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[E-BOOK] Introdução à Profissão de Farmácia

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INTRODUÇÃO À PROFISSÃO 
- FARMÁCIA
ORGANIZADORES ALYNE ALMEIDA DE LIMA; LUANNA GABRIELLA RESENDE DA SILVA
Introdução à pro�ssão - Farm
ácia
GRUPO SER EDUCACIONAL
Neste livro, você terá acesso a informações imprescindíveis para conhecer 
de forma mais abrangente a pro�ssão de farmacêutico. 
Abordaremos aqui a história da pro�ssão, as leis vigentes e os Conselhos 
que regulam a pro�ssão. Veja aqui como se iniciou a utilização de drogas e 
especiarias, o surgimento das boticas e dos boticários e a formação da 
pro�ssão farmacêutica. Para �nalizar, as autoras explicam como se dá o 
trabalho multipro�ssional na área da saúde, especi�camente, para o 
pro�ssional farmacêutico.
Fundamental para o estudo da pro�ssão, esta obra é ilustrada e apresenta-
da de forma clara e didática.
INTRODUÇÃO 
À PROFISSÃO 
- FARMÁCIA
ORGANIZADORES ALYNE ALMEIDA DE LIMA; 
LUANNA GABRIELLA RESENDE DA SILVA
gente criando futuro
I SBN 9786555580761
9 786555 580761 >
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
INTRODUÇÃO 
A PROFISSÃO - 
FARMÁCIA
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
Diretor de EAD: Enzo Moreira
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes
Coordenadora educacional: Pamela Marques
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
 
Lima, Alyne Almeida de.
 Introdução à profissão - Farmácia/ Alyne Almeida de Lima 
Luanna Gabriella Resende da Silva. – São Paulo: Cengage, 2020.
 
 Bibliografia.
 ISBN: 9786555580112
 
 1. Saúde - farmacêutico. 2. Profissões - farmacêutico. 3. Silva, Luanna Gabriella Resende da.
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
Alyne Almeida de Lima
Graduada em Farmácia, especialista em farmácia clínica e prescrição farmacêutica e mestra em Ciências 
Farmacêuticas. Atualmente professora de Farmacologia nos cursos de Graduação em Farmácia, 
Odontologia e Psicologia e também ministra a disciplina de Cosméticos e Saneantes na Faculdade 
Maurício de Nassau. Professora de Pós-graduação na área de Clínica Farmacêutica, Farmacologia, 
Toxicologia e Fitoterapia.
Luanna Gabriella Resende da Silva
Graduada em Farmácia, com habilitação em Bioquímica. Possui experiência em dispensação 
farmacêutica, farmácia magistral, farmácia clínica e análises clínicas. Atualmente é mestranda em 
Ciências Farmacêuticas pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, na Universidade 
Federal de São João del-Rei, Minas Gerais.
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 - Noções gerais da profissão: noções e histórico ..........................................................9
Introdução.............................................................................................................................................10
1. Noções gerais da profissão: definição e histórico ............................................................................ 11
2. A profissão dentro da área da saúde: regional, nacional e mundial .................................................21
3. Assistência Farmacêutica e a PNM (Política Nacional de Medicamentos) .......................................24
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................27
UNIDADE 2 - Boticário ...................................................................................................................29
Introdução.............................................................................................................................................30
1 História da profissão farmacêutica .................................................................................................... 31
2 Áreas de atuação farmacêutica .......................................................................................................... 33
3 Prescrição Farmacêutica .................................................................................................................... 37
4 Conselhos de classe da profissão farmacêutica ................................................................................. 40
5 Código de Ética ................................................................................................................................... 45
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................49
UNIDADE 3 - O papel do profissional: lei do exercício profissional ..................................................53
Introdução.............................................................................................................................................54
1. Normas para o exercício da profissão farmacêutica .........................................................................55
2 Assistência Farmacêutica (AF) ............................................................................................................ 61
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................72
UNIDADE 4 - Integração ................................................................................................................75
Introdução.............................................................................................................................................76
1 Equipe multiprofissional (multidisciplinar) em saúde ........................................................................77
2 Gestão técnica da Assistência Farmacêutica ...................................................................................... 78
3 Farmacêuticos na assistência ao paciente .........................................................................................80
4 Cuidado Farmacêutico ....................................................................................................................... 82
5 Condutas éticas essenciais aos profissionais de saúde .....................................................................89
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................91
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................92
Esta obra apresenta a profissão farmacêutica e todos os aspectos relacionados a 
ela.
 A primeira unidade vai mostrar como se deu a evolução da história da profissão 
desde os primórdios. A história do medicamento também será abordada nesta unidade 
além de mostrar os aspectos científicos e sociais quanto à história da Farmácia. 
A revolução farmacológica do século XX será abordada mencionando os filósofos e 
médicos Hipócrates e Galeno. Você também entenderá como se iniciou a utilização 
de drogas e especiarias, o surgimento das boticas e dos boticários e a formação da 
profissão farmacêutica. 
 Na sequência, a unidade 2 vai expandir o assunto sobre a profissão e apresentará 
desde os primeiros relatos até os dias atuais, bem como suas principais atribuições 
e o papel dos Conselhos de classe no amparo ao profissional. Serão abordadas as 
principais áreas de atuação do farmacêutico e a inserção do profissional no mercado, 
assim como as mudanças na atualidade e perspectivas para a profissão. O código de 
ética será apresentado de forma precisa e objetiva, porque é necessário que haja um 
olhar crítico sobre ele, visto que a ética é o principal pilar de toda profissão. 
 Conheça nesta terceira unidade as informações sobre as atividades do 
farmacêutico. O profissional farmacêutico é habilitado para prestar serviços na área 
da saúde em todos os níveis de atenção (básica, média e alta complexidade) tanto no 
âmbito privado quanto no público. Aqui serão descritos os Conselhos que normatizam 
a profissão, assim como as leis existentes
 Na quarta unidade, o livro abordará a integração das profissões. Conheça aqui 
o que é uma equipe multiprofissional de saúde e como o farmacêutico atua junto a 
outros profissionais na otimização e segurança do tratamento do paciente.Serão 
apresentadas as fases da assistência farmacêutica, passando pela atuação em hospitais 
e atenção básica. Serão apresentadas também algumas residências multiprofissionais 
em saúde, assim como o papel do farmacêutico no Médicos Sem Fronteiras (MSF). A 
ética dentro de uma equipe multiprofissional será abordada a fim de apresentar uma 
noção de que ela é primordial para ser um bom profissional.
PREFÁCIO
UNIDADE 1
Noções gerais da profissão: noções e 
histórico
Olá,
Você está na unidade Noções gerais da profissão: noções e histórico. Conheça aqui os 
conceitos básicos da profissão farmacêutica e como se deu a evolução da sua história, 
desde os primeiros passos. Além disso, conheça também a história do medicamento, 
bem como alguns aspectos científicos e sociais quanto à história da farmácia. Hipócrates 
e Galeno não podem deixar de ser citados quando se fala da farmácia, assim como a 
revolução farmacológica do século XX. Você também entenderá como começou a 
utilização de drogas e especiarias, o surgimento das boticas e dos boticários, além da 
formação da profissão farmacêutica.
Bons estudos!
Introdução
11
1. NOÇÕES GERAIS DA PROFISSÃO: DEFINIÇÃO E 
HISTÓRICO
A Farmácia tem uma história milenar, tão antiga quanto a história da humanidade. Trata-se 
de uma ciência e de uma profissão que vem evoluindo incansavelmente com o decorrer dos anos, 
dos séculos. O farmacêutico, primariamente chamado de boticário, é o profissional formado 
através de ensino superior e autorizado por lei a exercer atividades farmacêuticas. 
1.1 Definição do termo “Farmácia”
Quando dizemos que a farmácia se trata de uma ciência e de uma profissão, ressaltamos o 
fato de que sua definição pode estar voltada tanto para o cunho técnico-científico, que é a área 
da pesquisa e estudo da relação entre medicamento e organismo vivo, associada em termos de 
conteúdos à Biologia, Medicina e Química; quanto para o cunho da área profissional dedicada 
à preparação do medicamento, e atendimento direto ao paciente, antes ocorrido somente 
durante a dispensação, hoje já há outras áreas que crescem muito como o farmacêutico clínico e 
o farmacêutico esteta.
A relação entre o farmacêutico, a sociedade, e o medicamento tem mudado muito. Visto 
anteriormente como o profissional do medicamento, a profissão do farmacêutico tem avançado 
para outros campos, fazendo com que o novo farmacêutico necessite ter formação e habilidades 
para diversas outras atividades, que não colocam o medicamento como o centro do seu trabalho, 
mas sim a qualidade de vida e o bem-estar do paciente.
Assim, o medicamento deixa de ser visto apenas como um formulação, composição e técnicas 
para seu desenvolvimento/preparação ou algo que necessita de uma dispensação correta mediante 
legislação, para tornar-se um produto de saúde que deve ser prescrito ao paciente quando 
necessário, sempre prezando pelo uso racional de medicamentos; mas que também deve ser 
retirado quando o paciente apresentar efeitos colaterais ou reações adversas, ou simplesmente 
quando ele não necessitar mais daquela substância para manutenção de seu organismo.
1.2 História da Farmácia
Em meados do século XVI a.C., um documento egípcio referenciou mais de 7000 substâncias 
com alguma atividade medicinal e, entre elas, mais de 800 fórmulas. Esse documento é conhecido 
como Papiro de Ebers e faz parte, com destaque, do início da história da farmácia.
Outro importante destaque é Dioscórides, que aparece no século I d.C. e é considerado 
o fundador da farmacognosia (ramo da farmacologia que estuda os ativos naturais). Ele 
catalogou mais de 600 plantas com ativos medicinais e indicou como elas devem ser escolhidas 
12
e armazenadas, sendo também o responsável por descrever a fonte de uma das principais 
substâncias usadas para dor, o ácido acetilsalicílico, que é extraído da planta popularmente 
chamada de salgueiro-branco.
Ao falar sobre a história da Farmácia, é imprescindível também falar sobre o pai da farmácia, 
o grego Claudius Galeno. Um homem de um conhecimento que abrangia áreas como filosofia, 
matemática, lógica, astronomia, medicina, agricultura e literatura foi um marco para a Farmácia, 
por seus preparos e ensinamentos, que se perpetuaram por toda a Idade Média e influenciaram 
a medicina e a farmácia por mais de 1000 anos. Galeno investigava suas suposições na área, as 
ciências médicas, através de minuciosos exames em animais (macacos), pois o uso de corpos 
humanos para dissecação era proibido.
Seus estudos eram inspirados pelas pesquisas do pai da medicina, Hipócrates (460-370 
a.C.), que foi o responsável por apresentar as primeiras explicações da relação entre a saúde e a 
doença, com a teoria dos humores corpóreos.
E o que seria essa teoria? A explicação da saúde e da doença, sem estar atrelada à 
sobrenaturalidade, começou na filosofia grega em busca da explicação da constituição da 
natureza. Em 535 a.C., Alcméon foi o primeiro a descrever a saúde como sendo um equilíbrio 
do corpo entre as qualidades opostas, como o quente e o frio, úmido e seco, amargo e doce; e a 
doença seria um predomínio de uma delas - essa ideia surgiu a partir da ideia de Pitágoras sobre 
o equilíbrio baseado em proporções numéricas.
A partir daí, Hipócrates seguiu a teoria do equilíbrio entre os humores, que seriam eles: 
sangue procedente do coração, fleuma do cérebro, bílis amarela do fígado e bílis negra do baço; 
tendo cada um deles uma característica:
• sangue:
• quente e úmido
• fleuma:
• fria e úmida
• bílis amarela:
• quente e seca
• bílis negra:
• fria e seca
Desta forma, os indivíduos eram classificados como fleumáticos, sanguíneos,biliosos ou 
13
coléricos, e melancólicos. E o objetivo do tratamento era ajudar o organismo a seguir com seus 
mecanismos funcionando de forma normal, ajudando a retirar os excessos de humor. Hipócrates 
sempre deu importância à dieta, exercícios e utilizava ventosas, e até mesmo sangrias nas 
terapêuticas, os medicamentos não eram a primeira escolha. Atualmente, estamos percebendo 
o retorno dessas técnicas no cuidado com a saúde, mas o uso de medicamentos, e também a 
automedicação, ainda é prevalente.
Os contextos de Galeno eram baseados em conceitos racionalistas e empiristas, retirando 
deles os recursos que considerava importantes para construção da sua própria visão da medicina e 
posteriormente da farmácia. Devido à complexidade de seus estudos, pesquisando em particular 
disciplinas atualmente compreendidas como anatomia, fisiologia, patologia, sintomatologia 
e terapêutica, Galeno sempre defendeu a dissecação e vivissecção de corpos, como métodos 
essenciais para a formação de profissionais médicos. Foram seus estudos que descobriram que 
as artérias transportavam sangue e não ar, como se acreditava; também descreveu a estrutura da 
caixa craniana, e comprovou que o rim é o órgão que excreta a urina.
Entretanto, o que ele fez para ser o pai da farmácia se ele era médico? Galeno escreveu sobre 
muitos medicamentos e sobre a farmácia, cerca de 450 fármacos são encontrados descritos em 
suas obras, e, além disto, baseado em critérios fisiológicos e patológicos humorais que são seco, 
úmido, quente e frio, classificou-os em 3 grandes grupos:
• simplícia: os que possuíam apenas uma das quatro qualidades
• composita: quando possuía mais que uma
• terceiro grupo: quando o fármaco tinha um efeito específico, próprio da substância
Foi desta forma que a medicina e a farmácia seguiram até o século XVII, e ainda receberam 
influência do chamado galenismo, até o século XVIII. Em se tratando da aplicação dos 
medicamentos, a terapêutica de Galeno dizia que a prescrição deveria ser baseada em diversos 
fatores como a idade do paciente, a raça, o clima do ambiente em que vive e até mesmo a 
personalidade do doente.
Explicando melhor como se daria todo esse processo: caso uma criança e um idoso 
apresentassem um quadro de febre, de acordo com Galeno, as crianças precisariam de um 
medicamento mais frio em comparação aos idosos, visto que o temperamento da criança é mais 
sanguíneo (eufórico e vigoroso), e o do idoso fleumático (calmo, frio e vida descompromissada). 
Deste modo, o tipo de medicamento era determinado de acordo com suas qualidades e 
intensidade, mas a dose não era importante, pois o remédio ainda era algo mais qualitativo que 
quantitativo.
E como essas qualidades eram determinadas? Através das sensações de odor, sabor, cor e 
14
textura, com ênfase nos dois primeiros. E a partir daí se tornava mais fácil a classificação e as 
possíveis evidências de atividades farmacológicas. Por este fato, as especiarias eram as mais 
facilmente trabalhadas, por conterem cheiros mais fortes e característicos.
No século II, a primeira escola de farmácia foi criada, inclusive com leis que regiam a 
profissão; e somente por volta do início século X, em plena Idade Média, surgiram as boticas. 
Botica é um nome antigo que designava estabelecimentos que surgiram na França e Espanha. 
Nesses estabelecimentos, se trabalhava com a manipulação e comercialização de preparações 
medicinais. Eram utilizadas drogas vegetais como o ópio da papoula, preparações animais como 
a gordura da cobra víbora, minerais como os arsenicais, antídotos como o mithridate, essências 
entre outros.
Tudo era preparado de modo extremamente caseiro ainda sem aplicação de métodos e 
estudos baseados em ciência. Os tratamentos das doenças eram baseados e misturados com as 
mais variadas crenças, sem que houvesse comprovação das mesmas. Os profissionais responsáveis 
por manipular tais fórmulas eram os chamados boticários, apenas no Reino Unido e nos Estados 
Unidos, eram denominados de apotecários, e os estabelecimentos de apotecas.
Um crescimento importante na pesquisa de ativos de plantas e minerais ocorreu no século 
XVI. No Brasil, durante o período colonial, surgiu o primeiro boticário, com ele, os medicamentos 
e outros remédios para serem comprados nas boticas. A produção/manipulação dos produtos, 
em sua maioria, era realizada na frente do cliente, de acordo com a prescrição trazida após uma 
consulta médica ou de acordo com a farmacopéia da época.
Diogo de Castro foi o primeiro boticário do Brasil, era português e foi trazido pelo governador 
Thomé de Souza em 1549, quando perceberam que, somente quando expedições vinham da 
Espanha, França ou Portugal era que os habitantes do Brasil tinham acesso a medicação trazidas 
por um barbeiro ou algum tripulante em caixas de botica, e os donos de fazendas e engenhos as 
possuíam.
O aprendizado e experiência eram adquiridas na prática diária e, depois disso, os boticários 
eram submetidos a exames pelos comissários do físico-mor do Reino, quando aprovados, 
recebiam a carta de examinação. Assim, eles concorriam com os físicos e os cirurgiões no exercício 
da medicina, chegando alguns a ter que trocar de profissão, sendo então cirurgiões-barbeiros, 
por exemplo.
No ano de 1640, as boticas foram legalizadas como comércio e os donos eram os boticários. 
Estes eram aprovados também pelo físico-mor na cidade de Coimbra, ou pelo delegado, na 
cidade de Salvador, que era a capital do Brasil neste momento. A aprovação era fácil, fazendo 
com que até mesmo analfabetos fossem autorizados a exercer a atividade, mesmo com pouco 
conhecimento e leitura sobre medicamentos. Com a chegada da reforma feita por Dom Manuel 
15
em 1744, a profissão começou a ser fiscalizada, e foram proibidas as ilegalidades no comercio dos 
produtos medicamentosos e drogas.
Neste momento, as indústrias químicas ainda não existiam e vieram a aparecer somente no 
final do século XIX. Até então, as espécies eram retiradas da natureza e utilizadas em preparações 
e misturas purificadas, com sua forma inalterada. No ano de 1809, a primeira disciplina médica e de 
farmácia foi ofertada na então escola médica Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro; 
e o primeiro livro da faculdade foi escrito por José Maria Bontempo, o então primeiro professor de 
farmácia do Brasil. Com o passar de 10 anos, foi ofertada a disciplina de farmácia, matéria médica 
e terapêutica, na Academia Médico-Cirúrgica da Bahia, ambas ministrada por médicos portugueses.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
O curso de farmácia somente foi fundado após a reforma do ensino médico em 1832, quando 
D. Pedro II institucionalizou o ensino da farmácia por meio de uma lei, em 03 de outubro, mas 
o curso continuou vinculado às faculdades médicas acima citadas. Com a criação do curso, foi 
determinado que só teria autorização para curar, ter botica ou partejar pessoas que obtivessem 
o título de farmacêutico. A partir daí, iniciou a obrigatoriedade de que os donos de farmácia 
contratassem farmacêuticos para dar nome a seus estabelecimentos. Após 7 anos deste 
acontecimento, foi fundada a primeira Escola de Farmácia de Ouro Preto em Minas Gerais, sendo 
a primeira do Brasil e da América do Sul.
Os boticários ainda continuaram existindo até meados de 1886. Após a Segunda Guerra 
Mundial, foi o momento em que ocorreu uma grande industrialização e a responsabilidade do 
Estado com a saúde, e então os medicamentos industrializados ganharam destaque frente aos 
manipulados. Ainda no século XX, o curso de farmácia que, em sua criação, tinha duração de 3 
anos, passou a ter 2 em 1901, voltou a 3 anos em 1911 e passou a 4 anos em 1925, tendo conteúdo 
com enfoque em indústria de medicamentos, legislação farmacêutica e análises microbiológicas.
16
Figura 1 - Industrialização do medicamento 
Fonte: SHEVELEVVLADIMIR, shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra diversos vidros de remédio na coloração ambar e com 
tampasbrancas plásticas, em prateleiras redondas.
No dia 20 de janeiro de 1916, foi fundada a Associação Brasileira de Farmacêuticos e, por isto, 
é comemorada nesta data o Dia do Farmacêutico, desde 1942, mas foi oficializada por lei em 2007.
1.3 Farmacêutico generalista
Anteriormente o curso de farmácia era fracionado, o estudante cursava algumas disciplinas em 
comum e depois decidia se seguiria pela carreira das análises clínicas, chamando-se farmacêutico 
bioquímico; ou se formaria para área industrial. Após 2002, com novas diretrizes curriculares, o 
curso de farmácia habilitava o seu estudante a seguir em qualquer área da farmácia sendo então 
denominado farmacêutico generalista.
Com isto, o farmacêutico pode realizar tanto as funções do antes farmacêutico bioquímico, 
na área das análises clínicas, bromatológicas, toxicológicas; como também na área industrial, 
voltada para o medicamento, para a biotecnologia, além da saúde pública, hospitalar e outras 
tantas áreas de atuação hoje permitidas ao profissional da farmácia graduado. 
1.4 História da farmácia hospitalar
Em 1752, a primeira farmácia hospitalar foi criada nos Estados Unidos, onde a primeira 
proposta de padronizar os medicamentos foi desenvolvida. Na Santa Casa de Misericórdia e 
17
nos Hospitais Militares, é onde se encontram as farmácias mais antigas do Brasil. No início, os 
farmacêuticos destes hospitais manipulavam os medicamentos com matéria-prima retirada do 
ervanário dos próprios hospitais.
Com o surgimento das indústrias de medicamentos, os farmacêuticos começaram a ser 
extintos do ambiente hospitalar, pois não havia, de acordo com as direções da época, motivo para 
mantê-los, visto que não precisavam mais manipular medicamento, uma vez que a compra do 
produto pronto já era possível. Contudo, anos depois percebeu-se a importância do farmacêutico 
no controle de estabilidade do medicamento, na farmacocinética, farmacodinâmica entre outros, 
recuperando as vagas farmacêuticas dentro dos hospitais e retomando a relação entre este 
profissional e os demais profissionais da saúde, como médicos e enfermeiros; além da relação 
com os próprios pacientes, através da orientação quanto ao tratamento farmacoterapêutico.
Então, começou a surgir uma das principais habilidades atualmente necessárias ao 
farmacêutico, a informação. Surgiu em 1965 a chamada Farmácia Clínica, que tem como enfoque 
principal, entre outros, o uso racional de medicamentos, fazendo com que o profissional não tenha 
suas atribuições voltadas somente para o medicamento, mas sim para o paciente. É necessário 
assim que o farmacêutico atue não somente em dispensar ou comprar produtos, mas também 
em prestar assistência ao paciente, com foco em suas necessidades, sendo o medicamento 
apenas um instrumento no tratamento como um todo.
Até este momento, ainda não estava presente na grade de formação em farmácia, disciplinas 
voltadas para a clínica ou para a área hospitalar em específico; quando, em 1975, a Universidade 
Federal de Minhas Gerais adicionou a disciplina de farmácia hospitalar à grade, que atualmente 
está presente em todos os cursos de Farmácia. Além disto, em 1980, diante do grande crescimento 
da profissão, foi implantada uma pós-graduação em Farmácia Hospitalar na Universidade Federal 
do Rio de Janeiro.
1.5 Uso de plantas e especiarias no início da farmácia
A relação entre as plantas medicinais e a cura de doenças é bastante antiga, relatos de 2600 
anos já citavam o uso pelos chineses de diversas substâncias extraídas das plantas. Além deles, 
os egípcios, há mais de 1500 anos, também utilizavam as plantas, sais de chumbo, e unguentos 
retirados de animais como leão, hipopótamo, cobra e crocodilo.
Os gregos utilizavam as plantas nas chamadas fórmulas mágicas e conjuros, durante as curas 
dentro dos seus templos e, na Índia, mais de 600 tipos de remédios foram criados a partir das 
plantas.
O uso do ópio, por exemplo - nome este derivado do latim opium, que significa suco da planta 
- ou seja, era uma mistura de alcaloide, retirada de uma flor chamada papoula, que tem por nome 
18
científico Papaver somniferum, foi registrado na história desde 6000 a.C. pelos sumérios.
O ópio era utilizado, devido a sua ação analgésica e hipnótica, mas somente no ano 1804 
a substância presente no ópio, que tinha esta atividade, foi isolada pelo farmacêutico alemão 
Friedrich Serturner, e chamada de morfina; e em 1925 Gulland e Robinson determinaram 
a estrutura desse complexo alcalóide. No ano de 1952, Marshal D. Gates conseguiu sintetizar 
a morfina em laboratório em 29 etapas, mas com baixíssimo rendimento para preparação de 
medicamentos somente em laboratório, sem necessitar mais utilizar a papoula.
A Organização Mundial da Saúde, em 1990, publicou que cerca de 64 a 80% da população 
dos países em desenvolvimento era dependente das plantas para curar enfermidades (AKERELE, 
1993). E mesmo com toda evolução das indústrias farmacêuticas que citamos acima, populações 
de baixa renda possuem um acesso ainda difícil ao atendimento e posterior obtenção dos 
medicamentos, fazendo com que recorram ao uso de plantas que, além do fácil acesso, ainda 
trazem consigo uma grande história de tradição no seu uso (VEIGA JUNIOR et al., 2005).
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FIQUE DE OLHO
Ser um profissional farmacêutico é muito mais do que ser especialista em produção e 
terapias medicamentosas. É colaborar para o êxito no tratamento, e principalmente na 
qualidade de vida do paciente como um todo, desde a melhoria de hábitos até a prevenção 
de doenças e promoção da saúde.
19
1.6 História do símbolo da Farmácia
O símbolo da farmácia é representado por uma taça de ouro envolta por uma serpente. 
Vamos entender por que. Uma lenda da mitologia grega diz que o início se dá com Chiron, um 
centauro que era diferente dos demais, porque não era selvagem e violento, ele se dedicou aos 
estudos e conhecimentos sobre a cura, e teve diversos discípulos, entre eles, o Deus Asclépio, ao 
qual ensinou todos os segredos das ervas medicinais.
Asclépio também chamado de Esculápio, Deus da medicina, era um dominador da arte 
medicinal e tinha poderes de ressuscitar pessoas. Zeus, para afirmar seu poder e com uma revolta 
pelo fato de que Asclépio estava quebrando o ciclo natural da vida ao ressuscitar os mortos, o 
mata com um raio.
Hígia, que era filha do Deus da medicina, assume o lugar do pai se tornando a Deusa da 
saúde. Ela era representada por uma taça de ouro e, ao ficar no lugar do seu pai, adicionou a 
serpente como parte do seu símbolo. Foi a partir dessa lenda que a taça e a cobra se tornaram as 
representantes da farmácia.
A taça, também chamada de cálice, simboliza a cura; enquanto a cobra, que na antiguidade 
sempre possuiu forte simbologia, representa o poder, sabedoria, inteligência e ciência.
A cobra é um animal sempre presente nos símbolos da saúde. Já notaram a similaridade do 
nosso símbolo com o da medicina? Isto mesmo. Este fato se dá pelo fato de que Asclépio, como 
vimos o pai da medicina, era representado por um bastão (ou cetro) e duas cobras, sendo este o 
símbolo da medicina.
1.7 O hino da farmácia
A proposta de criar um Hino da Farmácia foi idealizada pelo então presidente do Conselho 
Federal de Farmácia, em 2004, Jaldo Souza Santos que apresentou a ideia aos diretores do órgão, 
e posteriormente levou a proposta à Plenária do CFF.
O concurso contou com uma Comissão Julgadora e, para vencer, a composição passou por 
duas fases. A primeira que era uma seletiva com 27 concorrentes. Desta seletiva, foram escolhidas 
as 6 melhores. Estas 6 foram submetidas a outro julgamento final, no dia 8 de outubro de 2004, 
e ocorreu durante o 5º Congresso Brasileiro de Medicamentos Genéricos, que aconteceu no 
auditório do Othon Palace Hotel na cidade de Salvador, Bahia.
Durante o concurso, o próprio autor poderia cantar o hino ou outra pessoa por ele designada. 
Durante as apresentações, o presidente de emocionou bastante poresse marco na história da 
farmácia.
20
Jaldo alegou que seria um alcance cultural e de grande importância para a identidade da 
profissão. A escolha foi feita através de um concurso que, além de tudo, traria integração e 
interesse dos profissionais e estudantes pela história da farmácia.
O vencedor do concurso foi o farmacêutico Islou Silva, da cidade de Uruana, Goiás. Segundo 
ele, o processo de produção durou 4 meses, levantando informações sobre a história da 
farmácia não só no Brasil, mas no mundo. Sua esposa, que era cantora gospel, o apoiou e ajudou 
incessantemente.
Islou Silva é farmacêutico formado em Goiânia e foi morar em Brasília no ano de 1994, 
lá realizou pós-graduação em Cosmetologia e em Didática do Ensino Superior. Atuou como 
responsável técnico e como gerente em farmácias comunitárias, mas sempre ressaltou que a 
cosmetologia é uma área que sempre o atraiu e trabalha desenvolvendo fórmulas cosméticas.
“A cura do homem no passado
Que por meio de ungüentos se dava
Foi pelo eterno Hipócrates
Do tempo dos deuses tirada
Da inesgotável fonte de Deus
O homem de remédios se proveu
Dos fartos recursos naturais
Com sabedoria se serviu
Oh, que herança inaudita
Farmácia, ciência milenar
De Galeno as antigas boticas
Vieram a dor do homem minorar
Ergo os meus olhos bem alto
E contemplo a missão do saber
Que melhora a vida do homem
E com prazer o ajuda a viver.
Da grande missão da ciência
Serei sempre um forte aliado
Em busca de conhecimento
Com a ética sempre ao meu lado
Carrego pra sempre em meus ombros
A intrépida vontade de vencer
E cultuo no meu coração
O afã da cura nos trazer.”
( Autor: Islou Silva
 CRF-DF 1.123)
21
A melodia e vídeos do hino você encontra no site do Conselho Federal de Farmácia.
2. A PROFISSÃO DENTRO DA ÁREA DA SAÚDE: 
REGIONAL, NACIONAL E MUNDIAL
Como vimos, a profissão farmacêutica está inserida na área da saúde, no mundo todo, desde 
o início da humanidade. No entanto, foi somente em 1931 que foi publicado o Decreto nº 19,606 
(BRASIL, 1931), que dispõe sobre a profissão farmacêutica e seu exercício no Brasil. Isto ocorreu 
na mesma década (década de 30) em que o farmacêutico estava perdendo espaço nos hospitais, 
devido à industrialização dos medicamentos, e necessitavam se redirecionar para outras áreas.
2.1 Crescimento da farmácia por décadas
No mundo, entre a década de 50 e 60, foram observados grandes avanços com a descoberta de 
novos fármacos para o tratamento de doenças graves, que levavam o paciente à morte naqueles 
anos. Entre eles, estão os famosos antibióticos, antipsicóticos, medicamentos para tuberculose e 
doenças cardiovasculares (como a hipertensão arterial), além da vacina via oral para a poliomielite 
e a primeira pílula anticoncepcional. Porém, foi nesta mesma década de 60 que ocorreu a famosa 
Tragédia da Talidomida, na qual diversas crianças nasceram com má-formação congênita, advinda 
do uso deste medicamento pelas mães durante o período gestacional. Desta forma, a necessidade 
da atenção quanto à segurança dos medicamentos foi alertada e a farmacovigilância se iniciou. 
Figura 2 - Terapia medicamentosa em doenças crônicas 
Fonte: ESB PROFESSIONAL, shutterstock, 2020
#PraCegoVer: A imagem mostra uma seringa preenchida por líquido transparente, ampola de 
vidro, cápsulas, comprimidos com um papel abaixo escrito “Doenças crônicas”. 
Ainda nos anos 60, foi criado no Brasil o Conselho Federal de Farmácia, e os respectivos Conselhos 
Regionais, p Laboratório Farmacêutico público da Secretaria de Saúde de São Paulo e a Fundação 
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para o Remédio Popular. Em 1963, o Ministério da Educação estabeleceu o primeiro currículo mínimo 
para os farmacêuticos. Em 1969, cerca de 98% dos medicamentos prescritos pelos médicos já era 
produzido no Brasil, mas por industrias multinacionais que se instalaram aqui no país.
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Ainda no Brasil, na década de 70, foi criado um plano diretor chamado de CEME (Central do 
Medicamento), que era ligado à presidência e tinha por intuito regular a produção e distribuição 
dos medicamentos no Brasil, ampliar o acesso da população de baixa renda a eles, controlar o 
acesso a assistência farmacêutica, definir alguns indicadores de saúde específicos e incentivar a 
pesquisa e expansão da produção de medicamentos.
O Brasil se tornou então o sétimo maior mercado de medicamentos. Novas leis foram criadas 
nessa década, como a Lei Federal 5.991/73 (BRASIL, 1973), que dispõe sobre o controle sanitário 
do comércio de drogas, medicamentos, insumos e correlatos; a Lei 6.360/76 (BRASIL, 1976); o 
Decreto 74.170/74 (BRASIL, 1974); e o Decreto 79.094/77 (BRASIL, 1977) importantíssimos para 
a regulamentação do controle e vigilância sanitária de produtos farmacêuticos.
FIQUE DE OLHO
Você sabia que muitos famosos da história mundial e nacional eram farmacêuticos? Entre 
eles estão o Carlos Drummond de Andrade, Henri Nestlé, Alberto de Oliveira, fundador da 
Academia Brasileira de Letras, e John Pemberton, farmacêutico responsável pela criação da 
fórmula da Coca-Cola.
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Figura 3 - Anotações diárias 
Fonte: ISTOCK-667825426, mediapool/fabrico, 2020
#PraCegoVer: A imagem mostra as duas mãos de uma pessoa, usando um jaleco brando, 
segurando uma prancheta, com uma mão, e uma caneta com a outra. A pessoa está utilizando a 
caneta para escrever no papel apoiado na prancheta.
Seguindo para a década de 80, a produção de medicamentos essenciais aumentou no Brasil, 
e o SUS (Sistema Único de Saúde) foi criado, tornando assim o estado responsável por promover 
e garantir a saúde para toda a população, com os conceitos de universalidade, integralidade e 
equidade no atendimento. Enquanto isso, no mundo, o vírus HIV causador da AIDS, através do 
compartilhamento de objetos perfurantes, exposição ao sangue e derivados, ou contato sexual 
foi conhecido. Em 1991, o Ministério da Saúde do Brasil iniciou a distribuição dos medicamentos 
para doenças virais, devido ao aparecimento do HIV. No Brasil, cerca de 1805 casos foram 
notificados entre 10 milhões de infectados no mundo.
Nos anos 90, se destaca no mundo o início dos estudos do genoma humano, com intuito 
de identificar e decodificar todo o material genético humano, e o surgimento de medicamentos 
eficazes no combate a doenças que matavam a maioria de seus portadores, como o AVE (Acidente 
Vascular Encefálico) e a doença arterial coronariana. Além do famoso AZT (zidovudina), que junto 
a seus análogos formam o coquetel para combate da AIDS.
Esta década foi de extrema importância para evolução da profissão farmacêutica no mundo como 
um todo, principalmente após a publicação pela OMS do documento que dispõe sobre “O papel do 
farmacêutico no sistema de atenção à saúde” (OPAS; OMS, 2010) no qual foi descrita a missão do 
profissional na saúde, citando sete qualidades que o farmacêutico deve apresentar e como deve 
seguir sua contribuição no fornecimento de produtos e serviços para a saúde da população.
A Portaria nº 344 (BRASIL, 1998), que regulamenta os medicamentos sujeitos a controle 
especial, também foi promulgada nos anos 90. Nos anos 2000, um dos maiores marcos para a 
profissão farmacêutica tomou lugar, os primeiros registros de medicamentos genéricos. Por outro 
24
lado, o século XXI veio intenso e repleto de novidades para a farmácia. A PNM (Política Nacional 
de Medicamentos) (BRASIL, 2001) foi publicada no ano de 2001. Em 2002, foram instituídas as 
diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia (BRASIL, 2017).
Várias outras Portarias, Resoluções e Leis foram publicadas, mas o destaque maior está em 
2013, quando foram regulamentadas no Brasil as atividades do atendimento clínico farmacêutico 
(Resolução nº 585) e a regulamentação da prescrição farmacêutica (Resolução nº 586). Em 
2014, a farmácia foi definida não mais como um simples comércio de produtos, mas sim como 
um estabelecimento de saúde com prestação de serviços farmacêuticos, assistência à saúde e 
orientação quantoao uso racional de medicamentos.
Em 2015, mais um crescimento importante para o profissional no Brasil foi a Resolução nº 
616, que define o trabalho do farmacêutico na saúde estética, que vem crescendo radicalmente; 
e em 2018 a autorização para prestação de serviços de vacinas.
O papel do Farmacêutico no mundo é tão nobre quão vital. O Farmacêutico representa o órgão de 
ligação entre a medicina e a humanidade sofredora. É o atento guardião do arsenal de armas com que 
o Médico dá combate às doenças. É quem atende às requisições a qualquer hora do dia ou da noite. 
O lema do Farmacêutico é o mesmo do soldado: servir. Um serve à pátria; outro à humanidade, sem 
nenhuma discriminação de cor ou raça. (LOBATO, [s.d.])
3. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E A PNM 
(POLÍTICA NACIONAL DE MEDICAMENTOS)
A assistência farmacêutica, de acordo com Brasil (2004), compreende diversos serviços que 
podem ser prestados à saúde. De acordo com a PNM, ela é um conjunto de ações voltadas à 
promoção, proteção e recuperação da saúde de forma individual ou mesmo coletiva, sendo o 
medicamento o insumo essencial e destacando o uso racional deles.
Pesquisa, desenvolvimento e produção de medicamentos, além de todo o seu ciclo - desde 
a seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação até a garantia de qualidade tanto 
dos medicamentos, quanto dos serviços com acompanhamento e avaliação sempre com foco na 
FIQUE DE OLHO
Dentro do Brasil, o farmacêutico precisa estar associado ao Conselho Regional de Farmácia 
do estado em que irá atuar, este que é subordinado ao Conselho Federal de Farmácia. Caso 
você, como profissional de farmácia, vá atuar em dois estados diferentes, precisa estar quite 
com os dois Conselhos Regionais.
25
qualidade de vida do paciente e/ou da população como um todo – são tarefas do farmacêutico 
(BRASIL, 2004).
Desde 1988, a saúde foi vinculada ao Estado e passou a ser seu dever garanti-la a toda a 
população. Isso ocorreu através do SUS através da Lei 8.080 do ano de 1990 (BRASIL, 1990). Nesta 
lei, a assistência terapêutica foi incluída, estando o farmacêutico presente nesta equipe. A partir 
daí, foi criada a PNM para organizar a responsabilidade das esferas municipais, estaduais e federal 
do governo, para com o fornecimento/custeio dos medicamentos e da assistência farmacêutica, 
desde os medicamentos essenciais a excepcionais, sempre conforme a descrição da RENAME 
(Relação Nacional de Medicamentos), REME (Relação Estadual de Medicamentos) e a REMUME 
(Relação Municipal de Medicamentos), sendo as duas últimas elaboradas de acordo com a 
necessidade local, mas sempre estando dentro dos medicamentos especificados na RENAME.
Mesmo com tantos anos após a publicação desta lei, a assistência farmacêutica no âmbito 
municipal ainda é baixa, quando comparada à necessidade do profissional farmacêutico para 
estruturar todo o âmbito que envolve medicamentos, insumos e correlatos. Somente cerca de 
13,2% dos municípios brasileiros possuem uma CFT (Comissão de Farmácia e Terapêutica) e, falando 
sobre investimento, apenas 11,9% é relacionado à qualificação profissional. (SOUZA et al., 2017)
Todos estes fatores nos fazem entender o motivo de, dentro de um mesmo país (Brasil), 
encontrarmos diferentes níveis de organização e estrutura dos serviços; de constituição de equipe 
profissional e consequentemente várias formas de desenvolvimento da assistência farmacêutica, 
mesmo com todas as diretrizes, portarias, protocolos e leis disponíveis (BERNARDINO; BATISTA, 2019)
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Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• entender o que significa o termo “farmácia” e suas variações no decorrer da história;
• conhecer a história da Farmácia e da profissão farmacêutica;
• entender como ocorreu a evolução dos cursos de formação em farmácia;
• compreender o que é um farmacêutico generalista;
• aprender sobre a história da farmácia hospitalar;
• compreender o uso das plantas e especiarias desde o início da farmácia até hoje;
• conhecer a história do símbolo da farmácia;
• entender como foi o crescimento da farmácia no Brasil e no mundo através das 
décadas.
PARA RESUMIR
AKERELE, O. Summary of WHO guidelines for assessment of herbal medicines. Herbal 
Gram, v.28, p.13-19, 1993.
BERNARDINO, C. N.; BATISTA A.M. Assistência Farmacêutica na atenção primária à saúde 
de um Município Potiguar, Brasil. INFARMA Ciências Farmacêutica, v. 31, e. 2, p. 86-92, 
2019.
BRASIL. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. DECRETO Nº 19.606 DE 19 DE 
JANEIRO DE 1931. Brasília, 1931. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
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______. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. LEI N 5.991, DE 17 DE DEZEMBRO 
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______. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. LEI No 6.360, DE 23 DE SETEMBRO 
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______. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. DECRETO No 79.094, DE 5 DE 
JANEIRO DE 1977. Brasília, 1977. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/Antigos/D79094.htm. Acesso em: 11 mar. 2020.
______. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO 
DE 1990. Brasília, 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.
htm. Acesso em: 11 mar. 2020.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. PORTARIA Nº 344, DE 12 
DE MAIO DE 1998. Brasília, 1998. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudele-
gis/svs/1998/prt0344_12_05_1998_rep.html. Acesso em: 11 mar. 2020.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. POLÍTICA NACIONAL DE 
MEDICAMENTOS (PNM). Brasília, 2001. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/politica_medicamentos.pdf. Acesso em: 11 mar. 2020.
______. Ministério da Saúde. Resolução nº 338, 6 de maio de 2004. Aprova a Política 
Nacional de Assistência Farmacêutica. Diário Oficial da União, 20 de maio de 2004. Seção 
1. p. 52.
______. Ministério da Saúde. Diretrizes para estruturação de farmácias no âmbito do 
Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.
______. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. RESOLUÇÃO Nº 6, DE 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
19 DE OUTUBRO DE 2017. Brasília, 2017. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/do-
cman/outubro-2017-pdf/74371-rces006-17-pdf/file. Acesso em: 11 mar. 2020.
DIAS, J.P.S. A farmácia e a história: uma introdução à história da farmácia, da farmacolo-
gia e da terapêutica. Lisboa: Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, 2005. 
FARIAS M. R, et al. Assistência farmacêutica no Brasil: política, gestão e clínica. v. 3. Ed. da 
UFSC. 2016.
SOUZA G. S. et al. Caracterização da institucionalização da assistência farmacêutica na 
atenção básica no Brasil. Rev Saude Publica. 2017, v. 51, p.1-12, 2017.
VEIGA JUNIOR, V. F. et al.. Plantas medicinais: cura segura?. Química Nova, São Paulo, v. 
28, n. 3, p. 519-528, 2005. 
UNIDADE 2
Boticário
Você está na unidade Boticário. Conheça aqui a história da profissão farmacêutica, 
desde os primeiros relatos até os dias atuais, bem como suas principais atribuições e o 
papel dos Conselhos de classe no amparo ao profissional. Serão abordadas as principais 
áreas de atuação do farmacêutico e a inserção do profissional no mercado, assim como 
as mudanças na atualidade e perspectivas para a profissão. O código de ética será 
apresentado de forma precisa e objetiva, porque é necessário que haja um olhar crítico 
sobre o mesmo, visto que aética é o principal pilar de toda profissão.
Bons estudos!
Introdução
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1 HISTÓRIA DA PROFISSÃO FARMACÊUTICA
Historiadores apontam que a medicina moderna se originou na Grécia, quando os médicos 
visitavam os doentes, carregando uma pequena maleta com seus medicamentos, chamada 
boticário (GOMES-JÚNIOR, 1988).
Em Alexandria (depois da divisão do império de Alexandre, o Grande), foi fundado um centro 
intelectual que originou a escola dogmática e, sucessivamente, a escola empírica, no século 3 
a.C.. Essa última tinha, por fundamento, o estudo experimental dos medicamentos. Nessa 
época, surgiu, pela primeira vez, a divisão entre médicos, cirurgiões, raizeiros e farmacópolos, 
que eram aqueles que preparavam remédios compostos. A partir de então, as fórmulas mais 
complexas começaram a ser apreciadas, chegando a conter 54 ingredientes, caracterizando assim 
a polifarmácia (BURLAGE et al.1944; RISING, 1959; GOMES-JÚNIOR, 1988).
Na década de 1940, a farmácia, que até então era vista como parte do estudo de medicina, foi 
regulamentada como profissão independente, por meio da carta magna da medicina, criada pelo 
imperador romano Frederico II. Logo, essa separação ocorreu em vários outros lugares, surgindo 
assim três classes de profissionais diferentes: médicos, cirurgiões e boticários, que mais tarde 
seriam conhecidos como farmacêuticos (BURLAGE et al.1959).
1.1 Das boticas para as farmácias: um breve histórico 
No Brasil, os chamados curandeiros andavam de casa em casa para examinar e manipular 
medicamentos de acordo com a necessidade de cada paciente. Apenas em 1640, a farmácia foi 
regularizada como comércio, inicialmente chamadas de botica. O boticário atuava como a figura 
central na relação com o paciente e, mesmo sendo um ambiente comercial, cada medicamento 
era feito com a dose correta para o paciente, respeitando a individualidade de cada um. Na época 
citada acima, não era necessária a formação no âmbito da saúde, logo os boticários eram muitas 
vezes pessoas com baixa ou nenhuma escolaridade, mas que conheciam de perto a relação 
medicamento-paciente. É importante ressaltar que as farmácias hospitalares também eram 
chamadas de botica (GOMES-JÚNIOR,1988; FILHO; BATISTA, 2011).
No Brasil, a regulamentação da profissão farmacêutica, que até então também era parte do 
ensino da medicina, veio mais tarde, em 1839. Foram criadas duas escolas de farmácia: uma em 
Ouro Preto e outra em São João del-Rei, ambas no estado de Minas Gerais. Apenas em 1886, a 
presença do farmacêutico foi exigida como figura central da farmácia, causando um desconforto 
entre os boticários e boticários formados (farmacêuticos). O farmacêutico foi, por muito tempo, 
referência de saúde para a população, construindo um elo importante com os fregueses da botica 
(VALLADÃO, 1981).
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Figura 1 - Boticas 
Fonte: VILLOREJO, shutterstock, 2020
#PraCegoVer: A imagem mostra um salão com janelas grandes de vitral, estantes e balcões de 
madeira e piso de mármore. Nas estantes, há portas de vidro e, dentro delas, é possível ver pequenos 
frascos de porcelana. Em cima dos balcões, há recipientes grandes com líquidos coloridos.
1.2 Revolução Industrial e mudança no cenário da profissão 
Com a 2a Revolução Industrial, ocorrida em meados da década de 1920, os Estados Unidos 
e Europa passavam por uma estabilidade social e política, que, com o passar do tempo, teria 
como consequência o aumento da população do país. Porém, a expectativa de vida não passava 
muito dos 40 anos e o aumento exponencial da população era devida à explosão dos índices de 
natalidade. Não havia um meio, naquela época, para prolongar a vida da população e isso de fato 
era um grande problema (HOBSBAWM et al, 1962).
A solução encontrada para aumentar os anos vividos de um indivíduo foi tirar os avanços 
da Química de dentro de laboratórios. Poucas pessoas tinham acesso a esses avanços, a grande 
maioria tratava-se com medicamentos caseiros. Essa situação durou até março de 1877, quando 
começaram a surgir, aos poucos, as indústrias farmacêuticas (BERNSTEIN, 2001).
Nos anos subsequentes, os medicamentos deixaram de ser feitos na dose correta para cada 
paciente, passando a ser fabricados em escalas industriais. Assim, farmacêutico foi deixando de ser 
a referência central de saúde para as famílias, se escondeu atrás de caixas de medicamentos e da 
simples dispensação, sem uma conexão do farmacêutico com o paciente/consumidor (LAPORTE 
et al, 1989).Essa situação ainda é comum nos dias atuais, e a utilização maciça de medicamentos 
é um dos problemas emergentes de saúde pública (PEREIRA; NASCIMENTO, 2011).
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2 ÁREAS DE ATUAÇÃO FARMACÊUTICA
De acordo com a Resolução do CFF nº 572, de 25 de abril de 2013 (BRASIL, 2013a), as 
especialidades farmacêuticas são agrupadas em 10 linhas de atuação: alimentos; análises clínico-
laboratoriais; educação; farmácia; farmácia hospitalar e clínica; farmácia industrial; gestão; 
práticas integrativas e complementares; saúde pública e toxicologia. Hoje, para efeito de registro 
de certificados e títulos na carteira profissional, existem 135 especialidades (Brasil, 2013a), 
dentre elas:
1. análises clínicas;
2. análises toxicológicas;
3. assistência farmacêutica;
4. atenção farmacêutica;
5. atenção farmacêutica domiciliar;
6. atendimento farmacêutico de urgência e emergência;
7. avaliação de tecnologia em saúde;
8. bacteriologia clínica;
9. banco de leite humano;
10. banco de materiais biológico;
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11. banco de órgãos, tecidos e células;
12. banco de sangue;
13. controle de qualidade;
14. controle de qualidade de alimentos;
15. controle de qualidade e tratamento de água;
16. controle de vetores e pragas urbanas;
17. docência do ensino superior;
18. epidemiologia genética;
19. farmácia clínica na geriatria;
20. saúde da família (ESF).
2.1 Atuação do farmacêutico em farmácias e drogarias
Segundo a Resolução 13.021, de 08 de agosto de 2014 (BRASIL, 2014b), é necessária a 
presença de um farmacêutico durante todo o horário de funcionamento da drogaria. Como 
dito anteriormente, após a revolução industrial, o farmacêutico ficou cada vez mais distante da 
população, realizando atividades burocráticas ou atendendo os pacientes como se fossem simples 
clientes, devido à grande proporção comercial que tomaram as drogarias (Brasil, 2018).
O farmacêutico é responsável pela conferência de receitas que ficam retidas na farmácia, 
tendo como obrigação relatar, junto à Vigilância Sanitária, por meio do SNGPC (Sistema Nacional 
de Gerenciamento de Produtos Controlados) a entrada e saída de psicotrópicos (medicamentos 
que precisam de receita). A Portaria 344 de 1998 do Ministério da Saúde (BRASIL, 1998) diz que 
esses medicamentos devem ficar em armários fechados à chave, e só podem ser dispensados 
na presença do farmacêutico. O que consta no armário (quais medicamentos, quantidade de 
cada) deve ser o mesmo que consta no sistema da ANVISA, e o vencimento também deve ser 
FIQUE DE OLHO
O leque de especialidades farmacêuticas é muito grande, indo desde a produção de 
insumos, medicamentos, logística e dispensação, até membros de equipes multidisciplinares 
de saúde. Conheça as outras especialidades em Brasil (2013a). 
35
comunicado para que se possa dar baixa no sistema (BRASIL, 1998).
Ainda em farmácias, o farmacêutico pode ser responsável por laboratórios de manipulação 
(quando há na farmácia) de medicamentos e insumos alopáticos (medicamentos “normais”) assim 
como em laboratórios de homeopatia. No último caso, é necessário ser especializado em homeopatia. 
Quando responsável pela manipulação é designado com farmacêutico magistral (SAMPAIO, 2018).
Na farmácia magistral, o profissional farmacêutico se responsabiliza por todo o processo, desde a 
conferência das matérias-primas, realizando testes de densidade, aspecto do pó) até o produto final, 
que chega ao consumidor. As receitaspara manipulação são conferidas, e técnicos em farmácia e/ou 
trabalhadores treinados pesam, manipulam, rotulam e enviam ao farmacêutico para a última conferência. 
Só depois o medicamento é liberado para o paciente. Os colaboradores do laboratório devem seguir a 
Boas Práticas de Manipulação, um passo-a-passo de todo processo, escrito pelo farmacêutico.
A fiscalização da farmácia é feita pela Vigilância Sanitária da cidade ou regional e pelo CRF (Conselho 
Regional de Farmácia). A primeira fiscaliza os medicamentos controlados, higienização da farmácia 
e da sala de injetáveis, bem como a temperatura da geladeira (que deve estar entre 1 a 8o C) que 
armazena os medicamentos e insumos termolábeis. O CRF fiscaliza se o farmacêutico está presente no 
estabelecimento ou não, sendo passível de advertências, multas ou até a suspensão temporária pelo 
conselho, caso haja reincidências de ausências do profissional (OLIVEIRA-JÚNIOR, 2014).
Figura 2 - Farmacêutico nas drogarias 
Fonte: ADRIATICFOTO, shutterstock, 2020.
#PraCegoVer:A imagem mostra um homem vestido de branco atrás de um balcão, entregando 
um medicamento a uma mulher. Atrás dele, é possível ver uma estante cheia de caixas de remédios. 
2.2 Farmacêutico Bioquímico
O farmacêutico bioquímico é um profissional bastante valorizado, devido a exigências de 
36
conhecimento aprofundado em uma atividade tão complexa. O farmacêutico bioquímico atua em 
laboratórios de análises clínicas, tanto particulares quanto públicos. É responsável pela gestão do 
laboratório e pelas análises realizadas nele, sendo de seu encargo a supervisão e/ou realização de 
exames hematológicos, como, por exemplo, hemograma, exames bioquímicos (glicose, colesterol , 
hormônios da tireoide), exames citológicos (Papanicolau, conhecido como exame preventivo de câncer 
no colo do útero), exames para descobrir em quais antibióticos há resistência bacteriana (a bactéria 
não é atingida pelo antibiótico), indicando assim qual o medicamento adequado ao paciente, além de 
exames urológicos (urina, sêmen) e parasitológicos (geralmente em amostras de fezes) (ICQT, 2016).
A partir de 2002, a Resolução no 02 do Conselho Nacional de Educação (BRASIL, 2002), 
responsável pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia, instituiu 
que o diploma do farmacêutico não apresenta mais a designação de farmacêutico bioquímico, 
sendo que, para se obter esse título, é necessário habilitação em análises clínicas ou especialização 
na área (BRASIL, 2002).
Os cursos de especialização em bioquímica/análises clínicas devem ser credenciados pelo 
CFF (Conselho Federal de Farmácia); SBAC (Sociedade Brasileira de Análises Clínicas); SBRAFH 
(Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar), entre outras. 
Figura 3 - Farmacêutica bioquímica 
Fonte: BLUE PLANET STUDIO, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra uma mulher farmacêutica bioquímica olhando através de um 
microscópio.
2.3 Farmacêutico Hospitalar
O farmacêutico hospitalar tem como atividades: garantir o abastecimento da farmácia, 
otimizando custos x benefícios, dispensação dos fármacos aos enfermeiros e técnicos em 
enfermagem, controle de estoque, acesso do medicamento ao paciente (não deixando faltar 
medicamentos para doenças mais prevalentes do município), rastreabilidade (saber para qual 
paciente o medicamento foi entregue) e uso racional de medicamentos (ANDRADE, 2015).
A introdução da farmácia clínica ao serviço de farmácia hospitalar está sendo bastante 
debatido, e os hospitais vêm solicitando a atuação do farmacêutico com o intuito de evitar erros 
37
nas medicações e prescrições desnecessárias de medicamentos, visando também à diminuição 
do custo da terapia e o tempo de internação dos pacientes (ANDRADE, 2015).
O farmacêutico pode, ainda, fazer parte da equipe multidisciplinar da UTI (Unidade de Terapia 
Intensiva), dando assistência a pacientes em estados graves e instáveis (ARAÚJO; ALMEIDA, 2007; 2008):
Horn e Jacobi (2006) ressaltam que os farmacêuticos em UTI são capazes de formar uma ligação 
entre médico e o enfermeiro, ter visão geral de todo o processo da prescrição até a administração 
do medicamento e, desta maneira, integrar segurança ao paciente no uso de medicamento na forma 
de Intervenção Farmacêutica (IF), que é o ato planejado, documentado e realizado juntamente com 
ao usuário e profissionais de saúde, que propõe resolver ou prevenir problemas que interferem ou 
que podem ir a interferir na farmacoterapia, sendo parte essencial do processo de acompanhamento/
seguimento farmacoterapêutico, intervindo de maneira primária, garantindo segurança e efetividade.
Portanto, a atuação do farmacêutico hospitalar traz benefícios para o hospital e para os 
pacientes, reduzindo erros de prescrições e dispensação, problemas relacionados à farmacoterapia 
do indivíduo, como reações adversas e intoxicações, podendo evitar consequências graves, como 
invalidez e óbito (LYRA et.al. 2007).
Figura 4 - Farmacêutico hospitalar 
Fonte: AS PHOTO STUDIO, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra duas mulheres com estetoscópio no pescoço e roupa verde, 
em frente a uma prateleira de remédios. 
3 PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA
Prescrição farmacêutica, segundo a resolução no 586 do Conselho Federal de Farmácia 
(BRASIL, 2013b), “é o ato pelo qual o farmacêutico seleciona e documenta terapias farmacológicas 
e não farmacológicas, e outras intervenções relativas ao cuidado à saúde do paciente, visando à 
promoção, proteção e recuperação da saúde, e à prevenção de doenças e de outros problemas de 
saúde.” Até 2013, não era permitido ao farmacêutico qualquer tipo de prescrição (Brasil, 2013b).
38
Trata-se de um processo seguro para o paciente, visto que o profissional especialista em 
prescrição clínica deve seguir uma série de etapas para uma correta prescrição, como identificar 
a necessidade e o objetivo terapêutico, selecionar os medicamentos seguros, efetivos e que 
respeitem as condições socioeconômicas do paciente, as evidências científicas (saúde baseada 
em evidências – SBE) e as condições clínicas do paciente (BRASIL, 2013b)
Aprofundando-se mais na prescrição farmacêutica, esta deve seguir as seguintes etapas, 
conforme Maciulevicius (2013) orienta na homepage do Conselho Regional de Farmácia do Mato 
Grosso do Sul:
• identificação das necessidades do paciente relacionadas à saúde;
• definição do objetivo terapêutico;
• seleção da terapia ou intervenções relativas ao cuidado à saúde, com base em sua segu-
rança, eficácia, custo e conveniência, dentro do plano de cuidado;
• redação da prescrição;
• orientação ao paciente;
• avaliação dos resultados;
• documentação do processo de prescrição (MACIULEVICIUS, 2013).
3.1 Resolução 586/2013 do Conselho Federal de Farmácia (BRASIL, 
2013b)
A resolução 586/2013 do CFF (BRASIL, 2013b) permite que o farmacêutico prescreva 
medicamentos isentos de prescrição ou medicamentos de venda livre. Parece estranho prescrever 
medicamentos que são isentos de prescrição. Se são isentos de prescrição, por que precisaria 
alguém prescrevê-los?
A resposta é bem simples e, ao mesmo tempo, preocupante: os medicamentos isentos 
de prescrição (ou sem tarja) são vendidos sem qualquer análise do histórico do paciente, 
alimentando a automedicação e, como consequência, as interações medicamentosas, eventos 
adversos, intoxicações e mais internações hospitalares, onerando o sistema público de saúde e 
diminuindo a qualidade de vida do paciente (LEONARDI, [s.d.]).
Mesmo que o estudante de farmácia tenha se formado em instituições reconhecidas pelo 
MEC (Ministério da Educação) e tenha conhecimento técnico-científico, é necessário que haja 
bastante atenção ao prescrever, experiência e capacitação no assunto, para que a farmacoterapia 
seja segura. 
39
No Brasil, os números relacionados à automedicação são alarmantes. Um estudo realizado 
pelo ICQT (Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação) para o Mercado Farmacêutico “mostrou que 
76%da população afirmava se automedicar em 2014. Já em 2016, a porcentagem apresentou 
uma leve queda para 72%, mas voltou a crescer em 2018, somando 79%. Esse ano (2020), a 
pesquisa mostrou que já chegam a 81% os brasileiros que tomam medicamentos por conta 
própria.” (LEONARDI, [s.d.]), elucidando assim a importância dos farmacêuticos na utilização 
desses medicamentos.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
3.2 Consultório farmacêutico: restabelecendo o laço com o paciente
Grande parte dos clientes e pacientes desconhecem o serviço de farmácia clínica. Desde 2014, 
quando os farmacêuticos foram liberados para prescrever, várias farmácias particulares e públicas 
passaram a disponibilizar as consultas para a população. Além disso, o cuidado farmacêutico foi 
implantado na atenção primária (posto de saúde) e secundária (policlínicas) de vários municípios 
(LEONARDI; MATOS, 2020).
O serviço de farmácia clínica, além de guiar na utilização de medicamentos isentos de 
prescrição, ajuda o paciente a entender melhor suas comorbidades (doenças) e o uso correto 
dos medicamentos, já que muitas vezes o próprio paciente não sabe o porquê de estar tomando 
determinado fármaco, e essa situação se agrava em pacientes idosos, devido às mudanças 
fisiológicas próprias do envelhecimento, que alteram o mecanismo de ação dos medicamento 
e que muitas vezes estão em polifarmácia (utilizando vários medicamentos ao mesmo tempo). 
Por vezes, o farmacêutico é capaz de perceber interações medicamentosas e até mesmo 
medicamentos que o paciente não precisa mais utilizar (PEREIRA; NASCIMENTO, 2011).
O consultório farmacêutico deve ser:
40
• higienizado; 
• ventilado;
• bem iluminado;
• além de ser capaz de garantir a confidencialidade do paciente. 
Diversos serviços podem ser oferecidos, como perfuração de lóbulo auricular, aferição de 
pressão e temperatura corporal e administração de medicamentos.
O farmacêutico pode também solicitar exames para monitorar as condições clinicas dos 
pacientes e encaminhá-los ao médico quando necessário (LEONARDI et.al., 2020). Testes rápidos 
também podem ser oferecidos, como glicemia capilar (único permitido pela lei). Seguindo a 
legislação, outros testes rápidos como para o HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), colesterol, 
devem ser requisitados a um laboratório de análises clínicas. Assim sendo, o futuro da profissão 
está cada vez mais na farmácia clínica.
4 CONSELHOS DE CLASSE DA PROFISSÃO 
FARMACÊUTICA
Até 1998, os conselhos profissionais eram vinculados ao Ministério do Trabalho. A situação mudou 
devido a Lei 9.649/98 (BRASIL, 1998a) em que os conselhos profissionais passaram a ser entidades de 
direito privados, não havendo mais necessidade de prestar contas à União. Mesmo com a separação 
dos conselhos e Ministério do Trabalho, os conselhos profissionais possuem o poder de fiscalização e 
policiamento, mesmo essas atividades sendo inerentes aos órgãos públicos (Brasil, 1998a).
O conselho profissional é dividido entre regional, onde cada estado da federação possui um 
conselho regional, podendo este ter mais de uma sede em cidades diferentes, como, por exemplo, 
o Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul tem sedes em Porto Alegre, Passo Fundo, 
Caxias do Sul e Santa Maria (CRF-RS, 2020). O Conselho Federal de Farmácia tem sua sede em 
Brasília e há um Conselho Regional situado no Distrito Federal (CFF, 2008).
4.1 Conselho Regional de Farmácia
Após o estudante se formar, agora como profissional, deve-se registrar no Conselho Regional 
de Farmácia do respectivo estado onde atuará, independente de qual ramo irá seguir (drogaria, 
laboratório, industrias e etc).
Caso o profissional vá exercer a profissão em outro estado, este deve dar baixa junto ao CRF 
em que está inscrito, e se registrar no CRF de destino, não sendo possível farmacêutico ter dois 
registros no CRF (CRF/SP, 2020).
41
Mesmo assim, há algumas dúvidas do profissional quanto à utilidade e como o Conselho o 
ajudará na profissão. As atividades que competem ou não aos Conselhos Regionais de Farmácia 
(CRF) estão descritas abaixo:
Quadro 1 - Competências dos CRF 
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra um quadro dividido em três colunas: na primeira, estão 
listadas as competências dos CRF; na segunda, a palavra sim (que deve ser assinalada caso se 
trate de uma competência do CRF); na terceira, a palavra não (que deve ser assinalada caso não 
se trate de uma competência do CRF). 
4.2 Conselho Federal de Farmácia
Foram apresentadas as atribuições e restrições dos Conselhos Regionais de Farmácia. Porém, 
o que compete então ao Conselho Federal de Farmácia?
Relembrando um pouco a história, várias reivindicações pelo país estavam acontecendo para 
que se criasse um órgão profissional de farmácia. Por meio da Lei no 3.820/1960, foi criado o 
Conselho Federal de Farmácia (BRASIL,1960).
O principal objetivo do CFF, assim como os CRF, é a valorização do profissional farmacêutico 
com um olhar voltado para a comunidade. Algumas atribuições do CFF, que constam na homepage 
do mesmo são: 
• expedir resoluções, definindo ou modificando atribuições ou competência dos profissio-
nais de farmácia;
42
• propor as modificações que se tornarem necessárias à regulamentação do exercício pro-
fissional;
• ampliar o limite de competência do exercício profissional;
• colaborar na disciplina das matérias de ciência e técnica farmacêutica, ou que de qual-
quer forma digam respeito à atividade profissional;
• organizar o código de deontologia (leis) farmacêutica;
• deliberar sobre questões oriundas do exercício de atividades afins às do farmacêutico;
• zelar pela saúde pública, promovendo a assistência farmacêutica. (CFF, 2008).
Assim, é possível observar que os Conselhos Regionais e Federal de Farmácia trabalham em 
sincronia, lutando pela valorização farmacêutica e promovendo a saúde da comunidade
4.3 Eleições dos Conselhos regionais e federais de farmácia
Segundo Resolução no 660, de 28 de setembro de 2018 (BRASIL, 2018), a eleição para o 
Conselho Federal e para os Conselhos Regionais se dá por meio do voto direto e secreto, sendo 
obrigatório a todos os farmacêuticos inscritos com idade menor que 65 anos, e facultativo aos 
profissionais com 65 anos ou mais. A seguir serão apresentados os principais pontos dessa 
resolução, no que tange à candidatura ao Conselho Regional de Farmácia e votação pelos 
farmacêuticos.
Para que se possa concorrer aos cargos dos conselhos, os farmacêuticos devem estar 
regularmente inscritos, em pleno gozo de seus direitos profissionais, desde que satisfaçam os 
seguintes requisitos:
a) ser brasileiro;
b) estar com inscrição profissional principal e definitiva no quadro de farmacêuticos, aprovada 
pelo Plenário do respectivo CRF, até a data de encerramento do prazo de inscrição de candidatos;
c) não estar proibido ou suspenso de exercer a profissão;
d) estar quite com a Tesouraria do CRF, sem qualquer débito ou parcela vencida no ato da 
inscrição do candidato;
e) ter, no mínimo, 3 (três) anos de inscrição em qualquer CRF até o encerramento do prazo 
de inscrição;
f) apresentação de certidão da justiça estadual, federal, militar e eleitoral, essa última fornecida 
pelas zonas eleitorais, pelos Tribunais Regionais Eleitorais e pelo Tribunal Superior Eleitoral
43
g) apresentação de certidão da justiça estadual e federal onde não conste sentença 
condenatória por improbidade administrativa;
h) apresentação de declaração própria, sob as penas da legislação vigente, atestando que não 
tem qualquer outra causa de inelegibilidade, nos termos desta resolução.
Os farmacêuticos candidatos a Conselheiro Regional, a funções públicas de Diretoria e a 
Conselheiro Federal e Suplente não podem se candidatar simultaneamente ao CRF e ao CFF. Não 
é permitido também o registro de candidato para mais de um cargo.
As funções serão ocupadas pelos candidatos ou chapas mais votados.
• a chapa para Diretoria deverá ser inscrita completa,discriminando as funções de Presi-
dente, Vice-Presidente, Tesoureiro e Secretário-Geral, sendo imprescindível que todos os 
4 (quatro) candidatos componentes da chapa, e não apenas parte deles, já tenham man-
dato ou condição prévia para que possam se eleger como Conselheiro Regional Efetivo;
• em caso de empate entre as chapas de Diretoria, será escolhida a chapa em que o Presi-
dente tiver inscrição profissional mais antiga, aplicando-se o mesmo critério para o de-
sempate entre as Chapas de Conselheiros Federais e aos Conselheiros Regionais;
• serão proclamados Conselheiros Suplentes os candidatos que obterem votação imedia-
tamente inferior à do Conselheiro Efetivo eleito até o limite das vagas a preencher dos 
respectivos mandatos.
Sobre a votação, em que os farmacêuticos inscritos no Conselhos votam pela Internet, deverá 
obrigatoriamente observar os seguintes requisitos:
a) o sigilo do voto;
b) a impossibilidade que o eleitor vote mais de uma vez;
c) a imparcialidade e transparência do procedimento;
d) endereço exclusivo na Internet;
e) possibilidade de auditoria integral e independente do código-fonte;
f) assinatura digital do código-executável;
g) segurança através de mecanismos eficazes de criptografia de dados e canais de 
comunicação;
h) criação de “back-up” com assinatura digital antes e depois da eleição;
44
i) espelhamento do banco de dados;
j) garantia de, pelo menos, 5.000 transações por minuto;
k) hardenização (mapeamento das ameaças, riscos e execução das atividades corretivas, com 
foco na infraestrutura e objetivo principal de torná-la preparada para enfrentar tentativas de 
ataque) do sistema operacional;
l) “firewall” com monitoramento durante o período de eleição;
m) centralização em Brasília/DF;
n) disponibilização de emissão de relatório prévio antes do início das eleições, declarando 
que não há votos computados no banco de dados referente aos eleitores.
Sobre o Conselho Federal de Farmácia (CFF):
a eleição para a Diretoria do CFF observará o que dispuser no seu Regimento Interno 
(farmacêuticos que não estão no CFF não votam, ao contrário das eleições do CRF), mas poderão 
se candidatar;
as eleições para Diretoria do CFF serão convocadas, em obediência ao calendário eleitoral, 
pelo Presidente do CFF, em edital a ser afixado na sede do órgão ou seu Plenário, indicando-se:
• local e período das inscrições;
• local, data e horário da realização da eleição;
• requisitos a serem cumpridos pelos candidatos;
• prazo para impugnação de candidatos, cujos nomes figurarão em Portaria a ser afixada 
em lugar visível na sede do CFF;
• número e data da resolução do CFF que deu origem ao edital;
• assinatura do Presidente do CFF.
Os candidatos às funções de Diretores do CFF deverão registrar sua chapa completa mediante 
requerimento dirigido a Comissão Eleitoral regimentalmente nomeada previamente à realização 
do pleito, devendo ser composta por 3 (três) farmacêuticos que não sejam empregados do CFF, 
não façam parte do Plenário, bem como não sejam parentes ainda que por afinidade, até o 
segundo grau, bem como o cônjuge respectivo, de qualquer dos candidatos.
O requerimento de registro da candidatura em chapa será encaminhado pela Comissão 
Eleitoral ao Plenário do CFF para a sua devida homologação, decidindo-se na mesma oportunidade 
45
eventual pedido de impugnação;
antes da eleição, a Comissão Eleitoral afixará na sede do CFF a lista das chapas concorrentes;
• a secretaria do CFF confeccionará as cédulas únicas, que serão rubricadas no verso por 
todos os membros da Comissão Eleitoral, com indicação dos nomes das chapas, dos res-
pectivos integrantes e das funções a que concorrem como Presidente, Vice-Presidente, 
Secretário-Geral e Tesoureiro, na ordem em que forem registradas;
• a Comissão Eleitoral funcionará, em momentos distintos, como Mesas Receptora e Apu-
radora, devendo garantir o sigilo do voto (ao contrario das eleições do CRF, que são pela 
internet (anteriormente a cédula chegava na casa do farmacêutico ele votava e enviava 
novamente para o CRF por meio dos Correios);
• o eleitor indicará seu voto assinalando a quadrícula ao lado da chapa escolhida;
• não pode o eleitor suprimir ou acrescentar nomes ou rasurar a cédula, sob pena de nuli-
dade do voto;
• após o encerramento, a Mesa Apuradora procederá à contagem dos votos, proclamando 
o resultado e a eleição dos integrantes da chapa mais votada;
• todo o procedimento eleitoral para Diretoria do CFF deverá ocorrer em sessão plenária 
única (Brasil, 1960)
Ademais, conhecer as diferenças entre as eleições dos CRF e CFF faz com que o farmacêutico 
entenda como pode participar de forma ativa na composição dos Conselhos, orientando aqueles 
que pretendem ocupar um dos cargos dos Conselhos da classe farmacêutica.
5 CÓDIGO DE ÉTICA
A ética, muitas vezes, é confundida com leis, embora as leis quase sempre possuam como base 
os princípios éticos. Entretanto, diferentemente da lei, nenhum indivíduo pode ser compelido, 
pelo Estado ou por outros indivíduos, a cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer penalidade 
pela desobediência a essas leis (LISBOA, 1997).
O código de ética é um documento que busca expor os princípios e a missão de uma 
determinada profissão ou empresa. Seu conteúdo deve ser pensado para atender às necessidades 
que aquela categoria serve e representa. Antes de explanar sobre o código de ética farmacêutico, 
é importante conhecer os principais objetivos de um código de ética. Segundo informações 
contidas na homepage (CÓDIGO DE ÉTICA, [s.d]), são eles:
especificar os princípios de uma certa instituição e/ou profissão diante da sociedade; documentar 
os direitos e deveres do profissional; dar os limites das relações que o profissional deve ter com colegas 
e clientes/pacientes; explicar a importância de manter o sigilo profissional (essencial em muitos casos); 
46
defender o respeito aos direitos humanos nas pesquisas científicas e na relação cotidiana; delimitar 
e especificar o uso de publicidade em cada área; falar sobre a remuneração e os direitos trabalhistas.
5.1 Código de Ética Farmacêutica: direitos e deveres
Os principais direitos e deveres dos farmacêuticos são regulamentados pela resolução no 596 
de 21 de fevereiro de 2014 (BRASIL, 2014). Os principais direitos são:
• exigir dos profissionais da saúde o cumprimento da legislação sanitária;
• recusar-se a exercer sua atividade sem remuneração adequada (piso salarial estabelecido 
pelo sindicato dos farmacêuticos de cada estado) ou condições dignas de trabalho;
• negar-se a realizar atos farmacêuticos que sejam contrários à ciência e ética;
• ser valorizado e respeitado;
• ter acesso a todas as informações técnicas relacionadas ao seu local de trabalho;
• decidir, justificadamente, sobre o aviamento ou não de qualquer prescrição (BRASIL, 
2014; CÓDIGO DE ÉTICA, [s.d.]).
Os deveres estabelecidos pela mesma resolução citada anteriormente são:
• comunicar os fatos que caracterizem descumprimento da moral, ética e/ou leis;
• respeitar o direito de decisão do usuário sobre seu tratamento;
• preservar os legítimos interesses da profissão e da saúde,
• respeitar a vida;
• contribuir para a promoção, proteção e recuperação da saúde (BRASIL, 2014; CÓDIGO DE 
ÉTICA, [s.d.]); 
5.2 Leis: Proibições, infrações e sanções legais
O farmacêutico não pode exercer simultaneamente a Medicina, devido à ligação das 
condições clínicas apresentadas pelo paciente e o local que fornece insumos para tais condições. 
Ainda, deve honrar o juramento feito na conclusão do curso sobre a profissão: negar socorro ou 
informações/orientações ao paciente, por motivo nenhum; submete-se a condições comerciais 
FIQUE DE OLHO
A média salarial do farmacêutico no Brasil é R$ 3 472,00, sendo o menor piso R$ 1687,00 
em Roraima e o maior R$ 4400,00 no distrito Federal, média de 40 horas semanais, podendo 
haver variações nos diferentes ramos da profissão.
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somente, comprometendo assim sua atividade profissional,

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