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G RU PO SER ED U CACIO N AL gente criando o futuro SISTEM A D E TRAN SPO RTE: PO RTO S, FER RO VIAS E AERO PO RTO S Emmanuelle Maria Gonçalves Lorena SISTEMA DE TRANSPORTE: PORTOS, FERROVIAS E AEROPORTOS Emmanuelle Maria Gonçalves Lorena SISTEMA DE TRANSPORTE: PORTOS, FERROVIAS E AEROPORTOS Capa para impressão_2022 1,3Capa para impressão_2022 1,3 08/09/2022 08:23:2008/09/2022 08:23:20 Sistema de Transporte: Portos, ferrovias e aeroportos Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 1Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 1 06/09/2022 05:14:4906/09/2022 05:14:49 © by Ser Educacional Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. Imagens e Ícones: ©Shutterstock, ©Freepik, ©Unsplash. Diretor de EAD: Enzo Moreira. Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato. Coordenadora de projetos EAD: Jennifer dos Santos Sousa. Equipe de Designers Instrucionais: Gabriela Falcão; José Carlos Mello; Lara Salviano; Leide Rúbia; Márcia Gouveia; Mariana Fernandes; Mônica Oliveira e Talita Bruto. Equipe de Revisores: Camila Taís da Silva; Isis de Paula Oliveira; José Felipe Soares; Nomager Fabiolo Nunes. Equipe de Designers gráficos: Bruna Helena Ferreira; Danielle Almeida; Jonas Fragoso; Lucas Amaral, Sabrina Guimarães, Sérgio Ramos e Rafael Carvalho. Ilustrador: João Henrique Martins. LORENA, Emmanuelle Maria Gonçalves. Sistemas de Transporte – Portos, ferrovias e aeroportos Recife: Grupo Ser Educacional - 2022. 136 p.: pdf ISBN: 978-65-81507-32-9 1. Transportes 2. Modais 3. Cargas. Grupo Ser Educacional Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro CEP: 50100-160, Recife - PE PABX: (81) 3413-4611 E-mail: sereducacional@sereducacional.com Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 2Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 2 06/09/2022 05:14:4906/09/2022 05:14:49 Iconografia Estes ícones irão aparecer ao longo de sua leitura: ACESSE Links que complementam o contéudo. OBJETIVO Descrição do conteúdo abordado. IMPORTANTE Informações importantes que merecem atenção. OBSERVAÇÃO Nota sobre uma informação. PALAVRAS DO PROFESSOR/AUTOR Nota pessoal e particular do autor. PODCAST Recomendação de podcasts. REFLITA Convite a reflexão sobre um determinado texto. RESUMINDO Um resumo sobre o que foi visto no conteúdo. SAIBA MAIS Informações extras sobre o conteúdo. SINTETIZANDO Uma síntese sobre o conteúdo estudado. VOCÊ SABIA? Informações complementares. ASSISTA Recomendação de vídeos e videoaulas. ATENÇÃO Informações importantes que merecem maior atenção. CURIOSIDADES Informações interessantes e relevantes. CONTEXTUALIZANDO Contextualização sobre o tema abordado. DEFINIÇÃO Definição sobre o tema abordado. DICA Dicas interessantes sobre o tema abordado. EXEMPLIFICANDO Exemplos e explicações para melhor absorção do tema. EXEMPLO Exemplos sobre o tema abordado. FIQUE DE OLHO Informações que merecem relevância. Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 3Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 3 06/09/2022 05:14:4906/09/2022 05:14:49 SUMÁRIO UNIDADE 1 Objetivos...........................................................................................09 Introdução ........................................................................................10 Temática – Conceitos introdutórios aos Sistemas de Transporte ...11 Temática – Base histórica dos Sistemas de Transporte......................13 Içar velas, levantar âncoras........................................................13 E para não ficar fora dos trilhos................................................14 Partindo para uma próxima estação........................................15 Vamos levantar voo .......................................................................17 Temática – Detalhes característicos dos Sistemas de Transporte.20 Temática – Agências Nacionais dos Sistemas de Transporte.........29 UNIDADE 2 Objetivos ...........................................................................................31 Introdução........................................................................................32 Conceitos e características do transporte aquaviário....................33 Conceitos............................................................................................................33 Características..................................................................................................33 Transporte marítimo.......................................................................34 Embarcações e cargas.....................................................................................34 Tipos de cargas e embarcações ...................................................................35 Infraestrutura e obras para transporte aquaviário.......................38 Obras de engenharia para infraestrutura................................................38 Hidrovias fluviais.............................................................................46 Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 4Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 4 06/09/2022 05:14:4906/09/2022 05:14:49 Embarcações fluviais.......................................................................48 Tipo de Embarcação fluviais........................................................................48 Dimensões básicas para canais de navegação................................50 Rotina de cálculo para canais fluviais.......................................................51 Largura mínima do canal..............................................................................52 Vão e Altura Livres nas Pontes.....................................................................52 Profundidade Mínima....................................................................................52 Velocidade máxima das águas.....................................................................52 Raios mínimos de curvatura e sobrelargura...........................................53 Porto .................................................................................................53 Portos do Brasil ...............................................................................................53 UNIDADE 3 Objetivos...........................................................................................57 Introdução .......................................................................................58 Planejamento, o projeto e implantação.........................................59 Comparativo entre os modais.....................................................................60 Características dos aeroportos...................................................................61 Componente físico do sistema....................................................................62 Dimensionamento e projeto............................................................68 Conceitos iniciais.............................................................................................68 Objeto de transporte.......................................................................................68 Terminais de Passageiros (TPS).................................................................70 Finger píer..........................................................................................................72 Satélite................................................................................................................73 Linear..................................................................................................................74Remoto................................................................................................................76 Dimensionamento e Avaliação de Capacidade.......................................79 Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 5Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 5 06/09/2022 05:14:4906/09/2022 05:14:49 Camadas dos pavimentos da pista......................................................87 Comprimento de Pista.............................................................................94 Comprimento de Pista – decolagem sem falha..............................98 Dimensionamento de pista de taxiamento......................................98 Plano de operação de sistemas aeroviários............................101 Plano Aeroviário......................................................................................101 Plano Aeroviário Estadual....................................................................103 UNIDADE 4 Ojetivo........................................................................................105 Introdução.................................................................................106 Conceitos e características do transporte ferroviário............107 Estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTA).107 Estudos de engenharia.............................................................109 Características importantes da via/veículo.....................................111 Projeto horizontal....................................................................................111 Características importantes da via/veículo.....................................111 Superelevação...........................................................................................112 Infraestrutura ferroviária.........................................................116 Superestrutura ferroviária.......................................................120 Sublastro.....................................................................................................121 Lastro...........................................................................................................123 Via permanente – trilhos e dormentes.............................................124 Plataforma ferroviária...........................................................................128 Referências Bibliográficas........................................................129 Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 6Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 6 06/09/2022 05:14:4906/09/2022 05:14:49 Apresentação Olá, aluno (a)! A disciplina de Sistemas de Transporte vem trazer os conhe- cimentos necessários à atuação do Engenheiro Civil para os estudos de Portos, Aeroportos e Ferrovias, desde conceitos iniciais, passando por conhecimento para estudo, planejamento, projeto e especificação, bem como execução de obra e manutenção dos serviços técnicos. Esses assuntos são considerados como requisitos de habilitação únicos aos Engenheiros Civis e de Fortificação e Construção conforme determina o art. 7 da Resolução nº 218 de 1973 do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea). O objetivo desse conteúdo deve permitir a conquista de conhe- cimentos específicos para a atuação profissional em infraestrutura de transportes, nos quais iremos compreender condições para estudo de viabilidade técnico-financeiro-ambiental em Sistemas de transporte, capacidade técnica para especificar, dimensionar, projetar e executar infraestrutura dos transportes. Bem-vindo(a) e bons estudos! Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 7Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 7 06/09/2022 05:14:4906/09/2022 05:14:49 Autoria Emmanuelle Maria Gonçalves Lorena A professora Emmanuelle Maria Gonçalves Lorena é graduada (2003) em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universida- de de Pernambuco (Poli-UPE) e mestre (2016) em Engenharia Am- biental pela Universidade Federal Rural de Pernambuco. Tem atuação desde 2003 em projetos, execução e fiscalização em sistemas de transporte e em obras de edificações, e possui expe- riência em docência em ensino à distância e presencial ao nível de formação técnica, de graduação e pós-graduação desde 2006. Curriculo Lattes Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 8Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 8 06/09/2022 05:14:4906/09/2022 05:14:49 UN ID AD E 1 Objetivos ◼ Distinguir as características dos sistemas de transporte; ◼ Conhecer os dados históricos e atuais dos sistemas de transporte; ◼ Apresentar requisitos regulatórios e técnicos dos sistemas de transporte; ◼ Conceituar as demandas de infraestrutura de transportes no Brasil. Sistemas de transporte Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 9Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 9 06/09/2022 05:14:4906/09/2022 05:14:49 10 Introdução Ao começarmos nossos estudos iremos passar pelos conceitos ini- ciais e históricos dos principais sistemas de transporte, como tam- bém conhecer suas características, particularidades e as necessi- dades de infraestrutura, como seus requisitos legais por meio de normas e regulamentação. Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 10Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 10 06/09/2022 05:14:4906/09/2022 05:14:49 11 Temática – Conceitos introdutórios aos Sistemas de Transporte Para percorrer os caminhos da disciplina Sistemas de Transporte: Portos, Aeroportos e Ferrovias, começaremos abordando temas con- ceituais que são balizadores dos nossos conhecimentos e promovem o nivelamento no processo de aprendizagem. E será nesse instante que precisaremos compreender que os Sistemas de Transporte são considerados uma junção de componentes que tem como objetivo o deslocamento de pessoas e de cargas para o ponto de destino. Nesse contexto, e apoiados com o nosso entendimento como ser social (coletividade), entendemos que esses componentes têm papéis fundamentais no desenvolvimento de uma sociedade e, de uma forma geral, como fatores para o desenvolvimento sustentável de um país. Um sistema de transporte trata do deslocamento de bens ou pessoas entre pontos de origem e destino. Assim, o transporte é fa- tor essencial ao desenvolvimento de uma empresa, cidade, região ou nação. E dele depende o desenvolvimento de uma localidade em relação à economia e fundamentalmente de itens como: Alimenta- ção, Educação, Energia, Saúde e Transportes. Como parte do nosso cotidiano, percebemos que os trans- portes exibem características variadas quanto à infraestrutura, aos veículos, às condições técnicas, aos custos, aos fatores ambientais e também quanto às necessidades da coletividade. Todos os países necessitam de políticas eficientes de transportes, tanto de cargas como pessoas, interligadas a rotas comerciais globais. O termo in- fraestrutura remete às redes de transportes: rodoviária, ferroviária, aéreo, aquaviário e dutoviário, destacando respectivamente as ro- dovias, estradas e vias, as estações ferroviárias, os aeroportos, as hidrovias e portos, as tubulações e todo o tipo de estrutura similar. Na época atual, atingimos uma grande diversidade de veícu- los de transportes como: automóveis, locomotivas, aviões, navios, dentre outros, com as mais variadas formas de conhecimento, ciên- cia e tecnologia aplicadas. Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 11Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 11 06/09/2022 05:14:4906/09/2022 05:14:49 12 De forma a agrupar os diversos tipos de veículos de transpor- te e suas infraestruturas (vias de acesso, veículos e unidades orga- nizacionais), podemos utilizar o termo “Modal”, como um método ou forma de se realizar o transporte. Buscaremos, no estudo dos modais de transporte e de seus atributos, a compreensão fundamental para fomentar as tomadas de decisões relacionadas à temática de transporte de pessoase car- gas (Figura 1). Figura 1-Principais modais de transporte Fonte: A autora (2022). O transporte possui inúmeras características, como: Infraestrutura: compreende-se por meio de uma rede de trans- porte fluvial, rodoviária, tubular, ferroviária, aérea, e seus ter- minais; Veículos: como motocicletas, automóveis, ônibus, bici- cletas e aviões, motorizados e não motorizados. É importante analisar também a razão do uso do transporte, a finalidade da viagem (estudos, negócios, lazer, esporte, e outras necessidades específicas como ir ao correio, médico e etc). Verificar se é para deslocamento de cargas, como entrega de materiais, co- leta, mudanças, entre outros. Outro ponto importante que deve ser analisado é a sustentabilidade do meio de transporte, a despesa, se ele é público ou particular. Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 12Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 12 06/09/2022 05:14:4906/09/2022 05:14:49 13 Temática – Base histórica dos Sistemas de Transporte A nossa evolução tecnológica para o uso dos Sistemas de transpor- te passou e passa por constante avanço, e será nesse momento no nosso estudo que abordaremos um pouco da base histórica quanto aos modais de transportes e depois demonstraremos um panorama mundo e Brasil das suas aplicações e reforçaremos quanto à situa- ção atual no nosso país, e, claro, por final, iremos colocar os pontos de carência, fatores importantes para o estudo técnico e para em- pregabilidade dos Engenheiros Civis. Começaremos a entender como surgiram os transportes e sua infraestrutura, passaremos um pouco a pensar que a forma de se locomover é uma constante necessidade do ser humano, buscando sempre um meio de transpor obstáculos e alcançar localidades dis- tantes, em tempo cada vez mais reduzido, com segurança e baixo custo (Figura 2). Figura 2 - Relação tempo, custo e segurança Fonte: A autora (2022). Içar velas, levantar âncoras... A partir da necessidade de deslocamento, alguns povos da anti- guidade iniciaram o processo de navegação e criaram as primeiras embarcações, consideradas de pequeno porte, com a finalidade de realizar novas conquistas territoriais, troca de mercadorias e tam- Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 13Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 13 06/09/2022 05:14:5006/09/2022 05:14:50 14 bém como apoio às batalhas. Podemos dizer que, entre os séculos VII e XI, as embarcações já se apresentavam mais ágeis e fáceis de manobrar, percebendo uma constante evolução, e, com a chegada da Idade Média, os europeus que já detinham dos povos da Idade Antiga conhecimentos de limites dos territórios. Foi desta forma que o ser humano avançou em novos conti- nentes com grandes navegações, na dita Era dos descobrimentos, entre os séculos XV e XVII, quando os povos da Europa atuavam em novas rotas comerciais pelos Oceanos Atlântico, Índico e Pacífico e essas descobertas resultaram no mapeamento do mundo, contatos culturais com outros territórios e demarcações de fronteiras. E para não ficar fora dos trilhos... Os historiadores destacam que o traçado das locomotivas a vapor pode ter sido iniciado quando, em 1698, Thomas Savery usou má- quinas a vapor para mover carvão para fora das minas. E, antes dele, foram registradas várias outras tentativas para chegar à primeira locomotiva a vapor. Foi no ano de 1803 que o engenheiro inglês Richard Trevithick construiu um veículo a vapor similar a uma locomotiva, que pesava 5 toneladas e se locomovia de forma lenta a 5 km/h. Os dados histó- ricos comentam que ele teve apenas a ideia de associar o mecanismo de máquinas a vapor com a locomotiva sobre trilhos de ferro. Podemos dizer que a ideia de James Watt, em 1763, de pro- jetar um caminho cilíndrico para que um pistão dentro pudesse se deslocar foi precursora para os demais caminhos. As bases históricas dão crédito a George Stephenson (Ingla- terra) a ser o verdadeiro criador da tração a vapor em estrada de ferro, pois compreendeu o princípio de aderência de rodas lisas em uma superfície lisa. E a partir de suas construções, como a locomo- tiva Blücher (1813) puxando 8 vagões com 30 toneladas. Mas, só a partir de 1840 o crescimento tecnológico advindo da Revolução In- dustrial promoveu o aumento das construções de ferrovias na In- glaterra, sendo fator histórico no tocante à economia. Assim, as primeiras ferrovias dispunham de grandes índices de acidentes. Somente no meio do século XIX apresentaram signi- Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 14Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 14 06/09/2022 05:14:5006/09/2022 05:14:50 15 ficativas inovações tecnológicas para melhorar a segurança desse transporte em estradas de ferro. Um destaque foi o ano de 1869, quando o inventor George Westighouse (EUA) patenteou o freio a ar no qual os trens poderiam reduzir ou parar de forma mais rápida e segura dos que os freios já existentes. Nessa época, outras patentes surgiram, como o Dispositivo de Engate de Vagões de forma automática registrado por Ely Janney (EUA), invenção que reduziu acidentes de empregados e encarre- gados do processo de operação de freios e chaves. Ainda em 1872, o engenheiro William Robinson (EUA) registrou a patente do Circuito de Linha para sistemas de sinalização de forma automática. Partindo para uma próxima estação... A ferrovia no Brasil teve sua primeira tentativa de origem no ano de 1835 quando o Regente Diogo Antônio Feijó concedeu favores por meio de lei para quem construísse e explorasse uma linha de ferro ligando o Rio de Janeiro, na época capital do império, até as capi- tais das províncias de Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Bahia. Porém, não alcançou sucesso, por não haver interessados na demanda. Ainda, em 1836, houve a criação de um plano de viação que também não obteve os resultados desejados. Poucos anos depois, outra tentativa que fracassou, quando, em 1840, o inglês Thomas Cockrane conseguiu, com bastantes di- reitos e privilégios, a concessão da estrada de ferro que ligava Rio de Janeiro a São Paulo, porém não ocorreram os investimentos neces- sários por ausência de credibilidade no negócio. Mas, depois dessas tentativas, em 1852 foi iniciada a constru- ção da estrada de ligação entre o Porto de Mauá e a Raiz da Serra, em Petrópolis, por meio da iniciativa de Irineu Evangelista de Souza e do Barão de Mauá. Assim, foi inaugurada a primeira Estrada de Fer- ro do Brasil, com 14,5km de extensão percorridos pela locomotiva chamada de “A Baroneza”. De origem Inglesa, a locomotiva possuía sete metros e meio de comprimento, dois metros e meio de largura e pesava 17 toneladas. (Figura 3). Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 15Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 15 06/09/2022 05:14:5006/09/2022 05:14:50 16 Figura 3 – Locomotiva A Baroneza em 1854 Fonte: https://amantesdaferrovia.com.br/blog/a-baroneza-o-primeiro-trem-do-brasil Figura 4 – Locomotiva A Baroneza nos tempos atuais Fonte: https://amantesdaferrovia.com.br/blog/a-baroneza-o-primeiro-trem-do-brasil Tanto em locomotivas quanto em infraestrutura se deu a evo- lução e o Brasil experimentou três fases: 1ª Fase, antes da 2ª Grande Guerra, na qual as linhas, na sua maioria, eram construídas e conce- didas a empresas estrangeiras, e suas construções eram realizadas de forma manual, com a utilização de tropas de mulas para os trabalhos de terraplenagem; na 2ª Fase, na 2ª Grande Guerra, foram incorpo- radas as primeiras máquinas para os movimentos de terras, trazendo maior qualidade na geometria das construções; e, na 3ª Fase, após a 2ª Grande Guerra, a introdução da engenharia com a ciência da Me- cânica dos Solos e dos levantamentos aerofotogramétricos. Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 16Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 16 06/09/2022 05:14:5006/09/2022 05:14:50 17 Vamos levantar voo... São antigasas lendas que o homem arquitetou e construiu en- genhosas ideias para realizar a ação de voar. Historicamente há algumas tentativas registradas de levantar voo. Abordaremos os atos de Arquitas de Tareto (400 a.c.), que realizou a experiência de construir uma máquina que voasse, e o registro de que, algum tempo depois, Leonardo da Vinci realizou seus projetos, enquanto que, em 1856, Jean-Marie Le Bris alega ter levantado voo. Em 1883, Jonh Joseph Montgomery realizou um voo considerado o primeiro com um planador. Podemos destacar como peças fundamentais para a aviação Santos Dumont e os irmãos Wright que, por meio de experimenta- ções e cálculos, e logicamente dos avanços tecnológicos já alcan- çados na época, trouxeram a aviação para um outro nível. Santos Dumont voou com um dirigível e o famoso 14-bis, voando por 21 segundos em uma distância de 200 metros e a 6 metros de altura nesta máquina (Figura 5 e 6). Figura 5 – 14 Bis decolando Fonte: https://aeroin.net/ha-106-anos-voava-o-14-bis/ Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 17Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 17 06/09/2022 05:14:5006/09/2022 05:14:50 18 Figura 6 – Réplica do 14 Bis https://www2.fab.mil.br/musal/index.php/aeronaves-em-exposicao/55-avioes/142-14bis Alberto Santos Dumont (1873-1932) foi um aeronauta, esportista, autodidata e inventor brasileiro conhecido como “O pai da aviação”. VOCÊ SABIA? Infográfico No infográfico, você pode entender as ações políticas quanto aos Sistemas de Transporte no Brasil. Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 18Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 18 06/09/2022 05:14:5006/09/2022 05:14:50 19 Fonte: A Autora Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 19Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 19 06/09/2022 05:14:5006/09/2022 05:14:50 20 Temática – Detalhes característicos dos Sistemas de Transportes Para discutir os modais de transporte e suas características, abordare- mos a matriz de transportes na perspectiva mundial. Nesse momento, poderemos interacionar investimentos em infraestrutura e a atuação da Engenharia Civil para o equilíbrio das necessidades de transporte no mundo, gerando um comparativo com os dados no Brasil. Observaremos no gráfico a seguir as matrizes de transporte e suas parcelas em alguns países, incluindo o Brasil. Figura 7: Matriz de Transportes nos países (% de TKU). Fontes: ILOS (2020). Percebemos que a utilização dos diferentes modais para transporte de cargas no Brasil apresenta um desequilíbrio, com maior parcela em transporte rodoviário, com 61%, enquanto que os demais modais juntos alcançam uma soma bem inferior, onde des- tacamos o transporte aquaviário com 12% em transporte por cabo- tagem (iremos abordar esse termo técnico de forma mais detalhada em outro objeto de aprendizagem, mas por ora, iremos entender cabotagem como um transporte por via marítima de porto a porto por litoral do país); e apenas 2% em transporte hidroviário (consi- derando os meios diferentes de cabotagem). Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 20Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 20 06/09/2022 05:14:5006/09/2022 05:14:50 21 É importante colocar que o litoral brasileiro possui cerca de 11 mil quilômetros de extensão, isso representa 2,9m de litoral por cada km² de extensão. Os demais países em destaque no gráfico apresentam os seguintes dados quanto à porcentagem de uso do transporte por meio das águas e suas relações litoral versus exten- são territorial: Japão: 44% do seu modal é por meio de Cabotagem, país que apresenta um litoral de aproximadamente 30 mil km de extensão e uma proporção de 79 m / km², demostrando que a faixa litorânea é bastante extensa quanto ao seu território. A China, por sua vez, apresenta 25% nesse modal por Ca- botagem mais 24% em demais meios hídricos, sendo um país com grande extensão territorial, mas apresenta uma taxa de 1,5 m/km² quanto à relação litoral/extensão. Assim, aluno(a), é sempre impor- tante relacionar a geografia e fatores culturais com investimentos financeiros de infraestrutura de transporte. REFLITA Dessa forma, você, leitor, deve, sempre que encontrar nos seus es- tudos e na sua atuação profissional, gráficos, tabelas e quadros, agir de forma crítica e buscar sua reflexão dos dados. Claro que sabemos e vivenciamos as necessidade e carências no nosso Brasil e que a in- fraestrutura em transporte pode ser a solução para vários proble- mas de gestão política, econômica e social. Sugiro, nesse momento do nosso estudo, que uma análise crítica desse quadro seja realizada, gerando uma discussão acerca das pos- síveis soluções com o apoio da Engenharia Civil. No Brasil, a distorção apresentada no Gráfico 1 pode ser atenuada por meio de previsões orçamentárias pelo Ministério dos Transportes. A matriz brasileira de transporte regional de cargas se concentra, na modalidade de transporte terrestre, em duas modalidades: ro- doviário e ferroviário. Vamos, agora, detalhar os modais terrestres: rodoviário, ferroviário e dutoviário. Lembrando que os modais ro- doviário e dutoviário estão contemplados aqui para promover um comparativo entre os modais, visto que não são abordados em de- talhes nesta disciplina. Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 21Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 21 06/09/2022 05:14:5006/09/2022 05:14:50 22 A exemplo dos termos utilizados no transporte ferroviário como BITOLA, que é a distância entre as faces internas dos bole- tos dos trilhos, tomada na linha normal a essas faces, 16 mm abaixo do plano constituído pela superfície superior do boleto. E BOLETO, que é a parte superior do trilho, sobre a qual deslizam as rodas dos veículos. Mais detalhes desses iremos abordar em outro objeto de aprendizagem, porém, enquanto isso, você pode explorar os docu- mentos disponíveis no link acima. ◼ Modal Rodoviário No modal rodoviário, o suporte físico utilizado é a rodovia, um bem público ou exclusivo, usufruído de maneira extensiva, ao qual o uti- lizador pode ter acesso individual ou coletivo, de maneira integral, desde que obedeça determinadas regulamentações e leis gerais, inerentes ao trânsito de veículos. O modal rodoviário é considerado fundamental para que a multimodalidade aconteça, sendo o mais utilizado no transporte de mercadorias, nas exportações, nas importações, nas viagens de curta e de médias distâncias, utilizando rodovias, estradas e ruas. O transporte rodoviário pode: transportar praticamen- te qualquer tipo de carga; trafegar por qualquer via; transporte porta-a-porta (door to door). Em destaque, tem-se que o espaço no veículo pode ser fretado em sua totalidade (carga completa) ou apenas frações de sua totalidade (carga fracionada). Nesse sen- tido, o fracionamento do espaço de carga do veículo possibilita a diversificação de embarcadores em um mesmo transporte. Em contrapartida, observa-se alguns pontos fracos, como pequena capacidade de carga comparada a outros modais, alto cus- to de sua estrutura, sendo considerado um transporte relativamente oneroso. Ainda se nota a presença de custos extras na operação com os congestionamentos, má conservação das rodovias e custos com o uso de escolta de segurança. Segundo a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), no ano de 2020 o Brasil possuía cerca de 120mil km de malha rodovi- ária federal (somadas as extensões pavimentadas (64mil km), não pavimentada e planejada), das quais as vias pavimentadas são con- centradas de Minas Gerais (12,6%) e Bahia (9,9%). Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 22Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 22 06/09/2022 05:14:5006/09/2022 05:14:50 23 Figura 8: Mapa rodoviário brasileiro Fonte: https://gov.br/infraestrutura/pt-br/centrais-de-conteudo/map-rodo-pdf ◼ Modal Ferroviário No modal ferroviário, o suporte físico que é disposto como apoio é a Ferrovia. Apesar depoder ser um bem público ou privado, é utili- zado de forma intensiva, administrado por empresas qualificadas, com permissões exclusivas para exploração, alcançado por meio de aceitação do poder público e cujo comportamento lembra o de uma prestadora de serviços de transporte qualificado, em larga escala. Esse faz uso de locomotivas e vagões sobre um par de trilhos equidistantes entre si. Com custo de manutenção que chama atenção por ser considerado inferior quando confrontado com outros modais. Permite o transporte de grandes quantidades e variedades de cargas e um grande destaque é a inexistência de congestionamento nesse tipo de transporte. Vale lembrar que os vagões não possuem propulsão própria, sendo necessário sempre estarem acoplados a uma locomotiva para se movimentar. A ausência de investimentos ao longo dos anos nessa moda- lidade de transporte (veja ou reveja o infográfico que trata da linha do tempo da história dos transportes no Brasil) gerou a redução de linhas, provocando a carência do setor ferroviário. Segundo Massa (2022), o Brasil possui pouco mais de 29 mil km de extensão de linha férrea por todo o país e a distribuição é bastante precária, e principal concentração da extensão da malha Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 23Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 23 06/09/2022 05:14:5006/09/2022 05:14:50 24 ferroviária brasileira está localizada na Região Sudeste, com 47% da malha ferroviária nacional. Em comparação, as regiões Norte e Centro Oeste do país, que são regiões importantes para a produção, ocupam apenas 8% da linha ferroviária nacional e restante está di- vidido entre a região Sul e Nordeste (MASSA, 2022). Figura 9: Mapa ferroviário brasileiro Fonte: https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/centrais-de-conteudo/map-ferro- evolucao-pdf O que acarretou em custos pesados de manutenção para a administração do sistema em muitos trechos e ramais. Nesse con- texto, as rodovias que foram surgindo ao longo dos anos passaram a ser mais adequadas para os transportes de alguns tipos de carga. Como também o avanço em tecnologia e disponibilidade do setor automotivo. ◼ Modal Dutoviário O modal dutoviário compõe-se em transporte por meio de dutos (tubulações): líquidos ou gases. Através da força da gravidade, ou da pressão exercida por um conjunto de motores e bombas hidráu- licas, é feita a movimentação dos produtos pelos dutos. Esse tipo de transporte é considerado seguro e eficiente quan- to à destinação de petróleo bruto e gás natural, desde os campos de produção até as refinarias e fábricas de transformação. É também Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 24Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 24 06/09/2022 05:14:5006/09/2022 05:14:50 25 indicado para fazer chegar os derivados desses produtos até o con- sumidor final. Figura 10: Mapa Dutoviário brasileiro Fonte: https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/centrais-de-conteudo/map-ferro- evolucao-pdf ◼ Modal Aeroviário O modal aeroviário promove o movimento de pessoas e mercadorias com a utilização de aviões ou helicópteros (ou até mesmo drones). É preferencialmente utilizado para movimentar cargas com urgência, de alto valor ou que sejam extremamente perecíveis. O transporte aéreo contribui para a redução da distância-tempo em especial para percorrer de forma mais rápida longas distâncias. De- vido à segurança no transporte, não é necessária a utilização de embala- gens com muito reforço. Dessa forma, o custo do insumo é menor, além de facilitar as operações de carga e descarga dos produtos. Ainda pode-se evidenciar a liberdade de movimentos como um dos seus pontos de destaque. Como sabemos, esse modal é considerado rápido, seguro e cômodo, porém requer construções de estruturas bastantes espe- ciais e com características modernas e tecnológicas associadas. Os aeroportos requerem espaços suficientes para suas instalações in- cluindo área, ar e terra. Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 25Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 25 06/09/2022 05:14:5006/09/2022 05:14:50 26 Ainda, os custos de manutenção dos aviões são elevados, o que se alinha com a necessidade de pistas em pavimentos mais ade- quados e com manutenção constante. Isso tudo vem a contribuir para os custos mais elevados desse modal, além, claro, de fatores da economia mundial que são diretamente associados com esse tipo de modal. O Brasil tem 2.499 aeródromos registrados pela ANAC (Agên- cia Nacional de Aviação Civil), sendo 1.911 privados e 588 públicos. Dos públicos, 10 foram concedidos à iniciativa privada e outros 13 estão em processo de concessão. 98% das movimentações de pas- sageiros aéreos (embarques e desembarques) no país estão con- centradas em 65 aeroportos (internacionais, nacionais e regionais) - entre os 31 localizados nas capitais, todos os que têm volume de passageiros acima de 1 milhão e os principais terminais regionais. Figura 11: Mapa dos aeroportos brasileiros Fonte: https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/centrais-de-conteudo/map-porto-pdf ◼ Modal Hidroviário No modal hidroviário, tem-se o transporte tanto de cargas como de passageiros por meio de barcos, navios ou balsas, e suas vias como oceanos, mares, lagos, rios e canais. Tem a reputação de ser com- petitivo quanto ao baixo custo em produtos de baixos custos e, em contrapartida, é considerado um transporte de velocidade reduzida Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 26Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 26 06/09/2022 05:14:5006/09/2022 05:14:50 27 e pouco flexível. Entretanto, Segundo Butta (2020) quando falamos em transporte internacional, temos a movimentação de produtos altamente valorizados, devidamente protegidos nos containers. Podemos classificar o transporte aquaviário em Marítimo, Fluvial e Lacustre. Sendo o Marítimo é o transporte que acontece sobre mares e oceanos, onde se utilizam navios para o transporte de cargas, utilizando a cabotagem; Fluvial é o transporte em que se utilizam os rios para o transporte de cargas, geralmente feitos atra- vés de barcos; e Lacustre é quando o transporte é feito através de lagos e lagoas. Nesse tipo de transporte, podemos observar um destaque em pontos positivos, como a redução de impactos ambientais em rela- ção aos transportes rodoviários e ferroviários que é a redução da po- luição sonora e do ar, de congestionamentos e de acidentes e o au- mento da eficiência energética pelo baixo consumo de combustível. E acaba se tornando atrativo pelas presenças de águas navegáveis no Brasil. Podemos destacar que esse meio de transporte é um dos principais tipos de destinação para comercializações internacionais de diversos produtos como petróleo, alimentos, minérios, cereais, combustíveis e outros. Isso se deve pela grande capacidade de carga de grandes tamanhos e em grandes distâncias. A Engenharia Civil trabalha no aproveitamento, adaptação e construção de vias navegáveis, nos quais os pontos de maiores inte- resses são: Construção dos canais de navegação interior; Constru- ção de portos fluviais e Exploração comercial das redes de navega- ção interior. As intervenções necessárias para infraestrutura aquaviária são compostas de canais de acesso a portos, bacia de evolução, que- bra-mares, berços de atração, entre outros, ainda de equipamentos para movimento de cargas como guindastes, esteiras e armazém, que fazem a nossa atuação como engenheiros ser de grande valia para a gestão do funcionamento, qualidade e custos desse modal. Iremos fazer o estudo do uso das redes hidroviárias, perce- ber as regras para uma infraestrutura que podem envolver a aber- tura de canais para ligação de vias fluviais naturais, adaptação dos leitos dos rios para profundidade, correção do curso fluvial, vias de conexão com outras redes, um sistema de conservação, instalações portuárias, barragens entre tantos outros para que possahaver um melhor aproveitamento. Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 27Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 27 06/09/2022 05:14:5006/09/2022 05:14:50 28 Figura 11: Mapa hidroviário brasileiro Fonte: https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/centrais-de-conteudo/map-hidro-pdf Segundo o Ministério da Infraestrutura brasileiro, existem 36 portos públicos no país com portos com administração exercida pela União ou delegada a municípios, estados ou consórcios públi- cos, veja o mapa portuário brasileiro. Figura 12: Mapa portuário brasileiro Fonte: https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/centrais-de-conteudo/map-porto-pdf Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 28Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 28 06/09/2022 05:14:5006/09/2022 05:14:50 29 Temática – Agências Nacionais dos Sistemas de Transporte As leis e normas aplicadas iremos tratar em cada um dos objetos de aprendizagem relativas ao Sistema de Transporte estudado. No momento, vamos nos ater a um panorama das principais leis, planos e agências envolvidas. Veremos que cada Sistema de transporte apresenta, pelo governo do Brasil, seu Plano Nacional que, além de cumprir determinações legais, estrutura as ações em planos executivos e estratégicos para o alcance de metas. Para o modal aéreo, temos o Plano Aeroviário Nacional (PAN) que tem algumas diretrizes totalmente associadas com a infraes- trutura e a atuação da construção civil como: Aumentar a acessibili- dade e a conectividade da rede de transportes brasileira; aumentar a eficiência e a integração entre os modos de transporte interurbanos; desenvolver e ampliar a infraestrutura de transporte aéreo e mini- mizar os efeitos prejudiciais ao meio ambiente. Segundo a ANTT (2022), são objetivos das Agências Nacio- nais de Regulação dos Transportes Terrestre e Aquaviário: I. implementar, nas respectivas esferas de atuação, as políticas formuladas pelo Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte, pelo Ministério dos Transportes e pela Secretaria de Portos da Presidência da República, nas respectivas áreas de com- petência, segundo os princípios e diretrizes estabelecidos nesta Lei; II. regular ou supervisionar, em suas respectivas esferas e atribui- ções, as atividades de prestação de serviços e de exploração da in- fraestrutura de transportes, exercidas por terceiros, com vistas a: a) garantir a movimentação de pessoas e bens, em cumprimento a padrões de eficiência, segurança, conforto, regularidade, pon- tualidade e modicidade nos fretes e tarifas; b) harmonizar, preservado o interesse público, os objetivos dos usuários, das empresas concessionárias, permissionárias, au- torizadas e arrendatárias, e de entidades delegadas, arbitrando conflitos de interesses e impedindo situações que configurem Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 29Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 29 06/09/2022 05:14:5006/09/2022 05:14:50 30 competição imperfeita ou infração da ordem econômica. A Lei nº 12.815/2013 (Lei dos Portos) estabelece que, para a instalação dos portos e instalações portuárias, a celebração do contrato de concessão ou arrendamento e a expedição de autorização serão precedidas de alguns requisitos. I. consulta à autoridade aduaneira; II. consulta ao respectivo poder público municipal. III. emissão, pelo órgão licenciador, do termo de referência para os estudos ambientais com vistas ao licenciamento. Olá, aluno(a)! Legal, estamos no caminho correto, trilhando novas vias. Nesse objeto de aprendizagem passamos pelos conceitos iniciais dos principais modais brasileiros: rodoviário, hidroviário, ferrovi- ário e aeroportuário. Percorremos um pouco da história dos transportes e sua evo- lução até os dias atuais, em especial como os modais de transportes aconteceram no Brasil. O que nos faz perceber as necessidades de atuação dos engenheiros da evolução da sociedade. Conhecemos também as características, vantagens e desvan- tagens dos modais. Transitamos nas leis e regras para os modais, das agências que regulam cada um dos modais de transportes. Bons estudos e revise o conteúdo quantas vezes julgar necessário. SINTETIZANDO Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 30Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 30 06/09/2022 05:14:5106/09/2022 05:14:51 UN ID AD E 2 Objetivos ◼ Conceituar e apresentar as características do transporte aquaviário. ◼ Apresentar a operação das hidrovias e portos. ◼ Caracterizar as obras e dimensionamentos de obras para apoio às embarcações. Sistemas de transporte Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 31Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 31 06/09/2022 05:14:5106/09/2022 05:14:51 32 Introdução Olá, aluno(a) O transporte aquaviário ou também chamado hidroviário no Brasil apresenta diversas necessidades de infraestrutura, bem como um largo apoio, de diversas esferas da sociedade para avançar com um modal em prol do desenvolvimento econômico. Nesse objeto de aprendizagem, vamos estudar as aquavias/ hidrovias (marítimas, fluviais e lacustres) e portos como nosso en- treposto comercial (local de intercâmbio entre modais de transpor- tes terrestres e marítimos) e conhecer suas necessidades de infra- estrutura. Vamos começar? Bons estudos! Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 32Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 32 06/09/2022 05:14:5106/09/2022 05:14:51 33 Conceitos e características do transporte aquaviário Conceitos Vamos começar com um dado bem importante. Um estudo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) publicado em outu- bro de 2019 informa que no Brasil apenas um terço dos seus 63.000 km navegáveis são utilizados, dos quais apenas 30% da malha para transporte de cargas e passageiros e somente 5% da capacidade hi- droviária dos rios (AGÊNCIA BRASIL, 2019). Uma das causas apontadas é a ausência de investimentos em infraestrutura e a pouca atenção dada pelas políticas públicas no se- tor ao longo dos anos (AGÊNCIA BRASIL, 2019). É notável que a evolução humana dos tempos mais primitivos até hoje, vem da utilização da água, desde seu próprio uso e a busca por alimentos, e da necessidade como meio de transpor distâncias. Observamos ao longo dos fatos históricos a aplicação de rios como Nilo e Tigre, e os mares como fatores responsáveis pelo desenvolvi- mento de comunidades. Encontramos registros em base histórica de viagens marítimas há cerca de 6.000 anos. Desde sempre, foram empregados tempo e dinheiro nesse meio de transporte, tanto em infraestrutura como em embarcações e estudos. Desta forma, a destinação de recursos deve ser de forma planejada para garantir a operação desse modal de transporte, claro percebendo sua junção com os demais modais. Assim, as características para o planeja- mento e construção das obras dependem de dois elementos: os veículos e suas cargas transportadas. Antes de tratar sobre esses dois tópicos ire- mos rever as principais características dos transportes aquaviários. Características Já sabemos que são primordiais os investimentos para a construção e adequação de vias, portos e demais componentes de infraestrutura. Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 33Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 33 06/09/2022 05:14:5106/09/2022 05:14:51 34 Outro fator a destacar é a pouca flexibilidade nas rotas, visto que qualquer mudança no caminho natural dos corpos hídricos irá demandar altos investimentos. Esses fatores estão associados a qual- quer meio de utilização desse modal: marítimo, fluvial ou lacustre. Figura 1 – Tipos de navegações Fonte: A autora Antes de passarmos para os detalhes dos tipos de embarca- ções e cargas, devemos lembrar dos conceitos de cabotagem e de longo curso para os trajetosem mares. Pois agora iremos adentrar nos pormenores do transporte marítimo. Transporte marítimo Embarcações e cargas Seguimos agora falando um pouco sobre as embarcações e suas cargas, podemos dizer que a embarcação é o gênero e o navio é a espécie. As embarcações é toda construção flutuante destinada à navegação sobre água. O navio é uma embarcação de grande porte Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 34Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 34 06/09/2022 05:14:5106/09/2022 05:14:51 35 utilizada pra o transporte de elevada quantidade de carga e passa- geiros para fins comerciais. Tipos de cargas e embarcações Cargas Carga geral (break-bulk) - São cargas que não há uma padroni- zação dos itens, podemos considerar que ocorrerá um processo de carga e descarga um pouco mais complexo (tanto em organização como em planejamento) visto que iremos encontrar qualquer tipo de mercadoria, compostas de itens avulsos, embarcados separa- damente em embrulhos, fardos, pacotes, sacas, caixas, tambores. Nesse tipo de carga existe uma predisposição de utilização de navios menores. Imagine, um veículo (uma embarcação de grande porte) demorando para o processo de carga/descarga num porto. Carga unitizada - Outro tipo de carga que consiste em transportar diversos volumes de mercadorias (pequenas e diferentes) em uni- dades maiores e padronizadas em dimensões, como os contêineres que com o seu formato pode garantir a automatização no processo de carrego/descarrego. Observe nessa logística a facilidade na mo- vimentação das cargas. Carga a granel - Quando o material a ser transportado tem carac- terísticas de ser homogeneizada (mesmo produto) e de forma a não utilizar embalagem. Pode ser sólida, líquida ou gasosa. Ex.: miné- rios, cereais, petróleo, produtos químicos que podem estar lique- feitos, gases. Carga rolante (Roll-on roll-off) - São algumas cargas pesadas, mas que podem entrar rolando na embarcação ou por suas próprias rodas ou por esteiras. Tem esse nome porque entra e sai rolando. Cargas de projetos - Caso se encontre uma carga de mesmo mate- rial, mas que não caiba por dimensões ou peso em contêineres como no caso de máquinas e equipamentos, locomotivas, pás de hélices eólicas e outros. Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 35Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 35 06/09/2022 05:14:5106/09/2022 05:14:51 36 Embarcações São variados os tipos de embarcações para uso marítimo, logica- mente associados aos tipos das cargas que transportam. Observem e perceba suas características. Graneleiro: Esse veículo dispõe de grandes escotilhas que cobrem os porões, local no qual os produtos são armazenados. São necessários terminais portuários especiais para este tipo de cargas. O navio tanque é o projetado para o transporte de substân- cias líquidas. Gaseiro: São destinados ao transporte de gases liquefeitos (GPL, GNL, etileno, amônia, propileno, entre outros). Petroleiro: É um tipo de navio tanque, só que construído es- pecificamente e exclusivo para o transporte de petróleo e seus de- rivados, por medidas de segurança não podendo ser utilizado para acondicionar outros tipos de líquidos. Sua estrutura é dotada de ca- nos interligados que distribuem o óleo de modo igualitário dentro da embarcação para garantir o equilíbrio. Ro-Ro é a sigla utilizada para definir os navios para cargas Roll on-Roll off. Os navios de carga geral são os navios que transportam vá- rios tipos de cargas, geralmente em pequenos lotes. Esses navios têm geralmente quatro ou cinco porões. São conhecidos por serem polivalentes. Os navios porta-contêineres se tornaram a principal forma de transporte de produtos manufaturados em todo o mundo. Muito bom, porque o tamanho padrão simplifica o transporte e pode ser transferido entre caminhão, trem e navio com relativa facilidade. Veja a seguir, as tipologias desses veículos pelo esquema (Figura 2). Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 36Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 36 06/09/2022 05:14:5106/09/2022 05:14:51 37 Figura 2 – Tipos de embarcações Fonte: A autora Vamos conhecer um pouco mais das nossas embarcações. Seus elementos serão daqui para frente tão importantes para os nossos dimensionamentos. Observe o esquema e perceba as indica- ções das nomenclaturas utilizadas (Figura 3). Figura 3 – Detalhe de uma embarcação Fonte: Machado; Canuto; Vassallo (2018) Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 37Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 37 06/09/2022 05:14:5206/09/2022 05:14:52 38 Proa: Elemento com formato bastante adequado para avançar ao mar, podemos dizer que é a extremidade anterior do navio no senti- do de sua marcha normal. Enquanto que a POPA é extremidade pos- terior do navio com forma exterior adequada à passagem dos filetes líquidos. Bordos: Imagine que o observador encontra-se olhando da popa para a proa. Temos do lado esquerdo o bordo de bombordo e a di- reita Estibordo. Quilha: Na parte inferior (em baixo) da embarcação essa peça vai da proa à popa e fica na parte inferior da embarcação, principal peça estrutural do casco de uma embarcação. Calado: Essa a denominação para a distância entre o ponto mais baixo da quilha e a linha d’água. Essa medida, as informações das dimensões do navio e da densidade da água são utilizadas para rea- lizar os cálculos do volume de água por ele deslocado (peso). Casco: corpo do navio. Meia-Nau: parte do casco compreendida entre a proa e a popa. Infraestrutura e obras para transporte aquaviário De uma forma geral alguns elementos construtivos são essenciais para o funcionamento das hidrovias. Vamos nessa fase do nosso es- tudo conhecer e buscar aplicações práticas. Obras de engenharia para infraestrutura Berço – É local de atracação de navios e de movimentação das car- gas a serem embarcadas ou descarregadas no porto. Cais – trata-se de uma estrutura ou região paralela à água, com o objetivo de as embarcações atracarem e as pessoas trabalharem. Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 38Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 38 06/09/2022 05:14:5206/09/2022 05:14:52 39 Figura 4 – Esquema do Cais Porto do Rio de Janeiro Fonte: https://www.extraclasse.org.br/ambiente/2020/08/cais-maua-passa-para-o- estado-e-sera-loteado-pelo-setor-privado/ Dolfins – são estruturas que apoiam os navegantes nas operações de acostagem de embarcações. Tem duas funções associadas, uma é sua aplicação como cais de atracação e também para proteção de estruturas como pilares de pontes laterais aos vãos de navegação e eclusas. Esquema gráfico de dolfins para acostagem de embarcações. ASSISTA Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 39Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 39 06/09/2022 05:14:5206/09/2022 05:14:52 40 Dolfins como proteção da ponte do Outeiro- PA. Quando se faz necessário a aplicação de um conjunto de pedras ou bloco de concreto de grandes dimensões (formando um maciço) para contenção ou alicerce em obras hidráulicas estamos fazendo um Enrocamento. Podem se constituir em molhes ou quebra-mares visando proteção contracorrentes, erosão e ondas. Figura 5 – Enrocamento no Rio Potengi - RN Fonte: (Adaptada) Autor:Allan Patrick. (2005). Disponível em: https://commons. wikimedia.org/wiki/File:Rio-Potengi-Quebra-mar.jpg. Licença: CC BY-SA 3.0 Molhe - consiste em uma estrutura estreita e alongada que é in- troduzida e apoiada no mar pelo peso das pedras ou dos blocos de concretos especiais, emergindo na superfície. Necessariamente, uma ponta do molhe se situa no mar e a outra ponta, em terra. Pode também atuar como atracadouro para embarcações, em costas onde não há profundidade suficiente. ACESSE Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 40Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 40 06/09/2022 05:14:5206/09/2022 05:14:52 41 ACESSEMaré alta causa estragos em enrocamento na Praia de Boa Viagem. Acesse o link a seguir. Figura 6 – Molhes da Barra, Rio Grande-RS Fonte: Autor: Mauricio Carlos Dias (2016). Disponível em: https://commons. wikimedia.org/wiki/File:Molhes_da_Barra,_Rio_Grande,_RS.jpg Com a finalidade de absorver a energia das ondas, temos o Tetrápodes que são compostos por blocos de concreto que sua geo- metria promove um encaixe e travamento evitando deslocamentos e escorregamentos. Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 41Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 41 06/09/2022 05:14:5306/09/2022 05:14:53 42 Figura 7 - Tetrápodes Fonte: manseok_Kim / Pixabay. Quando necessitamos que uma estrutura que fica acima do nível do mar e que pode servir como atracadouro construimos o Píer. Em geral, são estruturas em concreto armado suspensa e apoiada em pilares fixados no fundo do mar, podendo ser utilizados como área de lazer. Figura 8 - Pier Fonte: Republica / Pixabay. Semelhante ao molhe temos o Quebra-mar sendo que as duas pontas no mar e têm como finalidade proteger a costa ou um porto da ação das ondas e correntes marítimas. Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 42Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 42 06/09/2022 05:14:5406/09/2022 05:14:54 43 ACESSE Figura 9 – Quebra mar Fonte: Pxhere. Como item de segurança temos o Balizamento que é o conjunto que compõem a sinalização de um canal, rio, braço de mar utilizando componentes como balizas, boias, barcas-faróis, faróis e faroletes. Veja um exemplo de balizamento através do link: Batimetria – é a medição da profundidade de canais marítimos, de lagos e de rios e é expressa cartograficamente por curvas batimétri- cas que unem pontos da mesma profundidade com equidistâncias verticais, à semelhança das curvas de nível topográfico. Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 43Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 43 06/09/2022 05:14:5406/09/2022 05:14:54 44 Figura 10 – Projeto de batimetria https://www.hc2solucoes.com.br/empresas-batimetria#group1-1 No porto ou no terminal é necessária uma área que chama- mos de Bacia de Evolução que é o local com dimensão e profundida- de adequadas à manobra e ao giro dos navios. Figura 11 – Projeto de bacia de evolução Porto de itajai Fonte: https://www.sc.gov.br/noticias/temas/desenvolvimento-economico/ governador-em-exercicio-e-ministro-dos-portos-lancam-edital-que-vai- aumentar-a-competitividade-do-porto-de-itajai Canal de navegação é um local de passagem marítima desim- pedida, entre obstáculos ou restrições à navegação. Quando promove a condução para um porto ou terminal, tem-se um canal de acesso. Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 44Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 44 06/09/2022 05:14:5406/09/2022 05:14:54 45 Figura 12 - Canal do Panamá Fonte: Pixabay. A exemplo do Canal do Panamá (visto acima) que passou por obras entre 2007 e 2016 para sua ampliação foi incluído um conjun- to de eclusas para ampliar a passagem de navios como cargueiros de maiores dimensões. Assim, é conveniente falarmos das eclusas. Eclu- sa trata-se de uma obra de engenharia que promove que embarca- ções subam ou desçam os rios/mares em locais onde há desníveis. Figura 13 - Eclusas no Canal do Panamá. Fonte: Pxhere. Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 45Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 45 06/09/2022 05:14:5506/09/2022 05:14:55 46 Figura 14–funcionamento da eclusa Fonte: https://www.camara.leg.br/noticias/436422-camara-aprova-regras-para- construcao-de-eclusas-em-rios-com-barramento/ Uma técnica empregada nas construções de hidrovias é o Der- rocamento que remove rochas do fundo de corpos de água, podendo ser considerado um tipo de serviço de dragagem especializado. Hidrovias fluviais Vias de transportes lentos, porém bastante úteis para o transporte de cargas e pessoas, e possui um grande destaque: apresenta custo operacional reduzido em relação aos outros transportes. Observe as hidrovias no Rio Paraná e Rio Tietê em São Paulo, é possível perceber as eclusas e os terminais intermodais (Figura 20). Figura 15 - Hidrovia Tietê-Paraná Fonte: http://www.dh.sp.gov.br/wp-content/uploads/2021/10/Informativo-Hidrovia- Tiete-SETEMBRO-2021.pdf/ Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 46Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 46 06/09/2022 05:14:5506/09/2022 05:14:55 47 Uma via navegável é projetada considerando o projeto de bati- metria e o projeto geométrico do traçado, e considerando uma embar- cação tipo. As intervenções, canalizações e aumento das profundidades são alcançadas por melhoramento como dragagem e derrocamento. Figura 16 - Projeto da Via Navegável Fonte: BOTTER (2016). https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/978076/mod_ resource/content/1/Aula_5_PNV_2450_2016.pdf A embarcação considerada tipo é a utilizada para definições de projeto de obras de engenharia e não é a maior que pode transitar. Devemos ficar atentos que a profundidade está relacionada com o ci- clo hidrológico e dependentes do regime das precipitações de chuva e a capacidade de escoamento do solo no local da bacia hidrográfica. As dimensões das embarcações fluviais estão ligadas às ca- racterísticas da hidrovia (dimensões, correnteza e obras), caracte- rísticas da embarcação (tipo de carga, capacidade de carga, local de operação, manobrabilidade e velocidade), e forma hidrodinâmica. Da análise econômica operacional de minimização dos custos totais por tonelada (soma dos parciais investidos na hidrovia e na embar- cação) carregada em função da tonelagem da embarcação resulta a embarcação adotada. Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 47Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 47 06/09/2022 05:14:5506/09/2022 05:14:55 48 Embarcações fluviais Tipo de Embarcação fluviais No estudo das embarcações fluviais observamos as diferenças nos formatos com os barcos marítimos. Por apresentar formato mais arrendado no Proa. Figura 17 – Diferença no formato do barco Fonte: https://pessoas.feb.unesp.br/barbara/files/2011/04/embarcacoes_fluvias.pdf Outro ponto a observar como o motor dessas embarcações funcionam - com propulsão e sem propulsão. Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5918118/course/section/6159551/ portos2_1.pdf Embarcações Fluviais Com Propulsão Rebocadores Automotores Empurradores Sem Propulsão Chatas Jangadas Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 48Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 48 06/09/2022 05:14:5506/09/2022 05:14:55 49 ◼ Automotores São embarcações apropriadas ao emprego nas hidrovias e onde também a carga movimentada não atinja valores que compensem a ado- ção de grandes comboios de empurra, bem como nas hidrovias conso- lidadas para cargas de rápida movimentação, como os granéis líquidos, pois é possível com eles obter maiores velocidades médias de percurso. ◼ Empurradores São embarcações dotadas de meios próprios de propulsão e manobra e destinadas a deslocar chatas de empurra num comboio de empurra. Os empurradores dispõem de uma ampla plataforma, onde se encontram as estruturas suportes de sustentação compos- tas por perfis verticais, articulados com as embarcações, que deve- rão ser movimentadas pela pressão do barco automotor. Figura 18– Empurrador – Comboios Fonte: Adaptado de: https://pessoas.feb.unesp.br/barbara/files/2011/04/ embarcacoes_fluvias.pdf/ Calado Borda Livre Pontal Empurrador Chata ou Barcaça Pé de Piloto Comboio tipo tietê 11 m 137 m Comboio tipo paraná 200,50 m 16 m Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 49Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 49 06/09/2022 05:14:5506/09/2022 05:14:55 50 ◼ Chatas Constituem-se em embarcações com formas predominantemente retilíneas, propiciando facilidade de construção a baixo custo efavorecendo o acoplamento em conjunto para o transporte de cargas. As chatas acopladas a empurradores dispensam propulsão, leme e tripulação. Figura 19 - Embarcação barcaça Fonte: Pixabay Dimensões básicas para canais de navegação As dimensões das embarcações que serão utilizadas em uma de- terminada região são definidas, segundo critérios econômicos, no entanto as seguintes características do canal navegável devem ser observadas. Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 50Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 50 06/09/2022 05:14:5606/09/2022 05:14:56 51 DEFINIÇÃO Comprimento (L): corresponde à distância entre as verticais que passam pelos extremos de popa e proa. Boca (B): corresponde à distância entre as verticais tangentes aos ex- tremos de bombordo e correste da seção-mestra (maior transversal). Calado (T): corresponde à distância entre a quilha e a linha d`água da seção-mestra. Pontal (P): corresponde à altura entre a quilha e o convés principal. Deslocamento total: corresponde ao peso do volume de água deslo- cado pela embarcação. Porte bruto ou capacidade de carga: corresponde à diferença entre o deslocamento total e o peso do casco, motor, tripulação e equipa- mentos. Costuma ser citado em tpb (tonelagem de porte bruto). Rotina de cálculo para canais fluviais a. Embarcação – tipo; b. Largura mínima do canal; c. Vão livre; d. Altura livre sob pontes e sob interferências; e. Profundidade Mínima; f. Área mínima da seção transversal; g. Velocidade máxima das águas; h. Raios mínimos de curvatura e sobrelargura. Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 51Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 51 06/09/2022 05:14:5606/09/2022 05:14:56 52 Largura mínima do canal Em trechos retilíneos, a largura mínima necessária para garantir o cruzamento seguro e sem redução de velocidades de embarcações- -tipo é de 4,4 vezes a cova da embarcação-tipo, e em não havendo cruzamentos, a largura mínima deve corresponder a 2,2 a boca da embarcação-tipo. Vão e Altura Livres nas Pontes Em trechos retilíneos de canal, as faces internas dos pilares deve ter distância mínima correspondente à largura mínima do canal mais uma folga de 5m, enquanto nas curvas cada caso particular deve ser avaliado. Quanto à altura livre sobre o nível d`água, recomenda-se 15m como conveniente para a passagem de grandes comboios de empur- ra. Pontes levadiças também podem ser adotadas nas situações em que a altura mínima não possa ser obtida, havendo inconvenientes para os modais terrestres e aquaviário. Profundidade Mínima A profundidade mínima da hidrovia deve corresponder ao calado da embarcação-tipo acrescido de uma folga mínima de 0,3 a 0,5m. Área Mínima da Seção Transversal Para que a hidrovia não produza significativa perda de rendimento propulsiva da embarcação-tipo, a área hidráulica do canal deve ser o mínimo de 5 a 6 vezes a área da seção-mestra da embarcação-tipo. Velocidade máxima das águas Normalmente considera-se em 5 m/s a velocidade máxima da água em contracorrente ao rumo de navegação, o que depende evidentemente da potência dos propulsores. A favor da corrente, a Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 52Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 52 06/09/2022 05:14:5606/09/2022 05:14:56 53 maior dificuldade encontra-se na manobrabilidade da embarcação, admitindo-se a mesma velocidade máxima para navegação segura. Raios mínimos de curvatura e sobrelargura Para que não ocorra restrição de velocidade nas curvas, o raio mínimo de curvatura deverá ser de 10 vezes o comprimento da embarcação (L). Caso se admitam curvas mais fechada, dever-se-á adotar sobrelargura no ápice da curva de: S = L² / 2R Porto Portos do Brasil Porto é um espelho d’água, abrigado naturalmente e/ou adaptado arti- ficialmente, com requisitos obrigatórios de tranquilidade, profundidade necessária, regime de ventos favorável e segurança para as manobras. E para permitir que as embarcações que a ele demandam realizem as ope- rações de ancoragem, atracação, carga e/ou descarga, abastecimento e desatracação. Deve dispor de cais e terraplenos que permitam suportar as instalações destinadas às operações portuárias. Condições a que deve satisfazer um porto: profundidade P = c + e P = profundidade do canal de acesso c = calado máximo do navio gabarito e = pé-de-piloto ou excesso de profundidade Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 53Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 53 06/09/2022 05:14:5606/09/2022 05:14:56 54 Figura 27 – Esquema de dimensões embarcação. Fonte: MEIRA (2022). e = 1,00m para portos principais e e=0,60m para portos secun- dários, segundo o Congresso de Porto em Filapélfia – EUA (1960). l (L minúsculo) = 5 x b l = largura do canal de acesso b = boca (largura) máxima do navio gabarito Figura 28 – Esquema de dimensões embarcação vista superior. Fonte: MEIRA (2022). R = raio mínimo de curvatura da curva do canal de acesso a = ângulo central de denvolvimento da curva do canal de acesso C = comprimento total do navio tipo (gabarito) R = 3 x C (α < 25°). R = 5 x C (25° < α < 35°) R = 10 x C (α > 35°) S = 2 x f Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 54Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 54 06/09/2022 05:14:5606/09/2022 05:14:56 55 SINTETIZANDO REFLITA Onde: S = superlargura do canal de acesso f = flecha de um arco, cuja corda é igual ao comprimento total do navio gabarito. O que os engenheiros podem fazer para que o modal aquaviário pos- sa alavancar no Brasil ? Quais as medidas podem ser tomadas pelo governo para avançar esse tipo de transporte? Olá, aluno(a)! Passamos por um mar de informações, agora vamos revisar rapida- mente a importância do nosso estudo. Já sabemos que a hidrovia é uma rota pré-determinada para o tráfego aquático, isso remota há bastante tempo que o homem utiliza a água como estrada. Nos dias atuais, mares, lagos e rios são cortados por embarcações dos mais diferentes tipos de porte – das menores até grandes embarcações. Percebemos ainda que algumas construções são necessárias para pro- mover a infraestrutura desse tipo de transporte - da atividade mais sim- ples como a proteção com uso de pedras passando pelas mais complexas como eclusas. Dentre essas, temos os molhes, quebra-mares, bacia de evolução, construções de portos, canais e terminais. Outro tema abordado que requer bastante atenção trata-se do dimensiona- mento de hidrovias e seus pormenores. Recomendo que os assuntos sejam constantemente revisados para exploração de todo o conteúdo. Bons estudos! Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 55Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 55 06/09/2022 05:14:5606/09/2022 05:14:56 56 Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 56Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 56 06/09/2022 05:14:5606/09/2022 05:14:56 UN ID AD E 3 Objetivos ◼ Conceitos e regras para planejamento de um aeroporto. ◼ Dimensionamento para projetos de pistas e terminais. ◼ Planos diretores de aeroportos. Sistemas de transporte Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 57Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 57 06/09/2022 05:14:5606/09/2022 05:14:56 Introdução Olá, aluno(a) Vamos agora tratar de um tema de bastante interesse aos en- genheiros: os aeroportos. E a partir desse estudo vamos promover nosso entendimento sobre as características e pormenores dos pro- jetos envolvidos. A primeiro momento, precisamos dividir em suas partes constituintes, assim compreendemos que um aeroporto é formado, essencialmente, por edificações (terminais de passagei- ros e cargas), áreas de estacionamento e de manutenção de aviões, e de pistas. Ao longo de sua formação, um estudante de engenha- ria aprende que para projetar aplicam-se as regras e normas para atender todos os detalhes quanto ao desempenho e segurança dasconstruções. Porém, para tranquilizar, podemos dizer que algumas dessas regras já foram repassadas em disciplinas anteriores e para deixar bem claro como um céu de verão: uma pista não deixa de ser uma estrada de dimensões avantajadas e os terminais de passagei- ros ou cargas são tipos de edificações. Então, atenção, tripulação! Preparar para decolar nos conhecimentos. Bons estudos! Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 58Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 58 06/09/2022 05:14:5606/09/2022 05:14:56 59 Planejamento, projeto e implantação O planejamento, o projeto e a implantação de um aeroporto envol- vem, normalmente, uma gama de especialidades, de engenharia e de outras áreas que atuam em três principais focos: aeronaves, ter- minais e insumos. Figura 1 – Divisões do aeroporto. Fonte: Lorena (2022). Vejamos! Os profissionais que estudam a viabilidade econômi- ca e realizam desapropriações de áreas e construções como os soció- logos e economistas são essenciais para os primeiros passos quanto a implantação e ampliação de aeroportos. Um ator principal nesse pro- cesso é o engenheiro aeronáutico, ele identifica quais as aeronaves que irão operar no aeroporto e seu dimensionamento quanto a pas- sageiros e cargas, além de identificar e quantificar as necessidades operacionais dos aviões envolvidos e demais conhecimentos. Partindo para as áreas dos terminais temos o apoio dos ar- quitetos que atuam para estabelecer os conceitos arquitetônicos e os planos gerais de áreas do aeroporto. Contaremos com os enge- nheiros mecânicos para os projetos de equipamentos especializados Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 59Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 59 06/09/2022 05:14:5606/09/2022 05:14:56 60 para atendimento de aeronaves e para o atendimento de passageiros e cargas e de engenheiros eletricistas e eletrônicos para os projetos de iluminação, de sistemas de comunicação, de sistemas de rádio e de rádios-auxílios. Nós, engenheiros civis, somos encarregados dos projetos e execuções de construções dos terminais e projetos de terraplena- gem e pavimentos e seus complementares. Para complementar nosso estudo iremos relembrar a importância do modal aeroportu- ário quanto aos outros modais. Comparativo entre os modais Em 2019, o modal aéreo continuou sendo o principal meio de trans- porte utilizado pelo brasileiro em viagens interestaduais. A parcela de passageiros que utilizaram o avião passou de 67,3% em 2018 para 68,6% em 2019 (ANAC, 2020). Cada vez mais o ser humano vai bus- cando formas de se locomover mais rápido e com mais segurança, além de transportar suas cargas. Iremos comparar itens de infraestrutura de cada um dos mo- dais. A exemplo dos carros que têm dimensões bastante distintas, mas normalmente não há vagas de estacionamento diferenciadas entre as de carros pequenos e as de carros grandes, notamos que montadoras de veículos buscam padrões para otimizar sua fabricação em escala. Nesse contexto, temos os trens que apresentam bitolas dife- rentes, porém padronizadas o que pode aumentar a flexibilidade no uso dos equipamentos trazendo eficiência no modal. A padronização no transporte aquaviário pode ser menor no transporte marítimo, mas claro que uma adequada padronização para utilização dos portos/terminais, no transporte fluvial percebe- -se a padronização para os veículos quanto ao uso de eclusas. No transporte aéreo, a padronização não se faz notar tanto nos aviões, cujas dimensões diferem significativamente, mas, principal- mente, na infraestrutura usada. E esta busca de padronização tem dois focos: a segurança e a economia que se derivam de duas carac- terísticas importantes do transporte aéreo: sua velocidade e alcance. Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 60Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 60 06/09/2022 05:14:5606/09/2022 05:14:56 61 Características dos aeroportos Um aeroporto se caracteriza pelos parâmetros técnicos de suas pis- tas e instalações, tais como: Número, orientação e altitude das pis- tas; Comprimento, largura, pavimento e capacidade de suporte das mesmas; pistas de taxiamento de aeronaves e pátios de seu estacio- namento, dentre outros itens. Pode-se considerar a divisão de um aeroporto em duas par- tes, em função das transferências que ali ocorrem, e onde os veícu- los que nele circulam serem de dois tipos: aéreo e terrestres. Assim, um aeroporto possui um lado aéreo, onde circulam aviões, e um lado terrestre, onde se movem veículos terrestres (ge- ralmente, mas não só, carros e ônibus). E há um elemento – o ter- minal de passageiros (e/ou de cargas) – que se situa entre os lados aéreo e terrestre, nele circulando passageiros (e/ou cargas). Figura 2 – Aeroporto Shandong na China, apresentando o lado ar e terra Fonte (Adaptada) Autor 又黑蜗壳: https://aeroin.net/china-inaugura-mais-um-mega-aeroporto-na-provincia-de- shandong/ Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 61Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 61 06/09/2022 05:14:5706/09/2022 05:14:57 62 Componente físico do sistema • Lado ar: orientação e número de pistas, classificação da pista, elementos geométricos, comprimento de pis- ta, largura, faixa de pista, declividades, acostamentos, Stopway, Clearway, saídas de pista, baías de espera, se- parações e pátios. • Lado terra: áreas de apoio, hangares, parque de combustível, SCI: Seção de Combate a Incêndio, TWR (Tower): Torre de Controle, comissaria e Sala C: Sala de Tráfego. • Infraestrutura Básica: Água, Esgoto, Energia Elétrica, Gás, Lixo e Transportadores contínuos: esteiras e esca- das rolantes. • Acesso Terrestre: Sistema viário (acessos rodoviários, me- tro-ferroviário), Área de Transferência e Estacionamento Rápido, Área de Lojas, Locadoras/Táxis, Estacionamento de Longo Período e Estacionamentos em Geral. Diante das diversidades de áreas, um aeroporto pode ser vis- to como um sistema, composto por subsistemas distintos. Assim, um aeroporto (ponto de transferência) tem uma função geral única: permitir que passageiros e cargas passem de um modo de transpor- te para outro. No entanto, para que esta mudança ocorra, passageiros e cargas passam por etapas com características bastante diferencia- das entre si: por exemplo, dentro do terminal aeroportuário circu- lam passageiros, mas fora dele circulam aviões de um lado e, de uma forma geral, carros de outro. Observem os terminais 1, 2 e 3 do Aero- porto de Guarulhos em São Paulo. Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 62Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 62 06/09/2022 05:14:5706/09/2022 05:14:57 63 Figura 3 – Esquema gráfico dos terminais 1 e 2 do aeroporto de Guarulhos-SP. Fonte: https://guia.melhoresdestinos.com.br/aeroporto-internacional-de-sao- paulo-guarulhos-gru-173-4971-l.html Figura 4 – Esquema gráfico do terminal 3 do aeroporto de Guarulhos-SP. Fonte (Adaptado): https://guia.melhoresdestinos.com.br/aeroporto-internacional- de-sao-paulo-guarulhos-gru-173-4971-l.html Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 63Sistemas de Transportes_Ebook completo_SER.indd 63 06/09/2022 05:14:5706/09/2022 05:14:57 64 Dessa forma, mesmo com ambientes tão distintos com sub- sistemas variados, podemos considerar que um sistema aeroportu- ário é constituído com uma homogeneidade interna, mas que geram análises diferenciadas, daí a importância de todos os profissionais envolvidos. Vamos detalhar os sub-sistemas que são eles acesso/ egresso e de vias internas; de estacionamento de veículo (terres- tres); terminal de passageiros; de pátio; de caminhos de circulação de aeronaves; e de pistas. a. sub-sistema de acesso/egresso e de vias internas São caracterizados pela quantidade de faixas de circulação em cada via, e também pelos comprimentos das vias (notando que estes comprimentos são algo que não depende do volume de tráfego, mas apenas da distância do aeroporto
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