Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNICESUMAR - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS TECNOLÓGICAS E AGRÁRIAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL QUALIDADE DE PAVIMENTO E DRENAGEM EM AERÓDROMOS: ESTUDO DE CASO DO AEROPORTO REGIONAL DE MARINGÁ-PR SÉRGIO COPELLI FRANCO DE OLIVEIRA MARINGÁ – PR 2017 SÉRGIO COPELLI FRANCO DE OLIVEIRA QUALIDADE DE PAVIMENTO E DRENAGEM EM AERÓDROMOS: ESTUDO DE CASO DO AEROPORTO REGIONAL DE MARINGÁ-PR Artigo apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Civil da UNICESUMAR – Centro Universitário de Maringá como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel (a) em Engenharia Civil, sob a orientação do Prof. Dr. Lucas César Frediani Sant’Ana. MARINGÁ – PR 2017 FOLHA DE APROVAÇÃO SÉRGIO COPELLI FRANCO DE OLIVEIRA QUALIDADE DE PAVIMENTO E DRENAGEM EM AERÓDROMOS: ESTUDO DE CASO DO AEROPORTO REGIONAL DE MARINGÁ-PR Artigo apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Civil da UNICESUMAR – Centro Universitário de Maringá como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel (a) em Engenharia Civil, sob a orientação do Prof. Dr. Lucas César Frediani Sant’Ana. Aprovado em: ____ de _______ de _____. BANCA EXAMINADORA __________________________________________ Nome do professor – (Titulação, nome e Instituição) __________________________________________ Nome do professor - (Titulação, nome e Instituição) __________________________________________ Nome do professor - (Titulação, nome e Instituição) QUALIDADE DE PAVIMENTO E DRENAGEM EM AERÓDROMOS: ESTUDO DE CASO DO AEROPORTO REGIONAL DE MARINGÁ-PR Sérgio Copelli Franco de Oliveira RESUMO Para um funcionamento de um complexo aeroportuário, as necessidades operacionais devem ser adequadas, com excelentes condições como os pavimentos da pista de pouso e decolagem, do taxiamento e dos pátios de manobra de aeronaves. Se essas condições não são respeitadas integralmente, as possibilidades de acidentes se tornam frequentes, e das ocorrências mais comuns estão envolvidos os pavimentos degradados e aquaplanagem. Por isso se fazem necessários nesse caso, políticas e medidas de conservação e de restauração dos pavimentos, incluindo sistemas eficientes de drenagem, diminuindo os riscos de acidentes. Este trabalho tem por objetivo apresentar o estudo da importância da restauração e conservação do pavimento aeroportuário de Maringá, com destaque para a preocupação quanto a eficiência do sistema de drenagem, cumprindo as normas vigentes, proporcionando maior segurança aos usuários. O estudo desenvolvido de análise das condições do aeroporto de Maringá procura discutir o conceito de aderência pneu/pavimento para aeronaves e fazer uma relação com a eficiência do sistema de drenagem da pista, apresentando as propriedades empregadas com finalidade antiderrapante, mostrando como estudo de caso que esse aeroporto tem excelentes condições para seu uso. Palavras-chave: Aderência pneu/pavimento. Aeroportos. Hidroplanagem. Parâmetros Funcionais QUALITY OF PAVING AND DRAINAGE IN AERODROME: A CASE STUDY OF THE REGIONAL AIRPORT OF MARINGÁ-PR ABSTRACT For an airport complex to operate, the operational needs must be adequate, with excellent conditions such as the runway pavements, taxiways and aircraft maneuvering yards. If these conditions are not respected in full, the possibilities of accidents become frequent, and the most common occurrences are degraded pavements and aquaplaning. For this reason, policies and measures for the conservation and restoration of pavements, including efficient drainage systems, are necessary in order to reduce the risk of accidents. This work aims to present the study of the importance of the restoration and conservation of the airport pavement of Maringá, with emphasis on the efficiency of the drainage system, complying with current regulations, providing greater safety to users. The study of the analysis of the conditions of the Maringá airport tries to discuss the concept of tire / pavement adhesion for aircraft and to make a relation with the efficiency of the runway drainage system, presenting the properties used with anti-slip purpose, showing as case study that this airport has excellent conditions for its use. Keywords: Tire/pavement adherence. Airports. Hydroplaning. Functional Parameter. 1 INTRODUÇÃO Quaisquer pavimentos necessitam de atividades regulares para manutenção e reparos, considerando que haja degradação ao passar do tempo e devido ao seu uso. Essa deterioração não reparada em momento oportuno, pode ocasionar graves danos e prejuízos ao usuário e à unidade gestora da operação. Para aeroportos há agravantes pois a degradação pode gerar possiblidades de acidentes. Considerado um dos meios de transportes mais seguros do mundo, o transporte aeroviário demanda de cuidados especiais se comparado aos demais. Um dos momentos que apresenta maiores riscos nesta modalidade de transporte está na decolagem e aterrissagem das aeronaves sendo que “a pista de pouso e decolagem é o principal elemento dentro do Lado Aéreo de um aeródromo” (ALVES, 2014) Para que estes procedimentos se desenvolvam sem imprevistos, é necessário a manutenção da qualidade da pista de pouso e decolagem bem como das pistas adjacentes e do pátio de manobras. Conforme assegura a Organização da Aviação Civil Internacional (International Civil Aviation Organization– ICAO) para que seja minimizado o evento de aquaplanagem, se faz necessário aplicar alguma forma de tratamento nas superfícies dos pavimentos aeroportuários para que sejam propicias e adequadas as características de atrito. Essa recomendação deve-se ao fato de que os eventos ligados a aquaplanagem, responsáveis por inúmeros acidentes e incidentes envolvendo aeronaves, são geralmente ocasionados por deficiências nas características funcionais dos pavimentos (ICAO, 2002). Por isso é preciso aliar as técnicas de manutenção já existentes, com os parâmetros funcionais mais utilizados nas avaliações das condições de superfície dos pavimentos aeroportuários – a drenagem e o coeficiente de atrito. E esse fator com o objetivo de proporcionar maior durabilidade, operacionalidade e segurança à principal infraestrutura de um aeroporto: os pavimentos, em especial a sua pista de pousos e decolagens. Para cada caso de acidentes aéreos tem-se características especificas, que envolvem muitos aspectos, como por exemplo: fisiológicos e psicológicos (aspecto humano), a aeronave e o complexo de engenharia aeronáutica (aspecto material) e o homem no exercício da atividade aérea (aspecto operacional). Ainda além desses aspectos, as condições meteorológicas contribuem de forma muito relevante nos acidentes aéreos, em especial nas condições da pista de pouso. O pavimento da pista de pouso e decolagem molhado é um fator contribuinte para a ocorrência do fenômeno da hidroplanagem (ICAO, 2002). 6 Conforme relata MERIGHI et.al., entre julho de 2005 e março de 2006, portanto num período de 9 meses ocorreram 4 grandes acidentes motivados por derrapagem da aeronave em pistas molhadas ao redor do mundo. Em 2 de agosto de 2005, um avião A-340 da Air France derrapou na pista do aeroporto de Toronto (no Canadá). Ao final da derrapagem e choque com uma mureta lateral, o avião pegou fogo havendo perda total da aeronave, contudo, os passageiros conseguiram escapar do que poderia ter sido uma tragédia. Um mês antes, um avião DC-10, da Bangladesch Birman derrapou no aeroporto de Chittagong (em Bangladexe). A aeronave sofreu danos sérios. Em julho de 2005, um Boeing 747 da Air Índia, derrapou na pista do aeroporto de Mumbai (Índia), indo pararna área de escape do aeroporto não sendo relatado maiores danos materiais ou humanos, exceto a reputação (FORTES et al., 2006). No Brasil, no aeroporto de Congonhas o modelo Airbus A320-233, em 17 de julho de 2007, ao pousar sob chuva e com posições dos manetes irregulares causa uma tragédia que somam 199 mortes entre passageiros e tripulantes do voo. Outro acidente a ser citado no Brasil, ocorre em 21 de março de 2006, um Boeing 737 da companhia aérea BRA ao pousar sob intensa chuva no aeroporto de Congonhas, derrapou e quase provoca uma tragédia como pode ser visto na imagem apresentada na Figura 1. Figura 1: Avião modelo 737 da Companhia aérea BRA em Congonhas - 2006 Fonte: adaptado de FORTES, MERIGHI e BANDEIRA (2006). https://pt.wikipedia.org/wiki/Airbus_A320 7 Foi sob fortes intempéries que os acidentes citados acabaram por ocorrer, mas conforme explica RANGANATHAN, excluindo o último incidente de Congonhas em 2006 com o Boeing 737 que não gerou vítimas fatais, a principal razão pela ocorrência está associada à informação que o piloto recebe, ou seja, que a pista está molhada, isso significa que há menos de 3mm de água na pista. Se ocorrer um aumento da lâmina de água na pista, passa-se à fase de pista contaminada e, a distância de frenagem pode aumentar em 300% em relação à condição de pista seca. Outro ponto a ser analisado para o acidente do voo A-320, em 2007 é que além de o manete estar posicionado de maneira incorreta (acelerando o avião), a pista apresentava pouca aderência pneu-pavimento. Uma adequada operação de pouso ou decolagem depende do contato pneu/pavimento, e da aderência entre ambos. A condição de boa aderência entre o pavimento/pneu pode ser atingida através de uma boa macrotextura e drenagem adequada (FORTES, 2006). A atual Norma Brasileira de Pavimentação com referências de Medina e Motta (2005, p. 14) na citada, NBR 7207/1982, define o pavimento como: [...]“uma estrutura construída após terraplenagem e destinada, econômica e simultaneamente, em seu conjunto, a: resistir e distribuir ao subleito os esforços verticais produzidos pelo trafego; melhorar as condições de rolamento quanto à comodidade e segurança e resistir aos esforços horizontais que nela atuam, tornando mais durável a superfície de rolamento”. (2005, p.14) O pavimento formado por camadas em que o fator geométrico determinante é a espessura, a sua estrutura é definida por camadas semi-finitas e as propriedades física do material mais relevante passa a ser a resistência, resiliência, ou seja, a capacidade de absorver energia de esforços sem sofrer deformações permanentes. Essa camada semi-finita que costuma compor o pavimento (subleito, sub-base, base e revestimento). O subleito faz parte do terreno de fundação do pavimento ou do revestimento, após essa estrutura é realizado o reforço do subleito, uma camada granular executada com a finalidade de corrigir ou melhorar a qualidade do subleito, sobreposta a ela, vem a sub-base, que corresponde a uma camada de suporte complementar à base quando estes não suportam o pavimento. A base corresponde a camada estrutural que irá de fato resistir e distribuir os esforços verticais que as aeronaves irão aplicar no pavimento. O revestimento, uma camada de rolamento que recebe diretamente a ação do trafego e dos fatores climáticos. Este oferece segurança ao rolamento e a sua condição estrutural é a de resistir diretamente às solicitações 8 de trafego e transmitir os esforços às camadas subjacentes. Também deve ser impermeável, e manter suas funções com bom desempenho protegendo as outras subcamadas, trazendo maior durabilidade ao pavimento. No que se refere as tipologias dos pavimentos, que se diferem quanto á rigidez do revestimento caracterizadas a seguir (DNIT, 2005) como: Pavimentos Flexíveis, aqueles constituídos por revestimentos betuminosos sobre base granular ou solo estabilizado. Pavimentos Rígidos, os compostos por placas de cimento Portland justapostas que desempenham a função de revestimento e base, distribuindo os esforços sobre o solo de fundação ou sobre a sub-base. Os Pavimentos Semirrígidos quando a camada de revestimento asfáltica está assentada sobre uma base cimentada, como solo-cimento, solo-cal ou brita graduada tratada com cimento. Pavimentos Compostos, constituídos de uma camada flexível e camada rígida. E também, Pavimentos Invertidos que são constituídos por uma base cimentada, uma base granular e revestimento de concreto asfáltico. Essas características atribuídas pelo DNIT, acabam por conformar as relações da pista pelas distribuições longitudinais e transversais, adequando-as com aplicação de caixas pluviais com dimensionamento correspondente ao desempenho das pistas de pouso e decolagem e atribuídas ao bom escoamento tornam as pistas de pouso e decolagens mais seguras (DNIT, 2005). ATRITO DAS PISTAS – macro e microtexturas: Com o desenvolvimento das aeronaves à tecnologia, resultando em velocidades de decolagem e de pouso elevadas, cresceram as preocupações com a efetividade do atrito que pode obter-se entre os pneus dessas aeronaves e as superfícies dos pavimentos das pistas, sob certas condições de utilização. Conforme as considerações de Fonseca (1990), Kazda e Caves (2000) e ICAO (2002), a textura das superfícies dos pavimentos aeroportuários é caracterizada pela microtextura e pela macrotextura. Pelo fato de que esses são os dois principais elementos que proporcionam características antiderrapantes à superfície dos pavimentos, sendo fundamentais para a composição do coeficiente de atrito e do processo de aderência pneu-pavimento. Entende-se que, enquanto a microtextura diz respeito ao agregado individualmente, a macrotextura, afirma Bernucci et al. (2007), é a textura associada à rugosidade do conjunto 9 mástique asfáltico e agregados e representada pela altura média, em mm, do relevo da superfície. A macrotextura seria o principal responsável pela drenagem ativa de agua da superfície dos pavimentos aeroportuários. Sendo notória a preocupação com relação à impregnação de borracha, conforme demonstra Oliveira (2008), já que esse contaminante pode preencher as ranhuras, reduzindo drasticamente o relevo da macrotextura e impossibilitando o adequado escoamento da agua, favorecendo os eventos de aquaplanagem (OLIVEIRA, 2009). Bem visualizado abaixo, na figura 2. Figura 2 – Representação esquemática da diferença entre microtextura e macrotextura Fonte: GEF-UFSM Tópicos Especiais – Força de Atrito (2006) Dos aspectos que mais influenciam a resistência à derrapagem de aeronaves em superfícies molhadas está a profundidade da macrotextura da superfície dos pavimentos aeroportuários pois possibilita maior ou menor perda de energia ao contato com os pneus (FONSECA, 1990). Segundo Alves (2014), para melhorar a eficiência no atrito pneu- pavimento, além da macroestrutura, pode-se adotar também o grooving ao longo da pista. Para que haja realização do Grooving, algumas considerações são feitas, os aeroportos são classificados de acordo com a capacidade de operação e manejo de passageiros, podendo variar de I a IV, sendo o aeroporto de Maringá classificado no nível V, não precisando de Grooving, segundo as exigências normativas. Manutenção e Reparo das pistas: A manutenção e reparo das pistas são essenciais para o bom funcionamento do aeroporto. As atividades de conservação, segundo o DNIT (2006), destinam-se a preservação dos requisitos do pavimento desde quando originalmente construído ou no estado em que foi 10 restaurado, podendo ser dividida em rotineira e periódica. Para Rodrigues (1999), a conservação pode ser dividida em três categorias: além da rotineira, aquela que não interfere diretamente no pavimento, existe a conservação leve, quando é executada em menores áreas do pavimento,e a conservação pesada, realizada em aplicações contínuas de camadas de pequena espessura. Realizadas conforme as características do aeroporto e seu estado (MERIGHI, FORTES, 2005) . Com base nas classificações das estratégias de manutenção do tipo geral, tem-se indicações de Balbo (1997), Rodrigues (1999), DNIT (2006) e Bernucci et al. (2007), dentre muitos outros autores não citados, mas que correspondem suas pesquisas nesse sentido de conservação e manutenção. 2 DESENVOLVIMENTO Localizado aproximadamente a 12 Km do centro da cidade, o aeroporto de Maringá (SBMG), é delegado pela Prefeitura Municipal de Maringá e administrado pela empresa de economia mista Terminais Aéreos de Maringá (SBMG S.A.). Figura 3 – Localização geográfica do aeroporto de Maringá Fonte: Google Earth (2017) A figura abaixo apresenta o Aeroporto Regional de Maringá em seu projeto arquitetônico com suas especificações e detalhes. Figura 4: Projeto arquitetônico Aeroporto Regional de Maringá 11 Fonte: O Autor (2017). O Aeroporto Regional de Maringá possui ainda um Terminal de Passageiros (TPS) com área de 4.094m² e um Terminal de Cargas (TECA) internacionalizado, o tornando capaz de receber cargas internacionais. No TPS, entre os anos de 2009 e 2014, segundo estudo realizado pelo LabTrans da Universidade Federal de Santa Catarina, registraram um crescimento médio de 19,34%a.a. na movimentação de passageiros. No mesmo período, por volta de 97% dos passageiros que utilizaram dos serviços do aeroporto, foram voos regulares, como demonstra o Gráfico 1: Gráfico 1 – Características da movimentação de passageiros do Aeroporto de Maringá ANO PASSAGEIROS (EM MILHARES) 2009 359 2010 487 2011 672 2012 762 2013 732 2014 831 2015 441 2016 348 12 Fonte: Análise de dados obtidos no Sistema Hórus e AirLink – Relatório Gerencial. Elaboração: Aeroporto de Maringá (2017) Como observado graficamente e com o apoio dos registros operacionais, o Aeroporto de Maringá sofreu uma queda abrupta em seus voos comerciais, sendo bem considerável o ano de 2016, que corresponde a mais de 50% de redução quando comparado com o ano de 2014, em que o aeroporto operou com condições normais e suficientes. Ainda em relação ao crescimento e aos bons resultados do aeroporto em anos consecutivos de 2009 a 2014, foi possível a realização de projeções futuras de como se comportaria o aumento de pousos e decolagens e possíveis transportes de cargas através do Aeroporto Regional de Maringá. Considerando essa projeção de demanda de passageiros, fornecida pela Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República (SAC/PR), a tendência de crescimento para os próximos anos trouxe a ideia positiva de implantação de novas reservas monetárias para reformas, manutenções e futuras ampliações, mesmo com o comportamento de redução de demanda, já que esse fato tem sido influenciado pela crise econômica que o Brasil vem enfrentando. Os investimentos ainda englobam impactos positivos no Polo Aeronáutico e na Cidade Industrial, além da movimentação de passageiros e no transporte aéreo de cargas. Quando analisada a gestão aeroportuária, deve ser realizada uma categorização de aeroportos regionais no Brasil, que tem como critério principal a movimentação de WLU3 (do inglês – Work Load Units). Essa categorização fica disponível no Relatório de Metodologia, desenvolvido pelo LabTrans/UFSC e entregue à SAC/PR. Conforme essa categorização, o Aeroporto de Maringá está inserido na Categoria V. Em relação ao nível de serviço oferecido, o Aeroporto segue as exigências estipuladas pela International Air TRansport Association (IATA) no ano de 2014, em que são avaliados os componentes operacionais localizados no terminal aeroportuário, e cabe destacar que a metodologia da IATA diz respeito as práticas internacionais, dessa forma, as classificações dos aeroportos regionais brasileiros que foram classificados distinguem-se em: superdimensionado, quando por excesso de espaço e/ou provisão de recursos; ótimo, quando o nível de recursos é adequado; e subótimo, qualificado pela escassez de recursos ao processamento de passageiros. Cabe destacar outro ponto em que o Aeroporto Regional de Maringá apresenta ótimas conformidades com as normas implantadas e regimentadas no Brasil e mundo, uma delas se refere ao bom funcionamento das pistas de pouso e decolagem devido sua execução 13 evitando a aquaplanagem. O fenômeno de aquaplanagem se dá quando a profundidade média de depressão na pista exceder 3 mm sobre uma distância longitudinal de 500ft (152m), e largura de 12 metros em relação ao eixo da pista, pelas conformidades da RBAC 153, emenda 01/153.205 (2016), que para o caso de Maringá não acontece. E, quando a torre de comando repassa as informações de pouso e decolagem, essas características já estão analisadas. Caso haja agua na pista sob condições inseguras para pouso e decolagem, deve ser realizada a manutenção e reparos necessários, garantindo e excelência de operação do aeroporto. Ainda quando se trata das características do Aeroporto Regional de Maringá cabe salientar suas boas competências e atribuições no que diz respeito ao atrito pneu-pavimento, que por seu planejamento e execuções dão ao aeroporto tais qualidades. Sendo assim, o levantamento realizado pelo Comando da Aeronáutica, no Departamento de Controle do Espaço Aéreo, pela Divisão de Coordenação e Controle, com dados armazenados no Sumario Geral dos dias 18, 19 e 20, de maio de 2017, em que houveram precipitações nos respectivos dias consecutivos e sem acumulo de água nas pistas de pouso e de decolagem, pode ser observado na tabela abaixo, com base nos indicadores de localidade: SBMG; Maringá – PR; de classe aeroportuária 2, latitude 23º28’S, longitude 052º00’W: Tabela 1 – Resultado dos dias 18,19 e 20 de maio de 2017, com referência nos dados obtidos: CARACTERÍSTICAS DIA 18/05/2017 DIA 19/05/2017 DIA 20/05/2017 UMIDADE RELATIVA (UR) 96% 98% 98% PRECIPITAÇÃO TOTAL (PRP) 23,4 83,7 12,3 HORAS DE PRECIPITAÇÃO 06:12h 15:19h 04:43h PRECIPITAÇÃO MÁX. EM 60MIN 7.9 16.3 5 HORA DE PRECIPITAÇÃO MÁX. 06:00h 14:00h 00:00h Fonte: Comando da Aeronáutica – Departamento de controle do espaço aéreo (2017). Através da tabela acima, existe a verificação de como se comporta o aeroporto em condições climáticas em que mesmo com grandes precipitações evita a aquaplanagem. Nas fotos abaixo, são apresentados os dias correspondentes, e pelo bom manejo de agua das pistas, a segurança das mesmas são mantidas. A eficiência dos dissipadores, que bem planejados também tem executado sua função, como é visto abaixo, nas imagens: 14 Imagem 3: Dissipadores Fonte: Autor (2017). Com a função de canalizar a agua que desce através das galerias pluviais, os dissipadores têm papel importante, pois são responsáveis por reduzir a energia da queda d’água quando lançada aos emissários, que são eles: Ribeirão Floriano, Ribeirão Pirapó, Ribeirão Pinguim, Ribeirão Paiçandu. Isso feito diminui os riscos de impactos ambientais como erosões e futuras voçorocas Além desses, as galerias de aguas pluviais tem papel importante, pois são elas que recebem todo o fluxo de agua que não evaporou ou dissipou até as margens da pista. No caso do Aeroporto de Maringá, é bem visto pois mesmo em dias com grandes volumes de precipitações e dias consecutivos de chuvas fortes, ainda apresenta um bom comportamento, captando toda essa agua, sem gerar acúmulos nas pistas; dado seu bom projeto e dimensionamento das caixas. Figura 4: Galerias de aguas pluviais do Aeroporto Regional de Maringá. 15 Fonte: Autor (2017). Conforme o aplicado pelo DNIT, tem-se que relacionando os bons desempenhos das pistas de pouso e decolagem do aeroporto de Maringá, pode-se afirmar pelos correspondentes dados de estudoque o bom escoamento de agua pluvial se dá através da boa execução das mesmas, e ainda pelo escoamento eficaz das pistas através do seu perfil longitudinal e transversal favorecendo o desempenho do uso das caixas pluviais bem dimensionadas. As pistas apresentam excelente desempenho no que diz respeito a elaboração de projetos, execução dos mesmos conforme o DNIT recomenda, utilização dos materiais de qualidade e administração das possíveis manutenções e reparos que a pista apresenta. Um ponto a ser também analisado é em relação ao posicionamento da angulação transversal e longitudinal, que dispostas corretamente auxiliam o bom desempenho de pouso e decolagem, como visto na imagem abaixo: Figura 5: Posicionamento transversal e longitudinal das pistas de pouso e decolagem 16 Fonte: Imagem tirada em visita técnica ao aeroporto (2017). Conforme visto pela figura 5, o bom desempenho das pistas está relacionado a execução exigida pelas normas, e a angulação das pistas contribuem para esse desempenho. Para o projetista de aeroportos é essencial conhecer essas tendências de tamanho, velocidade, os requisitos das pistas e mais outras características envolvidas que influenciam as necessidades a serem implementadas em um aeroporto. Para melhor visualização dos cortes, podem-se observar as imagens abaixo, com detalhamento de projeto e as cotas utilizadas para inclinação longitudinais e transversais e o modelo graficamente apresentado acima, disposto na figura abaixo: Figura 5: Corte das pistas 17 Fonte: O Autor (2017). Esses requisitos operacionais historicamente se deram numa intensidade mais elevada nos primórdios da aviação, e a partir da década de 1970, os progressos tecnológicos passaram a propiciar as melhores condições, exigindo menos recursos na geometria e infraestrutura, pelo comportamento da indústria de aviões que se desenvolveu para uso de materiais mais leves e melhores desempenho nas operações. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 18 Pelo estudo de caso realizado no Aeroporto Regional de Maringá, através dos dados recolhidos pela central de informações e pelo Comando da Aeronáutica, do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, pode-se analisar, estudar e aferir as boas condições em que o Aeroporto opera, pois, suas qualificações são dadas devido ao bom desempenho operacional e sem dúvidas a execução das atividades de elaboração dos projetos e pistas conforme o que descreve o DNIT. Conforme o aplicado pelo DNIT, tem-se que relacionando os bons desempenhos das pistas de pouso e decolagem do aeroporto de Maringá, pode-se afirmar pelos correspondentes dados de estudo que o bom escoamento de agua pluvial se dá através da boa execução das mesmas, e ainda pelo escoamento eficaz das pistas através do seu perfil longitudinal e transversal com angulações ideais, favorecendo o desempenho do uso das caixas pluviais bem dimensionadas. As pistas apresentam bom desempenho por também em tempos apropriados manter a manutenção e reparos necessários. Em conformidade com as normas vigentes e órgãos que monitoram e fiscalizam os Aeroportos Regionais, a gestão operacional de Maringá se destaca, seus coeficientes de atrito pneu-pavimento são efetivos segundo o que determina a ANAC e ICAO, as pistas de pouso e decolagem operam com excelente desempenho em conformidade com o DNIT, também nota- se em relação as pistas que o fenômeno de aquaplanagem é controlado anualmente através do nível d’água na pista, conforme a RBAC 153, o que observa-se através do estudo e tabela – 1, em que mesmo com grandes precipitações não gera possibilidades para o fenômeno de aquaplanagem, sendo então um Aeroporto Regional que desempenha suas operações com eficiência e eficácia. CONCLUSÃO Nesse estudo de caso podemos observar que a aderência pneu-pavimento está associada as condições favoráveis para drenagem e contato entre o pneu e pavimento. Para que haja boas condições de dirigibilidade é necessário que a macro e microtextura estejam em conformidades. Mesmo que quando não há escoamento ou despejo completo das aguas pluviais, a superfície quando bem planejada e executada se torna suficiente para o bom uso da estrutura aeroportuária, pois serão recolhidas as aguas através dos dissipadores que chegarão aos emissários com redução de energia, mas se não são eficientes podem causar erosões superficiais, e devem necessariamente ser tratadas antes de se tornarem voçorocas ou ravinas. 19 Com o estudo de projeção de passageiros que o Aeroporto Regional de Maringá tenderá a receber, serão investidos 120 milhões de reais para manutenção, reparos e ampliação das pistas, bem como o aeroporto em si, o que garante ainda mais as competências do Aeroporto, esses investimentos aplicados se devem ao seu desempenho. REFERÊNCIAS ANAC (2009) Resolução Nº 88, de 11 de maio de 2009.Agência Nacional de Aviação Civil. Disponível em <http://www.anac.gov.br>. Acessado em 21/09/2017. ASTM E867-97 Historical Standard: ASTM E867-97 Terminology Relating to Vehicle- Pavement Systems. (1997). BALBO, J. T. (1997) Pavimentos Asfálticos – Patologia e Manutenção.Ed. Plêiade. São Paulo (2009). BERNUCCI, L. B., MOTA, L. M. G., CERATI, J. A. P. e SOARES, J. B. (2007) Pavimentação Asfáltica. Formação Básica para Engenheiros.Petrobras. Abeda. Rio de Janeiro, RJ (2007). FORTES, R.M.; MERIGHI, J.V. AND BANDEIRA, A. Study of the Concept of Porous Concrete for use on Airport Runways - Southern African Transport Conference (SATC 2006). 10 e 14 Jul. 2006. (A), Pretoria, South Africa .DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO (DECEA). ICA 63-10. 2014. Disponível em: <http://publicacoes.decea.gov.br/?i=publicacao&id=4063>. Acesso em: set. 2017. DAC (2001) Requisitos de Resistência à Derrapagem para Pistas de Pouso e Decolagem – IAC 4302.Instrução Aviação Civil. Departamento de Aviação Civil. Brasília, DF (2001). DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO (DECEA). ICA 63-10. 2014. Disponível em: <http://publicacoes.decea.gov.br/?i=publicacao&id=4063>. Acesso em: set. 2017. DNIT (2006) Manual de Restauração de Pavimentos Asfálticos.Departamento Nacional de InfraEstrutura de Transportes. Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Rio de Janeiro, RJ (2006). FONSECA, O. A. (1990) Manutenção de Pavimentos de Aeroportos. Diretoria de Engenharia da Aeronáutica. Ministério da Aeronáutica. Brasília, DF (1990). GEF-UFSM- GRUPO DE ENSINO DE FÍSICA – UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA –Tópicos Especiais – Forças de Atrito - <http://www.ufsm.br/gef/index.html#inicio>- Acesso em 22/09/2017. GOOGLE EARTH. 2017. Disponível em: <https://www.google.com/earth/>. Acesso em: 19 set. 2017. 20 ICAO (2002) Manual de servicios de aeropuertos. Parte 2. Estado dela superficie de los pavimentos. Cuarta edición. Organización de Aviación Civil Internacional. Lima, Peru (2002). ICAO (2004) Annex 14 to the Convention on International Civil Aviation. Aerodrome Design and Operations. Volume I. 4thEdition. International Civil Aviation Organization. Canada (2004). KAZDA, A. e CAVES, R. E. (2000) Airport Design and Operation. Ed. Pergamon. New York(2000). MERIGHI, J.V.; FORTES, R.M. Study Of Laboratory Properties Of Ogfc Considering Stone-On-Stone Contact. Southern African Transport Conference (Satc 2005). 11 e 15 Jul. 2005 (A), Pretoria, South Africa. OLIVEIRA, Carlos Gastão Macedo – Estudo de Propriedades Mecânicas e Hidráulicas do Concreto Asfáltico Drenante – Distrito Federal, 2003 – xvii, 87 p., 210 x 297 mm (ENC/FT/UnB, Mestre, Geotecnia, 2003) – Dissertação de Mestrado – Universidade de Brasília, Faculdade de Tecnologia, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental. <http://www.unb.br/ft/enc/geotecnia/teses/GDM111A03.pdf>- Acesso em 22/09/2017 OLIVEIRA, F. H. L. (2008) Considerações sobre a Prática dos Serviçosde Remoção de Borracha em Pavimentos Aeroportuários. In: 39ª. Reunião Anual de Pavimentação – 39ª. RAPv. 13º. Encontro Nacional de Conservação Rodoviária– 13º. ENACOR. Set. 2008. Recife/PE (2008). OLIVEIRA, F. H. L. (2009) Proposição de Estratégias de Manutenção de Pavimentos Aeroportuários baseadas na Macrotextura e no Atrito: Estudo de Caso do Aeroporto Internacional de Fortaleza.Dissertação de Mestrado, Programa de Mestrado em Engenharia de Transportes, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, p. 178. (2009). OLIVEIRA, F. H. L. e NOBRE JÚNIOR, E. F. (2008) Proposição de um Sistema de Gerência de Pavimentos Aeroportuários Baseados na Macrotextura e no Atrito: Estudo de Caso do Aeroporto Internacional de Fortaleza. In: XXII Congresso Nacional de Pesquisa e Ensino em Transportes - ANPET. Nov. 2008. Fortaleza/CE (2008). PONCINO, H., (2001) Aderencia neumático-pavimento. Conceptos Generales. Estado del Conocimiento. Boletim de lá Comission Permanente del Asfalto. Nº 94, Buenos Aires, Argentina. RANGANATHAN, A., 2005. http://www.thehindu.com Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC) n. º153. Emenda n. º00 Aeródromos: Operação, Manutenção e Resposta à Emergência. Aprovação: Resolução n. º240, de 26 de junho de 2012, publicada no Diário Oficial da União de 3 de julho de 2012, Seção 1, página 2. (Em vigor em 30 de dezembro de 2012). Brasília, 2012. [2012a]. Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/biblioteca/rbac/RBAC153EMD00.pdf>. Acesso em: set. 2017. RODRIGUES, R. M. (1999) Gerência de Pavimentos.Notas de aula – Parte II. Instituto Tecnológico da Aeronáutica. Centro Aeroespacial. São José dos Campos/SP (1999). 21 APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS Abaixo segue implantação técnica do projeto arquitetônico do Aeroporto Regional de Maringá: PÇ.ART. 2 H SCI PO 1 PCV 2 STOP PÇ.ART. 3 EMS AE 02 PÇ. ART. 1 TECA PCV 1 PP 02 2100 X 45 P.VIG. 1 STOP G 03 G 02 WAY TAXI "C" PP 05 PTC PÁTIO AVIAÇÃO GERAL 100 X 99 TAXI "B" WAY L 2 H2O H2O 4 S N O H2O 3 H2O PÁTIO PRINCIPAL 124 X 130 1 1 0 2 8 NDB PP 03 PP 04 PP 06 PP 07 PO 04 PO 03 PO 02 PP 01 AE 01 AE 03 01 03 04 02 1 2 3 4 5 6 7 8 9 11 12 141516171819202122232425 26272829 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 83 84 85 86 87 88 89 90 9192 939495 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 107 108 109 110 112 113 115 116117 130 131 132 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167168169 170171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182183127 128 129 133 30 31 32 33 79 80 81 82 47 48 49 50 55B 56 57 59 60 61 51 52 53 54 Torneira Elétrica INGÁ LOCALIZA SCI x x DEPÓSITO SHELL AIR BP DEPÓSITO COMBUSTÍVEL COMBUSTÍVEL PETROBRÁS Poste com câmera Fossa Mastros Portão Entrada Containers E n tr a d a para bandeiras E l e t r é t r i c a 46 55A 55C 29.5991 Caixa de passagem - Elétrica Caixa de passagem - Elétrica Caixa de passagem - Elétrica Fossa Fossa PÁTIO FEIRA GUARITA 01 (DILACERADOR) 106 111 1 1 8 1 1 9 1 2 0 0 . 8 0 0 . 8 0 Caixa de passagem - Elétrica H H H H HHH H H H H H H H H TPS PO 2 KF PE 0 . 6 0 0 . 6 0 T A X I " A " V I A P A V I M E N T A D A P A R A C C I PAPI ATR42 ATR72 B737-700 F100 B737-800 EMB120 A320 ATR42 F100 ATR72 B737-700 EMB120 B737-800 A320 ATR42 ATR72 B737-700 F100 B737-800 EMB120 A320 ATR42 ATR72 B737-700 F100 B737-800 EMB120 A320 ATR42 ATR72 B737-700 B737-800 EMB120 A320 ATR42 ATR72 B737-700 EMB120 A320 ATR42 ATR72 B737-700 B737-800 EMB120 A320 ATR42 ATR72 B737-700 B737-800 EMB120 A320 B747-400 B747-400 B767-200 B737-800 B767-200 AMBULÂNCIA SP3 SP1 SP2 HH 58 AutoCAD SHX Text BIRUTA AutoCAD SHX Text ANTENA AutoCAD SHX Text METEOROLÓGICA AutoCAD SHX Text RODOVIA
Compartilhar