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Indicadores de Saúde ● Surgiram da necessidade de se medir os níveis de saúde e qualidade de vida da população ● Podem medir natalidade, mortalidade, morbidade, estado nutricional, nível educacional, capacidade de consumo, condições de transporte, trabalho, habitação, vestuário, recreação, segurança e liberdade, que se refletem em qualidade de vida ● Além da qualidade de vida, os indicadores de saúde são utilizados na identificação dos principais problemas de saúde pública, na elaboração de políticas e na avaliação da efetividade das ações de prevenção e assistência ● Um indicador de saúde reflete uma característica em particular, não sujeitos a observação direta ● Tem como propósito refletir a situação de saúde de um indivíduo ou de uma população ● A grande questão quando se fala em índices de saúde é definir o que se quer medir e isto está diretamente ligado a definição de saúde dada pela OMS é bastante abstrata. - O objetivo dos índices é tornar estas definições abstratas em algo concreto, mensurável e factível. O que se faz, tradicionalmente, é quantificar e descrever a ocorrência de doenças e agravos à saúde, ou mesmo mortes. Ou seja, mede-se a ausência de saúde Requisitos de um bom indicador: ● Disponibilidade de dados para toda a população que se deseja avaliar, ou seja, o indicador deve possuir boa representatividade ou cobertura ● Uniformidade quanto à definição e aos procedimentos empregados no seu cálculo, garantindo boa confiabilidade ● Simplicidade no que diz respeito à sua construção e facilidade de interpretação ● Sinteticidade, de modo a poder abranger o efeito do maior número possível de fatores que influem no estado de saúde das coletividades ● Poder discriminatório, de forma a permitir comparações entre populações, ou de uma mesma população em momentos distintos ● Relevância, relacionada com a capacidade de responder às prioridades em saúde ● Boa relação custo-efetividade, de maneira que os resultados justifiquem os recursos e tempo investidos ● Consonância com princípios éticos, garantindo que a coleta dos dados não acarrete malefícios ou prejuízos as pessoas envolvidas e respeitando os valores sociais vigentes da forma mais ampla possível Um indicador é considerado válido se ele se mostra capaz de medir ou representar adequadamente o fenômeno de interesse São classificados em 3 grupos diferentes: ● Aqueles que se referem diretamente à saúde do indivíduo ou populações (ex. natalidade, morbidade, mortalidade. Exposição a fatores de risco e de satisfação) ● Aqueles que dizem respeito as condições do meio ambiente que influem no estado de saúde (ex. condições de saneamento, proporção da população com acesso à água tratada e rede de gosto, qualidade do ar) ● Aqueles que dizem respeito aos serviços de saúde (ex. número de médicos por 1000 habitantes, proporção de gestantes atendidas nos serviços de pré-natal, incidência de sífilis congênita); IN����DO� � ÍN�I��: ● Indicador é uma medida que inclui apenas um aspecto relativo ao que se deseja medir, por exemplo, os coeficientes de mortalidade ● Um índice sintetiza em uma única medida diferentes dimensões do atributo de interesse, como por exemplo, o índice de Apgar (mede a vitalidade do recém-nascido com base em 5 sinais clínicos) ou o índice de desenvolvimento humano (agrega em uma única medida os 3 componentes do desenvolvimento humano, a saber, saúde, educação e desenvolvimento econômico) ● Os indicadores de saúde são geralmente expressos por meio de medidas de frequência, tais como proporções (relação entre duas frequências de mesma unidade) e coeficientes ou taxas utilizadas para estimar risco) ● Em geral, as populações a que se referem os indicadores são dinâmicas. Por esta razão, utiliza-se comumente a estimativa da população referida ao meio do ano como uma aproximação da quantidade total de pessoas-tempo de exposição acumulada por uma determinada população Alguns indicadores são atualizados frequentemente nas bases de dados do governo e podem ser obtidos em diferentes fontes de dados tais como: ● SIM - Sistema de Informações sobre Mortalidade ● Sinasc - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos ● DATASUS ● Sinan - Sistema de Informação de Agravos de Notificação ● SIH-SUS - Sistema de Informações Hospitalares do SUS ● SIASUS - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS ● RCBP - Registros de Câncer de Base Populacional ● PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios ● POF - Pesquisa de Orçamentos Familiares IN����DO��� D� �AÚ�� B��A�: CPOD / CPOS / ceo: ● Foi o indicador mais utilizado nos últimos 70 anos e continua sendo de grande importância ● Mede o número de dentes cariados, perdidos por cárie e obturados ● Medir a severidade da cárie dentária fornece mais informação discriminatória do que medir somente a prevalência e isso o CPOD contempla ● A soma de todos os dentes cariados, perdidos por cárie e obturados (devido à cárie mas sem cárie presente) no indivíduo é o índice CPOD ● O indicador é a soma dos CPODs de um grupo de pessoas dividido pelo número de pessoas que compõem esse grupo ● Em dentes decíduos, o índice CPOD tem um equivalente chamado ceo (número de dentes decíduos cariados com obturação indicada, com extração indicada ou obturados por cárie e sem cárie presente) Problemas: ● Ao exame clínico, pode haver uma grande variação no julgamento de diferentes dentistas quanto a definição sobre o diagnóstico e indicação de conduta para um dente considerado cariado. Este julgamento vai sofrer a influência do tipo de iluminação da área a ser examinada, do grau de higiene da pessoa, do tipo de sonda exploradora utilizada, da postura da pessoa examinada e da percepção acerca da definição de cárie dentária do profissional. Há 2 formas de se minimizar esse problema: determinar o critério de que a lesão de cárie deve ser óbvia o suficiente para não deixar dúvidas quanto a sua presença e treinar e calibrar os avaliadores de acordo com o critério estabelecido e somente iniciar a coleta de dados quando a concordância entre e inter-examinadores for satisfatória ● Um problema de validade do CPDO ocorre em relação ao dente ausente. Por vezes, esse dente foi extraído por razões periodontais e não perdido por cárie dental. Quando se realiza um único exame clínico fica muito difícil ter certeza do motivo dessa perda dentária. Perguntar ao indivíduo nem sempre resolve, pois muitas vezes a pessoa não lembra o motivo de ter perdido o dente. Ainda que, na maioria das vezes, a cárie seja o motivo da perda dentária, a extração também é um reflexo da atitude do dentista, da disponibilidade e acesso aos serviços odontológicos, da filosofia de tratamento predominante e da atitude do paciente ● Alguns indivíduos têm os pré-molares e os terceiros molares extraídos por questões ortodônticas ou periodontais ● Existem também questões financeiras que, infelizmente, levam dentistas a restaurarem dentes sem indicação, o que também leva a distorções neste índice ● O CPOD mede a experiência de cárie acumulada durante toda a vida do indivíduo ● O CPOD não mede a necessidade de tratamento mesmo que cada componente do índice seja registrado separadamente. Suposições generalizadas de que todo dente descrito como cariado necessita de restaurações enganosas. O conceito de necessidade é mais complexo que isso. Algumas questões como necessidade percebida, grau de importância dado aos dentes, condição e desejo de pagar pelo tratamento, necessidade de longo prazo do indivíduo, velocidade de progressão de cárie, número de lesões que não progridem e diferentes filosofias de tratamento influenciam a definição de necessidade de restauração LIMITAÇÃO DO CPOD: não indica a ocorrência presente de cárie, mas a experiência de cárie ao longo da vida (presente e passado). Desta forma, novas cáries em superfícies já restauradas ou cáries secundárias não alteram o escoreCPOS: ● Conta-se as superfícies cariadas ou restauradas ao invés do número de dentes ● O índice de superfície é útil para estudos curtos de incidência de cárie, onde pequenas mudanças têm que ser detectadas em curto espaço de tempo ● Fornece pouca ou nenhuma informação adicional em estudos de prevalência onde a severidade da cárie é comparada entre grupos populacionais ● DESVANTAGEM: possui uma gama mais ampla de valores possíveis e, portanto, desvio e erro-padrão mais amplos, o que o torna menos confiável que o CPOD ● OUTRO PROBLEMA: valor dado a um dente extraído. Um dente extraído pode ter sido atacado por cárie em somente uma face e não existe consenso sobre o número de faces aplicada a esses dentes. Normalmente, a extração resulta em uma perda de 4 ou 5 faces Doença Periodontal: ● Gengivite em geral não causa perda dentária e raramente causa disfunção, dor, desconforto ou impacto psicológico e social. Desta forma, não parece ser um indicador importante de saúde bucal para a epidemiologia ● Perda de inserção periodontal, profundidade de bolsa periodontal e perda de osso alveolar, por si só, apesar de serem indicadores de periodontite utilizados com frequência, também não são necessariamente bons indicadores de saúde bucal para a epidemiologia Perda Excessiva de Osso Alveolar para a Idade: ● Leva em consideração a perda de osso alveolar nas diferentes idades, uma vez que ocorre uma perda fisiológica dos tecidos ósseos de suporte dentário com a idade ● Os autores (Wennstrom, Papapanou e Grondahl) estabeleceram para cada faixa etária e para cada dente, a quantidade de perda óssea alveolar compatível ● A perda excessiva de osso alveolar para a idade pode ser quantificada considerando-se o indivíduo ou um número mínimo de dentes por indivíduo ou simplesmente o número de dentes. Desta forma, mede-se a presença e/ou prevalência de doença periodontal ● Para se medir a severidade/intensidade da doença periodontal, pode-se quantificar a proporção de dentes afetados no indivíduo ● Este é um indicador da situação no momento do exame e pressupõe que ter 10% de dentes com perda excessiva de osso alveolar é sinal de menos risco de perda dentária no futuro do que ter 25% dos dentes afetados ● Na impossibilidade de estabelecer durante o exame o exame quantas pessoas perderam dentes por causa de doença periodontal, a presença de sinais da doença que indicam grande risco de perda do dente no futuro talvez seja a melhor forma de aferir a saúde periodontal ● Uma limitação importante deste indicador é a necessidade de exame radiográfico, o que impede a sua utilização em diversas ocasiões por razões éticas, práticas ou mesmo econômicas. Outra questão é a limitação da informação radiográfica, uma vez que muitas vezes é difícil identificar na imagem radiográfica a perda óssea nas faces vestibular e lingual/palatina do dente Perda Excessiva de Inserção Periodontal para a Idade: ● A perda de inserção periodontal é a distância em milímetros da junção cemento-esmalte e a base da bolsa periodontal (ou sulco gengival) ● Existe uma associação muito forte entre o nível do osso alveolar na radiografia e o nível de inserção periodontal no exame clínico. Portanto, a mensuração clínica da perda de inserção periodontal substitui apropriadamente o exame radiográfico ● O que foi dito em relação a perda de osso alveolar no índice de perda excessiva de osso alveolar para a idade se aplica a perda de inserção. A única diferença é que a perda de inserção é aferida com exame clínico, sem a necessidade de submeter os indivíduos ao exame radiográfico. Além disso, neste caso, a perda de inserção periodontal pode ser medida em todas as superfícies do dente, inclusive vestibular e lingual/palatina. Mobilidade dentária: ● A mobilidade dentária pode ser vista como uma medida indireta da condição do periodonto, podendo ser considerada um importante indicador de saúde periodontal ● A mobilidade dentária pode ser aferida da seguinte maneira: ○ Grau 1 - mobilidade da coroa do dente 0,2 a 1,0mm em direção horizontal ○ Grau 2 - mobilidade da coroa do dente excedendo 1,0mm em direção horizontal ○ Grau 3 - mobilidade da coroa do dente também em direção vertical
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