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Resumo - Fisiopatologia do hipotireoidismo e hipertireoidismo 1 🩺 Resumo - Fisiopatologia do hipotireoidismo e hipertireoidismo Quando um indivíduo apresenta níveis aumentados de TSH e diminuídos de T3 e T4 → hipotireoidismo Quando ele apresenta níveis baixos de TSH e aumentados de T3 e T4 → hipertireoidismo Hipertireoidismo ETIOLOGIAS: as causas mais comuns de hipertireoidismo são a doença de graves, bócio multinodular tóxico e adenoma tóxico. A DG é uma doença autoimune em que a tireoide é estimulada por anticorpos contra o receptor do TSH. O adenoma tóxico resulta, na maioria dos casos, de mutações no receptor do TSH. Nas duas situações, existe produção autônoma de T3 e T4. Em alguns casos, o T4 pode estar normal, caracterizando a T3- toxicose. Excepcionalmente, o hipertireoidismo pode resultar de tumor hipofisário secretor de TSH. FATORES AMBIENTAIS: jejum prolongado, dietas restritivas, desnutrição e anorexia nervosa diminuem a valores subnormais as concentrações séricas das frações livre e total do T3. À medida que o T3 diminui, há um aumento da concentração do rT3, devido à diminuicao de sua depuração. Em contrapartida, dietas hipercalóricas, principalmente as ricas em carboidratos, elevam os níveis séricos de T3. A diminuição de T3, durante um período de jejum é vista por muitos como um mecanismo de economia de energia. Tireotoxicose é um estado hipermetabólico causado por níveis circulantes elevados de T3 e T4 livres HT em excesso causam alterações no metabolismo, no sist. nervoso e coração Causa mais comum: hiperfunção da tireoide Outras causas: liberação excessiva de hormônio tireoidiano pré-formado (na tireoidite) proveniente de uma fonte extratireroidiana (e não uma glândula hiperfuncional) 💡 Hipertireoidismo é uma categoria da tireotoxicose (é a mais comum) 3 causas mais comuns de tireotoxicose (associadas à hiperfunção da tireoide): 1. hiperplasia difusa da tireoide associada à doença de Graves (autoimune) - 85% dos casos a. a causa mais comum de hipertireoidismo é a doença deGraves. Nessa condição, o corpo produz anticorpos, chamados de imunoglobulinas estimuladoras da tireoide (TSI, do inglês, thyroid-stimulating immunoglobulins). Esses anticorpos mimetizam a ação do TSH por se ligarem aos receptores de TSH na glândula tireoide e os ativarem. O resultado é a formação de bócio, hipersecreção de T3 e T4 e sintoma do excesso desses hormônios. Resumo - Fisiopatologia do hipotireoidismo e hipertireoidismo 2 2. bócio multinodular (“tóxico”) hiperfunionante 3. adenoma hiperfuncionante (“tóxico”) da tireoide Estado hipermetabólico (induzido pelo hormônio tireoidiano) e hiperatividade do SNA simpático → manifestações clínicas sitomas constitucionais pele macia, quente e ruborizada (aumento do fluxo sanguíneo e vasodilatação periférica → aumentar perda de calor) aumento do consumo de oxigênio e produção metabólica de calor → pele quente e suada, intolerância ao calor e a transpiração excessiva aumento do apetite aumento da atividade simpática e hipermetabolismo → aumento do catabolismo de proteínas → perda de peso gastrointestinais estimualção do intestino → hipermotilidade → tempo de trânsito rápido pode resultar em má absorção de gordura e esteatorreia cardíacas aumento da contratilidade cardíaca e demandas de oxigênio periférico → palpitações e taquicardia Os hormônios da tireoide são conhecidos por influenciar os receptores -adrenérgicos no coração, e esses efeitos se tornam acentuados com a hipersecreção. Um sinal comum de hipertireoidismo é o batimento cardíaco rápido e o aumento da força de contração devido à regulação para cima dos receptores β1 no miocárdio pacientes mais velhos com doença cardíaca preexistente → possibilidade de desenvolver insuficiência cardíaca congestiva neuromusculares hiperatividade simpática → nervosismo, tremor, irritabilidade 50% desenvolvem fraqueza muscular proximal (miopatia tireoidiana) alterações oculares hiperatividade do SNA simpático → olhar arregalado e fixo doença de Graves: hipertireoidismo → acúmulo de tec. conjuntivo frouxo atrás das órbitas → pretuberância dos olhos oftalmopatia tireoidiana, associada à proptose doença de Graves é frequentemente acompanhada por exoftalmia, uma aparência de olhos saltados causada pelo aumento dos músculos e tecidos na órbita mediado por reação imune. superestimulação simpática do m. tarsal superior (músculo de Muller - funciona ao lado do m. levantador de pálpebra superior → eleva pálpebra superior) movimento lento de pálpebra superior (lid lag) tempestade tireoidiana = início abrupto do hipertireoidismo grave Resumo - Fisiopatologia do hipotireoidismo e hipertireoidismo 3 maior frequência: pacientes com doença de Graves provavelmente resulta da elevação aguda do nível de catecolaminas (pode ser encontrada em infecções, cirurgia, cessação de medicação antitireoidiana ou estresse) é uma emergência médica → n° significativo de pacientes não tratados morre devido arritmias cardíacas hipertireoidismo apático = tireotoxicose que ocorre em adultos mais velhos detectada durante diagnóstico laboratorial para perda de peso inexplicada ou agravamento de doença cardiovascular Diagnóstico de hipertireoidismo: características clínicas e dados laboratoriais medição de TSH sérico: teste de rastreio isolado mais útil para o hipertireoidismo → níveis diminuídos mesmo em estágios iniciais (doença ainda subclínica) baixo valor de TSH é geralmente confirmado com mensuração de T4 livre → esperado que esteja aumentado em pacientes ocasionais, o hipertireoidismo resulta predominantemente em níveis de T3 circulantes aumentados (“toxicose de T3”) nestes casos, os níveis de T4 livres podem estar diminuídos e a mensuração direta do T3 sérico pode ser útil. em casos raros de hipertireoidismo associados à hipófise (secundários), os níveis de TSH estão normais ou aumentados. uma vez que o diagnóstico de tirotoxicose tenha sido confirmado por uma combinação de ensaios de TSH e níveis do hormônio tireoidiano livre, a mensuração da captação do iodeto radioativo pela glândula tireoidiana pode ser valiosa na determinação da etiologia. Por exemplo, pode haver captação difusamente aumentada em toda a glândula (doença de Graves), captação aumentada em um nódulo solitário (adenoma tóxico) ou uma captação diminuída (tireoidite). Terapêutica: medicações múltiplas, e cada uma delas tem um mecanismo diferente de ação tipicamente, estes mecanismos incluem: um bloqueador-β para controlar os sintomas induzidos pelo tônus adrenérgico aumentado uma tionamida para bloquear a síntese de novos hormônios uma solução de iodo para bloquear a liberação do hormônio tireoidiano agentes que inibam a conversão periférica de T4 em T3 O radioiodo, que é incorporado em tecidos tireoidianos, resultando em ablação da função tireoidiana por um período de 6 a 18 semanas, também pode ser usado. Hipotireoidismo causado por distúrbios estruturais ou funcionais que interferem na produção de hormônio tireoidiano Resumo - Fisiopatologia do hipotireoidismo e hipertireoidismo 4 diminui taxa metabólica e consumo de oxigênio → produzem menos calor interno → intolerantes ao frio diminui síntese proteica → unhas quebradiças, queda de cabelo, pele fina e seca acúmulo de mucopolissacarídeos sob a pele → atraem água → aparência inchada = mixedema Crianças com hipotireoidismo: crescimento atrasado dos ossos → são mais baixas que o normal para a idade causa cretinismo → capacidade mental diminuída alterações no sist. nervoso: reflexos lentos, lentidão da fala e pensamento, sensação de fadiga alteração cardiovascular: bradicardia (baixa freq. cardíaca) 2 categorias: primária e secundária hipoteireoidismo primário (causas congênitas, autoimunes ou iatrogênicas) 1. congênitas a. defeito genéticos → perturbam desenvolvimento adequado do tireoide (disgenesia da tireoide) ou síntese do hormônio tireoidiano (bócio disormonogenético) são raros mas constituem a causa mair comumde hipotireoidismo congênito b. deficiência endêmica de iodo dietético → causa comum em bebês e crianças em todo o mundo i. sem iodo, a tireoide é incapaz de formar seus hormônios 2. autoimunes a. doença autoimune da tireoide é uma causa comum de hipotireoidismo em regiões onde o iodo é suplementado em produtos alimentícios contendo sal b. maioria dos casos: tireoidite de Hashimoto 3. iatrogênicas a. pode ser causado por ablação cirúrgica ou induzido por radiação do parênquima tireoidiano b. pode ser também causado por efeitos adversos não intecionais de medicamentos Resumo - Fisiopatologia do hipotireoidismo e hipertireoidismo 5 Manifestações clínicas: cretinismo e mixedema Cretinismo hipotireoidismo em lactentes ou durante a primeira infância cretisnismo endêmico: era frequente em regiões onde a deficiência alimentar de iodo é endêmica → suplementalção generalizada de sal com iodo → queda de frequência cretinismo esporádico: defeitos enzimáticos → interferência na sintese do hormônio tireoidiano (causa) características clínicas desenvolvimento prejudicado do sist. esquelético e sist. nervoso central atraso mental grave depende do momento em que a deficiência hormonal ocorre in útero se a defic. hormonal da mãe estiver presente antes do desenvolvimento da tireoide do feto → retardo mental grave baixa estatura características faciais grosseiras língua protuberante hérnia umbilical Mixederma hipotireoidismo em crianças mais velhas e adultos sintomas iniciais: fadiga generalizada apatia lentidão mental (podem imitar a depressão) diminuição da ativ. simpática → constipação e diminuição da sudorese pele fria e pálida (diminuição do fluxo sanguíneo) diminuição do débito cardíaco → falta de ar e redução da capacid. de realizar exercícios físicos hormônios tireoidianos regulam a transcrição de vários genes sarcolêmicos (x.: ATPases de cálcio) → produtos codificados vão fazer a manutenção de um débito cardíaco eficiente hipotireoidismo → perfil lipídico aterogênico (aumento dos níveis de colesterol total e de LDL) → taxas de mortalidade cardiovascular adversas acúmulo de substâncias da matriz extracelular (glicosaminoglicanos e ác. hialurônico) na ele, tec. cutâneo e vísceras → edema não depressível, alargamento e engrossamento das características faciais, aumento da língua e aprofundamento do rim da voz concetração sérica de TSH é aumentada em pacientes com hipotireoidismo primário por conta da perda de feedback inibitório do hormônio liberador de tireotrofina (TRH) e da produção de TSH pelo hipotálamo e pela hipófise, respectivamente Resumo - Fisiopatologia do hipotireoidismo e hipertireoidismo 6 T4 sérico está reduzido em pacientes com hipotireoidismo de qualquer origem 💡 Baixos níveis de T3 e T4 no sangue não são capazes de exercer retroalimentação negativa no hipotálamo e na adeno-hipófise. Na ausência de retroalimentação negativa, a secreção do TSH aumenta significativamente, e o estímulo do TSH aumenta a glândula tireoide (bócio). Apesar da hipertrofia, a glândula não pode obter iodo para produzir hormônios, e, assim, o paciente permanece com hipotireoidismo.
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