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ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO- QUÍMICAS E DO CONSUMO DE DIFERENTES MARCAS DE ÁGUA MINERAL E REFRIGERANTES Lorany Costa 1 ; Rose Mari Bennemann2 1Acadêmica do Curso de Nutrição, Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR. Bolsista PROBIC-UniCesumar. loranycosta@hotmail.com ²Orientadora, Doutora, Departamento de pesquisa- UNICESUMAR. Pesquisadora do Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação – ICETI rose.bennemann@gmail.com RESUMO O sódio é um mineral essencial para a realização das funções celulares e em excesso pode causar o desenvolvimento de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT). Da mesma forma a água é importante para manter as funções vitais do organismo. Já o consumo excessivo de carboidratos pode levar ao excesso de peso. Os refrigerantes apresentam carboidratos em grande quantidade, sendo o mesmo considerado o grande vilão na luta contra a obesidade. O estudo tem como objetivo analisar as características físico-químicas e o consumo de diferentes marcas de água mineral e refrigerantes. Será verificada a quantidade de sódio e carboidratos presente nas bebidas realizando um comparativo entre as marcas de água mineral e entre os tipos de refrigerantes de uma mesma marca e o consumo pela população por meio de coleta de dados com compradores dos produtos em redes de supermercados na cidade de Maringá – PR. Espera-se encontrar diferenças entre o teor de sódio nas diferentes marcas de águas e refrigerantes, e de carboidratos, entre os refrigerantes. Da mesma forma, que o consumo de sódio por meio da água mineral e refrigerante ultrapasse a recomendação, bem como o consumo de carboidratos (açúcares), por meio de refrigerantes. PALAVRAS-CHAVE: Saúde; Sódio; Açucares; DCNT; Obesidade. 1 INTRODUÇÃO O sódio é um mineral presente em nosso organismo e é fundamental para a realização de funções celulares como a passagem do impulso nervoso pelos neurônios e regulação osmótica (FRANCO, 2001). Estudos realizados em 2010 pelo Ministério da Saúde apontam que o consumo de sódio pela população brasileira era de 4,8g por pessoa por dia (12g de sal) (BRASIL, 2011) muito acima da recomendação estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2012 de 2g de sódio por dia, ou menos de 5g de sal, para uma pessoa adulta (WHO, 2012). A ingestão excessiva de sódio tem sido correlacionada com o desenvolvimento de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNTs), como doenças cardiovasculares, sendo esta uma das maiores causas de morte prematura em todo o mundo (LIMA e MELO, 2012; DICKINSON, 2007; HE e MACGREGOR, 2009). As DCNTs no Brasil correspondem a 72% das causas de mortes, especialmente as doenças do aparelho circulatório (31,3%), atingindo principalmente os grupos mais vulneráveis, como idosos e pessoas com baixo nível educacional e econômico (BRASIL, 2011). Para combater as DCNTs o Brasil, em 2010, criou o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis, que tem como meta a redução do consumo de sódio pela população brasileira de 4,8g de sódio (12g de sal) em 2010 para 2g de sódio (5g de sal) até 2022 (MALTA; SILVA JR, 2013). O uso do sódio em alimentos pela indústria é para aumentar a vida de prateleira do produto e pode ser encontrado tanto em alimentos como em bebidas, como na água mineral e em refrigerantes (NAKASATO, 2004). Segundo Couto (2014) a recomendação do consumo de água é de pelo menos 2 litros (6 a 8 copos) por dia. Em análise prévia pode-se observar que na água mineral e em refrigerantes ANAIS X EPCC UNICESUMAR – Centro Universitário de Maringá ISBN 978-85-459-0773-2 encontra-se uma boa concentração de sódio e sendo este um fator de risco para diversas doenças vê-se a importância de analisar o consumo da população para essas bebidas e a ingestão do sódio. Assim como o sódio os carboidratos são fundamentais para o funcionamento do nosso organismo. Para Cuppari (2014, p. 15) “O principal papel dos carboidratos na dieta é prover energia para as células, especialmente do cérebro, que é o único órgão glicose-dependente.” Chemin e Mura (2007) nos apresentam que os carboidratos: São compostos extremamente abundantes na natureza, sendo superados apenas pela água. Dessa forma são amplamente consumidos na dieta humana, perfazendo ... cerca de 60% - das necessidades energéticas – entre a população de países em desenvolvimento. A recomendação de consumo mínimo de carboidrato para uma pessoa adulta de acordo com a RDA é de 130g/dia. A recomendação de consumo de carboidratos deve estar entre 45 a 65% da recomendação energética total e a ingestão de açucares simples não deve ser superior a 10% do valor energético total (CUPPARI, 2014). O excesso do consumo de carboidratos pode gerar um balanço positivo, onde a ingestão é superior a perca de calorias, carretando em um ganho de peso, podendo levar à obesidade. Cuppari (2014, p.185) destaca a obesidade: [...] por ser, simultaneamente, uma doença e um fator de risco para outras doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), estando fortemente associada a um risco maior de desfechos, sejam eles as doenças cardiovasculares, diabetes melito tipo 2, cânceres ou mortalidade geral. Análise realizada em diversos países pela World Health Organization (WHO) em 2014 apresenta que 39% dos adultos acima de 18 anos estavam acima do peso e 13% estavam obesas (WHO, 2016). No Brasil a pesquisa realizada pelo Vigitel em 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal, em 2015, verificou que 53,9% da população encontrava-se com excesso de peso e 18,9% com obesidade. Na mesma pesquisa o Vigitel verificou que o consumo de refrigerante ou suco artificial em cinco ou mais dias da semana ocorre em 19% da população das capitais brasileiras e do Distrito Federal. Na capital do Paraná, Curitiba, o consumo de refrigerante ou suco artificial, em cinco ou mais dias da semana, ocorre em 24% dos homens e 19% das mulheres. Desta forma, podemos concluir que o refrigerante está amplamente presente na mesa da população brasileira. É reconhecido o papel água na alimentação e na manutenção da saúde, bem como os efeitos da ingestão inadequada de sódio nos diversos ciclos de vida. Diversas marcas de águas são oferecidas no comércio ao consumidor e nestas encontra-se a presença do sódio. O sódio está presente também nos refrigerantes e nestes ainda há a presença de carboidratos, os açucares que em excesso podem levar ao excesso de peso. O conhecimento e monitoramento dos teores de sódio e carboidratos nas diferentes marcas é importante, a fim de orientar e alertar o consumidor na escolha da água a ser consumida e da quantidade de refrigerante aconselhável para consumo. Neste sentido, o presente estudo tem como objetivo analisar as características físico-químicas e o consumo de diferentes marcas de água mineral e refrigerantes. ANAIS X EPCC UNICESUMAR – Centro Universitário de Maringá ISBN 978-85-459-0773-2 2 MATERIAIS E MÉTODOS O estudo será de natureza quantitativa, transversal, com coleta de dados primários e secundários. O projeto será encaminhamento para o Comitê de Ética em Pesquisa do Unicesumar. A análise físico-química, do teor de sódio, das diferentes marcas de água mineral e refrigerante será determinada pela análise dos rótulos das garrafas. Será considerado a quantidade de sódio em 500 ml de água mineral e em 200 ml de refrigerante. Ainda em relação aos refrigerantes será verificada a quantidade de carboidrato, como também será realizado um comparativo entre os tipos de refrigerantes de uma mesma marca para verificar os teores de sódio e carboidratos presentes nesses utilizando as diferentes marcas disponíveis no comércio para o público na cidade de Maringá - PR. O consumo de água e refrigerante será avaliado por meio de questionário de frequência alimentar. Serão entrevistados indivíduos com idade igual ou maior que 20 anos,de ambos os sexos. Será considerado como consumo adequado de água a ingestão de 2,7 litros para mulheres/dia e 3,7 litros para homens/dia, de acordo com as recomendações das DRIs (IOM,2005). Serão excluídas do estudo gestantes e lactantes. Para tanto serão visitados a redes de supermercados: Big, Muffato, Cidade Canção e Bom Dia. Serão verificadas as marcas e anotados, em formulário próprio, os teores de sódio e carboidrato correspondentes nas garrafas anotando o a marca bem como o número do lote correspondente. Inicialmente será descrito em ordem decrescente as marcas de água mineral e refrigerantes, segundo teor de sódio. Da mesma forma, serão descritos os refrigerantes com maiores teores de carboidratos. Será realizado um quadro comparativo entre os diferentes tipos de refrigerantes de uma mesma marca para verificar quais deles possui maiores teores de sódio ou de carboidratos. Na sequência será calculado, considerando o percentual de sódio em relação aos valores diários de referência, segundo a recomendação das Dietary Reference Intakes for Water, Potassium, Sodium (IOM, 2005), para indivíduos adultos e idosos. Os dados depois de revisados e codificados, serão digitados utilizando o software Excel 2010. Serão realizadas duas digitações a fim de que os possíveis erros sejam prontamente identificados. Os dados serão analisados por meio da estatística descritiva. 4 RESULTADOS ESPERADOS Espera-se encontrar diferenças entre o teor de sódio nas diferentes marcas de águas e refrigerantes, e de carboidratos, entre os refrigerantes. Da mesma forma, que o consumo de sódio por meio da água mineral e refrigerante ultrapasse a recomendação, bem como o consumo de carboidratos (açúcares), por meio de refrigerantes. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Plano de Ações Estratégicas para Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, 2011-2022. Ministério da Saúde, Brasília, p. 1-160, 2011. Disponível em <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_acoes_enfrent_dcnt_2011.pdf>. Acesso em: 25 de março de 2017. CHEMIN, S. S.; MURA, J. D’. P.. Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia. 2. ed. São Paulo: Roca, 2007. ANAIS X EPCC UNICESUMAR – Centro Universitário de Maringá ISBN 978-85-459-0773-2 COUTO, S. de F. et al. Frequência de adesão aos “10 Passos para uma Alimentação Saudável” em escolares adolescentes. Revista Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, n. 5, 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v19n5/1413-8123-csc-19-05-01589.pdf>. Acesso em: 23 de março de 2017. CUPPARI, Lilian. Guia de nutrição: clínica no adulto. Manole, 3. ed. p. 15 e 185, 2014. DICKINSON, B. D.; HAVAS, S. Reducing the population burden of cardiovascular disease by reducing sodium intake: a report of the Council on Science and Public Health. Archives of Internal Medicine, v. 167, n. 14, p. 1460-1468, 2007. Disponível em: < http://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/article-abstract/412905>. Acesso em: 21 de março de 2017. FRANCO, G. Tabela de composição química dos alimentos. Atheneu, 9. ed. 2001. HE, F. J.; MACGREGOR, G. A. A Comprehensive Review on Salt and Health and Current Experience of Worldwide Salt Reduction Programmes. Journal of human hypertension, v. 23, n. 6, p. 363-384, 2009. Disponível em: <http://www.nature.com/jhh/journal/v23/n6/pdf/jhh2008144a.pdf>. Acesso em: 25 de março de 2017. IOM-INSTITUTE OF MEDICINE. National Academy of Sciences. Dietary Reference Intakes for Water, Potassium, Sodium, Chloride, and Sulfate. DRIs, Washington, D.C., p. 759, 2005. Disponível em: < https://www.nap.edu/catalog/10925/dietary-reference-intakes-for-water-potassium-sodium- chloride-and-sulfate>. Acesso em: 23 de março de 2017. LIMA, C. M.T.; DE MELO, L. G.N.S. Teor de Sódio em Alimentos Preferidos por Crianças: Fator de Risco para Hipertensão Arterial Sistêmica. Nutrire, v. 37, n. Suplemento, p. 55, 2012. MALTA, D. C.; SILVA JR, J. B. da. O Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil e a definição das metas globais para o enfrentamento dessas doenças até 2025: uma revisão. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 22, n. 1, p. 151-164, 2013. Disponível em: <http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?pid=S1679- 49742013000100016&script=sci_arttext>. Acesso em: 21 março de 2017. NAKASATO, M. Sal e hipertensão arterial. Revista Brasileira de Hipertensão, v. 11, n. 2, p. 95-97, 2004. Disponível em: < http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/? IsisScript=iah/iah.xis&nextAction=lnk&base=LILACS&exprSearch=394177&indexSearch=ID&lang=p >. Acesso em: 22 de março de 2017. VIGITEL, Brasil. Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Ministério da Saúde, 2016. Disponível em <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_2015.pdf>. Acesso em: 28 de março de 2017. ANAIS X EPCC UNICESUMAR – Centro Universitário de Maringá ISBN 978-85-459-0773-2 WORLD HEALTH ORGANIZATION. Obesity and overweight [Fact sheet]; updated June 2016. Trouvé le, v. 13, 2016. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs311/en/>. Acesso em: 16 de março de 2017. WORLD HEALTH ORGANIZATION. SIXTY-FIFTH WORLD HEALTH ASSEMBLY: Second report of Committee A. World Health Organization, Genebra, n. 65/54, p.1-3, 25 maio 2012. Disponível em: <http://apps.who.int/gb/ebwha/pdf_files/WHA65/A65_54-en.pdf>. Acesso em: 23 de março de 2017. ANAIS X EPCC UNICESUMAR – Centro Universitário de Maringá ISBN 978-85-459-0773-2 Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) http://www.tcpdf.org
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