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Sangramento uterino anormal Acd. Paulo Roberto T30 1 Sangramento uterino anormal Acd. Paulo Roberto T30 Aspectos gerais ▪ Sangramento uterino anormal – alteração da quantidade, duração e/ou frequência do sangramento uterino normal ; ▪ Qualquer perda menstrual excessiva , que interfira na qualidade de vida nos âmbitos físico, emocional, social ou material, podendo ocorrer sozinha ou em combinação com outros sintomas; ▪ Origem se deve, exclusivamente, a um estímulo anormal inadequado sobre Etiologia ▪ Adenomiose – dor pélvica, fluxo menstrual prolongado na fase folicular ou sangramento de maior volume; ▪ Miomas – submucosos são os mais envolvidos com o SUA; ▪ Coagulopatia – Doença de von Willebrand, hemofilia, disfunções plaquetárias, púrpura trombocitopênica, etc; ▪ Endometrial – DIP; ▪ Iatrogênica – DIU, anticoncepcionais hormonais (spotting), anticoagulantes, AAS, anticonvulsivantes, hormônios da tireoide, antidepressivos, tamoxifeno e corticosteroides; ▪ Não classificada – lesões locais ou condições sistêmicas raras, como más-formações arteriovenosas, hipertrofia miometrial, istmocele e alterações müllerianas; Sangramento uterino anormal Acd. Paulo Roberto T30 2 PRINCIPAIS ETIOLOGIAS PELA FAIXA ETÁRIA NEONATAL Privação do estrogênio materno (conduta expectante); INFÂNCIA Corpo estranho, infecção (inespecífica), puberdade precoce; Menos comuns, porém graves – trauma/ abuso sexual, neoplasias – vagina (sarcoma batroide), ovário (puberdade precoce); ADOLESCÊNCIA Anovulação – até 2 anos após a menarca há irregularidades devido à imaturidade do EHHO; Gestação, infecção, coagulopatia – desde a menarca? Ciclo regular e alto fluxo? Sangramento de pequenas feridas e epistaxe? Hemotransfusão? ADULTAS Anovulação, anormalidade da gestação, infecção, neoplasias; PÓS-MENOPAUSA Atrofia (30%), terapia hormonal (30%) – se usa reposição é a principal possibilidade; Câncer de endométrio; Diagnóstico • Investigação clínica: 1. História menstrual detalhada – Momento do sangramento – pós-coito (trauma, IST, câncer de colo); 2. Idade – causas mais prováveis de acordo com a faixa etária; 3. Atividade sexual – ISTs, gestação; 4. História pessoal e familiar de sangramento; 5. Uso de medicações; 6. Doença sistêmica – tireoidopatias, hepatopatias; • Exame clínico e ginecológico – realização do exame especular (1º a ser feito para avaliar origem); • Exames complementares: ▪ Beta-hCG; ▪ Ultrassom transvaginal – afastar causas estruturais (avaliação inicial uterina); nas mulheres na menacme deve ser feito preferencialmente após o sangramento; ▪ Hemograma completo – sempre; ▪ Coagulograma – tempo de sangramento e de coagulação, contagem de plaquetas (a depender da clínica); ▪ Histeroscopia – padrão-ouro para avaliar cavidade uterina (exame secundário); ▪ Outros – histerossonografia (3ª linha), biópsia de endométrio (> 45 anos – 1ª linha), curetagem uterina (> 45 anos – 2ª linha); dosagem de prolactina e provas tireoidianas (doenças sistêmicas), ressonância magnética (ex: pacientes obesas); Investigação histológica: ✓ Mulheres sem evidência de lesão estrutural com espessamento do endométrio, especialmente nas obesas, com idade > 45 anos; ✓ Fatores de risco para câncer de endométrio, ✓ Uso de estrogênio persistentemente sem oposição por progestagênio; ✓ SUA persistente, falha de tratamento e dúvida diagnóstica; Tratamento Sangramento uterino anormal Acd. Paulo Roberto T30 3 • Tratamento clínico – geralmente não estrutural: a) Contraceptivos hormonais combinados (CHCs): ▪ Ótima opção em caso de contracepção e para a maioria das causas de SUA sem alteração estrutural – redução entre 35 a 72% do sangramento; ▪ Não esquecer das contraindicações; ▪ Indução de amenorreia x qualidade de vida; b) AINES: ▪ Eficiente em casos de hemorragia leve – redução em 20 a 50% do sangramento; ▪ Reduz dismenorreia em 70%; ▪ Ácido mefenâmico ou Ibuprofeno; ▪ Mais efetivo em relação ao placebo – não há evidência de um AINE melhor que o outro; c) Ácido tranexêmico – antifibrinolítico: ▪ Seguro e efetivo no sangramento agudo; ▪ Superior ao AINE e CHCs; redução de até 50% do volume de sangramento; ▪ 500 mg 8/8h, sem efeito tromboembólico; ▪ Contraindicações – IR e história de tromboembolismo; d) Combinados hormonais não contraceptivos: ▪ Reguladores hormonais bifásicos; ▪ Mimetizam o ciclo normal; ▪ Não confere proteção contraceptiva; e) Progestágenos orais – causam atrofia endometrial: ▪ Utilizados na fase lútea; ▪ Eficaz na anovulação – SUA não cíclico; ▪ Acetado de medroxiprogesterona ou Noretisterona; f) Contraceptivo só de progestagênio: ▪ Desogestrel 75 mcg, uso oral, contínuo; ▪ Acetado de medroxiprogesterona, IM, induz amenorreia de 30 a 50% das usuárias em 1 ano – baixa/moderada eficácia; ▪ Uso sobretudo para quem apresenta contraindicação ou intolerância ao uso de estrogênio; ▪ Efeitos colaterais – spotting, mastalgia, cefaleia, edema e acne; ▪ SIU-LNG (DIU de levonorgestrel) – eficácia semelhante à ablação endometrial, perfuração uterina e infecção (risco de 0,15%), amenorreia em 20-40% em 12 meses e 70% em 24 meses – não é feito em caso de alteração estrutural da cavidade uterina; OBS – Progesterona injetável trimestral causa ganho de peso; • Tratamento cirúrgico – geralmente estrutural: a) Ablação endometrial: ▪ Lesão da camada basal do endométrio – a responsável pela regeneração; ▪ Histerometria menor que 10 cm; ▪ Taxa de amenorreia em 1 ano de 40-50%; ▪ 1ª geração – ressecção transcervical e cauterização; ▪ 2ª geração – balões térmicos; b) Miomectomia: ▪ Avaliar desejo conceptivo; ▪ Localização do mioma (mioma submucoso), disponibilidade de material e habilidade do cirurgião; ▪ Análogo do GnRH pré-operatório – diminuição do tamanho do mioma; c) Embolização de artérias uterinas: ▪ Injeção de Gelfoam® ou prolipropileno; ▪ Redução de miomas e adenomiose; ▪ Descarga vaginal persistente e síndrome pós-embolização (1%); Sangramento uterino anormal Acd. Paulo Roberto T30 4 d) Histerectomia: ▪ Falha de outros métodos; escolha da paciente; ▪ Via vaginal, abdominal ou laparoscópica; ▪ Risco de complicações (3%) maior que a ablação endometrial; óbito (0,3); Acd. Paulo Roberto T30 Aspectos gerais Etiologia Diagnóstico Tratamento
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