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Aline Fernandes Simioni Alves (PIBIC/Voluntário)
A QUESTÃO DA RESPONSABILIDADE NA CLÍNICA PSICANALÍTICA.
Igor Maia Medeiros Santos (PIBIC/Voluntário)
Gabriela da Silva Soares Assis (PIBIC/Voluntário)
A conjuntura histórica atual parece influenciar decisivamente o modo do ser humano lidar com a questão da responsabilidade. 
Nesse contexto, novos desafios surgem para a clínica e demandam uma reavaliação do papel da responsabilização subjetiva no 
tratamento. Apesar da importância do tema, ainda é tímida a produção intelectual e acadêmica devotada ao mesmo, o que 
justifica a necessidade do desenvolvimento de pesquisas, sobretudo em projetos que marcam a formação acadêmica e profissional
como os projetos de iniciação científica. Este trabalho se fundamenta basicamente em pesquisa bibliográfica. Enquanto uma teoria 
da clínica, a psicanálise tem suas questões derivadas de sua prática. Na consecução deste trabalho, recorremos a textos clássicos, 
obras recentes e artigos acadêmicos que apresentem contribuições para a investigação da questão da responsabilidade na clínica 
psicanalítica. O objetivo do trabalho é caracterizar a responsabilidade dentro do âmbito da clínica segundo a abordagem 
psicanalítica, assim como a direção do tratamento diante da questão. Sobre o tema da transferência, após abordar a questão da
responsabilidade sobre os conteúdos oníricos, foi possível traçar um paralelo com a questão da responsabilidade na transferência. 
Concluímos que há uma escolha a ser feita para além da causalidade psíquica, no entanto essa escolha leva em consideração o que 
o sujeito é no âmbito do inconsciente. A elaboração deste trabalho também possibilitou a compreensão da responsabilidade pelos 
conteúdos inconscientes e o fenômeno da resistência. Foi possível compreender a origem dos conteúdos recalcados e como se 
manifestam no processo analítico junto ao fenômeno da resistência. Analisamos o fenômeno da resistência junto à transferência, 
onde o sujeito reproduz na figura do analista a problemática e os estereótipos formados a partir das experiências nos primeiros 
anos de vida. A questão da responsabilidade se insere no posicionamento do sujeito diante dos produtos da causalidade 
inconsciente. Do mesmo modo, a elaboração da presente pesquisa possibilitou o estudo sobre a origem e o desenvolvimento do 
sentimento de culpa, da moralidade e do senso de responsabilidade. Foi possível identificar pontos em comum entre as ideias de 
Freud e Winnicott, como a existência das instâncias psíquicas e a influência de processos inconscientes; porém também foram 
identificados pontos de divergência em relação à origem da culpa, da experiência moral, e do senso de responsabilidade. Essas
divergências estão intimamente ligadas aos conceitos psicanalíticos inéditos elaborados por Winnicott, como mãe suficientemente 
boa, fase de dependência absoluta, fase de dependência relativa, capacidade de envolvimento, moral pessoal e verdadeiro e falso 
self. Foi possível compreender que em Freud a origem da experiência moral e do sentimento de culpa está na introjeção da lei 
externa ao indivíduo, formadora do superego. O conceito de reponsabilidade se refere à habilidade do indivíduo de se 
responsabilizar por seus atos. Para Freud devemos nos responsabilizar pelos conteúdos inconscientes, uma vez que eles fazem 
parte de nós. Já em Winnicott, a pesquisa possibilitou compreender que a moralidade é entendida como algo natural em cada 
indivíduo, que não precisa ser introjetada pelo ambiente externo, mas que se desenvolve naturalmente em cada pessoa e é 
potencializada quando nos primeiros anos de vida a criança recebe cuidados adequados da figura materna. Para que a criança 
conquiste o sentido de responsabilidade, ela deve passar de forma adequada pela fase de conciliação da ambivalência dos 
impulsos, deve lhe ser ofertada a possibilidade de reparar os danos causados para que ela alcance o envolvimento e o sentimento 
de culpa não se torne patológico. Se durante esse processo o ambiente for suficientemente bom, a culpa se tornará um meio para 
o surgimento da responsabilidade pessoa que guiará o sujeito durante toda sua vida. 
Palavras-Chaves: responsabilidade; clínica; sujeito; inconsciente; pulsão
Orientador(a): Antonio Carlos Rabelo Dalbone Júnior
Curso: Psicologia
Saúde
Saúde
Psicologia
VIII JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNESA

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