Prévia do material em texto
INTRODUÇÃO A qualidade de um papel depende fortemente do grau de limpeza da polpa. Materiais estranhos, como estilhas de cascas e madeira, nós, areia, partículas metálicas e outras impurezas podem não somente comprometer a qualidade do papel produzido, mas também causar danos à máquina, além de desgaste de equipamentos, problemas na secagem e consumo adicional de vapor. Esses corpos estranhos podem chegar com a matéria-prima ou aderir ao fluxo acidentalmente em algum ponto do processo. Cada tipo de matéria-prima possui tipos de impurezas com diferentes características e que se comportam diferentemente dentro dos processos de depuração. Na pasta química, os principais tipos de impurezas encontradas na massa são: nós provenientes das áreas mais densas do tronco das madeiras que, devido ao seu tamanho, são peneiradas; falsos nós gerados por cavacos mal cozidos; a maior parte dessas impurezas será individualizada na refinação; shives, que são pequenos aglomerados de fibras e que não foram suficientemente cozidos, não completando, assim, a sua separação; Obs: os shives de coníferas medem de 0,2 mm a 0,5 mm de largura e 3 mm a 10 mm de comprimento, já os shives de folhosas são consideravelmente menores e podem ser peneirados ou removidos por limpadores centrífugos. partículas de casca, como resultado de um descascamento mal feito antes do cozimento; As cascas geralmente têm a forma cúbica de 1 mm de tamanho ou menos, o que dificulta a passagem pela peneira. resíduos de impurezas adicionados à polpa ocasionalmente (como metais, areia, plásticos e pedaços de madeira) ou durante o processamento. Nas pastas mecânicas, os principais tipos de impurezas incluem: shives ou feixes de fibras não separadas adequadamente no processo de desfibramento; chop, que são similares aos shives, porém menores, provavelmente produzidos quando shives são rejeitados no refino. Essas partículas são removidas em limpadores centrífugos, devido à dificuldade de serem peneiradas; areia e areia moída, que tendem a passar por furos, mas podem ser rejeitados e recirculados em peneiras providas de fendas finas. A gama de impurezas encontradas em fibras secundárias inclui todas as encontradas nas outras polpas e grandes quantidades de materiais sintéticos. Entre as principais impurezas encontradas incluem-se: pastilhas, que são pedaços de papel não desfibrado, resultado de cozimento insuficiente, desagregação insuficiente, materiais com dificuldade de desfibramento ou ainda papéis com resistência a úmido; plásticos em forma de folhas, filme de polietileno, normalmente provindas de sacolas ou embalagens. É mais resistente ao desfibramento que os flakes, mas a grande maioria é geralmente peneirada; adesivos, materiais com base a látex, comumente usados para fechar fardos. Geralmente podem ser eliminados por peneiras, desde que não sejam muito pequenos. Há ainda tintas, asfalto, ceras e tintas de revestimento (coating), que podem ser removidos por outros meios, como células de flotação e vários tipos de limpadores centrífugos. A dispersão também pode reduzir o impacto visual negativo do material remanescente e não peneirado. IMPUREZA estilhas de pasta mal cozidas e depuradas areia; trapos; papéis resistentes a úmido plásticos; papéis parafinados ou resinados e outros areias; cascas; pedras; arames; pregos grampos; plásticos e outros materiais resultantes do desgaste de equipamentos da água; associada a insumos Quadro 1 – Diferentes tipos de impurezas presentes em aparas e papéis velhos FONTE Da matéria-prima Do manuseio e transporte Introduzido durante o processo de fabricação O Quadro 1 mostra os diferentes tipos de impurezas que podem estar presentes no processo de fabricação de papel e suas fontes. O processo de depuração torna-se ainda mais importante quando se trabalha com aparas e papéis velhos para fabricação de papel. As impurezas são normalmente classificadas segundo três categorias: sujeiras pesadas e volumosas, sujeiras pesadas e finas e, ainda, sujeiras leves. Podemos dizer que o objetivo básico da depuração é o de dividir o fluxo de polpa em duas correntes. Idealmente, todo o material indesejável estará em uma corrente, denominada rejeito, e, similarmente, todo o material desejável estará em uma outra corrente denominada aceite. Os objetivos reais que se buscam são tais que o fluxo de rejeito deverá conter a maior parte dos materiais indesejáveis, enquanto o fluxo de aceite deverá conter a mínima parte de materiais indesejáveis. A Figura 1 mostra como se dá o fluxo de aceite. FINALIDADE DA DEPURAÇÃO Figura 1 – Fluxo de aceite 1 - Entrada 2 - Diluição 3 - Aceite 4 - Rejeito TIPOS DE DEPURADORES Na maioria dos processos de fabricação de papel requer-se algum tipo de limpeza ou depuração da polpa a ser utilizada. Para esse fim, são utilizados equipamentos chamados depuradores, os quais, através dos anos, foram desenhados em diversos tipos para a indústria papeleira. De acordo com as características das impurezas (materiais indesejáveis) a serem removidas da massa, os depuradores são classificados em: depuradores probabilísticos (classificadores); depuradores por peso (hidrociclones). Depuradores probabilísticos (Classificadores) Os depuradores probabilísticos são equipamentos que separam as impurezas tanto pelo tamanho quanto pela forma das partículas; a esse tipo pertencem as partículas de rejeito sem forma definida e de tamanho grande, que podem ser removidas da polpa pelo efeito de peneiramento ao passar o líquido com suspensão de fibras através de uma chapa perfurada com furos arredondados ou ranhuras. Alguns exemplos de rejeitos: aglomerado de fibras; materiais não fibrosos finos e chatos; materiais não fibrosos redondos ou cúbicos; cordões de fibras (strings); torrões de fibras (lumps). Apesar das diversas configurações criadas, os depuradores possuem algumas características em comum. Todos devem ter uma câmara de entrada que possa conter o líquido a ser alimentado. Essa câmara é separada da câmara de aceite pela chapa perfurada, também denominada de cesto. Deve existir uma câmara de rejeito e uma forma de manter os furos ou ranhuras continuamente limpas, utilizando-se chuveiros, raspadores, diafragmas vibratórios, tinas vibratórias, tinas oscilantes, rotores de diversos perfis, e outros que se fizerem necessários. O depurador probabilístico típico é uma máquina de funcionamento relativamente simples. Os problemas de funcionamento ocorrem, normalmente, quando a carga de alimentação está acima ou abaixo das especificações dos equipamentos. PENEIRAS PLANAS VIBRATÓRIAS As peneiras vibratórias, conforme se pode observar na Figura 2, são os equipamentos de depuração mais antigos que existem. Sua utilização vem sendo reduzida e restringindo-se apenas a classificadores de rejeitos de outros equipamentos. Suas principais limitações residem na capacidade hidráulica, altas perdas de fibras nos rejeitos e entupimento da placa perfurada. Figura 2 – Peneira vibratória Essas peneiras consistem em uma caixa que contém uma placa perfurada ou ranhurada, colocada na posição horizontal ou levemente inclinada. Abaixo da placa existe um dispositivo, um diafragma acionado por um mecanismo excêntrico, que transmite um movimento vibratório à placa. A finalidade da vibração é fazer com que o colchão de massa se desfaça e evite o entupimento das aberturas da placa perfurada. As peneiras vibratórias podem descarregar rejeitos a alta consistência (8% a 20%) com perda em menor número, se for estabelecida comparação com o resultado obtido na utilização de peneiras pressurizadas. A alimentação é feita por uma caixa superior e tanto o aceite classificado como o rejeito não são pressurizados. A pressão na seção transversal da placa é muito baixa (0,5 kPa ou menos) o que representa baixa capacidade, em comparação com as peneiras pressurizadas com consistências menores. O mecanismo de separação primárioobedece à ordem de tamanho, a consistências relativamente baixas (0,5% a 2%). Geralmente, quando se têm poucas impurezas, a remoção pode ser mais eficiente quando se usam perfurações maiores. O uso de placas com fendas ou furos muito pequenos diminui a capacidade, pois o trabalho exige então consistências ainda mais baixas. Os principais componentes de uma peneira vibratória são: o esquadro da peneira apoiado em quatro molas espirais, um tanque de aceite e um acionamento com peça giratória excêntrica para provocar a vibração. A massa é conduzida até a superfície da placa perfurada por meio de um funil. Provocado pela massa de giro excêntrico, a peneira executa um movimento elíptico que propicia, além da depuração, o movimento da massa e a ejeção dos rejeitos. Na saída dos rejeitos está instalado um tubo de dispersão para evitar que fibras sejam ejetadas juntamente com os rejeitos. A massa boa depurada sai pelo fundo do tanque da peneira. Veja o funcionamento de uma peneira vibratória na Animação 1. A vibração é provocada ou por um eixo a um peso excêntrico conectado por um jogo duplo de acoplamentos elásticos com motor de acionamento, ou por um motor vibrador especial que tem os pesos excêntricos fixados no próprio eixo do motor. As perfurações das peneiras, bem como a capacidade da peneira, depende do tipo de massa a ser peneirada. A utilização de equipamento com perfurações de pequenas dimensões faz com que os classificadores de rejeitos possuam essas perfurações para evitar que os contaminantes, que eventualmente foram aceitos, voltem para o início do processo e sobrecarreguem a instalação. PENEIRAS ROTATIVAS Antes da introdução de peneiras pressurizadas, o uso de peneiras rotativas predominava nas fábricas de papel. Esse tipo de equipamento é utilizado principalmente nas fases primárias e secundárias de limpeza da polpa. As peneiras rotativas consistem, essencialmente, em um cilindro de paredes perfuradas, contra as quais a suspensão fibrosa é impelida pela ação centrífuga, gerada pelo movimento de rotação do próprio cilindro ou de um rotor. De acordo com o escoamento da suspensão fibrosa em relação ao cilindro perfurado, distinguem-se equipamentos de fluxo para fora do cilindro e de fluxo para dentro do cilindro. Figura 3 – Peneira rotativa centrífuga 1 - Entrada de polpa 2 - Cilindro perfurado 3 - Água de diluição 4 - Saída de rejeitos 5 - Aceite Na peneira rotativa de fluxo para fora (Figura 3), a massa penetra por uma das bases do cilindro, o material limpo atravessa os orifícios, sendo o rejeito retido e retirado da parte interna da peneira. A direção do fluxo do aceite volta-se para o lado externo da peneira. Figura 4 – Peneira rotativa centrípeta 1 - Entrada de polpa 2 - Cilindro perfurado 3 - Aceite 4 - Rejeito Na peneira rotativa de fluxo para dentro (Figura 4), a massa é conduzida à superfície perfurada externa do cilindro, e o aceite atravessa os orifícios, sendo recolhido no lado interno. O fluxo de aceite dirige-se para o lado interno da peneira. Mecanismo da depuração probabilística Pode-se dizer que entender os mecanismos de separação durante a depuração, constitui-se em ferramenta muito útil no entendimento das operações dos depuradores. Excluindo-se as velocidades associadas com a turbulência local, existem três velocidades principais dentro do cesto (Figura 5): radial, axial e tangencial, as quais produzem forças que vão determinar o grau de separação dos rejeitos. Figura 5 – Peneira do depurador pressurizado A velocidade axial direciona-se para o eixo de rotação do cesto e paralelamente ao cesto perfurado. Nota-se que a velocidade axial depende do espaço entre o cesto e o corpo do rotor e também do volume do fluxo. A velocidade radial depende da área total aberta das ranhuras ou furos e do fluxo de aceite. A velocidade tangencial é aquela que se obtém com a rotação da polpa em torno do eixo do cesto; ela é paralela à superfície perfurada e perpendicular às velocidades radial e axial. Diz-se que a velocidade relacionada com a passagem da polpa pelas as aberturas é denominada velocidade transversal. O mecanismo de depuração é influenciado diretamente pela velocidade transversal da polpa mais próxima ao cesto. DEPURADORES PRESSURIZADOS Existem várias configurações de peneiras pressurizadas mas, essencialmente, todas possuem uma placa ranhurada ou perfurada de forma cilíndrica. O material é alimentado na face interna ou externa do cilindro. Sob pressão, a massa é forçada contra a placa, e é considerado aceite aquele que conseguir ultrapassá-la. A diferença entre os diversos tipos de peneiras pressurizadas encontra-se no dispositivo que evita o entupimento das ranhuras ou furos da placa. Hoje, as peneiras pressurizadas são desenvolvidas com alta tecnologia e com componentes de alta precisão. Algumas são blindadas ou revestidas de modo a aumentar sua vida útil, podendo ser utilizadas em condições severas. Os furos das placas variam de 6 mm a 20 mm de diâmetro para peneiras planas de cavacos ou de refugo bruto. Para aplicação na preparação de massa em peneiras cilíndricas, a mais comum usa furos de 1,3 mm a 2,0 mm de diâmetro. O espaçamento entre os furos também é importante. Na prática, as dimensões entre os furos são calculadas de forma a respeitar a direção da rotação e varia de acordo com o tipo de material que a peneira recebe. Assim, a área de abertura para peneiras planas de cavacos ou de refugo bruto pode ser maior que 40% a 50%, enquanto que para as peneiras cilíndricas, essa área chega a 10%, ou menos. As placas providas de fendas ou ranhuras consistem em uma abertura ao longo da placa. Geralmente, as dimensões são orientadas perpendicularmente à direção da rotação do rotor, sendo que as das peneiras planas estão orientadas na direção perpendicular ao comprimento. As fendas podem ser de 0,15 mm a 0,75 mm, contudo, as mais populares são 0,25 mm a 0,45 mm. As fendas removem impurezas de forma cúbica com mais eficiência que os furos. O espaçamento entre as fendas varia de 4 mm a 5 mm para peneiras centrífugas e, ocasionalmente, menores para peneiras centrípetas. Assim, a área de fendas numa peneira cilíndrica é de aproximadamente 3% a 7%, e a capacidade de uma peneira cilíndrica de fendas é, até certo ponto, menor que a das peneiras cilíndricas providas de furos. É tipicamente uma peneira centrípeta (Figura 6) com um elemento rotativo, com furos de 6 mm a 9 mm e alimentada com consistências variando de 2% a 4%. As peneiras centrífugas 1 - Alimentação 2 - Aceite 3 - Cilindro Ranhurado ou Perfurado 4 - Foil 5 - Rejeito Figura 6 – Peneira centrífuga Selectifier usam furos de 1,3 mm a 2,0 mm ou fendas de 0,25 mm a 0,45 mm e são utilizadas normalmente para remoção de shives ou para fracionamento. Fábricas que trabalham com aparas e papéis velhos utilizam peneiras cilíndricas com furos de 1,3 mm a 2,0 mm imediatamente após o pulper. No final do processo de preparo de massa, usam-se normalmente peneiras com furos menores (0,25 mm a 0,35 mm). Em plantas de destintamento usam-se peneiras providas de fendas menores que 0,15 mm. Algumas fábricas utilizam peneiras centrípetas ou centrífugas com furos maiores para proteger os cleaners da máquina de papel, e melhorar, assim, a qualidade do papel formado. A peneira centrífuga instalada antes da caixa de entrada visa a eliminação não apenas de agregados de fibras, mas também materiais pesados, tais como barbantes que ocasionalmente tenham entrado no processo. Princípios das peneiras pressurizadas Peneiras pressurizadas são as mais aplicadas para retirada de impurezas na indústria de papel. A zona de trabalho consiste normalmente em uma placa perfurada cilíndrica e um rotor contendo elementos que causam pulsações perto da superfície da placa perfurada. As pulsações evitam o entupimento da placa perfurada por fibras ou por impurezas. Entre as pulsações, a alimentação de massa, sob pressão acionada pelas bombas, força a água e as fibras boas a passarem pelas aberturas da peneira,para se constituir no aceite da massa. As primeiras peneiras pressurizadas operavam com uma velocidade periférica do rotor de 3 m/s. Com o desenvolvimento das peneiras e de novos tipos de rotores como o tipo foil essa velocidade passou para 10 m/s a 14 m/s em baixa consistência, e 20 m/s a 26 m/s em alta consistência. A Animação 2 mostra a ação do rotor foil. VISTA FRONTAL VISTA SUPERIOR Foram desenvolvidos vários tipos de rotores, como se pode observar na Figura 7. A - Ação centrípeta; alimentação lado foils B - Ação centrífuga; alimentação lado foils C - Ação centrípeta e centrífuga; alimentação lado foils D - Ação centrípeta; aceite lado foils Figura 7 – Ação centrípeta e centrífuga das peneiras pressurizadas O princípio para todos os depuradores é o mesmo: uma pressão e um vácuo exercidos na superfície da placa perfurada geram pulsos, e a resistência, o comprimento, a freqüência e a taxa desses pulsos variam de acordo com o tipo de equipamento e condições de trabalho. O rotor pode estar dentro ou fora da placa, o que determina a ação centrífuga ou centrípeta da peneira. As centrífugas trabalham com consistência entre 4% e 5%, enquanto que as centrípetas, para serem eficientes, necessitam de consistência em torno de 1% a 1,5%. As vantagens dos depuradores pressurizados evidenciam sua grande capacidade unitária, com um sistema totalmente fechado que exclui os arrastes de ar e minimiza a formação de limos (slimes), também há a flexibilidade de localização física, com necessidade de pouco espaço físico e economia em instalações de bombeamento e tubulações. No caso de novas instalações, recomenda-se o uso de depuradores pressurizados, pois apresentam uma série de vantagens em relação aos depuradores centrífugos ou rotativos, dentre elas podemos destacar: menor arraste de ar; baixa sensibilidade às variações de consistência; localizam-se em qualquer ponto do sistema, antes ou após lavagem; a operação sob pressão permite manter a limpeza de forma mais constante; melhor controle do processo, principalmente em relação aos rejeitos, o que permite ajustar o desempenho do sistema; tamanho físico menor que outros tipos de depuradores; fácil instalação em qualquer ponto, desde o porão até o piso de operação. FATORES QUE AFETAM A OPERAÇÃO DE PENEIRAMENTO Dimensão e forma das aberturas da placa perfurada O tamanho e a forma das aberturas da placa perfurada devem levar em conta o tamanho e a forma das impurezas que se deseja remover. Geralmente, em peneiras centrífugas, as placas de furos são mais eficientes para reter pastilhas longas e delgadas e partículas delgadas planas. Placas com fendas são mais eficientes para separação de partículas esféricas ou cúbicas. Normalmente, peneiras com furos possuem maior área aberta que peneiras com fendas, o que aumenta sua capacidade de processar massa em mais elevada consistência com menos ocorrência de entupimento. Taxa de remoção de rejeitos da placa Define-se como taxa de remoção de rejeitos a quantidade de fibras e de impurezas retiradas da câmara de resíduos em proporção à quantidade total de massa introduzida, e expressa em percentagem. A eficiência da peneira é definida como percentagem de rejeitos removidos em relação à quantidade de impurezas que existe na massa. Gráfico 1 – Efeito da taxa de remoção de rejeitos na eficiência da peneira O Gráfico 1 mostra que a eficiência no início do processo cresce acentuadamente com o aumento da taxa de remoção de rejeitos. A partir de 30% de remoção, o incremento de eficiência torna-se quase nulo. Considera-se que a faixa de remoção dessa peneira específica corresponde a uma taxa de remoção de rejeitos de 20% a 30%. Tempo de retenção da massa na placa Quanto maior o tempo de retenção de uma partícula sobre uma placa, maior a probabilidade de que essa partícula passe pelas suas aberturas. O tempo de retenção é controlado pela quantidade do fluxo de entrada e pela taxa de remoção de rejeitos. Esse fator tem maior influência no desempenho de peneiras planas e rotativas, devido à ação da gravidade, que é menos acentuada em peneiras rotativas. Consistência da massa Pouco se conhece sobre a maneira como a consistência afeta a eficiência do peneiramento. Várias teorias foram propostas, mas nenhuma com explicações aceitas pela maioria dos pesquisadores. Contudo, essa influência existe, e para cada equipamento existe uma condição ótima de operação, de acordo com o tipo de massa. Teor de rejeitos existente na massa Qualquer aumento de teor de impurezas na massa resulta em teores maiores de sujeira no aceite. Em operação normal e com todos os fatores envolvidos no peneiramento sob controle, a única variável que melhora a eficiência é o aumento da taxa de remoção de resíduos. Diferencial de pressão entre as faces da placa O diferencial de pressão, que determina a vazão através da placa, está diretamente ligada à dimensão das aberturas. Com uma dada placa de abertura fixa, e a massa com consistência constante, um aumento na vazão acarreta maior queda de pressão, que, por sua vez, faz surgir uma força de maior intensidade. Como conseqüência, impurezas menores podem atravessar a placa diminuindo a eficiência da peneira. Um aumento no diferencial de pressão pode indicar entupimento da abertura da placa ou aumento da consistência da massa. Grau de refinação das fibras De maneira geral, fibras menos refinadas, ou mais rígidas, apresentam maiores dificuldades para atravessar as aberturas das placas, podendo causar entupimentos. A mudança repentina no grau de refinação deve ser evitada. Taxa de diluição na placa Na operação de peneiras centrífugas e de alguns tipos de peneiras pressurizadas deve-se fazer diluições nas áreas próximas à saída de rejeitos, pois, em processos contínuos, há uma tendência de acumulação de impurezas nessa região. Se a taxa de diluição for baixa, fibras boas podem ser rejeitadas juntamente com impurezas e, no caso contrário, impurezas podem passar pela placa. Assim, a taxa de diluição constitui-se em um meio de se controlar a taxa de remoção de rejeitos de peneiras centrífugas. Temperatura da massa Temperaturas altas aumentam a velocidade de drenagem de água da massa. Com isso, materiais não desejados podem ser arrastados e atravessar as aberturas das placas. Da mesma forma, altas temperaturas podem tornar certas impurezas mais flexíveis, o que dificulta a sua retenção na placa. Depuradores por peso (Hidrociclones) Os limpadores centrífugos ou hidrociclones foram inventados em 1891, mas somente em 1906 utilizou-se esse equipamento para remoção de impurezas, com base no alto peso específico das partículas. A separação de impurezas em depuradores centrífugos baseia-se no princípio de um hidrociclone. A influência dos componentes de velocidade no sentido tangencial, radial e axial provoca a separação das impurezas não desejadas. BABUCKE, 1974, classifica os limpadores centrífugos segundo a consistência de trabalho. Diferencia-se: separadores centrífugos de baixa consistência; separadores de massa grossa. A exigência de alta qualidade para papéis finos, limpeza e igualdade de superfície demanda a instalação de separadores centrífugos para depuração fina da massa, antes da caixa de entrada. Os separadores centrífugos (Figura 8) separam, além de partículas de peso específico mais elevado, também impurezas mais leves, como feixes de fibras. A instalação desses separadores proporciona a fabricação de papéis mais limpos, uma melhor formação da folha, aumento na velocidade das máquinas, além de aumentar a vida útil das telas, dos feltros e dos rolos. 1 – Saída de massa 2 – Alimentação tangencial 3 – Arraste de sujeira em redemoinhos externos 4 – Suspensão de fibras 5 – Diafragmas 6 – Válvula de rejeição de sujeira 7 – Válvula de água 8 – Saída de ar 9 – Recipiente de rejeito 10 – Válvula de controle de rejeito Figura 8 - Esquema de um limpador centrífugo típico (VORTRAP) Existem vários tamanhos de separadores centrífugos com capacidadevariando de 135 l/min a 3000 l/min. A perda de pressão entre a entrada e saída dos separadores situa-se na faixa de 70 kPa a 280 kPa. Para um bom efeito de separação, a consistência da massa deve estar abaixo de 1%. Os separadores podem ser equipados com um cabeçote especial, que garante o efeito de limpeza e uma desaeração da massa. Para conseguir um bom rendimento da instalação e para reduzir a perda de fibras para um mínimo, aplicam-se instalações de separadores centrífugos em vários estágios. Somente o aceite do primeiro estágio segue para a produção, enquanto que os estágios seguintes servem somente para recuperação do material fibroso para concentração das impurezas. Os limpadores centrífugos são utilizados principalmente para retirar da massa pequenas partículas de sujeira de elevada massa específica, cuja remoção seria difícil via peneiras. A Animação 3 mostra o princípio de funcionamento de um limpador centrífugo típico. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO O princípio de funcionamento dos limpadores centrífugos se baseia na diferença de massa específica das fibras e das impurezas a serem separadas pela ação da força centrífuga. A suspensão fibrosa contendo impurezas é introduzida tangencialmente na parte superior do aparelho. Imediatamente, o fluido desenvolve um movimento de rotação penetrando, assim, na parte cônica. As partículas descem em uma trajetória helicoidal em direção ao vértice, e rapidamente adquirem aceleração uniforme. A força centrífuga, sob pressão da qual as partículas mantêm-se aderidas à parede do aparelho, intensifica-se muito na zona próxima ao vértice do cone. À medida que o fluído se aproxima do vértice, o espaço disponível torna-se gradualmente menor, e a parte da suspensão mais afastada da parede reverte a direção do fluxo. O material em suspensão ascende em uma helicoidal em torno do eixo vertical do cone e é retirado como aceite na parte superior do aparelho. O material pesado que se concentra junto às paredes do aparelho acompanha uma trajetória helicoidal descendente até atingir o vértice do cone, de onde é recolhido como rejeito. A força centrífuga alcança intensidade elevada, o que aumenta a velocidade de sedimentação e possibilita uma separação eficiente de partículas inferiores a 0,25 mm, mesmo que a densidade seja pouco superior à das fibras. Partículas menores que 0,25 mm são removidas com maior eficiência em hidrociclones pequenos (com 3” de diâmetro). As impurezas maiores, planas e leves, são mais facilmente removidas em hidrociclones maiores (6” de diâmetro). A eficiência do aparelho é influenciada pelas suas características de desenho e condições de operação. As características que mais afetam o desempenho dos ciclones são: diâmetro do duto de entrada de massa e saída de aceite, diâmetro do corpo do ciclone, ângulo do cone, altura da seção cilíndrica e sistema de remoção de rejeitos. MATERIAIS EMPREGADOS Um depurador pode ser construído com diferentes materiais, sendo os mais comuns o aço inox, cerâmica e outras formas de polímeros. O material depende das condições do processo, como temperatura, pH e abrasividade dos rejeitos. Os cleaners de aço inoxidável oferecem boa resistência à abrasão e corrosão e podem ser operados em temperaturas elevadas, contudo é um material de difícil utilização. Os cleaners de cerâmica são bastante resistentes à abrasividade mas se constituem em materiais de difícil trabalhabilidade. São usados normalmente onde existe uma abrasividade muito elevada, e ainda apenas na seção cônica do aparelho ou na extremidade de saída dos rejeitos. Já os polímeros são os materiais mais comuns na construção de um cleaner, pois é um material de fácil trabalhabilidade, e permitem, com facilidade, a confecção de curvas e superfícies complexas, canos, etc. Os polímeros mais utilizados são o nylon, poliuretano e polietileno de alta densidade. A escolha do polímero depende grandemente das condições de processo. Alguns polímeros tendem a se deformar em temperaturas relativamente baixas (140ºC a 185ºC) e alguns sofrem inchamento e degradação sob a ação de certos produtos químicos. VARIÁVEIS DE FUNCIONAMENTO A performance da operação de um depurador é afetada pelas variáveis relacionadas com as características da polpa, projeto do depurador e a operação propriamente dita. Características da polpa: tipo de fibra; características dos contaminantes (tamanho, forma, densidade); nível de impureza. Projeto do hidrociclone: configuração do fluxo de entrada de alimentação; diâmetro do corpo; diâmetro da saída de aceite; altura da seção cilíndrica; ângulo do cone; dimensão do orifício de rejeitos; seção de diluição. Variáveis de operação: vazão de fluxo de polpa; consistência de alimentação (0,5% a 0,9 %); taxa de rejeitos (10% a 20 %); quantidade de sujeira na alimentação; queda de pressão (2,1 bar a 2,45 bar ou 210 kPa a 245 kPa); ar contido na polpa; diluição; temperatura. CONDIÇÕES DE OPERAÇÃO DOS LIMPADORES CENTRÍFUGOS Consistência de alimentação A eficiência de um cleaner convencional decresce com o aumento da consistência, devido às fibras da polpa tenderem a interferir no movimento dos contaminantes e, assim, com altas consistências, alguns contaminantes podem não migrar para a parede do cleaner e seguir no processo juntamente com os rejeitos. Veja o Gráfico 2. Gráfico 2 – Efeito da consistência de trabalho na eficiência do aparelho Pressão de operação As pressões de operação podem ser medidas e controladas pela pressão de alimentação, pressão de saída de aceite e pressão de saída dos rejeitos. Essas pressões interagem em dois caminhos e afetam a operação do cleaner. A diferença entre as pressões de alimentação e aceite geralmente definem a capacidade do cleaner. Essa diferença é chamada de pressão diferencial de operação ou dP. Há necessidade de um mínimo de dP para estabilizar o vórtex do fluido requerido para a operação do aparelho. Assim, a passagem completa do fluido pelo cleaner aumenta linearmente com o aumento do dP até um ponto máximo, ponto em que ocorre um decréscimo devido à geração de turbulência. O aumento inicial na eficiência se dá devido ao aumento da circulação através do aparelho produzindo mais força centrífuga e, conseqüentemente, melhor separação. O aumento do diferencial de pressão requer maior energia de bombeamento, por isso um ponto ótimo deve ser determinado. Veja o Gráfico 3. Gráfico 3 – Efeito da dP na eficiência do aparelho Temperatura do sistema Em geral a temperatura não afeta de maneira significativa a operação dos cleaners quando abaixo de 160ºF (em torno de 70ºC). Contudo, alguns autores relatam que o aumento da temperatura tende a melhorar a eficiência da limpeza, particularmente em cleaners reversos e de fluxo direto. Teor de rejeitos O teor de rejeitos é normalmente dado por uma percentagem do teor de alimentação e pode ser expresso em termos de volume ou massa. Se ele é muito pequeno, parte dos contaminantes que se encontram dentro do vórtex poderão ser incapazes de sair pelo orifício de rejeito e serão forçados a seguir juntamente com os aceites, diminuindo a eficiência do aparelho. Da mesma forma, se a taxa de rejeitos for muito elevada, sistemas com mais estágios de cleaners para reduzir o nível de impurezas no aceite são aplicadas. O Gráfico 4 mostra, de maneira genérica, o efeito do teor de rejeitos na eficiência dos limpadores centrífugos. Pode-se observar que a eficiência aumenta com o aumento do teor de rejeitos até um ponto máximo após o que começa a decrescer. Gráfico 4 – Efeito do teor de rejeitos na eficiência do aparelho O aumento inicial da eficiência se dá pelo fato de o alto teor de rejeitos permitir que mais contaminantes saiam pelo orifício de rejeitos. Entretanto, um alto teor de rejeitos provoca mudanças na circulação dentro do vórtex, resultando em queda da eficiência. O tipo de impureza, assim como o tipo de cleaner, também influenciam a eficiência do aparelho.Figura 12 - Fluxo direto 1 - Alimentação (consistência 1,0%) 2 - Aceite 3 - Rejeitos 4 - Diferencial de pressão (70 kPa a 100 kPa) Figura 10 - Convencional 1 - Alimentação (consistência 0,6%) 2 - Aceite 3 - Rejeitos 4 - Diferencial de pressão (140 kPa a 200 kPa) Figura 11 - Reverso 1 - Alimentação (consistência 1,0%) 2 - Aceite 3 - Rejeitos 4 - Diferencial de pressão (140 kPa a 280 kPa) TIPOS DE CLEANERS Dentro da indústria de papel, três tipos de limpadores centrífugos são mais comumente usados. Quadro 2 – Comparação entre tipos de cleaners CARACTERÍSTICAS CONVENCIONAL REVERSO FLUXO DIRETO Rejeito Aceite Aceite Rejeito 5% 45% 90% 10% 2% 1,7% 1,0% 0,2% 15% 80% 98% 2% Vazão Consistência Fibra Para remoção de grandes quantidades de impurezas com alto peso específico (>1), usam-se os hidrociclones típicos chamados limpadores convencionais. Esses limpadores se constituem na grande maioria dos limpadores centrífugos da indústria. Basicamente, existem três tipos desses limpadores: cleaners de alta densidade, média densidade e os cleaners de finos. O cleaner de fluxo direto (through flow) e o cleaner reverso são mais utilizados para remover impurezas leves (com peso específico < 1). O Quadro 2 mostra a comparação entre os diferentes tipos de cleaners. Quadro 3 - Características entre os cleaners, de acordo com o tipo de impureza CLEANER DE FINOS 75 a 300 0,6 a 2,4 0,5 a 1,5 contínuo resíduos de tinta, areia fina, feixe de fibras, aglomerados, etc. 1,2 a 3,3 hw/t/d todas as linhas de papéis de escrita e impressão CARACTERÍSTICA Diâmetro superior (mm) Comprimento Total (m) Consistência de entrada (%) Sistema de rejeitos Tipo de impurezas Consumo de energia Matéria-prima CLEANER DE ALTA DENSIDADE 250 a 1200 2,4 a 6,1 2 a 5 manual / automático grande parte de impurezas grossas, como: porcas de parafusos, pregos, clipes, pedaços de metal, vidro, feixe de fibras, pedras grandes 0,2 a 0,4 hw/t/d todos os papéis CLEANER DE MÉDIA DENSIDADE 200 a 650 2,4 a 6,1 1 a 3 manual / automático maioria das impurezas grossas assim como areias, pedaços de vidro, algumas cascas, e outras partículas menores que 100 mesh 0,4 a 0,8 hw/t/d a maioria dos papéis, com exceção de polpa em fardos Veja no quadro 3 algumas características dos cleaners. Cleaner de alta densidade Os cleaners de alta densidade são potencialmente utilizados por fábricas de polpa, normalmente antes de peneiras ou refinadores, em sistemas de fibras secundárias (aparas e papéis velhos), também antes de peneiras ou refinadores, nos sistemas de preparo de massa de máquinas de papel, antes de refinadores, visando à proteção de discos ou após refinadores com o objetivo de proteger equipamentos posteriores, como placas de refinadores de quebras de máquina. Cleaner de média consistência Os cleaners de média consistência são utilizados em fábricas de polpa, particularmente onde a lavagem de cavacos é pobre, na fase anterior à das peneiras pressurizadas com ranhuras finas; em sistemas de fibras secundárias, principalmente onde se utilizam papéis corrugados, mistura de papéis velhos, antes do uso de peneiras ranhuradas e limpadores centrífugos finos, reverso e de fluxo direto. Cleaner de finos Os cleaners de finos são encontrados em fábricas de polpa para remoção de feixes de fibras, pedaços de cascas e areia; em fábricas de polpa mecânica para remover feixes de fibras, areia, partículas metálicas provenientes de corrosão de equipamentos, etc.; em plantas de destintamento, para remoção de partículas de tinta, materiais abrasivos e outras impurezas, além de outras operações de sistemas de fibras secundárias visando à remoção de resíduos de impurezas, como areias, partículas metálicas e promover uma melhora na aparência do papel. Esses limpadores são normalmente instalados em sistemas de múltiplo estágio com grande variação de arranjos. O mais comum é o tipo cascata com três a cinco estágios. Cleaner com sistema de purificação (economizador) Geralmente tem-se dado pouca importância à viscosidade da água, a qual varia consideravelmente com a temperatura, conforme está evidenciado no Gráfico 5. À medida que a viscosidade da água diminui, seu arraste hidráulico também diminui, reduzindo a força que impele as fibras em direção à parte superior com o aceite. Gráfico 5 – Temperatura x Viscosidade Isso resulta na permanência de um maior número de fibras na periferia do depurador, que mais tarde são eliminadas com o rejeito. Embora o peso específico seja um fator que afeta a separação das impurezas da massa, a forma da partícula é de grande importância. As fibras de celulose são aceitas pelos depuradores centrífugos porque as forças hidráulicas são maiores que a força centrífuga. Se a partícula contaminante encontra-se na forma de disco, a probabilidade de ser influenciada pelo arraste hidráulico é maior do que se a partícula fosse esférica. Assim, temos que a areia é expelida rapidamente por um depurador centrífugo, enquanto algumas partículas de borracha são expelidas ou aceitas, dependendo de sua forma. O efeito da diminuição da viscosidade sobre o volume de rejeitos está demonstrado na curva do Gráfico 6. O depurador usado foi o de 6 polegadas de diâmetro que, em condições normais, tende a oferecer baixa porcentagem de rejeito. Quando a temperatura da pasta chega a 71ºC (160ºF), o depurador rejeita 50%, em peso, de celulose alimentada. Gráfico 6 – Percentual de rejeitos x Temperatura Ao reduzir-se o diâmetro do orifício de rejeitos, para diminuir o volume de impurezas, a celulose flui tão rapidamente que tapa o orifício, e o depurador não pode arrancar de novo. Usando um orifício de maior diâmetro, a temperatura é reduzida, e o volume de rejeitos diminui em proporção direta com a viscosidade da água. Em um cleaner verificou-se que algumas partículas, ao aproximarem-se do orifício de rejeito, mudavam de direção e se incorporavam à corrente ascendente e sob sua influência continuavam essa trajetória saindo, algumas vezes, com o aceite. Outras vezes, as partículas são rejeitadas e devolvidas à corrente descendente (rejeitos). Como a consistência dos rejeitos é geralmente três vezes mais elevada que a da pasta que entra no sistema, concluiu-se que a consistência na região do cume da unidade é demasiadamente alta para separar as impurezas das fibras. Sabe-se que a viscosidade da água diminui com a elevação da temperatura da suspensão, que provoca um aumento na quantidade de rejeitos. Para eliminar esses efeitos indesejáveis, cortou-se o cone do orifício de rejeitos e adaptou-se um dispositivo ou peça controladora do fluxo para níveis comercialmente aceitáveis, sem comprometer a eficiência da capacidade de separação do depurador. Foram feitos vários modelos de dispositivos economizadores para se diminuir a quantidade de rejeitos. A Figura 13 ilustra um economizador adaptado à seção inferior de um depurador. Os rejeitos, juntos com uma parte de celulose, caem no economizador, que tem a área quatro vezes maior que a do orifício do cone. O volume é aumentado com água, através de duas aberturas tangenciais, com a finalidade de diminuir a consistência, e possibilitar que as fibras sejam separadas dos rejeitos. A água fresca, geralmente água branca filtrada, entra a uma pressão de 1,3 kg/cm2 a 2,1 kg/cm2. A água entra em alta velocidade, criando um novo vórtex de escoamento. Essa água cria dois efeitos. 1 – Núcleo de ar 2 – Parte do cleaner 3 – Entradas de água 4 – Água do economizador 5 - Rejeitos Figura 13 – Economizador Primeiro, a alta velocidade causa um vórtex externo com aceleração que aumenta as forças centrífugas no interior do corpo. Segundo, há tendência de o movimento do vórtex externo para o vórtex interno intensificar as forças de arraste. Por sua vez, as forças de arraste movimentam as partículas mais leves (fibras) da parte externa para o centro do cleaner, que serão extraídas para dentro do vórtex interno. Assim, a força centrífuga leva as partículas de contaminantes mais pesadas parao vórtex externo, o que permitirá que sejam eliminados pelo orifício de saída de rejeito. Como resultado, as fibras aproveitáveis que seriam descartadas com o rejeito são transferidas para o aceite. (Figura 14) Figura 14 - Economizador Experiências provam que a maior parte da água introduzida no economizador une-se ao aceite. Somente o primeiro estágio dos sistemas de limpeza removem partículas de impurezas da polpa que segue no processo. Os estágios subseqüentes servem apenas para reduzir a quantidade de fibras aproveitáveis presentes no rejeito final. Coarse cleaner (limpador de massa grossa) O coarse cleaner (limpador de massa grossa), mostrado na Figura 15, é usado para separar grande quantidade de impurezas de refugo e materiais abrasivos presentes na massa. Esses contaminantes devem ser removidos sempre que possível para prevenir danos aos equipamentos utilizados em fases posteriores no processo, como peneiras, despastilhadores, refinadores, e outros. 1 – Alimentação 2 – Aceite 3 – Rejeito Figura 15 – Coarse cleaner (limpador de massa grossa) Esse equipamento não remove contaminantes muito finos, importantes para preservar a qualidade da polpa final. O princípio de funcionamento é semelhante ao de um cleaner convencional, pois, para remover a maior parte de impurezas, como pedras e metais, forças centrífugas devem predominar. SPANGEMBERGER, 1993. USgpm: galão por minuto – (sistema americano) Quadro 4 - Característica de um coarse cleaner Aplicação Diâmetro (pol.) Consistência (%) Diferencial de pressão (PSI) Capacidade do Cleaner (USgpm) Remoção de refugo 12 a 24 1 a 2 25 a 35 1.000 a 20.000 Remoção de areia 7 a 14 1,5 a 2,0 30 a 35 800 a 1.500 Os rejeitos são coletados em uma caixa de rejeitos que consiste de uma câmara entre duas válvulas. Normalmente a válvula superior é aberta, e a inferior, fechada para que os rejeitos possam entrar no reservatório. Periodicamente procede-se a retirada de rejeitos da câmara fechando-se a válvula superior e abrindo-se a inferior. A câmara novamente recebe água branca em nível suficiente e as válvulas retornam às posições originais. Cleaner reverso O princípio de operação desse tipo de cleaner, mostrado na Figura 16, é o mesmo dos cleaners convencionais (forward), exceto que agora a fração leve são os rejeitos. Dentre algumas diferenças importantes entre os cleaners convencionais e os cleaners reversos podemos citar que, no primeiro caso, a fração de rejeitos representa 5% a 15% da massa que entra no aparelho, enquanto que, no segundo caso, uma fração de aceite 5% a 15% não é aceitável. Conseqüentemente, o orifício de aceite do cleaner reverso deve ser significativamente maior que o orifício de rejeito do cleaner convencional. Entretanto, a largura desse orifício não deve ser muito grande, pois a partir de certos limites se compromete a estabilidade do vórtex do fluxo. 1 – Alimentação 2 – Rejeito 3 – Aceite Figura 16 – Cleaner reverso Por essa razão, esse equipamento possui uma taxa de rejeitos relativamente elevada e tende a operar com um alto diferencial de pressão devido à quantidade de energia requerida para manter o vórtex do fluxo estável, mesmo com o orifício de aceite mais largo. Cleaner de fluxo direto (through flow) Os dois maiores problemas apresentados durante a operação do cleaner reverso são o grande diferencial de pressão exigido, o que aumenta o consumo de energia e a alta taxa volumétrica de rejeitos. O cleaner de fluxo direto (through flow), mostrado na Figura 17, foi desenvolvido para resolver esses problemas. Sua diferença para o reverso encontra-se na saída de aceite e rejeitos no final do aparelho. Compare com a Figura 16. Figura 17 – Through flow cleaner 1 – Alimentação 2 – Aceite 3 – Rejeito Veja no Quadro 5 os parâmetros de operação de limpadores centrífugos não convencionais. TIPO Consistência (%) Diferencial de pressão (PSI) Taxa de rejeito de massa (%) Taxa de rejeito REVERSO 0,5 a 0,8 25 a 40 15 a 25 40 a 60 15 a 30 1 FLUXO DIRETO(THROUGH FLOW) 0,5 a 1,0 15 a 20 5 a 10 5 a 15 25 a 40 Quadro 5 - Parâmetros de operação de limpadores Nesse equipamento, tanto o aceite quanto o rejeito se movimentam continuamente para baixo dentro do corpo do aparelho. O orifício de aceite desse cleaner tem forma anular e envolve o orifício de rejeitos e torna possível ao orifício de aceite alargar-se externamente sem desestabilizar o vórtex do fluxo. Como resultado, tem-se uma operação com menor pressão diferencial e menor taxa volumétrica de rejeitos. Até aqui, descrevemos os depuradores de forma isolada, todavia lembramos que o objetivo da depuração é o de separar o fluxo a ser depurado em duas partes: o do aceite que deverá conter o máximo possível de fibras boas e o mínimo possível de sujeiras; e o de rejeito, que deverá conter o mínimo de fibras boas e o máximo possível de sujeiras. No entanto, é impossível obter isso em um único estágio, portanto, faz-se necessário o acoplamento de diversos tipos de depurador em um só sistema. Necessitam-se de estágios adicionais de depuração dos rejeitos para concentrar as impurezas e devolver as boas fibras ao processo. SISTEMA DE DISPOSIÇÃO DOS DEPURADORES Principais sistemas SISTEMA DE ESTÁGIO UNITÁRIO O sistema de estágio unitário constitui-se de um único depurador, o qual recebe um fluxo de polpa de entrada e possui duas correntes de saída: uma de aceites e outra de rejeitos. Todavia, a experiência nos indica que o uso de estágio unitário causa perdas de eficiência devido à possibilidade de fibras de boa qualidade serem arrastadas com os rejeitos. Supondo-se que existam 100 kg de polpa no sistema e 1 kg de sujeira, e que a taxa de rejeito de fibra é igual a 15 % e a eficiência de depuração seja de 90%. Veja como fica o cálculo de perdas com a utilização desse tipo de sistema: taxa de rejeito ( % ) = quantidade total de rejeitos / quantidade de polpa alimentada 0,15 = quantidade total de rejeitos / 100 quantidade total de rejeitos = 15 kg quantidade de aceite (kg) = quantidade total de polpa - quantidade total de rejeitos aceite = 100 - 15 = 85 kg de fibras boas eficiência da depuração massa de rejeitos no fluxo de alimentação (%) massa de rejeitos no fluxo de aceite (%) massa de rejeitos no fluxo de alimentação (%) Com a eficiência de rejeição de 90 %, temos: ER = ( SI - SA ) / SI Substituindo os valores temos: ER = ( SI - SA ) / SI 0,9 = ( 1,0 - SA ) / 1,0 SA = 1 – 0,9 = 0,1 kg SR = SI - SA = 1 – 0,1 = 0,9 kg de impurezas no rejeito Nota-se aqui uma perda de fibras de 15 kg para cada 100 kg de fibras alimentadas; logo, em uma fábrica de 1000 t/dia, teríamos uma perda de 150 t/dia de fibras boas. Levando-se em conta o custo da tonelada de celulose em torno de US$ 500, perderíamos por ano cerca de US$ 24.750.000 em um ano operacional de 330 dias; algo completamente inaceitável. SISTEMAS DE ARRANJO EM CASCATA O sistema de arranjo em cascata surgiu com o interesse de reduzir as perdas de fibras. Esses sistemas podem ser arranjados com 3 a 4 estágios, sendo instalados normalmente quando se produzem polpas branqueadas. O sistema cascata poderá ser direto ou reverso. Cascata reverso é aquele em que o aceite do depurador secundário vai para a alimentação do primário. O sistema cascata direto é aquele que o aceite do depurador secundário vai para o fluxo de aceite do primário. Todavia, a decisão de qual sistema deva ser utilizado ou qual a extensão da depuração, deve-se priorizar previamente o retorno econômico do sistema adotado. Veja o funcionamento do sistema na Animação 4. O desempenho dos depuradores se mede em termos de capacidade de eliminação de impurezas: ER = (SI - SA ) / SI , onde ER = Eficiência da depuração SI = massa de rejeitos no fluxo de alimentação (%) SA = massa de rejeitos no fluxo de aceite (%) Todavia, há outra forma de expressar o funcionamento de um depurador: Q = ( SR - SA ) / SR , onde Q = quociente de depuração SA = massade rejeitos no fluxo de aceite (%) SR = massa de impurezas no fluxo de rejeitos (%) CÁLCULO DA EFICIÊNCIA DOS DEPURADORES Depuradores probabilísticos O tamponamento (blinding) do cesto ocorre quando a camada de fibras da polpa próxima à superfície do cesto colapsa devido à pressão, formando um lençol de fibras sobre a superfície, diminuindo ou impedindo o fluxo de aceite. O fluxo de rejeito aumenta e o controlador de fluxo reage para reduzi-lo. A carga no motor pode ficar constante ou até diminuir. A pressão diferencial tomará valor máximo. O efeito de tamponamento pode ser causado pelo excesso de aceite em certas condições operacionais. PROBLEMAS OPERACIONAIS - TAMPONAMENTO E ENTUPIMENTO O entupimento (plugging) de um cesto ocorre quando a consistência no lado da alimentação sobe até o ponto de causar problemas no acionamento ou na capacidade. Se o problema não for resolvido rapidamente, o motor pode até frear. Os sintomas de entupimento são semelhantes aos de tamponamento: o fluxo de rejeito pode cair e a carga do motor normalmente sobe. A limpeza do cesto se faz, em ambos os casos, fechando-se a válvula de aceite e esperando-se até que os pulsos negativos do rotor provoquem o desentupimento dos furos. Fechar a válvula de alimentação também resolve, mas poderá levar mais tempo. Uma forma de prevenir esses problemas consiste na instalação de um alarme e fazer uma seqüência de processos de automatização de limpeza. Depuradores por peso Nos hidrociclones, da mesma forma que nos depuradores probabilísticos, o principal problema de funcionamento é o entupimento do orifício de saída de rejeitos com material estranho, acúmulo de fibras ou mesmo polpa de alta consistência. Normalmente, dimensiona-se o orifício para se ter um nível de rejeito razoável, porém, às vezes, seu tamanho deve ser incrementado para evitar tamponamento, todavia recomenda-se trabalhar com baixa consistência ou proteger o hidrociclone mediante a instalação de outros hidrociclones de grande diâmetro, com objetivo de eliminar os materiais grosseiros suscetíveis de causar tamponamento em unidades de pequeno diâmetro. Outra forma de minimizar tais efeitos consiste na colocação de uma peneira desfloculadora antes dos hidrociclones, com a meta de eliminar os agregados das fibras. Outro problema comum nos hidrociclones ocorre com a possibilidade de introduzir ar na polpa, o que pode significar um problema em algumas aplicações, principalmente antes da máquina de papel. Como existe um núcleo vazio que se estende desde o extremo do orifício de saída até o tubo de aceite, há uma forte tendência a recolher ar quando se utiliza uma descarga livre. A entrada de ar pode ser impedida mediante uma descarga submersa ou uma descarga de rejeitos descentralizada para romper o núcleo vazio na câmara de rejeitos. Deve-se ater em relação ao método utilizado para impedir a entrada de ar a fim de que a eficiência do hidrociclone não seja afetada. No processo de preparação de papéis velhos, verifica-se, com freqüência no pulper, condições difíceis de trabalho, visto que na alimentação não se pode controlar o tipo nem o tamanho das partes estranhas da matéria-prima. Uma percentagem muito grande de partes plásticas e impermeáveis pode entupir a placa perfurada do pulper, e partes pesadas podem produzir danos maiores; como conseqüência, podem ocorrer paradas na planta de desintegração para reparos. A instalação de um fiberizer depois do pulper soluciona esse problema, tanto em sistemas de desintegração contínuo quanto no periódico. TURBO – SEPARADOR (FIBERIZER) 1 - Alimentação 2 - Impurezas leves 3 - Impurezas pesadas 4 - Aceite O fiberizer (Figura 18 e 19) separa impurezas leves assim como partículas pesadas existentes, ao mesmo tempo em que reduz o número de aglomerados de fibras que possam existir. Por esse motivo, as perfurações da placa do pulper podem ser maiores. Figura 18 - Fiberizer Do desagregador, a suspensão é conduzida primeiramente a um depurador de pasta densa que separa as partículas pesadas para que, com a pasta limpa, seja alcançada uma maior vida útil das máquinas. A suspensão da pasta com uma consistência de 2,5% a 4% penetra tangencialmente o fiberizer e diretamente diante da chapa perfurada, através da qual é extraída a pasta aceita pelo fiberizer. Essa chapa perfurada tem furos entre 3 mm a 6 mm; dentro do fiberizer a suspensão se mantém em Figura 19 - Fiberizer Sumário INTRODUÇÃO FINALIDADE DA DEPURAÇÃO TIPOS DE DEPURADORES Depuradores probabilísticos (Classificadores) PENEIRAS PLANAS VIBRATÓRIAS PENEIRAS ROTATIVAS DEPURADORES PRESSURIZADOS FATORES QUE AFETAM A OPERAÇÃO DE PENEIRAMENTO Depuradores por peso (Hidrociclones) PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO MATERIAIS EMPREGADOS VARIÁVEIS DE FUNCIONAMENTO CONDIÇÕES DE OPERAÇÃO DOS LIMPADORES CENTRÍFUGOS TIPOS DE CLEANERS SISTEMA DE DISPOSIÇÃO DOS DEPURADORES Principais sistemas SISTEMA DE ESTÁGIO UNITÁRIO SISTEMAS DE ARRANJO EM CASCATA CÁLCULO DA EFICIÊNCIA DOS DEPURADORES PROBLEMAS OPERACIONAIS - TAMPONAMENTO E ENTUPIMENTO Depuradores probabilísticos Depuradores por peso TURBO – SEPARADOR (FIBERIZER) rotação por meio de um rotor, e as impurezas pesadas são conduzidas pela força centrífuga para fora pela comporta de partículas pesadas, enquanto que as impurezas leves, tais como, plásticos, acumulam-se no redemoinho central; as impurezas pesadas, assim como as leves, são extraídas por meio de válvulas pneumáticas de funcionamento intermitente. As impurezas leves são reclassificadas em um depurador plano vibratório, enquanto que as pesadas, livres de fibras, podem ser eliminadas imediatamente. A pasta aceita flui através da chapa perfurada por detrás do rotor para a descarga. Sumário introdução finalidade da depuração tipos de depuradores Depuradores probabilísticos (Classificadores) Peneiras planas vibratórias Peneiras rotativas Depuradores pressurizados Fatores que afetam a operação de peneiramento Depuradores por peso (Hidrociclones) Princípio de funcionamento Materiais empregados Variáveis de funcionamento Condições de operação dos limpadores centrífugos Tipos de Cleaners sistema de disposição dos depuradores Principais sistemas Sistema de estágio unitário Sistemas de arranjo em cascata cálculo da eficiência dos depuradores Problemas Operacionais - Tamponamento e Entupimento Depuradores probabilísticos Depuradores por peso Turbo - Separador (Fiberizer) aceite: Termo genérico para qualquer material não rejeitado na limpeza e depuração. aparas: Sobras resultantes dos cortes finais de acabamento das folhas ou rolos de papel. Na indústria de celulose e papel, também são chamados de aparas papéis já usados, recolhidos para reciclagem. cavacos: Lascas de madeira com dimensões adequadas para o processamento. celulose: Material fibroso obtido da madeira ou de outros vegetais, depois da remoção da lignina e demais componentes. Na indústria de celulose e papel, muitas vezes refere-se à massa celulósica. O mesmo que polpa. cleaner: Depurador centrífugo, separa as impurezas de uma suspensão fibrosa mediante a diferença de peso. concentração: Percentagem de material sólido contido na suspensão. O mesmo que consistência. consistência: Percentagem de material sólido contido na suspensão. O mesmo que concentração. depuradores: Equipamentos removedores de sujeiras e rejeitos da massa. estilhas: Feixes de fibras não-desfeitos; sua ocorrência nas pastas é considerada impureza. O mesmo que palitos. fiberizer: Equipamento integrante de um sistema de aparas que complementa a operação iniciada no pulper; nesse equipamento a suspensão é separada em três fluxos: aceite, rejeitos leves e rejeitos pesados. fibras: Estruturas alongadas, formadas por uma célula vegetal de tamanho microscópico, mais comprida do que larga, oca e com paredes de espessura variável. É a principal matéria-prima da indústria de papel e celulose, e pode ser obtida da madeira, de plantas anuais, de material sintético, ou ainda recicladade papéis velhos. fracionamento: Separação, através de peneira, de fibras recicladas longas das curtas. massa: Suspensão aquosa de um ou diversos tipos de pastas, na fabricação de papel, entre os estágios de desagregação e da formação da folha. papel: Nome genérico dado a uma folha formada sobre uma tela a partir de uma suspensão aquosa de fibras naturais (minerais, vegetais, animais) ou sintéticas, com ou sem a adição de outras substâncias. papéis velhos: Papel ou cartão que, após o uso, é reconduzido ao processo como matéria-prima. pasta química: Pasta obtida a partir de matéria-prima da qual a maior parte de certos componentes não celulósicos foi removida, por tratamento químico, por exemplo cozimento, dispensando desfibramento mecânico. pasta: Material fibroso geralmente de origem natural e vegetal, preparado para utilização em processos industriais posteriores. peneira: Dispositivo provido de furos ou fendas com o objetivo de separar materiais conforme seu tamanho. peneiramento: Operação de retirada de impurezas através de sua retenção em peneiras de diferentes tipos de aberturas. Ocorre na separação de fibras, bem como na limpeza da massa. refugo: Material fibroso desclassificado. rejeito: Impurezas contidas nas pastas, com dimensões maiores que as fibras; o mesmo que refugo. suspensão: Sistema bifásico constituído por uma fase sólida de partículas grosseiras imersa numa fase líquida. vórtex: Vórtice, redemoinho.