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Causas da Perda Embrionária em Bovinos

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Introdução
A eficiência reprodutiva é o fator que isoladamente, mais influencia a produtividade e a lucratividade de um rebanho, no entanto a eficiência reprodutiva na maioria das explorações pecuárias é relativamente baixa.
A perda embrionária é a principal causa de falha de gestação em bovinos, representando 25 a 40% das falhas de gestação, podem ser divididas em duas categorias e classificadas como Mortalidade Embrionária Precoce (MEP; da fertilização até o dia 27) e Mortalidade Embrionária Tardia (MET; do dia 28 ao 42). A maior parte da mortalidade embrionária é representada pela MEP, com relato de taxas variando de 20 a 40% em bovinos de corte. A MET ocorre em 3 a 14% de vacas e novilhas de corte.
O objetivo deste trabalho é descrever sobre as possíveis causas da Mortalidade Embrionária Precoce e exemplificação com relato de caso.
Perda embrionária precoce  
A perda embrionária é multifatorial, mas podem ser classificadas em 3 grandes grupos: as causas ambientais, as infecciosas e as relacionadas a fatores endocrinológicos ou genéticos.
Causas ambientais
É a principal causa de perda embrionária em bovinos. Alterações como as referentes ao clima e também nutricionais são os principais exemplos de etiologias ambientais de perda embrionária.
Tem sido relatado que a principal ação deste fator ambiental sobre a fertilidade dos animais se dá sobre a viabilidade dos gametas e desenvolvimento embrionário. Temperaturas ambientais excessivas podem afetar diretamente o desenvolvimento e a viabilidade embrionária, e ainda atuar de forma indireta, modificando o microambiente uterino, necessário à manutenção da gestação.
O período no qual o embrião é mais susceptível a altas temperaturas é durante os estágios iniciais de segmentação, ou seja, na primeira semana do seu desenvolvimento. As temperaturas elevadas durante este período inicial resultam em atraso no desenvolvimento embrionário, de forma que o embrião fica "fora de sincronia" com o ambiente materno em que se encontra. O estresse térmico, entretanto, também pode suprimir a expressão do estro, alterar o desenvolvimento folicular, reduzir a fertilidade dos espermatozoides e do óvulo, além de reduzir a síntese subsequente de progesterona. Todos estes fatores podem interferir com o desenvolvimento e o crescimento do embrião. 
Outra característica climática  importante é a umidade relativa (UR). Uma elevada umidade relativa dificulta a dissipação de calor pelo animal, visto que os principais processos de perda de calor ocorrem através de evaporação de água, que ficam prejudicados quando a atmosfera já se encontra muito saturada. 
O estresse térmico não é definido de forma consistente, mas geralmente se referem às temperaturas ambientes entre 32ºC e 43ºC e umidade relativa acima de 40%. Os bovinos podem ser afetados pelo estresse térmico quando a temperatura corporal aumentar apenas 1ºC, mas também há referências de um aumento a partir de uma temperatura normal, 38,5 a 39ºC, para uma temperatura igual ou maior a 41ºC.
Causas endócrinas ou genéticas
As anomalias genéticas respondem por aproximadamente 10% das perdas embrionárias e geralmente resultam em falha na prenhes nas duas primeiras semanas. A expressão de genes letais, número anormal de cromossomos em algumas ou em todas as células embrionárias, polispermia  e erros meióticos nos gametas ou no embrião em desenvolvimento são anomalias contribuintes a morte embrionária.
Dos fatores endócrinos, a taxa de progesterona durante o início da gestação, é a causa frequentemente citada como decisiva na manutenção da mesma. A atividade funcional do corpo lúteo é essencial para instalação e manutenção da gestação. Esta manutenção da gestação depende, dentre outros fatores do bloqueio da secreção de prostaglandina F2a (PGF2a) que é sintetizada pelas células epiteliais do endométrio. Esta substância vai provocar a regressão do corpo lúteo e queda na síntese de progesterona pelo mesmo. Para que a PGF2a não seja secretada deve haver um sinal químico, como a liberação de fatores parácrino como o interferon-T, que bloqueia a síntese e/ou liberação do fator luteolítico. Os níveis de progesterona plasmáticos são entre outros fatores, muito importantes para criação e manutenção de um ambiente uterino favorável ao embrião e um dos determinantes da sobrevivência embrionária.
Causas Infecciosas
As doenças que causam morte embrionária ou fetal em bovinos podem ser divididas em problemas clínicos e doenças infectocontagiosas. Entre os problemas clínicos, qualquer doença sistêmica pode potencialmente provocar perda da gestação. Isto pode ocorrer por ação direta do agente no útero ou indiretamente, pela hipertermia materna ou pela produção de toxinas que possam atingir o embrião ou feto. Outra forma de efeito indireto das infecções na manutenção da gestação ocorre quanto há produção de grande quantidade de prostaglandinas. Estas substâncias, principalmente a PGF2a, que é um mediador químico de qualquer processo inflamatório pode, em determinadas situações, provocar regressão do corpo lúteo e queda na concentração circulante de progesterona, hormônio que mantêm a gestação.
As infecções uterinas também são causas de morte embrionária, neste caso geralmente no início do desenvolvimento do embrião, quando este chega ao útero. Em bovinos o produto da concepção já está no útero 4 a 6 dias após a fecundação. Caso a infecção uterina não tenha impedido o transporte e capacitação espermática e com isto a fecundação, ela pode interferir na sobrevivência uterina do embrião. Isto pode ocorrer pela ação direta das bactérias no embrião ou pela alteração do ambiente uterino adequado ao desenvolvimento do mesmo.
As principais causas de perda embrionária em bovinos de origem infecciosa estão relacionadas a doenças infectocontagiosas específicas. Os agentes infecciosos causadores destas doenças têm certa predisposição para os órgãos genitais, principalmente útero. As principais causas infecciosas específicas de morte embrionária precoce em bovinos são a Rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR), a Diarreia viral bovina (BVD), a Tricomoníase e a Campilobacteriose. Outras infecções como Leptospiroses, Brucelose, Neosporoses e infecções fúngicas estão relacionadas a perdas em estágios mais tardios da gestação ou mesmo abortos.
Outras causas
Nos casos de infecção uterina, em geral, não há possibilidade de estabelecimento ou manutenção de uma nova gestação, havendo morte dos gametas ou embrionária e retorno do animal ao estro. Dependendo da gravidade do processo, ou seja, quando ocorrem lesões capazes de alterar a produção de PGF2a pelo endométrio, a sintomatologia característica seria o anestro. Em bovinos, as infecções uterinas precisam necessariamente ser classificadas quanto ao seu tipo. Esta classificação leva em consideração se já ocorreu a total involução uterina pós-parto. Esta característica é importante, pois vai nortear o prognóstico, a característica do quadro (agudo ou crônico) e as formas de tratamento.
A mais importante para a MEP é a endometrite subclinica, onde patógenos oportunistas da flora vaginal normal ou do ambiente invadem o útero. Tais oportunidades podem acontecer durante o parto e inseminação. Um útero sadio tem capacidade de eliminar essas infecções passageiras de forma eficaz, mas naqueles casos onde a infecção persiste se desenvolve endometrite crônica ou subaguda, essas que afetam negativamente a fertilidade do animal.
Relato de Caso
No dia 02 de abril de 2019, foi realizado uma aula de campo do curso de Medicina Veterinária, da faculdade Univértix, com discentes do 6º período, supervisionada pelo Esp. Paulo César, em uma propriedade localizada na cidade de ............., onde foi atendida uma fêmea bovina, da raça girolando, o proprietário queixava de dificuldade em emprenhar, onde foram realizadas inseminações de identificação de cio e inseminação artificial em tempo fixo com um período de 21 dias entre ambas, mas não obtendo resultado em nenhuma das vezes.
Na anamnese foi informado que não havia sido administradonenhum medicamento após a inseminação. Foi realizada uma palpação retal, para identificação da morfologia uterina, onde não foi encontrada nenhuma anormalidade, tendo útero de tamanho e espessura dentro dos parâmetros normais. Foi sugerida uma vaginoscopia exploratória da cérvix, a fim de encontrar indícios de infecção uterina. Outra conduta sugerida, se não houver confirmação através da vaginoscopia, foi a histopatológia uterina. Nenhum tratamento foi implementado até o momento.
Conclusão
Analisando as causas levantadas previamente, o histórico e exame realizado, não se pode fechar o diagnóstico sobre o caso, seria recomendada a realização de novos exames para comprovação do diagnóstico, mas segundo os indícios apresentados pelo animal, indica-se que se trata de uma endometrite subaguda.
Referências
RIZZONI, Leandro Becalete. Perda Embrionária Precoce Em Bovinos. Alfenas MG, Brasil., Julho 2012. Disponível em: http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/5GpH6xdNU3wxWvd_2013-6-24-15-10-49.pdf. Acesso em: 4 abr. 2019.
BEEFPOINT. Mortalidade embrionária em bovinos. [S. l.], 25 mar. 2004. Disponível em: https://www.beefpoint.com.br/mortalidade-embrionaria-em-bovinos. Acesso em: 4 abr. 2019.
DOS SANTOS , Ricarda Maria; VASCONCELOS, José Luiz Moraes. Classificação das infecções uterinas das vacas leiteiras. [S. l.], 17 ago. 2006. Disponível em: https://www.milkpoint.com.br/colunas/jose-luiz-moraes-vasconcelos-ricarda-santos/classificacao-das-infeccoes-uterinas-das-vacas-leiteiras-30546n.aspx. Acesso em: 4 abr. 2019.
EQUIPE BEEFPOINT. Infecções uterinas em bovinos. [S. l.], 30 nov. 2001. Disponível em: https://www.beefpoint.com.br/infeccoes-uterinas-em-bovinos. Acesso em: 4 abr. 2019.
DOS SANTOS, Ricarda Maria; VASCONCELOS, José Luiz Moraes. Estratégias para reduzir perdas embrionárias. [S. l.], 19 nov. 2008. Disponível em: https://www.milkpoint.com.br/colunas/jose-luiz-moraes-vasconcelos-ricarda-santos/estrategias-para-reduzir-perdas-embrionarias. Acesso em: 4 abr. 2019.
MORTE embrionária em bovinos: quais as principais causas?. [S. l.], 26 abr. 2010. Disponível em: https://www.milkpoint.com.br/contato/noticias-agripoint/morte-embrionaria-em-bovinos-quais-as-principais-causas-62269n.aspx. Acesso em: 4 abr. 2019.

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