Buscar

SÍNDROME TIREOIDIANA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SÍNDROME TIREOIDIANA
A síndrome tireoidiana é um complexo de sintomas devido à patologia da tireóide.
Há muitas doenças, mas as doenças que causam um quadro clínico pronunciado vêm à tona.
Propedêutica da Tireóide: https://www.passeidireto.com/arquivo/97209087
PRINCIPAIS EFEITOS CLÍNICOS DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS:
1. Crescimento e Desenvolvimento:
O hormônio tireoidiano desempenha um papel decisivo no desenvolvimento do encéfalo por
mecanismos que não estão totalmente elucidados → A ausência de hormônio tireoidiano durante o
período de neurogênese ativa (até 6 meses após o parto) resulta em deficiência intelectual irreversível
(cretinismo) e é acompanhada de várias alterações morfológicas no encéfalo - distúrbio na migração
neuronal, desorganização das projeções axônicas e de uma redução da sinaptogênese. O diagnóstico
precoce (20 a 30 dias de vida) tem excepcional importância, após esse período, as lesões cerebrais
podem se tornar irreversíveis
Os tecidos são, em sua maioria, afetados pela administração de hormônios tireoidianos ou pela sua
deficiência
Cretinismo endêmico: causado por uma extrema deficiência de iodo
Cretinismo esporádico: desenvolvimento anormal da tireóide ou de um defeito na síntese de hormônio
tireoidiano
2. Efeitos Termogênicos:
O hormônio T3 induz a termogênese em outros tecidos. A termogênese é altamente sensível ao
hormônio tireoidiano dentro da faixa fisiológica → significa produção de calor, importante para a
manutenção da temperatura corporal, próxima dos 37ºC.
Pequenas mudanças nas doses de reposição de levotiroxina podem alterar significativamente o gasto
energético em repouso no paciente com hipotireoidismo → O metabolismo acelerado aumenta a
termogênese, pois as células estão utilizando mais carboidrato e gorduras para produzir energia química e
calor, gerando gasto energético e diminuição da gordura corporal (princípio do emagrecimento)
3. Efeitos Cardiovasculares:
Hipertireoidismo: Pacientes apresentam taquicardia, aumento do volume sistólico, aumento do índice
cardíaco, hipertrofia cardíaca, diminuição da resistência vascular periférica e aumento da pressão de
pulso. Constitui uma causa relativamente comum de fibrilação atrial
Hipotireoidismo: Pacientes apresentam bradicardia, diminuição do índice cardíaco, derrame pericárdico,
aumento da resistência vascular periférica, redução da pressão de pulso e elevação da pressão arterial
média
O hormônio T3 diminui o tempo de relaxamento diastólico, aumenta a força de contração miocárdica e
aumenta a velocidade de contração
4. Efeitos Metabólicos:
Os hormônios tireoidianos estimulam a expressão dos receptores hepáticos de LDL e reduz os níveis de
apolipoproteína B, de modo que a hipercolesterolemia (altas taxas de colesterol no sangue) constitui um
aspecto característico do hipotireoidismo
Os hormônios tireoidianos possuem efeitos complexos sobre o metabolismo dos carboidratos
Hipertireoidismo: Aumento da gliconeogênese, depleção das reservas de glicogênio, aumento na taxa de
absorção intestinal de glicose → aumento compensatório na secreção de insulina. Pode gerar
comprometimento da tolerância à glicose ou até mesmo diabetes, porém a grande maioria dos pacientes
apresentam euglicemia.
Hipotireoidismo: Diminuição da absorção de glicose pelo intestino, secreção diminuídas de insulina e
redução da taxa de captação periférica de glicose
DISTÚRBIOS DA FUNÇÃO DA TIREÓIDE
1. Hipofunção da Tireóide → Hipotireoidismo
Conhecido como mixedema quando grave, constitui o distúrbio mais comum da função da tireóide
Deficiência de iodo: Hipotireoidismo que resulta da deficiência de iodo continua sendo um problema
comum no mundo inteiro
Tireoidite de Hashimoto: É responsável pela maioria dos casos, nas áreas onde o iodo está presente em
quantidades suficientes.
Hipotireoidismo Primário: Deficiência da própria glândula tireóide → Anticorpos circulantes dirigidos contra
a peroxidase tireoidiana e, algumas vezes, contra as tiroglobulina
Hipotireoidismo Central: Ocorre com muito menos frequência e resulta da diminuição da estimulação da
tireóide pelo TSH devido à insuficiência hipofisária (hipotireoidismo secundário) ou hipotalâmica
(hipotireoidismo terciário)
- Sintomas comuns de hipotireoidismo:
Fadiga, letargia, intolerância ao frio, lentidão mental, depressão, pele seca, constipação intestinal, ligeiro
ganho ponderal, retenção de líquido, dores e rigidez musculares e articulares (artralgia e mialgia),
parestesia, perda de cabelos, menstruações irregulares e infertilidade; dispnéia aos esforços;
Déficits cognitivos - lapsos discretos de memória ao delírio, demência, convulsões e coma
- Sinais comuns de hipotireoidismo:
Bócio (apenas no primário), bradicardia, fase de relaxamento tardia dos reflexos tendíneos profundos, pele
fria e seca, hipertensão, movimentos e fala lentos
Fácies mixedematosa; Mixedema - edema generalizado não depressível (acúmulo intersticial de
mucopolissacarídeos, ácido hialurônico e condroitina sulfato); edema periorbitário; macroglossia; ICC
(Insuficiência cardíaca congestiva); ascite; galactorreia; demência
- Sinais e sintomas do hipotireoidismo durante os primeiros meses de vida:
Problemas alimentares, atraso do crescimento, constipação intestinal e sonolência. Atraso do
desenvolvimento intelectual irreversível se o distúrbio não for tratado imediatamente
Há comprometimento do crescimento linear e da maturação óssea.
Coma Mixedematoso:
Estado extremo de hipotireoidismo, quando não tratado ou tratado inadequadamente, caracterizado por
redução do nível de consciência, bradicardia, hipotermia, derrame pericárdico e demais alterações de
gravidade → gera lentificação do funcionamento de múltiplos órgãos.
Trata-se de uma emergência que deve ser prontamente reconhecida e tratada em UTI, devido a alta
mortalidade
É desencadeado por um fator precipitante, como quadros infecciosos, infarto agudo do miocárdio ou
exposição ao frio intenso (90% dos casos ocorrem no inverno).
A suspeita clínica deve ser levantada em pacientes com história prévia de hipotireoidismo, tratamento
prévio com radioiodo ou cicatriz de tireoidectomia
Achados Clínicos Comuns: hipoxemia, hipercapnia e hipotermia
Sintomas Cardiovasculares: Diminuição do débito cardíaco, cardiomegalia, hipertensão diastólico,
aumento do risco de arritmias cardíacas, diminuição da contratilidade cardíaca, choque pela hipovolemia e
insuficiência cardíaca (é rara, geralmente ocorre em pacientes com cardiopatias prévias)
2. Hiperfunção da Tireóide → Hipertireoidismo
Conhecido também como tireotoxicose, é uma afecção causada por concentrações elevadas de hormônio
tireoidianos livres circulantes, sendo o aumento na produção de hormônios tireoidianos a causa mais
comum, com associação comum da estimulação dos receptores de TSH e aumento da captação de iodo
pela glândula tireóide
Doença de Graves: Distúrbio autoimune caracterizado por anticorpos estimuladores IgG que se ligam aos
receptores de TSH e o ativam
Hipertireoidismo subclínico: Funcionamento do tecido da tireóide autonomamente - Indivíduos que
apresentam níveis séricos subnormais de TSH e concentrações normais de t4 e t3 → ex. Bócio
uninodular/multinodular tóxico corresponde por 10 a 40% dos casos de hipertireoidismo
- Sintomas comuns de hipertireoidismo:
Fadiga, produção excessiva de calor (intolerância ao calor), aumento de sensibilidade às catecolaminas
produzidas pelo sistema nervoso simpático; Aumento no consumo de energia gera aumento do apetite e,
se a ingestão for insuficiente, há perda de peso. Além disso, pode ocorrer
PELE E FÂNEROS: Pele fina, ruborizada, quente e úmida, devido a vasodilatação - o médico começa a
reconhecer o hipertireoidismo no aperto de mão do paciente
SISTEMA CARDIOVASCULAR: Frequência cardíaca rápida, batimentos cardíacos fortes; pulsos arteriais
proeminentes e pulsáteis, dispneia de esforço → são produzidas por ação direta dos hormônios
tireoidianos sobre as fibras cardíacas (há receptores para eles no coração) - provocam aumento do volume
de ejeção e da frequênciacardíaca, vasodilatação periférica, gerando hiperatividade cardíaca, bulhas
hiperfonéticas, aumento da pressão arterial sistólica e queda da diastólica, pulso rápido, com frequência
entre 100 e 160 bpm. É comum o encontro de ritmo irregular causada por fibrilação atrial
∟ Fibrilação atrial é a principal arritmia no hipertireoidismo. Quando o hipertireoidismo é intenso e de
longa duração, o trabalho cardíaco exagerado, aumento do consumo de oxigênio e as lesões das
miofibrilas ocasiona a chamada miocardiopatia tireotóxica
SISTEMA DIGESTÓRIO: Aumento da motilidade intestinal, gerando aumento do número de dejeções
diárias. OBS: Pacientes com constipação intestinal anterior podem referir “melhora” da função intestinal
SISTEMA GENITAL: Alterações menstruais, por causa do aumento da velocidade de metabolização dos
esteróides ou da degradação de proteínas transportadoras dos hormônios sexuais. Pode haver
oligomenorreia (mais frequente), amenorreia ou polimenorreia. Abortos repetidos são registrados
Nos homens, a perda da libído e a impotência podem ocorrer. Ginecomastia é um achado frequente,
explicada pelo aumento da relação estrogênio-androgênio
SISTEMA LOCOMOTOR: Fraqueza muscular - acomete principalmente a musculatura proximal, cinturas
pélvica e escapular. O paciente refere dificuldade para levantar-se sem o auxílio das mãos e para subir
escadas. Em graus extremos, até pentear os cabelos torna-se difícil. Tais alterações são provocadas por
intenso catabolismo e consequente atrofia muscular - mais comuns e graves nos homens
SISTEMA NERVOSO: insônia, dificuldade de permanecer quieto, fala rápida, ansiedade, apreensão,
tremores finos nas mãos
SINTOMAS ATÍPICOS: cefaleia, paralisia periódica, náuseas e vômitos
- Sinais comuns do hipertireoidismo:
Hipertensão sistólica, Onicólise (deslocamento da unha do leito ungueal, mudando a sua coloração)
Oftalmias: Retração palpebral → a pálpebra superior margeia ou está acima do limbo corneano - expõe os
olhos a agentes nocivos;
Exoftalmia → inflamação do tecido conectivo periorbitário e dos músculos extraoculares mediada por
mecanismos autoimunes;
Quemose → edema conjuntival
Tempestade Tireoidiana:
Também chamada de Crise Tireotóxica (CT), é a complicação mais grave do hipertireoidismo.
Nessa condição clínica, os sinais e sintomas do hipertireoidismo estão extremamente exacerbados, com
descompensação de múltiplos sistemas e elevados riscos de morte (20 a 30% dos casos), caso o
diagnóstico e o tratamento não sejam precoces.
Trata-se de um quadro raro que acomete principalmente indivíduos do sexo feminino, com idade entre 30 a
60 anos, que apresentam doença de Graves.
Os mecanismos responsáveis pela descompensação tireoidiana até o estado de crise tireotóxica ainda não
estão bem estabelecidos. Pode ser desencadeado por processos infecciosos, procedimentos cirúrgicos,
traumas, extrações dentárias, hipoglicemias, cetoacidose diabética, suspensão da medicação
antitireoidiana, parto, palpação vigorosa da tireóide, acidente vascular cerebral (AVC), tromboembolismo
pulmonar (TEP) e insuficiência cardíaca congestiva (ICC)

Continue navegando