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Universidade Rainha Njinga A Mbande Instituto Politécnico Aconselhamento Psicológico Prof: Silvestre E. Da Silva «Kivangadiaku» Unidade I: Noções Gerais Conceitos Fases e Tarefas Breve histórico 1.Conceitos Aconselhamento O termo aconselhamento visto de maneira isolada, nos remete à vários significados à luz da gramática: Recomendar Convencer Persuadir Consultar Pedir parecer Tomar conselho Aconselhar Direcionar Orientar Aconselhamento directivo A combinação dos dois termos implica uma acção directa daquele que oferece o conselho. Ou seja, o poder de decisão ou o julgamento acerca do melhor caminho a ser adotado está na figura do conselheiro. Aconselhamento não directivo Ao contrário do aconselhamento directivo, o não directivo implica ao conselheiro criar as condições para que a pessoa alcance uma maturidade a fim de fazer seu próprio julgamento, analisar as alternativas e formular suas decisões. Aqui o acto de aconselhar não implica o tratamento de instabilidades clínicas. Aconselhamento psicológico O termo «psicológico» muda completamento o sentido e significado do acto de aconselhar. No entanto, a sua definição vem ganhando mutações até a contemporaneidade. Exemplos: C. Rogers (1942): Uma série de contactos directos com o indivíduo com o objetivo de lhe oferecer assistência na modificação de suas atitudes e comportamentos Erickson (1951): Relação entre duas pessoas na qual um dos participantes assumiu ou foi levado a assumir a responsabilidade de ajudar o outro, em função dos seus problemas e frustrações Shostrom e Brammer (1952): Relação objectiva e recíproca entre duas pessoas, em que uma, com formação específica, auxilia a outra a modificar-se ou a mudar seu ambiente Santos (1982): Processo de indicar ou prescrever caminhos, direções e procedimentos, ou criar condições para que a pessoa faça, ela própria, o julgamento das alternativas e formule suas opções Trindade e Teixeira (2000): Relação de ajuda que visa a facilitar uma adaptação mais satisfatória do sujeito à situação em que se encontra e otimizar os seus recursos pessoais em termos de autoconhecimento, autoajuda e autonomia Bebendo das teses destes autores, Scorsolini-Comin (2015): AP um processo de relações interpessoais estabelecidas entre um psicólogo-conselheiro e uma pessoa em busca de ajuda que, por meio da escuta e do diálogo, não apenas trocam informações e orientações e discutem sobre direções e procedimentos, mas compartilham modos de ser e fortalecem os aspectos positivos daquele que busca o aconselhamento, a fim de que este alcance maior autonomia e liberdade. Resumo dos elementos comuns entre as teses destes autores: Processo que envolve respostas aos sentimentos e pensamentos do cliente; Envolve uma aceitação básica das percepções e sentimentos do cliente, independentemente da avaliação externa do conselheiro; É de carácter confidencial e deve existir condições ambientais (setting) para que se estabeleça a relação de ajuda; A iniciativa pelo aconselhamento deve partir da pessoa que busca ajuda; O foco está na vida daquele que busca ajuda e não do conselheiro; Foco nos processos comunicativos entre conselheiro e cliente. 2. Fases e Tarefas Fases Tarefas Identificação e análise de problemas e circunstâncias específicas da vida. Análise global do cliente, desde a compreensão da sua história de vida até a manifestação do problema actual. Aumento do discernimento, conhecimento e consciência dos diferente elementos envolvidos Esclarecer o problema, compreender a queixa. Avaliação das condições, recursos (pessoais e sociais), estratégias, alianças e obstáculos existentes. Conhecer a história, identificar padrões comportamentais e aspetos que dificultam o desenvolvimento do cliente. Definição do potencial de mudanças dessas condições e atitudes pessoais. Conhecer como o cliente vê o problema e até que ponto o está disposto a mudar. Escolha e experimentação de tarefas específicas, para a transformação da realidade problemática. Discutir com o cliente sobre as possíveis decisões e escolhas relacionadas ao problema, bem como estratégias de procedimentos. 3.Breve histórico Origem O surgimento da prática de aconselhamento não parte da Psicologia, pois a sua gênese está marcada nos movimentos capitalistas a quando da busca de habilidades profissionais para o aperfeiçoamento e expansão das indústrias. Já entre 1920 a 1950, em função do eclodir das duas guerras mundiais, surge nos Estados Unidos e na Europa, movimentos que passaram a profissionalizar o exercício de Aconselhamento. Neste período, o aconselhamento era visto como uma prática de orientação directiva e coerciva, associada a necessidade de reconhecer aptidões, para encontrar a melhor adaptação do sujeito aos meios educacionais e profissionais. Evolução Este modus procedendi, influenciou o desenvolvimento de três competências que marcaram a entrada do campo psicológico: Selecção de pessoal Aplicação de testes (Psicometria) Avaliação Psicológica Entre 1950 a 2000, notabilizou-se um avanço significativo do aconselhamento como técnica de intervenção psicológica: Psicoterapia e Consulta Psicológica (Pela escuta e acolhimento), rompendo com a directividade e coercividade do processo -1942 a 1951 (Carl Rogers); Reconhecido como um campo de actuação terapêutica pela APA (1951); Diferenciada das Psicoterapias (1955), graças as reflexões de Rogers e Maslow; Surgimento de diferentes abordagens teóricas especializadas; Diminuição das distâncias entre Aconselhamento e Psicoterapias. Consolidação De 2000 em diante: Consolida-se como prática relacionada à aprendizagem, à promoção de saúde; Envolvimento das instituições, Consideração dos diferentes contextos multiculturais Surgimento de abordagens pós-modernais. O que aprendemos hoje? O termo aconselhamento visto de maneira isolado, nada tem nada a ver com a técnica «AP»; AP, constitui uma técnica aprendida na academia, onde subjaz o encontro de um profissional bem munido e um cliente ou paciente, a fim de se restabelecer por meio da racionalização, o equilíbrio psicoemocional; A técnica de AP, envolve «fases e as suas respectivas tarefas»; A origem da técnica de AP, está ligada: Ao período capitalista (em função da necessidade de uma mão de obra qualificada); Ao período das guerras mundiais (na tentativa de se selecionar os melhores soldados) Fonte: Autor: Fabio Scorsolini-Comin Obra: Aconselhamento Psicológico: Aplicação em gestão de carreiras, educação e saúde. Data: 2015 Publicação: S. Paulo Editora: ATLAS S.A
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