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Anna Victória T17 – Endocrinologia 1 Doenças Tireoidianas Fisiologia dos hormônios tireoidianos • Tireoide localiza-se na região anterior do pescoço • Pesa cerca de 15 a 20 g. • Tem dois lobos unidos pelo istmo • Extremamente vascularizada • Produz e armazena hormônios tireoidianos → regulação do metabolismo de todas as células do organismo. Regulação da função tireoidiana • A tireoide é regulada por uma glândula chamada hipófise. A hipófise por sua vez é regulada pelo hipotálamo. • Hipotálamo produz hormônio liberador de tireotrofina (TRH) → chega à adeno-hipofise e estimula a secreção de hormônio tireoestimulante (TSH) • O TSH, por sua vez, estimula ou inibe a produção de hormônios tireoidianos. • Quando a tireoide está produzindo muito hormônio, tem excesso de TSH, o T3 e o T4 vão para o hipotálamo e para a hipófise por feedback negativo e vão dizer “chega, já tem muito hormônio” • Quando tem pouco hormônio, o T3 e o T4, por feedback positivo vão estimular a produção tanto de TRH quanto do TSH • O TSH age em seu receptor nas células foliculares da tireoide → estimula todas as etapas de síntese dos hormônios tireoidianos. Fisiologia dos hormônios tireoidianos • O íon mais importante para a produção dos hormônios tireoidianos é o iodo, sem o iodo os hormônios tireoidianos não conseguem ser produzidos. • O transporte de iodeto para o interior da célula (do iodeto que teoricamente estaria no plasma), ocorre quando ele entra na célula tireoidiana e sofre uma peroxidase (oxidação). Quando isso ocorre o iodeto se liga com a tireoglobulina, formando tanto o MIT (monoiodotirosina) quanto o DIT (di-iodotirosina). Anna Victória T17 – Endocrinologia 2 • DIT + DIT = T4 • MIT +DIT = T3 • Isso é o que acontece dentro das células foliculares da tireoide • Depois que o hormônio é produzido ele volta e entra na célula para ser liberado no plasma, sendo secretado para realizar o que precisa fazer no nosso corpo. • O T4 é o principal hormônio liberado pela tireoide → menor afinidade pelo receptor dos hormônios tireoidianos • Tireoide produz 20% do T3 circulante → maior afinidade pelo receptor (4 a 10 vezes maior) • 80% do T3 circulante vem da conversão periférica de T4 em T3 → ação das enzimas deiodinases. • O hormônio mais produzido pela glândula tireoidiana é o T4, mas o hormônio ativo, que tem mais afinidade pelos receptores onde o hormônio tireoidiano vai agir é o T3. • Deiodinase tipo 1: converte T4 da circulação sistêmica em T3 (fígado) • Deiodinase tipo 2: presente no hipotálamo e hipófise, converte T4 em T3 localmente. • Deiodinase tipo 3: inativa o T4 em T3 reverso (Rt3) → que é um hormônio inativo (é um T3 que não tem função/inativo, quando existe muita produção, por exemplo, no hipertireoidismo ou na doença de Graves, o T4 acaba sendo convertido em T3 para que aquele hormônio não seja mais funcionante) • Maior parte dos hormônios da tireoide fica ligada a proteínas (>99,5%), e a menor parte fica livre na circulação → fração ativa destes hormônios (o que está livre é que vai agir e realizar as funções dos hormônios tireoidianos). • Proteínas transportadoras → globulina ligadora de tiroxina (TBG), transtirretina, albumina. • A secreção de TSH é pulsátil, ritmo circadiano • Pulsos ocorrendo entre 22h e 4h • Pequenas alterações de HT livres provocam grandes alterações nos valores séricos de TSH (Relação logarítmica) – ou seja, pequenas alterações do T3 e T4 ocasionam grandes alterações no TSH. • TSH melhor indicador de alterações discretas na função tireoidiana. Interpretação dos testes de função tireoidiana • Hipotireoidismo • Hipertireoidismo • Diagnosticadas pela dosagem de TSH e T3/T4 (principalmente T4 livre), pois o T4 livre é um hormônio mais facilmente medido nos laboratórios. Hipotireoidismo primário • Primário = problema na glândula. • A tireoide não está conseguindo produzir hormônio tireoidiano, consequentemente diminui T3 e T4, por feedback positivo há tentativa de estimular tanto o THS e o hipotálamo (através do TRH). O TRH é estimulado e consequentemente o TSH, na tentativa de suprir essa hipofunção. TSH e T4 e T3 Hipotireoidismo central • TSH baixo ou normal e T4 • Problema no hipotálamo ou na hipófise, consequentemente diminui TRH, diminui TSH e diminui T3 e T4, pois o estímulo não está chegando, então a tireoide não consegue produzir hormônio. Anna Victória T17 – Endocrinologia 3 Hipertireoidismo primário • TSH e T4 e T3 • O problema está na tireoide, ela está produzindo muito hormônio (mais do que deveria), está estimulando T3 e T4. Por feedback negativo, tento desestimular, diminui TRH, diminui TSH. Hipertireoidismo central • TSH T3 e T4 • Problema no hipotálamo ou na hipófise, o TSH está sendo estimulado, consequentemente estimula muito T3 eT4 Ultrassonografia de tireoide • Avaliar o tamanho da tireoide • Textura do parênquima • Bordas (regular, irregular) • Vascularização (doença de Graves – hipervascularizada) • Presença/ausência de nódulos • Parênquima heterogêneo: autoimune. Cintilografia da tireoide • Imagens da glândula após administração de radiofármacos (Tc99m, iodo-131 ou iodo-123) • Medicação EV • A captação normal da glândula tireoide é semelhante à das glândulas salivares submandibulares. • Captação maior → hipercaptação; captação menor → hipocaptante. • Graves tem hipercaptação • Captação normal em 24h (RAIU/24h): 8-35% Caso clínico Identificação: E.L.C, 23 anos, sexo feminino, parda, estudante, solteira, natural e procedente de Sobral/CE. QP: Sonolência excessiva e aumento do fluxo menstrual há 6 meses HDA: Paciente relata que nos últimos 6 meses se apresenta mais cansada que o normal – dorme nas aulas e não se sente disposta para nada. Além disso, seus ciclos menstruais encontram-se irregulares e com fluxo aumentado, se tornando um fato incomodo em sua vida social. Queixa ainda de excesso de frio, queda de cabelo, unhas quebradiças, e ganho de peso. Interrogatório Sintomatológico • Geral: fadiga, astenia, indisposição, ganho de peso, nega febre • Pele e fâneros: pele seca e queda de cabelos • Aparelho gastrointestinal: constipação intestinal (evacua em torno de 6/6 dias) • Aparelho musculoesquelético: câimbras frequentes. Antecedentes Pessoais: • Diabetes tipo 1 • Vegana Anna Victória T17 – Endocrinologia 4 Antecedentes familiares • Avó materna diabética • Pai hipertensão • Mãe com doença tireoidiana (não sabe referir qual, mas faz uso de puran [SIC]) • Tio materno em tratamento de câncer de próstata Exame físico Qual sua hipótese diagnostica? • Hipotireoidismo - fadiga, astenia, indisposição, ganho de peso, fluxo menstrual irregular. • Obs.: tanto hipotireoidismo quanto hipertireoidismo podem dar disfunção menstrual. Diagnósticos diferenciais? • Anemia por deficiência de ferro Qual sua abordagem? • Pedir dosagem de TSH e T4 livre • Bócio difuso → US de tireoide (para ver se tem alguma coisa) Toda doença autoimune, tanto hipo (Hashimoto) quanto hiper (doença de Graves) tem parênquima heterogêneo. Hipotireoidismo • Deficiência na produção ou ação dos hormônios tireoidianos → alentecimento generalizado dos processos metabólicos (as células receptoras não conseguem perceber que o hormônio está presente) • Primário: mau funcionamento da própria tireoide • Secundário: causa hipofisária → deficiência de TSH • Terciário: deficiência hipotalâmica do TRH. Introdução • Hipotireoidismo primário → 95% do total de casos de hipotireoidismo (maioria) • Prevalência de 2% nas mulheres e 0,1-0,25 em homens (prevalência maior na mulher) Anna Victória T17 – Endocrinologia 5 • Endêmico em regiões com deficiência de iodo • Hipotireoidismo central tem prevalência estimada de 0,005% • Hipotireoidismo congênito ocorre em 1 a cada 4.000a 5.000 recém-nascidos (teste do pezinho para detectar) Hipotireoidismo primário • Tireoide de Hashimoto → autoimune (principal causa) • Doença de graves estágio final. • Doenças infiltrativas (amiloidose, hemocromatose, sarcoidose) • Agenesia e ectopia tireoidianas • Radioterapia externa de cabeça e pescoço • Fármacos (antitireoidianos, iodo, lítio, amiodarona, contrastes radiológicos etc.). Wolff-Chaikof Fatores de risco Hipotireoidismo central • Processo neoplásico, inflamatório, infiltrativo, isquêmico ou traumático que comprometa a capacidade secretória da hipófise anterior e/ou do hipotálamo. • Tumor de hipófise – causa de hipotireoidismo central Diagnóstico clínico Anna Victória T17 – Endocrinologia 6 • 2/3 dos pacientes podem apresentar ganho ponderal • Em geral é modesto e consequente à retenção hídrica • Obesidade não faz parte do quadro do hipotireoidismo Alterações metabólicas: • Elevação do LDL com ou sem hipertrigliceridemia • Esteatose hepática é comum Alterações endócrinas: • Hiperprolactinemia (Produção de leite em mulher não grávida, TSH e TRH estimulam a prolactina, prolactina aumentada pode dar galactorreia) • Redução de TGF-1 Manifestações neurológicas: • Cefaleia, tonturas, zumbido, astenia, fala lenta, hiporreflexia, déficits cognitivos, distúrbios visuais, deficiência auditiva, parestesias • Coma mixedematoso • Depressão/demência (protocolo pedir exames tireoidianos) Alterações dermatológicas: • Pele seca e descamativa • Cabelos secos e quebradiços, queda • de cabelos • Fragilidade ungueal • Rarefação do terço distal das sobrancelhas • Edema facial • Edema de MMII ou generalizado Alterações cardiovasculares: • Bradicardia, hipofonese de bulhas, baixa voltagem do QRS • ICC • Derrame pericárdico • Risco aumentado para doença arterial coronariana aterosclerótica • PA divergente Fascies mixedematosa: edema embaixo das pálpebras, com o tratamento desincha. Anna Victória T17 – Endocrinologia 7 Alterações gastrointestinais: • Anorexia, constipação intestinal e distensão • Retardo no esvaziamento gástrico • Macroglossia (língua mais grossa) • Ascite mixedematosa Alterações respiratórias: • Derrame pleural • Apneia obstrutiva do sono Sistema reprodutivo: • Mulheres: irregularidades menstruais, anovulação e infertilidade • Homens: redução da libido, disfunção erétil e oligospermia (poucos espermatozoides) Alterações musculoesqueléticas • Fadiga muscular generalizada • Mialgias • Cãibra Bócio • Aumento do volume da tireoide ➢ Decorrente da tireoide de Hashimoto. ➢ Grave deficiência de iodo • Ausência de bócio ➢ Hipotireoidismo central ➢ Aplasia/hipoplasia ou ectopia da glândula. Todo hipotireoidismo tem bócio? Apenas se for primário!! Hipotireoidismo na infância • Hipotireoidismo congênito → período neonatal • Icterícia fisiológica, choro rouco, constipação intestinal, sonolência, hérnia umbilical, atraso da maturação óssea. • Retardo mental irreversível se não tratado precoce (por isso todo recém nascido tem que ter o teste do pezinho) • Cretinismo: hipotireoidismo congênito + retardo mental, baixa estatura, característico inchaço da face e das mãos. • Rastreada através do “teste do pezinho” Diagnóstico laboratorial Hipotireoidismo primário: • TSH elevado e níveis baixos de T4 livre Anna Victória T17 – Endocrinologia 8 • Hipotireoidismo subclínico: TSH elevado e T4 livre normal (diagnóstico laboratorial) • Anti-TPO e anti-tg → Hashimoto Hipotireoidismo central: • TSH normal ou baixo e T4 livre baixo • RNM de sela turca (tumor, neoplasia, inflamação) Tratamento • Levotiroxina em uma dose única diária (ex: Puran T4, levoid etc.) • Em jejum (30-60min) ➢ O remédio é em microgramas, se ingerir com alimento pode diminuir a absorção • Dose 1,6 a 1,8 ug/kg - Cuidado com hipertireoidismo iatrogênico • Resposta ao tratamento no hipotireoidismo primário: TSH e T4 livre após 6 semanas • Monitoramento no hipotireoidismo central: Níveis de T4 livre (nunca pelo TSH) Coma mixedematoso • Complicação grave, com mortalidade elevada (>60%) • Hipotireoidismo grave de longa duração não diagnosticados ou tratados de maneira inadequada. • Evento precipitante (infecção, exposição ao frio, SCA, cirurgias, traumas) • Tríade clássica: evento precipitante, hipotermia e alteração no nível de consciência. • Outros sintomas: bradicardia, insuficiência respiratória, hiponatremia e hipoglicemia. • Tratamento: medidas de suporte + tratar fator precipitante + aquecimento corporal + glicocorticoides + Levotiroxina Síndrome do eutireoideo doente • Pode ocorrer em vigência de doenças sistêmicas graves • Mecanismo de adaptação para limitar a atividade metabólica durante a doença. • Diminuição T3 sérico (hormônio ativo) e aumento concomitante do T3 reverso (hormônio inativo) • TSH normal ou baixo • T4 normal ou baixo • Não precisa tratar o eutireoideo doente, pois é uma alteração fisiológica do momento que o paciente está vivendo • Tratar doença base Tireotoxicose x Hipertireoidismo • Tireotoxicose: estado clínico decorrente do excesso de hormônios tireoidianos circulantes sistemicamente, seja qual for a origem desses hormônios. Nem toda Tireotoxicose tem hipertireoidismo. • Hipertireoidismo: estado de Tireotoxicose quando a origem do excesso de hormônio tireoidiano é a própria tireoide que está sintetizando e liberando quantidades aumentadas de hormônio. Anna Victória T17 – Endocrinologia 9 Epidemiologia • Prevalência de hipertireoidismo de 1,2% • Mais comum no sexo feminino • Idade média de 30-60 anos • Principal etiologia → doença de Graves (80% dos casos) • 2ª causa mais comum: bócio multinodular tóxico (BNMNT) e adenoma tóxico (tóxico pois produz hormônio) Etiologia • Efeito Jod-Basedow: pct começa a ingerir mais iodo → evolui com hipertireoidismo. Doença de Graves • Etiologia mais comum de hipertireoidismo (80% dos casos) • Origem autoimune → pode estar associada a outras doenças autoimunes • Prevalência de 3% nas mulheres e 0,5 nos homens • Quando não tratada mostra-se potencialmente fatal → complicações cardiovasculares • A doença de Graves pode ter o hipotireoidismo como estágio final, devido à agressão glandular pelo processo imunológico. Pacientes com hipertireoidismo autoimune podem evoluir para hipotireoidismo e vice-versa, em função de mudanças no tipo predominante de anticorpos contra o receptor do TSH (de estimuladores para bloqueadores). Etiopatogenia 1. Produção de anticorpos contra o receptor dos hormônios tireoidianos que é o receptor do TSHR (TRAb) 2. Há produção de TRAb aumentada que vai agir mesmo sem a presença do estímulo do TSH. Esse anticorpo se liga ao receptor das células tireoidianas, estimulando a produção de hormônios tireoidianos, independentemente da quantidade de TSH na hipófise. 3. Crescimento da tireoide, aumento da vascularização e aumento da produção e secreção dos hormônios tireoidianos • Fatores genéticos e ambientais podem desencadear a tríade. Anna Victória T17 – Endocrinologia 10 Diagnóstico clínico • Manifestações → efeito estimulatório dos hormônios tireoidianos sobre o metabolismo e os tecidos. Bócio • Caracteristicamente difuso → observado em 97% dos casos. • Em alguns pacientes, há frêmito e sopro sobre a glândula, produzidos por um notável aumento do fluxo sanguíneo, sendo esse achado exclusivo da doença Oftalmopatia • Anticorpos (TRAb) provocam autoagressão intraorbitária. O TRAb age na musculatura retroorbitaria aumentando a espessura desse musculo e fazendo uma proptose do globo ocular. • Pode preceder hipertireoidismo (20% das vezes), sucedê-lo (40%) ou ser concomitantemente (40%) • Exoftalmia, retração palpebral, edema periorbital, edema da conjuntiva(quemose) e hiperemia conjuntival • Em casos graves → alteração no n. óptico • Homens idosos e fumantes apresentam maior risco de desenvolver Oftalmopatia grave. Dermopatia (mixedema pré-tibial) • Espessamento da pele na área pré-tibial → acúmulo de glicosaminoglicanos • Acomete apenas 5% a 10% dos pacientes com DG • Aspecto casca de laranja Anna Victória T17 – Endocrinologia 11 Unhas de plummer • Se caracteriza pela separação da unha do leito ungueal A tríade clássica da Doença de Graves: Hipertireoidismo com bócio difuso + Oftalmopatia + mixedema pré-tibial. Diagnóstico laboratorial • TSH supresso e T3/T4 aumentados • Hipertireoidismo subclínico: TSH supresso e T3/T4 normais Anticorpos • TRAB → mais específico • Outros anticorpos: Anti-TPO e anti-tireoglobulina Exames de imagem Ultrassonografia da tireoide • Aumento difuso do tamanho • Parênquima heterogêneo • Fluxo sanguíneo aumentado ao doppler • Ausência de nódulos (pode ter nódulos, mas não são a maioria) Cintilografia de tireoide • Captação aumentada • Através da cintilografia conseguimos diferenciar: doença de graves x tireoidites x nódulo tóxico • Doença de graves: acende os dois lobos • Tireoidite: não acende nada, hipocaptação • Nódulo tóxico: acende no nódulo. Tratamento • Drogas antitireoidianas → reduzem produção de T3 e T4 Metimazol • Primeira escolha (exceto no 1º trimestre de gestação) • Melhor posologia e menos efeitos colaterais • 10 a 30 mg, via oral (VO) 1 vez/dia Propiltiouracil • Primeira escolha no 1º trimestre da gestação • Pior posologia e mais efeitos colaterais (hepatotoxicidade) • 100-300 mg/dia divididos em 2 a 3 vezes Anna Victória T17 – Endocrinologia 12 Uma das complicações do tratamento do hipertireoidismo chama-se agranulocitose → baixa importante nas células de defesa (leucócitos e granulócitos) → complicação extremamente grave e fatal. (se o pct suspeitar de infecção deve suspender a medicação e fazer um hemograma) Drogas antitireoidianas • Monitoramento com T4 livre (TSH demora meses para normalizar) • Tempo de tratamento: 12-18 meses (remissão em 30-50% dos casos) • Efeitos colaterais ➢ Leves: urticária, prurido ➢ Graves: agranulocitose e hepatotoxicidade Betabloqueadores • Tratamento sintomático → palpitações, taquicardia, hipertensão, tremores • Propranolol 40 a 120 mg/dia, em 2 a 3 tomadas • Atenolol 50-100mg Radioiodoterapia • Dose oral de iodo radioativo → tireoidite destrutiva • Glândula se torna hipofuncionante → hipotireoidismo • Tratamento definitivo e muito eficaz. Cirurgia • Pacientes que não controlam a doença com tionamidas e que recusem radioiodoterapia • Bócios volumosos • Suspeita neoplasia tireoidiana associada • Hiperparatireoidismo primário associado Crise tireotóxica (tempestade tireoidiana) • Condição grave de exacerbação clínica do hipertireoidismo • Pacientes sem tratamento adequado, submetidos a eventos agudos precipitantes • Diagnóstico clínico: escala de Burch e Wartofsky → temp., FC, fibrilação atrial e ICC, disfunção hepática ou gastrintestinal, disfunção de sistema nervoso central e presença de fator precipitante. • Tratamento: suporte + PTU + Lugol + Propranolol + Hidrocortisona Bócio uninodular tóxico ou adenoma tóxico ou doença de Plummer • Segunda causa mais frequente de hipertireoidismo • 30-60 anos • Tumor benigno → capacidade de crescer e produzir T4 e T2 de forma autônoma • Nódulo quente sempre é benigno • <2,5-3 cm • Bócio multinodular tóxico (quando é vários nódulos) Anna Victória T17 – Endocrinologia 13 Etiopatogenia • Mutação no gene do receptor do TSH → ativação constitutiva do TSH-R na ausência do TSH. • Não é autoimune. Diagnóstico • Bócio nodular • Sintomas de Tireotoxicose → menos intensos do que na doença de Graves Apresentação laboratorial TSH T4/T3 Ultrassom de tireoide • Presença e características do(s) nódulo(s) Cintilografia de tireoide • Nódulo(s) hipercaptante(s) Tratamento Radioiodoterapia (RIT) • Excelente opção de tratamento Medicamentoso (pct não entra em remissão, melhora sintomatologia/controla sintomas) • Drogas antitireoidianas • B-bloqueadores Cirurgia • Hemitireoidectomia ou tireoidectomia total • Bócios volumosos com sintomas compressivos Injeção percutânea de etanol • Alternativa efetiva para cirurgia ou RIT
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