Buscar

Caderno direito penal IV - Mayana Salles

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CADERNO DE DIREITO PENAL IV 
ALUNA: ANA BEATRIZ DE MORAIS/PROFESSORA: MAYANA SALLES/FBDG 2022.2 
SUMÁRIO 
Introdução ............................................................................................................................................................... 1 
Dos crimes contra a vida ......................................................................................................................................... 2 
Homicídio ........................................................................................................................................................... 2 
Privilegiado ..................................................................................................................................................... 3 
Qualificado ...................................................................................................................................................... 3 
Culposo ........................................................................................................................................................... 6 
Induzimento, instigação e auxílio ao suicídio ..................................................................................................... 7 
Infanticídio .......................................................................................................................................................... 8 
Aborto ................................................................................................................................................................. 8 
Aborto provocado por terceiro ........................................................................................................................ 9 
Modalidades qualificadas.............................................................................................................................. 10 
Aborto permitido ........................................................................................................................................... 10 
Lesão corporal ................................................................................................................................................... 10 
Modalidades de lesão corporal...................................................................................................................... 11 
Segunda unidade ................................................................................................................................................... 14 
Dos crimes contra a honra..................................................................................................................................... 14 
Calúnia .............................................................................................................................................................. 14 
 
BIBLIOGRAFIA: 
Parte especial de Rogerio Sanches 
Códigos penais comentados: Bittencourt, Masson etc. 
 Parte especial de Cleber Masson (concurso). 
Código comentado de Nelson Hungria. 
 
INTRODUÇÃO 
- Conceito estratificado de crime (também chamado de conceito jurídico de crime): fato típico, ilícito e culpável. 
- Elementos do fato típico: conduta, nexo causal, resultado e enquadramento. 
Professora Mayana Salles 
Ana Beatriz de Morais 
2022.2 
 
2 
 
- Bem jurídico > tipicidade material > insignificância } bens vagos. 
 
 Distinção 
- Tipicidade objetiva: 
- Tipicidade subjetiva: 
- Consumação e tentativa 
- Classificação doutrinária: 
DOS CRIMES CONTRA A VIDA 
o Homicídio (art. 121) 
o Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio (art. 122) 
o Infanticídio (art. 123) 
o Aborto (arts 124 a 128) 
HOMICÍDIO 
Modalidades: 
 Doloso – privilegiado, simples e qualificado 
▪ O agente pode realizar a conduta pessoalmente ou atiçando 
um animal contra a vítima, ou até mesmo valendo-se de 
pessoa inimputável. 
▪ O homicídio simples é definido por exclusão; 
▪ Meios de execução: admite qualquer meio de execução. 
Lembrando que alguns desses meios tornam o crime em 
qualificado, como por exemplo: uso de fogo etc. 
▪ É possível sua prática tanto por ação quanto por omissão. 
▪ Comissivo por omissão: o agente tem obrigação de agir para 
evitar um resultado. 
▪ Participação por omissão. 
▪ Crime impossível: Art. 17 do CP- Não se pune a tentativa 
quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. 
▪ Por absoluta ineficácia do meio: O agente só pode ser 
responsabilizado por tentativa de homicídio se ficar 
Tipo objetivo (conduta): 
vida extrauterina; 
Objeto material e objeto 
jurídico: pessoa ou coisa 
sobre a qual recai a conduta 
do sujeito; vida (bem 
jurídico tutelado pela 
norma); 
Sujeitos do crime: ativo 
(qualquer um); passivo 
(qualquer um); 
Elemento subjetivo: caput 
(dolo); culposo/doloso; 
Consumação e tentativa: 
morte da vítima; para 
modalidade dolosa; 
Ação penal: pública 
incondicionada SEMPRE! 
CLASSIFICAÇÃO 
Professora Mayana Salles 
Ana Beatriz de Morais 
2022.2 
 
3 
 
demonstrado que meio empregado por ele poderia ter causado a morte e que isso só não ocorreu 
por circunstâncias alheias à sua vontade; 
▪ Crime impossível: meio relativamente ineficaz – pune-se a tentativa de homicídio (ex.: arma ou 
projétil que falha). 
▪ Meio absolutamente ineficaz (arma descarregada defeituosa). 
▪ Por absoluta impropriedade do objeto: o agente não responde por tentativa de homicídio caso 
realize ato de execução visando matar determinada pessoa que está morta. 
▪ Consumação: momento da morte decorrente de conduta dolosa do agente. 
▪ Tentativa: precisa existir prova de que o agente queria matar a vítima. É necessário, também, que 
tenha ocorrido o início da execução. O resultado morte não deve ter ocorrido por circunstâncias 
alheias à vontade do agente. 
 
 Culposo 
PRIVILEGIADO 
Causa de diminuição de pena; 
Motivo do crime: 
o Relevante valor social (sociedade); 
o Relevante valor moral (indivíduo). 
Estado anímico do agente: 
o Violenta emoção (a emoção não exclui o crime) 
o Reação imediata 
o Injusta provocação da vítima (uso moderado de meios necessários, atual ou iminente, o agente que precisa 
se sentir provocado). 
O homicídio privilegiado é considerado hediondo? NÃO!! 
QUALIFICADO 
o Sendo qualificado, o homicídio automaticamente possui natureza hedionda. 
o De caráter subjetivo: ligadas à motivação. 
o De caráter objetivo: ligadas ao meio e ao modo de execução. 
 
I- Mediante paga ou promessa de recompensa ou outro motivo torpe (homicídio 
mercenário) 
Professora Mayana Salles 
Ana Beatriz de Morais 
2022.2 
 
4 
 
Circunstância ou elementar do crime? Se trata de circunstância; o mandante não responde. 
✓ Outro motivo torpe (vil, ignóbil, repugnante): Preconceito; Canibalismo; Vampirismo; Motivação 
Econômica; Intenção de ocupar o cargo da vítima; Ciúme; Matar por prazer; Vingança 
Vingança e ciúmes são motivos torpes? Não, entendimento jurisprudencial. 
II- Por motivo fútil 
✓ Irrelevante; desproporcional; pequeno. A ausência de motivo. 
 III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso 
ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; 
✓ Se houver emprego de violência para a ingestão do veneno = meio cruel; 
✓ Se houver consentimento ou ciência não há porque falar da qualificadora; 
✓ Tortura: quando o agente sujeita a vítima a graves sofrimentos físicos os mentais (forma lenta); 
✓ Meio cruel: quando o agente sujeita a vítima a graves sofrimentos físicos os mentais (forma breve); 
✓ Meio insidioso: meio velado, armadilha. Sabotagens em geral; 
✓ Meio que possa resultar perigo comum: o meio escolhido tem o potencial de causar situações de risco à 
vida ou a integridade de um número elevado e indeterminado de pessoas; 
▪ A doutrina aceita a mera probabilidade,não sendo necessária a prova de risco efetivo à outras 
pessoas; 
 IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que 
dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; 
✓ Dissimulação: é quando o agente oculta sua prévia intenção homicida empregando algum expediente 
fraudulento para ludibriar a vítima e assim conseguir a execução do crime; (Pode ser moral ou material); 
 V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro 
crime 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição 
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no 
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou 
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: 
✓ É pressuposto da figura que a vítima esteja no exercício de suas funções no momento do delito, ou que 
esteja de folga, mas que o crime seja praticado em razão delas; Há uma presunção dessa qualificadora 
quando a vítima é morta no exercício da função; 
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino 
Professora Mayana Salles 
Ana Beatriz de Morais 
2022.2 
 
5 
 
 
✓ Violência doméstica e familiar 
✓ Menosprezo ou discriminação a condição de mulher 
Súmula 600: "Para configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo 5º 
da lei 11.340/2006, lei Maria da Penha, não se exige a coabitação entre autor e vítima." 
✓ Não necessariamente precisa ser homem, pode ser mãe, irmã, amiga que mora junto. 
✓ Causas de aumento de pena (1/3 até a ½) no feminicídio (p.7): 
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; 
II - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou com doenças 
degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou 
mental; 
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima 
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos 
I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 
 
▪ Homicídio funcional: matar um oficial no exercício de sua função. 
VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido 
IX - contra menor de 14 (quatorze) anos: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
§ 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é aumentada de: 
I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com doença que 
implique o aumento de sua vulnerabilidade; 
II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, 
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro 
título tiver autoridade sobre ela. 
o Pluralidade de circunstâncias qualificadoras: 
▪ Homicídio qualificado-privilegiado Crime HEDIONDO? NÃO! 
▪ Incomunicabilidade das qualificadoras 
▪ Causas de aumento de pena para o homicídio doloso: 
Professora Mayana Salles 
Ana Beatriz de Morais 
2022.2 
 
6 
 
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por 
milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de 
extermínio. 
▪ Pode haver o concurso – 121 + 288 – não seria bis in idem. 
 Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer 
crimes: 
▪ Três componentes para se considerar um grupo. 
▪ Homicídio simples praticado em atividade de grupo de extermínio – HEDIONDO. 
▪ Homicídio simples praticado por grupo de extermínio – pela literalidade NÃO seria crime hediondo. 
CULPOSO 
O homicídio culposo está previsto tanto no CTB quando no CP. 
o Crime praticado por meio de negligência (não observou o cuidado devido – ex.: médico esquece gase no 
paciente), imprudência (é a precipitação, afoiteza, agindo o agente age sem os cuidados que o caso requer) 
ou imperícia (culpa profissional – inaptidão); 
o Causas de aumento de pena: 
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de 
inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de 
prestar imediato socorro à vítima (AQUI, CASO A VÍTIMA JÁ ESTEJA SENDO 
SOCORRIDA, NÃO INCIDE. NÃO PRESTA SOCORRO E NÃO VÊ NINGUÉM 
SOCORRENDO, INCIDE), não procura diminuir as consequências do seu ato, ou 
foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 
1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 
60 (sessenta) anos. 
o Discussão doutrinária: 
▪ Teoria 1: inaptidão (imperícia) inobservância de regra técnica; 
▪ Teoria 2: observa a técnica. Habilidade – vai ter imperícia, porém não vai ter causa de aumento. 
o Perdão judicial: causa de extinção da punibilidade, súmula 18 STJ: 
A SENTENÇA CONCESSIVA DO PERDÃO JUDICIAL É DECLARATÓRIA DA 
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE, NÃO SUBSISTINDO QUALQUER EFEITO 
CONDENATÓRIO. 
▪ Hipóteses de crime culposo e lesão culposa 
▪ O fato em si já é uma sanção (ex.: caso Christiane Torloni) 
▪ CTB não tem, porém poderá fazer analogia in bonam partem. 
Professora Mayana Salles 
Ana Beatriz de Morais 
2022.2 
 
7 
 
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO E AUXÍLIO AO SUICÍDIO 
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-
lhe auxílio material para que o faça: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
o Sujeitos do crime: 
▪ Passivo: precisa saber o que está fazendo, precisa ter discernimento. 
▪ Ativo: qualquer um. 
o O suicida incapaz: aqui, se fala em homicídio. 
o A conduta precisa ser dirigida a pessoa determinada, não pode ser genericamente. 
o O sujeito é AUTOR. 
 
 
 Conduta 
Induzimento 
Instigação (o pensamento já 
existe, ele incentiva) 
Auxílio (material) 
o O elemento subjetivo é o DOLO; se não tem dolo o fato é ATÍPICO. 
o Consumação e tentativa: o crime se consuma com a prática de qualquer um dos verbos, ainda que a 
vítima não tente se suicidar; 
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza 
grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
§ 3º A pena é duplicada: 
I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil; 
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de 
resistência. 
Professora Mayana Salles 
Ana Beatriz de Morais 
2022.2 
 
8 
 
§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de 
computadores, de rede social ou transmitida em tempo real. 
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de grupo ou de 
rede virtual. 
✓ P. 1 e 2: QUALIFICADORAS; automutilação: crime preterdoloso; 
✓ P. 3: pena duplicada; 
✓ P. 4: até o dobro; 
✓ P. 5: em metade. 
 
o Algumas situações peculiares: 
▪ Roleta russa: instigação art. 122 
▪ Pacto de morte: ex.: ato de execução – sobrevive – HOMICÍDIO. Sobrevive – quem não abriu o 
gás – suicídio assistido. 
INFANTICÍDIO 
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou 
logo após: 
 Pena - detenção, de dois a seis anos. 
Não está no art. 121 como privilegiado, mas na prática, é. 
O estado puerperal é uma elementar do crime de infanticídio; 
o Sujeitos do crime: ativo (MÃE – PRÓPRIO), passivo (BEBÊ- CRIME PRÓPRIO) 
▪ Concurso de pessoas? 
▪ Erro quanto à pessoa. 
o Conduta: 
▪ Circunstância de tempo: 
▪ Sob a influência de estado puerperal 
o Elemento subjetivo 
E se o crime ocorre de forma culposa? 
ABORTO 
Aborto praticado pela gestante ou com seu consentimento: 
ProfessoraMayana Salles 
Ana Beatriz de Morais 
2022.2 
 
9 
 
 Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: (Vide 
ADPF 54) 
 Pena - detenção, de um a três anos. 
Aborto provocado por terceiro: 
 Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: 
 Pena - reclusão, de três a dez anos. 
 
 Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide ADPF 54) 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
 Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de 
quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante 
fraude, grave ameaça ou violência. 
o Sujeitos do crime: 
▪ Sujeito ativo: art. 124: gestante (mão própria); arts. 125 e 126: qualquer pessoa (comum). 
▪ Sujeito passivo: 
o Objeto jurídico e objeto material: 
o Elemento subjetivo: dolo. 
o Consumação e tentativa: 
ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO 
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: 
 Pena - reclusão, de três a dez anos. 
o Feto e gestante são sujeitos passivos desse crime; 
o Equiparação da ausência de consentimento: 
▪ Gestante não é maior de catorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é 
obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. 
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide ADPF 54) 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
o Responsabilização do terceiro que realiza o aborto. 
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54
Professora Mayana Salles 
Ana Beatriz de Morais 
2022.2 
 
10 
 
o Exceção: a teoria monista do concurso de pessoas: 
▪ O consentimento da gestante precisa ser válido. 
MODALIDADES QUALIFICADAS 
o Ocorrência de lesão grave ou morte da gestante; 
o Aplica-se apenas aos artigos 125 e 126 do Código Penal. 
ABORTO PERMITIDO 
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: 
Aborto necessário 
 I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
 Aborto no caso de gravidez resultante de estupro 
 II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da 
gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. 
Aborto de feto anencéfalo: 
LESÃO CORPORAL 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano. 
o Tipo objetivo: 
▪ Ofender a integridade corporal (tanto lesões internas quanto externas) 
▪ Ofender a saúde. 
 
o Objeto material e objeto jurídico: é a pessoa sobre a qual recai a conduta da lesão; integridade física e 
de saúde do indivíduo. 
 
o Sujeitos do crime (ativo e passivo): ambos, via de regra, qualquer pessoa. 
 
 
o Elemento subjetivo: dolo e culpa (caput e qualificados são DOLOSAS). 
 
o Consumação X Tentativa: 
Professora Mayana Salles 
Ana Beatriz de Morais 
2022.2 
 
11 
 
▪ Se consuma com a real ofensa a integridade física ou a saúde de outrem; 
▪ Quando a ofensa não ocorre por circunstâncias alheias à vontade do sujeito. 
 
o Ação penal: 
▪ Dolosa simples e culposa é, via de regra, pública condicionada a representação. 
▪ Dolosa qualificada é pública incondicionada. 
▪ EXCEÇÃO: lesão leve ou lesão culposa no âmbito de violência doméstica é crime de ação pública 
incondicionada. 
SÚMULA N. 542. A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de 
violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada. 
MODALIDADES DE LESÃO CORPORAL 
o Leve (simples): 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano. 
o Dolosa grave (qualificada): 
 Lesão corporal de natureza grave 
 § 1º Se resulta: 
 I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
▪ Crime a prazo: determinado lapso temporal precisa passar; 
▪ Ocupação habitual: 
▪ A ocupação deve ser lícita, ainda que seja considerada imoral. 
 II - perigo de vida; 
▪ Possibilidade real de morte; laudo essencial. 
 III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
▪ Conceito de debilidade: diminuição da capacidade, NÃO é a perda; 
▪ Membro, sentido ou função. 
 IV - aceleração de parto: 
Professora Mayana Salles 
Ana Beatriz de Morais 
2022.2 
 
12 
 
▪ Sujeito próprio: gestante; 
▪ Expulsão prematura do feto; 
▪ OBS: e se o feto não sobrevive? GRAVÍSSIMA. 
 Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
o Dolosa gravíssima (qualificada) – doutrina e jurisprudência. 
§ 2° Se resulta: 
 I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
▪ Para o tipo de trabalho que o sujeito JÁ EXERCIA. 
 II - enfermidade incurável; 
▪ Surgimento por conta da lesão corporal. 
 III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
▪ Perda: ser retirado, efetivamente perder; 
▪ Inutilização: perda da capacidade, torna-se inútil; 
▪ OBS.: órgãos duplos: se um continua, é lesão grave; gravíssima, os dois. 
 IV - deformidade permanente; 
▪ O fato de se ter cirurgia reparadora não deixa de ser permanente; 
▪ Deformidade VÍSIVEL. 
 V - aborto: 
▪ Preterdoloso; 
▪ Lesão corporal qualificada pelo resultado aborto (DOLO- LESÃO) X aborto qualificado pela lesão 
corporal (DOLO- DE ABORTAR). 
 Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
o Seguida de morte (qualificada) 
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, 
nem assumiu o risco de produzí-lo: 
 Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
Professora Mayana Salles 
Ana Beatriz de Morais 
2022.2 
 
13 
 
▪ Lesão corporal dolosa seguida de uma morte culposa. 
 
o Privilegiada: 
 Diminuição de pena 
 § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou 
moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da 
vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
 
o Culposa: oriunda de negligência, imprudência ou imperícia. 
A gravidade da lesão causada interfere no caso de lesão culposa? Não, serão levadas em consideração na 
dosimetria da pena. 
§ 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) 
 Pena - detenção, de dois meses a um ano. 
 
o Causa de aumento de pena na lesão corporal dolosa (p. 7): 
 § 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 
6o do art. 121 deste Código. 
▪ Vítima menor de 14 anos ou maior de 60 anos; 
▪ Se o crime for praticado por milicia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, 
ou por grupo de extermínio. 
 
o Causas de aumento no caso de lesão corporal culposa: p. 7° também. 
▪ Se o crime resulta inobservância de regra técnica, de profissão, arte ou ofício; 
▪ Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima; 
▪ Não procura diminuir as consequências do seu ato; 
▪ Foge para evitar prisão em flagrante. 
 
o Lesão culposa e o perdão judicial (p. 8°): mesma coisa do homicídio (lembrar: caso Cristiane Torloni) 
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121 
o Lesão corporal e violência doméstica (p. 9°): (doloso) lesão leve; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L4611.htm#art1
Professora Mayana Salles 
Ana Beatriz de Morais 
2022.2 
 
14 
 
▪ Lesão corporal e violência doméstica contra o homem: se aplica. 
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou 
companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o 
agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: 
o Lesãocorporal funcional: 
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da 
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança 
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, 
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena 
é aumentada de um a dois terços. 
o Lesão corporal contra a mulher por razões da condição do sexo feminino: 
§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino, 
nos termos do § 2º-A do art. 121 deste Código: (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021) 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos). 
SEGUNDA UNIDADE 
 
DOS CRIMES CONTRA A HONRA 
o Imagem que as pessoas têm da gente X Como a gente se enxerga. Aqui, fala-se da divisão entre honra 
objetiva e honra subjetiva. 
▪ Objetiva: reputação da pessoa na sociedade; 
▪ Subjetiva: sentimento próprio. 
 
CALÚNIA 
Calúnia 
 Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: 
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou 
divulga. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14188.htm#art4
Professora Mayana Salles 
Ana Beatriz de Morais 
2022.2 
 
15 
 
 § 2º - É punível a calúnia contra os mortos. 
 Exceção da verdade 
 § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: 
 I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi 
condenado por sentença irrecorrível; 
 II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; 
 III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por 
sentença irrecorrível. 
o É a imputação de um fato, uma conduta; 
o Aqui, não entra contravenção; 
o Honra tutelada: objetiva; 
o Elementos do núcleo: imputar 
▪ Crime de forma livre; 
▪ Fato definido como crime (o fato precisa ser falso); 
▪ Haverá o crime quando houver: falsidade em relação ao fato ou a autoria. 
I- O crime não aconteceu; 
II- O crime até aconteceu, mas não foi a pessoa. 
o Sujeitos do crime: qualquer pessoa (ativo – passivo). 
▪ Inviolabilidade (imunidade) (obs.: vereador – apenas no município); 
▪ Pessoa jurídica como sujeito passivo? Imputação falsa de um crime ambiental; 
▪ O Advogado: não tem imunidade em relação a calúnia (no exercício de sua função, sim.); 
▪ Calúnia contra os mortos: sujeito passivo? Da família; 
▪ O menor e o deficiente – Sim! 
▪ Quem divulga também comete o crime de calúnia, porém a pessoa precisa saber que o fato é falso. 
o Consumação e tentativa: a consumação ocorre quando um terceiro toma conhecimento. 
▪ Tentativa possível somente por escrito, à exemplo: áudio, e-mail, mensagem que não chegou. 
o Elemento subjetivo: caput (dolo direto/eventual) – p. 1° dolo direto. 
o Exceção da verdade: aquele que está sendo acusado provar que o que está falando é verdade – petição 
dentro da queixa crime. 
▪ Não tem legitimidade se o ofendido “não fez nada” ou fez e não existe sentença... 
▪ Presidente ou chefe de governo estrangeiro; 
▪ O ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. 
o Exceção da notoriedade: não é uma previsão do Código. Não existe. 
 
Professora Mayana Salles 
Ana Beatriz de Morais 
2022.2 
 
16

Outros materiais