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CADERNO DE DIREITO PENAL IV - MAYANA SALES

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CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 1 
 
CADERNO DE DIREITO PENAL IV 
POR NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 
 
BIBLIOGRAFIA 
Fábio Roque – Direito Penal Didático – parte especial (principal) 
 
 
DOS CRIMES CONTRA A VIDA 
 
1) Crimes contra a vida previstos no Código Penal: 
. Homicídio (art. 121); 
. Induzimento, instigação e auxílio no suicídio (art. 122); 
. Infanticídio (art. 123); 
. Aborto (arts. 124 a 128). 
. Todos esses crimes são julgados pelo Tribunal do Júri e não por Juiz singular. 
. Crimes dolosos contra à vida vão a júri popular. 
. Homicídio culposo não vai a júri popular. – Competência será do juiz singular. 
 
HOMICÍDIO 
 
1) Modalidades: 
. A regra no Brasil pelo art. 18 é um crime ser punido quando houver dolo (salvo previsão 
legal). – Que é o caso daqui, já que o homicídio é o único crime contra a vida punido na 
modalidade culposa. 
. DOLOSO: 
 . Simples: por exclusão das outras modalidades de homicídio. 
 . Privilegiado: no caso concreto tem-se uma das causas de diminuição de pena 
prevista. 
 . Qualificado: conduta se enquadra em alguma qualificadora. – Tem uma gama de 
hipóteses que circundam várias circunstâncias do crime (meio, motivo etc.). 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 2 
 
. CULPOSO 
2) Tipo objetivo (conduta): 
. A conduta que é punida é MATAR ALGUÉM/ANIQUILAR A VIDA DE UMA PESSOA. 
. A terminologia alguém pressupõe um ser humano – MATAR ALGUÉM. 
. Matar = tirar a vida = morte encefálica. 
3) Objeto material e objeto jurídico: 
. Objeto material = pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta do agente. 
. Objeto material do crime de homicídio é a pessoa que vai ser morta. 
. Objeto jurídico é o bem jurídico protegido = VIDA HUMANA. 
 . Não importa se a vida humana tinha condição de ser vivida ou não, se já estava ou 
não em fase de terminalidade, se era uma criança que nasceu anencéfalo. 
 . BEM JURÍDICO É A VIDA INDEPENDENTE DA QUALIDADE DESSA VIDA. 
 . Vida humana extrauterina (vida humana intrauterina é o objeto do aborto) 
 . POSICIONAMENTO MAJORITÁRIO - Vida extrauterina = no parto normal é a mãe 
entrar em trabalho de parto; e na cesárea com a incisão realizada. 
4) Sujeito passivo e sujeito ativo do crime: 
. Sujeito passivo = qualquer pessoa pode cometer um crime de homicídio. 
 . É crime comum = não existe qualidade para o sujeito praticante = qualquer pessoa 
pode ser. 
. Sujeito ativo = qualquer pessoa desde que ela tenha vida (ainda que essa vida não tenha uma 
capacidade de se manter/sobreviver). 
5) Elemento subjetivo: 
. Tem-se a possibilidade tanto de dolo direto ou indireto. = Querer matar a pessoa ou assumir 
o risco de matá-la. 
. Ou modalidade culposa = negligência, imprudência ou imperícia. 
 . Exemplo: alguém que limpa uma arma sem perceber que estava municiada e atira 
matando alguém. 
6) Consumação e tentativa: 
. O crime se consuma com a morte do sujeito (MORTE ENCEFÁLICA JÁ CARACTERIZA 
EFETIVAMENTE A MORTE = O CORAÇÃO PODE AINDA ESTAR BATENDO, MAS JÁ ESTÁ 
CARACTERIZADA. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 3 
 
. Exemplo: se Joana atira em João quando ela tinha 17 anos, e ele só morre quando ela já fez 
18 anos = ela continua sendo menor. 
. Existe a possibilidade de tentativa. 
. Crime culposo não admite tentativa. 
7) Ação penal: 
. É ação penal pública incondicionada. 
 
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO 
1) Causa de diminuição de pena: 
. A nomenclatura “privilegiado” está tecnicamente errada, uma vez que não muda a pena em 
abstrato. 
. Previsto no art. 121° do CPC. 
Matar alguém: Pena – reclusão, de seis a vinte anos. § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de 
relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da 
vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
. Existe a possibilidade do crime ser privilegiado pelo MOTIVO da prática do crime. 
 . Por um relevante valor social – motivo que não diz respeito ao sujeito que comete o 
crime, mas a sociedade como um todo (ideia de coletividade). – Exemplo: aquele que mata o 
traidor da pátria. 
 . Por um relevante valor moral – motivo que diz respeito ao sujeito que pratica o crime 
em si (não é legítima defesa etc.). – Exemplo: pai que mata quem estuprou a filha. 
. OBS: eutanásia – antecipação da morte de alguém com um viés de bondade (não matar 
porque quer tirar a vida da pessoa, mas sim porque quer cessar a pessoa de um sofrimento 
irreversível). – Vontade da vítima deve ser de morrer também. 
. Ortotanásia é diferente de eutanásia = aqui deixa-se a morte acontecer a seu tempo = não 
se utiliza de mecanismos para tentar manter a vida. 
. Existe a possibilidade do crime ser privilegiado pelo ESTADO ANÍMICO DO AGENTE: 
 . Violenta emoção – É DOMÍNIO DE VIOLENTA EMOÇÃO E NÃO INFLUÊNCIA (que seria 
uma atenuante) = domínio é algo que você não consegue controlar. 
 . Reação imediata. – “logo em seguida a injusta provocação da vítima”. 
 . Injusta provocação da vítima. – Provocação e não necessariamente agressão 
(provocação pode ser verbal por xingamento, ofensa moral etc.). 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 4 
 
. Redução de pena variável entre 1/6 e 1/3. 
. O homicídio privilegiado não é considerado hediondo. 
HOMICÍDIO QUALIFICADO 
. Conceito: é qualificado o homicídio cometido em circunstância que o tornam mais grave do 
que já é. 
. Reclusão de 12 a 30 anos. 
 
1) I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo 
torpe. 
. Homicídio mercenário: 
 . Natureza paga ou promessa de recompensa. Circunstância ou elementar do crime? 
 . O mandante do crime não tem correspondência com qualificadora. 
. Qualquer recompensa, ainda que não tenha cunho em dinheiro, pode ser configurado 
a qualificadora do inciso I. 
. Elementar do crime é aquilo que é essencial para se configurar sem o qual o crime 
não aconteceria. 
. Circunstâncias do crime, servem para embasar a situação fática, mas não como sem 
ela não existiria o crime. 
. Segundo o entendimento majoritário o homicídio mercenário recai apenas sobre 
quem executa o crime. 
2) II – por motivo fútil: 
. Irrelevante, desproporcional, pequeno. 
. A ausência de motivo não pode ser considerada como motivo fútil pela maioria da doutrina. 
– Seria uma analogia para prejudicar o réu. 
3) III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro 
meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum. 
. O legislador utiliza a mesma técnica do inciso I (PENAL I), que é a interpretação analógica. 
. 5 exemplos de crimes considerados cruéis que, por tal motivo, qualificam o crime + uma 
abertura para outros crimes (não tinha como prever todas as formas de crueldade) que é “QUE 
POSSA RESULTAR PERIGO COMUM”. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 5 
 
. Analisar o MODO como o crime foi praticado. – MEIO INSIDIOSO ou CRUEL ou DE QUE 
RESULTE PERIGO COMUM (crime praticado que gera o perigo não só para o sujeito, mas para 
a coletividade. Exemplo: jogar um objeto grande para matar uma pessoa, que pode acabar 
atingindo um número maior de pessoas). 
. Veneno tem que ser aplicado de forma insidiosa (ministrado sem que a vítima saiba) ou cruel 
(em relação a violência, como exemplo apontar a arma para a pessoa obrigando-a a ingerir o 
veneno) PARA SER CONSIDERADO CRIME. 
4) IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso 
que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; 
. Mais uma vez tem-se interpretação analógica, uma vez que ele permite que o juiz numa 
situação concreta aplique essa qualificadora em outra hipótese (“ou outro recurso que 
dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido”). 
. Traição remete uma ideia de confiança existente entreos indivíduos. 
 . Exemplo: pessoa que recebe um tiro pelas costas de uma pessoa que tem com ela um 
vínculo de confiança. 
 . “Pelas costas” = pressupõe o inesperado, quebra de confiança. – Já “nas costas” não 
pressupõe aplicação do inciso IV, já que pode acontecer, por exemplo, durante uma briga de 
bar o sujeito dar uma facada/paulada nas costas. 
. Tocaia = pessoa se ocultando para esperar a chegada da vítima para que ela seja assassinada. 
. Dissimulação = engana a vítima inicialmente para que possa matar a vítima. – Exemplo: 
alguém quer matar João, e para isso quer ter acesso a casa dele. Para tal, se veste todo com a 
farda da COELBA/VIVO etc. 
5) V – para assegurar a execução , a ocultação, a impunidade ou vantagem 
de outro crime; 
. EXEMPLO: para conseguir estuprar a menina X, seja necessário que impeça que a mãe chegue 
em casa. 
. A qualificadora vai existir mesmo que o outro crime não seja executado efetivamente, 
mesmo que o sujeito não consiga por circunstâncias alheias, que ele tenha desistido. – SE O 
HOMÍCIDIO FOI COMETIDO PARA OCULTAR UM CRIME QUE NÃO ACONTECEU, IRÁ SE EXISTIR 
A QUALIFICADORA. – Se o crime posterior acontecer, ele responde pelos 2 (homicídio 
qualificado + crime posterior). 
6) VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino 
(feminicídio) c/c § 2º A. 
. O Código diz que existe condição de sexo feminino quando há: (i) violência doméstica e 
familiar ou (ii) menosprezo ou discriminação a condição de mulher. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 6 
 
. Femicídio não é qualificadora = é o nome do crime dado a morte de qualquer mulher. 
. Existem discussões sobre essa qualificadora se aplicar ou não para situações envolvendo 
transexuais. – Uma corrente analisando biologicamente diz que não, e outra corrente 
analisando psiquicamente diz que sim (a pessoa se identifica como mulher, então é, portanto, 
possível a aplicação desta qualificadora). 
 
7) VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da 
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de 
Segurança Pública, no exercício de função ou em decorrência dela, ou contra 
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em 
razão dessa condição. 
. Homicídio funcional = ocorre em decorrência da função que o indivíduo exerce. 
. O guarda-municipal e o agente de trânsito se forem vítimas de crime se enquadram aqui, tal 
qual tem sido o entendimento atual. 
. Membros do MP não entram nesse contexto. 
8) VIII – com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido. 
. Estatuto do Armamento é quem vai dizer sobre quais são de uso restrito ou proibido. 
 
9) Observações: 
. Homicídio pode ser ao mesmo tempo privilegiado e qualificado – DESDE QUE A 
QUALIFICADORA TENHA CARÁTER OBJETIVO. 
. Considere que o termo “homicídio triplamente qualificado” é tecnicamente incorreto. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 7 
 
. Apenas uma qualificadora é suficiente para qualificar o crime, havendo mais de uma, as 
demais serão utilizadas em outras fases da dosimetria, como agravantes ou circunstâncias 
judiciais desfavoráveis. 
. Homicídio qualificado privilegiado: 
 . Não há como ter homicídio qualificado privilegiado se a qualificadora for de caráter 
objetivo. – Mas, se a qualificadora for de caráter subjetivo (exemplo: pai que mata o 
estuprador da filha – relevante valor geral - com o uso de veneno – qualificadora do meio 
utilizado) se terá um homicídio qualificado privilegiado. 
 . O homicídio qualificado privilegiado não é considerado hediondo. 
. Circunstância é diferente de elementar (sem aquele elemento eu não tenho o crime). 
. Qualificadora é circunstância = homicídio é homicídio independente se qualificado ou não, 
mas a existência ou não da qualificadora não tira a tipicidade do crime. 
. Qualificadoras são incomunicáveis porque são circunstâncias. – NÃO VAI ACONTECER DO 
HOMICÍDIO SER QUALIFICADO, EM QUE O SUJEITO PRATICA O CRIME POR MOTIVO FÚTIL, 
MAS O OUTRO PRATICA POR RELEVANTE VALOR MORAL. - UM DOS SUJEITOS QUER 
TERMINAR DE MATAR O MORIBUNDO POR UMA DÍVIDA DE 5,00 E O OUTRO QUER EUTANÁSIA 
= o motivo fútil não se estende para o outro. 
. Análise da qualificadora é feita caso a caso, para saber se todos os corréus irão responder 
pelo homicídio qualificado, e quais qualificadoras irão incidir sobre eles de forma individual. 
10) Causas de aumento de pena para o aumento de crime doloso: 
. Art. 121, CP, §6° - a pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o 
crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço 
de segurança, ou por grupo de extermínio. 
. Milícia privada substitui o Estado, e resolve os problemas da forma dela, sob o pretexto de 
trazer segurança para aquela região. 
. O fato de ser praticado por milícia é causa de aumento, mas não o torna necessariamente 
crime hediondo. 
. Necessariamente não é crime hediondo. Mas, dificilmente sim (porque geralmente se 
encaixa em alguma qualificadora). 
. Grupos de extermínios são uns “justiceiros”, que fazer “justiça” com as próprias mãos. – 
ESPECIALIZADOS EM MATAR. 
 . Para caracterizar esses grupos existe uma discussão doutrinária sobre a quantidade 
de pessoas necessárias para se caracterizar o grupo de extermínio. – Majoritariamente 
entende-se que grupo de 3 pessoas já é suficiente para tal configuração. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 8 
 
. É possível CONCURSO DE CRIMES com a causa de aumento por ter sido pratico por milícia 
privada + crime de milícia privada (previsto no CP). – ISSO NÃO CARACTERIZA BIS IN IDEM, 
uma vez que se tratam de bens jurídicos tutelados diferentes. 
 . É até mesmo possível que o sujeito seja condenado ao crime de milícia privada sem 
ter cometido homicídio. 
. Art. 121 - §4° - parte final: sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 
1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou 
maior de 60 (sessenta) anos. 
. Vimos causa de aumentar muito semelhante a esta referente ao feminicídio (que tem as 
causas de aumento próprias). 
. Mais uma causa de aumento que se preocupada com a vulnerabilidade da vítima = gera maior 
facilidade da prática do crime pelo agente = maior reprovabilidade = o que justifica a causa de 
aumento. – CRITÉRIO OBJETIVO: MENOR DE 14 E MAIOR DE 60 = independente da condição 
física. 
 
HOMICÍDIO DOLOSO 
. O crime, via de regra, é punido a título de dolo (intenção). O crime para ser cumprido a título 
de culpa precisa de previsão legal (o dolo é a regra, a culpa é exceção). 
. Único crime contra a vida que tem modalidade de conduta culposa é o homicídio. 
. Crime praticado por negligência (não fazer quando o dever objetivo de cuidado imputava 
você a fazer = conduta negativa), imprudência (uma conduta ativa = um fazer quando não era 
para ser feito) ou imperícia (inaptidão para prática de arte, ofício ou profissão = você faz aquilo 
que não está apto a fazer). 
. Punição mais branda. – INOBSERVÂNCIA AO DEVER OBJETIVO DE CUIDADO. 
1) Causas de aumento da pena: 
. Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício. 
. É possível que o sujeito realize uma cirurgia, cometa um crime culposo e se perceba 
que na verdade, apesar de ter a habilidade, ele não observou a regra técnica 
necessária/essencial para a prática daquele ato. 
. Exemplo: cirurgião ortopedista que vai e faz uma cirurgia do coração. 
. Se o agende deixa de prestar imediato socorro à vítima. 
 . O sujeito gerou, por inobservância ao cuidado devido, o resultado lesivo (a morte de 
alguém) e simplesmente não prestou socorro. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 9 
 
 . Exemplo: deixou a arma municiada em cima da mesa, o amigo do filho pegou para 
brincar, se matou, e o donoda arma ao invés de ajudar a criança fugiu. 
. Não procura diminuir as consequências de seu atos. 
 . Exemplo: a pessoa fiquei internada no hospital, o agente não ajuda, não fornece 
remédios, não ajuda com as contas do hospital, isto é, não tenta minorar os efeitos daquele 
crime culposo. 
. Foge para evitar a prisão em flagrante. 
 . Traz uma discussão doutrinária: se questiona se de fato o sujeito é obrigado a ficar no 
local do crime por conta do princípio da não autoincriminação. 
2) Perdão judicial: 
. No homicídio culposo, existe a possibilidade da existência de uma causa de extinção da 
punibilidade chamada PERDÃO JUDICIAL. 
. Perdão judicial em situações em que o fato é típico, ilícito e culpável. Mas, aquele homicídio 
culposo fere/atinge tanto o autor do crime, que não há uma necessidade de punição (o Direito 
Penal se torna sem qualquer tipo de finalidade). 
. Exemplo: Christiane Torloni matou um dos filhos (na época com 12 anos) atropelados na 
garagem de casa. 
 
OBS: TRAMISSÃO DOLOSA DO HIV PODE SER CONSIDERADA TENTATIVA DE HOMICÍDIO? 
SEGUNDO O ENTENDIMENTO DO STJ E STF NÃO SERIA HOMICÍDIO, PODE SER UM CRIME DE 
LESÃO CORPORAL OU CRIME DE PERIGO DE CONTAMINAÇÃO DE MOLÉSTIA GRAVE. 
OBS: O HOMICÍDIO PRATICADO POR GÊMEOS SIAMESES – SE UM DELES PRATICA UM CRIME 
SEM QUE O OUTRO CONCORDE? COMO FICA A PENA? SEGUNDO O POSICIONAMENTO DA 
DOUTRINA NÃO PODERIA TER APLICAÇÃO DE PENA PORQUE NÃO TERIA COMO FAZER COM 
QUE O OUTRO GÊMEO PAGASSE POR UM CRIME QUE NÃO COMETEU. – MAIS ADIANTE, SE 
OS DOIS QUISERAM PRATICAR O CRIME E AINDA ASSIM TIVERAM PENAS AO FINAL DISTINTAS, 
QUANDO A PENA MENOR ACASSABE O OUTRO DE PENA MAIOR TAMBÉM DEVERIA SER 
SOLTO. – E SE FORAM VÍTIMAS DE CRIME DE HOMICÍDIO? MAS O AGENTE SÓ QUERIA 
MATAR APENAS 1? TEM-SE DOIS HOMICÍDIOS, UM COM DOLO DIRETO DE 1° GRAU E O 
OUTRO COM DOLO DIRETO DE 2° GRAU. 
 
 
 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 10 
 
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO E AUXÍLIO A SUICÍDIO 
. Art. 122, CP: “Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-
lhe auxílio material para que o faça: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos”. 
. Alteração do art. 122 em 2019 alterou a própria forma de consumação/tentativa do crime. 
 . Além do suicídio assistido que já existia, trouxe uma figura nova que é o 
induzimento/instigação e auxílio a automutilação. 
 . Antes só se consumava o crime de induzimento/instigação e auxílio se da tentativa o 
sujeito tivesse lesão de natureza grave. – Hoje com a nova redação, a lesão grave é 
qualificadora, de tal forma que basta que se pratique alguns dos núcleos (instigar, auxiliar e 
induzir) para que se concretize o crime. 
. A conduta que é punida não é daquele que se suicida ou daquele que se automutila. – A 
conduta punida é a participação do terceiro. 
 . Em respeito ao princípio da alteridade, a autolesão não é punida/punível. – O CP não 
se preocupa com aquele que tentou se matar, que se automutilou. - O código Penal se 
preocupa com aquele que auxilia/ajuda e colabora, ainda que seja psicologicamente falando, 
com o fato. 
 . Suicídio e tampouco automutilação não são considerados crimes. 
1) Sujeitos do crime: 
. Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. 
. O sujeito passivo pode ser qualquer pessoa também, SALVO se a pessoa que está se matando 
ou se automutilando for incapaz (no sentido de não entender/o poder de 
autodeterminação/discernimento daquilo que está sendo feito) o CRIME SERÁ HOMICÍDIO 
(ART. 121) E NÃO DO ART. 122 DO CP. 
2) Condutas: 
. Instigação – a ideia de suicídio e automutilação já existe, o terceiro irá “colocar fogo para 
que o sujeito efetivamente pratique”. 
. Induzimento – criar no sujeito a ideia da prática do crime (colocar na cabeça de alguém a 
ideia de se suicidar ou se automutilar, que anteriormente não existia = quem induz faz nascer 
a ideia). 
. Auxílio – material = ajudar o indivíduo a praticar o crime (exemplo: dar a arma para o 
cometimento do suicídio). 
. Elemento subjetivo: identificar o dolo (intenção) do sujeito que a vítima efetivamente se 
mate ou se automutile. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art122.0
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 11 
 
. Consumação e tentativa: antes o sujeito tinha que ter ao menos uma lesão para consumação 
do crime, hoje o mero induzimento/instigação e auxílio ao suicídio/automutilação, ainda que 
este não se consume. 
3) Qualificadoras: 
. Se o resultado do suicídio/automutilação for de lesão de natureza leve = pena no caput = 6 
meses a 2 anos. 
. Se a vítima do suicídio/automutilação não morre, mas tem lesão corporal grave = serve como 
qualificadora: 
 
. Se o suicídio/automutilação resultar na morte do terceiro, a pena é ainda maior (modalidade 
qualificada mais grave): 
 
 
4) Causas de aumento: 
. Analisar por que o sujeito induziu/instigou/auxiliou o sujeito a se automutilar/suicidar = se 
for um motivo egoístico, torpe ou fútil = causa de aumento. 
 . Exemplo: sujeito instigou/induziu/auxiliou alguém a se matar/automutilar porque 
achou que seria engraçado ver se a vítima teria coragem para tal. 
 . Essa causa de aumento de pena já existia antes de 2019. 
 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 12 
 
. Diante de uma vítima menor, mas que tem o discernimento para entender a gravidade do 
suicídio ou automutilação. 
 . Quando a vítima não tem capacidade de resistência nenhuma OU discernimento = 
fala-se em homicídio ou lesão corporal. 
 
. Sabemos que hoje em dia as redes sociais servem para muitas coisas ruins, então deve existir 
essa preocupação. – Código preocupado com os meios atuais de perpetuação destas 
condutas. – Causa de aumento que se justifica até mesmo pela dificuldade de se controlar 
isso. 
 
. 
Responsabilização penal aumentada: 
 
5) Algumas situações peculiares: 
. Roleta-russa: 
 . Os demais integrantes da roda respondem pelo crime do art. 122. – Se ninguém 
morrer/tiver lesão corporal, todos poderiam responder pela prática do crime. – Se algum deles 
tem lesão corporal grave = modalidade do parágrafo 1°. – Se resultar em morte = parágrafo 
2°. 
. Pacote de morte: 
 . Romeu e Julieta. 
 . Exemplo: Romeu toma o veneno e Julieta também. – Se um deles sobreviver, a 
doutrina considera que o fato de participar do pacto de morte resulta em instigação (ainda 
que a ideia não tenha partido do sobrevivente). – O sobrevivente responde ainda pela 
qualificadora do parágrafo 2°. 
 . Exemplo: Os dois resolvem morrer com intoxicação por gás em casa - Romeu 
responsável por abrir o registro de gás, ele morre e Julieta sobrevive. – Julieta responde pelo 
art. 122, parágrafo 2°. – Por outro lado, se Romeu foi o responsável por abrir o gás, ele 
sobrevive e Julieta morre = responde por homicídio de Julieta. 
 . Ainda, se Romeu e Julieta não morrem, mas Romeu foi o responsável por abrir o 
registro = Romeu responde por tentativa de homicídio de Julieta. 
 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 13 
 
INFANTÍCIDIO 
 
 
1) Sujeitos do delito: 
. Somente a mãe pode praticar o crime = SUJEITO ATIVO. – Ao menos tem que se ter a 
contribuição dela. – TRATA-SE DE CRIME PRÓPRIO. 
 . Eventualmente alguém pode contribuir. 
 . OBS: se for o pai matando o filho não será infanticídio, mas sim homicídio. 
. Sujeito passivo = bebê vítima do crime de infanticídio. 
2) É possível concurso de pessoas? 
. Estado puerperal é elementar o do crime infanticídio (sem ele não se tem infantíssimo, mas 
sim homicídio). - AUSÊNCIA DESSA ELEMENTAR MUDA O TIPO PENAL. 
 . Elementares se comunicam aos coautores ou partícipes (art. 30, CP) = respondem 
pelo mesmo crime da mãe = É POSSÍVEL SIM CONCURSO DE PESSOAS. 
. Exemplo: enfermeira sabe que a mãe está relativamente perturbada, vê a mãe se dirigindoao berçário, pergunta o que ela está indo fazer e ela responde que está indo matar a filha. A 
enfermeira então oferece um medicamento que a criança não irá sentir dor. – A enfermeira 
responde por infanticídio também. 
3) Erro quanto à pessoa: 
. Mãe responde como se tivesse matado a vítima virtual = “aquela que eu queria matar, e não 
a que matei”. 
. Erro de tipo acidental = sujeito responde pelo resultado que ele efetivamente queria. 
. A mãe irá responder por infanticídio. 
4) Conduta: 
. Pena máxima do infanticídio (2 a 6 anos) é o mínimo do homicídio simples (6 a 20 anos). 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 14 
 
. “Logo após o parto” – Quanto tempo seria isso? Tempo de duração do estado puerperal, de 
06 a 08 semanas. 
. O puerpério é um estado hormonal que muitas gestantes vivenciam, no estado puerperal há 
uma alteração psíquica que leva essa mãe a praticar o crime, lembrando que esse estado não 
extingue o discernimento da pessoa. 
. É preciso de vida extrauterina, quando a vida é intrauterina estamos diante do crime de 
aborto. 
. Matar o filho recém-nascido. – O que importa é analisar a questão do estado puerperal. 
. Conduta do infanticídio pode ser tanto pratica por meio de ação quanto por uma omissão. – 
Se terá infanticídio tanto se eu colocar a almofada para cessar a respiração da criança, se eu 
der veneno etc. Mas, também é possível praticar o crime por omissão (deixar de amamentar 
o filho para que ele morra de fome). 
5) Elemento subjetivo: 
. Dolo = mãe precisa ter a intenção efetivamente de matar. – A regra é que as pessoas sejam 
criminalizadas por crime doloso, e só será culposo quando previsto em lei (o que não é o caso 
do infanticídio). 
. Não existe infanticídio culposo. 
. Se a mãe da vítima, por influência do estado puerperal, tem alteração psíquica, e mesmo 
sem querer, por imperícia, negligência ou imprudência mata a criança: 
 . Corrente majoritária = mãe responde por homicídio culposo. 
 . Corrente minoritária = como se a mãe em estado puerperal não tivesse como analisar 
o dever de cuidado = fato atípico. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABORTO 
 
1) Aborto provocado pela gestante ou com consentimento: 
. Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento: 
. Art. 124, CP – Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque: Pena - 
detenção, de um a três anos. – Quem responde é a própria gestante = único sujeito de ativo. 
– Crime de mão própria = não admite coautoria, mas admite participação. 
. Aborto provocado por terceiro: 
. Art. 125 – Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de três a dez 
anos. 
. Art. 125 e 126: qualquer pessoa pode realizar (crime comum). 
2) Tipo objetivo: 
. Quando falamos em aborto já sabemos que estamos diante de um crime que vai encerrar 
uma gestação, acabar com uma vida intrauterina. 
. Para fins penais, o início da gestação é marcado com o fenômeno da nidação e o término da 
gestação se concretiza no início do parto. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 16 
 
. Início da gestação: nidação. 
. Término da gestação: início do parto. 
. Conduta: provocar aborto. 
 . Pela gestante ou com seu consentimento (art. 124). 
 . Por terceiro sem o consentimento da gestante (art. 125). 
 . Por terceiro com consentimento da gestante (art. 126). 
 
3) Objeto jurídico e o objeto material: 
. Objeto Jurídico: Bem jurídico protegido é a vida do feto intrauterina. 
. O bem jurídico protegido no crime de aborto é a vida intrauterina, a vida do feto. - Ex: se 
fossem trigêmeos, o terceiro que praticaria o crime responderia por três fetos, haveria então 
concurso formal imperfeito. 
 
. O objeto material é o feto, sendo sob o feto que recaí a conduta abortiva, mas no caso do 
art. 125 o objeto material é o feto, mas também a gestante que não deu seu consentimento 
para o aborto 
 
4) Elemento subjetivo: 
. É apenas o dolo, não existe previsão da modalidade culposa. 
5) Consumação e tentativa: 
. O crime de aborto se consuma com a morte do feto, mas não necessariamente essa morte 
precisa ocorrer com o feto dentro do útero. 
. É admissível a tentativa. – “Tomei CITOTEC, mas o feto não morreu/ tomei CITOTEC, acelerou 
a gravidez e o feto nasceu e sobreviveu”. 
6) Modalidades qualificadas (art. 127, CP): 
. Se ocorre lesão grave ou morte da gestante, sendo essas: 
. Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, 
em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão 
corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém 
a morte. 
. Aplica-se apenas 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 17 
 
. Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54). 
 Aborto necessário 
 I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
 Aborto no caso de gravidez resultante de estupro 
 II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante 
ou, quando incapaz, de seu representante legal. 
. O aborto necessário (art. 128, I) é quando só há uma forma de salvar a vida da gestante, 
importante saber que não é preciso o consentimento da gestante, afinal a vida é o bem mais 
precioso, também não é preciso de uma autorização judicial. Existe uma discussão da doutrina 
se a pateira que realizasse esse aborto estaria protegida sobre esse dispositivo, a maior parte 
da doutrina entende que a parteira também não seria penalizada. 
. O aborto sentimental (art. 128, II) é quando a gravidez é decorrente de estupro, não precisa 
de autorização judicial, mas na pratica os medico tem receio de fazer o aborto por achar que 
estaria sendo enganado, mas existem dispositivos que podem protege-lo caso haja também 
uma coerência no momento da consulta (uma conversa e quem sabe uma prova que convença 
o estupro). 
. Atualmente existe uma ADF no STF para julgar sobre a realização do aborto até a 12° semana 
de gravidez. Por enquanto, não importa, havendo a nidação, é considerado aborto. 
. O aborto de feto anencéfalo: 
. Só temos em nosso CP dois tipos de aborto permitidos: necessário (aquele que é a única 
forma de salvar a vida da gestante) e sentimental (proveniente de estupro). 
. Aborto do feto anencéfalo não é autorização advinda da lei, mas sim do STF (tem repercussão 
geral). – Em caso de comprovada gravidez de feto anencéfalo, seria possível realizar esse 
aborto. 
 . É claro que a mulher que desejar poderá prosseguir com a gravidez, mas caso não 
queira poderá realizar o aborto. 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 18 
 
DAS LESÕES CORPORAIS 
 
LESÃO CORPORAL (ART. 129, CP) 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Lesão corporal de natureza grave 
§ 1º Se resulta: 
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
II - perigo de vida; 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
IV - aceleração de parto: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
 
1) Das modalidades de lesão corporal: 
. Lesão corporal dolosa leve: caput do art. 129. – SIMPLES. 
. Lesão corporal dolosa grave: parágrafo 1° do art. 129. – QUALIFICADA. 
. Lesão corporal dolosa gravíssima: parágrafo 2°do art. 129. – QUALIFICADA. 
. Lesão corporal seguida de morte. – QUALIFICADA. 
. Lesão corporal culposa. – Parágrafo 6° do art. 129. 
. O Código só fala em lesão grave (parágrafo 1°), a lesão gravíssima (parágrafo 2°) é chamada 
assim pela doutrina e jurisprudência.. O que não for gravíssima e nem grave, será leve. 
2) Tipo objetivo (conduta): 
. Qual a conduta punida? O art. 129 descreve: 
. Ofender a integridade corporal. 
. Ofender a saúde . – AFETA NÃO APENAS A PARTE ANATÔMICA. – Exemplo: algo 
fisiológico ou psíquico. 
 . Não podemos pensar como sendo apenas uma lesão física. 
3) Objeto material e objeto jurídico: 
. Objeto material é a pessoa sobre a qual recai a conduta do sujeito. – Não tem como ser um 
objeto propriamente dito ou um animal. 
. Objeto jurídico (bem jurídico protegido): incolumidade física da pessoa, no sentido de 
garantia de segurança/da integridade corporal e de saúde da pessoa. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 19 
 
4) Sujeitos do crime (ativo e passivo): 
. Sujeito ativo: qualquer pessoa comum (não exige nenhuma qualidade especial). 
. Sujeito passivo: via de regra pode ser qualquer pessoa. – Algumas modalidades de lesão 
corporal precisam de algumas características especiais, como a lesão grave de aceleração de 
parto e a lesão gravíssima que resulta em aborto = sujeito passivo tem que ser a mulher 
grávida. 
. Não pode ser animal (porque aqui seria previsão de crime ambiental) ou coisa. 
5) Elemento subjetivo: 
. No art. 129 tem-se o crime tanto na modalidade dolosa (lesão leve, grave, gravíssima, e a 
seguida de morte), quanto na modalidade culposa (exemplo: estou desatenta, não aperto o 
freio na faixa de pedestre e atropelo uma mulher que não morre = modalidade culposa). 
. Modalidade culposa é exceção, a regra é o sujeito ser punido com previsão dolosa. 
6) Consumação e tentativa: 
. O crime de lesão corporal se consuma com a ofensa a essa incolumidade corporal da pessoa. 
– Seja física, psicológica, a saúde de um modo geral. 
. Como é crime que deixa vestígios, é necessário exame de perícia. 
 . Sem perícia até tem como provar o crime, por eventuais provas testemunhais e 
relatórios médicos. Todavia, normalmente é exigida a perícia, até mesmo para saber a 
gravidade da lesão. 
7) Ação penal: 
. Ação penal pública incondicionada: lesão grave e gravíssima. 
. Ação penal pública condicionada a representação: lesão leve. – Polícia ou MP só podem fazer 
algo se autorizado pela vítima. 
 . Quem diz isso é a lei 9.099/95, uma vez que não foi o CP que determinou isso. 
 . Se a lesão for leve no âmbito de violência doméstica, ela gera ação penal pública 
incondicionada. – SÚMULA 542 DO STJ. 
 
8) Lesão corporal de natureza leve: 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 20 
 
. Primeiro analisa se é uma lesão que se encaixa nas lesões qualificadas ou culposa. – Em caso 
de não se encaixar em nenhuma outra, por exclusão, se chega a configuração de lesão leve. 
9) Lesão corporal de natureza grave: 
 
. 
Inciso I – crime a prazo – só consigo identificar essa modalidade do inciso após 30 dias (fazer 
uma nova perícia, com novo exame de corpo de delito, para que se confirme se a lesão é de 
fato grave). 
 . Se afastou da ocupação habitual (exemplo: se você malha e deixou de ir para a 
academia, curso de inglês etc.) com menos de 30 dias = natureza leve. – Se for 30 dias ou mais 
= natureza grave. 
 . OCUPAÇÃO HABITUAL É DIFERENTE DE ATIVIDADE LABORAL. 
 
. 
Inciso II - Perigo de vida = perigo real/concreto da pessoa morrer, perder a vida. – Quem irá 
dizer se houve esse perigo de vida é um laudo médico. 
 . Complicado ter prova testemunha nessa hipótese, porque tem-se a necessidade de 
comprovação de que esse perigo de vida de fato existiu, de tal moda que uma pessoa leiga 
não tem propriedade para tal. 
 . OBS: o sujeito neste caso não queria gerar esse perigo de vida, já que o dolo aqui é 
LESIONAR e não MATAR a vítima, caso contrário seria um crime de homicídio. 
 
 
 
 
 
 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 21 
 
. Inciso III – debilidade = perda de função normal de um membro (perna, braço, mão e dedo), 
sentido (olfato, paladar, tato etc.) ou função (respiratória, digestória etc.). 
 . Essa debilidade não significa dizer que é irreversível, mas que naquele momento é 
difícil de curar, difícil de voltar a funcionar como antes. 
 
 
 
 
 
 
 
. Inciso IV – aceleração de parto = bebê que sobrevive. 
 . Se o feto não sobrevive e o dolo do sujeito era de lesionar a mãe = lesão gravíssima, 
por ter gerado o aborto. – Porém, se ele chutou várias vezes a barriga de mãe para provocar 
o aborto, aí não tem crime de lesão corporal gravíssima, mas sim o crime de aborto em si. 
10) Lesão gravíssima: 
. Nomenclatura jurisprudencial e doutrinária amplamente aceita, embora não esteja assim 
denominada no Código. 
 
. 
Inciso I - Incapacidade permanente para o TRABALHO. – Por conta da lesão corporal, o sujeito 
não poderá mais trabalhar. 
 . Surge uma discussão: ele não vai poder trabalhar na função que já exercia OU não irá 
poder trabalhar em mais nada? Por muito tempo, era necessário que a incapacidade fosse 
para TODOS os trabalhos (generalizada), o que era praticamente “letra morta”/ impossível. 
Hoje, basta que haja incapacidade permanente para a atividade laboral que o sujeito praticava 
naquele momento. 
 
 
 
. Inciso II – exemplo de uma lesão que gerou problemas de convulsão na pessoa = é incurável. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 22 
 
 
. Inciso III – o fato de o sujeito usar uma prótese, não descaracteriza a lesão gravíssima, uma 
vez que ele perdeu o membro. 
 . Exemplo PARA TOMAR CUIDADO: temos dois rins, e o sujeito perdeu um rim em 
decorrência essa lesão. = NESSE CASO A PESSOA TEM DEBILIDADE E NÃO PERDA, LOGO É 
LESÃO GRAVE E NÃO GRAVÍSSIMA. – Pessoa continua viva, mas com debilidade do sistema 
renal. 
 
 
 
 
 
. Inciso IV – Exemplo: jogou ácido no rosto da vítima 
 . Permanente = de difícil conserto, o que não significa impossível. 
 
. Inciso V – Aborto = morte do feto. 
 . Aborto aqui é oriundo de dolo. – Dolo em relação a lesão, mas culpa em relação ao 
aborto. 
 . É preciso que a gravidez seja “visível”, que entre na esfera de conhecimento dele. 
Caso contrário, o sujeito responde por outro crime. 
11) Lesão corporal seguida de morte (§ 3°, CP): 
. Também tem um crime preterdoloso. – Dolo na conduta de lesionar, mas a morte não é 
almejada. Caso contrário, seria homicídio. 
 . Dolo na conduta de lesionar, e culpa na ocorrência de morte. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 23 
 
. Exemplo: dou um murro no sujeito, ele cai e bate a cabeça no meio-fio, tem traumatismo 
craniano e morre. 
12) A substituição da pena prevista no §5°: 
 
 
 
 
 
. Exemplo: estamos diante de uma lesão leve, que gera lesão tanto em A quanto em B (lesões 
recíprocas) = PODE TER A SUBSTITUIÇÃO DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR PENA DE 
MULTA. 
13) Causas de aumento de pena na lesão corporal dolosa (§7°): 
 
 
 
 
 
 
 
. Justificativa da primeira causa de aumento = vulnerabilidade do menor de 14 anos e maior 
de 60 anos. 
. Crime for pratica por milícia privada sob o pretexto de prestação de serviço da segurança ou 
por grupo de extermínio. 
14) Lesão corporal culposa (§6°): 
 
 
 
 
 
 
 
. Crime de menor potencial ofensivo. = Competência do Juizado Especial Criminal. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 24 
 
. Lesão corporal não é pratica porque o sujeito quer, mas sim em decorrência da culpa do 
indivíduo (negligência, imprudência ou imperícia). 
. Lesão culposa NÃO TEM NÍVEL, SEMPRE SERÁ PUNIDA COM PENA DE 2 MESES A 1 ANOS. = 
NÃO IMPORTA A GRAVIDADE DA LESÃO DA VÍTIMA (só importa na lesão dolosa, onde se tem 
lesão leve, grave e gravíssima). 
 
15) Causas de aumento no caso de lesão corporal culposa: 
 
 
 
 
 
 
 
. Se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arteou ofício. 
. Se o agente não presta imediato socorro à vítima. 
. Foge para evitar prisão em flagrante. 
. Não procura diminuir as consequências do seu ato. – Exemplo: não ajuda a pagar as contas 
referentes aos medicamentos necessários para a vítima. 
16) Lesão corporal culposa e o perdão judicial: 
. Exemplo: o caso de um pai que não guarda a arma, o filho pega para brincar e acaba 
ocasionando lesão em sua perna. – 
. Percebe-se que a própria situação em si já é suficiente como punição = PERDÃO JUDICIAL. 
17) Lesão corporal e violência doméstica (§9°): 
. É específica para LESÃO LEVE, pois não faz sentido o uso dessa qualificadora para as demais 
modalidades, visto que possui tempo de pena inferior as específicas das demais modalidades. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 25 
 
. Parágrafo 9° pode ser aplicado a um homem, pois não está se falando de uma Lei Especial 
como a Lei Maria da Penha. 
. No caso do homem ser a vítima, tem-se o afastamento da Lei Maria da Penha e aplicação 
deste parágrafo 9°. – Já se a vítima for uma mulher, tem-se a aplicação conjunta deste 
parágrafo + Lei Maria da Penha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
18) Lesão corporal contra mulher por razões da condição de sexo feminino: 
. Foi transportada a ideia que se tem no homicídio quanto ao feminicídio para este parágrafo, 
quanto a condição do sexo feminino. 
. REDAÇÃO DE 2021, EXTREMAMENTE RECENTE = NÃO ENCONTRADA EM QUALQUER LIVRO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRIMES CONTRA A HONRA 
 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 26 
 
1) Introdução: 
. São crimes que vemos bastante na prática, principalmente hoje em tempos de redes sociais, 
desse contato mediado por tecnologia. – SENSAÇÃO DE QUE AS PESSOAS PERDERAM O SENSO 
DO QUE PODEM FALAR/ESCREVER. 
. Isso gera toda uma problemática no Judiciário, com inúmeros processos em relação a isso. 
. Via de regra são considerados crimes de menor potencial ofensivo. 
. Honra = é um atributo da dignidade. – Essa honra pode ter relação com a sua imagem perante 
os outros, quanto a você consigo mesmo. 
 . Direito penal se preocupa com a honra não só sob a ótica externa (como o outro te 
ver), mas também sob a ótica interna (como você se ver). 
2) Bem jurídico tutelado: 
. O bem jurídico tutelado nesses crimes é a HONRA. – Que pode ser objetiva OU subjetiva. 
. HONRA OBJETIVA é a imagem que as pessoas fazem de vocês. – Não existe preocupação aqui 
do sujeito consigo mesmo, mas sim do sujeito perante os outros. 
 . Exemplo: crime de calúnia que fere a honra objetiva da vítima = fere a imagem que 
as pessoas têm de você. 
 . Exemplo: Natália espalhou para toda a Faculdade Baiana de Direito que Mayana 
desviou dinheiro das mensalidades. – Imagem dessa comunidade em relação a Mayana é que 
será afetada. 
. Em sentido inverso, a HONRA SUBJETIVA tem relação com o sentimento da vítima consigo 
mesma, como ela se enxerga. 
 . Exemplo: Natália diz para Mayana que ela é uma professora insuportável, grosseira, 
arrogante, irresponsável, adjetivando-a da pior forma possível = afeta quem está sendo 
diretamente ofendido pela situação = imagem de Mayana consigo mesma. 
. No crime de INJÚRIA tem-se a HONRA SUBJETIVA SENDO AFETADA. 
 . Exemplo: chamei Mayana de piriguete. 
. Nos crimes de CALÚNIA e DIFAMAÇÃO tem-se a HONRA OBJETIVA SENDO AFETADA. 
 . Exemplo: falo que já vi Mayana várias vezes na Manoel Dias fazendo programa = 
DIFAMAÇÃO. 
3) Calúnia: 
. Artigo 138 do Código Penal. 
. TIPO OBJETIVO: Caluniar alguém significa imputar a alguém falsamente fato definido como 
crime. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 27 
 
 . Sei que a informação é falsa, mas tenho o DOLO de caluniar = criar uma situação que 
o indivíduo apareça como criminoso, sabendo que ele não é. 
. Para que o sujeito possa responder pelo rime de calúnia, é necessário que ele impute um 
fato = diga que alguém fez alguma coisa. 
 . Exemplo: se eu falar que Andreza é a maior ladra da Faculdade Baiana = isso não é 
crime de calúnia, pois não teve imputação de fato. 
 . Exemplo: se eu falar que vi Andreza roubando na sala da Faculdade Baiana celulares 
de seu colega = CRIME DE CALÚNIA. 
 . Exemplo: jogo do bicho é contravenção penal, não é crime = LOGO, FALAR QUE 
ALGUÉM COMETEU UM CRIME DE CALÚNIA POR PARTICIPAR DO JOGO DO BICHO É FALSO = 
PORQUE SERÁ UMA CONTRAVENÇÃO PENAL. 
. A pessoa que comete o crime de calúnia imputa (i) um fato que foi inventado em sua 
completude, OU (ii) ainda que o fato tenha existido, mas que eu saiba que não foi fulano que 
cometeu. 
. Se eu registrar um B.O de fato inverídico, não se tem crime de calúnia, MAS SIM DE 
DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA. 
. Consumação e tentativa: 
 . HONRA TUTELADA AQUI É A OBJETIVA (IMAGEM QUE TERCEIROS TEM DA VÍTIMA). – 
Em sendo a honra objetiva o bem jurídico protegido na calúnia, a consumação vai se dar 
quando uma terceira pessoa, que não a própria vítima, tomar conhecimento da calúnia/da 
informação falsa. 
 . É possível a tentativa? Sim! Embora na prática seja difícil. - Configura-se tentativa de 
caluniar alguém, quando, por exemplo, imputar fato definido como crime via carta extraviada 
ou e-mail que não chegou ao destino. Só haverá calúnia se o fato imputado for tipificado como 
crime e o agente que divulgá-lo sabendo que a vítima não o praticou. – Outro exemplo é 
quando eu coloco uma papel embaixo da casa de fulano, inventando fato tipificado como 
crime sobre cicrano, e jogam o papel fora sem ler. 
. Inviolabilidade: 
. No exercício da função, em razão da inviolabilidade, o parlamentar não é alcançado 
pelo crime de calúnia. 
. Vereador só tem essa imunidade/inviolabilidade na circunscrição do município que 
atua. 
. O advogado, pelo estatuto da OAB, tem algumas imunidades ligadas a fala no 
exercício da função, mas não alcança o crime de calúnia. 
. Sujeito passivo: qualquer pessoa. – Contudo, cabe algumas observações: 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 28 
 
 . Pessoa Jurídica pode ser sujeito passivo no crime de calunia, desde que essa 
imputação falsa seja em relação a crime ambiental. – Uma vez que o crime ambiental é o único 
tipo de crime que a pessoa jurídica comete. 
 . O inimputável pode ser sujeito passivo (menor, por doença mental)? Sim, uma vez 
que o fato dele não poder ser responsabilizado penalmente pelo crime, MAS isso não exclui a 
prática do crime por ele. 
 . Calúnia contra os mortos – Tem-se previsão expressar no CP, configurando crime de 
calúnia contra alguém que já morreu. – O sujeito passivo não é o morto, é o familiar (que quer 
limpar o nome/honrar o já falecido). – NÃO SE TEM DOLO EVENTUAL, SÓ DOLO DIRETO. 
. Exceção da verdade: 
. É um instrumento de defesa daquele que está respondendo pelo crime de calúnia na 
tentativa de provar que a informação que ele imputou não é falsa. 
. A regra é: no crime de calúnia admite-se a exceção da verdade. 
. As 3 hipóteses abaixo são as únicas que não se admite a exceção de verdade. 
 . I –Se o crime que Mayana imputou foi de ação penal privada, e o indivíduo não 
processou ou autor ou não tem ainda um resultado do processo = não se tem exceção da 
verdade. 
 . II – é uma redação mais por questão de procedimento. – Cabe ao Ministro da Justiça 
iniciar a ação penal (Ação Penal Pública Condicionada a Requerimento do Ministro de Justiça). 
 . III – se o acusado foi pela justiça absolvido, quem sou eu para querer aplicação da 
exceção de verdade tentando provar que de fato ela fez o crime imputado? 
 
 
. A exceção da verdade é um incidente dentro do crime de calúnia. – Primeiro julga a exceção 
da verdade, para depois entrar no crime de calúnia. 
. Exceção de notoriedade: 
 . Não existe previsão em nosso ordenamento. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 29 
 
 . Tem relação como fato da imputação que foi feita ser algo comentado de forma 
generalizada. 
 . O fato de A ter uma reputação ilibada perante a sociedade, não impede que ela seja 
vítima do crime de calúnia se a imputação feita é falsa. 
. OBS: em caso de Letícia escolher processar apenas “A”, mesmo sabendo que “B” e “C” 
também cometeram o crime de calúnia contra ela = “A” pode alegar o perdão para si, já que 
houve o perdão para “B” e “C”, e na ação penal privada ele é generalizado = se deu para um, 
deu para todos. 
. Divulgação da calúnia (art. 138, § 1°): 
 . Da mesma que quem inicia a mentira, quem divulga a mentira também pode ser 
responsabilizado. 
 . Indivíduo pode divulgar de forma escrita, falando etc. 
 . A condição é o indivíduo saber que a informação é falsa = DOLO DIRETO. 
. CALÚNIA É O CRIME MAIS GRAVE DOS CRIMES CONTRA A HONRA. 
4) Difamação: 
 
 
. A 
honra tutelada é a HONRA OBJETIVA (imagem que a sociedade tem daquela pessoa). 
. O núcleo é IMPUTAR = atribuir. – A diferença básica da calúnia para a difamação é que: na 
calúnia eu imputo a alguém falsamente um fato considerado crime, JÁ NA DIFAMAÇÃO NÃO 
HÁ NECESSIDADE DE FALSIDADE DA INFORMAÇÃO, E É ATRIBUIÇÃO DE UM FATO COM A 
INTENÇÃO DE MACULAR A HONRA DELA, DE UM FATO QUE NÃO NECESSARIAMENTE SEJA 
FALSO. 
 . Exemplo: Letícia foi condenada a um crime X. ISSO NÃO VAI ME DAR o direito de sair 
por aí difamando-a, espalhando folhetos difamando Letícia. 
. Quando eu adjetivo = injúria. – NA DIFAMAÇÃO EU TENHO A IMPUTAÇÃO DE UM FATO, QUE 
NÃO NECESSARIAMENTE É FALSO. 
. Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 30 
 
. Sujeito passivo: qualquer pessoa pode ter sua honra objetiva maculada. 
 . Pessoa jurídica: imputação de qualquer fato que fere a honra. – Exemplo: Natália 
espalha que a Faculdade Baiana de Direito é a maior sonegadora de impostos = isso fere a 
imagem/honra da faculdade. 
. Advogado, diplomata e parlamentares têm imunidade, no exercício da profissão, do crime 
de difamação. 
. Não há como falar em difamação para mortos. 
. Consumação se dá quando se tem conhecimento por terceiro. 
. Via de regra a difamação não precisa ser informação falsa. 
. Exceção da verdade: 
. Em regra, não é cabível a exceção da verdade na difamação. 
. A única exceção é a constante no parágrafo único do art.139: 
 
. 
Exceção de notoriedade: 
. Não tem previsão em nosso ordenamento. 
. Divulgação da difamação: punível? 
. Se eu divulgo uma informação falsa ou verdadeira que mancha a imagem de alguém = 
também estou difamando. – Então, embora não exista previsão legal, quem divulga pode sim 
também ser penalizado. 
5) Injúria: 
. Art. 140, Código Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 31 
 
. Adjetivação pejorativa que visa ferir a dignidade do sujeito. 
. O crime de injúria fere não a honra objetiva (imagem do indivíduo perante a sociedade), mas 
sim a SUBJETIVA (a imagem que o sujeito tem em relação a ele próprio). 
. HONRA TUTELADA É A SUBJETIVA. 
. O núcleo/verbo é INJURIAR = insultar adjetivando pejorativamente a pessoa. 
. Exemplo: Se Mayana diz que Melissa furta bens da faculdade, ela está imputando um fato 
(=ela subtrai bens). – Se esse fato for falso, e essa falsidade estiver na esfera de conhecimento 
dela, ela cometeu crime de CALÚNIA contra Melissa. 
. Exemplo: Mayana diz que Melissa é ladra. – Adjetivação pejorativa de Melissa = CRIME DE 
INJÚRIA. 
. Crime praticado de forma livre (escrito, gestos, verbalmente etc.). 
. Cometido principalmente com a atribuição de adjetivos negativos. 
. Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
. Sujeito passivo: aquele tem sua dignidade ferida, sentimento por si próprio abalado. 
 . Pessoa Jurídica pode ser sujeito passivo? Pessoa jurídica tem honra subjetiva? NÃO. 
 . Morto NÃO pode ser vítima do crime de injúria. 
 . Morto e pessoa jurídica NÃO possuem honra subjetiva. 
. Elemento subjetivo: O DOLO – tem que ter o dolo de injuriar, e a intenção/dolo específico de 
injuriar a pessoa/ferir a dignidade da pessoa. 
 . Exemplo: posso chamar uma pessoa de “vaca” sem querer injuriá-la = não tem tom 
pejorativo = não tem o dolo de injuriar e tampouco dolo específico de ofender. 
 . Quem critica tem o dolo de macular a honra? – DEPENDE. 
 . Vítima deve ter consciência de que está sendo ofendida. 
. Consumação do crime: quando a própria vítima toma conhecimento da injúria. 
 . Enquanto não chegar aos ouvidos da vítima, não se tem a configuração do crime. 
. É difícil se ver a tentativa de injúria. – É mais fácil quando é por escrito. 
. Exceção da verdade e exceção da notoriedade: é possível? 
. Como seria possível se falar de exceção da verdade? Não existe Mayana, por exemplo, tentar 
provar que Yasmin é de fato “puta/piriguete”. Até porque não é a imagem da pessoa diante 
da sociedade que importa aqui no crime de injúria, mas sim dela própria consigo mesma. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 32 
 
. Da mesma forma, não existe exceção de notoriedade. – Exemplo: Mayana alega que todo 
mundo sabe que Yasmin é puta, e aponta isso para não configurar crime = NÃO EXISTE ISSO. 
. Divulgação da injúria: é possível? 
. Não temos previsão como sendo crime. Se a divulgação configura crime de injúria, o crime 
em si será de INJÚRIA e não da divulgação em si. 
. Provocação e retorsão (§1° do art. 140) – perdão judicial: 
 
 
 
 
 
 
 
. OBS: segundo Mayana, tirando o crime de difamação, nenhum dos outros dois poderia estar 
no CP, porque se trata de crime de menor potencial ofensivo. E, como na maioria das vezes 
busca-se reparação pelo dano, seria melhor ingressar na esfera cível. 
. Modalidades qualificadas: 
 
 
 
 
 
 
 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 33 
 
 
 
 
 
 
 
 
. B – já sai do juizado (menor potencial ofensivo). – Ideia da humilhação, do insultar para ferir 
a dignidade do sujeito. 
. OBS: no racismo o dolo do sujeito é geral, é um preconceito contra a raça como um todo. Já 
na injúria racial é um uma ofensa direta para a pessoa ofendida, não existindo na fala 
generalização quanto a raça. 
6) Concurso de crimes: 
. É possível se falar em um concurso de crimes quanto aos crimes contra a honra? Existe uma 
certa discussão doutrinaria quanto a isso, mas entende-se que é sim possível quando ofende 
honras diversas (exemplo: injúria que ofende a honra subjetiva + calúnia que ofende a honra 
objetiva). 
7) Disposições comuns: 
 
 
 
 
 
. Não é pelo fato do indivíduo ser funcionário público, mas sim por ter sido vítima de crime 
contra a honra em razão de suas funções. 
. “C” – a doutrina considera a partir de 3 pessoas = várias pessoas. – Duas pessoas não pode 
ser, porque quando o legislador quis se referir a 2 pessoas no Código, ele assim o fez. 
. Por meio que facilite a divulgação – REDE SOCIAL DE UMA FORMA GERAL. – Uma vez que 
isso se espalha, é impossível que se tenha uma exclusão 100% das redes. 
8) Exclusão do crime: 
 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 34 
 
 
 
 
 
 
 
. II - Interpretar o teor da crítica – se tem intenção de ofensa/injúria. 
9) Retratação: 
 
 
 
 
. Tem que fazer a retratação antes da sentença. 
. NÃO É UM MERO PEDIDO DE DESCULPAS. 
. Vale para calúnia e difamação apenas. 
10) Ação penal: 
. Crime contra a honra = ação penal privada = depende que o ofendido inicie a ação penal, 
contratando um advogado e apresentando queixa-crime. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL 
 
1) Constrangimento ilegal: 
. Art. 146, CPC. 
 
 
 
 
 
 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALESNATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 36 
 
. A premissa básica, é relembrar que a própria CF permite que a gente faça tudo aquilo que a 
lei não proíbe. – Art. 5°, inciso II. – A lei é quem irá determinar se eu posso ou não praticar 
uma determinada conduta. 
. É um crime de pequeno potencial ofensivo. 
. Pena máxima de até 1 ano = crime do juizado especial criminal. 
. Bem jurídico protegido: 
. Liberdade individual. – Direito do indivíduo de escolher o que fazer, quando fazer etc. 
. Elementos: 
. Núcleo: verbo CONSTRANGER. – Esse verbo quando estamos fora do Direito Penal pode ter 
uma conotação diferente. 
. Constranger a quê? 
 . A fazer o que a lei não manda (ação) OU a não fazer o que a lei permite (omissão). 
 . Exemplo: todos os alunos fossem obrigados mediante ameaça e estarem na faculdade 
preferencialmente. – Compelindo alguém a estar em um lugar, sendo que a pessoa tem 
respaldo na lei para escolher não estar em face do COVID-19. 
 
 
 
. OBS: não precisa ser uma conduta ilícita, é o simples fato de obrigar uma pessoa a fazer algo 
que a lei não a obriga OU a deixar de fazer algo que a lei permite. 
. E se a pretensão for legítima? 
. Exemplo: Melissa deve a Mayana. – Mayana tem direito de cobrar, mas não tem direito de 
constranger (obrigar utilizando violência ou grave ameaça) Melissa a pagar. 
 . Você tem razão, mas exerce de forma extrapolada. – Se Melissa deve, Mayana deve 
buscar as vias judiciais para resolver a lide, e não constranger Melissa através de violência ou 
grave ameaça. 
. O comportamento da vítima precisa ser ilícito? 
. A vítima não necessariamente será obrigada/constrangida a praticar um crime. - Ela será 
obrigada a fazer algo que ela não deseja, mas que não necessariamente é crime. 
 . Não existe uma análise moral, mas sim análise do Direito Penal (se a ação/omissão 
em questão é crime ou não). 
. Subsidiariedade implícita: 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 37 
 
. Conflito aparente de normas: tem-se alguns princípios que resolvem esse problema, dentre 
eles, o princípio da subsidiariedade implícita. 
. Alguns tipos penais são subsidiários em relação a outro. – São como soldados reservas. – Só 
serão aplicados se um crime mais grave não acontecer. 
. Essa subsidiariedade pode ser expressa, quando a própria lei diz; ou implícita/tácita. 
. Art. 146, CP é um tipo penal subsidiariamente/tacitamente. 
. Só é punido como crime autônomo se ele não fizer parte de um delito mais grave. – Exemplo: 
estupro, extorsão etc. 
. Só teremos alguém punido por crime de constrangimento ilegal, se somente se não existir 
outro mais grave. 
. Exemplo: Maria vai para uma festa, conhece João, conversa, mas resolve que não irá ficar 
com ele. João, mediante violência ou grave ameaça, constrange Maria a praticar com ele o ato 
sexual/ou permite que com ele seja praticado = crime de estupro. – O SUJEITO NÃO RESPONDE 
POR CRIME DE CONSTRANGIMENTO LEGAL, MAS SIM DE ESTUPRO. 
 . Não responde pelos dois porque seria bis in idem (dupla punição pelo mesmo fato). 
. Meios: 
. Esse constrangimento pode se dar de diversas formas, verbalmente, por escrito, gestos, uso 
da força física etc. 
. Esse constrangimento pode ser gerado, segundo o próprio tipo penal, de 3 formas: 
 . Violência: uso da força (Vis Corporalis) – violência física para conseguir o que se quer, 
seja para fazer com que a pessoa deixe de fazer algo que a lei permita que ela faça, ou que ela 
seja obrigada a fazer o que a lei não manda. 
 . Ameaça: intimidação (Vis Cumpulsiva): embora exista o crime de ameaça em si, aqui 
não é qualquer ameaça, é ameaça utilizada para obrigar a alguém a realizar ou deixar de 
realizar algo que a lei obriga ou permite. – Essa ameaça pode ser direta (exemplo: ameaça 
direta para Iasmim) ou indireta (ameaça um familiar de Iasmim). 
 . Por qualquer modo depois de haver reduzido a capacidade de resistência da vítima. 
– Exemplo: boa noite Cinderela. 
. Sujeitos do crime: 
. Sujeito ativo = qualquer pessoa pode ser. 
. Sujeito passivo = é preciso que ele tenha capacidade de discernimento/capacidade de 
autodeterminação. 
 . OBS: tem-se níveis de déficit e de deficiência, então é necessária a análise do caso 
concreto para saber se a pessoa podia ou não ser sujeito passivo do crime. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 38 
 
. Consumação e tentativa: 
. É crime material = só se consuma quando o sujeito faz o que a lei não manda OU deixa de 
fazer o que a lei permite. 
 . Crime que tem resultado naturalístico. 
. Exemplo: se o sujeito obrigar, tentar constranger para que a pessoa pratique determinada 
conduta ou deixe de praticar, mas ainda assim ela não fizer = tentativa. 
. Elemento subjetivo = dolo = intenção de constranger alguém. 
. Causas de aumento de pena: 
 
 
 
 
 
 
. A partir de 4 pessoas = causa de aumento. 
. Se eventualmente no meio das 4 pessoas tiver algum inimputável: 
 . O fato de ser inimputável = não significa dizer que ela será retirada da contagem do 
número de pessoas para configurar a causa de aumento. 
. Basta a utilização de uma única arma. 
 . Segundo o atendimento jurisprudencial e doutrinário, pode ser tanto uma arma 
branca quanto uma arma de fogo. 
. Crime praticado por 4 pessoas = aumenta a periculosidade 
. Ameaça realizada sem arma é uma coisa; uma ameaça com uma arma é outra (grau de 
reprovabilidade é maior). 
. É necessário que o sujeito utilize efetivamente a arma, seja para ameaçar (apontando para 
pessoa) ou para violência. 
. E se for arma de brinquedo? Serve para ameaçar (já que a pessoa não tem conhecimento 
que ela é falsa), MAS não tem capacidade de disparar. = LOGO, NÃO CARACTERIZA A CAUSA 
DE AUMENTO. 
. § 2 – É CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO DE CRIMES. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 39 
 
 . Se da violência resulta lesão, o sujeito responde pelo crime de constrangimento ilegal 
+ crime de lesão. 
. Das causas de exclusão do crime: 
. NÃO HÁ CRIME DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL: 
 
 
 
 
 
 
. I – hipótese de estado de necessidade. 
 . O médico precisa do consentimento para a grande maioria dos procedimento, MAS 
diante de iminente perigo de vida ele tem o aval para prosseguir sem a anuência. 
 . Exemplo: transfusão de sangue. – Testemunha de Jeová pode recusar, desde que não 
se tenha eminente perigo de vida. 
 . A VIDA É BEM JURÍDICO INDISPONÍVEL. 
II – o fato de o suicídio não ser crime, não significa dizer que nosso ordenamento é indiferente 
ao suicídio alheio, até porque estamos diante de um bem jurídico indisponível a ser protegido 
(a vida). 
. Ação Penal: 
. Ação penal pública incondicionada. 
2) Ameaça: 
. Art. 147, CPC. 
 
 
 
 
. Pena: detenção de 1 a 6 meses, ou multa. 
. Bem jurídico protegido: liberdade psíquica, interna. – A tranquilidade do indivíduo. 
. Crime de menor potencial ofensivo – crime relativamente brando. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 40 
 
. Conduta é ameaçar/intimidar prometendo um mal futuro. 
. Núcleo: AMEAÇAR (INTIMIDAR). 
. Mal grave, idôneo e injusto. 
 . Tem que ser uma ameaça idônea = que tenha de fato o condão de ter 
veracidade/possibilidade da ameaça no futuro. – ALGO POSSÍVEL/FACTÍVEL. 
 . Exemplo: “Vou colocar você na justiça em caso de você não me pagar, Melissa”. – É 
um meio justo, logo não configura crime de ameaça. 
. Meios: palavras, gestos, por escrito ou outro meio simbólico. 
. Sujeito ativo = qualquer pessoa que queira, pode praticar o crime de ameaça. 
. Sujeito passivo = pessoa certa, determinada e com discernimento. 
. Consumação = se consuma com a ameaça. 
 . A partir do momento que o sujeito já ameaçou por meio de gestos, verbalmente ou 
outro modo = consuma o crime. – Exemplo: Não é nem mesmo necessário analisar se ele 
ameaçou matar pensando de fato em fazer ou não isso.. Tentativa = se a ameaça for escrita. 
. Elemento subjetivo: o DOLO. 
. Ação penal: pública condicionada a representação. – O MP ou delegado de polícia só pode 
dar prosseguimento se houver representação. 
 
3) Perseguição: 
. Crime que entrou agora em março de 2021 no CP. 
. Art. 147 – A, CP. 
 
 
 
 
 
 
. Crime de menor potencial ofensivo = crime de competência do juizado especial criminal. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 41 
 
. Esse tipo penal foi criado por uma necessidade de se ter algo mais adequado/proporcional a 
essa conduta de perseguição. 
. Bem jurídico protegido: liberdade individual. 
. Núcleo: PERSEGUIR (importunar, provocar incômodo). 
 . Não é somente ir atrás da pessoa, mas também de importunar, provocar incômodo. 
 
 
 
 
 
. Crime cometido de forma livre (e-mails, mensagens, WhatsApp, permanecer nos arredores 
da casa da vítima etc.). 
. Via de regra o paparazzi não comete este crime. 
. O cyberstalking: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2021/04/05/lei-que-
criminaliza-stalking-e-sancionada 
. Sujeitos do crime: 
. Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa. – Crime comum. 
. Sujeito passivo: pode ser qualquer pessoa. – Crime comum. 
. OBS: o detetive pode ser sujeito ativo do crime? Não, até porque é uma profissão 
regulamentada por lei. 
. Crime habitual = PRECISA QUE SEJA PRATICADO COM HABITUALIDADE, ISTO É, DE FORMA 
REITERADA. 
 . Crime habitual não admite tentativa, consequentemente não tem tentativa do crime 
de perseguição. 
. Elemento subjetivo é o DOLO. 
. Ação penal é PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO. – O titular do direito de ação é o 
MP, mas vai depender da representação do ofendido. 
. Causas de aumento de pena: 
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2021/04/05/lei-que-criminaliza-stalking-e-sancionada
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2021/04/05/lei-que-criminaliza-stalking-e-sancionada
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 42 
 
 
 
 
 
. PARA O ECA: criança até 12 anos incompletos; adolescente 12 aos 18 anos incompletos; 
idosos de 60 anos para cima. 
 . A questão do abalo psicológico que é gerado é a justificativa para essa causa de 
aumento. 
. Concurso de crimes: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4) Violência psicológica contra a mulher: 
. Tipo penal novo em nosso ordenamento jurídico. – Ano de 2021. 
. A Lei Maria da Penha trata da violência psicológica, mas não tinha um tipo penal específico. 
– Muitas vezes tinha dificuldade da mulher em registrar um boletim de ocorrência. 
 . Nem sempre essa violência psicológica causa de fato uma lesão. – E diante disso 
existia uma dificuldade da mulher em registrar boletim, conseguir medida protetiva etc. 
 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 43 
 
 
 
. O 
artigo 
já diz 
logo 
qual é 
o 
resultado = CAUSAR DANO EMOCIANAL À MULHER. 
. O próprio tipo penal traz o meio por meio do qual o dano pode ser causado. 
. Conduta: “por meio de comportamentos, crenças, decisões...” 
. Em que pese em princípio ser um crime de menor potencial ofensivo (juizado especial 
criminal), se a gente tiver diante de violência contra a mulher, não existe aplicação de 
benefícios da Lei 9.099 = isso é vedado pela Lei Maria da Penha. 
. Bem jurídico tutelado = liberdade da mulher. 
. Núcleo: VERBO CAUSAR. 
 
 
 
 
. Muitas vezes a própria mulher não identifica que é vítima desta violência. 
. Dano psíquico x violência psicológica: 
. Lesão corporal – pode ser física ou a própria saúde em si (=dano psíquico). – MODALIDADE 
MAIS GRAVE. 
 . Tem-se uma DOENÇA diagnosticada. = Sabemos exatamente qual o dano causado. 
. Na violência psicológica eu não preciso necessariamente ter uma doença, posso ter 
medo, insegurança, ansiedade etc. 
. Sujeitos do crime: 
. Sujeito ativo = qualquer pessoa. – Não precisa ser homem, porque não precisa 
necessariamente ser no âmbito da violência doméstica (embora seja na maioria das vezes) – 
exemplo: posso ter entre empregador x empregada etc. 
. Sujeito passivo = mulher (incluindo a trans). 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 44 
 
. Consumação e tentativa: 
. O início do art. 147-B já traz o norte da consumação: “causar dano emocional”. – Se consuma 
quando causa efetivamente o dano emocional. 
 . Crime material – Exige resultado naturalístico = dano emocional. 
 . É um crime material (e não habitual), que não exige habitualidade = praticar uma 
única vez já configura. – O TIPO PENAL NÃO EXIGE UMA REITERAÇÃO. 
. Admite tentativa. – Exemplo: condutas de manipulação, humilhação, que não chegue a 
causar efetivamente o dano emocional na mulher. 
. Elemento subjetivo: 
. É o dolo – Dolo de humilhar, constranger, chantagear etc. - Nasce na maioria da vezes por 
uma ideia de superioridade masculina. 
 . O dolo não é de causar o dano emocional. 
 . Dolo pode ser direto ou eventual. 
 . Há quem diga que podemos falar em resultado ao dano causado = EM CULPA. – Crime 
preterdoloso. – Mas, não existe previsão culposa. 
. Ação penal: 
. Ação Penal Pública Incondicionada. 
. Art. 7° da Lei Maria da Penha – o legislador fez uma cisão do conceito de violência psicológica 
para criar os artigos 147-A e 147-B. 
5) Sequestro e cárcere privado: 
. AQUI NÃO É O CRIME DE SEQUESTRO QUE PEDE RECOMPENSA – Extorsão mediante 
sequestro. 
. O crime aqui não há a finalidade financeira. 
. O bem jurídico protegido é a LIBERDADE AMBULATORIAL = de ir e vim = liberdade de 
locomoção. 
. O direito de locomoção é um direito constitucional (ar. 5°, CF). – Eu posso abrir mão desse 
meu direito? Em regra/linhas gerais, não (seria um direito indisponível). 
. A conduta privada é PRIVAR O SUJEITO DA SUA LIBERDADE AMBULATORIAL. 
. Modos: 
 . Sequestro: um espaço físico maior. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 45 
 
 . Cárcere privado: passa uma ideia de um confinamento mais apertado (um quarto, um 
porão etc.). 
 . Na prática não faz diferença, porque o tipo penal é o mesmo e a pena a mesma. 
 . O que vemos mais comumente é o cárcere privado. 
 . Finalidade é privar o sujeito da liberdade de locomoção. 
 
 
. 
Exemplo: não há necessidade de pegar fulano na faculdade e levá-lo para outro lugar, posso 
simplesmente prendê-lo dentro da própria casa. 
. Sujeitos do crime: 
 . Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
 . Sujeito passivo: qualquer pessoa. – Inclusive, aqueles que não tem autonomia na sua 
locomoção, como uma bebê que não ande sozinho, um paraplégico etc. – A DEPENDER DE 
QUEM SEJA O SUJEITO PASSIVO TEM A MODALIDADE QUALIFICADA. 
. Consumação e tentativa: 
 . O crime se consuma com a privação da liberdade de locomoção do sujeito. – 
Independe o prazo da privação. 
 . Admite tentativa. 
 . Crime permanente = consumação se prolonga no tempo. – Várias consequências em 
relação ao próprio tipo penal. – Crime está se consumando enquanto a conduta estiver sendo 
praticada, ou seja, enquanto o sujeito está tendo sua liberdade privada. 
. Elemento subjetivo: 
 . Dolo de privar o sujeito da liberdade. 
 . Não existe modalidade culposa. 
. Ação penal: 
 . Ação penal pública incondicionada – não precisa da anuência de ninguém para iniciar 
a persecução penal. 
. Modalidades qualificadas: 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 46 
 
 
. I – 
qualificadora em atenção a maior reprovabilidade da conduta do sujeito. – Praticar um crime 
contra alguém que você tem um laço familiar (pais e filhos) ou pessoa maior de 60 anos (que 
é mais vulnerável, tal qual demonstra o próprio Estatuto do Idoso). 
. II – internação fraudulenta. – O meio que o sujeito encontra é uma fraude, falsificação de 
documentação, para internar a pessoa. – Muito comum em filhos que fraudam documentos 
para internar ospais. 
. III – A delegacia, em muitas vezes, pede um certo tempo do desaparecimento da pessoa para 
que se possa registrar um boletim de ocorrência, para que não se tenha uma situação em que 
alguém, por exemplo, saiu e aparece horas depois, depois da máquina pública ter sido 
movimentada. MAS, não existe um prazo mínimo para ser considerado sequestro, o que o 
Código traz é um prazo para se considerar a modalidade qualificada (mais de quinze dias = 
traz muito mais abalo psicológico em face do lapso temporal estendido). 
. IV – o próprio ECA considera que o menor de 18 anos (que é inclusive inimputável) ainda não 
alcançou maturidade psicológica completa, o que pode ocasionar maior sofrimento. = 
VULNERABILIDADE MAIOR. 
. V- Essa qualificadora existe analisando a finalidade do sequestro ou cárcere privado. – 
Exemplo: se a finalidade de você sequestrar ou manter em cárcere privado alguém é ter 
relações sexuais, ainda que o ato sexual não seja concretizado, a qualificadora já se configura. 
 . Se você chega a manter a relação forçada, por exemplo, estuprando a vítima = 
RESPONDE PELO CRIME DE CÁRCERE PRIVADO OU SEQUESTRO NA MODALIDADE 
QUALIFICADA + O CRIME DE ESTUPRO (ou estupro de vulnerável a depender de quem seja a 
vítima). – NÃO É CONSIDERADO BIS IN IDEM. 
 
 
 
 
. Pena mínima continua a mesma no §2°. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 47 
 
. §2° - analiso como o crime aconteceu. – Analisar, por exemplo, o espaço em que o sujeito 
ficou confinado (era insalubre, muito quente, sem alimentação etc.). – Porque a depender de 
como essa privação de liberdade aconteceu o dano pode ser maior ou menor. 
. Aqui não precisa ser com relação a reduzir a pessoa a condição análoga à escravidão. 
6) Redução a condição análoga à de escravo: 
 
 
 
 
 
. Existe a necessidade da relação empregador x empregado. 
. O bem jurídico protegido = liberdade individual + organização do trabalho. 
. Núcleo da conduta: REDUZIR (a condição de escravo). – Sujeição. 
. Não é necessário que o sujeito seja tratado nos moldes do que lemos sobre os tempos de 
escravidão. – É REDUZIR O SUJEITO A UMA SITUAÇÃO PARECIDA/ANÁLOGA A ESCRAVIDÃO. 
. O próprio Código mostra as hipóteses que caracterizam essa redução (submeter) da pessoa 
a situação análoga à condição de escravo: 
 
 
 
. Trabalho forçado pressupõe a prática mediante a violência ou grave ameaça. – São proibidos 
pela CF. 
. Jornada exaustiva de trabalho é o mais comum. – Pessoas que trabalham 14/16 horas diárias.
 
 . A jornada assegurada constitucionalmente é de 6 a 8 horas. 
 . OBS: pode acontecer do empregado querer trabalhar 14 horas por dia em um mês 
por que está precisando do dinheiro das horas extras? Em princípio sim, já que a jornada 
exaustiva é uma escolha do trabalhador. CONTUDO, é preciso analisar se de fato houve o 
consentimento do sujeito (era algo que ele de fato queria?). 
. Situações humilhantes e degradantes como: local de trabalho sem o mínimo de higiene. 
. Restrição da locomoção por razão de dívida. 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 48 
 
 . Exemplo: sujeito que não tem salário – precisa comer, produtos de higiene, roupa = 
pega dinheiro emprestado da “patroa” para isso, e isso irá impedir que ela saia daquele 
trabalho, em face da dívida contraída pelo empregado com o empregador. 
. AS FORMAS NÃO SÃO CUMULATIVAS, QUALQUER UMA DELAS JÁ CONFIGURA O CRIME. 
. Sujeitos do crime: 
 . Em princípio qualquer pessoa pode ser sujeito ativo. PORÉM, é necessário existir essa 
relação de emprego, caso contrário não se tem o tipo penal. 
 . O sujeito passivo também pode ser qualquer pessoa, desde que tenha o vínculo 
empregatício entre o sujeito passivo e ativo. 
. Consumação e tentativa: 
 . O crime se consuma diante de uma das alternativas expostas acima, quanto a forma 
de reduzir o sujeito a situação análoga à de escravo. 
. Crime permanente: consumação se prolonga no tempo. – APLICA-SE A SÚMULA 711 
DO STF. 
 
 
. É possível a tentativa, quando, por exemplo, o sujeito se rebela e foge do lugar onde 
seria reduzido a condição análoga à de escravo. 
. Ação penal: 
 . Ação Penal Pública Incondicionada. 
. Competência: 
 . Tem-se uma discussão doutrinária e jurisprudencial. – Em princípio, quando fosse um 
caso isolado, não seria uma situação de competência da justiça federal. 
 . A competência seria da justiça federal apenas nas situações de vários sujeitos 
passivos. – Exemplo: fazendas no interior em que se tem vários sujeitos. 
 . Caso isolado = COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL = é objeto de discussão, uma 
vez que se tem até mesmo decisão do STF apontando que seria competência da Justiça 
Federal. 
. Modalidades equiparadas: 
 CADERNO – DIREITO PENAL IV – MAYANA SALES 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 49 
 
. Duas situações que se aconteceram a pena será exatamente a mesma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 
O CRIME DE FURTO 
 
 
 
 
 
1) Bem jurídico tutelado: 
. Patrimônio do dono ou de quem tenha a posse. 
2) Elementos: 
. Núcleo: COISA ALHEIA MÓVEL. 
 . Coisa é qualquer bem corpóreo. – Tem que ser um bem móvel. 
 . A coisa precisa ser alheia. 
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. Algumas observações de situações em que não será configurado o crime de furto: 
 
 
 
. Res derelicta: exemplo dos EUA que empregadas domésticas brasileiras que postam 
encontrando coisas abandonadas muito boas. 
. Res commune omnium: como na situação em que eu furto algo que era do meu condomínio 
(era meu também = de todos = responde por outro crime que não esse furto comum). 
. Res desperdicta: 
 . Coisa achada é a mesma coisa de não ter dono? NÃO, tem dono, mas está perdida. – 
NÃO SERÁ CRIME DE FURTO, será crime de apropriação indébita, mais especificamente 
apropriação de coisa achada. 
 . Se você sabe quem é o dono, você entrega a ele. Caso não saiba, entrega a autoridade 
em um prazo máximo de 15 dias. 
 . Exemplo: Mayana vai ao banheiro da faculdade e deixa o celular cair no lixo. Malu 
entra, encontra = ela não responde por furto, mas sim por apropriação indébita. 
. Não há nenhum ponto/momento de violência ou grave ameaça, tampouco redução da 
capacidade de resistência da vítima. 
. Essa subtração/furto tem que acontecer porque o sujeito quer aquele bem móvel para ele 
ou outra pessoa. – TEM A INTENÇÃO DE FICAR PRA ELE OU DAR PRA OUTRA PESSOA. 
 . Não pode ter a intenção de usar e devolver. – O furto de uso = não existe esse tipo 
penal = fato atípico. – Pois, é necessário para a configuração do crime de furto que o sujeito 
tenha a intenção de ficar para si e 
 . Furto de uso não se confunde com arrependimento posterior, pois o sujeito nunca 
teve a intenção de ficar. – Arrependimento posterior é causa de diminuição. 
. Um cadáver pode ser objeto de furto? 
 . O cadáver que já deixou de ser cadáver para ser objeto de estudo = pode ser objeto 
de furto, pois é um indigente = não existe sentimento em relação a este. 
 . Se eu ofendo o cadáver que está lá enterrado = tipo penal específico ligado aos 
sentimentos do morto. 
. Animal pode ser objeto de furto? 
 . Sim, pode! 
. Pessoa pode ser objeto de furto? 
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 . NÃO, pois aqui no crime de furto se fala de uma coisa e não de alguém. 
. Sujeito ativo: 
. Pessoa Jurídica pode ser sujeito passivo do crime de furto. 
. Elemento subjetivo: DOLO – além do dolo de subtrair, tem-se um dolo específico da 
subtração para o sujeito que o faz ou para entregar a outra pessoa. 
. Para Teoria da Amotio: o crime de furto se configura quando a transferência da posse do 
bem acontece, saindo de quem era o dono ou tinha a posse – para o sujeito ativo do furto. 
 . “Consoante a teoria da amotio ou apreehensio, basta a inversão

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