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Aluno: Ruan Lopes da Silva Santiago - Matrícula: 473328 Questionário - Aula 3 1) Fale um pouco sobre o histórico da pesca de lagostas no Brasil Um resumo breve baseado nos estudos de LINSOLIVEIRA et al. (1993), DIAS-NETO e DORNELLES (1996), PAIVA (1997), FONTELESFILHO (2007), IBAMA (2008) e SILVA e FONTELES-FILHO (2011) indicam que a atividade da pesca da lagosta começou na década de 1950, no Ceará, com jangadas e armadilhas (“covos”). Na década de 1960 surgiram as embarcações industriais de maior porte, com cascos de ferro, e a pescaria se expandiu, alcançando os estados do Rio Grande do Norte e de Pernambuco. Na década de 1970, a pesca industrial já estava bem desenvolvida; as capturas aumentaram e chegaram a atingir 9.700t em 1974. A frota industrial de grandes embarcações entrou em colapso entre meados e final da década de 1980. A pescaria da lagosta voltou, então, a ser realizada principalmente com embarcações de menor porte, de madeira, incluindo uma grande quantidade de botes motorizados ou propulsionados a vela. A queda de rendimento no sistema de pesca convencional, como possível sintoma do excesso de esforço, estimulou a expansão de outro sistema de captura baseado em redes de espera de fundo (“caçoeira”), o qual foi subsequentemente proibido pela legislação brasileira, assim como o sistema de mergulho com compressor. Ainda assim, essas artes de pesca mais eficientes, somadas ao aumento no esforço e a expansão da área de pesca, teriam revigorado as capturas, que se mantiveram, então, oscilando em torno de 8.000t entre 1979 e 1991, sem sintomas de decréscimo, pelo menos até 2011. 2) Comentem sobre a pesca de lagostas no Estado do Ceará Estudos indicam que a atividade da pesca da lagosta começou na década de 1950, no Ceará. As principais espécies capturadas são a lagosta-vermelha Panulirus argus e a lagosta-verde Panulirus laevicauda, embora sejam encontradas com frequência a lagosta-pintada Panulirus echinatus e a lagosta-sapateira Scyllarides brasiliensis e Scyllarides delfose. No inicio era realizada com jangadas e armadilhas (“covos”), até a chegada dos barcos da pesca industrial, até meados da década de 1980 e depois voltou a ser realizada por embarcações de pequeno porte. O estado do Ceará é tradicionalmente o maior produtor e exportador de lagostas, mas é preciso destacar que, hoje, grandes partes dos desembarques e da lagosta processada são oriundas de outros estados, principalmente do Pará. O estado do Ceará é composto por 20 municípios costeiros com mais de 100 pontos de desembarque e se destaca como o principal produtor de lagosta espinhosa do Brasil. No período de 1999 a 2006, a maior média de produção do estado foi observada na costa oeste, nos municípios de Acaraú (604,5 108t) e Itarema (572,2 ± 76t). Na costa leste, se destacaram os municípios de Icapuí (243,2 100t) e Beberibe (251 + 120t). Em Fortaleza a média de produção foi de 223 +92 t, seguida em ordem de importância pelos municípios de Trairi (17083t). Camocim (167,569 t) e Fortim (126 + 56t). Os outros municípios possuíram valores médios de produção que não ultrapassaram 100t (BARROSO, 2012). 3) Em que consiste o defeso da Lagosta? O defeso é a paralisação temporária da pesca para a preservação das espécies, tendo como motivação a reprodução e/ou recrutamento, bem como paralisações causadas por fenômenos naturais ou acidentes. Nesse período é garantido por Lei (Lei n° 10.779, de 25 de novembro de 2003, alterada pela Lei n° 13.134, de 14 de junho de 2015) ao Pescador profissional artesanal o pagamento de seguro-defeso, no valor de 1 salário- mínimo mensal, que é o seguro-desemprego especial, pago ao pescador. Segundo a Instrução Normativa do Ministério da Agricultura, o período de defeso ocorrerá de 1º de novembro a 30 de abril para as quatro espécies [lagosta vermelha (Panulirus argus), verde (Panulirus laevicauda), pintada (Panulirus echinatus) e sapateiras (Scyllarides brasiliensis, Scyllarides delfosi, Scyllarides aequinoctialis e Scyllarides deceptor)], durante o qual será proibida a pesca, a comercialização e o beneficiamento das mesmas. O desembarque dessas espécies só será permitido até o dia 31 de outubro de cada ano, data em que as embarcações deverão retornar da pescaria. Em 2020, a Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura suspendeu temporariamente, a instrução normativa. Durante a suspensão, que vale a partir de 1º de maio de 2020 até 31 de maio de 2021, prevalece o período de defeso de 1º de dezembro a 31 de maio das lagostas verde e vermelha e o estoque devidamente declarado poderá ser comercializado durante todo o período de defeso. Vídeos: Histórico da pesca da lagosta no nordeste do Brasil A reportagem se passa no início da temporada que vai até novembro, no litoral do Estado do Ceará e Rio Grande do Norte onde se pesca 90% da lagosta consumida e exportada no país. A atividade é realizada em um barco a motor pequeno, com seis pescadores. A lagosta é encontrada a cerca de 60km da costa, aproximadamente 20m de profundidade, a pesca mostrada no vídeo é feita por mergulhadores com auxílio de mangueiras e compressor, mergulhando por cerca de uma hora, conseguem quase 50kg de lagosta (lembrando que a pesca de lagosta por mergulho/compressor é considerada ilegal, não é reconhecida por lei). E 90% da produção é destinada ao dono da embarcação, que aguarda os pescadores logo na chegada em terra firme, muitos deles não acham justa a porcentagem, porém é o único meio de vida que possuem. Muitos dos trabalhadores acabam afetados e às vezes lesados pelo trabalho, muitos deles sofrem choques por descompressão, pois mergulham em altas profundidades sem equipamento adequado e muitas das vezes sem conhecimento dos perigos da atividade. Globo Mar- Pesca da Lagosta no Litoral do Ceará (26.06.2013) A lagosta é um dos frutos do mar mais cobiçados do mundo, na reportagem do Globo Mar, sediada no Ceará, maior produtor do país. Saindo de Fortaleza, o grupo sai acompanhando as pescas artesanais realizadas no litoral cearense. A primeira parada é em Beberibe nas falésias de Morro Branco, na praia de canoa quebrada é acompanhada a pesca artesanal da arraia. Já em Redonda, é acompanhada toda a atividade junto com os pescadores da região, o nosso litoral é rico em substrato calcário, ambiente ideal da lagosta, o que torna a atividade possível em nosso estado. A pesca da lagosta é realizada com os manzuás, tendo como isca coco e bagre. Os manzuás são lançados no mar e retirados apenas 24 horas depois, alguns barcos mais modernos possuem GPS para marcar o local onde foi jogado, mas nem todos os pescadores tem esse recurso, então, se utiliza isopor como boias, marcadas por cor, para identificação da localização e a quem pertence os manzuás. A pesca é realizada conforme a lei isso é paralisada durante os 6 meses de defeso da Lagosta, período qual animal utiliza para se reproduzir. Mas essa mesma prática é "atrapalhada" por outros pescadores da mesma região, que utilizam a prática de pesca por compressor, considerada ilegal e predatória. A atividade pesqueira da lagosta chega a uma produção de 7 mil lagostas por temporada e gera cerca de 150 mil empregos. Pesca Proibida - Defeso da lagosta A reportagem do programa via legal, mostra um lado escuro da pesca da lagosta, a pesca durante o período de defeso. Essa prática acontece por falta de fiscalização eficiente e conivência dos comerciantes. A venda do pescado é feita a R$35/kg in natura, nos mercados de pescados, em Fortaleza-CE. O "ouro do mar", como é chamado pelos comerciantes, é um produto muito apreciado e de alto valor agregado, na alta temporada os barcos chegam a ficar um mês no oceano e voltam carregados com cerca de 2.000kg de lagosta, em média, os investimentos dos donos de embarcações chegam de 13 a 15 mil reais, mas eles garantemque o investimento vale a pena. A atividade só é permitida a partir de 4 milhas da costa, a única arte de pesca permitida é o manzuá, sendo considerada ilegal a atividade realizada com "caçoeiras" e "marambaias" e o tamanho mínimo permitido para a captura é de 11cm para a lagosta verde e 13cm para a lagosta vermelha. O período de defeso vai de 01 de dezembro a 31 de maio. O descumprimento dessas instruções pode levar a multa de 700 a 1000 reais por quilo de lagosta apreendida e a pena vai de um a três anos de prisão. Os principais motivos de denúncias ao IBAMA são a pesca, venda e transporte irregular. Os representantes do IBAMA reconhecem os problemas com a fiscalização, pois o instituto não conta nem com equipamentos, nem pessoal suficiente para cobrir todo o estado.
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