/balneario-camboriu-tem-metro-quadrado-mais-caro-do-pais-em-pesquisa-com-50-cidades.ghtml. Acesso em:18/10/2022.
FLORES, Heloísa Cristina. A EXPANSÃO DOS IMÓVEIS DE ALTO PADRÃO AO SUL E AO NORTE DA ORLA DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ/SC: UMA CRÍTICA SOBRE A RELAÇÃO ENTRE O ESTADO E O MERCADO IMOBILIÁRIO NA CIDADE. 2015. 249 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Urbanismo História e Arquitetura da Cidade, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2015. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/159647. Acesso em:18/10/2022.
FURLAN, Katuana Varela. AVALIAÇÃO DA INSOLAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DA RADIAÇÃO SOLAR NO AMBIENTE URBANO DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ. In: SEMINARIO INTERNACIONAL DE INVESTIGACIÓN EN URBANISMO, 8., 2016, Balneário Camboriú. Conference report. Balneário Camboriú: Departament D’urbanisme I Ordenació del Territori. Universitat Politècnica de Catalunya, 2016. Disponível em: https://upcommons.upc.edu/handle/2117/100519. Acesso em: 18/10/2022.
Prefeitura de Balneário Camboriú. Resolução aprova áreas municipais de preservação permanente em Balneário Camboriú. 2022. Disponível em: https://www.bc.sc.gov.br/imprensa_detalhe.cfm?codigo=32058. Acesso em: 18/10/2022.
Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico. Janeiro registrou crescimento no número de turistas em Balneário Camboriú. Disponível em: https://www.bc.sc.gov.br/imprensa_detalhe.cfm?codigo=31986. Acesso em: 18/10/2022.
SILVA, Wellinton Camboim de Moraes da. AVALIAÇÃO DE ÁREAS VERDES URBANAS NO MUNICÍPIO DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ – SC. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE QUALIDADE AMBIENTAL, 9., 2014, Porto Alegre. Artigo. Porto Alegre: Revista Cadernos Acadêmicos - Unisul, 2014. Disponível em: https://portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/Cadernos_Academicos/article/view/2571. Acesso em: 18/10/2022.
OLIVEIRA, Fabrício. O sombreamento da praia de Balneário Camboriú será resolvido com a nova faixa de areia?. Entrevista concedida a Grazielle Guimarães. ND Mais, Itajaí, publicação online, agosto, 2021. Disponível em:
https://ndmais.com.br/meio-ambiente/o-sombreamento-da-praia-de-balneario-camboriu-sera-resolvido-com-a-nova-faixa-de-areia/. Acesso em: 18/10/2022.

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