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01/01/2023 18:31 Versão para impressão about:blank 1/19 Segurança do trabalho Documentos: tipos, características, preenchimento e arquivamento em meios físico e eletrônico Introdução Dentro do contexto da segurança e saúde ocupacional, existem alguns processos burocráticos que envolvem a construção, arquivamento e análise de documentos importantes, geralmente, tendo seus objetivos dispostos ao atendimento de demandas fiscalizatórias, administrativas e de cunho prevencionista, principalmente, no que se refere aos dados estatísticos. Esses documentos têm importância fundamental para a manutenção da segurança e qualidade de vida no ambiente de trabalho das empresas, bem como servindo de suporte de dados aos empregadores e órgãos governamentais. Lembre-se que existem inúmeros documentos e processos burocráticos dentro das normas regulamentadoras, porém, buscamos trazer os mais frequentemente utilizados no exercício das atividades de profissionais de TST(técnico em segurança do trabalho). A partir da última atualização da Norma Regulamentadora (NR) 1, os documentos previstos nas NRs podem ser emitidos por meio digital e armazenados neste com certificado digital emitido no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas 01/01/2023 18:31 Versão para impressão about:blank 2/19 Brasileira (ICP-Brasil), normatizada por lei específica. Isso significa que todos os documentos com previsibilidade dentro das NRs podem ser digitalizados conforme estabelecido na NR-1. Alguns documentos deverão ser digitalizados obrigatoriamente segundo prazos estabelecidos para digitalização dos documentos: Cinco anos para microempresas e microempreendedor individual Três anos para empresas de pequeno porte Dois anos para as demais empresas Optando pela guarda em papel, os documentos originais devem ser armazenados, e não as cópias, no espaço físico. Porém, tais documentos, após o encerramento dos prazos, já devem estar digitalizados. Os documentos com digitalização obrigatória são: os arquivos referentes ao Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), ao Programa de Controle Médico e de Saúde Ocupacional (PCMSO), ao Programa de Gestão de Riscos (PGR), ao Programa de Condições do Meio Ambiente de Trabalho na Indústria de Construção (PCMAT) e ao Programa de Proteção Respiratória (PPR); o Plano de Proteção Radiológica (PPR); o Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI); o Plano de Prevenção de Riscos com Acidentes com Materiais Perfurocortantes (PPRAMP); a Análise Ergonômica do Trabalho (AET); o Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT); o perfil profissional previdenciário (PPP); o atestado de saúde ocupacional (ASO); e os certificados de treinamentos. Esses documentos, após o prazo estabelecido, deverão obrigatoriamente estar armazenados na forma digital, sendo necessário o armazenamento físico apenas dos documentos que já estavam armazenados na forma física. Isso significa que todos os documentos físicos, como LTCAT, PCMAT, AET, PPCI, PPP, ASO, PPR, PCMSO e PPRA, que já foram produzidos na empresa com assinatura manual e ainda estão com a guarda estabelecida como necessária pela 01/01/2023 18:31 Versão para impressão about:blank 3/19 legislação anterior serão digitalizados de acordo com os prazos vinculados de cinco anos, três anos ou dois anos, dependendo do tamanho. Porém, os documentos físicos deverão ficar armazenados, considerando que somente a partir de 2021 os documentos novos poderão ficar apenas na forma digitalizada dentro da empresa. Além de evitar o espaço ocupado por papéis, a digitalização é uma medida tecnológica fundamental e ambientalmente amigável, sendo uma das grandes melhorias apreciadas por todas as instituições participantes da comissão tripartite que aprovou a atualização da NR-1. O fluxograma a seguir detalha as informações referentes à digitalização necessária: Figura 1 – Fluxograma de digitalizações necessárias O processo de digitalização deve ser realizado visando a manter a integridade, a autenticidade e, se necessário, a confidencialidade do documento digital, com o emprego de certificado digital emitido no âmbito da ICP-Brasil. A ICP-Brasil é uma cadeia hierárquica de confiança que viabiliza a emissão de certificados digitais para identificação virtual do cidadão. 01/01/2023 18:31 Versão para impressão about:blank 4/19 O modelo adotado pelo Brasil foi o de certificação com raiz única, sendo que o ITI (Instituto Nacional de Tecnologia da Informação), além de desempenhar o papel de Autoridade Certificadora Raiz (AC-Raiz), também tem o papel de credenciar e descredenciar os demais participantes da cadeia, supervisionar os processos e fazer a auditoria destes. O empregador deve garantir a preservação de todos os documentos nato digitais ou digitalizados adotando procedimentos e tecnologias que permitam verificar, a qualquer tempo, a validade jurídica dos arquivos em todo o território nacional, garantindo permanentemente a autenticidade, a integridade, a disponibilidade, a rastreabilidade, a irretratabilidade, a privacidade e a interoperabilidade dos documentos. Autenticidade É uma característica do que é genuíno, verdadeiro. Integridade Significa que é irrepreensível na conduta, honesto e íntegro. Disponibilidade É a qualidade de quem se acha aberto para receber auditorias externas, conselhos, novas ideias etc. Rastreabilidade 01/01/2023 18:31 Versão para impressão about:blank 5/19 Significa que é fácil de ser achado. Irretratabilidade Significa que não pode ser desfeito nem revogado. Privacidade Quando necessário, significa que não pode ser divulgado para conhecimento de outras pessoas, pois pode ter um dono específico, como é o caso do ASO. Interoperabilidade É a capacidade de um sistema (informatizado ou não) de se comunicar de forma transparente (ou o mais próximo disso) com outro sistema (semelhante ou não). A tecnologia adotada (certificada e autorizada) de digitalização deverá atender às necessidades de busca e rastreamento. Algumas informações requerem confidencialidade, como o nome dos trabalhadores e os seus exames. Por exemplo, o único trabalhador que pode ter acesso ao ASO é o médico do trabalho, além, claro, do próprio trabalhador, devido à confidencialidade exigida dos exames. O empregador deve garantir para a inspeção do trabalho amplo e irrestrito acesso a todos os documentos digitalizados ou nato digitais. Isso significa que, sempre que houver fiscalização dos auditores do trabalho, os documentos devem ser oferecidos aos fiscais para que eles executem o processo de auditoria. Auditores fiscais têm fé pública e, por isso, podem ter acesso a qualquer documento privado e confidencial da empresa. 01/01/2023 18:31 Versão para impressão about:blank 6/19 Para os documentos que devem estar à disposição dos trabalhadores ou dos seus representantes, a organização deverá prover meios de acesso às informações de modo a atender aos objetivos da norma específica. O PGR, por exemplo, é um documento ao qual, na forma eletrônica, todos os trabalhadores poderão ter acesso. Ao longo deste material, você conhecerá um pouco mais documentos como o ASO, os recibos de entrega de equipamentos de proteção individual (EPIs), os registros de capacitações, o comunicado de acidente de trabalho (CAT), os laudos de monitoramento ou LTCAT, os laudos de calibração de equipamentos, os formulários de investigação de acidentes, as atas de reuniões da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). Também verá as formas de arquivamento desses documentos e a necessidade ou não de digitalização deles. Atestado de saúde ocupacional (ASO) É um documento médico que trata da avaliação de saúde dos trabalhadores e, além da determinação de seu estado geral, tem o objetivo de afirmar a aptidão ou não para que exerça sua atividade laboral. Esse documento tem sua regulamentação por meio da NR-7, PCMSO. De acordo com o item 7.5.19 da nova NR-7, com data prevista de vigênciapara o 2.º semestre de 2021, para cada exame clínico ocupacional realizado, o médico emitirá um ASO, que deve ser comprovadamente disponibilizado ao empregado e fornecido em meio físico quando solicitado. Isso significa que o arquivamento deve ser digital obrigatoriamente, mas, quando solicitado, o empregador deve emitir esse documento de forma física. O ASO deve ser arquivado na empresa por um período de 20 anos após o desligamento do trabalhador. Esses arquivamentos são necessários para que a empresa possa elaborar uma defesa para casos de indenização se o trabalhador 01/01/2023 18:31 Versão para impressão about:blank 7/19 desenvolver alguma doença ocupacional no período de 20 anos após o seu desligamento. Por isso – e para que o processo tenha clareza –, a norma estabelece o prazo de 20 anos após o desligamento do colaborador. Conteúdo do ASO Uma exigência da NR-7 é que todo ASO contenha no mínimo o seguinte conteúdo: Nome completo do trabalhador, número de registro e função Riscos ocupacionais específicos ou sua inexistência durante a execução de suas atividades, de acordo com as instruções técnicas da secretaria de segurança e saúde no trabalho (SSST) Indicação de procedimentos médicos realizados pelo trabalhador, incluindo exames complementares e data de realização Nome do médico coordenador com indicação do CRM Determinação dos padrões “apto” ou “inapto” para função específica a ser exercida pelo trabalhador Nome do médico responsável pelo exame, endereço e contato Data e assinatura do médico responsável pelo exame, junto com carimbo e número do CRM Observe a seguir um modelo de ASO já atualizado de acordo com a nova NR-7 que pode ser utilizado: Baixe aqui o conteúdo em PDF (objetos/modelo-de-ASO.pdf) Todos os dados obtidos nos exames médicos devem ter seu registro no prontuário clínico individual sob responsabilidade do médico coordenador do PCMSO. Observe as circunstâncias em que o ASO é necessário: https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-9068137-dt-content-rid-202385198_1/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TST/UC06/conteudos/3_documentos/objetos/modelo-de-ASO.pdf 01/01/2023 18:31 Versão para impressão about:blank 8/19 Nos exames admissionais Nos exames periódicos Exames de retorno ao trabalho Mudanças de função Exame demissional Conforme legislação, o ASO se faz obrigatório a todos os empregadores e/ou instituições que admitam trabalhadores, como empregados pelo regime da CLT (consolidação das leis do trabalho), lembrando também, que quaisquer custos gerados por exames ou atestados devem ficar a cargo do empregador. Recibo de entrega de EPI O recibo de entrega de EPI é um documento necessário no momento em que o trabalhador recebe seu equipamento, devendo ter algumas informações importantes em seu conteúdo: Nome da empresa Nome do funcionário Número registro do funcionário Setor Função Data da entrega do EPI Descrição EPI Número CA Data do recebimento Assinatura do empregado 01/01/2023 18:31 Versão para impressão about:blank 9/19 Além dessas informações, é importante também fazer constar um termo de responsabilidade com a sugestão dos seguintes conteúdos: Declaro que tenho responsabilidade sobre a guarda e conservação dos equipamentos de proteção individual recebidos por mim e indicados nesta ficha, bem como proceder com a devolução integral ou parcial no momento de qualquer solicitação. Caso haja dano ou extravio dos equipamentos de proteção individual sob minha responsabilidade, estarei ciente de que poderá haver desconto do valor do item diretamente do salário percebido, conforme legislação em vigor (artigo 158 – CLT). A não utilização de qualquer EPI evidencia ato faltoso e passível de ações legais, conforme CLT, capítulo V, seção I, artigo 158. Além da entrega, declaro ter recebido treinamento adequado a respeito de todos os itens recebidos e descritos acima. O prazo para arquivamento da ficha de entrega de EPIs é indeterminado dentro da nossa legislação. Um colaborador que se desliga da empresa hoje pode vir a solicitar o documento LTCAT como comprovação daqui a 20 anos, quando for se aposentar na modalidade de aposentadoria especial, a fim de comprovar 01/01/2023 18:31 Versão para impressão about:blank 10/19 insalubridade no ambiente de trabalho ou outros riscos adicionais para aposentadoria especial. Como no LTCAT há a descrição dos riscos ocupacionais em que existe exposição por parte dos trabalhadores e também a descrição dos EPIs utilizados para tais riscos, uma boa prática de gestão dos documentos é anexar as fichas de entrega de EPIs junto ao LTCAT do funcionário, utilizando o mesmo critério de 20 anos. O prazo de arquivamento da ficha de entrega de EPIs é de 20 anos, e não de 20 anos após o desligamento do trabalhador, como no caso do ASO. Segundo a Portaria n.º 211/2019, o registro de entrega de EPIs não é obrigatório no armazenamento digital, ou seja, pode-se optar tanto pelo armazenamento digital quanto pelo físico. A própria NR-6 determina que o arquivamento das fichas de EPIs pode ser realizado em livros ou fichas eletrônicas. A NR-1 prevê que qualquer documento estabelecido nas NRs pode ser digitalizado, o que significa que a ficha de entrega de EPIs também pode estar no formato digital caso a empresa opte por essa opção. Registro de capacitação e treinamento Os registros de capacitação e treinamentos dizem respeito aqueles que para o exercício de atividade de trabalho específica se fará necessário mediante atendimento as normas legais, como por exemplo, das atividades em altura, atividades exercidas em espaço confinado, atividades realizadas em redes energizadas etc. No caso da NR-35, o certificado será emitido em duas vias: uma delas fica com a empresa; e a outra, com o trabalhador. A capacitação será consignada no registro do empregado. Os certificados serão emitidos sempre no término das capacitações ou treinamentos, contendo: 01/01/2023 18:31 Versão para impressão about:blank 11/19 Nome do trabalhador Conteúdo programático Carga horária Data e local Nome e qualificação dos instrutores Assinatura do responsável Os registros de capacitação precisam obrigatoriamente ser digitalizados, de acordo com a Portaria n.º 211/2019. O certificado deve ser entregue ao trabalhador no formato físico, e uma cópia deve ser arquivada na empresa no formato digital. O prazo de guarda da cópia do certificado não é determinado em nenhuma norma, porém a lógica é a de que o treinamento tenha uma validade específica, bem como intervalos de períodos em que devam ser realizadas reciclagens. Após expirar o prazo de validade do treinamento, não há mais a necessidade de manter o documento arquivado na empresa. CAT – Comunicado de acidente de trabalho Trata-se de um documento emitido pela empresa para registro da informação no Ministério da Economia de um acidente de trabalho ou trajeto. O prazo de guarda desse documento é de cinco anos. O CAT é realizado de forma eletrônica no site do Ministério da Economia e é um documento com registro eletrônico vinculado ao próprio INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Isso significa que os órgãos fiscalizadores sempre terão acesso aos acidentes de trabalho dentro da empresa. O CAT é um dos principais documentos para os auditores fiscais do trabalho. Em caso de acidentes graves, com afastamento acima de 20 dias, em que o INSS assumirá as responsabilidades financeiras do funcionário, os auditores são 01/01/2023 18:31 Versão para impressão about:blank 12/19 informados da situação e podem ir imediatamente à empresa para verificar a situação que resultou no acidente. Então, o técnico em segurança do trabalho sempre deve ter um cuidado rigoroso quanto às causas dos acidentes. O CAT deve ser feita para fins informativos junto à previdência social, mesmo na ocorrência de acidente sem afastamento das atividades, até o primeiro dia útil seguinte a ocorrência (prazo legal). O CAT deve ser emitidaimediatamente em caso de morte (prazo legal). A não realização do CAT pela empresa dentro do prazo legal acarretará em multa, de acordo com os artigos 286 e 336 do Decreto n.º 3.048/1999. CAT inicial Comunicado destinado para informar os acidentes típicos, de trajeto, doença profissional, do trabalho ou morte imediata. CAT de reabertura No caso de ocorrência de casos de afastamento por piora de lesão de acidente de trabalho ou doença profissional. Nessa comunicação, constarão as mesmas informações da ocasião do acidente. As informações, como último dia de trabalho, atestado e emissão deverão ser relativos a data da reabertura. CAT de comunicação de óbito 01/01/2023 18:31 Versão para impressão about:blank 13/19 Esta comunicação deve ser formalizada apenas para casos de óbito decorrente de acidente ou doença profissional, ou do trabalho após o registro do CAT inicial. As informações, como último dia de trabalho, atestado e emissão deverão ser relativos a data da reabertura. Laudos de monitoramento – LTCAT O LTCAT é um documento regulamentado pela previdência social, que fornece informações técnicas sobre condições ambientais de trabalho, sendo um item obrigatório para todas as empresas que admitem trabalhadores como empregados. Não podemos dizer que o LTCAT é um programa ou documento que tem o objetivo de eliminar ou minimizar qualquer tipo de risco, e sim um documento técnico que irá comprovar que o trabalhador encontra-se exposto a uma série de riscos no decorrer de sua permanência na empresa. O documento deve ser utilizado em prol do funcionário, sendo determinada, por exemplo, a necessidade ou não de pagamento de adicionais (insalubridade ou periculosidade) ou até mesmo a aposentadoria especial concedida pelo INSS. É importante dizer que não há validade para o LTCAT, porém, ele deve ser atualizado sempre que necessário, por exemplo, quando ocorrer alterações no ambiente de trabalho ou processos, deve estar permanentemente disponível para consulta na empresa. O LTCAT é de responsabilidade do engenheiro de segurança do trabalho. Ainda assim, o técnico em segurança do trabalho pode utilizar os dados da medição do LTCAT para elaborar o PGR. Como o LTCAT é um documento acumulativo, sempre que houver uma mudança de função do trabalhador, o documento deve ser atualizado de acordo com os novos riscos de exposição. Isso significa que no LTCAT mais atual devem aparecer os riscos de todas as funções exercidas pelo trabalhador. 01/01/2023 18:31 Versão para impressão about:blank 14/19 O prazo para armazenar o LTCAT é de 20 anos. As empresas normalmente optam por arquivar a ficha de entrega de EPIs, que traz as informações sobre os EPIs utilizados para determinada função, com o LTCAT. De acordo com a nova Portaria n.º 211/2019, o LTCAT deve ser obrigatoriamente arquivado de forma digitalizada dentro da empresa. Informações básicas do LTCAT Identificação da empresa Objetivo Identificação do local Descrição do ambiente de trabalho Descrição das atividades de trabalho Análise dos riscos ocupacionais Tempo de exposição aos riscos Relatório de EPI Relatório de EPC Metodologia de avaliação Métodos, técnicas, instrumentos e aparelhos utilizados Conclusão Certificados de calibração Chamamos de calibração o processo de verificação da relação dos valores indicados em um determinado equipamento ou aparelho aos valores correspondentes aos certos padrões especificados, utilizando métodos em condições específicas conforme indicação de normas técnicas. 01/01/2023 18:31 Versão para impressão about:blank 15/19 O objetivo da calibração é a manutenção das condições qualitativas descritas pelo fabricante do equipamento dentro dos critérios técnicos exigidos, sem que ocorra nenhum tipo de comprometimento no resultado final das medições. A obrigatoriedade da calibração ocorrerá em casos de: Aquisição do aparelho Utilização do equipamento por longo período, atingindo dessa forma a quantidade de horas operadas Choque, vibrações anormais, exposição aos agentes agressivos, ação de insetos, intempéries ou qualquer acidente envolvendo o aparelho Indicação do valor de referência fora da faixa adequada Pós-manutenção Para esse tipo de documento, não é determinado um prazo específico de arquivamento, bem como não é necessário arquivá-lo de forma digital. A maioria das empresas utiliza como prazo de arquivamento desse material o período específico estabelecido pelo fabricante do equipamento em que a calibração deve ser realizada. Após uma nova calibração, não é mais necessário o certificado de calibração anterior. Os laboratórios que realizam calibração e fornecem os certificados devem ser credenciados pela Rede Brasileira de Calibração (RBC). A consulta pode ser feita no site do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Lembre- se: a digitalização desse documento é facultativa. Formulário de investigação de acidentes É um documento que deve ser utilizado ou construído em caso de ocorrência de um fato que configure acidente de trabalho. 01/01/2023 18:31 Versão para impressão about:blank 16/19 Tem a finalidade de fornecer informações importantes, buscando sempre a prevenção por meio do conhecimento das condições humanas e ambientais que contribuíram para o incidente. É necessário o arquivamento desse documento, de anexos, de fotos e de qualquer outro item relevante. Devemos lembrar que quando buscamos as causas de acidentes, abre-se uma hipótese de trabalho preventivo. Segundo o item 4.12 da NR-4, Portaria n.º 3.214, os representantes do Serviço Especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) devem realizar a análise e o registro dos acidentes ocorridos. A CIPA também tem responsabilidade e competência nessa questão, assegurada pelo item 5.16, alínea “l”, da NR-5. Para que a análise do acidente tenha total eficácia, é necessário que o preenchimento do formulário de investigação seja preenchido com a maior riqueza de detalhes possível. O formulário de investigação deve ser mantido arquivado pela empresa por tempo indeterminado, devendo estar disponível aos órgãos fiscalizadores competentes para tal. A forma de arquivamento dos formulários de investigação de acidentes é facultativa, podendo a empresa optar pela forma digital ou pela forma física. É evidente que, independentemente do método de arquivamento escolhido pela empresa, tal documento deve estar à disposição para as auditorias das fiscalizações do trabalho. Atas da CIPA 01/01/2023 18:31 Versão para impressão about:blank 17/19 São documentos que têm o objetivo de documentar as reuniões ordinárias ou extraordinárias da comissão, devendo ser emitidas logo no término destas. A reunião ordinária ocorre mensalmente de acordo com o calendário de reuniões. Já a reunião extraordinária ocorrerá: Em caso de denúncia de situação de risco grave e iminente, determinando, portanto, aplicação de medidas de emergência. No caso de ocorrência de acidente de trabalho considerado grave ou fatal. No caso de solicitação expressa de alguma representação. Algumas situações em relação à documentação que integra a ata de reuniões da CIPA devem ser observadas, como: A ata das reuniões da CIPA deve ser redigida pelo secretário, que deverá fazer constar no documento todo o acontecimento ocorrido durante a reunião. As informações numéricas devem ser escritas por extenso, por exemplo, em vez de proceder a escrita da data de 03/09/2017, escreveremos três de setembro de dois mil e dezessete. Todos os membros da CIPA devem assinar a ata, inclusive qualquer pessoa que esteja participando da reunião. Conforme itens 5.14.2 e 5.25 da NR-5, as cópias da atas de posse, eleição e reuniões serão entregues aos titulares e suplentes mediante recibo protocolado. Não há a necessidade de protocolar a ata da CIPA no órgão regional de inspeção da Secretaria do Trabalho, conforme ocorre com o SESMT. Os livros de atas da CIPA deverão ser arquivados por tempoindeterminado. 01/01/2023 18:31 Versão para impressão about:blank 18/19 As atas também podem ser digitalizadas. A escolha da forma de arquivamento é facultada à empresa, já que as atas não têm a obrigatoriedade de serem digitalizadas. Portanto, as empresas que optarem pelo arquivamento físico estarão de acordo com a legislação, assim como as empresas que optarem pelo arquivamento digital. Os documentos que já estavam arquivados fisicamente devem permanecer assim. O prazo para armazenamento das atas da CIPA não é estabelecido pela legislação. Grande parte das empresas utiliza o prazo de um ano após o término do mandato, para comprovar a atuação da CIPA no ano anterior e também as ações propostas pela comissão, a fim de que a CIPA atual possa verificar as necessidades que ainda permanecem dentro da empresa. Conclusão As atividades desenvolvidas no âmbito da segurança e saúde do trabalho são definidas por processos documentais, como por exemplo, laudos, pareceres, levantamentos, programas de proteção, planos, projetos, atestados, comunicações, entre muitos outros. Sabemos que as exigências dentro desse contexto são legais, portanto, é evidente que o cuidado no momento da confecção e arquivamento é fundamental, visto que a responsabilidade civil e criminal incide sobre a autoria, contratantes, empregadores e empregados. Para alguns documentos, a digitalização é facultativa; para outros, obrigatória, dentro dos prazos estabelecidos pela Portaria n.º 211/2019. Os documentos que já estavam armazenados na forma física, mesmo que tenham a obrigatoriedade de digitalização, devem permanecer na forma física com os prazos estipulados conforme a legislação e ser digitalizados conforme os prazos estabelecidos de acordo com a 01/01/2023 18:31 Versão para impressão about:blank 19/19 classificação do tamanho da empresa, podendo variar entre cinco anos, três anos e dois anos. Já os novos documentos, após a publicação da Portaria n.º 211/2019, cuja digitalização é obrigatória, devem ser arquivados somente no formato digital, não havendo mais a necessidade do arquivamento físico. Para os documentos em que a digitalização é facultativa, a empresa determinará quais deles, em termos de gestão, serão armazenados no formato físico e quais deles serão armazenados no formato digital. Alguns documentos acabam acumulando muito papel, e é difícil a gestão do arquivamento físico. Para outros documentos mais simples e de menor tempo de arquivamento, o formato físico pode ser mais viável. São decisões que o técnico em segurança do trabalho terá que tomar com base na melhor forma de se fazer a gestão da segurança dentro da empresa, levando em consideração o custo do armazenamento físico dos arquivos e também o custo do processo de digitalização. Você, como futuro técnico em segurança do trabalho, deve realizar qualquer tipo de procedimento somente após a verificação e a confirmação dos itens constantes na legislação competente atualizada. Neste conhecimento, você verificou os prazos de armazenamento dos documentos necessários para as auditorias e para a realização de uma boa gestão da área de saúde e segurança do trabalho. Portanto, o estudo e atualização de conteúdo são requisitos permanentes para o bom desempenho das atividades desenvolvidas como profissionais da área de segurança e saúde do trabalho.
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