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@karina_oliveiraq APG S10P2 Síndromes cerebelares • Anatomia do cerebelo: ➥ O cerebelo é uma estrutura que ocupa a fossa posterior do crânio, situado abaixo da tenda do cerebelo, sendo, portanto, uma estrutura infratentorial. Componente do sistema nervoso central (SNC), o cerebelo possui cerca de 80% dos neurônios presentes no SNC, apesar de seu peso bruto corresponder a apenas 10% do peso total do SNC (19% dos neurônios estão situados no córtex cerebral, e 1%, no tronco encefálico). Historicamente, Haerophilus parece ser o pioneiro em considerar o cerebelo uma estrutura distinta do cérebro. No entanto, somente em 1823, é apresentada, por Flourens, a primeira hipótese funcional atribuída ao cerebelo: a função de coordenação motora. Magendie, um ano depois, acrescenta o equilíbrio às funções cerebelares. Em 1906, Bolk et al. apresentam uma representação somatotópica ao cerebelo. ➥ Anatomicamente, o cerebelo é dividido em hemisférios cerebelares (porções laterais) e verme (porção central do cerebelo, que interconecta seus hemisférios). Por razões didáticas, foi feita a partição do lobo cerebelar em: lobo anterior (relacionado a funções motoras e propriocepção, também denominado paleocerebelo), lobo posterior (o neocerebelo, responsável pela programação motora e atualmente relacionado à cognição) e lobo floculo- nodular (o arquicerebelo, relacionado ao sistema vestibular). ➥ O córtex cerebelar possui substância cinzenta (periférica) e substância branca (central), a exemplo da organização do córtex cerebral. A substância cinzenta possui três camadas celulares identificadas pela histologia clássica: camada de células de Purkinje, camada molecular e camada de células granulares. Mais internamente, dentro da substância branca, encontram-se núcleos cerebelares no neocerebelo (núcleo denteado), paleocerebelo (núcleo emboliforme e globoso, denominados conjuntamente de núcleo interpósito) e arquicerebelo (núcleo fastígio). ➨ Aspectos funcionais cerebelares: ➥ O arquicerebelo (lobo floculonodular) está diretamente relacionado ao controle do sistema vestibular, recebendo aferências dos canais semicirculares e órgãos otolíticos, bem como dos núcleos vestibulares situados no tronco encefálico lateral (de Deiters), medial (de Schwalbe), superior (de Bechterew) e inferior (de Roller). ➥ O paleocerebelo (incluindo a área mediana do verme cerebelar e o hemisfério cerebelar medial) está relacionado ao controle da propriocepção, recebendo aferências da medula espinal (vias espinocerebelares anteriores e posteriores), além de aferências visuais e auditivas. ➥ O verme está relacionado à propriocepção do esqueleto axial (tronco e porções proximais dos membros), enquanto as porções mediais dos hemisférios correlacionam-se com a propriocepção das extremidades proximais dos membros inferiores e superiores. Ao verme também são atribuídas funções afetivas. Por fim, o neocerebelo (área do hemisfério cerebelar lateral) contém o maior núcleo presente no cerebelo, o núcleo denteado, e está relacionado com a programação motora e cognição. ➥ O neocerebelo recebe aferências de todo o córtex cerebral através de núcleos pontinos – constituindo a via córtico-pontocerebelar (que passa pela base do pedúnculo cerebral do mesencéfalo formando os feixes de Arnold e Turck) – e envia fibras eferentes para o núcleo rubro, tálamo e córtex cerebral: área motora, pré-motora e córtex pré-frontal. ➥ Estudos com ressonância magnética funcional (RMf), inclusive com tratografia, demonstraram conexões entre o cerebelo e áreas corticais cerebrais relacionadas à cognição e ao afeto – o circuito cérebro-cerebelo-tálamo cortical. ➥ O sistema córtico-pontocerebelar é formado por um conjunto de circuitos fechados, onde o córtex cerebral projeta-se para o cerebelo via pedúnculo cerebral e núcleos pontinos, fechando o circuito ao retornar do cerebelo para o córtex cerebral via núcleos talâmicos. @karina_oliveiraq ➥ Larsell propõe a subdivisão do cerebelo em dez lobos, atribuindo números romanos a essas regiões. O lobo anterior corresponde às regiões de Larsell I, II, III, IV e V; o lobo posterior, às de Larsell VI, VII, VIII e IX; e o lobo floculonodular, à de Larsell X. A exemplo do que ocorre no córtex cerebral, os hemisférios cerebelares também são assimétricos, sendo predominantemente maior o da esquerda. A divisão realizada por Larsell facilitou em muito a tarefa de identificar e compreender a apresentação clínica dos sintomas associados a lesões cerebelares. Manto et al. descrevem a correlação entre as alças de conexões cerebelares atribuindoas às áreas de Larsell: a alça sensoriomotora correlaciona-se com o paleocerebelo e com as áreas I-VI e VIII de Larsell; a alça vestibular correlaciona-se com o arquicerebelo e com as áreas V-VII e IX-X; e a alça límbica correlaciona-se com o neocerebelo e com as áreas de Larsell VI-IX. ➥ As três alças descritas formam sistemas de neurocircuitos em paralelos, que ocorrem concomitantemente. As áreas sensoriomotoras, predominantemente localizadas no lobo anterior, projetam-se para a porção posterior da ponte, atingindo a área motora cerebral via núcleos talâmicos. O lobo posterior (área de Larsell I, II, VI, VIIA e VIIB) corresponde a regiões relacionadas a funções cognitivas cerebelares. O córtex associativo cerebral projeta-se para os núcleos pontinos, projetando-se para o lobo posterior do cerebelo. O sistema límbico projeta-se para o verme cerebelar, correlacionando-se com os aspectos emocionais. O lobo floculonodular recebe aferências do sistema vestibular. Três grandes vias foram identificadas: flóculo-paraflóculo, nódulo ventral-úvula (Larsell IX e X) e verme oculomotor dorsal (Larsell V-VII). As vias vestibulocerebelar e vestibuloespinhal estão funcionalmente correlacionadas ➨ Arquitetura funcional do cerebelo: ➥ Toda a estrutura cerebelar apresenta-se de forma homogênea em suas seções. Tanto os hemisférios quanto o verme cerebelar apresentam estruturas histológicas semelhantes. O cerebelo, a exemplo do córtex cerebral, possui substância cinzenta superficial e substância branca profunda contendo núcleos profundos de controle funcional. Diferentemente do cérebro, cada porção do cerebelo mostra-se homogênea, apresentando microscopicamente geometria estereotipada composta pelo mesmo conjunto de neurônios, formando centenas ou milhares de microzonas ou microcircuitos. Estas microzonas formam, em última análise, módulos funcionais extremamente eficazes. Outros dois contrastes entre o cerebelo e o córtex cerebral são evidentes: no cerebelo os sistemas de microzonas parecem ser organizados em feedback apenas positivo, não possuindo alças de retroalimentação negativas; e no cerebelo as microzonas são muito pobremente interconectadas, mostrando com clareza que o sistema computacional cerebelar difere completamente do encontrado no córtex cerebral. ➥ Primariamente, há dois tipos de inputs cerebelares: fibras musgosas que ascendem pela substância branca cerebelar para formar sinapses excitatórias aos dendritos das células granulares. As células granulares, por sua vez, emitem axônios para a camada molecular que se bifurcam formando fibras @karina_oliveiraqem paralelo. Estas fibras em paralelo correm perpendicularmente pela camada molecular até atingir os dendritos das células de Purkinje. Todos os outputs cerebelares são conduzidos pelos axônios das células de Purkinje pela substância branca cerebelar. As células de Purkinje formam sinapses inibitórias com as células nucleares profundas e os núcleos vestibulares. Outro tipo de input cerebelar inclui as fibras trepadeiras que surgem exclusivamente dos neurônios presentes no núcleo olivar inferior contralateral. Estas fibras trepadeiras envolvem o corpo celular e a árvore dendrítica das células de Purkinje, formando sinapses excitatórias com elas. Uma fibra trepadeira pode emitir ramos que fazem sinapses com até dez células de Purkinje; enquanto cada célula de Purkinje é inervada por apenas uma fibra trepadeira. O córtex cerebelar possui diversas classes de interneurônios inibitórios: células estreladas e células em cesto estão localizadas na camada molecular do cerebelo. Estas células são estimuladas por células granulares, causando um processo de inibição lateral às células de Purkinje. As células de Golgi (presentes na camada granular) recebem estímulo excitatório das células granulares, promovendo feedback inibitório aos dendritos das células granulares. Essa interação complexa sináptica ocorre na camada de células granulares localizada em uma região denominada glomérulo cerebelar. ➥ Os glomérulos cerebelares são vistos como pequenas clareiras entre as células granulares. Todas as fibras ascendentes são excitatórias: fibras musgosas, fibras trepadeiras e células granulares. Já as fibras descendentes são inibitórias: células de Purkinje, células estreladas, células em cesto e células de Golgi. ➥ Estudos em animais revelam que, na região do verme anterior, há três zonas de projeções das células de Purkinje denominadas de zona A, B e X. A zona A projeta-se para o núcleo fastígio, a zona X projeta-se para um grupo de células intersticiais ou interneurônios, e a zona B, para o núcleo vestibular lateral (de Deiters). No hemisfério anterior do cerebelo, outras cinco zonas são identificadas e denominadas de C1, C2, C3, D1 e D2. C1 e C3 projetam-se para o núcleo emboliforme, C2 projeta- se para o núcleo globoso, e D1 e D2 para a porção rostro-caudal do núcleo denteado. As projeções de D1 e D2 continuam ininterruptamente para o interior do flóculo e paraflóculo. No interior do flóculo as zonas receptoras das projeções de D1 e D2 dividem- se em quatro outras zonas que farão conexões com os núcleos vestibulares. Os estudos em primatas ainda estão em andamento, mas especula-se que essa subdivisão em zonas também possa ocorrer em cerebelos humanos. As zonas D de projeção das células de Purkinje associadas ao núcleo denteado, bem como os hemisférios cerebelares possivelmente estão implicados • Apresentação Clínica das Síndromes Cerebelares: ➥ As manobras clínicas comumente utilizadas para o diagnós tico de uma lesão cerebelar que envolva a alça motora de funcionamento incluem: Ataxia cerebelar e disartria cerebelar: avaliação da qualidade fonética durante a fala e testes padronizados da qualidade fono-articulatória da conversação; Ataxia dos membros: testes que avaliam dismetria – índex-nariz e índex-índex, calcanhar-crista tibial, manobra de Stewart Holmes ou rechaço, e teste de diadoco cinesia; c) déficit postural e de marcha: capacidade em levantar-se, modo como o paciente caminha, equilíbrio e balanço do corpo, alterações posturais e velocidade da caminhada. ➥ As manobras clínicas que frequentemente diag nosticam lesões que acometem o controle cerebelar do sistema vestibular incluem: Verificação da posição dos globos oculares; Perrseguição ocular; Sacadas; Reflexo vestíbulo-ocular. ➥ Ferramentas clínicas para o diag nóstico da síndrome cognitiva-afetiva cerebelar, descrita pela @karina_oliveiraq primeira vez por Schmahmann e Sherman, em 1998, incluem: Testes aplicados para avaliar déficits da função executiva (pensamento abstrato, fluência verbal, memória de trabalho e planejamento); Testes para detectar alterações da cognição visuoespacial (prejuízo da memória visuoespa cial e desorganização visuoespacial); Testes para detecção das alterações da personalidade (embotamento afetivo ou extravagância, comportamento inapropriado ou desinibido); Testes que detectem prejuízo da linguagem, incluindo anomia, agramatismo e disprosódia. ➥ As alterações observadas na síndrome cerebelar cognitivo-afetiva assemelham-se em muito às lesões do lobo frontal • Fisiopatologia das Síndromes Cerebelares: ➥ A grande variabilidade clínica das síndromes cerebelares deve-se às diferentes topografias das lesões do cerebelo. Essa estrutura neuroanatômica localiza-se na fossa posterior e pode ser dividida em três partes: hemisférios cerebelares, verme cerebelar (região mediana do cerebelo que conecta os hemisférios cerebelares) e lobo floculonodular. ➥ Os hemisférios cerebelares são responsáveis pela coordenação apendicular. As porções anterior e superior do verme cerebelar são responsáveis pela marcha e pelas demais funções de equilíbrio e coordenação motora axial. O lobo floculonodular, por sua vez, tem extensas conexões com o sistema vestibular e está relacionado à motricidade ocular e ao equilíbrio mais grosseiro. Sinais de lesões cerebelares ➥ Os distúrbios cerebelares podem ocorrer associados às malformações congênitas, às doenças infecciosas e às neopasias vasculares. As principais disfunções e manifestações clínicas das lesões cerebelares que você precisa reconhecer na sua prática profissional médica: Ataxia: são movimentos sem coordenação. A marcha atáxica é vacilante e o paciente abre as pernas para aumentar sua base de equilíbrio. Esse é um dos principais sintomas de doença cerebelar. Dismetria: é a falta do controle da amplitude do movimento, ou seja, ocorre a ausência de previsão para até onde o movimento irá. Também é conhecida como “passar do ponto”. A dismetria e a ataxia podem indicar lesões espinocerebelares. Disdiadococinesia: é a incapacidade da realização de movimentos rápidos e alternados. Quando solicitado ao paciente que vire a mão para cima e para baixo rapidamente, ele realiza movimentos atrapalhados e desarmônicos em vez de pronar e supinar a mão. Disartria: caracteriza-se pela incapacidade de articular palavras corretamente. O paciente fala palavras erradas e forma frases inapropriadas, demonstrando falha na progressão ao falar. Com isso, a vocalização torna-se confusa e por vezes ininteligíveis. Tremor intencional: é o movimento rítmico, oscilatório, alternado de um membro ao se aproximar de um alvo. Ele é resultante da falha do sistema cerbelar em suavizar os movimentos. Também é conhecido como tremor de ação. Nistagmo cerebelar: é o tremor do globo ocular. Ocorre de modo involuntário quando o paciente tenta fixar o olhar em um dos lados do campo visual. Como resultado, os olhos executam movimentos rápidos e trêmulos e sem fixação duradoura. @karina_oliveiraq Hipotonia: corresponde a diminuição do tônus muscular esquelético. É um dos achados mais frequentes em lesões espinocerebelares. • Abordagem inicial das ataxias: ➥ O reconhecimento do quadro clínico por meio de alterações da marcha e da coordenação não costuma ser uma tarefa muito árdua. Entretanto, deve-se ficar alertaa outras alterações no exame, como alteração na sensibilidade vibratória e cinético- postural, que sugiram ataxia de origem sensitiva ou sinais clínicos de vestibulopatia periférica, como náuseas e vômitos proeminentes, zumbido, pioras com mudanças de posição da cabeça ou perda auditiva. Alguns indivíduos com lesão bilateral do lobo frontal podem apresentar marcha com base alargada, perda de controle do tronco e quedas, mas usualmente não exibem alterações da coordenação apendicular, fala ou movimentos oculares. Esses pacientes aparentam estar com os pés presos ao chão, o que se pode denominar de marcha magnética. ➥ A história clínica é de extrema importância no diagnóstico diferencial das ataxias. A idade de início do quadro, a forma de instalação da doença (súbita ou progressiva), os sintomas associados (crises convulsivas, perda cognitiva, baixa acuidade visual, diplopia, psicose e outros) e as histórias familiar, medicamentosa e ocupacional são determinantes na investigação etiológica da doença. ➥ A etiologia das ataxias é extremamente complexa. Para facilitar a investigação da doença, classificam- se os quadros de ataxias em dois tipos: hereditária e adquirida. Ataxias hereditárias: ➥ As formas hereditárias representam um grupo heterogêneo e extenso de doenças. Pode-se subdividir esse grupo em formas autossômicas recessivas, autossômicas dominantes, ligadas ao X e por mutação do DNA mitocondrial. ➭ Ataxia autossômica recessiva: - Ataxia de Friedreich ➥ A ataxia de Friedreich (FRDA) é considerada a forma mais comum de ataxia recessiva no mundo. Trata-se de uma doença causada por níveis reduzidos da proteína frataxina, resultante de uma expansão anormal do trinucleotídio GAA, localizado no cromossomo 9q13. ➥ Estudos têm demonstrado o papel dessa proteína no mecanismo antioxidativo mitocondrial ligado ao ferro. A idade típica de início dos sintomas é entre 5 e 25 anos. A característica mais importante da doença é a ataxia progressiva com acometimento inicial de marcha e de postura e eventual comprometimento apendicular. Os reflexos profundos estão abolidos em até 80% dos pacientes, e o reflexo cutâneo-plantar em extensão está presente em até 90% dos casos. ➥ A sensibilidade profunda cinético-postural e vibratória está alterada em quase todos os pacientes, que também apresentam distúrbios na motricidade ocular, como sácades hipermétricas e nistagmo. Apesar de a diminuição da acuidade visual ocorrer em apenas 10 a 20% dos casos, pode-se encontrar, na maioria deles, palidez no disco óptico. Os pacientes também apresentam manifestações não neurológicas, como deformidades esqueléticas (escoliose e pé cavo) em até 50% dos casos, hipoacusia neurossensorial em 10 a 20% dos casos, miocardiopatia hipertrófica detectada pela ecocardiografia em cerca de 60% dos pacientes, diabetes melito ou intolerância à glicose em 10 a 30%. ➥ O curso da doença depende do número de repetições GAA no alelo mais curto. Após cerca de 11 anos, a maioria dos pacientes necessita de cadeira de rodas. O diagnóstico definitivo da doença é feito por meio da análise genética. O exame de ressonância magnética (RM) demonstra atrofia da medula cervical sem atrofia cerebelar significativa, que ocorre apenas naqueles indivíduos com início tardio. ➥ Os tratamentos propostos para a doença são direcionados à terapia antioxidante e ao aumento nos níveis de frataxina. ➥ O uso de coenzima Q10 associada à vitamina E tem demonstrado melhora na função cardíaca, apesar de não haver melhora nas escalas de gravidade de disfunção neurológica. ➥ Estudos com uso de idebenona, uma benzoquinina estruturalmente similar à coenzima Q10, na dose de 5 mg/kg, demonstraram diminuição da hipertrofia ventricular, mas sem melhora na fração de ejeção cardíaca ou em desfechos neurológicos. A @karina_oliveiraq segurança e a tolerabilidade dessa droga em doses mais elevadas (até 75 mg/kg) já foram documentadas. Outras medicações estudadas e sem evidência clara de benefício incluem metilprednisolona, deferiprona, dimetilfumarato, omaveloxolona, eritropoietina, interferon gama e nicotinamida. A terapia gênica é uma estratégia promissora em desenvolvimento. ➭ Ataxia autossômica dominante: - Ataxias espinocerebelares ➥ Define-se SCA como um grupo de doenças autossômicas dominantes cujo substrato principal é uma degeneração do cerebelo e suas conexões. Geralmente têm início entre a 3ª e a 5ª décadas da vida. Em todas as gerações das famílias acometidas pela doença, há pelo menos um indivíduo afetado. ➥ As SCA podem ser divididas em três subtipos genéticos. O primeiro, e mais importante, consiste em uma expansão de uma repetição de trinucleotídeos CAG que codifica o aminoácido glutamina, grupo denominado “doenças por poliglutaminas”. ➥ Participam desse grupo as SCA1, 2, 3, 6, 7 e 17, além de três outras doenças que não são primariamente do grupo das ataxias: doença de Huntington, atrofia muscular espinobulbar e atrofia dentato-rubro-pálido-luisiana (DRPLA). Seis SCA juntas respondem por mais de 50% das SCA no mundo. A idade de início é inversamente proporcional ao número de repetições do trinucleotídeo CAG, ou seja, quanto maior o número de repetições, mais precoce o aparecimento da doença. ➥ Existe, ainda, o fenômeno de antecipação, no qual há uma tendência de aumento do número de repetições a cada geração. ➥ O segundo subtipo consiste em repetições em determinadas regiões do cromossomo que não respondem por determinado aminoácido-proteína. Nesse grupo, estão as SCA8, 10 e 12. Existe a possibilidade de haver um mecanismo duplo na SCA8. O terceiro grupo é caracterizado por mutações convencionais em um gene específico, em vez de repetições de determinado trinucleotídio. As SCA5, 13, 14 e 27 fazem parte desse grupo. • Intoxicação exógena agudas: ➥ Intoxicação é o contato com uma substância que produz toxicidade. Os sintomas variam, mas certas síndromes comuns podem sugerir tipos particulares de intoxicações. O diagnóstico inicialmente é clínico, mas para algumas intoxicações, exames de urina e sangue podem auxiliar. Na maioria das intoxicações, o tratamento é de suporte; antídotos específicos são necessários para alguns. A prevenção engloba rotular nitidamente os frascos que contêm os fármacos e não deixar os tóxicos ao alcance das crianças. ➥ A maioria das intoxicações é dependente da dose. A dose é determinada pela concentração ao longo do tempo. A toxicidade pode ser o resultado da exposição a excessivas quantidades de substâncias normalmente não tóxicas. Alguns envenenamentos ocorrem por exposição a substâncias que são tóxicas em todas as doses. A intoxicação diferencia-se das reações de hipersensibilidade e idiossincráticas, as quais não são previsíveis e não estão relacionadas com a dose, e da intolerância, que é uma reação tóxica à dose não usual de uma substância. Intoxicação é comumente decorrente da ingestão, mas pode ser resultante de injeções, inalação ou exposição da superfície corporal (p. ex., pele, olhos, mucosas). Em geral, muitas substâncias que não são alimentos e são comumente ingeridas não são tóxicas. ➥ Intoxicações exógenas agudas podem ser definidas como as conseqüências clínicas e/ou bioquímicas da exposição aguda a substâncias químicas encontradas no ambiente (ar, água, alimentos, plantas, animais peçonhentos ou venenosos, etc.) ou isoladas (pesticidas, medicamentos, produtos de uso industrial, produtos de uso domiciliar, etc.). ➥ Apesar da insuficiência de dados estatísticos, é possível admitir que, no Brasil, a intoxicação agudaconstitui importante problema de saúde pública, particularmente na faixa etária pediátrica. Medicamentos são os principais agentes responsáveis, seguidos muito de perto pelas intoxicações por animais peçonhentos. Seguem-se, de modo expressivo, as intoxicações por produtos domissanitários, pesticidas e produtos químicos de uso industrial @karina_oliveiraq ➥ Nas crianças e adolescentes, alguns aspectos são peculiares sugerindo, por si só, medidas preventivas adequadas. Em lactentes com menos de um ano de idade, cerca de 60% dos casos de intoxicação são produzidos por medicamentos. O valor é significativamente maior que o encontrado na população em geral (menos de 30%), na qual ocupam também o primeiro lugar na determinação do acidente tóxico. Na criança e no adolescente, a intoxicação por produtos domissanitários corresponde praticamente ao dobro da descrita na população em geral (16% contra 8%). ➥ A intoxicação por pesticidas agro-pecuários é mais expressiva na faixa etária de 15-19 anos (10,6%). Na população em geral, representam cerca de 7,4% e, nas pessoas com menos de 19 anos, 6,5% dos casos. Explicam esse fato a participação relativamente grande dos adolescentes em atividades agrícolas e a significativa utilização desse grupo de produtos em tentativas de suicídio. A intoxicação por produtos domissanitários é bem mais freqüente em crianças de 1 a 4 anos (24,2% contra 8,4% na população em geral e 16% dos casos observados em pessoas com menos de 19 anos de idade). ➨ Conduta na intoxicação aguda: ➥ O atendimento do paciente intoxicado segue uma série de etapas, geralmente, mas não necessariamente, seqüenciais. ➥ Apesar de bem delimitadas, sua execução apresenta, até o momento, numerosos aspectos duvidosos e controversos. Esquematicamente são as seguintes: 1. Avaliação clínica inicial; 2. Estabilização; 3. Reconhecimento da toxíndrome e identificação do agente causal; 4. Descontaminação; 5. Administração de antídotos; 6. Aumento da eliminação do tóxico absorvido; 7. Tratamento sintomático. - Avaliação clínica inicial: ➥ O objetivo principal da avaliação clínica inicial é o de verificar se o paciente apresenta algum distúrbio que represente risco iminente de vida. Para tanto é indispensável um exame físico rápido, porém rigoroso, para avaliar as seguintes situações: Condições respiratórias: distúrbios que representam risco de vida e que exigem atenção imediata incluem obstrução das vias aéreas, apnéia, bradipnéia ou taquipnéia intensa, edema pulmonar e insuficiência respiratória aguda. ➥ Condições circulatórias: exigem atenção imediata alterações significativas de pressão arterial ou de freqüência cardíaca, disritmias ventriculares, insuficiência cardíaca congestiva, estado de choque e parada cardíaca. Condições neurológicas: estado de mal convulsivo, pressão intracraniana aumentada, coma, pupilas fixas e dilatadas ou mióticas puntiformes e agitação psicomotora intensa. Quando as condições permitirem, a avaliação poderá ser ampliada incluindo outros dados, tais como, pele e anexos, temperatura, estado de hidratação, etc - Estabilização: ➥ Consiste na realização de uma série de medidas visando a corrigir os distúrbios que representam risco iminente de vida e a manter o paciente em condições adequadas até o estabelecimento do diagnóstico definitivo e conseqüente tratamento específico. Essas medidas são idênticas às realizadas em qualquer outra situação clínica grave atendida em serviço de emergência. O suporte básico consiste em três manobras: permeabilização das vias aéreas, ventilação pulmonar e massagem cardíaca externa, se necessário. O suporte vital avançado consiste em associar equipamentos auxiliares para ventilação, monitorização cardíaca, uso de drogas e desfibrilação e manutenção da estabilidade do paciente. - Reconhecimento da toxíndrome e identificação do agente causal: ➥ Toxíndrome ou síndrome tóxica pode ser definida como um complexo de sinais e sintomas produzido por doses tóxicas de substâncias químicas, que, apesar de diferentes, têm um efeito mais ou menos semelhante. O reconhecimento da síndrome permite a identificação mais rápida do agente causal e, conseqüentemente, a realização do tratamento adequado. Para tanto, é preciso realizar, como em qualquer outra afecção clínica atendida em serviço de emergência, uma anamnese e um exame físico cuidadoso. ➥ Alguns aspectos específicos devem ser enfatizados ou mais detalhados. Na história, quando @karina_oliveiraq o tóxico for conhecido, deve-se fazer uma estimativa da quantidade em contato com o organismo, do tempo decorrido desde o acidente até o atendimento, da sintomatologia inicial, do tipo de socorro domiciliar e dos antecedentes médicos importantes. Quando o tóxico for desconhecido são dados suspeitos: início agudo da sintomatologia, idade entre 1 e 5 anos, pica, problemas domésticos, estado mental alterado, quadro clínico estranho ou complexo, excesso de medicamentos no domicílio e informações dos parentes ou dos companheiros. ➥ O exame físico deve detalhar, além dos sinais usuais, características da pele e das mucosas (temperatura, coloração, odor, hidratação), do hálito, da boca (lesões corrosivas, odor, hidratação), dos olhos (conjuntiva, pupila, movimentos extraoculares), do sistema nervoso central (nível de consciência, escala do coma, estado neuromuscular), do sistema cárdio-circulatório (freqüência e ritmo cardíaco, pressão arterial, perfusão) e do sistema respiratório (freqüência, movimentos respiratórios, ausculta). ➥ Os dados de anamnese e exame físico poderão permitir o reconhecimento das síndromes tóxicas (toxíndromes), algumas das quais já são bem caracterizadas, como as seguintes: ➥ Síndrome anticolinérgica Sintomatologia: rubor de face, mucosas secas, hipertermia, taquicardia, midríase, retenção urinária, agitação psicomotora, alucinações e delírios. Principais agentes: atropina, derivados e análogos, anti-histamínicos, antiparkinsonianos, antidepressivos tricíclicos, antiespasmódicos, midriáticos, plantas da família Solanaceae, particularmente do gênero Datura. Síndrome anticolinesterásica Sintomatologia: sudorese, lacrimejamento, salivação, aumento das secreções brônquicas, miose, bradicardia, fibrilações e fasciculações musculares. Principais agentes: inseticidas organofosforados, inseticidas carbamatos, fisostigmina, algumas espécies de cogumelos. Síndrome narcótica Sintomatologia: depressão respiratória, depressão neurológica, miose, bradicardia, hipotermia, hipotensão, hiporreflexia. Principais agentes: opiáceos, incluindo também elixir paregórico, difenoxilato, loperamida. Síndrome depressiva Sintomatologia: depressão neurológica (sonolência, torpor, coma), depressão respiratória, cianose, hiporreflexia, hipotensão. Principais agentes: barbitúricos, benzodiazepínicos, etanol. Síndrome simpatomimética Sintomatologia: midríase, hiperreflexia, distúrbios psíquicos, hipertensão, taquicardia, piloereção, hipertermia, sudorese. Principais agentes: cocaína, anfetamínicos, derivados e análogos, descongestionantes nasais, cafeína, teofilina. Síndrome extrapiramidal Sintomatologia: distúrbios do equilíbrio, distúrbios da movimentação, hipertonia, distonia orofacial, mioclonias, trismo, opistótono, parkinsonismo. Principais agentes: fenotiazínicos, butirofenonas, fenciclidina, lítio. Síndrome metemoglobinêmicaSintomatologia: cianose de pele e mucosas, de tonalidade e localização peculiar, palidez de pele e mucosas, confusão mental, depressão neurológica. Principais agentes: acetanílida, azul de metileno, dapsona, doxorubicina, fenazopiridina, furazolidona, nitratos, nitritos, nitrofurantoína, piridina, sulfametoxazol. - Descontaminação: ➥ Descontaminação é a etapa em que se procura diminuir a exposição do organismo ao tóxico, quer reduzindo o tempo e/ou a superfície de exposição, quer reduzindo a quantidade do agente químico em contato com o organismo. A conduta varia de acordo com a via da possível absorção do tóxico. As principais vias de exposição agudas humana são digestiva, respiratória, cutânea e percutânea. A via digestiva é mais importante nos casos pediátricos, nos quais, na maioria das vezes, a intoxicação ocorre após ingestão de um produto químico. Apesar dos procedimentos de descontaminação serem conhecidos e descritos há muito tempo, nota-se atualmente uma tendência em questionar sua eficácia, particularmente em virtude da inexistência de evidências científicas válidas. ▪ As principais medidas até agora utilizadas são as seguintes: ➥ Antídotos locais: todos os tipos de antídotos chamados universais são considerados inúteis e obsoletos. O uso rotineiro de soluções de diversas substâncias químicas que agiriam sobre o tóxico, impedindo de algum modo sua absorção, não é mais recomendado. Neutralização do produto tóxico ácido ou básico é, de um modo geral, contra-indicada, pois, como a maioria das reações de neutralização liberam @karina_oliveiraq calor, aumentam os riscos de lesão ou de agravamento de lesões mucosas; ➥ Medidas provocadoras de vômitos: qualquer que seja o procedimento utilizado para essa finalidade, suavalidade é discutível, pois, entre outros motivos, sua eficácia depende da rapidez de execução, que não ocorre na quase totalidade dos casos. Além disso, apresentam várias e importantes contra- indicações, tais como, ingestão de derivados de petróleo ou de produtos cáusticos, agitação psicomotora e presença de convulsões ou depressão neurológica. Os procedimentos mais comuns incluem indução do reflexo nauseoso por estimulação mecânica da faringe, xarope de ipeca, apomorfina. Na indução mecânica, são indispensáveis a colaboração do paciente e um socorrista bem treinado. Sua eficácia é duvidosa. Há risco de trauma e de aspiração. Xarope de ipeca é um medicamento relativamente barato e fácil de usar. As doses usuais variam de 10 a 30 ml, de acordo com a idade do paciente. No entanto, sua validade é atualmente questionada. Em recente posicionamento, a American Academy of Clinical Toxicology e a European Association of Poison Control Centers and Clinical Toxicology informam que o xarope de ipeca não deve ser administrado rotineiramente no tratamento do paciente intoxicado; que em estudos experimentais a quantidade removida de marcadores é muito variável; que não há evidências originadas por estudos clínicos sobre a ação da ipeca na melhora da evolução do paciente; que seu uso rotineiro em unidades de emergência deve ser abandonado; e que existem dados insuficientes que permitam apoiar ou excluir a administração logo após a ingestão do tóxico. Saincher e col., em estudos realizados com voluntários humanos, concluíram que os resultados não demonstravam benefícios da ipeca quando administrada 30 minutos ou mais após a ingestão do tóxico e que o benefício é perdido em algum momento entre 5 e 30 minutos. Apomorfina é um potente emético de rápido início de ação. Deve ser aplicada, quando necessário, por via parenteral, apenas em ambiente hospitalar, por pessoal experimentado, tendo a sua disposição antagonistas específicos dos narcóticos. As justificativas para seu uso são excepcionais; ➥ Lavagem gástrica: apesar de exigir pessoal capacitado, equipamento adequado, ambiente hospitalar, sonda de grosso calibre com orifícios de dimensões suficientes para permitir a passagem de fragmentos sólidos e envolver riscos importantes, ainda é exageradamente realizada. No posicionamento da American Academy of Clinical Toxicology e da European Association of Poison Centers and Clinical Toxicology, considera-se que a lavagem gástrica não deve ser usada rotineiramente no tratamento do paciente intoxicado; que em estudos experimentais a quantidade removida de marcadores é muito variável e diminui com o tempo, e que não há evidência válida de melhora da evolução após seu uso. As contra-indicações são as mesmas descritas com os eméticos. O procedimento é formalmente contra-indicado nos pacientes com reflexos protetores das vias aéreas comprometidos, se não for realizada prévia intubação endotraqueal; ➥ Carvão ativado: a administração de carvão ativado parece ser, até o momento, o melhor procedimento para descontaminação digestiva. É um medicamento barato, fácil de usar e praticamente sem contra-indicações. A dose usual é de 1 g/kg, por via oral, em suspensão aquosa. Seu aspecto desagradável pode dificultar o uso. A eficácia diminui com o tempo, sendo que os melhores resultados são observados na primeira hora após ingestão do tóxico. Sua eficácia é menor com tóxicos com grandes massas, como ferro e lítio. Ainda não há evidência de que sua administração melhora a evolução do intoxicado; ➥ Catárticos: não há razão para usar isoladamente um catártico no tratamento do paciente intoxicado e sua administração não é recomendada como um método de descontaminação digestiva. Não há estudos clínicos demonstrando sua capacidade, com ou sem carvão ativado, para reduzir a biodisponibilidade do tóxico ou para melhorar a evolução do paciente. Sua utilização pode ser justificada para contrabalançar os efeitos obstipantes do carvão ativado. Via respiratória - A principal providência no atendimento inicial do paciente exposto ao tóxico por via aérea ainda é a retirada do ambiente contaminado e, na maioria das vezes, a remoção das vestes. O socorrista deve se precaver ao entrar no ambiente contaminado. Via cutânea - Remoção das vestes e lavagem corporal continuam sendo as medidas básicas no atendimento imediato. A lavagem deve ser feita com água corrente, com @karina_oliveiraq especial cuidado com os cabelos, região retroauricular, axilas, umbigo, região genital e região subungueal. Via transcutânea - A tendência atual é de não realizar rotineiramente incisões cutâneas, sucção ou garroteamento, pois a relação risco- benefício é desfavorável. - Administração de antídotos: - Tratamento sintomático: ➥ O tratamento sintomático deve ser feito seguindo os mesmos critérios do atendimento de criança portadora de uma afecção clínica que procura um serviço de emergência. Tratamento das convulsões: benzodiazepínicos, particularmente o diazepam, continuam sendo os medicamentos de escolha no controle das crises convulsivas. Não havendo melhora, pode-se administrar fenitoína, em dose de carga de 15 mg/kg, não ultrapassando a velocidade infusão de 50 mg/minuto. - Tratamento da crise alérgica: prometazina, disponível para uso oral e parenteral, deve ser usada na dose de 0,5 mg/kg. Ciproeptadina, 0,25 mg/kg/d, por via oral, pode ser usada como alternativa. Nos casos mais graves, recomenda-se epinefrina 1:1000, na dose de 0,01 ml/kg, por via subcutânea, repetida se necessário, até 3 vezes e cortiscosteróides, como hidrocortisona ou dexametasona. - Tratamentoda dor: o tipo de analgésico depende de sua intensidade. Na leve ou moderada, são recomendados acetaminofeno, ácido acetilsalicílico ou dipirona. Dores intensas podem exigir analgésicos narcóticos, particularmente morfina, na dose de 0,2 mg/kg, para crianças e 5- 20 mg para adultos, por via subcutânea, intramuscular e, se necessário, intravenosa; codeína, 0,3-0,5 mg/kg para crianças e 15-60 mg para adultos, por via oral ou parenteral. Alguns casos (picada de animais peçonhentos, por exemplo) podem exigir anestesia local ou bloqueio anestésico. Em outros, há necessidade de uso coadjuvante de outros medicamentos, como gel de cálcio na lesão por ácido fluorídrico ou gluconato de cálcio na cólica saturnina. - Tratamento da hipertermia: nas intoxicações, os mecanismos de hipertermia geralmente não são mediados pelos sistemas das prostaglandinas. Assim sendo, os medicamentos antitérmicos usuais podem não ser eficazes e mascarar o quadro clínico. As medidas físicas são mais recomendadas, incluindo envoltórios úmidos e frios, compressas frias, bolsas de gelo e fricção com esponja úmida. ➤ Referencias: - Renaud M, Tranchant C, Koenig M, Anheim M. Ataxias cerebelares autossômicas recessivas com alfa-fetoproteína elevada: doenças incomuns, biomarcador comum. Mov Disord 2020; 35:2139. - ALVES, Letícia Furtado et al. Lesão cerebelar: uma abordagem anatomo-funcional em urgência e emergência. JBMEDE-Jornal Brasileiro de Medicina de Emergência, v. 1, n. 1, p. e21005- e21005, 2021. - ALVES, Letícia Furtado et al. Lesão cerebelar: uma abordagem anatomo-funcional em urgência e emergência. JBMEDE-Jornal Brasileiro de Medicina de Emergência, v. 1, n. 1, p. e21005- e21005, 2021. - SOARES, Jéssica Yohanna Silva et al. Perfil epidemiológico de intoxicação exógena por medicamentos em Brasília. Revista de Atenção à Saúde, v. 19, n. 67, 2021.
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