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Aula 06 Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - Técnico Judiciário - Área Administrativa Professor: Carlos Xavier Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 82 AULA 06: Gestão da mudança organizacional. SUMÁRIO PÁGINA 1. Palavras Iniciais. 2 3. Mudança Organizacional. 3 3.1. Forças que impulsionam a mudança organizacional. 4 3.2. Resistência à mudança organizacional. 9 3.3. O Modelo das Três Etapas de Kurt Lewin. 15 3.4. O plano de 8 passos para a implementação da mudança, de Kotter. 17 3.5. A Pesquisa-Ação. 18 3.6. O Modelo de Fischer. 20 3.7. Melhoria Contínua. 22 3.8. Qualidade Total. 23 3.9. A Reengenharia. 25 3.10. O benchmarking. 28 3.11. Aprendizado organizacional. 31 3.12. Planejamento estratégico. 33 4. Questões comentadas. 34 5. Lista de questões. 67 6. Gabarito. 81 7. Bibliografia principal. 82 Observação importante: Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos. 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 82 1. Palavras Iniciais. Oi pessoal! Hoje estudaremos a mudança organizacional e suas várias técnicas associadas! Ao final da aula, como é de praxe, trouxe várias questões de diferentes bancas para você praticar! Como não encontrei tantas questões anteriores de tribunais sobre o assunto de hoje, resolvi complementar com questões de outros concursos, para que você possa praticar ainda mais! Vamos ao trabalho! Prof. Carlos Xavier www.facebook.com/professorcarlosxavier 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 82 2. Mudança organizacional. Podemos dizer que hoje em dia a mudança é algo constante em nossa vida e acontece o tempo inteiro, com maior ou menor intensidade e rapidez. Ao longo da vida, a cidade em que moramos muda, e outras vezes somos nós que mudamos de cidade. Mudam as amizades e as amizades já existentes também se transformam e se tornam diferentes. Acima dessas e de todas as outras mudanças que acontecem no ambiente, nós também mudamos no decorrer da vida. Assim também são as organizações. Elas nascem com certos objetivos, missão e visão que a direcionam em um sentido. A sua estrutura também é criada de forma a se adequar da melhor forma possível às necessidades, dadas as restrições de orçamento, pessoal, tecnologia, etc. Com o tempo, o ambiente vai mudando, passando a exigir que as organizações sejam permeáveis às mudanças. Assim, as organizações vão se adequando a novas necessidades, novos mercados, às práticas do mercado em que atuam, etc. Em alguns momentos, há a necessidade de mudanças radicais: imaginem como os negócios precisam se adequar radicalmente e rapidamente quando o país onde a organização está trabalhando vira palco de longas guerras, como o Afeganistão, por exemplo... Existem ainda aquelas organizações que convivem com mudanças constantes, como as organizações baseadas em internet, por exemplo, que devem se adaptar às mudanças tecnológicas repentinas e rápidas, além das constantes mudanças das demandas do mercado consumidor sobre esses negócios. Tipicamente podemos falar de organizações que possuem uma relação de adaptabilidade em relação ao ambiente: 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 82 1. Negativa: são as organizações fechadas, que não conseguem adaptar-se ao ambiente. 2. Neutra: são as organizações que reagem ao ambiente, adaptando-se as contingências. 3. Positiva: são as organizações que iniciam as mudanças através da inovação, preparando-se para enfrentar o ambiente mutável de forma proativa. De forma geral podemos dizer que a mudança organizacional se opera em diferentes dimensões, o que incluem as pessoas, a estrutura organizacional, seus produtos, seus processos e sua cultura. Outras possibilidades podem existir. Se sua prova disser alguma coisa que vá além disso, pode aceitar, desde que haja uma boa lógica na questão! Bem... a transição de um estado para outro, que é a característica central das mudanças, ocorre nas organizações por conta de diferentes fatores que atuam como impulsionadoras das mudanças organizacionais. Vamos ver como essas forças se estruturam. 2.1. Forças que impulsionam a mudança organizacional Diversos fatores do ambiente funcionam como catalisadores da mudança na organização, uma vez que exigem maior capacidade de adaptação. Para Robbins (2010), é possível resumir os fatores que impulsionam a mudança organizacional em seis forças específicas: 1. Natureza da força de trabalho: as mudanças no perfil da força de trabalho constituem um importante catalisador das mudanças. Com a mudança decorrente da maior diversidade cultural da população, do seu envelhecimento e de valores 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 82 culturais de aceitação e liberdade mais arraigados, a organização também se adapta a essas características, uma vez que as mudanças da sociedade conseguem penetrar nas organizações através da força de trabalho. Além disso, a crescente terceirização de atividades faz com que as organizações tenham que se adaptar às características da força de trabalho terceirizada, muitas vezes distinta daquela que seria utilizada caso as contratações fossem diretas. 2. Tecnologia: são várias as mudanças tecnológicas que geram impacto sobre a organização, incentivando a mudança organizacional. A título de exemplo podemos pensar que computadores mais rápidos, softwares desenvolvidos e internet mais rápida possibilitaram uma revolução, em curso, no mercado cinematográfico. Hoje em dia, há televisões que se conectam diretamente na internet e provedores de filmes on- line que dispensam a necessidade de se comprar ou alugar filmes em DVD - tudo dentro da legalidade. Organizações do setor que não se adaptaram a essas mudanças tecnológicas já estão tendo dificuldades de sobreviver - como as tradicionais locadoras de filmes. Outros exemplos poderiam incluir mudanças organizacionais decorrentes de melhoria de equipamentos; novas tecnologias de produto, de processo e de gestão; mudança tecnológica no canal de distribuição; tecnologia da informação e comunicação; entre outros. 3. Choques econômicos: mudanças bruscas na economia também geram a necessidade da organização se adaptar rapidamente. Antes do Plano Real, no Brasil, muitos pequenos empresários revendedores de material de construção lucravam grandes quantias com um modelo de gestão adequado à situação econômica vigente na época: através da manutenção de grandes volumes de estoque. Mas como é que se ganhava 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios.Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 82 com estoques elevados? É que a inflação era muito alta e os preços eram periodicamente corrigidos para superar a inflação, assim era possível lucrar com grandes estoques. Com a implantação do Plano Real, a inflação foi controlada e os revendedores passaram a ter um grande custo de capital empatado nos estoques, tendo que se adaptar para modelos de gestão mais enxutos, com o menor volume de capital aplicado em estoques que fosse possível. Outro exemplo é a possibilidade de recessão global que ronda a economia internacional nos últimos anos, gerando grandes preocupações em várias organizações que podem passar a ter prejuízos. Isso forçaria mudanças para de equilibrar as finanças através de medidas como cortes de pessoal, enxugamento de níveis hierárquicos, foco nas atividades centrais, etc. 4. Competição: as mudanças competitivas geram importantes impactos sobre as organizações. Atualmente, a forma de competir está mudando. As organizações competem com outras que estão localizadas na esquina, mas também competem com organizações localizadas do outro lado do mundo, que conseguem ser ágeis e flexíveis o suficiente para conquistar consumidores a milhares de quilômetros de distancia. O Modelo das 5 forças competitivas de Porter ilustra quem são os potenciais competidores da organização: 1) os clientes; 2) os fornecedores; 3) os novos entrantes; 4) os produtos substitutos; e finalmente 5) os concorrentes atuais. Além dessas 5 forças, Porter destaca ainda o papel dos governos, que influenciam o ambiente competitivo como um todo através de regras e regulações, agindo, em alguns momentos, como um verdadeiro concorrente. 5. Tendências sociais: as mudanças nas tendências sociais também geram impactos sobre as organizações. A percepção 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 82 de que cada vez mais pessoas vêm se utilizando de blogs e redes sociais, por exemplo, faz as empresas se preocuparem em conquistar clientes através desses canais. Outro exemplo de impacto das tendências sociais sobre os negócios é a tendência de se adotar uma postura ecologicamente correta por parte das empresas. Vejamos o caso da suspensão da disponibilização de sacolinhas plásticas nos supermercados brasileiros - trata-se da moda atual! Alguns estados proibiram o uso de sacolas plásticas. Por quê? Tire suas próprias conclusões! O fato é que, com essas medidas, os supermercados parecem mais ecologicamente corretos sob a ótica do consumidor, mas também conseguem reduzir seus próprios custos e absorvê-los em sua margem de lucro. Enquanto isso, os consumidores ficam felizes da vida e passam a comprar sacolas para o transporte de mercadorias e sacolas plásticas para jogar o lixo fora. O importante é parecer se preocupar com o meio ambiente. Nesse caso, as empresas como um todo estão se adaptando! E lucrando mais! 6. Política internacional: as mudanças na política internacional também geram grandes mudanças na organização. A ascensão da China como potência econômica mundial baseada na produção de eletrônicos padronizados a baixo custo gerou a necessidade de mudança em diversas empresas ocidentais, que passaram a enfocar a diferenciação de produtos e do pós venda. Algumas delas inclusive passaram a terceirizar a produção para a China! Outra forma de ver o assunto aponta que as fontes de forças para as mudanças podem ser internas (endógenas) ou externas (exógenas). Vejamos maiores detalhes: 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 82 Forças exógenas: novas tecnologias, mudanças em valores da sociedade, novas oportunidades ou limitações do ambiente econômico, político, legal e social. Forças endógenas: tensões nas atividades, interações, sentimentos ou resultados de desempenho no trabalho, que representam perturbações no equilíbrio da vida na organização, impulsionando a mudança. Como você vê, são várias as possibilidades de influências para induzir a organização à mudança. Considere que esse é um dos modelos de fatores que impulsionam a mudança. Como é comum na nossa matéria, diferentes autores de administração dirão coisas diferentes a esse respeito, então é importante que você entenda o contexto geral das mudanças na organização para responder a uma questão de prova que fuja ao modelo que acabei de apresentar. Temos que ter em mente também que muitas mudanças acontecem como reação a dificuldades do ambiente, enquanto outras são planejadas para melhorar os resultados da organização. De um modo ou de outro, o que se busca é uma melhoria em relação à situação atual. Desta forma, podemos classificar as mudanças em planejadas ou emergentes. Elas podem ser consideradas planejadas quando a organização considera vários aspectos relativos à própria mudança e planeja como ela se dará e quais seus objetivos. As mudanças emergentes são aquelas que vão acontecendo como consequência da necessidade de superarar fraquezas e ameaças, não são planejadas e são mais complexas. Outra classificação aponta que as mudanças podem ser incrementais e radicais. Mudanças incrementais são aquelas que acontecem mediante pequenos ajustes na organização, que vai, pouco a pouco, mudando sua estrutura, processos, etc. de forma contínua. As mudanças radicais, por outro 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 82 lado, acontecem em elementos profundos da organização, sendo geralmente planejadas de forma a responder a demandas ambientais no longo prazo. Uma mudança radical busca realizar uma intervenção profunda e pontual para revolucionar a organização. De qualquer forma, as mudanças organizacionais devem buscar adequar as realidade organizacional ao que a organização precisa para obter o sucesso. No ambiente contemporâneo, de rápidas mudanças e desenvolvimento tecnológico, essas mudanças devem estar associadas a características como visão sistêmica dos macroprocessos, rapidez, agilidade, flexibilidade, inovação, etc. Quando se implementa a mudança na organização, ela pode gerar diferentes reações nos seus membros, passando desde a adesão imediata à mudança até o surgimento de resistências ao processo de transformação, que é o caso mais frequente. Estas resistências devem ser bem compreendidas para que possam ser enfrentadas (e para que você possa acertar questões sobre este assunto na prova! =). Assim, vamos estudá-las a partir de agora! 2.2. Resistência à mudança organizacional Enquanto comportamentos uniformes são um ativo organizacional em ambientes estáveis, em ambientes mutantes eles constituem um forte entrave, sendo preferível que a organização possua flexibilidade para modificar seus comportamentos ao longo do tempo, pois a dificuldade de adaptação levará a um processo de resistência às mudanças. 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 82 Percebe-se, deste modo, que a cultura organizacional pode ser um problema a ser superado. Culturas fortes e profundamente arraigadas na organização podem ser entraves para o processode mudança, especialmente quando os valores compartilhados na cultura dominante não estão de acordo com aqueles que podem gerar melhoria do desempenho organizacional. Este é apenas um exemplo, mas são várias as fontes de resistência à mudança na organização, podendo ser individuais ou organizacionais. As principais fontes de resistência são as seguintes: Fontes individuais de resistência às mudanças: 1. Hábitos: as pessoas normalmente estão habituadas a agir de determinada forma. Quando a organização estrutura um processo de mudança, as pessoas sentem- se desconfortáveis com a necessidade de modificar os seus hábitos. Por isso, eles podem se tornar uma fonte de resistência às mudanças. 2. Segurança: os processos de mudança geram insegurança nas pessoas, por tirá-las de suas zonas de conforto e segurança, onde se encontravam previamente. 3. Fatores econômicos: as pessoas podem ter receio de perdas financeiras pessoais como consequência das mudanças. Isso acontece, por exemplo, quando as pessoas acham que terão dificuldades de apresentar o desempenho esperado após as mudanças e, por conta disso, poderão não receber sua remuneração variável. 4. Medo do desconhecido: As dúvidas sobre o futuro podem ser uma fonte de resistência, especialmente quando os funcionários veem com grande incerteza o que acontecerá durante e depois das mudanças na organização. 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 82 5. Processamento informacional seletivo: isso significa que as pessoas tendem a ouvir o que querem ouvir. Assim, a informação completa não é repassada, criando uma fonte de resistência importante. Fontes organizacionais de resistência às mudanças: 1. Inércia estrutural: os mecanismos estruturais internos da organização a direcionam em um sentido. Quando ela passa por processos de mudança, esses mecanismos ainda continuam atuando como contrapeso ao processo de mudanças, gerando resistências. 2. Foco limitado de mudança: mudanças organizacionais que não contemplam todos os fluxos interligados da organização podem criar uma resistência advinda dos fluxos e processos antigos que interagem com os processos em mudança. 3. Inércia de grupo: além dos fatores individuais de resistência, o grupo e suas normas sociais também podem apresentar entraves para o processo de mudança na organização. 4. Ameaça à especialização: a existência de grupos especializados na organização pode ser um entrave à mudança quando estes se sintam ameaçados quanto à sua especialização. 5. Ameaça às relações de poder: os processos de mudança que impliquem uma nova redistribuição de poder podem ameaçar a estabilidade das relações de poder já existentes, gerando resistência. 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 82 Numa condição de resistência às mudanças, a organização deve buscar, através dos agentes de mudança (as pessoas responsáveis pelas atividades de mudança na organização), gerar debates abertos sobre as mudanças empreendidas, de modo a possibilitar aos empregados a chance de se expressar e, eventualmente, encaixar as mudanças nas preferências dos membros da organização. Geralmente estes agentes são pessoas de dentro da própria organização, para que conheçam os principais aspectos da cultura organizacional, sua estrutura, grupos informais, etc., podendo usar estes aspectos em prol da mudança. Pode-se dizer que são quatro os pontos principais que podem ser gerenciados para a condução da mudança organizacional: estrutura, tecnologia, pessoas e arranjo físico. Neste sentido, é mais fácil para os gestores administrar as resistências às mudanças quando elas são imediatamente percebidas e abertamente expressadas do que quando elas são implícitas e proteladas, pois os rumos a serem tomados ficam mais claros... - Ok, a mudança pode ter muitas resistências na organização, mas isso significa que as mudanças devem ser evitadas? - R.: Não. Preferencialmente as mudanças devem ocorrer de forma planejada para melhorar o desempenho organizacional frente ao ambiente. Quando a organização estiver passando por um processo de mudança, ela deve se preocupar em enfrentar as resistências para que a mudança possa ser concretizada. A superação das resistências à mudança acontecerão com base em diferentes práticas que os agentes de mudança podem implementar. Algumas delas são: 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 82 1. Educação e comunicação: muitas vezes é preciso que o agente de mudança utilize seu tempo comunicando e educando os membros da organização sobre a necessidade das mudanças empreendidas. Na verdade, a tarefa do agente de mudanças passa por “vender” todo o processo para os membros da organização. 2. Participação: é importante que os membros da organização participem tanto quanto possível das decisões quanto ao processo de mudança, de modo a aumentar o compromisso dos membros da organização com a mudança e fazer com que a resistência seja minimizada. Apesar disso, há um lado ruim: as soluções adotadas para mudança podem não refletir a real necessidade da organização, quando a participação das pessoas é muito elevada. 3. Apoio e comprometimento: a organização deve dar apoio aos funcionários que tiverem dificuldades com o processo de mudança, através de ações de aconselhamento, treinamento, terapia, ou mesmo uma curta licença remunerada, de modo a facilitar a mudança e diminuir a resistência. A organização deve buscar ainda o comprometimento emocional dos funcionários com a mudança. 4. Desenvolvimento de relações positivas: é mais fácil para os membros de uma organização apoiar os processos de mudança quando eles são conduzidos por gestores em quem confiam e com quem mantêm relações positivas. Assim, é importante que a organização que vai passar por processos de mudança busque desenvolver relações positivas com seus colaboradores por meio dos gestores. 5. Implementação de forma justa: trata-se da percepção de equidade. A organização deve buscar que os seus membros 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 82 percebam todo o processo de mudança como justo, de modo a evitar resistências e desmotivação. 6. Manipulação e cooptação: essa é uma técnica interessante de ser cobrada em prova, pois muitos candidatos acharão que está errada por conta do seu conteúdo politicamente incorreto. Na verdade, a manipulação consiste em tentar influenciar os membros da organização de forma disfarçada, fazendo com que eles não se tornem focos de resistência. A cooptação, por sua vez, significa que a organização pode buscar apoio de pessoas que poderiam representar grandes focos de resistência através do oferecimento de posições nas quais essas possam opinar e participar do processo decisório de mudanças. É algo como um tipo de “suborno” em que a organização dá algo em troca de apoio. Ambas são formas baratas de combater as resistências à mudança, mas se as pessoas perceberem que estão sendo usadas, a credibilidade do agente de mudanças estará minada. 7. Seleção de pessoas abertas a mudanças: trata-se do esforço que as organizações devemempreender para contratar pessoas que estejam mais propensas a aceitar mudanças como consequência de suas próprias personalidades. Assim, quando a mudança for necessária, elas não constituirão uma fonte de resistência. 8. Coerção: esta tática consiste no uso de ameaças ou do uso da força sobre os focos de resistência. As vantagens e desvantagens da coerção são similares às da manipulação e cooptação. Agora que já conhecemos o que é mudança organizacional, quais as forças que atuam sobre elas, os mecanismos de resistência e como superá-los, vamos estudar alguns métodos de mudança organizacional. 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 82 2.3. O Modelo das Três Etapas de Kurt Lewin Trata-se de um modelo muito importante para a administração dos processos de mudança, sendo bastante cobrado em concursos públicos que pedem o tema mudança organizacional. Este modelo parte do princípio de que existem forças restritivas e forças propulsoras da mudança organizacional (como já estudamos), representando um conjunto de forças (ou campo de forças) que deve ser administrado pela organização para que a mudança possa acontecer. Para se realizar as mudanças, a organização pode adotar uma das seguintes alternativas: 1. Estimular as forças propulsoras, que estimulam e incentivam a organização rumo às mudanças; 2. Reduzir as forças restritivas, que criam resistências às mudanças; 3. Combinar o estímulo de forças propulsoras e a redução de forças restritivas, sendo essa abordagem mais completa. O campo de forças age sobre a realidade atual e deve ser administrado para que a organização consiga atingir o estado desejado. Assim, ele pode ser representado da seguinte maneira: 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 82 O campo de forças, na verdade, age sobre o status quo para que a mudança possa ser iniciada através do modelo das três etapas da mudança organizacional de Kurt Lewin, representado a seguir: Descongelamento. Movimento ou mudança. Recongelamento. 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 82 O descongelamento, primeiro passo no modelo de mudança de Kurt Lewin, acontece quando o status quo anterior é questionado e posto em xeque. O objetivo nessa fase é quebrar os paradigmas inadequados à nova realidade e abrir caminho para as mudanças. A mudança, segunda etapa do modelo, é o momento no qual a situação anterior é modificada mediante novos valores, praticas, paradigmas, etc.. É aqui que se caminha para o objetivo desejado de mudança. O recongelamento, terceiro e último passo do modelo de Kurt Lewin, acontece quando o processo de mudança atinge o seu objetivo e precisa ser consolidado. Só nessa fase é que o novo status quo passa a ser tido como consolidado na organização. É aqui que os novos comportamentos se integram completamente ao indivíduo, se tornando o seu padrão. É importante que a organização preste todo apoio possível aos indivíduos, para que eles internalizem a mudança. Assim, segundo o modelo de Kurt Lewin, a mudança organizacional passa necessariamente por essas três etapas para que possa ser realizada. 2.4. O Plano de 8 passos para a implementação da mudança, de Kotter - Pessoal, em primeiro lugar, quem estiver achando que houve erro de digitação no nome do autor, fique avisado: não misture tudo, esse aqui é outro autor, diferente daquele que muitos já ouviram falar no Marketing ( o Philip Kotler... ). No estudo da mudança organizacional, John Kotter desenvolveu, com base no modelo de Kurt Lewing, uma abordagem mais detalhada, contendo oito passos para implementação da mudança. 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 82 O modelo de Kotter e a sua comparação com as etapas do modelo de Kurt Lewin estão representadas no quadro a seguir: Modelo de Kotter Modelo de Kurt Lewin 1. Estabelecimento de um sentido de urgência através de uma razão convincente para a necessidade da mudança. Descongelamento 2. Formar uma coalizão de forças que seja suficiente para liderar a mudança desejada. 3. Criar a visão que servirá de norte para a mudança e as estratégias para atingi-la. 4. Comunicar a visão para os membros da organização. 5. Dar autonomia aos membros da organização para buscar a visão, removendo as forças restritivas e incentivando as forças propulsoras da mudança. Mudança (movimento) 6. Planejar, criar e recompensar as vitórias que sejam obtidas no caminho para o atingimento da visão. 7. Fazer os ajustes necessários, reavaliar as mudanças e consolidar as melhorias rumo à visão. 8. Reforçar as mudanças para sua consolidação, mediante o estabelecimento de relacionamentos de causa e efeito entre os novos comportamentos consequência da mudança e o sucesso organizacional. Recongelamento 2.5. A Pesquisa-Ação A pesquisa-ação é um processo de mudança que consiste no levantamento sistemático de dados e informações (pesquisa) e na realização 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 82 de um processo de mudança no sentido indicado pelos dados levantados (ação). É uma metodologia que apresenta como vantagens o foco no problema a ser resolvido através da mudança e a intensa participação dos funcionários. Deste modo, tende a ser uma metodologia que faz com que haja menos resistência ao processo de mudanças e que este leve a um resultado concreto para a organização. O processo de mudança, neste caso geralmente conduzido por um consultor externo à organização, consiste nas seguintes etapas, de acordo com a metodologia da pesquisa-ação: 1. Diagnóstico: quando os dados são levantados para que se possa realizar um diagnóstico da situação organizacional. 2. Análise: é a etapa na qual o agente de mudanças sintetiza as principais questões básicas, áreas de problema e ações possíveis para resolver problemas e melhorar situações compartilhadas por todos os membros da organização. 3. Feedback: é o momento no qual o agente da mudança dá retorno para os membros da organização sobre as descobertas realizadas nas etapas anteriores. É aqui também que os funcionários se utilizam da ajuda do agente de mudança para desenvolver planos de ação para realizar as mudanças necessárias. 4. Ação: é o momento em que as mudanças são implementadas pelos funcionários em conjunto com o agente de mudanças. 5. Avaliação: trata-se da avaliação da eficácia dos planos de ação implementados, com base nos dados levantados no diagnóstico. 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 82 2.6. O Modelo de Fischer Trata-se de um modelo desenvolvido no Brasil por Rosa Maria Fischer (2002) para representar as quatro etapas do processo de transformação organizacional. Este modelo é baseado nas seguintes etapas: 1) auscultação;2) concepção; 3) disseminação/adesão; e 4) sustentação. O modelo completo é representado por Fischer (2002): Fonte: Fischer (2002) 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 82 A etapa de auscultação é onde se realizam os levantamentos e análises dos dados que ajudam a identificar: a) as características dos processos de trabalho, b) os fluxos de comunicação e c) a interação entre as áreas organizacionais. O objetivo dessa abordagem é determinar os fatores que restringem e que alavancam a eficiência dos procedimentos organizacionais e a eficácia dos resultados e das praticas organizacionais (administrativas, técnicas, e gerenciais). A etapa de concepção é onde são planejadas e executadas as atividades interativas necessárias para a transformação organizacional. Este processo, que representa a transição entre a constatação dos problemas e necessidades e a construção de uma forma possível de conceber e implementar as mudanças e aperfeiçoamento de curto e médio prazo, é executado por diferentes grupos organizacionais no sentido de viabilizar a mudança. A etapa de disseminação serve para ampliar a participação dos funcionários da organização no processo de mudança, de forma gradativa e estruturada, devendo atingir os seguintes objetivos: a) disseminar o conteúdo dos produtos elaborados na etapa de concepção; b) medir a compreensão e adequação das propostas; c) adequar ou detalhar propostas e produtos; d) gerar ideias, sugestões e críticas para o aperfeiçoamento das propostas; e) estimular a adesão dos participantes, de maneira consciente, aos princípios e critérios dos produtos gerados, para que eles possam ser internalizados. A etapa final desse processo de transformação organizacional é a etapa de sustentação, que consiste em efetuar o monitoramento e avaliação das ações e dos rumos tomados pelos processos organizacionais. Aqui devem ser realizados processos de levantamento de informações que funcionem como um tipo de auscultação permanente, para que possa haver um aperfeiçoamento contínuo. Além disso, deve haver um esforço organizacional 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 82 para a revitalização dos compromissos que unem os gestores em torno de objetivos comuns através do uso da gestão participativa. 2.7. Melhoria Contínua Em sua essência, a melhoria continua é um método de mudança organizacional que acontece de forma incremental, participativa, suave e contínua, atuando no nível operacional e funcionando de baixo para cima na organização, ou seja, a mudança se opera pelos funcionários do “chão de fábrica”. Este método é baseado nos círculos de controle de qualidade (CCQ), que são grupos de 6 a 12 pessoas voluntárias que se reúnem semanalmente para discutir e resolver problemas sobre as atividades do trabalho na organização. A ideia chave é que as pessoas que executam os trabalhos conhecem a organização melhor do que ninguém e podem propor melhorias importantes. Assim como nos CCQs, a melhoria contínua é centrada nas pessoas e visa uma melhoria contínua da qualidade dos produtos e serviços da organização, numa perspectiva de longo prazo. A melhoria contínua está ligada ao Kaizen, que significa “mudanças positivas” para a organização (do japonês). O Kaizen é uma filosofia que busca fazer com que as coisas sejam feitas de maneira cada vez melhor por todos os empregados da organização, através de melhorias levantadas e implementadas pelos próprios funcionários. Além disso, o Kaizen busca também o atingimento de resultados específicos como a eliminação de desperdícios de qualquer natureza e a elevação da qualidade em suas várias dimensões. 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 82 Chiavenato (2011) destaca que, na realidade, o Kaizen é uma forma de pensar e agir baseada nos seguintes princípios: 1. Promover aprimoramentos contínuos. 2. Enfatizar os clientes. 3. Reconhecer os problemas abertamente. 4. Promover a discussão aberta e franca. 5. Criar e incentivar equipes de trabalho. 6. Gerenciar projetos por intermédio de equipes multifuncionais. 7. Incentivar o relacionamento entre as pessoas. 8. Desenvolver a autodisciplina. 9. Comunicar e informar a todas as pessoas. 10. Treinar intensamente e capacitar todas as pessoas. Aplicando-se a melhoria contínua por toda a organização e de forma a todos assumirem responsabilidade pela melhoria da qualidade (que implica mudança!), têm-se a qualidade total. Estudaremos a qualidade total no próximo tópico. 2.8. Qualidade Total A qualidade total surge como consequência da aplicação da melhoria contínua nas organizações. Em sua essência é um programa de melhoria contínua que engloba toda a organização em todos os seus aspectos, incluindo desde o nível operacional e administrativo até a cúpula estratégica da organização. Sendo abordagens incrementalistas baseadas uma na outra, tanto a melhoria contínua quanto a qualidade total seguem o seguinte processo: 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 82 1. Escolha de uma área de melhoria: é aqui que serão definidas as áreas que passarão pelo processo de melhoria; 2. Definição da equipe de trabalho que tratará da melhoria: é uma etapa importante, dado que a ênfase desses processos está na melhoria baseada nas equipes; 3. Identificação de benchmarks: benchmarks são padrões de comparação e excelência que a organização pode utilizar como referência para os seus próprios processos. Eles podem ser internos (quando se utiliza um processo da mesma organização como referência) ou externos (quando o processo-referência está fora da organização); 4. Análise do método atual: é nessa etapa que a equipe de trabalho analisa os métodos utilizados na área a ser melhorada e identifica como eles podem ser melhorados para alcançar ou superar o benchmark estabelecido; 5. Estudo piloto da melhoria: aqui a equipe desenvolve um piloto sobre a proposta de melhoria e testa sua relação custo x benefício para verificar se a melhoria deve ser implementada; 6. Implementação da melhoria: é nessa etapa que a equipe de trabalho propõe a melhoria a ser implementada e a direção assegura sua implementação, fortalecendo a competitividade da organização e aumentando a motivação das pessoas que trabalham no processo de melhoria. - Acabou!!??!?! - Resposta: NÃO! Na verdade, por ser um processo contínuo, ao atingir essa última etapa, o processo recomeça, voltando para a primeira das atividades e reiniciando o ciclo. Deve-se destacar ainda que a qualidade total é um conceito que está baseado nos grupos de trabalho e considera a necessidade de empoderamento 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 82 (empowerment) das pessoas para que elas possam realmente decidir quais como melhorar as diversas questões organizacionais. - Vamos agora entender os processos de mudanças radicais nas organizações! Vamos estudar a Reengenharia no próximo tópico! 2.9. AReengenharia A reengenharia é uma técnica diferente das que vimos até agora. Essa técnica foi criada por Michael Hammer e James Champy em 1993, como resposta à necessidade das organizações se adaptarem às rápidas mudanças com as quais a organização passou a ter que lidar em seu ambiente. A reengenharia trata de repensar fundamentalmente a organização, criando mudanças radicais e drásticas nos processos organizacionais, que são substituídos por outros inteiramente novos e revolucionários. O grande foco da reengenharia são os processos organizacionais. Ela deve ser iniciada de cima para baixo da hierarquia organizacional (processo Top- Down), como forma de fazer com que processos inteiramente novos possam ser implementados com sucesso. Percebam como a reengenharia é diferente da melhoria contínua: Reengenharia Melhoria contínua/ Qualidade total Radical Passo a passo Revolucionária Incremental De cima para baixo De baixo para cima 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 82 Ao criar processos inteiramente novos, a reengenharia utiliza os seus três componentes (pessoas, tecnologia e processos) para atuar na busca dos seguintes objetivos: 1. Redução de custos; 2. Melhoria de qualidade; 3. Melhoria no atendimento; 4. Melhoria da velocidade. Assim como as outras metodologias que estudamos, a reengenharia também tem uma metodologia própria de implementação. Segundo ela, a implementação da reengenharia envolve 4 etapas, conforme especificado a seguir: 1. Preparação: consiste em realizar um levantamento (mapeamento) dos processos organizacionais para revelar o funcionamento dos processos, selecionar aqueles que deverão sofrer intervenção e mobilizar os recursos necessários para isso; 2. Planejamento: é a fase em que as mudanças a serem realizadas são planejadas. Nesta fase devem ser garantidos os recursos (pessoal, materiais, tempo, etc.) e as equipes devem ser mobilizadas para a mudança que acontecerá; 3. Implementação: é nessa etapa que as mudanças são implementadas. Aqui os processos selecionados serão analisados, reinventados, implementados e a mudança terá seu impacto avaliado; 4. Avaliação: trata-se da etapa em que os resultados da reengenharia serão avaliados, medidos e comunicados. Trata- se da última etapa que serve para o controle do processo. Deve ser destacado ainda que a reengenharia dos processos direciona o foco da organização para os clientes (internos e externos) através dos 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 82 processos organizacionais (e não da estrutura organizacional). Deste modo, a reengenharia traz as seguintes consequências para a organização: 1. Os departamentos tendem a deixar de existir, dando espaço para equipes e funções orientadas para processos e clientes. A departamentalização, tipicamente realizada por funções, passa a ser substituída por redes de equipes de processos. 2. A estrutura organizacional, que tradicionalmente é alta e longa, passa a ser nivelada, achatada e horizontalizada. A reengenharia faz o enxugamento organizacional (downsizing) para que ela deixe de ser centralizadora de decisões e rígida nos processos e passe a ser flexível, descentralizada e maleável. 3. As tarefas deixam de ser simples, rotineiras, fragmentadas e especializadas para se tornar cada vez mais multidimensionais e baseadas no trabalho em grupo, com responsabilidade solidária e coletiva. 4. A autonomia, liberdade e responsabilidade passam a moldar os comportamentos das pessoas, que deixam de ser controladas por regras e regulamentos rígidos. 5. O foco do treinamento das pessoas deixa de ser com base nos requisitos de um cargo específico e passam a ser construídos com base em uma educação integral que busca a formação do indivíduo e o desenvolvimento de suas habilidades pessoais. 6. O foco da avaliação de desempenho deixa de recair sobre as atividades/tarefas e passa a considerar os resultados alcançados, a contribuição da pessoa para esses resultados e o calor criado para a organização e para o cliente. 7. Os valores compartilhados passam a ser centrados no cliente, seja interno ou externo, e não mais nas relações chefe- subordinado. 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 82 8. Os gerentes deixam de ser controladores de resultados e de permanecer distantes da operação do dia-a-dia organizacional para se tornarem líderes que impulsionam as pessoas, que participam mais de perto das operações do dia-a-dia, e que mantém relacionamento mais próximos com as pessoas. 9. Os gerentes passam a ser orientadores e educadores que possuem habilidades interpessoais para o relacionamento humano, deixando de ser apenas técnicos que controlam as pessoas. Estudemos ainda alguns outros métodos associados à mudança organizacional... 2.10. O benchmarking. Benchmarking é um processo sistemático e contínuo de avaliação dos produtos, serviços e processos de trabalho das organizações/departamentos/etc. que são reconhecidas como representantes das melhores práticas, com a finalidade de comparar desempenhos e identificar oportunidades de melhoria na organização que está realizando o benchmarking. Em outras palavras, é um processo de comparação conduzido por uma organização ou área em relação à outra que seja tida como referência. O benchmarking deve ser percebido como algo sistemático, que envolve toda a organização, e não como um processo isolado. Ele é também um processo gerencial, à medida que ele serve para que os tomadores de decisão na empresa guiem o seu pensamento. 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 82 Os principais tipos de benchmarking são: 1. Benchmarking Competitivo Caracteriza-se por ter como alvo específico as práticas dos concorrentes. Na prática, é o menos usual, uma vez que é quase impossível que as empresas facilitem o acesso a dados que estão ligados diretamente com a sua atividade à concorrência. Por isto, muitas vezes, é necessário contratar uma consultoria externa para obter informações para a realização do benchmarking competitivo. Neste tipo de benchmarking, produtos, serviços ou processos da organização são comparados com os de organizações concorrentes, buscando superá-los. 2. Benchmarking interno Neste tipo de benchmarking, a procura pelas melhores práticas ocorre dentro da própria organização, em diferentes unidades (outros departamentos, sedes, etc.). Neste caso, há uma maior facilidade na obtenção de parcerias para realização do benchmarking. Além disso, apresenta custos mais baixos e a valorização das melhores práticas internas à organização. A grande desvantagem é que as práticas organizacionais objeto de comparação estarão sempre impregnadas com os mesmos paradigmas. Em resumo, são comparados valores ou processos entre unidades internas da organização, com vista à disseminar as melhores práticas por todas as unidades. Por suas vantagens, esse tipo de benchmarking é bastante utilizado. 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. CarlosXavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 82 3. Benchmarking genérico Ocorre quando o Benchmarking é baseado num processo que atravessa várias funções da organização e pode ser encontrado na maioria das empresas do mesmo porte, como por exemplo, o processo desde a entrada de um pedido até a entrega do produto ao cliente. É neste tipo de Benchmarking que encontramos a maioria dos exemplos práticos onde as empresas estão mais dispostas a colaborar e a ser mais verdadeiras na disponibilização dos padrões, ou “benchmarks”. Ele é não competitivo, pois são comparados processos entre organizações com a colaboração do “benchmark partner” (organização parceira na realização do benchmarking), que poderá ter vantagens diversas em permitir que sejam dissecados os seus processos. Essas vantagens incluem notoriedade, prestígio, volume de negócios, etc. 4. Benchmarking funcional Este tipo de benchmarking é baseado numa função específica, servindo para trocar informações acerca de uma atividade bem definida como, por exemplo, a distribuição, o faturamento ou embalagem. Alguns autores vinculam o conceito de benchmarking funcional ao de benchmarking genérico, pela possibilidade dos mesmos serem utilizados sem se levar em consideração a concorrência direta da organização que aprende ou patrocina o estudo e a organização "investigada". 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 82 Neste sentido, são comparados processos/funções similares entre organizações, independentemente do setor de atividade (empresas não concorrentes). O aprendizado organizacional também é uma forma de mudança organizacional. Estudemos um pouco mais... 2.11. Aprendizado organizacional. O aumento das condições de incerteza e a aceleração e intensificação das mudanças têm feito com que a organização deva, cada vez mais, aprender. Esta aprendizagem organizacional se dá a partir das pessoas que compõem a organização. Percebe-se que a aprendizagem não pode acontecer ao acaso nas organizações, devendo ser organizada e contínua, afetando todos os membros da organização. Ela deve ser direcionada às necessidades da organização e à sua visão de futuro. Em essência, precisamos saber que a aprendizagem é, no nível individual, a mudança de comportamento dos indivíduos em função dos novos conhecimentos, habilidades e experiências obtidas, servindo para melhorar o próprio desempenho e se adaptar ao ambiente. Segundo Chiavenato (2011) “a aprendizagem individual conduz à aprendizagem organizacional: a maneira como a organização como um todo aprende, adapta-se às circunstâncias externas, melhora seu comportamento e garante seu desempenho e sucesso”. Fleury e Junior (2002) afirmam que o processo de aprendizagem na organização pode acontecer em três níveis: 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 82 1. Nível do indivíduo: é o primeiro nível do processo de aprendizagem. Está carregado de emoções positivas ou negativas, por meio de caminhos diversos. 2. Nível do grupo: a aprendizagem pode vir a constituir um processo social partilhado pelas pessoas do grupo. 3. Nível da organização: o processo de aprendizagem individual, de compreensão e interpretação partilhados pelo grupo, torna-se institucionalizado e se expressa em diversos artefatos organizacionais, como estrutura, regras, procedimentos e elementos simbólicos. As organizações desenvolvem memórias que retêm e recuperam informações. Segundo Argyris (apud Chiavenato, 2011), a aprendizagem organizacional ocorre em duas condições básicas: 1. Primeiro, quando uma organização alcança o que pretende, isto é, quando passa a existir uma correspondência entre seu plano de ação e o resultado real. 2. Segundo, quando uma defasagem entre o objetivo pretendido e o resultado alcançado é identificada e corrigida, isto é, a defasagem é transformada em correspondência. Neste sentido, a aprendizagem ocorre quando se verifica a correspondência entre o que se deseja e o resultado real. Além disso, ela pode ocorrer quando as defasagens percebidas são corrigidas. Neste último caso, é importante que se verifique quais as variáveis que levaram à defasagem para que elas possam ser modificadas e a aprendizagem concluída. Vamos agora entender como o planejamento estratégico também é uma forma de mudança... 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 82 2.12. Planejamento estratégico. O planejamento estratégico também pode ser entendido como um importante método para a mudança organizacional. Para sua aplicação, a organização deverá realizar um processo de diagnóstico organizacional, onde a situação atual é levantada para que o processo de mudança e inovação possa ser iniciado através do planejamento estratégico. O planejamento estratégico vê a organização como um todo no longo prazo, buscando estabelecer objetivos e metas em um plano estratégico para a organização seguir. Tendo um plano estabelecido, a organização estará escolhendo o seu caminho a ser seguido, construindo o futuro desejado. O planejamento estratégico também contribui para a mudança organizacional através do seu processo, pois envolve as pessoas da cúpula organizacional em uma reflexão sobre as perspectivas futuras, o que, por si só, já gera um envolvimento da alta cúpula com o processo de mudança a ser implementado pelo planejamento estratégico. Saiba que o assunto de planejamento estratégico como um todo é muito mais longo do que essas observações iniciais, que servem apenas para situá-lo no contexto da mudança organizacional! Com isso encerramos a parte teórica da aula de hoje. Vamos agora para várias questões comentadas sobre os assuntos abordados nessa aula. Prof. Carlos Xavier www.facebook.com/professorcarlosxavier 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 82 3. Questões comentadas QUESTÕES SOBRE MUDANÇA ORGANIZACIONAL (CESPE/TCU/AUDITOR/2008) A constatação de que as intervenções para que a organização evolua no alcance de sua visão envolvem constantes mudanças de processos e até de paradigmas fez os dirigentes de uma organização desenvolver em plano de gestão da mudança organizacional. Nessa situação hipotética, as premissas que o citado plano deve possuir para obter sucesso incluem a 1. (CESPE/TCU/AUDITOR/2008) melhoria dos processos de comunicação, tomada de decisão e resolução de problemas. Comentário: A melhoria dos processos organizacionais constitui uma das bases para a mudança organizacional. Como parte desses processos, a comunicação, a tomada de decisão e a resolução de problemas são temas que permeiam toda a organização e que devem ser levados em consideração nos processos de mudança organizacional. Note que o comando da questão fala em constantes mudanças de processos e até de paradigmas para atingir a visão da organização, nesse contexto, pontos mais generalistas que facilitam a mudança devem ser melhorados, como é o caso dos propostos no item em avaliação. GABARITO: CERTO. 2. (CESPE/TCU/AUDITOR/2008) conservação da estrutura organizacional vigente como estratégia de preservação de valores.Comentário: Se está sendo desenvolvido um plano de gestão da mudança organizacional para lidar com mudanças profundas que acontecem constantemente nos processos e até nos paradigmas da organização com vistas ao atingimento da visão organizacional, não se deve falar em conservação da estrutura organizacional vigente, mas sim de sua modificação e flexibilização para a mudança atual e as mudanças futuras. GABARITO: ERRADO. 3. (CESPE/TCU/AUDITOR/2008) preservação do ambiente físico, visando estabelecer uma base estável para o desenvolvimento das mudanças. Comentário: Se a organização está passando por constantes mudanças de processos e até de paradigmas para atingir sua visão, ela não deve se ater a 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 82 uma única conformação do ambiente físico, devendo se adaptar às necessidades impostas pelas mudanças. Deste modo, a preservação do ambiente físico gera estabilidade, não sendo o ideal para o desenvolvimento de mudanças. GABARITO: ERRADO. 4. (CESPE/TCU/AUDITOR/2008) participação dos funcionários nas decisões sobre procedimentos a serem alterados. Comentário: Os funcionários possuem uma perspectiva diferente da perspectiva da liderança quanto às questões organizacionais, inclusive quanto às mudanças. Quando os funcionários participam das decisões sobre os procedimentos a serem alterados eles dão uma perspectiva única de quem lida diretamente com os procedimentos, facilitando o sucesso da iniciativa de mudança. Além disso, a participação dos funcionários gera o comprometimento individual que é necessário em situações desse tipo. GABARITO: CERTO. 5. (CESPE/TCU/AUDITOR/2008) negociação, nos casos em que a resistência à mudança for uma fonte de poder e influência na organização. Comentário: Caso a resistência à mudança seja fonte de poder para um individuo ou grupo na organização, esta deverá negociar diretamente com aqueles com vista a viabilizar a mudança necessária para o alcance de sua visão. Trata-se de uma das estratégias para mitigar as resistências às mudanças. GABARITO: CERTO. 6. (CESPE/EBC/ANALISTA-ADMINISTRAÇÃO/2011) Um processo de reengenharia organizacional pode ocorrer de forma lenta e gradual, desde que seja estudado e planejado com antecedência, assim como ocorre com o processo de melhoria contínua. Comentário: A reengenharia é um processo de mudanças radicais e drásticas na organização, não estando relacionado a processos lentos e graduais. Assim, item errado. GABARITO: ERRADO. 7. (CESPE/EBC/ANALISTA-ADMINISTRAÇÃO/2011) O mapeamento dos macroprocessos organizacionais, ferramenta que subsidia a equipe de reengenharia, favorece o enfoque sistêmico. Comentário: O mapeamento, ou identificação, dos macroprocessos organizacionais faz com que a organização tenha uma percepção do que está acontecendo em 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 82 todo o seu sistema organizacional, favorecendo um enfoque sistêmico e orgânico do processo de mudança, o que é positivo e facilita o seu sucesso. GABARITO: CERTO. 8. (CESPE / EBC / ANALISTA-ADMINISTRAÇÃO / 2011) Inserido no contexto organizacional, o mapeamento de processos é uma ferramenta administrativa capaz de revelar os obstáculos produtivos referentes a determinado processo. Comentário: O mapeamento de processos encontra-se na etapa de preparação da reengenharia, sendo uma atividade que busca compreender o funcionamento dos processos organizacionais para que eles possam ser posteriormente substituídos por outros mais apropriados. GABARITO: CERTO. 9. (CESPE / EBC / ANALISTA-ADMINISTRAÇÃO / 2011) São elementos vitais para a reengenharia organizacional: as pessoas, os recursos tecnológicos e os recursos financeiros, que garantem a execução do trabalho. Comentário: Os elementos da reengenharia são as pessoas, TI e os processos. Assim, quando o item fala em recursos financeiros ele está errado. GABARITO: ERRADO. 10. (CESPE / TJ-ES / ANALISTA-ADMINISTRAÇÃO / 2011) A fim de implementar, com sucesso, o processo de reengenharia, os clientes internos de uma organização devem ser consultados, se a implementação das mudanças ocorrer de baixo para cima. Comentário: O processo de reengenharia é implementado de cima para baixo na hierarquia organizacional, por isso o item em análise está errado. GABARITO: ERRADO. 11. (CESPE / TJ-ES / ANALISTA-ADMINISTRAÇÃO / 2011) Em razão de enfatizar o cliente, uma das principais características da reengenharia consiste na adoção de mudanças radicais em processos e produtos da organização. Comentário: Item bem interessante pessoal. Em primeiro lugar, temos que considerar que a mudança organizacional enfoca os processos organizacionais e que o grande foco desses processos é a entrega de um produto ou serviço para o cliente. Assim, qualquer mudança que for empreendida nos processos organizacionais, também terá foco no cliente. 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 82 Em segundo lugar, as mudanças da reengenharia são radicais no que diz respeito aos processos, como diz o item. Até aqui, tudo ia muito bem... Agora, por fim, deve-se pensar que as mudanças radicais empreendidas nos processos chegam ao cliente através de custos mais baixos, melhor qualidade de produto/serviço, etc. O problema é que o item fala em mudanças radicais em produtos da organização, o que não é o foco da reengenharia, que está direcionada para os processos e estrutura da organização. Estes últimos, inclusive, podem sofrer mudanças radicais sem que os produtos finais sejam modificados sob a ótica do cliente. Assim, esta última parte da questão é muito questionável e deveria ter sido considerada errada pela Banca. O problema é que a Banca considerou o item como certo. Então fica a lição: daqui para frente, em provas do CESPE, deve-se considerar que a reengenharia também empreende mudanças radicais em produtos. Ainda assim ficamos no risco de eles “aprenderem” que isso está errado... paciência! GABARITO: CERTO. 12. ( CESPE / CORREIOS / ADMINISTRADOR / 2011 ) A mudança de uma estrutura vertical para uma estrutura horizontal embasada em equipes, que visa aperfeiçoar o desempenho dos processos e minimizar a centralização de decisões, é exemplo de reengenharia organizacional. Comentário: A mudança estrutural de uma organização que era bastante verticalizada para uma estrutura horizontal baseada em equipes pode ser considerada uma mudança radical na estrutura da organização, sendo consequência da reengenharia organizacional. GABARITO: CERTO. 13. ( CESPE / CORREIOS / ADMINISTRADOR / 2011 ) O processo de reengenharia organizacional resulta em mudanças internas, de baixo para cima, nas estruturas organizacionais. Comentário: O processo de reengenharia é um processo de cima para baixo, ou Top-Down, ao contrário do que afirma o item. GABARITO: ERRADO. 14. ( CESPE / CORREIOS / ADMINISTRADOR / 2011 ) Reengenharia refere-se à reformulação que visa incrementar os processos comerciais de uma organização, de forma a agregar valor ao cliente. Comentário: A reengenharia tem foco na reestruturação radical dos processos e estruturas da organização, e não no incremento dos processos comerciais, ou seja, das vendas da organização, com o objetivo de agregar valor ao cliente. GABARITO: ERRADO. 59330735711 Administração Geral e Pública paraTJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 82 15. ( CESPE / CORREIOS / ADMINISTRADOR / 2011 ) Entre os objetivos da reengenharia organizacional, destacam-se as melhorias em qualidade, custo, serviço e velocidade dos processos organizacionais. Comentário: A reengenharia é o reinventar drástico dos processos e estrutura organizacionais. Entre seus objetivos estão a redução de custo, melhoria de qualidade e do atendimento (serviço), além do aumento da velocidade dos processos organizacionais. GABARITO: CERTO. 16. (CESPE/MMA/ANALISTA/2011) Reengenharia consiste na redefinição das macro-organizações em uma operação completa, cuja finalidade é refletir sobre os processos de negócio que satisfazem às necessidades dos consumidores. Comentário: A finalidade da reengenharia é criar novos processos a partir do zero, permitindo a redução dos custos, melhorias de qualidade, atendimento e velocidade, e não refletir sobre processos que satisfazem a necessidade do consumidor. GABARITO: ERRADO. 17. (CESPE/EBC/Administrador/2011) A existência de processo organizacional análogo em empresa do mesmo ramo de atividade é condição sine qua non, ou seja, indispensável, para que se possa realizar benchmarking em uma organização. Comentário: O Benchmarking pode ser realizado de diferentes formas. Algumas delas preveem o benchmarking não competitivo com empresas de ramos de atividade distintos. Além disso, é possível também o benchmarking dentro da própria organização. Deste modo, não se pode dizer que a existência de processo análogo em empresa do mesmo ramo é condição essencial e indispensável para a realização de um processo de benchmarking. GABARITO: Errado. 18. (CESPE/ANATEL/Analista-Administração/2009) A expressão benchmarking pode ser definida como a reformulação da maneira de condução dos negócios de uma organização. Comentário: Benchmarking não é o que está dito na questão. Na verdade, ele consiste na comparação de algum objeto com um outro objeto tido como padrão de referência, ou simplesmente “benchmark”. GABARITO: Errado. 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 82 19. (CESPE/INPI/ Analista de Planejamento - Arquivologia/2013) Para que uma mudança organizacional seja bem-sucedida, é necessário que o agente de mudança seja um consultor externo, cuja atuação não seja influenciada pela cultura organizacional da empresa. Comentário: Ao contrário, pessoal! Para favorecer a mudança, é importante que o agente de mudança conheça os principais aspectos internos da organização, tais como sua cultura, estrutura, grupos informais, etc., utilizando este conhecimento ao seu favor para estabelecer a mudança. Justamente por isso é preferível que o agente de mudança seja interno à organização! GABARITO: Errado. 20. (CESPE/INPI/ Analista de Planejamento - Arquivologia/2013) A teoria do campo de forças é amplamente utilizada no processo de mudança organizacional. Comentário: A Teoria do Campo de Forças (de Kurt Lewin) é uma teoria que estabelece que a mudança sempre possuirá forças a favor e forças contrárias, sendo papel do agente de mudanças incentivar as forças a favor e reduzir ou remover as forças contrárias, favorecendo a ocorrência da mudança. Tendo isto em mente, é certo afirmar que ela é amplamente utilizada nas considerações feitas pelas organizações sobre os processos de mudança organizacional. GABARITO: Certo. 21. (CESPE/INPI/ Analista de Planejamento - Arquivologia/2013) O conceito de mudança e o de capacidade adaptativa da organização às transformações do ambiente estão relacionados à abordagem taylorista. Comentário: Questão bastante multidisciplinar! Nela se pede que o candidato conheça sobre mudança organizacional, competências e a perspectiva de Taylor sobre a administração. Vamos por partes: - Mudança é a transição de uma situação para outra. Nas organizações, o que ocorre é a busca de mudanças para que as mesmas estejam sempre em sintonia com a necessidade de seu ambiente. - Capacidade adaptativa é um conceito relacionado com a gestão por competências, sendo relativo às competências internas que uma organização possui para conseguir se adaptar às mudanças no ambiente. Está ligada, portanto, à mudança organizacional. - A abordagem taylorista da administração, por sua vez, é focada no interior da organização, na realização de tarefas, nos tempos e movimentos a 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 82 serem cumpridos pelos funcionários dentro de um contexto de organização racional do trabalho. Assim, percebe-se que a mudança organizacional - relacionada com as capacidades adaptativas - nada tem a ver com a abordagem taylorista da administração, estando mais ligada às abordagens de organizações enquanto sistemas abertos, como a sistêmica e a contingencial. GABARITO: Errado. 22. (CESPE/INPI/ Analista de Planejamento - Arquivologia/2013) O processo de mudança organizacional só é finalizado quando ocorre a completa renovação da cultura e do clima organizacional. Comentário: O processo de mudança organizacional, de forma ampla, deve ser entendido como uma constante adaptação da organização aos requisitos do ambiente para sua sobrevivência e desenvolvimento. Sob este ponto de vista, ele não teria um fim... De forma mais específica, quando uma organização estabelece um processo de mudança organizacional, ela pode buscar a transformação de alguns aspectos específicos, e a mudança estará concluída quando a transformação desses aspectos (sejam quais forem) estiver internalizada pelos funcionários em suas rotinas corriqueiras. De um modo ou de outro, não existe esta “obrigatoriedade” de “completa renovação” da cultura e do clima oragnizacional. GABARITO: Errado. 23. (CESPE/INPI/ Analista de Planejamento - Arquivologia/2013) A capacidade de adaptação inclui-se entre os requisitos necessários para a promoção de uma mudança organizacional. Comentário: Questão bastante interpretativa e tranquila. Para mudar, é necessário ser capaz de se adaptar? Claro que sim! Sem adaptação, não há mudança! GABARITO: Certo. 24. (CESPE/INPI/ Analista de Planejamento - Arquivologia/2013) No que tange a mudança organizacional, o componente estratégico remete à relação entre a organização e o ambiente. Comentário: Questão esquisita e mal redigida. O que ela quis dizer é que, um ponto estratégico para a mudança organizacional é a relação entre a organização e o ambiente, o que está certo! Isto porque, para que a mudança organizacional funcione (como um todo), é importante que ela esteja buscando melhorar a adaptação entre organização e ambiente! GABARITO: Certo. 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 82 25. (CESPE/CNJ/Técnico Judiciário - Programação de Sistemas/2013) A reengenharia, uma tecnologia à disposição dos gerentes, refere-se à união da implantação de novos meios tecnológicos à reestruturação e nivelamento hierárquico de uma organização. Comentário: Errado, pessoal! A reengenharia é a mudança radical e drástica da organização, para que ela seja gerenciada por processos focados nos clientes, internos e externos! Para isso, ela se utiliza de recursos tecnológicos e geralmente termina operandouma reestruturação da organização, que pode afetar os seus níveis hierárquicos. Apesar disso, ela não é o uso dos recursos e a reestruturação de níveis hierárquicos! GABARITO: Errado. 26. (CESPE/TC-DF/Analista de Administração Pública/2014) Mudanças organizacionais são endógenas às organizações e, por isso, não podem ser planejadas. Comentários: As mudanças organizacionais realmente são endógenas (internas) às organizações. É justamente por isso que elas podem sim ser planejadas. GABARITO: Errado. 27. (CESPE/TC-DF/Analista de Administração Pública/2014) Diferentemente da mudança em organizações, que se refere a mudanças em lócus organizacional, a mudança organizacional envolve alteração de aspectos estruturais de uma organização. Comentários: A questão é um pouco enrolona. Fala na mudança que acontece em organizações ou seja, uma mudança que acontece dentro da organização (bem descrita pela questão como em lócus organizacional). Além disso, afirma que a mudança organizacional envolve a mudança da própria organização, mencionando um envolvimento da alteração de aspectos estruturais, o que está correto. Poderia afirmar ainda que envolve, por exemplo, as pessoas da organização, a cultura organizacional e os processos da organização. GABARITO: Certo. 28. (CESPE/TC-DF/Analista de Administração Pública/2014) Mudanças na estrutura formal de uma organização, ao contrário de mudanças em seus processos, alteram elementos de sua dinâmica organizacional, como cultura e comportamento. Comentários: 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 82 Questão bastante interpretativa e que pede que você tenha uma visão mais ampla da administração para perceber que tanto mudanças na estrutura quando nos processos terminam gerando mudanças em elementos como a cultura e o comportamento organizacional. GABARITO: Errado. 29. (CESPE/TC-DF/Analista de Administração Pública/2014) Mudanças nos sistemas de controle, de contabilidade e de orçamento e nas políticas organizacionais são exemplos de mudanças de dimensão processual. Comentários: Mais uma questão bastante interpretativa e que pede que você tenha uma visão mais ampla da administração. Aqui, você teria que entender que os sistemas de controle, contabilidade e orçamento são atividades corriqueiras da organização, que podem ser consideradas processos. Já as políticas definem o funcionamento da própria estrutura da organização, estabelecendo faixas de decisão e delegação de autoridade para cada nível hierárquico e realidade específica a ser enfrentada no futuro. GABARITO: Errado. 30. (CESPE/TC-DF/Analista de Administração Pública/2014) A classificação de impacto radical ou incremental é empregada para a análise de inovações, mas não para a análise de mudanças em organizações. Comentários: Tanto mudanças quanto inovações podem ser classificadas em radicais ou incrementais. GABARITO: Errado. 31. (CESPE/TC-DF/Analista de Administração Pública/2014) Mudanças em estruturas e sistemas são comumente geradas nas estruturas inferiores dos organogramas de uma organização. Comentários: Como se observa na teoria, o mais comum é que as mudanças sejam geradas de maneira planejada pela organização, de cima para baixo na estrutura organizacional, por isso não é possível afirmar que elas são geradas nas estruturas inferiores dos organogramas. GABARITO: Errado. 32. (CESPE/TC-DF/Analista de Administração Pública/2014) Diagnóstico organizacional é um instrumento voltado à promoção da flexibilidade, da mudança e da inovação nas organizações. Comentários: 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 82 O diagnóstico organizacional é, sobretudo, um instrumento para levantamento da situação estratégica atual. É a base para um processo de planejamento estratégico. É com base nele que a mudança e a inovação podem ser planejadas, além de outros fatores (como a flexibilidade falada na questão). GABARITO: Certo. 33. (CESPE/TC-DF/Analista de Administração Pública/2014) Gerenciar fornecedores e observar regulamentações e legislações são procedimentos adequados para monitorar fontes para a mudança. Comentários: Questão bastante interpretativa. Nela você deveria perceber que olhar para os fornecedores e para a legislação é o acompanhamento de fatores do ambiente externo, especialmente ligados a fatores econômicos e legais, que devem ser acompanhados e que, fatalmente, se tornam forças propulsoras de mudanças quando são bem obsevados e gerenciados. GABARITO: Certo. 34. (FCC/TCE-AP/ACE/2012) Em relação a mudança organizacional, considere: I. São presenciados simultaneamente três campos de força em uma organização em mudança, que se caracterizam por desejar a mudança, evitar a mudança e implementa-la. II. A história da mudança mostra que, quando as condições melhoram, as pessoas se mostram insatisfeitas; não se contentam por terem progredido tanto e reclamam sobre o que ainda devem percorrer. III. O modelo de mudança de Lewin expõe três passos para a introdução da mudança, identificado-os sequencialmente como mudança, descongelamento e recongelamento. IV. Uma dificuldade na gestão da mudança ocorre pelo fato de a empresa desejar ou necessitar mudar e os indivíduos, embora possam inicialmente colocar-se a favor, tendem a resistir à medida que as mudanças ocorrem. Está correto o que se afirma APENAS em a) I, II e III. b) II, III e IV. c) I e III. d) II e IV. e) III e IV. Comentário: Para resolver esta questão bastava identificar o erro no item III, pois apenas uma resposta não possui este item! De qualquer forma, vamos analisar cada um dos itens dessa questão: 59330735711 Administração Geral e Pública para TJAA de TRTs Curso Regular - Teoria e Exercícios. Prof. Carlos Xavier - Aula 06 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 82 I. São presenciados simultaneamente três campos de força em uma organização em mudança, que se caracterizam por desejar a mudança, evitar a mudança e implementa-la. Errado. Na verdade são duas as forças que movem o processo de mudança: as forças propulsoras e as forças restritivas. II. A história da mudança mostra que, quando as condições melhoram, as pessoas se mostram insatisfeitas; não se contentam por terem progredido tanto e reclamam sobre o que ainda devem percorrer. Considerado certo. A FCC provavelmente tirou esta frase de algum detalhe de algum livro. Não é um item que mede conhecimento. Ele serve apenas para complicar a vida do candidato que não percebeu que bastava encontrar o erro no item III e ter certeza sobre ele. III. O modelo de mudança de Lewin expõe três passos para a introdução da mudança, identificado-os sequencialmente como mudança, descongelamento e recongelamento. Errado. O modelo de mudança de Kurt Lewin passa pela seguinte sequencia: descongelamento-mudança-recongelamento. As etapas apresentadas no item estão corretas, mas a sequencia está errada! IV. Uma dificuldade na gestão da mudança ocorre pelo fato de a empresa desejar ou necessitar mudar e os indivíduos, embora possam inicialmente colocar-se a favor, tendem a resistir à medida que as mudanças ocorrem. Certo. O item diz apenas que as pessoas tendem a ser resistentes ao processo de mudança, o que está certo. Apesar disso, elas podem adotar posturas pró-mudança. Cabe a organização (que deseja a mudança) diminuir os fatores de resistência! GABARITO: D. 35. (FCC/BAHIAGAS/Analista de Processos - Administração/2010) Na aplicação da análise de
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