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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DO MUNICÍPIO DE LUZ/MG
Marcus Caetano, pessoa física, inscrito no CPF sob o nº XXX, sediado à XXX, por intermédio de seu advogado que a esta subscreve (instrumento de mandato anexo), com fulcro no decreto de lei nº 3.365/41, e nos artigos 319 e 320 co Código de Processo Civil – NCPC, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, propor:
AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA
             Em face do Município de Luz, pessoa jurídica de direito público, CNPJ: xxx, com sede em xxx, endereço eletrônico: xxxxx, pelos fatos e fundamentos as seguir passa a expor:
DOS FATOS
1 - 		Marcus Caetano é proprietário de uma área de 2.000 m2 situada bem ao lado da sede da Prefeitura do Município de Luz. Ao se aposentar, no ano de 2018, cansado da agitada vida da cidade de Belo Horizonte, onde reside, Marcus Caetano resolveu viajar pelo mundo por ininterruptos três anos. Ao retornar, Marcus descobre que o Município de Luz iniciou no início de 2019, sem sua autorização, obra em seu terreno para a construção de um prédio que servirá de apoio às atividades da Prefeitura. A obra já se encontra em fase bem adiantada, com inauguração já prevista para início.
DO CABIMENTO DA AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA
2 - 	O Inciso XXIV da Constituição Federal determina que bens privados poderão ser tomados pelo Estado em casos de utilidade ou necessidade pública, ou interesse social, por meio do pagamento de indenização em dinheiro. A desapropriação difere de um confisco, ou seja, o proprietário do bem desapropriado deve receber uma indenização justa e prévia. Item em destaque este que não ocorreu no caso em tela.
DOS DIREITOS
3 - 	Verifica se a afronta ao direito fundamental ao devido processo legal, previsto não apenas no inciso XXIV do artigo 5º, mas também no artigo 5º, inciso LIV, da Constituição que prevê que ninguém será privado de seus bens, sem o devido processo legal, o que não ocorreu na situação em tela. No presente caso, o Município de Luz promoveu a desapropriação indireta, uma vez que, faticamente, ocupou e se apossou de área privada sem o cumprimento do processo de desapropriação e, sequer, da justa prévia indenização em dinheiro.
	Assim, o artigo 35 do DL 3.365/41 prevê que o bem privado, após incorporado ao patrimônio público, não poderá retornar ao legítimo proprietário, resolvendo se a questão em perdas e danos, a ser proposta por intermédio da ação indenizatória por desapropriação indireta.
	Observa se que a presente ação deve ser processada e julgada perante esse juízo, conforme previsão contida no artigo 47 do Código de Processo Civil, por tratar se de direito real, previsão consolidada na jurisprudência pátria.
	Além disso, o próprio decreto 3.365/41, em seu artigo 11, prevê o processo judicial em ações envolvendo desapropriação, pelo ente municipal, se desenrolará no foro do local da coisa.
	Conforme previsto na Súmula 119, do STJ, interpretada à luz do artigo 1238, § único, do Código Civil, e na jurisprudência consolidada daquele Tribunal Superior, o prazo para propositura da presenta ação, não é quinquenal, mas de 10 anos.
	Deve observar se, ainda, que a súmula 114 do STJ prevê a incidência, na desapropriação indireta, de juros compensatórios, a partir da data de ocupação, a serem arbitrados por esse juízo, sobre o valor da indenização, corrigido monetariamente.
	A súmula firma jurisprudência que interpreta o artigo 15-A, do DL 3.365/41, que afirma serem de 6% ao ano. Porém, deve ser fixado o percentual de 123% ao ano, conforme súmula nº 408 do STJ e súmula 618 do STF.
	Além dos juros compensatórios, deverão incidir juros moratórios, calculados à ordem de 6% ao ano, previstos no artigo 15-B do DL 3.365/41. Estes juros devem incidir cumulativamente com os juros compensatórios nos termos da súmula 12 do STJ, e são devidos a partir de 1º de janeiro do exercício seguinte àquele em que o pagãmente deveria ser feito.
	Observa se ainda, que não houve o pagamento da justa e prévia indenização, como já fundamentado, neste ponto, resta o dever de indenizar ao Estado, conforme previsão contida no artigo 37, § 6º, da Constituição Federal de 1988. O artigo 15, do DL 3.365/41, prevê o depósito prévio a ser realizado pela municipalidade, para a imissão provisória na posse, o que não ocorreu. 
DOS PEDIDOS
4 - Diante do exposto requer:
a) A citação do réu, por intermédio de sua representação judicial, para, querendo, contestar a presente demanda, no prazo legal, sob pena de revelia;
b) A procedência do pedido com a finalidade de que o réu seja condenado a indenizar o autor pela prática de desapropriação indireta, em valor justo arbitrado por esse juízo, considerando todos os valores legais que devem ser acrescidos ao valor da coisa, constante na avaliação anexa, inclusive juros compensatórios à ordem de 12% e juros moratórios à ordem de 6% ao ano, nos termos da fundamentação;
c) A designação da audiência prévia de conciliação;
d) Seja procedida à juntada da prova documental, especialmente a que comprova a propriedade do imóvel (Artigo 320 do NCPC);
e) A produção de todas as provas admitidas em direito;
f) A condenação dos réus ao pagamento dos honorários advocatícios e custas processuais (Artigos 85 e 82 do NCPC).
 
Dá-se à causa o valor de R$ 136.000,00 (cento e trinta e seis mil reais)
 
Termos em que,
Pede e Espera deferimento.
São Paulo – XX/XX/XXXX. 
____________________________
Advogado/OAB.