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Dissertacao de desporto- Draft Inicial_Revisto (2)

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UNIVERSIDADE DE …
FACULDADE DE …
O IMPACTO DO DESPORTO NA SAÚDE MENTAL DOS ATLETAS: UM ESTUDO APLICADO
Dissertação com vista à obtenção do Grau de Mestre em Gestão do Desporto
Orientador:
Ana Rodrigues
2023
Agradecimentos
Resumo
Cada vez mais se evidência a importância do estudo da saúde mental como um todo, que vai para além da ausência de doença mental englobando também o estudo da saúde mental positiva (Westerhof & Keyes, 2010). Sendo o estilo de vida um dos determinantes que influenciam a saúde (WHO, 1996) abrangendo a forma como o indivíduo gere a sua vida e se relaciona consigo/outros/ambiente (Rapley, 2003; Soares, Pereira e Canavarro, 2014), compreende-se que o nível de atividade física é um fator com possíveis implicações no que respeita à saúde mental e ao bem-estar com benefícios a nível físico, psicológico e social (Cruz, 1996). Neste sentido, o presente estudo tem como objetivo geral caraterizar e analisar a relação entre a saúde mental e o nível de atividade física em estudantes do ensino superior. No mesmo, participaram 164 estudantes com idades compreendidas entre os 18 e os 54 anos. Os dados foram recolhidos com recurso a um questionário sociodemográfico, à Versão Portuguesa da Escala de Bem-Estar Mental de Warwick-Edinburgh (WEMWBS) e Escala Continuum de Saúde Mental (MHC-SF) e à Escala de Ansiedade, Depressão e Stress (EADS-21) e ao Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ). Quanto aos resultados, a amostra apresenta baixos níveis de psicopatologia, altos níveis de saúde mental positiva e níveis de atividade física muito homogéneos. Contrariamente ao esperado, não foi encontrada uma associação significativa entre a saúde mental (quer ao nível da psicopatologia quer da saúde mental positiva) e o nível de atividade física. Verificou-se, contudo que, quando os níveis de bem-estar aumentam os níveis de doença mental diminuem e vice-versa, demonstrando assim a importância da promoção do bem-estar /saúde mental positiva, na prevenção da doença mental.
Palavras-chave: 
Abstract
Keywords: 
2
Índice Geral
2
Agradecimentos	iii
Resumo	iv
Abstract	v
Índice Geral	vi
Índice de Figuras	viii
Índice de Tabelas	ix
Lista de Abreviaturas e Acrónimos	x
1.	Introdução	11
2.	Revisão da Literatura	13
2.1. Desporto	13
2.2. Desporto e profissionais de alto rendimento	14
2.3. Desporto e a saúde mental	15
3. Problema de investigação	18
4. Modelo conceptual e questões de investigação	18
5. Metodologia	19
5.1. Objetivos	19
5.2. Método	19
5.3. Definição dos participantes da pesquisa	21
5.4. Instrumento e procedimentos de recolha e análise de dados	21
6. Apresentação e Análise dos Dados	22
6.1. Apresentação dos Dados	22
6.1.1. Dados gerais sobre o perfil do respondente do inquérito	22
6.2. Discussão dos dados	23
7. Conclusões	24
8. Limitações	25
9. Referências bibliográficas	26
10. Anexos	29
Índice de Figuras
Índice de Tabelas
Lista de Abreviaturas e Acrónimos
APA - American Psychology Association 
BEE - Bem-estar Emocional 
BEP – Bem-estar Psicológico 
BES – Bem-estar Social 
CID - Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde 
DSM-V - Manual de Diagnóstico Estatístico dos Transtornos Mentais, 5ª edição EADS-21 - Escala de Ansiedade, Depressão e Stress 
IDP – Instituto do Desporto de Portugal 
INE - Instituto Nacional de Estatística 
IPAQ - Questionário Internacional de Atividade física - versão Curta 
MHC-SF - Escala Continuum de Saúde Mental – versão reduzida 
NR – Não Respondeu 
OMS - Organização Mundial de Saúde 
SPSS - Statistical Package for the Social Sciences 
WEMWBS - Escala de Bem-Estar Mental de Warwick-Edinburgh (WEMWBS)
WHO - World Health Organization
1. Introdução
Segundo Åkesdotter et al. (2020) e Reardon et al. (2019) os atletas que praticam desportos de alta competição enfrentam uma combinação única de desafios, esgotamento físico, lesões, síndrome do sobretreinamento, os quais constituem fatores de risco para alguns distúrbios de saúde.
Como é de conhecimento comum, os atletas profissionais sofrem imensa pressão para alcançarem resultados de excelência nos diferentes níveis de desempenho, havendo uma pressão natural individual que pode levar à ansiedade e depressão. Por outro lado, o desporto ajuda a diminuir os níveis de stress e ansiedade e a combater algumas doenças mentais como a depressão. Além disso, segundo a Organização Mundial de Saúde (2021), fazer desporto também estimula a aprendizagem e o desenvolvimento de capacidades mentais.
Estudos como o de Barreira (2020) relatam que as práticas de desporto constituem meios e fins da saúde, tanto pelos efeitos orgânicos benéficos previsíveis, segundo o estado da arte das ciências da atividade física, como pela expressão por excelência do envolvimento no mundo com esquecimento de si. A partir do dispêndio de energia, controle da ansiedade e bem-estar delas resultantes, adotar uma prática regular de exercícios físicos fornece ao praticante um critério ritual e metabólico auxiliar para o estabelecimento de parâmetros de tempo e espaço na rotina diária. 
Por este motivo, percebe-se a relevância de aprofundar os estudos sobre a forma como o desporto - neste caso, voltado aos cuidados pessoais e não somente inserido no contexto profissional, ou seja, como prática recreativa - influi positivamente na promoção da saúde mental dos atletas profissionais de alto rendimento, assunto que será investigado mais profundamente nos próximos tópicos deste trabalho. 
Este trabalho tem por finalidade compreender as relações e o impacto entre saúde mental e a prática desportiva, de exercícios e/ou de atividade física, no que se refere aos profissionais de alta competição. Pretende-se verificar o impacto da prática do desporto na saúde mental de atletas profissionais, no sentido de identificar qual o grau deste impacto e se há correlação positiva. Adicionalmente, pretende-se examinar se os atletas profissionais recebem apoio adequado em termos de saúde mental.
O trabalho encontra-se organizado da seguinte forma: em primeiro lugar, apresentamos uma revisão de literatura que se destina a fazer o enquadramento teórico sobre a temática. Em segundo lugar, aplicaremos uma pesquisa de campo para obtermos respostas destes profissionais sobre as correntes práticas de desporto e sobre questões de saúde mental. Finalmente, descreveremos os aspetos identificados através da análise dos resultados obtidos, com recurso ao software estatístico IBM SPSS de modo a verificar se há correlação entre ambas as variáveis.
2. Revisão da Literatura
As relações entre o desporto e saúde mental são complexas, deste modo, nos próximos tópicos, iremos explorar as principais definições destes conceitos, dentro do contexto temático do estudo.
2.1. Desporto
Iniciaremos o estudo a apresentar um dos principais conceitos a ser analisado: o desporto. Segundo Santos et al., (2013) o desporto como hoje o conhecemos tem a sua origem na história da atividade física e do movimento humano. Nos primórdios da Humanidade (3000 a.C. até 500 a.C.), o processo de seleção natural baseava-se na força e na resistência física necessárias às atividades básicas de sobrevivência, como a caça, a pesca, a defesa contra predadores e/ou defesa do território, determinando assim a lei do mais forte. 
Guttmann (1976) acrescenta que apenas no século XX, devido ao elevado número de veteranos de guerra com deficiências adquiridas em combate nas grandes guerras mundiais, e a necessidade de os reabilitar, é que as sociedades ocidentais se viram forçadas a rever as suas conceções e atitudes face à deficiência. Por conseguinte, a prática do desporto passa então a ser vista e aceite como a melhor forma de intervenção, com o objetivo de promover a sua reintegração na sociedade.
Na atualidade, o conceito foi consagrado pela Carta Europeia do Desporto Para Todos que foi aprovada pelos ministros europeus reunidos na 7.ª Conferência nos dias 14 e 15 de maio de 1992 em Rhodes. Este documento definedesporto da seguinte maneira: “Entende-se por desporto todas as formas de atividade física que, através de uma participação organizada ou não, têm por objectivo a expressão ou o melhoramento da condição física e psíquica, o desenvolvimento das relações melhoramento da condição física e psíquica, o desenvolvimento das relações sociais ou a obtenção de resultados na competição a todos os níveis”.
Atualmente, a literatura tem identificado os benefícios que advêm da prática desportiva, nomeadamente a melhoria da condição física (melhoria da capacidade de rendimento geral), melhoria da qualidade de vida, redução do risco de doença coronária, redução do risco de desenvolver hipertensão, descida dos valores da hipertensão arterial (através da prática de atividades prolongadas), controlo/redução do peso corporal pela estimulação do consumo calórico, redução do risco de morte prematura, redução do risco de morte por doença cardíaca, aumento da resistência à fadiga, diminuição das insónias, melhoria na postura e equilíbrio e na saúde mental de modo geral (Vasconcelos-Raposo, 2000; Farias & Silva, 2021; França et al., 2022). 
No que se refere aos atletas profissionais, França et al. (2022) e Nascimento et al. (2020) acrescentam que o desporto possui um papel crucial, pois para estes, os aspetos físicos e corporais exigem um excelente nível de desempenho físico, que deve ser somado ao técnico, tático e também emocional, requerendo dos mesmos a superação dos obstáculos como lesões, distância de familiares em prol de competições, treinamento excessivo, problemas pessoais, demasiada exposição mediática, cobrança de patrocinadores e dirigentes. 
Desta forma, o próximo tópico deste estudo irá explorar o contexto do desporto e dos profissionais de alto rendimento, visto que nesta área específica existem muitas variáveis que os diferenciam dos demais praticantes de atividades desportivas.
2.2. Desporto e profissionais de alto rendimento 
O desporto de alto rendimento ou de alta performance é aquele cuja finalidade é de se preparar física e psicologicamente para determinada modalidade desportiva. Seja qual for a atividade desportiva pretendida, os desafios e dificuldades a serem trilhadas serão bastante similares (Farias e Silva, 2021). 
Desta forma, podemos definir então que o atleta ou profissional de alto rendimento é aquele que tem o desporto como profissão, e que, à semelhança de qualquer outra profissão, aufere os mesmos benefícios, como contrato de trabalho, férias, etc. No entanto, segundo França et al., (2020) à semelhança do atleta de alto rendimento, o atleta amador, que apenas pratica desporto, mas não tem o mesmo como profissão, não deixa de ser um atleta. 
Existem hoje escolas que preparam atletas para que alcancem o máximo desempenho- Deste modo, os centros de alto rendimento desportivo procuram potenciar as diferentes capacidades dos desportistas. Isto implica o desenvolvimento de certas rotinas de treino para aperfeiçoar a condição atlética, a técnica, etc. 
Assim, em breves palavras os termos "Alto e Baixo Rendimento" referem-se à competitividade de um atleta e não a atividades desportivas em particular. Um exemplo de um atleta de baixo rendimento seria alguém que pratica desporto por lazer ou bem-estar físico, sem se preocupar com o seu resultado no término da prova. Alto rendimento seria um atleta olímpico que vive de treinos diários e obrigações para se classificar bem em competições.
Estudos recentes referem que muitos profissionais do desporto de alto rendimento adquirem problemas de saúde mental que são definidos como transtornos psiquiátricos e sintomas de sofrimento psíquico com impacto substancial na sua qualidade de vida, causando prejuízo funcional no trabalho, atividades sociais e outras áreas importantes da sua vida quotidiana (Åkesdotter et al., 2020; Foskett e Longstaff, 2018; Schinke et al., 2018).
Autores como Gorczynski e Coyle (2017) inferem que o nervosismo e a tensão gerados durante as competições, assim como os desafios únicos que os profissionais de alto desempenho enfrentam, podem explicar/desencadear problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e stress. Estas causas de stress são devidas às exigências inerentes à competição e treinamento, bem como lidar com lesões e recuperação (Foskett e Longstaff, 2018). Por este motivo, iremos abordar mais amplamente a questão do desporto e a saúde mental no tópico a seguir. 
2.3. Desporto e a saúde mental 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2022), a saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do stress rotineiro, ser produtivo e contribuir para a sua comunidade. A saúde mental implica muito mais que a ausência de doenças mentais. 
Conforme a mesma organização, os transtornos de saúde mental constituem um problema global. Na população geral, cerca de 322 milhões de pessoas sofrem com depressão em todo o mundo – 4,4% da população - e 264 milhões de pessoas sofrem com transtornos de ansiedade, uma média de 3,6% (OMS, 2022).
Neste contexto, a OMS (2022) ainda alerta que as situações de competição são as principais causas de stress associado ao trabalho. Estatísticas apontam que uma a cada cinco pessoas no trabalho podem sofrer de algum problema de saúde mental. Esses problemas vão impactar diretamente no ambiente de trabalho, causando perda de produtividade e faltas ao trabalho, entre outros.
Assim, a relação entre estabilidade emocional e a preparação psicológica dos atletas para a competição tem sido uma preocupação no contexto do desporto. Num estudo realizado por Vealey (1988), concluiu-se que este tema é discutido por 70% dos investigadores e a forma de relacionamento entre a ansiedade e o rendimento é a preocupação central de 93% dos psicólogos do desporto.
Para Putukian (2016), nos profissionais de alto rendimento, problemas de saúde mental, tais como o stress e ansiedade, podem causar mudanças de atenção, distração e aumento da autoconsciência, o que pode interferir no desempenho e predispor um atleta a lesões e má recuperação. 
Os estudos de Gulliver et al. (2015) e Rice et al. (2016) demonstraram que os atletas podem desenvolver problemas de saúde mental numa proporção semelhante à da população geral, evidenciando-se, ainda, maior ocorrência de algumas condições, como transtornos alimentares, ansiedade e depressão em algumas atividades desportivas, além de abuso de substâncias que melhoram o desempenho desportivo.
No entanto, mesmo com o atual interesse na pesquisa de saúde mental, sobretudo, durante a pandemia da COVID-19, ainda há uma escassez de dados empíricos robustos sobre os problemas de stress mental em atletas competidores (Purcell et al., 2020).
Visto isto, neste trabalho iremos explorar, portanto, mais amplamente nso próimos tópicos os conceitos relativos a saúde e doenças mental. Além, será abordados mais especificadamente, a questão das doenças mentais, tais como: depressão, ansiedade e stress.
1.2. Saúde mental e doença mental
A definição de saúde proposta pela OMS (2022) como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças" tem sido alvo de inúmeras críticas, pois defini-la desta forma faz dela algo ideal, inatingível. 
Conforme alguns autores, esta definição poderá ter possibilitado uma medicalização da existência humana, assim como abusos por parte do Estado a título de promoção de saúde (Caponi, 2003; Carvalho, 2005). Segundo o autor Caponi (2003), além deste caráter utópico e subjetivo referido, a definição da OMS permite a utilização do conceito para legitimar estratégias de controle e exclusão de tudo aquilo que consideramos como fora do normal, indesejado ou perigoso. 
Por outro lado, Ogden (2006) acresce que a doença, é portanto, uma conceção que diz respeito à ausência de um estado de bem-estar global, causada por uma multiplicidade de fatores, e que esta ausência de bem-estar pode estar relacionada com causas também mentais.Relativamente a sáude e doenças da mentais, o autor Keynes (2005) aprofunda que a saúde mental e a doença mental devem ser consideradas dois conceitos separados e medidos de forma distinta, na qual, a saúde mental deve ser medida por indicadores de bem-estar e a doença mental por sintomas identificados em perturbações de doença mental.
Conforme Gama et al., (2014) a definição de saúde mental ou saúde psíquica é ainda mais complicada, pois além de estar diretamente vinculada à questão do normal e do patológico envolve a complexa discussão a respeito da loucura e todos os estigmas ligados a esta.
Entretanto, para as doenças mentais serem reconhecidas como tais, a sintomatologia apresenta-se continuada ou recorrente, resultando numa deterioração ou perturbação do funcionamento pessoal numa ou mais áreas da vida, segundo a OMS (2002). O diagnóstico destas perturbações é por norma feito de acordo com os sistemas de classificação do Manual de Diagnóstico Estatístico das Perturbações Mentais – DSM-V ou da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – CID (DSM-V, 2014; OMS, 2002).
Deste modo, para o presente estudo aprofudaremos dentre as três patologias com elevada incidência na população global e académica - A Depressão, a Ansiedade e o Stress (DSM-V, 2014; Heitor, Bastos & Saraiva, 2012; Monte, Fonte & Alves, 2015; OMS, 2002).
Nessa perspetiva, o presente estudo pretende analisar o atual contexto relativo à saúde mental dos profissionais de alto rendimento em Portugal, e verificar se há algum impacto relativo à prática desportiva na saúde mental e bem-estar dos mesmos. Pretende-se também examinar se estes atletas recebem o apoio necessário, ou seja, se existe um investimento na prestação de cuidados a nível de saúde mental para que eles se sintam, também em termos mentais e psicológicos, o melhor possível.
Stressse
s. O termo estresse, de origem na física para definir o desgaste de materiais submetidos a excessos de peso, calor ou radiação, foi empregado pelo fisiologista austríaco Hans Selye, em 1936, para designar uma “síndrome geral de adaptação”, constituída por três fases (reação de alarme, fase de adaptação, fase de exaustão) e com nítida dimensão biológica. O processo neuroendocrinológico envolvido foi objeto de estudos e pesquisas, destacando-se, no Brasil, a sistematização de Vasconcelos (1992) sobre as inter-conexões entre córtex cerebral, hipotálamo, hipófise, glândulas supra-renais e as alterações bioquímicas resultantes no organismo. O estresse psicológico é uma aplicação do conceito para além da dimensão biológica e é definido por Lazarus e Folkman (1984) como uma relação entre a pessoa e o ambiente que é avaliado como prejudicial ao seu bem-estar.
será o futsal, nos dois sexos
3. Problema de investigação
Evidencia-se assim a importância do estudo da saúde mental como um todo, que vai para além da ausência de doença mental englobando também o estudo da saúde mental positiva. Uma vez que a sua promoção pode influenciar o desenvolvimento de perturbações como a ansiedade e a depressão (diminuindo o desenvolvimento das mesmas) (Westerhof & Keyes, 2010)
3. Modelo conceptual e questões de investigação
O estudo em causa, é de cariz quantitativo, transversal e descritivo-correlacional que recorre a instrumentos psicométricos de recolha de dados para a avaliação da saúde mental positiva e bem-estar, dos níveis de ansiedade, depressão e stress, assim como os níveis de atividade física da população em estudo
5. Metodologia
5.1. Objetivos
Ao considerar a relevância da saúde mental e prática de atividades desportivas para todos, em especial, para profissionais sob altas condições de stress e ansiedade, e levando-se em consideração a revisão da literatura explorada, o objetivo geral do estudo é realizar uma análise da relação entre saúde mental e o desporto para profissionais de alto rendimento. Especificamente, este estudo pretende:
- Identificar os impactos que o desporto pode inferir para os profissionais de alto rendimento em termos de saúde mental;
- Verificar o perfil destes profissionais em Portugal, em termos de práticas desportivas utilizadas;
- Examinar o apoio que é prestado a estes atletas, a nível de saúde mental;
- Analisar a correlação entre saúde mental e o desporto.
5.2. Método
À luz da revisão de literatura realizada, e sobre ponderações relativamente à melhor forma de conduzir este estudo, optou-se pela condução metodológica predominantemente quantitativa. Menciona-se que esta abordagem foi definida devido ao facto de esta estratégia se caracterizar pelo emprego da quantificação, tanto nas modalidades de recolha de informações, quanto no tratamento dessas através de técnicas estatísticas, desde as mais simples até as mais complexas (Richardson, 1989). 
De acordo com Brandt (2014), a pesquisa quantitativa procura quantificar os dados e aplica alguma forma da análise estatística, através de uma sequência de atividades, que envolve a redução dos dados, a categorização, a interpretação e consequentemente a descrição das informações de forma quantificável.
Salienta-se ainda, a principal característica evidenciada para o método qualitativo, o qual, segundo as palavras de Turato (2000) “é uma pesquisa multimetodológica quanto ao foco, envolvendo uma abordagem interpretativa e naturalística para seu assunto.” (p. 25). Portanto, isto significa que, os investigadores tentam dar sentido e interpretação aos fenómenos que lhe são fornecidos pelas pessoas, documentos, ou outro tipo de suporte. 
Definimos o inquérito como método principal de recolha de dados, pois este apresenta uma grande flexibilidade e alta eficiência para analisar conjuntos de dados complexos e extensos. Para Silva et al (1997, p. 410) “o questionário seria uma forma organizada e previamente estruturada de coletar na população pesquisada informações adicionais e complementares sobre determinado assunto sobre o qual já se detém certo grau de domínio.”
Relativamente às vantagens da estratégia de aplicação deste instrumento de coleta sobre as demais modalidades, nomeadamente as mais tradicionais que são a entrevista pessoal e Entrevista por telefone, destacam-se (Evans & Mathur, 2005): agilidade na aplicação, no controle e follow-up das respostas e agilidade na tabulação dos resultados, facilidade de utilizar maiores amostras, flexibilidade e diversidade na elaboração de questões, baixo custo de implementação, exigência de resposta completa.
Para Evans & Mathur (2005): as vantagens para os inquiridos dizem respeito, em geral, à rapidez do preenchimento, facilidade de leitura, atratividade criada pela interatividade e “limpeza” do questionário, ou seja, sem rasuras.
Ademais, a coleta de elementos será realizada através de um roteiro de perguntas principalmente do tipo fechadas, diretas e também com o uso da escala de Likert. Menciona-se ainda que haverá um número limitado de perguntas do tipo aberto. Todas as perguntas foram desenvolvidas com base em argumentos e conceitos previamente desenvolvidos por outros autores sobre esta temática e alinhadas com o exposto na pesquisa secundária.
Por conseguinte, o tratamento dos dados informados pelos atletas participantes, será feito com o suporte do software estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 22.2 para Windows.2.3.
5.3. Definição dos participantes da pesquisa
5.4. Instrumento e procedimentos de recolha e análise de dados
Para esta pesquisa, a recolha de dados foi realizada através de um questionário on-line através do software Google Forms no período de 26-12-2022 a . Ademais o questionário possui como base o enquadramento teórico do estudo, 
O formulário foi partilhado com a amostra do estudo através do envio por email e por meio de convite através de um link. 
No mais, o inquérito foi dividido em três partes, sendo estas:
I. Perfil do respondente do inquérito;
II. Informações relativas as práticas desportivas;
III. Questões sobre a saúde mental. 
o atual contexto relativo à saúde mental dos profissionais dealto rendimento em Portugal, e verificar se há algum impacto relativo à prática desportiva na saúde mental e bem-estar dos mesmos. Pretende-se também examinar se estes atletas recebem o apoio necessário, ou seja, se existe um investimento na prestação de cuidados a nível de saúde mental para que eles se sintam, também em termos mentais e psicológicos, o melhor possível.
6. Apresentação e Análise dos Dados
6.1. Apresentação dos Dados
Neste capítulo apresentam-se todos os resultados obtidos através da análise quantitativa delineadas na metodologia da pesquisa, para com uma amostra não-probabilística com o total de X participantes. A amostra consiste em atletas convidados voluntariamente para o ensaio, através de um convite on-line, que esclarecia que o estudo possuí fins estritamente académicos e de caráter anónimo. O questionário ficou ativo por x dias na plataforma digital, e recebeu o total de X questionários completos. A estrutura da apresentação dos resultados segue a mesma ordem da estrutura do questionário aplicado (anexo). 
6.1.1. Dados gerais sobre o perfil do respondente do inquérito
Com suporte da estatística descritiva, os resultados deste estudo demonstraram relativamente ao perfil dos respondentes do inquérito (ver resultados gráficos)
6.2. Discussão dos dados
Mediante os resultados obtidos, aferiu-se quanto 
7. Conclusões 
.
8. Limitações 
As principais limitações deste estudo prendem-se com as caraterísticas da 
1
9. Referências bibliográficas
Åkesdotter, C., Kenttä, G., Eloranta, S., & Franck, J. (2020). The prevalence of mental health problems in elite athletes. Journal of science and medicine In sport 23 (4), 329 -335.
Brandt, C (2014). Métodos Quantitativos. Indaial : Uniasselvi, 2014. p. 117. l ISBN 978-85-7830-836-0 1.
Barreira, C. R. A., Telles, T. C. B., Filgueiras, A. (2020). Sports psychology and mental health during the Covid-19 pandemic. Psicologia: Ciência e Profissão, 40, 1-14. https://doi.org/10.1590/1982-3703003243726.
Actes de la Conference des Ministres Europeens Responsables du Sport (1975). Carta Europeia do Desporto para Todos. Raport sur les Activités du Conseil de L’Europe, 1977).
Caponi, S. (2003). Saúde como abertura ao risco. In Czeresnia, D.; Freitas, C. M. (Orgs.).Promoção da Saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro: Fiocruz.
Carvalho, S. R. (2005). Saúde coletiva e promoção da saúde: sujeito e mudança. São Paulo:Hucitec.
Evans, J.& Mathurm, A. (2005). The Value of Online Surveys. Internet Research. v. 15, n. 2,2005, p. 195-219.  https://doi.org/10.1108/10662240510590360.
Farias, E. Silva, M. (2021). Estresse mental em atletas de elite: Uma revisão sistemática. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 7, p. e55710716838, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i7.16838. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/16838. Acesso em: 11 dez. 2022.
França, T. et al., (2022). Analysis of the relationship between mental health status and occurrence of injuries in professional soccer athletes in the brasiliense championship, Candangão. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.5, p. 34499-34521, may., 2022.
Foskett, R. L., & Longstaff, F. (2018). The mental health of elite athletes in the United Kingdom. Journal of science and medicine in sport ,21 (8), 765 -770.
Gama, C. A. P. D., Campos, R. T. O., & Ferrer, A. L. (2014). Saúde mental e vulnerabilidade social: a direção do tratamento. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 17, 69-84.
Gorczynski, P. F., Coyle, M., & Gibson, K. (2017). Depressive symptoms in high performance athletes and non -athletes: a comparative meta analysis.British Journal of Sports Medicine.51(18), 1348 – 1354
Guttmann L. Textbook of Sport for the Disabled. British Journal of Sports Medicine. 1976;10(4).
Organização Mudial da Saúde [World Health Organization](2022). First meeting of the pan-European Mental Health Coalition: from debate to action. Document number: WHO/EURO:2022-5769-45534-65202. https://www.who.int/europe/publications/i/item/WHO-EURO-2022-5769-45534-65202
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10. Anexos
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