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TCC PÓS GRADUAÇÃO

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INSTITUTO CULTUS 
MAC-LEMMO MILORD AMORIM 
CONTRUIBUIÇOES DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO TRATAMENTO E COMPREENSÃO DA DEPRESSÃO 
GOVERNADOR VALADARES/MG 
2022
MAC-LEMMO MILORD AMORIM 
CONTRUIBUIÇOES DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO TRATAMENTO E COMPREENSÃO DA DEPRESSÃO 
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título especialista em Psicologia Comportamental e Cognitiva 
GOVERNADOR VALADARES
2022
CONTRUIBUIÇOES DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO TRATAMENTO E COMPREENSÃO DA DEPRESSÃO 
Mac-LemmoMilord Amorim
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). “”.
[footnoteRef:2] [2: 1Acadêmico do Curso de Pós-graduação Psicologia Comportamental e Cognitiva do Instituto Cultus. E-mail: macmilord@yahoo.com.br
.] 
RESUMO
O Transtorno Depressivo Maior (TDM) atinge mais 300 milhões de pessoas no mundo e está relacionada a diversas doenças clinicas e psiquiátricas, causando às vítimas um prejuízo imensurável às atividades sociais e se tornando umas das principais causas de suicídio no mundo nos últimos anos. Do exposto, se faz necessário um tipo de abordagem que seja efetiva e eficaz para o tratamento desse transtorno. A Terapia Cognitivo-Comportamental atende este proposito, através de suas técnicas estruturadas, tendo sua eficiência demonstrada em várias pesquisas. Este artigo visa apresentar uma revisão biográfica sobre o transtorno depressivo maior suas principais características e critérios diagnósticos, a importância da TCC, a aplicabilidade de algumas de suas técnicas no tratamento destes transtornos. Para, isto foram utilizados como procedimentos de pesquisa o levantamento e a análise de documentos de domínio científico, tais como livros e artigos publicados nas bases de dados da Scientific Eletronic Library Online (SciELO).
Palavras-chave:Teoria Cognitiva Comportamental; Transtorno depressivo maior;Depressão; 
INTRODUÇÃO
Aproximadamente 300 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão, tornando-aum grave problema de saúde pública. Sabe-se que este transtorno é umas das patologias psiquiátricas mais comuns e tem se mostrado fator de grande prejuízo social, ocupacional e funcional. Em casos mais graves o paciente acometido por este transtorno pode apresentar ideações e tentativas de suicídio. Verifica-se que aproximadamente 800 mil pessoas morrem por suicídio por ano, colocando o autoextermínioem segundo lugar no ranque das causas de mortes. Entre as vitimas, estão os jovens na faixa etária compreendida entre os 15 e 29 anos de idade (OPAS/BRASIL 2018). 
Apesar de haver recursos que produzam resultados positivos no combate adepressão, um grande problema é a acessibilidade ao tratamento. Menos da metade da população afetada em todo mundo tem acesso ao tratamento, e em muitos países este numero chega a menos de 10%. Entre muitos fatores que fazem com que as pessoas necessitadas não busquem o atendimento, figura à ausência de recursos financeiros, profissionais treinados para detectar a doença, os preconceitos sociais em relação aos transtornos mentais e a ausência de clareza nos diagnósticos. (OPAS/BRASIL 2018)
Dentre as psicoterapias disponíveis atualmente, destaca-se a Teoria Cognitiva Comportamental (TCC) como uma abordagem eficaz. A TCCbaseia-se na existência de crenças e pensamentos disfuncionais como centro de transtornos psiquiátrico-psicológicos. Ou seja, estes transtornos estariam relacionadosà forma equivocadado paciente de atribuir significado às inúmeras situações vivenciadas, ocasionando sentimentos e comportamentos disfuncionais, causando prejuízos ao humor do paciente. O critério de julgamento da pessoa está diretamente condicionado ao humor e aos pensamentos, influenciando diretamente o seu comportamento. Havendo uma alteração dos pensamentos distorcidos resulta em uma melhora do humor e consequentemente do comportamento. (ALMEIDA; NETO, 2003). 
O objetivo do presente trabalho é apresentar as principais características da depressão, critérios diagnósticos e a importância da utilização da Teoria cognitiva comportamental no tratamento da depressão, para, isto foram utilizados como procedimentos de pesquisa o levantamento e a análise de documentos de domínio científico, tais como livros e artigos publicados nas bases de dados da Scientific Eletronic Library Online (SciELO).
2. TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR 
O termo depressão de acordo com o senso comum tem sido utilizado às vezes para definir um estado afetivo normal como a tristeza. A tristeza é uma resposta adaptativa universal para as situações causadoras situações de perda, derrota, desapontamento e outras dificuldades. Esta resposta na visão evolucionaria possuem valor adaptativo, pois a retração economiza energia e recursos para o futuro. Todavia pode servir também como um sinal de alerta, para os indivíduos, de que há uma pessoa precisando de companhia e ajuda (Del Porto, 2009). 
Depressão é um transtorno e caracteriza-se por apresentaralterações do humor como tristeza, irritabilidade, falta da capacidade de sentir prazer, apatia, apresenta uma série de aspectos, incluindo alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas, sono, apetite. A classificação da depressão tem sido feita de vários modos, conforme o período histórico, do ponto de vista empregado ou predileção dos autores. Alguns termos empregados na literatura atual são: transtorno depressivo maior, melancolia, distimia, depressão integrante do transtorno bipolar tipos I e II, depressão como parte da ciclotimia etc (Del Porto, 2009).
Como sintoma a depressão pode se manifestar em inúmeros quadros clínicos, como: transtorno de estresse pós-traumático, demência, esquizofrenia, alcoolismo, doenças clínicas, etc. Pode ainda se manifestar como reação a estressantes, ou a circunstâncias sociais e econômicas adversas. (Del Porto, 2009).
Há uma dificuldade muito grande na identificação da depressão; seja pela suacomplexidade, que traz certa confusão da equipe de saúde no momento dos diagnósticos em identificar os sintomas, pois acabam confundidos com os demais transtornos associados. Sejapela simples falta de atenção em relação à saúde mental no sistema de saúde no nível primário. Pesquisas apontam um erro no diagnóstico da depressão, 50% a 60 % dos casos da doença não é identificada, fazendo com que haja uma deficiência no tratamento, apesar de existir inúmeros recursos ambulatoriais que poderia ser utilizados para identificar a doença. (MOLINAet al, 2012).
Sabe-se que o diagnóstico de depressão costuma ser prejudicado pela presença frequente de comorbidades, pela dificuldade da equipe de saúde em reconhecê-la e pela falta de atenção à saúde mental no sistema de saúde primário. Estudos mostram que 50% a 60% dos casos de depressão não são detectados ou não recebem tratamento adequado e específico, o que indica uma grande deficiência no diagnóstico e no tratamento da depressão na prática geral, apesar da existência de muitos instrumentos que podem ser facilmente utilizados em ambulatórios gerais, tanto para rastreamento quanto para diagnóstico.RevPsiq Clín. [...](MOLINA et al 2012, p.194)
Do exposto, para conhecermos um pouco desta doença e comorbidades se faz necessário um levantamento de suas principais características e critérios diagnósticos, objeto de estudo do próximo item. 
2.1 PRINCIPAISCARACTERÍSTICAS E CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
 Conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais, na sua quinta edição, entre muitos fatores que devem ser observados para o critério diagnósticos da depressão, com certeza cinco ou mais sintomas devem estar presentes, em um mesmo período de duas semanas, entre estes cinco dois sintomas deve está obrigatoriamente relacionados: (1) humor deprimido ou (2) perda de interesse ou prazer. São estes os sintomas relacionados:
1. Humor deprimido, deve ser observados na maior parte do dia, no decorrer da semana, através de queixa subjetiva, “estou me sentindo só”, “Sinto um vazio imenso”, as observações realizadas por terceiros devem ser levadas em consideração, “você parece triste”, “que cara de choro é esta”.
2. Falta de interesse na maioria das atividades consideradas;
3. Variação da massa corpórea, para cima ou para baixo, causado pelo aumento ou diminuição do apetite.
4. Transtornos no sono, Sonolência excessiva ou insônia no decorrer da semana,
5.Variação psicomotor, inquietude ou lentidão na maior parte dos dias da semana, verificado por terceiros (você parece estar muito agitado, você parece está meio de devagar). 
6.Cansaço, diminuição da vitalidade no decorrer dos dias semana. 
7. Sentimentos de culpa ou de inutilidade, auto reprovação por se sentir doente. 
8. Dificuldade em concentrar-se, pensar ou tomar decisão. 
9. Ideação suicida que aparece regularmente, sem um plano específico para realização do intento. (APA, 2014)
Alguns fatores que acontecem na vida do paciente se assemelham a um episodio depressivo, principalmente no tocante a perda significativa, como o luto, falência financeira, perdas ocasionadas por desastre natural ou doença grave; geramsentimentos de tristeza intensa. Podem causar insônia, falta de apetite e perda de peso; estes sintomas são considerados apropriados em relação a tais situações, todavia deve se levar em consideração a possibilidade de desencadear um episodio depressivo maior. Para este diagnostico é necessário o conhecimento do histórico de vida do individuo, seu sofrimento dentro de um contexto cultural (APA, 2014). 
Argimonetetal (2013) relata que uma das causas que modifica a visão do individuo em relação ao mundo e da sua percepção em relação a realidade esta associada a síndromes depressivas que são causadoras de reações afetivas. Há um numero grande de pessoas que apresentam tristeza, choro e irritabilidade sem saber definir exatamente o motivo, este número tem um aumento constante, é comum relatarem não sentirem mais prazer em atividades que antes lhe agradavam. Normalmente estes sintomas vêm acompanhados pela falta de apetite, diminuição do apetite sexual, além de apresentar sentimentos de desvalia, inferioridade, incompetência, culpa somada com a dificuldade de concentração e a incapacidade para tomar decisões. Já foiidentificada nestes indivíduos a idealização suicida, proveniente de pensamentos do tipo: “não vale a pena viver, pois não encontro sentindo na existência”.
Teng, Humes e Demetrio (2005), relata que a depressão está relacionada a diversas doenças clinicas e psiquiátricas, que evoluem conforme o quadro depressivo. Com o agravante da redução ao tratamento terapêutico, aumentando a morbidade e a taxa de mortalidade. Nem sempre é realizado um diagnostico preciso, para a depressão,consequentemente não é tratada na sua totalidade. A depressão pode acarretar diversos tipos de patologia, como as doenças cardiovasculares, endocrinológicas, neurológicas, renais, oncológicas e outras síndromes dolorosas crônicas. 
A associação entre depressão e doenças clínicas é muito freqüente, levando a pior evolução tanto do quadro psiquiátrico como da doença clínica, com menor aderência às orientações terapêuticas, além de maior morbidade e mortalidade. A depressão muitas vezes é subdiagnosticada e subtratada, principalmente pela presença de sintomas depressivos, que também podem ocorrer em doenças crônicas, como fadiga e anorexia. Diversas doenças estão claramente associadas à depressão, com maior destaque para as doenças cardiovasculares, endocrinológicas, neurológicas, renais, oncológicas e outras síndromes dolorosas crônicas. Os autores discutem as evidências na literatura que demonstram essa associação, com enfoque nos avanços em fisiopatologia e terapêutica psiquiátrica. .[...] (Teng; Humes; Demetrio, p.156).
3. TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL: CONCEITOS E PRESSUPOSTOS FUNDAMENTAIS
Uma das abordagens de maior êxito e sucesso no tratamento da depressão é a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) e para discorrer sobre tal abordagem é necessário relatarsobre os conceitos e pressupostos fundamentais desta teoria.
O conceito utilizado da Terapia Cognitiva Comportamental é o da estrutura biopsicossocial na compreensão e determinação dos fenômenos psicológicos que envolvem a natureza humana, contudo esta abordagem busca compreender os fatores cognitivos da psicopatologia. Trata-se do primeiro tipo de abordagem a reconhecer a influencia do pensamento sobre o sentimento, o comportamento e o ambiente. Conforme a TCC as pessoas outorgam significado aos acontecimentos que envolvem pessoas, sentimentos, ambiente, construindo o sustentáculo de seu comportamento e identidade (Shinoharaet al, 2012). 
Juth Beck (2013) relata que o pressuposto no qual o modelo cognitivo é fundamentado é que as emoções e o comportamento são influenciadospela percepção da pessoa em relação ao evento. Portanto não é o evento em si que determina os sentimentos de um individuo, mas a forma como ele entende o evento. 
Mesmo que você esteja consciente dos seus pensamentos, é mais provável que os aceite sem nenhuma crítica, acreditando que eles são verdadeiros. Você nem mesmo pensa em questioná-los. Entretanto, poderá aprender a identificar seus pensamentosautomáticos, dando atenção às mudanças no seu afeto, comportamento ou fisiologia. (Beck, 2013)
Identificandoopensamento, cria-se a possibilidade de mesurar a validade do pensamento automático. Tendo como exemplo um individuo que tem uma tarefa nova a realizar e apresenta o seguinte pensamento: “ Eu não vou dar conta de realizar o serviço”. Todavia baseado em experiência anteriores na qual obteve êxito, pode surgir pensamentos como: “você consegue, você já passou por isto”. Quando você corrige a interpretação de uma situação que você entende que é errada, há uma melhora no humor e o seu comportamento passa a ser mais funcional, fazendo com que haja a diminuição das reações fisiológicas(Beck, 2013). 
O que são os pensamentos automáticos e qual a sua origem? O que induz uma pessoa em um mesmo acontecimento ter um entendimento de formas tão diferentes? As respostas estão nos fenômenos cognitivos considerados imutáveis que são as crenças nucleares. Cuja gênese está no inicio da infância; quando a criança passa a ter uma concepção sobre si, sobre as pessoas em sua volta e o mundo no qual se relaciona. As crenças nucleares fazem parte de um entendimento tão profundo, que normalmente a pessoa não consegue percebê-las. Aquilo que é tido como absoluto na vida da pessoa, imutável, intangível. Tendo como exemplo, uma pessoa que diante de uma situação nova, necessita de um aprendizado qualquer para cumprimento da missão; ele apresenta a seguinte crença nuclear: “não tem jeito não vou conseguir nunca”. Chega a seguinte conclusão, “sou incapaz”. Normalmente esta crença é ativada em um estado depressivo, mas quando ativada pode se manter ativa por um tempo prolongado, fazendo com que a pessoa tenha uma interpretação errada da situação, mesmo que o raciocino lógico aponte o contrário. O prisma que a pessoa ver apresenta uma realidade distorcida (Beck, 2013).
A pessoa tende a buscar seletivamente informações que confirmam suas crenças nucleares, não levando em contra as evidencias que as contradizem. Pois uma vez ativada a sua crença de incapacidade, a sua interpretação passar a ser de forma negativa causando um sentimento de autodesvalorização. Não há a intencionalidade na interpretação das informaçõesisto acontece automaticamente, através da ativação e manutenção da crença nuclear, mesmo as evidencias indicando que são incorretas e distorcidas (Beck, 2013).
A TCC está alicerçada na solução dos problemas que o paciente enfrenta no seu dia a dia. Que estes problemas podem ser considerados através de três estruturas: sendo que a primeira estrutura está na identificação do pensamento atual do paciente, que a alimenta a sua tristeza, “Eu sou uma fracassada, tudo que faço sai errado, nunca vou conseguir ser feliz”, sendo que esta estrutura conduz o paciente a comportamentos problemáticos, que reforça o pensamento disfuncional, fazendo com que o paciente setorne improdutivo e não busque por ajuda. A segunda estrutura consiste na identificação dos fatores precipitantes, que influencia as percepções do individuo, que pode ser a origem do sentimento depressivo. Exemplos: Estudante que se encontra longe de casa pela primeira vez, sua dificuldade nos estudos cria a crença de incapacidade. Terceira estrutura é a verificação de hipóteses, o desenvolvimento e a interpretação de eventos chaves que podem desencadear a depressão. Exemplo o paciente que atribui as suas vitorias como mera sorte, já os fracasso como representante do seu verdadeiro ser (Beck, 2013). 
3.1MODELO COGNITIVO DA DEPRESSÃO
Após inúmeras pesquisas realizadas nos anos 60 a respeito da depressão Albert Ellis e Aaron Beck, puderam concluir que a depressão é o resultado de pensamentos distorcidos e enraizados. Através desta ideia especificaram os conceitos que se fundamenta a Teoria cognitiva comportamental (TCC). Através destas pesquisas puderam constatar que o humor e comportamentos negativos, não são resultados do inconsciente como prescreve a teoria freudiana. A depressão é proveniente das próprias cognições e esquemas disfuncionais. Os pacientes com depressão não tem uma visão real da situação, para eles os fatos tem uma conotação mais grave do que realmente o são. Este modelo de abordagem baseada no pensamento foi intitulada por Beck por “terapia cognitiva”, parte da tese da existência de dois elementos fundamental: a tríade cognitiva e as distorções cognitivas (Powell et al, 2018).
A tríade cognitiva compõe da visão negativa que pessoa faz de si mesma, “sou uma pessoa ruim”, “não possuo nenhum atributo para as pessoas gostarem de mim”; do mundo,“o mundo não presta, as pessoas em minha volta são ruins”e do futuro, “nada vai dar certo”;trazendo um auto conceito inapropriado ou inadequado (Powell et al, 2018).
As distorções cognitivas são formas desajustadas de processar as informações,são provenientes de regras e crenças, padrões imutáveis, adquiridos no decorrer da vida da pessoa e faz parte do cerne da depressão. A pessoa com depressão tende a basear suas vivencias de maneira absoluta e imutável, o que ocasiona erro no julgamento das situações externas. (Powell et al, 2018).
As distorções cognitivas mais comuns nas pessoas deprimidas foram: a inferência arbitrária, conclusão antecipada sem evidências;abstração seletiva, busca da pessoa a por evidências que justifique seu mau desempenho;supergeneralização, um evento ou desempenho negativo se repetirá varias vezes;personalização, atribuição pessoal a determinados fatos geralmente de caráter negativo. Além destas distorções cognitivas supracitadas, existem várias outras descrita por Beck e demais autores; podem ser ativadas através de fatores estressantes que conduz a adoção de estratégias ineficazes (Powell et al, 2018).
4. TRATAMENTO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA DEPRESSÃO
No inicio da terapia é necessário que uma sessão seja utilizada para elucidar tudo aquilo que é importante para conhecimento do paciente sobre o transtorno, bem como o seu tratamento. Caso seja necessário associar o tratamento com fármacos, bem como a participação da família no processo, no qual o procedimento deve ser adotado diante das dificuldadesdo convívio com o paciente (Asbahr, 2008).
4.1 ALIANÇA TERAPÊUTICA
A Terapia Cognitiva Comportamental para o seu bom desempenho necessita do desenvolvimento da aliança terapêutica, que é um instrumento para ajudar os pacientes a enxergar de modo mais otimista as pessoas e o mundo em seu redor, que seus problemas têm solução. A estratégia para construção de uma aliança terapêutica é esta fundamentada em cinco princípios de suma importância:colaboração ativa, demonstração de empatia, adaptar o estilo terapêutico ao paciente, aliviar a angústia, solicitar feedback no (Juth Beck, 2013).
A colaboração ativaé uma técnica que no decorrer do tratamento, paciente e terapeuta trabalham em equipe. As decisões em relação à psicoterapia são desencadeadas de forma recíproca. Há um envolvimento mútuo (terapeuta/paciente) para poder analisar o pensamento do paciente no sentido de atestar ou não a sua veracidade. (Juth Beck, 2007). 
Demonstração de empatia é importante para desenvolver no paciente o sentimento de que ele é compreendido e apoiado fortalecendo a aliança terapêutica. Todavia em determinados casos alguns pacientes podem sentir piores com a manifestação de empatia, por entender que o terapeuta esta validando os seus sentimentos negativos como desesperança e a baixa autoestima. Por isto é importante o terapeuta está atendo a reação afetiva do paciente a todo instante para proceder na condução da psicoterapia. (Juth Beck, 2007). 
Adaptar o estilo terapêutico ao paciente é outro fator interessante no decorrer do tratamento, pois apesar de que muitos pacientes se adaptarem a forma do terapeuta no decorrer do tratamento, todavia determinados pacientes não correspondem do mesmo modo, sãos os pacientes considerados desafios. Havendo, portanto a necessidade dos terapeutas modificarem o estilo conforme o paciente. Esta necessidade tem que ser identificada, que um modo de fazer isto está na supervisão, através da verificação das gravações das sessões. Exemplos: o paciente evitativo quando não é sujeitado a falar no inicio do tratamento, normalmente passa a confiar mais no terapeuta. O paciente dependente passar a ter uma aceitação melhor do terapeuta quando este altera constantemente a sessão. O paciente narcisista senti-se melhor quando o proceder do terapeuta é feito de forma respeitosa (Juth Beck, 2007). 
Aliviar a angustia é uma das formas de fortalecer a aliança terapêutica, pois ajudar o paciente na resolução de problemas traz uma melhora no seu estado de humor, pois os pacientes então passam a sentir uma empatia pelo terapeuta, trazendo um alivio aos sintomas. Quando um paciente percebe que estão se sentido melhor ao findar da sessão ou no decorrer dos dias, uma aliança não consolidada passa a ser consistente. Para verificar se objetivo está sendo alcançado o terapeuta deve analisar o humor do paciente no inicio e no fim das sessões, bem comoa mudança comportamental nas ultimas semanas. Todavia este princípio, não deve ser empregado aos pacientes que tem medo de se sentirem melhor no decorrer da terapia, pois isso implicaria uma piora na sua vida. Exemplo o paciente que ao se sentir melhor traz a preocupação de assumir responsabilidade, que na verdade ele não tem interesse de assumir (Juth Beck, 2007). 
Solicitar Feedback, algumas mudanças negativas pode ocorrer durante a sessão pois determinados pacientes pode apresentar respostas disfuncionais no relacionamento com terapeuta. O terapeuta tem que buscar compreender os pensamentos do paciente, quando perceber algum tipo de entrave no decorrer da sessão, buscar de forma transparente o que está prejudicando a relação terapeuta, para poder aprimora-la. Na maioria dos casos a solicitação de feedback no final, ou dependendo do caso no inicio da sessão já resolve a situação (
4.2 QUESTIONAMENTO SOCRATICO 
O questionamento socrático é uma técnica de grande importância para o desenvolvimento das sessões na TCC; o seu uso se destina a auxiliar o paciente a descobrir a respeito da sua estrutura de pensamentos, para flexibiliza-lo e mudar as crenças enraizadas sobre si mesmo, sua visão do mundo e do futuro. No questionamento socráticoo objetivo não é convencer o paciente de que seus pensamentos estão errados. As perguntas são dirigidas ao paciente com o objetivo de estimular a sua curiosidade e a vontade de se questionar, fazendo com que ele seja pessoa ativa no processo de aprendizagem.(Wright; Basco; Thase, 2018)
Conforme Wright; Basco; Thase (2018) o questionamento socrático para compreender e modificar os pensamentos automáticos do paciente, o psicoterapeuta deve utilizar da seguinte estratégia para a formulação de perguntas: 
- As perguntas devem trazer oportunidades de mudanças. As perguntas bem elaboradas criam boas oportunidades, por isso as perguntas devem ser feitas no sentido de que ajude o paciente a perceber que a modificação de pensamentos, reduz significativamente as emoções causadoras de sofrimento, contribuindo no enfrentamento do problema;
- As perguntas devem trazer resultados importantes. As perguntas consideradas mais adequadas são aquelas que apresentam aos pacientes alternativas possíveis e produtivas, pois rompem o padrão de pensamentos distorcidos;
- As perguntas devem fazer com que o paciente tenha novas percepções e modificações de pensamentos proporcionando uma mudança positiva da emoção;
- A pergunta deve despertar o sentimento de desafio, fazendo com que o paciente venha a refletir, sem contudo fazer com ele se sinta pressionado ou intimidado. Para isto deve-se em levar em contra o nível de funcionamento cognitivo e concentração do paciente, para que haja possibilidade de resposta. O melhor questionamento socrático é feito de perguntas abertas, possibilitando os pacientes maiores alternativas de respostas ou modificações nas respostas.
CONCLUSÃO
Através deste trabalho de pesquisa biográfica, percebemos o quanto a depressão incapacita o indivíduo ena maioria das vezes não é dada a devida importância a este transtorno. Apesar das pesquisas apontarem a destruição devastadora desta doença na vida das pessoas, inclusive a prevalência da ideação de suicídio; pois conforme os dados supramencionados, aproximadamente 300 milhões de pessoas sofrem de depressão em todo o mundo, que cerca e cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio por ano. 
Podemos concluir ainda que a TCC através de suas técnicas é de fundamental relevância para melhor qualidade de vida das pessoas com depressão. Pois este tipo de abordagem objetiva envolver ativamente o paciente no processo de aprendizagem,fazendo com ele venha a pensar, a respeito de si mesmo e da sua relação com o mundo e qual sua perspectiva para o futuro. Desta forma, o paciente inserido na TCC é constantemente instigado relatar o seu sofrimento psíquico, “a dor de sua alma” onde em um trabalho conjunto, terapeuta e paciente buscam conhecer as causas e possíveis soluções. 
Assim sendo, as técnicas apresentadas apesar de seus aspectos simples, abrange inúmeras vantagens nesse processo, compreendendo desde a complexidade e relevância da relação terapêutica, estimulação da indagação, maior entendimento das cognições e comportamentos importantes, bem como, a acessão do engajamento ativo do paciente na terapia. Além das técnicas citadas existe uma variedade de outras não mencionadas neste artigo, que também são relevantes no tratamento, podem ser utilizada conforme o perfil do paciente, pois é comum que às vezes a pessoa não responda a determinada técnica, portanto o psicoterapeuta tem que buscar a técnica que melhor adapta ao processo de tratamento. 
REFERÊNCIAS
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BECK, A. T.; et al. Terapia Cognitiva da Depressão. Rio de Janeiro: Zahar, 1997
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Del Porto,J. A. ;Conceito e diagnóstico. RevBras Psiquiatria;vol. 21 - maio 1999 disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbp/v21s1/v21s1a03.pdf acesso em 08/03/2019.
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