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Crimes Sexuais: Estupro, Fraude, Importunação, Assédio e Registro

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AULA 02 – 10/02/2022
Continuação crime de estupro
O crime de estupro exige contato físico entre os sujeitos? NÃO, o contato físico é dispensável (arma na cabeça, mandando a vítima se despir), temos inclusive a figura do estupro virtual, quando o agente em outra localidade mediante grave ameaça manda alguém se despir.
1. VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE – Art. 215 CP
Delito conhecido como “ESTELIONATO SEXUAL”, onde o agente obtém um consentimento viciado, mediante uma fraude, um ardil. Ex: Médico que pratica conjunção carnal com a paciente, após ludibriar a vítima, informando que aquele ato fazia parte do exame.
Posse Sexual e Prostituta: A prostituta, assim como qualquer outra pessoa, também pode ser vítima deste delito, logo, se o sujeito pratica a conjunção carnal e não paga (violação sexual mediante fraude), ou paga com um cheque sem fundos (estelionato).
2. IMPORTUNAÇÃO SEXUAL - Art. 215-A CP
A conduta descrita neste tipo já era punida como contravenção penal, tratava-se da chamada “importunação ofensiva ao pudor”. Essa contravenção foi transformada em crime, temos novamente o princípio da continuidade normativo-típica, ou seja, a contravenção penal foi revogada, e a conduta continuou sendo típica, mas agora em outro diploma legal.
Repare que o crime por ora vislumbrado SEM violência ou grave ameaça, e SEM consentimento da vítima.
O tipo também contempla o chamado frotteurismo, originado do verbo francês frotter, que em português pode ser traduzido como esfregar ou friccionar. Consiste na conduta de quem, normalmente se aproveitando de espaços limitados, como ônibus e trens, esfrega seu corpo no de outra pessoa, sem seu consentimento.
CONDUTA
Consiste em praticar ato libidinoso, isto é, ação atentatória ao pudor, praticada com propósito lascivo ou luxurioso. O tipo exige que o ato libidinoso seja praticado contra alguém, ou seja, pressupõe uma pessoa específica a quem deve se dirigir o ato de autossatisfação.
ATENÇÃO: O preceito secundário do art.215-A contém subsidiariedade expressa: aplicam-se as penas da importunação sexual se a conduta não caracteriza crime mais grave. Por isso, a falta de anuência da vítima não pode consistir em nenhuma forma de constrangimento, que aqui deve ser compreendido no sentido próprio que lhe confere o tipo do estupro–obrigar alguém à prática de ato de libidinagem –, não no sentido usual, de mal-estar, de situação embaraçosa, ínsita ao próprio tipo do art.215–A e um de seus fundamentos.
 (
- Prof ª Ely Cândida Procópio Pires –
 
CURSO
 
DE
 
DIREITO
 
FUNCESI
)
 (
1
)
3. ASSÉDIO SEXUAL- 216-A CP
Crime formal: dispensa o resultado natural da conduta, se acontecer é exaurimento do crime = ‘com intuito de’ - não demanda a obtenção da vantagem, basta o constrangimento;
Crime feito contra qualquer pessoa;
O agente deve prevalecer da sua condição de superior hierárquico;
Relação aluno x professor: mudança de paradigma . O STJ dizia que não era crime porque não havia relação de emprego entre aluno e professor. Entretanto, há uma ascendência inerente ao exercício do cargo/emprego/função e, com isso, pode-se configurar o assédio sexual caso o professor se utilize de prova ou outra atividade avaliativa (dissertação de mestrado, doutorado, etc.) para constranger o aluno.
4. REGISTRO NÃO AUTORIZADO DA INTIMIDADE SEXUAL – 216-B CP
BEM JURÍDICO
A objetividade jurídica é a tutela da intimidade, tanto que a mesma lei que insere o art. 216-B institui nos crimes contra a dignidade sexual um capítulo denominado “Da exposição da intimidade sexual”.
SUJEITOS
· SUJEITO ATIVO – Crime Comum
· SUJEITO PASSIVO – Crime Comum
Atenção: Tratando-se de criança ou adolescente, aplicam-se as disposições da Lei 8.069/90. Se a conduta for semelhante à do caput do dispositivo em estudo, o crime será o do art.240 do ECA; se for semelhante à do parágrafo único, o crime será o do art.241-C do ECA.
CONDUTA
No caput do dispositivo são quatro as condutas típicas: produzir (pôr em prática, levar a efeito, realizar), fotografar (imprimir a imagem de alguém por meio da fotografia), filmar (registrar a imagem de alguém por meio de vídeo) e registrar (alocar em bases de dados) cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado.
Entende-se como cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado qualquer situação íntima que envolva uma ou mais pessoas em ambiente restrito, não acessível ao público.
É evidente que se o ato de caráter sexual ocorre em local acessível ao público o bem jurídico tutelado (intimidade) é exposto pelo próprio titular, razão pela qual não pode ser considerado violado pelo terceiro que captura a imagem.
A conduta equiparada do parágrafo único não envolve propriamente a violação da intimidade, pois não consiste na captura de imagens reais de alguém nu ou praticando um ato sexual. Trata-se de montagem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual.
Caso o agente faça o registro indevido e posteriormente divulgue a cena, deve responder pelos crimes do art.216-B e 218-C em concurso? Depende do caso concreto.
· Se estiver no mesmo contexto fático o art. 218-C absolve o 216-B.
· Se os dois crimes forem praticados em contextos distintos, o agente responde pelos dois crimes em concurso material.
VOLUNTARIEDADE: Consiste no dolo de praticar uma das condutas sem autorização dos participantes. Não se exige finalidade especial, nem mesmo a satisfação da lascívia.
CONSUMAÇÃO: O delito se consuma com a prática de uma das ações típicas, que podem ser fracionadas e admitem a tentativa. Suponhamos que o equipamento esteja instalado e, antes de ser registrada, a vítima perceba e evite o constrangimento. Neste caso o agente responde por tentativa.

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