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01/11/2022 15:35 ana_dis_u3_s1_wa https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3343007&atividadeDescricao=… 1/5 Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Ele possibilita diversas formas de interação com o conteúdo, a qualquer hora e de qualquer lugar. Mas na versão impressa, alguns conteúdos interativos são perdidos, por isso, fique atento! Sempre que possível, opte pela versão digital. Bons estudos! O que estudaremos nesta webaula? Abordaremos a Análise do Discurso, trabalhando com conceitos fundamentais para a teoria: texto, formação discursiva, posição-sujeito e heterogeneidade. Você sabe por que não podemos dizer que a relação entre texto e discurso é biunívoca? Para a AD, a relação entre texto e discurso não é biunívoca, porque um texto não corresponde a um discurso, isto é, diferentes discursos, até mesmo contraditórios, podem estar em funcionamento dentro de um mesmo texto. No entanto, o discurso não existe sem um suporte material, ele sempre está relacionado com o texto. Nesta direção, o analista de discurso toma o texto como unidade analítica para compreender os funcionamentos discursivos aí materializados. Quando se recorta um enunciado para análise, ele “tem de ser referido ao texto para poder ser apreendido no processo de construção do discurso” (ORLANDI, 2008, p. 58). O conceito de texto O conceito de texto tem avançado em direção às heterogeneidades do corpo textual, tanto por sua materialização em diferentes textualidades quanto pela materialidade histórica. Para a AD desenvolvida no Brasil desde a década de 1980, principalmente a partir do trabalho precursor de Eni Orlandi, a concepção de texto abrange também outras materialidades que não apenas a linguística (pode assumir a forma do verbal, da imagem, do som, do gesto, enfim, de diferentes suportes significantes e, mais comum ainda, uma composição dessas diferentes materialidades). A heterogeneidade do texto Análise do Discurso Texto, formação discursiva e posição-sujeito Unidade 3 – Seção 1 Imprimir 01/11/2022 15:35 ana_dis_u3_s1_wa https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3343007&atividadeDescricao=… 2/5 Segundo Eni Orlandi (2005), o texto é heterogêneo em diferentes ordens: A. O texto pode ser composto por diferentes suportes de materiais simbólicos. B. O texto pode assumir diferentes formas históricas da linguagem. C. Um mesmo texto pode conter diferentes posições históricas até mesmo contraditórias entre si. Como explica Eni Orlandi (2008, p. 59), “um texto, tal como ele se apresenta enquanto unidade (empírica) de análise, é uma superfície linguística fechada nela mesma: tem começo, meio e fim”. O analista toma, então, o texto em sua discursividade, isto é, quebrando esta unidade fechada em si mesma ao buscar a relação com outros discursos, com a história, com as condições de produção. 01/11/2022 15:35 ana_dis_u3_s1_wa https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3343007&atividadeDescricao=… 3/5 Formação discursiva É pela formação discursiva que o sujeito se reconhece, isto é, trata-se da própria relação de identificação (do sujeito consigo, com outros e com os objetos do discurso). As palavras recebem os sentidos das formações discursivas, elas mudam de sentido segundo as posições, relacionadas com as formações ideológicas em que estão inscritas essas posições. Veja que não há um sujeito ou um grupo que direciona os sentidos, porque todos nós podemos ocupar uma dessas regiões ao assumir uma certa posição, sem nos darmos conta disso! Qual a distinção entre posição discursiva e posição/lugar institucional? É importante ainda distinguir a posição discursiva da posição ou lugar institucional. Visto que “conceber o sujeito como posição significa pensá-lo em seus processos de identificação e no reconhecimento que constitui essa identificação” (LAGAZZI-RODRIGUES, 2015, p. 242), é preciso remeter os processos de identificação à produção de sentido. O sujeito se identifica, se reconhece, (n)os e pelos sentidos, o que vimos em termos de pré-construído, aquilo dito antes em algum (outro) lugar e acessado (identificado) pelo sujeito. Portanto, podemos estabelecer “a diferença entre a posição institucional, definida pelo lugar institucionalmente ocupado pelo sujeito, e a posição de sujeito, constituída ideologicamente e determinada pelo pré-construído” (LAGAZZI, 2015, p. 248). Vamos re�etir acerca da posição discursiva e da posição/lugar institucional com um exemplo prático? Um exemplo interessante para se pensar a diferença entre o lugar institucional e a posição de sujeito é a própria sala de aula. Professores e alunos são lugares institucionais bem definidos, em que o professor é considerado o detentor e a autoridade do saber e o aluno, o aprendiz. No entanto, em diferentes situações discursivas, professor e aluno podem ocupar a mesma posição ou estabelecer outras relações não reduzidas à designação institucional de professor e aluno. Uma análise discursiva que pergunte pela relação com o desejo de saber pode mostrar que professor e aluno estão presos à comanda institucional, não mostrando uma identificação com o saber. Portanto, pode acontecer que, nessa situação hipotética, eles ocupem a mesma posição. 01/11/2022 15:35 ana_dis_u3_s1_wa https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3343007&atividadeDescricao=… 4/5 01/11/2022 15:35 ana_dis_u3_s1_wa https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3343007&atividadeDescricao=… 5/5 Posições do sujeito Um texto é construído imaginariamente a partir de uma unidade, mas ele é constitutivamente heterogêneo, pois é atravessado por diferentes regiões de sentido, que aqui chamamos de formação discursiva, isto é, a possibilidade do sujeito assumir o que vimos chamando de diferentes posições-sujeito. Podemos elencar outra definição: as posições são justamente a contraparte do sujeito dessas regiões do sentido recortadas nos sentidos de uma determinada formação social, um recorte da memória, o que é possível e deve ser dito a partir de uma posição na formação social. Se o texto é constitutivamente heterogêneo, seja pela natureza dos materiais simbólicos, seja pelas formas históricas da linguagem, seja ainda pelas diferentes posições-sujeito, por que ainda trabalhar com a noção de texto? O analista de discurso precisa trabalhar com essa contradição entre unidade e dispersão do texto, porque historicamente somos demandados a construir essa unidade. Ao lado da injunção a interpretar, de sempre produzir sentidos, também há, ao menos nas condições de produção da formação social em que vivemos, “a injunção à textualização como uma demanda sempre presente: devemos textualizar, devemos significar na unidade” (LAGAZZI-RODRIGUES, 2006, p. 109). Tome nota! Espera-se que, a partir dos conceitos abordados nesta webaula, você seja capaz de discutir e refletir sobre a Análise do Discurso, trabalhando com conceitos de texto, formação discursiva, posição-sujeito e heterogeneidade. Não se esqueça de recorrer ao livro didático para aprofundar os seus conhecimentos e lembre-se: conhecimento nunca é demais.