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Jogo Didático para o Ensino de Teníase/Cisticercose

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1 
O COMPLEXO TENÍASE/CISTICERCOSE 
ABORDADO EM UM JOGO DIDÁTICO PARA 
O ENSINO DE CIÊNCIAS 
Priscilla Elias Ferreira da Silva 
Fernando Lourenço Pereira 
Catarina Teixeira 
Resumo 
Trabalhar com temas que relacionam as doenças 
parasitárias no ensino de ciências é um grande desafio 
em sala de aula. Partindo do pressuposto que a 
aprendizagem dos conceitos científicos depende da 
estratégia que o professor utiliza, o presente trabalho 
tem como objetivo analisar a construção e aplicação do 
jogo didático no processo de ensino-aprendizagem. 
Através de aulas dialogadas, analisamos quais os 
elementos que os alunos julgam importantes em 
relação às medidas de prevenção e tratamento das 
doenças parasitárias. Para a consolidação e ampliação 
do raciocínio, elaboramos um jogo didático que 
contemplou as principais características da doença 
parasitária teníase/cisticercose. Esse método de ensino 
lúdico auxiliou o professor de ciências e os alunos no 
processo de ensino-aprendizagem sobre a teníase, pois, 
na maioria das vezes, um assunto não compreendido 
em sala de aula pode ser explorado na forma de jogos, 
fazendo com que o raciocínio do aluno seja trabalhado. 
Palavras chave: Ensino de ciências; Doenças 
parasitárias; Teníase; Cisticercose; Jogo didático 
Introdução 
O trabalho educativo na escola é considerado importante 
instrumento no diálogo entre a teoria e a prática do cotidiano. 
Quando há conscientização e sensibilização sobre diferentes 
temas, ocorre substituição de hábitos e costumes inadequados 
por outros que visem o cuidado contra as infecções. Portanto é 
importante ressaltar que atividades lúdicas no processo de 
ensino-aprendizagem como, por exemplo, jogos pedagógicos, 
podem contribuir para a formação crítica e reflexiva do 
indivíduo, e no desenvolvimento de valores éticos e sociais. 
Além disso, podem promover a fixação do tema, a socialização, 
a motivação, a capacidade de raciocínio e a criatividade. 
A utilização do jogo didático pode ser um método 
eficiente no ensino de temas que relacionem não só a disciplina 
de ciências, mas sim todas as outras, sendo capaz de apurar o 
conhecimento do aluno reforçando o conteúdo de maneira 
esclarecedora. 
 
 
 2 
Para Campos, Bortoloto e Felicio (2008, p. 48), o jogo 
possibilita a apropriação e a aprendizagem significativa de 
conhecimentos. Essas aprendizagens são promovidas quando são 
transformadas em atividades lúdicas, em que ocorre o 
entusiasmo dos alunos e, consequentemente, uma proposta de 
aprendizado de forma interativa e divertida. Esse método de 
ensino pode colaborar para a aprendizagem do aluno, 
favorecendo a apreensão de conceitos que, muitas vezes, 
durante a aula expositiva, acabam não sendo apreendidos da 
maneira como deveriam. Esse método de ensino baseado em 
atividades voltadas para o lúdico pode auxiliar o professor no 
processo de ensino-aprendizagem, pois um assunto não 
compreendido na aula expositiva pode ser explorado na forma de 
jogos, o que faz com que o raciocínio do aluno seja trabalhado. 
Ribeiro, Ribeiro e Leão Junior (2012, p. 6) afirmam que o 
jogo pode se constituir de importante ferramenta pedagógica e 
pode ser aplicado em diferentes atividades nas diferentes 
disciplinas, sendo necessárias a preparação do professor e a 
busca constante de aprimoramento de suas estratégias e 
recursos didáticos. Segundo as Orientações Curriculares para o 
Ensino Médio (BRASIL, 2006, p. 28): 
 “O jogo oferece o estímulo e o ambiente propícios 
que favorecem o desenvolvimento espontâneo e 
criativo dos alunos e permite ao professor ampliar 
seu conhecimento de técnicas ativas de ensino, 
desenvolver capacidades pessoais e profissionais 
para estimular nos alunos a capacidade de 
comunicação e expressão, mostrando-lhes uma nova 
maneira, lúdica, prazerosa e participativa de 
relacionar-se com o conteúdo escolar, levando a 
uma maior apropriação dos conhecimentos 
envolvidos.” 
Considerando a importância do jogo no processo de 
ensino e aprendizagem, o presente trabalho teve por objetivo 
analisar a construção e a aplicação de um jogo sobre as 
doenças parasitárias teníase e cisticercose em uma escola rural 
no município de Uberaba, MG. 
Segundo Machado (2010), a doença parasitária 
conhecida como teníase é a infestação intestinal humana por 
cestódeos adultos do gênero Taenia. Na fase larvária, as 
espécies Taenia solium Linnaeu, 1758, e Taenia saginata Goeze, 
1782, têm o homem como único hospedeiro definitivo dos 
vermes adultos, enquanto suínos e bovinos constituem os 
hospedeiros intermediários desses parasitos, respectivamente. 
A teníase causada por T. solium ou por T. saginata 
ocorre muitas vezes sem apresentar sintomas. De acordo com 
Machado (2010), os indivíduos podem abrigar os parasitas e os 
diagnósticos podem ser realizados pelo próprio hospedeiro 
definitivo após observação dos anéis ou proglotes, que são 
eliminados espontaneamente, ou pelo bolo fecal e mais 
raramente quando regurgitados. A cisticercose é também uma 
doença parasitária decorrente da ingestão acidental de ovos de 
T. solium, resultando no desenvolvimento do cisticerco em 
algum tecido do corpo. 
 
 
 3 
A infestação por esses parasitos ocorre devido à falta de 
cuidados nos preparos dos alimentos, higienização das 
verduras, legumes e frutas, bem como o consumo de carne crua 
ou insuficientemente cozida, falta de aprimoramento nas 
condições de saneamento básico, dentre outros fatores. Nesse 
sentido, medidas promissoras e que podem ser consideradas 
medidas de controle baseiam-se no trabalho educativo para a 
população, gerando uma sensibilização sobre a gravidade e 
extensão da doença (MACHADO, 2010). 
Discutir e refletir sobre as doenças parasitárias como a 
teníase na sala de aula é imprescindível, principalmente em 
escolas situadas na zona rural, em que na maioria das vezes a 
vulnerabilidade em relação à doença é maior. O professor deve 
trabalhar com a realidade vivenciada pelos alunos, afinal pode-
se dizer que nesses locais ocorrem, com maior frequência, 
parasitoses como a teníase e a cisticercose. Segundo Souza, 
Almeida e Carrijo (2013, p. 23), foram realizados alguns 
estudos em propriedades rurais, na cidade de Uberlândia-MG, 
no qual os moradores reconhecem o cisticerco presente nas 
carnes, porém há uma dificuldade na relação epidemiológica do 
complexo teníase-cisticercose. 
Nesse sentido, esses dados reforçam ainda mais a 
preocupação em relação a essas parasitoses nas zonas rurais. 
Muitas famílias desconhecem medidas simples de prevenção e de 
combate dessas doenças, e o professor, nesse caso, tem o papel 
de levar ao aluno diferentes ferramentas metodológicas que 
possam favorecer a aprendizagem deste assunto. Faz-se 
necessário, portanto, criar materiais, como o jogo didático, que 
trabalhem de forma lúdica temas complexos no ensino de ciências. 
Procedimentos metodológicos 
O presente trabalho foi desenvolvido em uma escola 
rural vinculada ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação 
à Docência – PIBID, desenvolvido na Universidade Federal do 
Triângulo Mineiro – UFTM, que apresenta, dentre os seus objetivos, 
incentivar a formação de docentes em nível superior para a 
educação básica e, além disso, promover a integração entre 
educação superior e educação básica. 
O corpus deste trabalho foi formado a partir de aulas 
expositivas dialogadas com apoio de slides e data show com 
alunos do 7o ano do ensino fundamental II. Nas aulas, foram 
abordados assuntos que envolviam as doenças parasitárias, com 
enfoque na teníase/cisticercose. Foi evidenciado durante as aulas 
a situação epidemiológica atual, ponto importante devido aos 
altos índices de infecções por verminoses que acometem a 
população brasileira. Além disso, foi abordado aspectos 
relacionados a biologia de tênias, a transmissão, a 
sintomatologia, a profilaxia, a prevenção eo diagnóstico dessas 
doenças. Nesse sentido, a atividade na escola ocorreu em dois 
momentos distintos. No primeiro momento, a aula dialogada 
evidenciou os principais aspectos relacionados ao complexo 
teníase/cisticercose. O objetivo dessa prática dialogada foi 
fortalecer a aprendizagem e promover a reflexão do aluno frente 
ao tema proposto além de colaborar na análise realizada pelos 
alunos sobre as medidas de prevenção e tratamento dessas 
parasitoses, as quais se pode dizer que são medidas simples e 
muito fáceis de serem adotadas em qualquer ambiente. 
 
 
 4 
No segundo momento, para efetivação dos 
conhecimentos acerca do conteúdo desenvolvido na aula 
dialogada, aplicou-se um jogo didático sobre a 
teníase/cisticercose com regras estabelecidas e instruções para 
os jogadores. O objetivo desse jogo foi promover a autocrítica, 
análises e reflexões sobre o contexto do complexo 
teníase/cisticercose no cotidiano. Todo processo na escola teve 
duração de aproximadamente dois meses (duas vezes na 
semana de cada mês) e a construção do jogo ocorreu em 
aproximadamente três meses. Essa construção envolveu o 
planejamento e design do jogo, bem como a seleção dos 
conteúdos das cartas pela licencianda do PIBID, com apoio e 
orientação do docente coordenador de área do PIBID. 
O material escolhido para confecção do jogo foi 
especialmente desenvolvido com a ajuda de um arte-finalista, 
que concebeu o design gráfico bem como a confecção do layout 
final. O jogo envolvendo conteúdo sobre o ensino de verminoses 
foi intitulado “Combatendo a Teníase”. Esse jogo constitui-se de 
um tabuleiro com tamanho A3 (841 x 1190 cm). O caminho a 
ser percorrido pelas peças possui um formato tridimensional, 
assemelhando-se a uma tênia, especificamente T. solium, 
devido à presença de ganchos que é característica peculiar 
dessa espécie (Figura 1). O tabuleiro contém “37 casas” a 
serem percorridas pelos pinos, há também, distribuídas de 
forma aleatória, estrelas em determinadas “casas” contendo a 
letra (E) que significa evento e também a letra (P) que significa 
pergunta (Figura 1). 
Figura 1 - Layout final do tabuleiro: o escólex (cabeça) da tênia, à 
esquerda, determina o início do jogo e o último estróbilo, à direita, 
determina o fim do jogo; as estrelas azuis contendo a letra E são os 
eventos e as estrelas amarelas contendo a letra P são as perguntas. 
 
Fonte: Os autores, 2017. 
Em relação às regras (Figura 2), o aluno mais novo 
iniciou o jogo. O jogo aconteceu no sentido horário, do início 
(escólex) para o fim (última proglote). Ao jogar o dado, o aluno 
teve que verificar, no tabuleiro, a indicação da regra 
(evento/pergunta). A retirada dessa carta (evento/pergunta) foi 
feita pelos colegas e não por quem estava jogando o dado durante 
a partida. Sendo assim, em cada pergunta, se o aluno acertasse, 
 
 
 5 
permanecia no jogo e, se o aluno errasse a resposta, ficaria 
uma rodada sem jogar. Dessa forma, o jogo é composto por: 
• 1 tabuleiro; 
• 1 cartão de regras; 
• 1 dado de seis faces; 
• 5 pinos; 
• 18 cartas de evento; 
• 27 cartas de pergunta. 
Figura 2 - Regras do jogo 
 
Fonte: Os autores, 2017 
As peças do tabuleiro, com exceção do dado, foram 
feitas de papel (Figura 3). Escolhemos texturas diferentes para 
cada peça (amarelo, azul, verde, vermelha e lilás), 
contabilizando um total de 5 peças. Um detalhe perceptível é o 
traçado na base das peças que imita os ovos da tênia (Figura 
3). A arte final foi pensada de modo que deixasse o jogo 
didático atrativo e didático, com cores vibrantes e diferentes. O 
papel utilizado na impressão foi o couchê, no padrão A3 (841 
cm x 1190 cm), esse papel apresenta gramatura maior e possui 
um dos lados brilhantes, o que confere à impressão um 
excelente acabamento. 
Figura 3 - Peças personalizadas do jogo que possuem marcações que 
delimitam o recorte e colagem. Ao serem dobradas e coladas nos 
espaços indicados, darão origem aos pinos que comporão o jogo. 
 
Fonte: Os autores, 2017. 
 
 
 6 
O jogo tem 18 cartas de eventos (Figura 4) que 
apresentam situações cotidianas sobre medidas de prevenção e 
também perguntas diretas que induzem o aluno a pensar em 
medidas seriam eficazes no tratamento. Nessas cartas “evento”, 
o aluno poderia avançar ou voltar casas, essa ação dependeria da 
resposta encontrada, além disso, em algumas cartas há alguns 
desafios que, ao serem cumpridos pelo jogador, proporcionam 
um avanço no jogo. Se o aluno acertasse a resposta, avançaria 
duas casas; se ele errasse, voltaria três casas. 
Figura 4 - Cartas de “evento”. No tabuleiro, a estrela azul corresponde 
ao evento. Essa carta é retirada por outros integrantes que não sejam 
o jogador, pois ela contém a resposta ou evento pré-estabelecido. 
 
Fonte: Os autores, 2017. 
Também têm 27 cartas de “perguntas” (Figura 5) que 
contêm questões contextualizadas, ou seja, perguntas 
discursivas e objetivas, sendo 18 cartas com perguntas objetivas 
com alternativas a, b e c; e 9 cartas discursivas com uma única 
resposta. Em todas as cartas de “perguntas” há uma resposta; 
porém comandos de prosseguimento do jogo estão ausentes, ou 
seja, não há nenhuma regra para que o aluno avance ou volte 
casas, fique uma rodada sem jogar ou passe a vez ao colega. 
Dessa forma, o jogador respondia à pergunta e, se houvesse erro 
ou acerto, ele permaneceria no jogo e não seria prejudicado. 
Figura 5 - Cartas de “pergunta”. No tabuleiro, a estrela amarela 
corresponde à pergunta. Essa carta é retirada por outros integrantes 
que não sejam o jogador, pois nela contém a resposta. 
 
Fonte: Os autores, 2017. 
 
 
 7 
Para analisar a construção e aplicação do jogo didático, 
utilizamos como recurso analítico, anotações descritivas em um 
diário de bordo, nele consta todo o processo de construção do 
jogo didático e sua aplicabilidade na escola, bem como 
transcrições orais diretas dos alunos e comentários pessoais da 
minha trajetória no espaço formal e não formal. De acordo com 
Cañete (2010, p. 23), o diário de bordo está relacionado ao 
processo reflexivo do docente, nele são encontrados registros e 
transcrições de situações vividas em campo, dessa forma, ele 
tem como papel fundamental auxiliar nas problematizações 
fazendo um levantamento das dificuldades, e de certa forma, 
solucionar esses problemas que foram elencados no decorrer da 
escrita. 
Resultados e discussão 
Os alunos que participaram do processo contribuíram de 
forma expressiva durante o desenvolvimento do trabalho. A 
maioria dos alunos reside em chácaras, fazendas e sítios, onde 
é comum a criação de bovídeos e suínos. 
Durante a construção do jogo, atentamos quanto ao uso 
de palavras e termos científicos em excesso, uma vez que 
acabam confundindo o aluno. Por se tratar de um jogo didático, 
os comandos deveriam ser claros e objetivos, levando em 
consideração a aula dialogada, na qual foi trabalhado todo o 
conteúdo das cartas do jogo. 
Em relação à análise crítica do jogo didático, foi possível 
observar durante o percurso que, nas cartas “pergunta” há um 
contexto diferenciado que promove a lembrança de termos 
específicos das parasitoses, por meio de perguntas objetivas e 
discursivas, com respostas diretas e de fácil interpretação, 
contendo o tema trabalhado durante todas as aulas 
dialogadas. 
Verificamos que os alunos tiveram dificuldades em 
apenas duas cartas “pergunta”. Na carta com a pergunta “Qual 
é o nome do agente etiológico da teníase? 
a) Taenia 
b) Schistosoma mansoni 
c) Ancylostoma 
Gabarito: A”. 
Houve certa dificuldade em associar o nome Taenia às 
espécies T. solium e T. saginata; acreditamos que as outras 
alternativas de resposta possam ter confundido o aluno em 
relação ao nome científico mencionado ou talvez a dificuldade 
estivesse em saber o significado de “agente etiológico”, que 
para o aluno poderia ser algo diferentede “causador da 
doença”. 
Na carta “pergunta” que sugere completar a lacuna: 
“Complete a frase a seguir: Quando os cisticercos de T. solium 
se localizam no Sistema Nervoso Central, temos a parasitose 
chamada _______________________. 
Gabarito: neurocisticercose.” 
 
 
 8 
Os alunos tiveram dificuldade em associar o sistema 
nervoso central com a doença cisticercose, foi preciso relacionar 
o termo “neuro” com a palavra “cérebro” e retomar uma breve 
explicação sobre como ocorre a contaminação dessa doença, ou 
seja, a infecção através da circulação sanguínea, após a 
ingestão de ovos de T. solium. Além da prevalência da 
neurocisticercose não ser conhecida, como afirmam Guimarães 
e colaboradores (2010), é possível dizer que há uma falta de 
planejamento governamental nas zonas endêmicas, ou seja, as 
informações dessas neuroparasitoses para o público periférico 
não são suficientes. Esse fato pode ser considerado grave, já 
que as manifestações clínicas da neurocisticercose não 
dependem apenas da localização do cisticerco no sistema 
nervoso, mas sim do número de parasitas e seu estágio de 
desenvolvimento no cérebro. 
Em relação às diferentes formas de transmissão da 
teníase e na cisticercose, o jogo didático contribuiu para que os 
alunos relacionassem as formas de desenvolvimento desse 
verme que infecta o ser humano. As espécies T. solium e T. 
saginata são duas espécies cujos cisticercos, quando ingeridos, 
resultarão no desenvolvimento do verme adulto no intestino 
humano, o que significa a aquisição de uma mesma doença, a 
teníase. Já na cisticercose, quando há a ingestão dos ovos de T. 
solium, o verme adulto não se desenvolve no intestino, mas um 
cisticerco se desenvolve em algum tecido do corpo, o que causa 
a doença conhecida como cisticercose. As cartas que fazem 
inferências a essas formas de contaminação foram lidas mais de 
uma vez para que o aluno relacionasse conceitos vistos nas 
aulas anteriores. 
Segundo Legey e colaboradores (2012, p. 70), os jogos 
acabam sendo um desafio para os participantes, uma vez que 
ele deve raciocinar antes de responder a pergunta ou o evento 
estipulado na carta. O aluno associa, portanto, a teoria com a 
prática, na perspectiva de finalizar a sua jogada e 
possivelmente ganhar o jogo. Essas situações acabam se 
tornando desafios para o professor, pois, na maioria dos casos, 
o aluno busca demonstrar sua visão de forma diferenciada e 
também certa criticidade diante daquele tema ou de uma 
determinada resposta. O jogo na prática educativa tem 
significado muito valioso, visto que é por meio desses desafios e 
observações que os desenvolvimentos cognitivo e intelectual se 
aprimoram. 
O jogo foi constituído de um layout lúdico e bastante 
atrativo, com cores vibrantes e cartas fáceis de serem 
respondidas. Esses aspectos facilitam a jogada do aluno, 
induzem à participação e, consequentemente, a permanência no 
jogo. Alguns resultados foram perceptíveis, como a satisfação e 
a motivação durante a competição entre os colegas; foi possível 
perceber que aqueles alunos que ficaram em duplas se 
ajudavam para encontrarem a resposta correta e houve uma 
preocupação em não confundir as características dos agentes 
etiológicos, como, por exemplo, a presença de ganchos, que é 
uma característica exclusiva da espécie Taenia solium. 
 
 
 9 
Considerações finais 
Destacamos que antes da aplicação do jogo de regra é 
necessário testá-lo, pois encontramos a falta de detalhamento 
na regra das cartas “perguntas”. O teste prévio assegura que 
não haja erros nas cartas ou nas regras do jogo, evitando a 
confusão ou desorganização no ensino do conteúdo. 
O jogo didático aplicado atendeu a função educativa, 
com grande aceitação. Foi claramente perceptível que durante a 
aplicação houve participação ativa dos alunos, se envolveram de 
forma prazerosa e descontraída. Esse trabalho complementa e 
sensibiliza sobre a importância de adotarmos hábitos de higiene 
pessoal e cuidados básicos nos ambientes domiciliares ao 
preparar os alimentos a serem ingeridos e na qualidade da água 
consumida. Além disso, se tratando de um ambiente rural é 
muito pertinente trabalhar esses assuntos com os alunos nas 
escolas, pois, grande parte dos familiares fazem o uso de água 
derivada de poços artesianos ou até mesmo de transposições de 
riachos próximos de suas casas, ficando, portanto, vulneráveis a 
parasitoses e outras doenças causadas pela água e alimentos 
contaminados. Além disso, é comum que muitos indivíduos se 
alimentem de carne malcozida de suínos e bovinos, contribuindo 
para a ocorrência da teníase/cisticercose na população. 
Nesse contexto, concluímos a prática pedagógica 
presente no jogo possibilitou ao aluno conhecer, assimilar e 
responder perguntas pertinentes ao assunto, já que 
anteriormente os discentes puderam contemplar esses 
conhecimentos através da aula dialogada. O trabalho mostrou 
que é possível dizer que a utilização do jogo como metodologia 
de ensino tornou a aprendizagem dinâmica e reforçou a 
compreensão do tema. É por meio do raciocínio que ocorre a 
fixação do conteúdo trabalhado e o jogo acaba se 
caracterizando como uma forma lúdica no processo de ensino-
aprendizagem, tornando-se uma estratégia facilitadora de 
abordagens teóricas, como no caso do complexo 
teníase/cisticercose. 
Agradecimento e apoio 
Ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à 
Docência (CAPES/PIBID) – Subprojeto Ciências Biológicas da 
Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM 
Referências 
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Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. 
Brasília: MEC/SEF, v. 2, p. 28, 2006. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em 
Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças 
infecciosas e parasitárias: guia de bolso / Ministério da Saúde, 
Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância 
Epidemiológica. 8. ed. rev. – Brasília: Ministério da Saúde, 
2010. Disponível em: 
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_para
sitaria_guia_bolso.pdf. Acesso em: 18 out. 2016. 
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolso.pdf
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolso.pdf
 
 
 10 
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Disponível em: 
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 CAÑETE, L. S. C. O diário de bordo como instrumento de 
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Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Educação. 
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http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1
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http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/BUOS-8CSKSG/disserta__o_pronta.pdf?sequence=1
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http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2010/RN1804/362%20atualizacao.pdf
http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2010/RN1804/362%20atualizacao.pdf
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/16342/2/julio3_barbosa_etal_IOC_2012.pdf
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/16342/2/julio3_barbosa_etal_IOC_2012.pdf
www.pucrs.br/famat/viali/tic_literatura/jogos/Ribeiro.pdf
http://www.seer.ufu.br/index.php/vetnot/article/view/21680/0&lc=pt-BR&s=1&m=269
http://www.seer.ufu.br/index.php/vetnot/article/view/21680/0&lc=pt-BR&s=1&m=269
 
 
 11 
Sobre os autores 
Priscilla Elias Ferreira da Silva 
Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do 
Triângulo Mineiro – UFTM. Participou do PIBID/subprojeto 
Ciências Biológicas durante a graduação. Atualmente é 
mestranda em Medicina Tropical e Infectologia na área de 
concentração Clínica das Doenças Infecciosas e Parasitárias na 
UFTM. 
E-mail: priefsilva@gmail.com 
 
Fernando Lourenço Pereira 
Licenciado em Ciências Biológicas, Mestre em Imunologia e 
Parasitologia, Doutor em Imunologia. Atualmente é professor no 
curso de Ciências Biológicas e coordenador do PIBID/subprojeto 
Ciências Biológicas da Universidade Federal do Triângulo 
Mineiro - UFTM. 
E-mail: lourenco.uftm@gmail.com 
 
Catarina Teixeira 
Licenciada em Ciências Biológicas, Especialista em Ensino de 
Ciências por Investigação, Mestre em Educação e Doutoranda 
em Educação. Atuou como professora de Ciências e Biologia na 
educação básica. Atualmente é professora no curso de Ciências 
Biológicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM. 
E-mail: catarinabio@hotmail.com 
THE COMPLEX TAENIASIS / CYSTICERCOSIS 
ADDRESSED IN A TEACHING GAME FOR 
SCIENCE TEACHING 
Abstract 
Working with themes that relate parasitic diseases to 
science teaching is a major challenge in the classroom. 
Based on the assumption that the learning of scientific 
concepts depends on the strategy that the teacher uses, 
the present work aims to analyze the construction and 
application of didactic game in the teaching-learning 
process. Through dialogic classes, we analyze the 
elements that students deem important in relation to the 
prevention and treatment of parasitic diseases. For the 
consolidation and amplification of the reasoning, we 
elaborated a didactic game that contemplated the main 
characteristics of the parasitic disease teniasis / 
cysticercosis. This method of play teaching helped the 
science teacher and the students in the teaching-learning 
process on teniasis, since, for the most part, a subject not 
understood in the classroom can be explored in the form 
of games, making the Student's reasoning is worked out 
Key words: Science education; Parasitic diseases; 
Teniasis; Cysticercosis; Didactic game 
mailto:catarinabio@hotmail.com
 
 
 12 
EL COMPLEJO TENÍASO / CISTICERCOSE 
ABORDADO EN UN JUEGO DIDÁCTICO PARA 
LA ENSEÑANZA DE CIENCIAS 
Resumen 
Trabajar con temas que relacionan las enfermedades 
parasitarias en la enseñanza de las ciencias es un gran 
desafío en el aula. A partir del presupuesto que el 
aprendizaje de los conceptos científicos depende de la 
estrategia que el profesor utiliza, el presente trabajo tiene 
como objetivo analizar la construcción y aplicación del 
juego didáctico en el proceso de enseñanza-aprendizaje. A 
través de clases dialogadas, analizamos cuáles son los 
elementos que los alumnos juzgan importantes en 
relación a las medidas de prevención y tratamiento de las 
enfermedades parasitarias. Para la consolidación y 
ampliación del raciocinio, elaboramos un juego didáctico 
que contempló las principales características de la 
enfermedad parasitaria tenias / cisticercosis. Este método 
de enseñanza lúdica ayudó al profesor de ciencias ya los 
alumnos en el proceso de enseñanza-aprendizaje sobre la 
tenias, pues la mayoría de las veces un asunto no 
comprendido en el aula puede ser explotado en forma de 
juegos, el razonamiento del alumno sea trabajado. 
Palabras clave: Enseñanza de las ciencias; 
Enfermedades parasitarias; Teniasis; Cisticercosis; Juego 
didáctico

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