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finanças publicas e contabilidade publica

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Prévia do material em texto

Finanças Públicas e
Contabilidade Pública
Autoria
Patricia Batista Vieira
FINANÇAS PÚBLICAS EFINANÇAS PÚBLICAS E
CONTABILIDADE PÚBLICACONTABILIDADE PÚBLICA
SSEJAEJA BEMBEM--VINDOVINDO!!
ReitoR:
Prof. Cláudio ferreira Bastos
Pró-reitor administrativo financeiro:
Prof. rafael raBelo Bastos
Pró-reitor de relações institucionais:
Prof. Cláudio raBelo Bastos
Pró-reitor acadêmico:
Prof. HerBert Gomes martins
direção ead:
Prof. riCardo ZamBrano Júnior
coordenação ead:
Profa. luCiana rodriGues ramos
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou parcialmente, por 
quaisquer métodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia fotostática ou outros, sem a autoriza-
ção escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedidos para tal autorização, especificando a extensão do que 
se deseja reproduzir e o seu objetivo, deverão ser dirigidos à Reitoria.
expediente
Ficha técnica
autoria: 
PatriCia Batista Vieira
suPervisão de Produção nead:
franCisCo Cleuson do nasCimento alVes
design instrucional:
antonio Carlos Vieira
Projeto gráfico e caPa:
franCisCo erBínio alVes rodriGues
diagramação e tratamento de imagens:
ismael ramos martins
revisão textual:
antonio Carlos Vieira
Ficha catalogRáFica
catalogação na publicação
biblioteca centRo univeRsitáRio ateneu
VIEIRA, Patricia Batista. Finanças públicas e contabilidade pública. / Patricia Batista Vieira. 
– Fortaleza: Centro Universitário Ateneu, 2020.
136 p. 
ISBN:
1. Administração pública. 2. Orçamento público. 3. Contabilidade pública. 4. Legislações. 
Centro Universitário Ateneu. II. Título.
SSEJAEJA BEMBEM--VINDOVINDO!!
Caro(a) estudante, temos a satisfação de apresentar o material didático 
da disciplina Finanças Públicas e Contabilidade Pública. Ao ler e estudar por 
este material, você terá condições de responder as atividades no Ambiente 
Virtual de Aprendizagem – AVA.
Este livro está dividido em quatro unidades de acordo com a ementa 
da disciplina. Os estudos serão iniciados com os primeiros passos que tratam 
sobre a introdução do conceito da organização do Estado; posteriormente, 
trabalharemos a administração pública, abordando temas relacionados às 
finanças públicas e licitações. Seguindo com uma retrospectiva histórica 
acerca da administração pública brasileira, analisaremos o processo de 
orçamento público em prol da administração para a sociedade e como ele 
influencia os gastos públicos; por fim, estudaremos a contabilidade aplicada 
ao setor público, a legislação e as demonstrações contábeis aplicadas ao 
setor público.
Não é nosso objetivo esgotar todo o assunto, ao contrário, você deverá 
procurar outras fontes além deste livro para aprofundar seu conhecimento e 
estar sempre atualizado sobre os temas estudados aqui. A partir da leitura 
deste material didático, você estará apto para corresponder às exigências 
solicitadas nos trabalhos acadêmicos e na sua vida em sociedade, 
principalmente em se tratando de temas como a receita e a despesa nas 
entidades públicas, planejamento e contabilidade pública e legislação 
pertinente à administração pública.
Bons estudos!
SUMÁRIO
CCONECTEONECTE--SESE
AANOTAÇÕESNOTAÇÕES
RREFERÊNCIASEFERÊNCIAS
Estes ícones aparecerão em sua trilha de aprendizagem e significam:
SUMÁRIO
1. Organização da administração pública e
fundamentos constitucionais das
atividades do estado ................................................ 8
Referências ............................................................... 23
01
1. Orçamento público ................................................ 26
2. Receita pública ...................................................... 37
3. Despesa pública .................................................... 50
Referências ............................................................... 64
02
ORÇAMENTO DAS ENTIDADES PÚBLICAS
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1. Lei de responsabilidade fiscal ............................. 112
2. Execução orçamentária e financeira ................... 117
3. Demonstrações contábeis ................................... 121
Referências ............................................................. 134
04
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL,
EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS NO
SETOR PÚBLICO
1. Contabilidade das entidades públicas ................... 68
2. Legislação aplicada à contabilidade do 
setor público .......................................................... 80
3. Licitações e contratos administrativos ................... 85
Referências ............................................................. 109
03
CONTABILIDADE E LEGISLAÇÃO NO
SETOR PÚBLICO
ApresentaçãoApresentação
Nesta primeira unidade, entenderemos sobre a organização do 
Estado e noções de administração pública; veremos que houve modelos 
de administração em diferentes momentos da história do Brasil que nos 
influenciam até os dias atuais.
Abordaremos ainda características da administração pública brasileira 
e os princípios constitucionais que a regem.
Também veremos qual a interferência que o Estado tem na economia 
e, consequentemente, na nossa vida cotidiana, as finanças do Estado e 
suas atividades nesse sentido.
Unidade
01 A AdministrAção públicAA AdministrAção públicA
Patricia Batista Vieira
8 FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA|
OOBJETIVOSBJETIVOS DEDE
APRENDIZAGEMAPRENDIZAGEM
• Compreender noções preliminares sobre Estado, Governo e Administração 
Pública;
• Conhecer os modelos de administração pública utilizados no Brasil;
• Entender aspectos formativos do Estado nacional brasileiro;
• Conhecer aspectos específicos da administração pública brasileira.
1. orgAnizAção dA AdministrAção públicA e1. orgAnizAção dA AdministrAção públicA e
fundAmentos constitucionAis dAsfundAmentos constitucionAis dAs
AtividAdes do estAdoAtividAdes do estAdo
Estamos acostumados com a administração das empresas privadas, 
pois temos acesso a elas no nosso cotidiano, no nosso ambiente de trabalho. 
Por esse motivo, entender como funciona a estrutura e as formas de 
administrar das entidades públicas fica um pouco longe da nossa rotina. A 
Administração Pública é um ramo da Administração que tem como objetivo 
planejar, organizar, dirigir e controlar as entidades públicas para o interesse 
da coletividade, sendo capaz de gerir uma gama de serviços que garanta 
bem-estar e qualidade de vida para população.
Os serviços que financiamos com o pagamento de tributos no Brasil 
nos faz pensar que o que é público não pertence a ninguém. Mas o público é 
do coletivo, é de todos; logo, está a cargo do Estado administrar da melhor 
forma possível os recursos para o benefício da sociedade.
A administração pública no Brasil é uma composição de modelos 
históricos que se sucedem e coexistem em diferentes situações: o 
patrimonialista, o burocrático e o gerencial. Hoje, podemos dizer que 
predomina o modelo gerencial. Essa evolução histórica dos modelos da 
administração pública no Brasil tem seu marco com a chegada da Coroa 
Portuguesa, em 1808, em seu início patrimonialista, passando a burocrático 
FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA 9|
em 1936, com a formação do Conselho Federal de Serviço Público Civil, o 
qual se transformou em Departamento Administrativo de Serviço Público – 
DASP em 1938. O gerencialismo surgiu em 1995 com o Plano Diretor do 
Aparelhamento do Estado ou também conhecido como Reforma Bresser.
Percebemos, então, que as formas de se governar foram sofrendo 
mudanças ao longo do tempo e tornando-se cada vez mais normativas.
CCURIOSIDADEURIOSIDADE
Veja na gravura do governo de D. João VI o ato conhecido como o “beija 
mão”, no qual ele semanalmente recebia as pessoas para ouvir suas súplicas.
Figura 01: Audiência régia na administração de D. João VI.
Fonte: <http://bit.ly/2OPUU8D>.
D. João VI realizava audiências com o intuito de ouvir o povo; isso fazia 
ele se aproximar mais das pessoas e lhe conferiu o título de “pai do seu povo”.Ele chegava a atender até 150 pessoas em um dia; tal hábito do seu governo 
em Portugal foi também de certa forma aplicado no seu governo aqui no Brasil.
Fonte: <http://bit.ly/2YOYAMA>.
10 FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA|
Todas essas mudanças ocorreram na tentativa de tornar a administração 
pública funcional e elas coexistem ao longo do tempo. Assim, a utilização de 
uma não extingue o uso da outra. Dessa forma, a nossa administração pública 
é predominantemente gerencial, mas ainda tem resquícios da burocrática e 
traços da prática patrimonialista.
Mas o que tudo isso significa? No nosso caso, o patrimonialismo não 
apresentava uma divisão de poderes como há hoje. Durante seu predomínio, 
existia um quarto poder, o Poder Moderador, que foi instituído na nossa 
primeira constituição, a de 1824. Sob detenção do imperador, sobrepunha-
se aos outros poderes. Assim, este governador era também o chefe do 
Poder Executivo, o que, na prática, significava que a qualquer momento 
e por qualquer motivo poderia neutralizar os outros poderes, sobrepor-se a 
eles e definir o que desejasse. Note que esta é uma das características do 
patrimonialismo, em que o poder do imperador ou governante é absoluto. 
Nesse contexto, podemos entender que a administração pública não era 
feita para o bem de todos, e, sim, em favorecimento de poucos e a contento 
do imperador.
CCURIOSIDADEURIOSIDADE
A vinda da Família Real criou a necessidade de uma máquina estatal 
para alocar os membros da corte, que eram muitos e precisavam justificar 
seus ganhos, assim cargos foram instituídos para tal fim.
Fonte: “Império à deriva: a corte portuguesa no Rio de Janeiro, 1808-
1821”, de Patrick Wilcken.
Quando falamos em burocracia é comum que o termo nos remeta 
a algo ruim, papeladas, processos longos e dificuldades. No entanto, a 
concepção de uma administração burocrática surgiu com o intuito de 
romper com o modelo patrimonialista, o qual, como vimos, não separava os 
interesses pessoais de quem estava no poder dos interesses públicos, sem 
garantir serviços que atendessem a todos. Para tanto, criaram-se diversas 
formalidades, processos, hierarquias e uma rigidez na estrutura. Uma das 
características que difere o modelo burocrático do patrimonialista é a forma 
FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA 11|
de ocupação dos cargos governamentais. Enquanto no patrimonialismo 
bastava uma nomeação, na burocracia os cargos viraram profissões, que 
são conquistadas por meio de concurso público, forma que tornou o acesso 
mais democrático.
Ao se verificar a necessidade de rever a rigidez da burocratização surgiu 
o gerencialismo, que dá ênfase à eficiência de se criar uma administração 
voltada para a excelência. Concede-se, assim, maior autonomia para as 
entidades públicas e uma busca por melhorar a qualidade dos serviços 
prestados à população.
Como podemos perceber pela linha histórica, os modelos surgiram para 
viabilizar a administração pública, e temos ainda um longo caminho para que 
realmente haja satisfação da população. Nesse sentido, o conhecimento 
pode ser uma das formas de melhoramento desse sistema, pois a partir dele, 
podemos saber o que cobrar e como cobrar uma administração eficiente.
Quadro 01: Modelos de evolução da administração pública.
MODELO CARACTERÍSTICAS
PATRIMONIALISTA
Sem distinção entre o público e o privado;
Cargos de livre nomeação;
Nepotismo;
Clientelismo.
BUROCRÁTICO
Hierarquização dos sistemas;
Excesso de formalização, processos;
Apego às normas;
Racionalidade.
GERENCIALISMO
Busca pela eficiência;
Cultura gerencial;
Foco no cidadão;
Delegação de poder.
Fonte: Elaborado pela autora.
1.1. Estado nacional brasileiro1.1. Estado nacional brasileiro
Agora que já entendemos qual modelo seguimos, veremos que seu 
objeto é o patrimônio público. Para administrá-lo de forma a atingir o que 
é fundamental para a sociedade, uma gama de órgãos, entes públicos, 
agentes e serviços são instituídos pelo Estado com poder de gestão.
12 FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA|
Objetivamente, o Estado desenvolve uma atividade concreta e imediata 
para o alcance dos interesses coletivos e, subjetivamente, é o conjunto de 
órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função 
administrativa do Estado.
1.1.1. Forma e composição
O Estado regula a estrutura administrativa, tendo que criar freios e 
contrapesos para que não ocorra arbitrariedade de um dos poderes. Assim, 
as regras gerais ou atos gerais estão a cargo do Poder Legislativo, que não 
tem noção de para quem está emitindo a regra, ou seja, é impessoal ou para 
todos, não podendo beneficiar ou prejudicar alguém. O Poder Executivo 
está “amarrado” pelos atos do Poder Legislativo, pois executa leis que foram 
feitas com o intuito de beneficiar a coletividade. Assim, se alguns dos poderes 
ultrapassar o limite a que está delimitado pela lei do Estado, será julgado pelo 
Poder Judiciário, de modo que todos têm sua função demarcada na esfera 
dos poderes da União.
FFIQUEIQUE ATENTOATENTO
Para evitar que um poder usurpe a função do outro, a Constituição 
Federal, em cláusula pétrea, determina a separação dos três poderes no seu 
Artigo 2º, que diz: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre 
si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.
1.1.2. Poderes do Estado
Para que o Estado exerça suas funções, este manifesta-se por meio 
dos Poderes do Estado (ou Funções do Estado), que são independentes e 
harmônicos entre si, como já vimos. O Poder Legislativo atua na elaboração 
de leis, exercido pelo Congresso Nacional, que, por sua vez, é composto 
pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. O Poder Judiciário 
tem a responsabilidade de aplicar a Lei, é exercido pelos diversos órgãos: 
STF, STJ, TRF, TRT. Já o Poder Executivo atua na execução das leis, 
é exercido pelo Presidente da República, com os Ministros de Estado. 
Compete ao Presidente da República, entre outras atividades, remeter ao 
FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA 13|
Congresso Nacional o Plano Plurianual (PPA), o projeto de Lei de Diretrizes 
Orçamentárias (LDO) e as Propostas de Orçamento; prestar, anualmente, 
ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão 
legislativa, as contas referentes ao exercício anterior, conforme o Art. 84 da 
Constituição Federal.
O controle da administração pública federal ocorre da seguinte forma:
• Congresso Nacional: mediante controle externo e controle 
interno de cada Poder, realiza fiscalização contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e patrimonial dos órgãos e entidades 
da Administração Pública Federal, exercendo o Poder Legislativo, 
mediante constituição de Comissões Parlamentares de Inquérito 
(CPI) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU);
• Poder Executivo: o controle interno é feito pelo Sistema de 
Controle Interno com apoio dos demais Sistemas de Atividades 
Auxiliares existentes;
• Procuradoria-Geral da República: também exerce o papel de 
controlador.
Quadro 02: Composição dos poderes nas
esferas Municipal, Estadual e Federal.
Poderes Federal Estadual Municipal
Judiciário
STF (Superior Tribunal 
Federal);
STJ (Superior Tribunal de 
Justiça).
TJs (Tribunais de Justi-
ças);
Varas (Juízes Singulares).
Não existe.
Executivo
Presidente;
Vice-presidente;
Ministros.
Governador;
Vice-Governador;
Secretários.
Prefeito;
Vice-prefeito;
Secretários.
Legislativo
Congresso Nacional;
Câmara de Deputados 
(Deputados Federais); Se-
nado Federal (Senadores 
da República).
Assembleia Legislativa 
(Deputados Estaduais).
Câmara Municipal 
(Vereadores).
Fonte: Elaborado pela autora.
14 FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA|
PPRATIQUERATIQUE
1. Defina Administração Pública.
2. Explique como cada modelo histórico da administração pública funcionava.
3. Por que burocracia virou sinônimo de papelada e processos intermináveis?
4. O que significa dizer que os poderes são impessoais?
5. Defina com suas palavras as funçõesque desempenham os três poderes.
1.1.3. Atividades financeiras do Estado
A capacidade financeira e a administrativa fazem parte da estrutura 
de governança. A primeira refere-se à disponibilidade de recursos para 
realizar investimentos, assegurar a continuidade das políticas em andamento 
e introduzir novas políticas públicas; enquanto a segunda refere-se à 
disponibilidade de quadros executivos, ao modelo de gestão e aos limites 
impostos à ação administrativa.
FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA 15|
A governabilidade está em supervisionar e assegurar, em vez de fazer. 
Governabilidade é o processo de supervisão de uma organização. Ela 
consiste na responsabilidade geral e garante que o trabalho da organização 
contribua para a sua missão e o seu propósito, e que os seus recursos sejam 
usados com sabedoria e eficácia. Além disso, é por meio da governabilidade 
que são garantidas as condições do exercício do poder, as características 
do sistema político, a forma de governo, as relações entre os poderes, o 
sistema partidário e o sistema de intermediação de interesses.
Assim, a governança corresponde ao suporte fundamental para os 
administradores direcionarem seus atos para a necessidade da população, 
para a organização de políticas públicas favoráveis à melhoria do bem-estar da 
coletividade. Pretende-se, então, melhorar os serviços prestados pelos entes 
públicos, diminuir atos de improbidade e cumprir as metas estabelecidas.
1.1.4. Intervenção do Estado na atividade econômica
O Estado pode de diversas formas interferir na atividade econômica 
no país, tendo por objetivo assegurar os direitos e garantias da população, 
podendo ter função reguladora da ordem econômica vigente, alocando 
recursos, distribuindo renda ou estabilizando a economia.
1.1.4.1. Função alocativa
O estado estabelece quais e quantos bens serão dispostos à população 
para a prestação de serviços públicos e de que forma essa alocação de 
bens interfere no bem-estar da população.
1.1.4.2. Função distributiva
Nesta função está a composição de que forma será distribuída a 
renda, o produto interno bruto, o Estado pode proceder com aumento de 
impostos para determinadas classes sociais, manutenção ou oferta de 
serviços para as classes menos favorecidas e auxílios de composição de 
renda à população carente.
1.1.4.3. Função estabilizadora
Nesta função, o Estado influenciará ativamente na economia, 
utilizando de meios para gerar mais emprego, estabilizar os preços, criar 
políticas de tributação ou monetização ou qualquer outro meio que promova 
o crescimento econômico.
16 FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA|
1.2. Noções de governo1.2. Noções de governo
Para seu entendimento, é importante salientar que a Administração 
Pública apresenta uma ideia diferente do conceito de governo. O governo 
representa o conjunto de poderes e órgãos constitucionais, o complexo 
de funções estatais básicas, cuja expressão é a política de comando, de 
iniciativa, de fixação dos objetivos do Estado e de manutenção da ordem 
vigente. A Administração Pública, por sua vez, compreende as atividades do 
Estado destinadas à satisfação concreta dos interesses públicos. Portanto, 
a Administração não pratica atos de governo, e, sim, atos de execução, com 
maior ou menor autonomia funcional, segundo a competência do órgão e de 
seus agentes – são os chamados atos administrativos.
O Estado tem essa característica orgânica, composto por partes 
distintas e harmônicas. Isto quer dizer, pelas entidades, órgãos com funções 
determinadas e hierarquizadas. Dessa forma, há na Administração Pública 
dois sentidos que conceituam sua característica orgânica: o objetivo e o 
subjetivo.
O sentido objetivo, também conhecido como material ou funcional, 
está relacionado às atividades da Administração Pública, de modo que seu 
foco é a atividade exercida, independente de quem a exerça. Já o sentido 
subjetivo, também conhecido como orgânico ou formal, tem foco em quem 
exerce a atividade administrativa, isto é, pessoas e órgãos.
Figura 02: Características do sentido objetivo e subjetivo.
SENTIDO OBJETIVO SENTIDO SUBJETIVO
(Material/Funcional) (Orgânico/Formal)
ATIVIDADES PESSOAS/ÓRGÃOS
Fonte: Elaborado pela autora.
Esta estruturação, com características objetivas e subjetivas, encontra-
se em esferas e composições de poder que norteiam as estruturas da 
administração pública brasileira. Ocorrem, portanto, nas esferas municipal, 
estadual e federal e nos poderes executivo, legislativo e judiciário.
FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA 17|
1.3. Administração Pública1.3. Administração Pública
Para cumprir com o seu dever de administrar, atendendo a contento 
o interesse público, o Estado deve assegurar as condições indispensáveis 
a essa administração, que se configura da maneira como já analisamos, 
de forma direta e indireta. Nesse sentido, os princípios são norteadores 
da conduta administrativa, são diretrizes para diferentes normas e para 
sua validação.
A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campa-
nhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informa-
tivo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, 
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de 
autoridades ou servidores públicos. (BRASIL, 1988)
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios são 
Pessoas Jurídicas de Direito Público, mas que seguem os princípios que 
estão textualmente expressos na Constituição Federal. No que se refere à 
amplitude de interesse, faz-se necessário conciliar da melhor forma possível 
para que os princípios sejam seguidos. Cabe observar que estes não são os 
únicos princípios, existem outros que têm sua referência na Constituição.
Quadro 03: Fundamentos que norteiam o
Estado democrático de direito.
Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel 
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Fonte: BRASIL (1988).
1.3.1. Princípios constitucionais da administração pública
A Constituição Federal enumera os princípios básicos da administração 
pública, aplicáveis aos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), são 
eles: legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência.
18 FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA|
Quadro 04: Definições dos princípios básicos da administração pública.
PRINCÍPIO DEFINIÇÃO
Legalidade
A administração pública só pode agir de acordo com o que está 
estabelecido na lei, e o administrador público só pode realizar atos 
previstos em lei.
Moralidade O comportamento da administração pública deve ser ético e moral.
Impessoalidade
O ente público deve manter neutralidade no atendimento, não podendo 
privilegiar ou prejudicar quem quer que seja, deve atender de forma 
impessoal e geral.
Publicidade
Os atos da atividade administrativa pública devem ser divulgados obri-
gatoriamente e suas informações devem ser de conhecimento público.
Eficiência
Deve manter e ampliar os serviços públicos de forma a assegurar o 
melhor resultado possível e a máxima eficiência na sua prestação.
Fonte: Elaborado pela autora.
FFIQUEIQUE ATENTOATENTO
O artigo 5º da Constituição Federal trata dos direitos fundamentais do 
cidadão e é nele que estão descritos os princípios constitucionais. Como faz 
parte de sua vida conhecer seus direitos e deveres, e é fundamental para o 
profissional que irá se tornar, leia na íntegra na CF/1988 do artigo 5º ao 17º. 
A administração pública deve, então, seguir os princípios como 
norteadores de sua estrutura administrativa. Com isso, deve prever suas 
receitas e planejar, a partir delas, seus gastos, suasdespesas (eficiência), 
dar publicidade de seus atos à coletividade para que todos tenham ciência 
da forma que o patrimônio público está sendo administrado. Cabe ainda à 
administração pública seguir de acordo com as normas estabelecidas para o 
orçamento público (legalidade) e manter comportamento de acordo com a 
ética nos seus gastos ao lidar com o dinheiro público (moralidade).
1.3.2. Desconcentração e descentralização
A administração pública ocorre de forma desconcentrada, no qual se 
criam os diversos órgãos de competência dentro de cada pessoa jurídica 
que compõe a administração pública e também de forma descentralizada, 
que cria a pessoa jurídica da administração indireta.
FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA 19|
As formas direta ou indireta são regidas em sua base por normas, 
leis e decretos, conforme podemos observar no artigo 37 da Constituição 
Federal: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá 
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência” (BRASIL, 1998).
1.3.3. Administração pública direta
A administração direta se dá pelo governo e pelos agentes públicos. 
Estes, no entanto, não possuem autonomia nem personalidade jurídica 
própria e têm a distribuição interna (desconcentração) de competências 
para administrar de forma centralizada. Isso significa que administram pela 
personalidade jurídica da União de direto público, que o faz através de 
diversos órgãos, como o Ministério da Fazenda e o Ministério Público, que 
redistribuem para as secretarias através da hierarquia, da subordinação.
1.3.4. Administração pública indireta
A administração pública indireta se dá por diferentes formas e ocorre 
por meio de várias entidades, a saber: autarquias, fundações públicas, 
empresas públicas e sociedades de economia mista. Sobre isso, a 
Constituição Federal estabelece que:
somente por lei específica poderá ser criada autarquia e auto-
rizada a instituição de empresa pública, de sociedade de eco-
nomia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste 
último caso, definir as áreas de sua atuação. (BRASIL,1988)
Sendo assim, as autarquias e fundação públicas de direto público são 
criadas por lei e estabelecidas como entidades jurídicas de direito público, ou 
seja, são outorgadas.
Já as fundações públicas de direito privado, empresas públicas 
e sociedade de economia mista são autorizadas por lei, delegadas e de 
direito privado.
A administração indireta ocorre pela necessidade que a União tem de 
não “inchar” a máquina pública. Para isso, ela cria uma outra personalidade 
jurídica por força de lei (descentralização). Um exemplo são as autarquias 
que desempenharão atividades de interesse público e são dotadas de 
personalidade jurídica própria (têm vida própria), possuindo competência 
para o exercício de atividades administrativas.
20 FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA|
Vale ressaltar que pode ocorrer a administração indireta nas formas 
de outorga ou delegação. No caso de outorga, a pessoa que presta o 
serviço é instituída pelo Estado e encarregada pela prestação do serviço 
público, como vimos anteriormente a exemplo o INSS, que configura 
uma autarquia (sobre a qual falaremos mais à frente). A prestação 
indireta por delegação ocorre quando o Estado não cria um ente, mas 
o seleciona através de um processo licitatório, podendo esta modalidade 
ser executada de diversas formas: concessão, permissão, autorização 
e parceria público-privada (PPP).
As formas de delegação como concessão, permissão e parceria 
público-privada ocorrem através de licitação na modalidade de concorrência 
e são firmadas por um contrato administrativo. A forma conhecida como 
autorização, por sua vez, requer um decreto ou portaria que a formalize e é 
viabilizada por ato administrativo.
 No caso de outorga, a pessoa que presta o 
serviço é instituída pelo Estado e encarregada 
pela prestação do serviço público... 
1.4. Bens públicos1.4. Bens públicos
Os bens públicos são aqueles que pertencem a pessoa jurídica 
de direito público interno, conforme Araújo (2010, p. 49) e o código civil 
brasileiro, são necessários para o desempenho das funções do Estado.
Na história da humanidade, os bens públicos já foram definidos de 
diversas formas, normalmente compartilhando da ideia de uso comum. 
Sendo eles, hoje, classificados em de uso comum, dominicais e especiais.
1.4.1. Especiais
Os bens classificados como especiais são aqueles destinados à 
utilização no exercício da atividade pública, do Estado, deve cumprir sua 
missão, não podendo servir para quitação de dívidas de precatórias judiciais, 
alienações e nem servirem de garantia onerosa. Exemplos de bens especiais 
são as faixas de fronteiras e terras devolutas para proteção de ecossistemas 
naturais, repartições públicas etc.
FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA 21|
1.4.2. Dominicais
São aqueles que não são enquadrados como especiais e nem de 
uso comum, podendo ser composta por bens móveis e imóveis, sendo 
possível alienação conforme o descrito na lei. Tem por características terras 
ociosas ou de utilização para exploração econômica. São passíveis de 
locação, arrendamento ou comodato. Alguns exemplos de bens dominicais 
são as terras devolutas de titularidade do Estado, jazidas de minerais e 
terrenos da marinha.
1.4.3. De uso comum do povo
São os bens que servem a todos, que estão à disposição de toda a 
sociedade, mas sua utilização é disciplinada pelo ente público. Exemplos de 
bens de uso comum são as praças, parques, rios e praias.
PPRATIQUERATIQUE
6. Qual a função da governabilidade?
7. Explique quais tipos de intervenções a economia pode sofrer do governo?
8. Por que dizemos que o governo tem um sentido objetivo?
22 FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA|
9. O que significa o princípio da legalidade?
10. Defina administração pública direta e indireta.
RRELEMBREELEMBRE
Nesta unidade, começamos nossos estudos com aspectos mais 
conceituais de Estado (sua forma e composição), de Governo, de Poderes 
(Executivo, Legislativo e Judiciário) e Administração Pública. Vimos que está é 
fundamental para garantir o bem-estar da população e a qualidade dos serviços 
ofertados pelo ente público, pois seu dever é com a coletividade.
Conhecemos os vários modelos de administração pública que já foram 
adotados aqui no Brasil, iniciando com a vinda da Família Real em 1808, e que 
eles coexistem ainda hoje, são eles: o modelo patrimonialista, o burocrático e 
o gerencial, sendo que este último é o que prevalece atualmente.
Estudamos ainda os princípios que regem a administração pública 
(legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência) e a 
administração direta e indireta e como essa administração tem formas de 
desconcentrar e descentralizar.
FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA 23|
RREFERÊNCIASEFERÊNCIAS
ANDRADE, Nilton de Aquino. Contabilidade na gestão municipal. 4ª ed. 
São Paulo: Saraiva, 2012.
ARAÚJO, Barbara Almeida. A posse dos bens públicos. Rio de Janeiro: 
Forense, 2010.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil.1988. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. 
Acesso em: 01 jun. 2020.
AANOTAÇÕESNOTAÇÕES
 
24 FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA|
AANOTAÇÕESNOTAÇÕES
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CEP: 60871-170, Brasil 
Telefone (85) 3033.5199
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EU
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du
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r
Finanças Públicas e
Contabilidade Pública
Autoria
Patricia Batista Vieira
FINANÇAS PÚBLICAS EFINANÇAS PÚBLICAS E
CONTABILIDADE PÚBLICACONTABILIDADE PÚBLICA
SSEJAEJA BEMBEM--VINDOVINDO!!
ReitoR:
Prof. Cláudio ferreira Bastos
Pró-reitor administrativo financeiro:
Prof. rafael raBelo Bastos
Pró-reitor de relações institucionais:
Prof. Cláudio raBelo Bastos
Pró-reitor acadêmico:
Prof. HerBert Gomes martins
direção ead:
Prof. riCardo ZamBranoJúnior
coordenação ead:
Profa. luCiana rodriGues ramos
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou parcialmente, por 
quaisquer métodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia fotostática ou outros, sem a autoriza-
ção escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedidos para tal autorização, especificando a extensão do que 
se deseja reproduzir e o seu objetivo, deverão ser dirigidos à Reitoria.
expediente
Ficha técnica
autoria: 
PatriCia Batista Vieira
suPervisão de Produção nead:
franCisCo Cleuson do nasCimento alVes
design instrucional:
antonio Carlos Vieira
Projeto gráfico e caPa:
franCisCo erBínio alVes rodriGues
diagramação e tratamento de imagens:
ismael ramos martins
revisão textual:
antonio Carlos Vieira
Ficha catalogRáFica
catalogação na publicação
biblioteca centRo univeRsitáRio ateneu
VIEIRA, Patricia Batista. Finanças públicas e contabilidade pública. / Patricia Batista Vieira. 
– Fortaleza: Centro Universitário Ateneu, 2020.
136 p. 
ISBN:
1. Administração pública. 2. Orçamento público. 3. Contabilidade pública. 4. Legislações. 
Centro Universitário Ateneu. II. Título.
SSEJAEJA BEMBEM--VINDOVINDO!!
Caro(a) estudante, temos a satisfação de apresentar o material didático 
da disciplina Finanças Públicas e Contabilidade Pública. Ao ler e estudar por 
este material, você terá condições de responder as atividades no Ambiente 
Virtual de Aprendizagem – AVA.
Este livro está dividido em quatro unidades de acordo com a ementa 
da disciplina. Os estudos serão iniciados com os primeiros passos que tratam 
sobre a introdução do conceito da organização do Estado; posteriormente, 
trabalharemos a administração pública, abordando temas relacionados às 
finanças públicas e licitações. Seguindo com uma retrospectiva histórica 
acerca da administração pública brasileira, analisaremos o processo de 
orçamento público em prol da administração para a sociedade e como ele 
influencia os gastos públicos; por fim, estudaremos a contabilidade aplicada 
ao setor público, a legislação e as demonstrações contábeis aplicadas ao 
setor público.
Não é nosso objetivo esgotar todo o assunto, ao contrário, você deverá 
procurar outras fontes além deste livro para aprofundar seu conhecimento e 
estar sempre atualizado sobre os temas estudados aqui. A partir da leitura 
deste material didático, você estará apto para corresponder às exigências 
solicitadas nos trabalhos acadêmicos e na sua vida em sociedade, 
principalmente em se tratando de temas como a receita e a despesa nas 
entidades públicas, planejamento e contabilidade pública e legislação 
pertinente à administração pública.
Bons estudos!
SUMÁRIO
CCONECTEONECTE--SESE
AANOTAÇÕESNOTAÇÕES
RREFERÊNCIASEFERÊNCIAS
Estes ícones aparecerão em sua trilha de aprendizagem e significam:
SUMÁRIO
1. Organização da administração pública e
fundamentos constitucionais das
atividades do estado ................................................ 8
Referências ............................................................... 23
01
1. Orçamento público ................................................ 26
2. Receita pública ...................................................... 37
3. Despesa pública .................................................... 50
Referências ............................................................... 64
02
ORÇAMENTO DAS ENTIDADES PÚBLICAS
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1. Lei de responsabilidade fiscal ............................. 112
2. Execução orçamentária e financeira ................... 117
3. Demonstrações contábeis ................................... 121
Referências ............................................................. 134
04
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL,
EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS NO
SETOR PÚBLICO
1. Contabilidade das entidades públicas ................... 68
2. Legislação aplicada à contabilidade do 
setor público .......................................................... 80
3. Licitações e contratos administrativos ................... 85
Referências ............................................................. 109
03
CONTABILIDADE E LEGISLAÇÃO NO
SETOR PÚBLICO
ApresentaçãoApresentação
Não é possível executar determinada atividade sem um bom 
planejamento e, por isso, uma instituição pública também possui o instrumento 
orçamentário. Com certeza já sabemos o que é orçamento, mas veremos 
que o orçamento público possui características e particularidades que exigem 
conhecimento do profissional contábil.
O orçamento público requer amparo legal para sua constituição 
e reforça a necessidade de tornar público a aplicação dos recursos das 
entidades, deixar claro como e de que forma está sendo gasto, seguir os 
princípios constitucionais e ter como prioridade a prestação de serviços a 
população.
Unidade
02 orçAmento dAs entidAdes orçAmento dAs entidAdes públicAspúblicAs
26 FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA|
OOBJETIVOSBJETIVOS DEDE
APRENDIZAGEMAPRENDIZAGEM
• Compreender o processo de planejamento orçamentário (Plano Plurianual, 
Lei das Diretrizes Orçamentárias e Lei do Orçamento Anual);
• Conhecer os princípios orçamentários e ciclo do orçamento;
• Conhecer os aspectos inerentes às receitas públicas;
• Conhecer os aspectos que envolvem as despesas no setor público.
1. orçAmento público1. orçAmento público
O orçamento público é o instrumento da gestão pública responsável 
pela organização das receitas e despesas de determinado período, ou seja, 
é o documento que autoriza o recebimento de recursos e a realização de 
gastos públicos. De acordo com o art. 2º da Lei nº 4.320/64, o orçamento 
conterá a discriminação da receita e da despesa de forma a evidenciar a 
política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo.
1.1. Noções básicas e natureza jurídica1.1. Noções básicas e natureza jurídica
Segundo o parágrafo 8º do art. 165 da Constituição Federal de 1988, 
o orçamento não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à 
fixação da despesa, de forma a atender os planos e programas de trabalho 
desenvolvidos, objetivando a continuidade e a melhoria quantitativa e 
qualitativa dos serviços prestados à sociedade. O orçamento público e 
seu planejamento possibilitam a redução das desigualdades dentro da 
comunidade, já que os governantes precisam definir prioridades para 
os recursos extraídos da sociedade e como distribuí-los entre diferentes 
grupos sociais.
 O orçamento público e seu planejamento 
possibilitam a redução das desigualdades 
dentro da comunidade... 
FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA 27|
Historicamente, o povo não participava das decisões a respeito dos 
impostos a serem pagos e dos gastos públicos, pois o monarca tinha a 
soberania para impor seu poder discricionário. Com o advento das lutas 
populares, como na Inglaterra (1215) por meio da Carta Magna em que 
“nenhum tributo ou subsídio será instituído no Reino, a menos que seja 
aprovado pelo Conselho do Reino” e, ainda, na França (1789), em que a 
Constituição consagrou o princípio de que “nenhum imposto pode ser cobrado 
sem o consentimento da nação”, o controle orçamentário no Brasil foi se 
aprimorando, principalmente, nas versões das Constituições brasileiras. 
Hoje, o orçamento público no Brasil possui sua fundamentação na legislação 
a seguir:
• Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988 
(artigos 165 a 169);
• Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964;
• Portaria MOG nº 42, de 14 de abril de 1999;
• Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000;
• Portaria Interministerial STN/SOF nº 163, de 04 de maio de 2001.
A gestão pública financeira estava orientada, basicamente, pela Lei 
nº 4.320, de 17 de fevereiro de 1964, até que em 05 de outubro de 1988, a 
Constituição Federal determinou que uma nova lei dispusesse sobre finanças 
públicas (art. 163 da CF). Essa lei corresponde à Lei da Responsabilidade 
Fiscal (LRF), Lei Complementar nº 101/2000,estabelecendo as normas 
voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. Posteriormente, a 
Portaria Interministerial STN/SOF nº 163/2001 uniformizou os procedimentos 
de execução orçamentária.
1.2. Tipos de orçamentos1.2. Tipos de orçamentos
A classificação determina a maneira pela qual o orçamento é elaborado, 
dependendo do regime político vigente, ou seja, os orçamentos variam 
conforme a forma de governo adotada e podem ser classificados em três 
tipos de orçamento:
28 FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA|
• Legislativo: é o formato de orçamento cuja elaboração, votação 
e aprovação são de competência do Poder Legislativo, sendo de 
responsabilidade do Executivo a execução. Modelo utilizado em 
países parlamentaristas;
• Executivo: é o formato de orçamento cuja elaboração, aprovação, 
execução e controle são do Poder Executivo. Modelo utilizado em 
países com poder absoluto;
• Misto: é o formato de orçamento elaborado e executado pelo 
Executivo, enquanto a votação e o controle são de responsabilidade 
do Poder Legislativo. É o modelo utilizado no Brasil.
Dentre os diversos tipos de orçamentos envolvendo o setor público, 
podemos citar os principais:
Orçamento tradicional: consta a previsão da receita e autorização da 
despesa para o exercício subsequente, porém, com ausência de planejamento 
e objetivos para suprir as necessidades da comunidade.
Orçamento de desempenho: o método pressupõe que a distribuição 
dos recursos da proposta orçamentária seguirá o desempenho de cada 
unidade administrativa apresentado no exercício anterior. A decisão do 
orçamento futuro está embasada no desempenho do passado.
Orçamento-programa: método adotado no Brasil pela Lei nº 
4.320/64, pode ser entendido como um plano de trabalho, ou instrumento 
de planejamento da ação do governo, através da identificação dos seus 
programas de trabalho, projetos e atividades, além do estabelecimento de 
objetivos e metas a serem implementados, bem como a previsão dos custos 
relacionados. É um processo em que os recursos financeiros de cada unidade 
orçamentária se vinculam direta ou indiretamente aos objetivos propostos. 
A CF/88 implantou definitivamente o orçamento-programa no Brasil, ao 
estabelecer os instrumentos de planejamento (PPA, LDO e LOA), explicitando 
a preocupação dos constituintes com o planejamento das ações do governo.
Orçamento base zero: nesse modelo, cada ente público deve justificar 
o montante de gastos e sua respectiva aplicação para inclusão na proposta 
da LOA. É um processo de identificação de atividades e operações em ordem 
de importância, baseando-se na preparação de pacotes de decisão. Toda 
despesa é considerada uma despesa nova, independentemente de tratar-se 
de despesa continuada ou nova.
FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA 29|
1.3. Princípios orçamentários1.3. Princípios orçamentários
Os princípios orçamentários são regras básicas que todo orçamento 
público deve seguir. Funciona, assim, como uma forma de padronizar e 
garantir que o dinheiro público seja usado de maneira correta. Esses princípios 
foram criados para garantir a racionalidade, a transparência e a eficiência na 
elaboração de um orçamento e são os parâmetros para avaliação de sua 
qualidade. Alguns princípios já eram previstos na Lei nº 4.320/1964 (s. p.):
A lei de orçamento conterá a discriminação da receita e des-
pesa de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o 
programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios da 
unidade, universalidade e anualidade.
Entretanto, outros princípios foram acrescentados em legislação 
posterior, sendo os principais discriminados a seguir:
Quadro 01: Detalhamento dos princípios orçamentários.
Princípio Premissa
Unidade
(CF e Lei nº 4.320) Apenas um orçamento para cada exercício.
Universalidade
(Lei nº 4.320)
Conter todas as receitas e despesas do ente público, ou seja, nenhu-
ma instituição pública deve ficar fora do orçamento.
Orçamento bruto 
(Lei nº 4.320) Orçamento com valores brutos, sem deduções.
Anualidade
(CF e Lei nº 4.320) Deve ser elaborado para um período determinado (ano civil).
Não afetação da 
receita
(CF)
Receita não pode ter despesa vinculada, salvo exceções previstas em 
legislação, ou seja, não utilização da receita de impostos para outras 
despesas que não sejam serviços públicos de saúde, educação e ativi-
dades de administração tributária.
Discriminação
(Lei nº 4.320) Especificação das origens e aplicação dos recursos.
Exclusividade
(CF)
A lei orçamentária deve conter apenas matéria orçamentária ou finan-
ceira (exceção para abertura de créditos suplementares e contratação 
de operações de crédito).
Equilíbrio
(CF)
Receitas e despesas com paridade (rigor especificado na Lei de Res-
ponsabilidade Fiscal).
Legalidade
(CF)
Previsão em lei (participação do Poder Executivo com apreciação do 
Legislativo).
Publicidade
(CF) Veiculação do conteúdo orçamentário nos meios de comunicação.
Fonte: Elaborado pela autora.
30 FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA|
1.4. Planejamento orçamentário1.4. Planejamento orçamentário
O planejamento público tem como base legal a própria Constituição 
Federal de 1988, levando a crer que o exercício da função de planejamento 
é um dever do Estado e não uma faculdade.
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade eco-
nômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fisca-
lização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para 
o setor público e indicativo para o setor privado.
§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do 
desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e com-
patibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento.
Na realidade, o planejamento governamental se materializa, 
principalmente, através do Plano Plurianual, que tem caráter de grande 
moldura legal (institucional) para a ação nacional, bem como para as demais 
esferas de governo.
A Constituição Federal de 1988 estabelece três instrumentos legais 
de planejamento:
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I. o plano plurianual;
II. as diretrizes orçamentárias;
III. os orçamentos anuais. (BRASIL, 1988)
Para facilitar o entendimento, relacionamos essas ferramentas aos 
níveis de planejamento organizacional, conforme figura a seguir.
Figura 01: Art. 165, da CF 88 – Associação do PPA, LDO, LOA e
suas características: estratégico, tático e operacional.
PPA
LDO
LOA
Estratégico
Tático
Operacional 
Fonte: Elaborada pela autora.
FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA 31|
Assim sendo, vale ressaltar que a gestão pública está respaldada na 
rigidez decorrente da previsão legal, com o intuito de garantir a transparência 
das aplicações dos recursos recebidos. Dessa forma, vamos entender cada 
um desses instrumentos obrigatórios no planejamento da contabilidade 
pública.
1.4.1. Leis orçamentárias: PPA, LDO e LOA
O Plano Plurianual é conhecido como o planejamento estratégico de 
médio prazo da administração pública brasileira. De acordo com o artigo 166 
de nossa Constituição Federal, o Executivo pode encaminhar mensagem ao 
Legislativo, propondo modificações no projeto do PPA, enquanto não iniciada 
a votação da proposta.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é o instrumento responsável 
pela conexão entre o plano estratégico das ações governamentais (PPA) e 
o plano operacional (orçamento anual), pois orienta a elaboração da LOA. A 
Lei de Diretrizes Orçamentárias conterá, segundo o art. 165 da Constituição 
Federal:
as metas e prioridades (MP) da administração pública federal, 
incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro sub-
sequente; orientará a elaboração da lei orçamentária anual, e 
disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabele-
cerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de 
fomento.
De acordo com a Lei nº 4.320/64, a Constituição Federal/88 e a Lei 
Complementar nº 101/00, a vigência da LDO é anual, ou seja, vigora por 
um períodode 12 meses, contendo normas e critérios relativos ao controle 
de receitas e despesas e à avaliação dos resultados dos programas 
financiados com recursos orçamentários.
Quanto aos prazos estipulados pela Constituição Federal, a LDO 
deverá ser encaminhada pelo Poder Executivo até oito meses e meio 
antes do encerramento do exercício financeiro, ou seja, até dia 15/04. Por 
sua vez, retornará para sanção até o dia 17/07 e não será encerrado o 
semestre legislativo sem a aprovação do projeto. No Legislativo, o projeto 
da LDO poderá receber emendas, desde que compatíveis com o PPA 
(art. 166 da CF/88). Essas emendas serão apresentadas e submetidas ao 
plenário para votação.
32 FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA|
Ainda de acordo com o artigo 166 da Constituição Federal de 1988, a 
exemplo do que ocorre com o PPA, o Executivo pode encaminhar mensagem 
ao Legislativo, propondo modificações no projeto da LDO, enquanto não 
iniciada a votação da proposta.
Com a edição da Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000, a 
LDO teve a suas funções ampliadas, por força do artigo 4º, passando a ter 
maior relevância. Entre suas novas funções destacam-se:
• Equilíbrio entre receita e despesa;
• Critérios e formas de limitação de empenho, a ser verificado no 
final de cada bimestre quando se verificar que a realização da 
receita poderá comprometer os resultados nominal e primário 
estabelecidos no anexo de metas fiscais e para reduzir a dívida ao 
limite estabelecido pelo Senado Federal;
• Normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados 
dos programas financiados com recursos orçamentários;
• Inclusão dos anexos de metas fiscais e de riscos.
 ¾ Anexos da LDO
• Anexo de Metas Fiscais – Contém os objetivos em relação aos 
resultados das contas do governo, sendo composto por (Art. 4º da 
Lei Complementar nº 101/2000):
I. avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano 
anterior;
II. demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e 
metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pre-
tendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercí-
cios anteriores, e evidenciando a consistência delas com 
as premissas e os objetivos da política econômica nacional;
III. evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três 
exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos 
obtidos com a alienação de ativos;
IV. avaliação da situação financeira e atuarial:
a. dos regimes geral de previdência social e próprio dos servi-
dores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador;
FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA 33|
b. dos demais fundos públicos e programas estatais de natu-
reza atuarial;
V. demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de 
receita e da margem de expansão das despesas obrigató-
rias de caráter continuado.
• Anexo de Riscos Fiscais – Informa os passivos contingentes e 
outros riscos capazes de afetar as finanças públicas, sugerindo, 
inclusive, as providências a serem tomadas.
A Lei Orçamentária Anual (LOA), na Lei Complementar nº 101/00, 
compreende a programação das ações a serem executadas, visando 
atingir as diretrizes, objetivos e metas estabelecidas no plano plurianual. 
De acordo com a Constituição Federal, a LOA é o orçamento fiscal e não 
conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa. É o 
cumprimento ano a ano das etapas previstas no PPA, em consonância com a 
LDO, conforme consta na Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 
nº 101/00). Vale ressaltar algumas características importantes:
• Pressupõe a participação popular com audiências públicas em 
busca das necessidades e prioridades da comunidade;
• Disponibilização e divulgação de versão simplificada para acesso 
do cidadão;
• As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos 
que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso sejam 
compatíveis com o Plano Plurianual (PPA) e com a Lei de Diretrizes 
Orçamentárias (LDO). Além disso, devem indicar os recursos 
necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de 
despesa;
• Os recursos financeiros que, em decorrência de veto, emenda 
ou rejeição do projeto de Lei Orçamentária Anual, ficarem sem 
despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o 
caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e 
específica autorização legislativa;
• O demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e 
despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios 
e benefícios de naturezas financeiras, tributárias e creditícias, 
deverão acompanhar o projeto da lei orçamentária;
34 FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA|
• A reserva de contingência estará contida na LOA, enquanto a 
forma de utilização e o montante serão estabelecidos na LDO.
A lei orçamentária compreenderá:
• O orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, 
órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
• O orçamento de investimento das empresas em que a União, 
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com 
direito a voto;
• O orçamento da seguridade social, abrangendo todas as 
entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou 
indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos 
pelo Poder Público.
Os instrumentos de planejamento orçamentário podem ser relacionados 
conforme figura a seguir:
Figura 02: Demonstração de PPA, válido por 4 anos, sua
correspondência a 4 LDOs (anuais) e, por sua vez,
cada LDO ligada a uma LOA.
PPA 
2014/2017
2014
LDO
2015
2016
2017
2014
LOA
2015
2016
2017
Fonte: Elaborada pela autora.
O quadro a seguir nos traz um resumo detalhado dos prazos:
FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA 35|
Quadro 02: Prazos do Poder Executivo e Poder Legislativo para
aprovação dos instrumentos de planejamento do orçamento público.
Projeto Prazo de envio até Prazo de devolução até
PPA
4 meses antes do encerramento do 
1º exercício financeiro. Na prática, 
deve ser encaminhado até 31/08.
No encerramento da sessão legislativa. 
Na prática, deve ser devolvido até 15/12.
LDO
8,5 meses antes do encerramento do 
exercício financeiro. Na prática, deve 
ser encaminhado até 15/04.
No encerramento do primeiro período da 
sessão legislativa. Na prática, deve ser 
devolvido até 30/06.
LOA
4 meses antes do encerramento do 
exercício financeiro. Na prática, deve 
ser encaminhado até 31/08.
No encerramento da sessão legislativa. 
Na prática, deve ser devolvido até 15/12.
Fonte: Adaptado da Lei nº 4.320/64; Lei complementar nº 101/00 e CF/1988.
1.4.2. Elaboração das leis orçamentárias
Segundo a Constituição Federal (1988), a lei que instituir o Plano 
Plurianual deverá estabelecer de forma regionalizada as diretrizes, os 
objetivos e as metas da administração pública federal para as despesas 
de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de 
duração continuada. Veremos algumas características desse instrumento, 
com base na Lei nº 4.320/64 e na Lei Complementar nº 101/00:
• Nenhum investimento ultrapassando um exercício financeiro 
pode ser iniciado sem prévia inclusão no Plano Plurianual, ou 
seja, sem uma lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de 
responsabilidade ao gestor público;
• Vigência do Plano Plurianual é de 4 anos;
• Criação do PPA ocorre no primeiro ano do mandato e deve ser 
encaminhado 4 meses antes do término do referido ano;
• A validade se inicia a partir do segundo ano do mandato, ou seja, 
o PPA criado no mandato de um gestor vale para o primeiro ano 
do mandato;
• Para a continuidade administrativa, o PPA deve determinar os 
programas de duração continuada:
36 FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA|
 ¾ Finalísticos: visam a oferta de serviços e bens diretamente 
à sociedade;
 ¾ De apoio às políticas públicas e às áreas especiais: 
buscam a oferta de serviços ao Estado, na gestão de políticas e 
no apoio administrativo.
• Os Estados,o Distrito Federal e os municípios poderão fixar, nas 
suas constituições e leis orgânicas, respectivamente, prazo diverso 
do estabelecido na Constituição Federal, em caso omisso deverá 
ser obedecido o prazo estabelecido na CF/88;
• O Poder Legislativo deverá devolver o PPA aprovado para sanção 
até o encerramento da sessão legislativa (22 de dezembro), 
conforme artigo 57, da CF/88);
• O projeto do PPA poderá receber emendas do Legislativo, que 
depois de votado retornará ao Executivo para sanção.
1.5. Créditos adicionais1.5. Créditos adicionais
De acordo com o glossário do Planalto, são créditos adicionais as 
autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na 
lei de orçamento. Dependendo da sua finalidade, classificam-se em:
• Suplementares;
• Especiais;
• Extraordinários.
Os suplementares destinam-se ao reforço de uma dotação 
orçamentária já existente, ao passo que os especiais visam atender a uma 
necessidade não contemplada no orçamento. Já créditos extraordinários 
pressupõem uma situação de urgência ou imprevisão, tal como guerra, 
comoção interna ou calamidade pública.
Os créditos suplementares especiais dependem de autorização 
legislativa, ao passo que os extraordinários são abertos por decreto do 
Executivo, que deles dará ciência imediata ao Legislativo.
Os créditos adicionais, uma vez aprovados, incorporam-se ao 
orçamento do exercício. Fonte: <https://bit.ly/2Bip2Xn>.
FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA 37|
1.6. Ciclo orçamentário1.6. Ciclo orçamentário
Para que haja o processo orçamentário, ocorrem fases na confecção, 
etapas que vão dando origem à Lei Orçamentária Anual, conforme podemos 
observar na figura a seguir.
Figura 03: Ciclo integrado de planejamento e orçamento.
Plano Plurianual - PPA
Controle e avaliação da execução
orçamentária e financeira
Execução orçamentária
e financeira
Discussão, votação e aprovação
da lei orçamentária anual 
Planos nacionais,
regionais e setoriais
Lei de diretrizes
orçamentárias - LDO
Elaboração da proposta
orçamentária anual - LOA 
Fonte: <https://bit.ly/2U0fkzq>.
2. receitA públicA2. receitA públicA
A receita pública orçamentária constitui a disponibilidade de recursos 
financeiros do exercício orçamentário, ou seja, refere-se a qualquer entrada 
de dinheiro nos cofres públicos que não esteja sujeito à devolução. Esses 
recursos são provenientes das contribuições, taxas e impostos pagos pela 
comunidade em contrapartida de uma prestação de serviço fornecida pela 
máquina pública, segundo a Lei 4.320/64:
Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de 
direito público, compreendendo os impostos, as taxas e con-
tribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em 
matéria financeira, destinando-se o seu produto ao custeio de 
atividades gerais ou específicas exercidas por essas entidades. 
(BRASIL, 1964)
38 FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA|
2.1. Noções básicas2.1. Noções básicas
A principal finalidade de uma receita no âmbito da gestão pública 
é viabilizar a execução das políticas públicas, atendendo necessidades 
coletivas. Apesar disso, a legislação restringe a forma como o gestor público 
poderá lidar com as decisões das entradas de recursos financeiros, conforme 
apresentado pela Lei 4.320/64:
Art. 51. Nenhum tributo será exigido ou aumentado sem que a 
lei o estabeleça, nenhum será cobrado em cada exercício sem 
prévia autorização orçamentária, ressalvados a tarifa aduaneira 
e o imposto lançado por motivo de guerra.
O ingresso dos recursos financeiros no ente público está restrito ao 
princípio da unidade de tesouraria, sendo proibida qualquer fragmentação 
para criação de caixas especiais, conforme art. 56 da Lei 4.320/64. Nesse 
sentido, o controle desses recursos é facilitado para a comunidade, até 
mesmo porque cada contribuinte deve receber comprovante, em via 
única, constando o montante pago, procedência e discriminação de data e 
identificação do agente arrecadador (banco, casa lotérica, entre outros).
Todo ingresso de recurso financeiro, portanto, é considerado como 
receita pela contabilidade pública. Inclusive aquele dinheiro recebido 
provisoriamente, com caráter devolutivo, sendo devolvido posteriormente 
ao ente proprietário, ou seja, será registrado como receita pela contabilidade 
pública qualquer ingresso de dinheiro nos cofres públicos.
2.2. Classificação2.2. Classificação
Para facilitar o entendimento da procedência dos recursos financeiros 
que ingressaram no ente público, as receitas públicas são classificadas 
em diversos aspectos. Diante da utilização obrigatória para todos os entes 
públicos, destacaremos algumas classificações delineadas por portaria da 
Secretaria de Orçamento Federal (SOF), órgão do Ministério do Planejamento, 
Orçamento e Gestão (MPOG):
a. Quanto ao ingresso de recursos financeiros nos cofres 
públicos:
• Orçamentária: ingresso de recursos financeiros que se incorporam 
definitivamente ao patrimônio público (BRASIL, 2017). Vale 
ressaltar que existe recebimento de receita orçamentária que 
não está prevista na Lei Orçamentária Anual, como o resultado 
FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA 39|
do superávit (art. 57, da Lei 4.320/64). Assim, podemos afirmar 
que são recursos financeiros que ingressam durante o exercício 
orçamentário e são destinados a programas e ações necessários 
para a execução das políticas públicas. Exemplos de receitas 
orçamentárias: recebimento de tributos, alienação de bens, 
obtenção de empréstimos;
• Extraorçamentária: ingresso de recursos financeiros que não 
se incorporam definitivamente ao patrimônio (BRASIL, 2017), 
já que são recursos em trânsito nos cofres públicos e serão 
oportunamente repassados ao real credor. Como exemplo, temos: 
fiança paga como garantia de um contrato.
b. Quanto ao resultado fiscal:
• Primária (ou não financeira): referem-se, predominantemente, às 
receitas correntes;
• Não primária (ou financeira): não contribuem para o resultado 
primário ou não alteram o endividamento líquido.
c. Quanto à procedência:
• Originária: surge através da exploração do próprio patrimônio 
do Estado. Ele produz os bens e serviços e realiza atividades 
parecidas com as do setor privado. Ocorrem sob a vontade do 
Estado e do setor privado. Exemplo: venda de produtos ou serviços;
• Derivada: procede do patrimônio dos contribuintes, por meio de 
autoridade coercitiva do Estado. Essas receitas surgem através de 
empresas privadas e a renda de determinadas pessoas que devem 
pagar tributos, penalidades, apreensões, entre outros. Exemplo: 
receita proveniente de tributos.
d. Quanto à duração:
• Ordinária: receitas periódicas responsáveis pelo abastecimento 
dos cofres públicos. Exemplos: impostos e taxas regulares;
• Extraordinária: receitas esporádicas que entram apenas 
eventualmente nos cofres públicos. Exemplos: empréstimos 
compulsórios e doações.
40 CIÊNCIAS: CONTEÚDOS E MÉTODOS|
e. Quanto ao impacto na situação líquida patrimonial:
• Efetiva: ingresso de recurso que aumenta a situação líquida 
patrimonial da entidade;
• Não efetiva: ingresso de recurso que não altera a situação líquida 
patrimonial da entidade.
f. Quanto à natureza:
Essa classificação é estabelecida pelo § 4º do art. 11 da Lei 4.320/64 
e sua codificação é normatizada no âmbito da União pela Portaria da SOF 
(órgão do Ministério do Planejamento) e a codificação para os Estados e 
Municípios está na Portaria Interministerial STN/SOF 3/2008. Vale ressaltar 
que a classificação da receita por natureza é padronizada com uma 
numeração específica para todos os entes públicos, a fim de possibilitar 
identificar a origem do recurso financeiro pelo fator gerador. Dessa forma, 
temos a seguinte estrutura de codificação para a receita:
Quadro 03: Codificação da receita pública.
C O E DDDD T
Categoria
econômica
Origem Espécie
Desdobramentos para identificação 
de peculiaridades da receita
Tipo
Fonte: Brasil (2017, p. 37)
• Origem (Lei 4.320/64)
Para as receitascorrentes, temos:
 ¾ Receita tributária: corresponde aos tributos relacionados na 
legislação tributária. Exemplos: IPVA, IRRF, IPI;
 ¾ Receita de contribuições: é o ingresso de recursos 
relacionados às receitas de caráter social e às de caráter 
econômico. Exemplo: contribuição para previdência (INSS);
 ¾ Receita patrimonial: são recursos que surgem por meio do 
uso econômico do patrimônio público como juros e dividendos. 
Exemplos: aluguel, arrendamento, participações, dividendos;
CIÊNCIAS: CONTEÚDOS E MÉTODOS 41|
 ¾ Receita agropecuária: são recursos resultantes da 
exploração das atividades agropecuárias. Exemplos: agricultura, 
pecuária, silvicultura;
 ¾ Receita industrial: resultado das atividades industriais 
como serviços de utilidade pública, construção civil e extrativismo 
mineral. Exemplos: transformação do barro em telha, produção de 
derivados de animais;
 ¾ Receita de serviços: são provenientes da prestação de 
serviços em geral. Exemplos: meios de transporte, serviços, 
comércio, serviços educacionais;
 ¾ Transferências correntes: são recursos financeiros 
concebidos por pessoas jurídicas ou físicas e que são utilizadas 
no atendimento de despesas correntes. Isso é importante para 
compreender a origem da receita e sua destinação. Exemplos: 
transferência intergovernamental, pessoas, convênios, 
instituições privadas;
 ¾ Outras receitas correntes: são receitas que não se 
encaixam nas já citadas anteriormente. Exemplos: juros de mora, 
multas, indenizações.
Já para as receitas de capital, temos:
 ¾ Operações de crédito: obtenção de recursos com o intuito 
de suprir disparidades orçamentárias ou financiar obras públicas. 
São essas operações de crédito que cobrem déficits orçamentários. 
Exemplo: empréstimo em entidade bancária;
 ¾ Alienação de bens: captação de recursos através da 
venda de bens patrimoniais móveis ou imóveis. Exemplo: venda 
de um veículo;
 ¾ Amortização de empréstimos: recebimento de valores 
relativos a empréstimos concedidos. Exemplo: recebimento do 
valor do principal;
 ¾ Transferências de capital: recursos recebidos de outras 
entidades (pública ou privada) para atender despesas de capital;
 ¾ Outras receitas de capital: relacionadas com as receitas de 
capital que não podem ser classificadas em outras fontes.
42 FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA|
CCURIOSIDADEURIOSIDADE
Art. 3º – Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda 
ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, 
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente 
vinculada. Fonte: Artigo 3º do Código Tributário Nacional.
• Espécie (CF/88 e MTO/16)
 ¾ Imposto: tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma 
situação, independentemente de qualquer atividade do ente 
público, direcionada ao contribuinte. É unilateral, pois não gera 
qualquer dever do poder público ao contribuinte, mesmo sendo 
para fim de atender à população. Ex.: imposto de renda, IPVA, IPI, 
ISS;
 ¾ Taxa: retribuição por prestação de serviços públicos, à 
disposição da sociedade e custeados pelo ente público ou do 
exercício regular do poder de polícia. Ex.: taxa de conservação 
e limpeza pública, taxa de controle e fiscalização ambiental, 
taxa de fiscalização da vigilância sanitária, taxa de emissão de 
documentos, taxa de alvará;
 ¾ Contribuição: pode ser de diferentes espécies e destacamos:
 - Contribuição de melhoria: valorização imobiliária decorrente 
de benfeitoria realizada. Exemplo: ampliação, reparação, edificação 
no terreno;
 - Contribuição social: não há regra desse tipo de contribuição 
pela Constituição Federal e sim a finalidade, sendo:
 o Intervenção no domínio econômico (Exemplo: CIDE sobre 
combustível);
 o Interesse de categoria profissional ou econômica (Exemplo: 
contribuição ao CRC);
FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA 43|
 o Seguridade social (Exemplo: contribuição para INSS).
 - Iluminação pública: custeio para a própria iluminação 
pública.
• Desdobramentos: contém 4 dígitos com o objetivo de identificar 
as peculiaridades de cada receita, sendo utilizados conforme a 
necessidade de especificação do recurso financeiro.
• Tipo: constitui o nível mais analítico da receita, utilizado quando 
há necessidade de detalhar os desdobramentos com maior 
especificidade e corresponde ao último dígito na natureza de 
receita, sendo:
 - 0 quando se tratar de natureza de receita não valorizável 
ou agregadora;
 - 1 quando se tratar da arrecadação Principal da receita;
 - 2 quando se tratar de Multas e Juros de Mora da 
respectiva receita;
 - 3 quando se tratar de Dívida Ativa da respectiva receita; e
 - 4 quando se tratar de Multas e Juros de Mora da Dívida Ativa 
da respectiva receita.
Quadro 04: Resumo das origens e espécies de receita orçamentária.
1 RECEITA CORRENTE (Categoria Econômica) Naturezas da Receita
1 – Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria (Origem)
1 – Impostos (Origem) De 1.1.1.0.00 até 1.1.1.9.01.1.0
2 – Taxas (Espécie) De 1.1.2.0.00 até 1.1.1.2.2.01.1.0
3 – Contribuição de Melhoria (Espécie) De 1.1.3.0.00.0.0 até 1.1.3.0.00.1.0
2 – Contribuições (Origem)
1 – Contribuições Sociais (Espécie) De 1.2.1.0.00.0.0 até 1.2.1.0.99.1.0
2 – Contribuições Econômicas (Espécie) De 1.2.2.0.00.0.0 até 1.2.2.0.99.1.0
3 – Contribuições para Entidades Privadas de 
Serviço Social e de Formação Profissional (Es-
pécie)
De 1.2.3.0.00.0.0 até 1.2.3.0.01.1.0
44 FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA|
3 – Receita Patrimonial (Origem)
1 – Exploração do Patrimônio Imobiliário do 
Estado (Espécie)
De 1.3.1..0.00.0.0 até 1.3.1.0.99.1.0
2 – Valores Mobiliários (Espécie) De 1.3.2.0.00.0.0 até 1.3.2.9.00.1.0
3 – Delegação de Serviços Públicos Mediante 
Concessão, Permissão, Autorização ou Licença 
(Espécie)
De 1.3.3.0.00.0.0 até 1.3.3.9.99.1.0
4 – Exploração dos Recursos Naturais (Espécie) De 1.3.4.0.00.0.0 até 1.3.4.9.99.1.0
5 – Exploração do Patrimônio Intangível (Espé-
cie)
De 1.3.5.0.00.0.0 até 1.3.5.0.03.1.0
6 – Cessão de Direitos (Espécie) De 1.3.6.0.00.0.0 até 1.3.6.0.01.1.0
9 – Demais Receitas Patrimoniais (Espécie) De 1.3.9.0.00.0.0 até 1.3.9.0.00.1.0
4 – Receita Agropecuária (Origem) De 1.4.0.00.0.0 até 1.4.0.0.00.1.0
5 – Receita Industrial (Origem) De 1.5.0.0.00.0.0 até 1.5.0.00.1.0
6 – Receita de Serviços (Origem)
1 – Serviços Administrativos e Comerciais Gerais 
(Espécie)
De 1.6.1.0.00.0.0 até 1.6.1.0.04.1.0
2 – Serviços e Atividades Referentes à Navega-
ção e ao Transporte (Espécie)
De 1.6.2.0.00.0.0 até 1.6.2.0.04.3.0
3 – Serviços e Atividades Referentes à Saúde 
(Espécie)
De 1.6.3.0.00.0.0 até 1.6.3.0.02.2.0
4 – Serviços e Atividades Financeiras (Espécie) De 1.6.4.0.00.0.0 até 1.6.4.0.03.1.0
9 – Outros Serviços (Espécie) De 1.6.9.0.00.0.0 até 1.6.9.0.99.1.0
7 – Transferências Correntes (Origem) De 1.7.0.0.00.0.0 até 1.7.0.0.08.1.0
9 – Outras Receitas Correntes (Origem)
1 – Multas Administrativas, Contratuais e Judi-
ciais (Espécie)
De 1.9.1.0.00.0.0 até 1.9.1.0.11.1.0
2 – Indenizações, Restituições e Ressarcimentos 
(Espécie)
De 1.9.2.0.00.0.0 até 1.9.2.2.99.1.0
3 – Bens, Direitos e Valores Incorporados ao 
Patrimônio Público (Espécie)
De 1.9.3.0.00.0.0 até 1.9.3.0.04.1.0
9 – Demais Receitas Correntes (Espécie) De 1.9.9.0.00.0.0 até 1.9.9.0.99.2.0
Fonte: Elaborado pela autora.
FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA 45|
2.3. Estágios2.3. Estágios
Os estágios ou fases da receita correspondem ao período de 
processamento das atividades da administração pública até o efetivo 
ingresso dos recursos nos cofres. Para isso, o Manual de Contabilidade 
Aplicada ao Setor Público (2017) resume em 4 etapas, sendo previsão, 
lançamento, arrecadação e recolhimento.
• Previsão: é o primeiro estágio da receita e envolve duas tarefas 
básicas: a identificação das fontes de recursos a serem arrecadadas 
e a mensuração de cada uma. Compreende a Lei Orçamentária 
Anual com sua respectiva projeção financeira para o ingresso dos 
recursos financeiros.De acordo com a Lei 101/00:
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas 
e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, 
da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou 
de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de de-
monstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção 
para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodo-
logia de cálculo e premissas utilizadas.
§ 1 Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só 
será admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica 
ou legal.
§ 2 O montante previsto para as receitas de operações de crédi-
to não poderá ser superior ao das despesas de capital constan-
tes do projeto de lei orçamentária.
§ 3 O Poder Executivo de cada ente colocará à disposição dos 
demais Poderes e do Ministério Público, no mínimo trinta dias 
antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas 
orçamentárias, os estudos e as estimativas das receitas para o 
exercício subseqüente, inclusive da corrente líquida, e as res-
pectivas memórias de cálculo.
Art. 13. No prazo previsto no art. 8º, as receitas previstas serão 
desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de ar-
recadação, com a especificação, em separado, quando cabível, 
das medidas de combate à evasão e à sonegação, da quantida-
de e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, 
bem como da evolução do montante dos créditos tributários pas-
síveis de cobrança administrativa. (BRASIL, 2000)
46 FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA|
Já na Lei 4.320/64 (BRASIL, 1964):
Art. 30. A estimativa da receita terá por base as demonstrações 
a que se refere o artigo anterior à arrecadação dos três últimos 
exercícios, pelo menos, bem como as circunstâncias de ordem 
conjuntural e outras, que possam afetar a produtividade de cada 
fonte de receita.
A estimativa da receita pública, fiel às dificuldades enfrentadas, é 
relevante para a elaboração orçamentária, pois os valores nela previstos 
servirão de base para a fixação das despesas públicas e, consequentemente, 
para o cálculo das dotações a cada um dos programas existentes, conforme 
Lei 4320/64:
Art. 29. Caberá aos órgãos de contabilidade ou de arrecada-
ção organizar demonstrações mensais da receita arrecadada, 
segundo as rubricas, para servirem de base a estimativa da re-
ceita, na proposta orçamentária.
Parágrafo único. Quando houver órgão central de orçamen-
to, essas demonstrações ser-lhe-ão remetidas mensalmente. 
(BRASIL, 1964)
• Lançamento: consiste na identificação do devedor ou da pessoa 
do contribuinte, discriminando a espécie, o valor e o vencimento 
do tributo que cada um deve pagar, ou seja, ato da repartição 
competente para verificar a procedência do crédito e a pessoa que 
é devedora e inscreve o débito (art. 53 da Lei 4320/64). Segundo 
o Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público (BRASIL, 
2017, p. 56):
[...] é o procedimento administrativo que verifica a ocorrência do 
fato gerador da obrigação correspondente, determina a matéria 
tributável, calcula o montante do tributo devido, identifica o su-
jeito passivo e, sendo o caso, propõe a aplicação da penalidade 
cabível. Uma vez ocorrido o fato gerador, procede-se ao registro 
contábil […].
De acordo com a Lei 4320/64:
Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e quais-
quer outras rendas com vencimento determinado em lei, regula-
mento ou contrato.
Art. 53. O lançamento da receita é ato da repartição competente, 
que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é 
devedora e inscreve o débito desta. (BRASIL, 1964)
FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA 47|
• Arrecadação: é o ato pelo qual os contribuintes comparecem 
perante os agentes arrecadadores e realizam o pagamento dos 
seus tributos ou outros débitos para com o Estado, ou seja, é a 
entrega dos recursos devidos pelos contribuintes por meio dos 
agentes arrecadadores autorizados. O art. 35 da Lei nº 4.320/1964 
destaca que pertencem ao exercício financeiro as receitas nele 
arrecadadas, ficando clara a adoção do regime de caixa. Segundo 
a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei 101/00), a previsão e a 
arrecadação da receita é especificada:
Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade 
na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação 
de todos os tributos da competência constitucional do ente da 
Federação.
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências volun-
tárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que 
se refere aos impostos. (BRASIL, 2000)
• Recolhimento: compreende a entrega do produto da arrecadação 
por parte dos agentes arrecadadores ao Tesouro Público, ou seja, 
é a transferência dos valores arrecadados à conta específica do 
ente público. De acordo com a Lei 4320/64:
Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita 
observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qual-
quer fragmentação para criação de caixas especiais. (BRASIL, 
1964)
As etapas da receita pública podem ser resumidas da seguinte maneira:
Figura 04: Esquema demonstrativo da sequência das
etapas da receita pública.
Previsão Lançamento Arrecadação Recolhimento
Caixa Bancos Caixa
Classificação por
natureza da receita
Destinação
Fonte: BRASIL (2017, p. 57).
48 FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA|
De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, os entes da 
Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a 
informações referentes a receita, lançamento e recebimento de toda receita 
das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários.
LLINKINK WEBWEB
Caro estudante, sugerimos que acesse o “Manual de Contabilidade 
Aplicada ao Setor Público”, mais especificamente o item “3.5. Etapas da Receita 
Orçamentária” (p. 56-57) para compreender mais sobre essas etapas. Acesse: 
<http://bit.ly/2K8Hg1y>.
2.4 Codificação2.4 Codificação
Para compreender a utilização dessa codificação, o ingresso de recurso 
financeiro decorrente de imposto de renda de pessoa física recolhido dos 
servidores públicos em folha de pagamento terá o código 1.1.1.3.01.1.1, 
conforme o esquema a seguir:
Quadro 05: Exemplo de codificação.
C Categoria econômica 1 Receita corrente
O Origem 1 Impostos, taxas e contribuições de melhoria
E Espécie 1 Impostos
DDDD Desdobramentos 3011 Impostos sobre a renda de pessoa física - IRPF
T Tipo 1 Principal
Fonte: Brasil (2017, p. 38)
Dessa forma, vamos aprofundar em cada parte da codificação:
a. Categoria econômica (Lei 4.320/64)
 ¾ Corrente: recursos financeiros oriundos das atividades 
realizadas pelo poder público, sendo que, em geral, aumentam as 
disponibilidades da entidade com efeito positivo sobre o patrimônio 
e, de acordo com o art. 11 da Lei 4.320/64, conceitua-se como:
FINANÇAS PÚBLICAS E CONTABILIDADE PÚBLICA 49|
§ 1º – São Receitas Correntes as receitas tributárias, de contri-
buições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e ou-
tras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos 
de outras pessoas de direito público ou privado, quando destina-
das a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. 
(BRASIL, 1964)
 ¾ Capital: em geral, não provocam efeito sobre o patrimônio 
(exemplo: alienação de bens e obtenção de dívidas). Segundo o 
art. 11 da Lei 4.320/64:
§ 2º – São Receitas de Capital as provenientes da realização de 
recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da con-
versão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de 
outras pessoas de direito público ou privado, destinados a aten-
der despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o 
superávit do Orçamento Corrente. (BRASIL, 1964)
2.5. Fontes2.5. Fontes
As fontes de receitas se dão pelos recursos auferidos pelo Estado 
para financiar os gastos públicos.
Segundo o parágrafo único do art. 8º da LRF e o art. 50, inciso I, 
“Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão

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