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ISBN 978-85-459-0773-2 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA DISFUNÇÃO SEXUAL Beatriz Tomé Deo Silva 1 , Rafaela Hipólito Nogueira2, Kelley Cristina Coelho3 e Siméia Gaspar Palácio4 1;2Acadêmica do Curso de Fisioterapia, Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR. –PIC-UniCesumar. beatriz_bia9@hotmail.com; raphaelah13@hotmail.com 3;4Orientadora do Curso de Fisioterapia, Centro Universitário de Maringá- UNICESUMAR. kelleyfisio@hotmail.com; simeia.palacio@unicesumar.edu.br RESUMO As disfunções sexuais são caracterizadas como o comprometimento do desempenho sexual tanto em homens quanto nas mulheres interferindo em qualidade de vida física e mental. Anomalias como dispareunia, vaginismo, ejaculação precoce e transtorno erétil podem ser tratados com técnicas envolvendo a fisioterapia uroginecologica. O presente estudo de caso teve como objetivo minimizar e reverter o quadro, melhorar a disfunção sexual e a qualidade de vida dos pacientes com disfunção sexual. Foram incluídos no estudo 2 indivíduos com idade variando de 75 a 77 anos com disfunção sexual, sendo um do sexo feminino e outro do sexo masculino. Foram excluídos pacientes neurológicos e com deficiência mental. Os participantes foram triados na clínica de fisioterapia da Unicesumar e foram avaliados através dos seguintes instrumentos: Questionário do desempenho sexual (QS-F) direcionado para o sexo feminino e Questionário do desempenho sexual (QS-M) direcionado para o sexo masculino e questionário de qualidade de vida (SF-36) para ambos os sexos. Na sequência os mesmos foram submetidos a 10 sessões de tratamento fisioterapêutico de 45 minutos, duas vezes por semana utilizando a cinesioterapia com exercícios de Kegel. Com o tratamento fisioterapêutico a paciente do sexo feminino melhorou 40% no desempenho sexual, 5% na capacidade funcional e 22% no nível de dor, enquanto o paciente do sexo masculino melhorou 73% no desempenho sexual, 10% na capacidade funcional, 50% nos aspectos físicos e 15% na vitalidade. Dessa forma, pode-se concluir que houve melhora na disfunção sexual e qualidade de vida nos indivíduos tratados com o tratamento fisioterapêutico. PALAVRAS-CHAVE: Disfunção Sexual; Fisioterapia; Incontinência Urinaria. 1 INTRODUÇÃO As disfunções sexuais são caracterizadas pela dificuldade persistente ou recorrente para atingir o ciclo de resposta sexual adequado, afetando a qualidade de vida tanto na saúde física e mental dos indivíduos e de seus parceiros. Estima-se que entre 40 e 45% das mulheres e de 20 a 30 % dos homens têm alguma queixa de disfunção sexual (LARA et al., 2008; BEREK, 2005). Muitas pessoas que apresentam disfunções sexuais acabam tendo dificuldade ou resistência de buscar um tratamento adequado pelo receio de relatar o problema e pela falta de informação resultando em vida sexual inibida e frustrada (ANTONIOLI; SIMÕES, 2009). As disfunções podem ser de origem orgânica, psicogênica e física (patologias e alterações anatômicas) que atingem tantos os homens quantos as mulheres. Nas mulheres as disfunções mais comuns são as dispareunia que é a dor durante ou após o ato sexual; o vaginismo que a paciente tem contração involuntária da musculatura perineais impedindo a penetração total ou parcial da vagina; desejo sexual hipoativo (DSH) com diminuição da vontade/desejo sexual; também a anorgasmia, desconhecimento da anatomia, dificuldade de concentração e ausência do auto- erotismo. Já nos homens podemos citar os transtornos como a ejaculação precoce, que pode ocorrer com uma estimulação sexual mínima logo após a penetração, o transtorno erétil masculino conhecido como impotência, que diz respeito à incapacidade periódica ou persistente do homem conseguir ou manter a ereção ate o fim da atividade sexual e a dispareunia que também este presente nas disfunções sexuais masculina. (MENDONÇA; AMARAL, 2011; MENDONÇA 2012; LIDÓRIO; CUNHA, 2012; ANTONIOLI; SIMÕES, 2009). A fisioterapia pélvica vem se destacando, pois tem a opção de tratamento não invasiva, através de exercícios para os músculos do assoalho pélvico, eletroterapia e terapia manual. Sendo ANAIS X EPCC UNICESUMAR – Centro Universitário de Maringá ISBN 978-85-459-0773-2 seguro e com custo menor se comparando com os métodos cirúrgicos. Um dos recursos utilizados na cinesioterapia é exercícios de Kegel, que são uma sequencia de exercícios de contração da musculatura do assoalho pélvico (BARACHO, 2014 ; MORENO, 2009 ; WOLPE et al, 2014) O presente estudo de caso teve como objetivo minimizar e reverter o quadro, melhorar a disfunção sexual e a qualidade de vida dos pacientes com disfunção sexual, promover a conscientização de contração e fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico e musculatura acessória. 2 MATERIAIS E MÉTODOS Foi realizado um estudo de caso realizado na clínica de fisioterapia da instituição de ensino superior UNICESUMAR, no ano de 2017, em Maringá – PR. Inicialmente os pacientes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido e depois foram submetidas a avaliação fisioterapêutica com entrevista clínica e questionários, avaliação de disfunção sexual (QS-M e QS-F) e qualidade de vida (SF-36). Participaram da pesquisa 2 pacientes que possuem disfunção sexual, com idade variando de 75 e 77 anos. Os mesmos foram divididos em dois grupos, sendo no grupo A paciente do sexo feminino com 77 anos e no grupo B paciente do sexo masculino com 75 anos. Foram excluídos do estudo, pacientes que não apresentam sintomas de disfunção sexual, indivíduos institucionalizados (asilos, hospitais, casas de auxilio ao idoso, abrigos, prisões e quartéis) e indivíduos com incapacidade motora (tetraplégicos, esclerose múltipla, paralisia cerebral, sequela de AVE). Foram realizadas 10 sessões de 45 minutos, 2 vezes por semana, durante 1 mês e meio com a realização de 11 exercícios de Kegel, utilizando colchonete com bolas e bastões com tempo inicial de contração 10 segundos e 5 repetições, progredindo para 15 segundos de contração e 6 repetições cada exercício. Os mesmos foram realizados na postura em pé, sentado, decúbito dorsal e quatro apoios. Após a realização do tratamento fisioterapêutico, os pacientes foram reavaliados para analise dos resultados e fizemos uma comparação do antes e do depois, para observar a melhora do quadro do paciente. 3 RESULTADOS / DISCUSSÃO Com o tratamento fisioterapêutico a paciente do sexo feminino melhorou 40% no desempenho sexual, 5% na capacidade funcional e 22% no nível de dor conforme Figura 1. Enquanto o paciente do sexo masculino melhorou 73% no desempenho sexual, 10% na capacidade funcional, 50% nos aspectos físicos e 15% na vitalidade conforme apresentado na Figura 2. Achados semelhantes foram encontrados no estudo de Carvalheira; Gomes (2011) e Delgado et al. (2013), que realizaram uma revisão bibliográfica sobre os exercícios de Kegel para melhora do quadro de disfunção sexual e encontraram que esses exercícios associados a biofeedback ajudam nos casos de dispareunia, vaginismo e consistência orgástica. Já Patricelli (2003) e Halbe(2000) viram que através dos exercícios de Kegel, houve melhora a percepção e consciência corporal da região pélvica, aumenta a vascularização, tonicidade e força da musculatura do assoalho pélvico assim melhorando a capacidade de atingir o orgasmo. ANAIS X EPCC UNICESUMAR – Centro Universitário de Maringá ISBN 978-85-459-0773-2 0 20 40 60 80 100 Antes da Fisioterapia Depois de 10 sessões de Fisioterapia Figura 1- Dados pré e pós tratamento da paciente grupo A: sexo feminino. Fonte: Dados da pesquisa 0 20 40 60 80 100 120 Antes da Fisioterapia Depois de 10 sessões de Fisioterapia Figura 2 – Dados pré e pós tratamento do paciente do sexo Masculino Fonte: Dados da pesquisa 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ANAIS X EPCC UNICESUMAR – Centro Universitário de Maringá ISBN 978-85-459-0773-2 Pode-se concluir que houve melhora na disfunção sexual e qualidade devida nos indivíduos tratados com o tratamento fisioterapêutico utilizando os exercícios de Kegel. Devido a limitação do tamanho amostral, e dificuldade da população assumir que apresentam tal disfunção, e por não buscar e não conhecer tratamentos para ajuda no desempenho sexual, é necessário que novos estudos sejam realizados utilizando os mesmos métodos ou tratamento para comparação da eficácia dos exercícios. REFERÊNCIAS ANTONIOLI, R.S.; SIMÕES, D. – Abordagem fisioterapêutica nas disfunções sexuais femininas. Teresópolis/RJ, 2009. BARACHO, E. Fisioterapia Aplicada à Saúde da Mulher. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. BEREK, J.S.N. Tratado de ginecologia. 13 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. BEDONE, R.M.V – Resposta sexual, disfunção sexual e qualidade de vida em mulheres obesas. São Paulo/ SP, 2013. CAVALHEIRA, A.A.; GOMES, F.A. – A Disfunção Sexual na Mulher. 2011. DELGADO, A.M. et al. - Recursos Fisioterapêuticos Utilizados no Tratamento Das Disfunções Sexuais Femininas.Natal/RN, 2013. HALBE, H.W.- Tratado de Ginecologia volume 2 ed. Roca, São Paulo/ SP, 2000 HENKES, D.F. et al - Incontinência urinária: o impacto na vida de mulheres acometidas e o significado do tratamento fisioterapêutico. Cascavel/ PR, 2015. HIGA, R. et al- Fatores de risco para incontinência urinaria na mulher. Campinas/SP, 2005. HONÓRIO, M.O.; SANTOS, S.M.A. – Incontinência urinária e envelhecimento: impacto no cotidiano e na qualidade de vida. Florianópolis/ SC, 2008. LARA. L.A.S. et al. – Abordagem das Disfunções sexuais femininas. Ribeirão Preto/SP, 2008. LIDÓRIO, A.; CUNHA T.J. Disfunções Sexuais Masculinas. Londrina/ PR. 2012 (UEL). MENDONÇA, C. R.; AMARAL, W.N. - Tratamento fisioterapêutico das disfunções sexuais femininas : Revisão de Literatura. Goiânia/ GO, 2011. MENDONÇA, C.R. et al. - Função sexual feminina: aspectos normais e patológicos, prevalência no Brasil, diagnóstico e tratamento. Goiânia/ GO, 2012. MORENO, A. Fisioterapia em Uroginecologia. 2° ed. Barueri, SP: Manole 2009. ANAIS X EPCC UNICESUMAR – Centro Universitário de Maringá ISBN 978-85-459-0773-2 RODRIGUES, M.P. et al. - Perfil das pacientes do ambulatório de uroginecologia de um Hospital Público de Porto Alegre com relação à incontinência urinária e à qualidade de vida. Porto Alegre/ RS, 2016. SILVA, D.J.R.; ABREU, A.H. Recursos fisioterapêuticos para as disfunções sexuais femininas: uma revisão de literatura. Rio Grande do Norte, 2014. SOUZA, E.L.B.L. Fisioterapia aplicada à obstetrícia: aspectos de ginecologia e neonatologia.3.ed Rio de Janeiro: MEDSI, 2002. STEPHENSON, R.G.; O’CONNOR, L.J.; HOROKOSKY, A.C. Fisioterapia aplicada à ginecologia e obstetrícia.2 ed. Barueri: Manole. TOMASI, A.V.R. et al- O uso da eletroestimulação no nervo tibial posterior no tratamento da incontinência urinária. Florianópolis/ SC, 2014. WOLPE, R.E. et al- Atuação da fisioterapia nas disfunções sexuais femininas: uma revisão sistemática. Florianópolis/ SC, 2014. 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