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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO - UNIVESP ALINE FERREIRA MAIA - R.A.: 2003319 BRENDHA ARIADNE CRUZ - R.A.: 2004544 CLÁUDIA ROSA - R.A.: 2003811 FLAVIA MATIAS DA ROSA - R.A.: 2004779 JULIANA APARECIDA DA SILVA ESPIRITO SANTO - R.A.: 2015826 PATROCINIA SERENTE FREIRES MARCHI - R.A.: 2000334 ROSANGELA FUMAGALLI LISUM - R.A.: 2008748 RODRIGO APARECIDO MARQUES DE OLIVEIRA - R.A.: 2003748 DIFICULDADES ENFRENTADAS NO ENSINO DE LITERATURA NO ENSINO MÉDIO: UMA ANÁLISE A RESPEITO DO MODO DE ENSINAR Vídeo de Apresentação https://youtu.be/N1oeywpUlf4 São Paulo - SP 2022 https://youtu.be/N1oeywpUlf4 2 UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO - UNIVESP DIFICULDADES ENFRENTADAS NO ENSINO DE LITERATURA NO ENSINO MÉDIO: UMA ANÁLISE A RESPEITO DO MODO DE ENSINAR Este trabalho refere-se ao TCC do curso de licenciatura em Letras da Univesp, sob a orientação do prof. Ms. Eduardo Eliasquevitch Mantovani. São Paulo – SP 2022 3 RESUMO O presente trabalho tem como objetivo compreender a importância do ensino da Literatura no processo de ensino-aprendizagem e as dificuldades enfrentadas no ensino de Literatura no Ensino Médio. Assim, foi proposta a utilização de metodologias ativas para solucionar os problemas que aqui foram descritos. Abordou-se como a aprendizagem baseada em projetos no ensino de literatura pode ajudar a melhorar o ensino dessa disciplina. Posteriormente, foi proposto o uso da sala de aula invertida como adjutora no ensino de literatura, assim como o uso da aprendizagem por pares (Peer Instruction) e Kahoot como recurso didático no Ensino de Literatura. Desta forma, foram analisadas as principais dificuldades que os professores enfrentam quanto ao ensino de Literatura, e propostas soluções que auxiliam ao ensino da matéria. O trabalho foi desenvolvido a partir de pesquisa bibliográfica, tendo como objetivo expor uma abordagem sobre a Literatura como ações distintas e inseparáveis, além de enfatizar a ação do docente frente a esse trabalho e quais seus procedimentos didáticos na prática pedagógica. Palavras-chave: Literatura; Modo de Ensinar; Metodologias ativas; Ensino Médio; 4 SUMÁRIO 1. Introdução..........................................................................................................5 2. Objetivos ...........................................................................................................6 3. Justificativa........................................................................................................8 4. Revisão Bibliográfica........................................................................................10 4.1. Contextualização a respeito de como se dá o ensino de Literatura..............10 4.2. Análise das principais dificuldades encontradas no ensino de Literatura......11 4.3. Utilização de metodologias ativas de aprendizagem.....................................13 4.4. Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) no ensino de Literatura............15 4.5. Sala de Aula Invertida como adjutora no ensino de Literatura......................17 4.6. Aprendizagem por Pares (Peer Instruction) no ensino de Literatura............19 5. Metodologia......................................................................................................22 6. Cronograma......................................................................................................23 7. Conclusões Finais............................................................................................24 8. Bibliografia.......................................................................................................25 5 1 Introdução Atualmente, na educação brasileira, as questões levantadas com relação a qualidade do ensino têm sido investigadas, analisadas e discutidas em todos os níveis. Os índices oficiais de avaliações têm demonstrado a dificuldade de aprendizagem dos alunos na composição do currículo básico, incluindo a disciplina de literatura. O ensino de literatura no Ensino Médio nas escolas do Brasil, infelizmente, tem apresentado dificuldades para atingir seus objetivos de forma eficaz, de modo a promover um ensino efetivo, a visar não só a base comum curricular, mas principalmente para formar leitores e incutir o gosto pela leitura. Consideramos que o ensino de literatura nas escolas no tocante aos alunos do Ensino Médio encontra-se defasada. Isto posto, são necessárias mudanças no modo de ensinar, desfazendo-se de velhos métodos e adotando o desenvolvimento de novas metodologias de ensino. Uma das questões levantadas neste trabalho não se refere a qualidade ou importância dos clássicos ou contemporâneos publicados até então, mas de um dos aspectos da literatura adotado no ensino médio. A seleção de livros e textos por si só não produz efeito de formação de leitores. A metodologia adotada para tal também é de fundamental importância no cotidiano escolar. Daí, umas das discussões explícitas neste artigo. Dado esse panorama geral, este trabalho de conclusão de curso aborda, inicialmente, a crise do ensino de literatura, enfocando algumas de suas principais defasagens e suas consequências. Ademais, enfatiza os problemas no ensino do Ensino Médio e o impacto na educação brasileira. Posteriormente, visa apresentar uma recomendação aos docentes que se propõe a reverter em parte este quadro, significativamente defasado, concernente ao leitor educando do Ensino Médio, discutindo novas metodologias pertinentes ao ensino de Literatura, capaz de revolucionar o modo de ensinar e tornar mais atrativo ao aluno, até mesmo o estudo de obras clássicas e também de obras contemporâneas. 6 2 Objetivos O presente trabalho de conclusão de curso tem como objetivo principal a análise das dificuldades enfrentadas pelos professores para a abordagem do ensino de literatura nas escolas, com foco em relação aos alunos do Ensino Médio, e propor como solução dessa problemática, a utilização de metodologias ativas a fim de despertar nos discentes o interesse pela disciplina. A partir do momento em que se compreende a respeito da abordagem de ensino da literatura, utilizada pelos professores, em sala de aula atualmente, percebe-se que a realização de aulas convencionais não desperta mais interesse pelos alunos, em razão da era tecnológica vivenciada no momento atual da história humana. Desta maneira, é imprescindível que o ensino de literatura no Ensino Médio seja atrativo, para que o aluno adquira o desejo e o gosto pela literatura. Isto posto, a utilização de metodologias ativas necessita compor a elaboração das aulas pelos docentes. Por exemplo, a utilização de ferramentas digitais, no intuito de atrair uma maior atenção dos estudantes para a disciplina. Segundo o pensamento de ALVES (2019, p.5): Isso significa que é necessário que a escola trabalhe a diversidade de gêneros, que se apresentam nos diferentes suportes a fim de tornar os discentes leitores proficientes. Portanto, compreende-se que os gêneros oriundos do ambiente virtual também precisam ser trabalhados na sala de aula, uma vez que as tecnologias permeiam as relações humanas. É exigindo, ao aluno de hoje, novas práticas de letramento, distante das tradicionais disseminadas pela escola, ele precisa lidar com textos multimodais e multissemióticos, por exemplo. Isto posto, torna-se fundamental a definição dos objetivos específicos que serão utilizados para alcançar o objetivo geral: • Compreender como se dá o ensino de literatura nas escolas nos dias atuais;• Compreender quais são as dificuldades enfrentadas pelos professores no ensino de literatura; • Compreender quais são os fatores que implicam no desenvolvimento do ensino aprendizagem da literatura no ensino médio; • Compreender os motivos pelos quais o ensino de literatura não se mostra atrativo aos alunos; 7 • Proporcionar um processo de aprendizagem mais interativo, estimulando a interação entre aluno-professor e aluno-aluno; • Propor a utilização de metodologias ativas, como solução para as dificuldades citadas; • Contribuir para o ensino de literatura no ensino médio, de modo a ampliar as propostas metodológicas de aprendizagem ativa. Em conclusão, investiga-se através desse trabalho acadêmico apresentar aos docentes as metodologias ativas, para auxiliá-los a buscar novas perspectivas de abordagem no ensino da disciplina de literatura para alunos do Ensino Médio, como por exemplo a utilização de ambientes digitais, entre outras metodologias. 8 3 Justificativa De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC): No Ensino Médio, devem ser introduzidas para fruição e conhecimento, ao lado da literatura africana, afro-brasileira, indígena e da literatura contemporânea, obras da tradição literária brasileira e de língua portuguesa, de um modo mais sistematizado, em que sejam aprofundadas as relações com os períodos históricos, artísticos e culturais. Essa tradição, em geral, é constituída por textos clássicos, que se perfilaram como canônicos – obras que, em sua trajetória até a recepção contemporânea, mantiveram-se reiteradamente legitimadas como elemento expressivo de suas épocas (BRASIL, 2018, p.523). Mas por que ensinar literatura? Qual a importância para a sociedade o ensino das classes literárias aos alunos? Talvez, esse seja o questionamento dos alunos e o um dos motivos da falta de interesse dos mesmos, que é entender o porquê estou aprendendo isso? A BNCC explica essa necessidade no trecho abaixo: Nesse sentido, a tradição literária tem importância não só por sua condição de patrimônio, mas também por possibilitar a apreensão do imaginário e das formas de sensibilidade de uma determinada época, de suas formas poéticas e das formas de organização social e cultural do Brasil, sendo ainda hoje capazes de tocar os leitores nas emoções e nos valores. Além disso, tais obras proporcionam o contato com uma linguagem que amplia o repertório linguístico dos jovens e oportuniza novas potencialidades e experimentações de uso da língua, no contato com as ambiguidades da linguagem e seus múltiplos arranjos (BRASIL, 2018, p.523). Outro ponto importante que estamos levantando nesse trabalho são as metodologias utilizadas em sala de aula que não evoluíram junto com sociedade. Ainda não abandonamos completamente a “Educação Bancária” conceituada em Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire. As escolas ainda na grande maioria não têm recursos atrativos aos jovens que já nasceram na era da internet. Diante das mudanças ocorridas atualmente, não podemos pensar no ensino de Língua Portuguesa e Literatura ocorrendo de maneira igual ao que vem acontecendo. É preciso que os professores dessas disciplinas estejam aptos a identificar as necessidades dos jovens de hoje em dia e consigam também apresentar práticas pedagógicas que vão ao encontro do que eles esperam e do que eles precisam. O “novo” professor, além de dominar o conteúdo da disciplina, precisa conhecer metodologias de ensino que possam ser mais produtivas para um processo de ensino aprendizagem mais eficiente. A prática pedagógica não deve ser vista como algo estanque, precisa de um aprimoramento constante (CASTRO, et al, 2020, p.7). 9 Dentro desse contexto, vamos discutir aqui o uso das metodologias ativas de aprendizagem para o uso no ensino da literatura. O termo “Metodologias Ativas de Aprendizagem” foi cunhado pelos professores Charles Bonwell e James Eison em seu livro “Active Learning: Creating Excitement in the Classroom“, lançado em 1991. As metodologias ativas de aprendizagem são uma técnica pedagógica que se baseia em atividades instrucionais, capazes de engajar os estudantes em, de fato, se tornarem protagonistas no processo de construção do próprio conhecimento. Ou seja, são metodologias menos baseadas na transmissão de informações e mais no desenvolvimento de habilidades (BONWELL, EISON, 1991, p.16). Por fim, o trabalho de conclusão de curso terá como finalidade apresentar propostas de soluções que possam auxiliar o professor em sala de aula no que tange o ensino de Literatura. https://www.amazon.com.br/Active-Learning-Creating-Excitement-Classroom/dp/1878380087 https://www.amazon.com.br/Active-Learning-Creating-Excitement-Classroom/dp/1878380087 10 4 Revisão Teórica 4.1 Contextualização a respeito de como se dá o ensino de Literatura Nas escolas de ensino médio, o ensino da literatura embasa-se e concentra-se em uma abordagem historicista, além de leituras impostas e descontextualizadas aos educandos. Neste ínterim, segundo Buse (2011), no método de ensino tradicional, prioriza-se o ensino de história de literatura, amparado em fragmentos de textos. Os textos literários, embora sejam reconhecidos e constituídos na temporalidade histórica de uma comunidade ou cultura, neste viés, Aguiar e Silva entende que isso não obriga a que estudo literário seja conduzido à luz predominante da história literária, pois: “Não é com o ensino da história literária- e, sobretudo, não é com o ensino de uma esquelética, esquemática e dogmática história literária- que se seduzem e formam leitores que se educa o gosto estético-literário.” (AGUIAR E SILVA, 1998/1999, p. 27) Rank e Magalhaes (2011) ampliam essa discussão, afirmando que no Ensino Médio, em geral, as propostas para o ensino de literatura permeiam a abordagem do conteúdo como necessário e obrigatório, sob a dinâmica de estudo passivo das escolas literárias, suas características e autores, desprezando as relações estabelecidas entre o leitor o seu aspecto sensível. Nas salas de aulas, nota-se um ensino de literatura no qual o trabalho com textos literários confronta com uma análise pré-fabricada partindo de um professor ou de um livro didático. Deste modo, normalmente, os professores não tempo hábil para preparar suas aulas e realizar um estudo detalhado do conteúdo a ser trabalhado, o que os leva a seguir à risca as diretrizes teóricas dos livros, colocando o aluno numa posição passiva perante seu próprio processo de aprendizagem. Isto posto, os alunos sentem-se desmotivados a tal ponto de não enxergarem nos textos literários qualquer lógica ou atrativo as suas próprias referencias, que na maioria das vezes o afasta do estudo de literatura. Atualmente, outra problemática observada, trata-se dos alunos serem obrigados a lerem livros clássicos, obras escritas nos séculos passados, o qual o tempo, a época e contextos diferentes aos dos dias atuais. 11 As obras clássicas não atraem os alunos de hoje em dia, porém esses textos são exigidos ano a ano em planos curriculares. Assim, deixa-se de aproveitar obras literárias brasileiras, como obras infanto-juvenis, que são próprias para a idade dos jovens tornando-se assim mais atrativas e prazerosa, as quais os jovens se interessariam muito mais, entretanto as escolas não acompanharam a evolução e ficaram estagnadas a um currículo antigo e retrógrado. Segundo o pensamento de COSSON: No ensino médio, o ensino da literatura limita-se a literatura brasileira, ou melhor, a história da literatura brasileira, usualmente na sua forma mais indigente, quase como apenas uma cronologia literária, em uma sucessão dicotômica entre estilos de época, cânone e dados biográficos dos autores, acompanhada de rasgos teóricos sobre gêneros, formas fixas e alguma coisa de retóricaem uma perspectiva pra lá de tradicional. (COSSON, 2014, p.21) Percebe-se que é imprescindível que o professor esteja aberto a um novo modo de ensinar, para que a disciplina de literatura vá além de mera abordagem de conteúdo, proporcionando a efetiva interação entre aluno e o conteúdo proposto em sala de aula. Deste modo, dado esse panorama inicial de como se dá o ensino de literatura nas escolas de ensino médio, faz-se necessário a análise especifica das dificuldades enfrentadas no tocante a disciplina referida. 4.2 Análise das principais dificuldades encontradas no ensino de Literatura O estudo de literatura é muito mais que uma simples análise dos movimentos literários, suas características e abordagem de obras. Mas para atingir esse objetivo, é fundamental a análise das principais dificuldades encontradas no ensino de literatura. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ressalta que: Em relação à Literatura, a leitura do texto literário, que ocupa o centro do trabalho no Ensino Fundamental, deve permanecer nuclear o Ensino Médio. Por força de certa simplificação didática, as biografias de autores, as características de épocas, os resumos e outros gêneros artísticos substitutivos, como o cinema e as HQs, tem relegado o texto literário a um plano secundário de ensino. Assim, é importante não só (re)colocá-lo como ponto de partida para o trabalho com literatura, como intensificar seu convívio com os estudantes. Como linguagem artisticamente organizada, a literatura enriquece nossa percepção e nossa visão de mundo. Mediante arranjos especiais das palavras, ela cria um universo que 12 nos permite aumentar nossa capacidade de ver e sentir. Nesse sentido, a literatura possibilita uma ampliação da nossa visão do mundo, ajuda-nos não só a ver mais, mas a colocar em questão muito do que estamos vendo e vivenciando. (BRASIL, 2017) A própria BNCC cita uma das dificuldades enfrentadas no ensino de literatura que é o fato de se colocar o texto literário em segundo plano, tirando a oportunidade dos alunos de se familiarizar com o texto e descobrir a riqueza da literatura, bem como desenvolver o que na BNCC prevê: alargar a visão de mundo e conectar com a realidade vivenciada. É imprescindível expor também que como a Literatura está ligada à arte e à história, os alunos, via de regra, não conseguem ver sentido no estudo dessa disciplina, por se tratar de um estudo de obras e estilos literários de tempo muito anterior a ele, que apresenta costumes e tradições que não fazem parte de sua realidade, ou sequer tenha visto algo parecido. Além disso, no tocante a análise dos alunos do Ensino Médio, observa-se que muitos não gostam de ler, apresentam enorme desinteresse no estudo de literatura, especialmente, quanto a leitura de textos literários, teóricos e resistência para analisá- los, interpretá-los e extrair deles conhecimento. Segundo explica Flores (2015) a extinção da dificuldade de leitura e interpretação não é automática, nem a frequência escolar por si só garantirá a superação dessas limitações. Muitos alunos que esbarram com essa dificuldade, se não assistidos adequadamente, levarão consigo essa barreira por toda vida, de modo que nunca aprenderão de fato a literatura e apresentarão dificuldades, especialmente, no tocante a leitura. Assim sendo, diante desse cenário de desinteresse dos alunos, observa-se outra dificuldade encontrada. O modo de ensinar literatura permeia a aplicação de métodos de ensino obsoletos e tradicionalista, dotado de foco no educador e sem uso de recursos além do livro didático, giz, lousa e caderno, de tal forma que é necessária uma revolução na abordagem de ensino nas escolas, conforme se abordará em tópico posterior. Por fim, destaca-se o ensino voltado para o vestibular, com o foco em memorizar datas, nomes de obras e respectivos autores e as características das escolas literárias não é interessante quanto ao principal objetivo da literatura: formar cidadãos críticos. Em 13 oposição a esse modo de ensinar, Castro (apud AUSUBEL ET AL., 1980, p. 160) esclarece que: O ser humano constrói significados de maneira mais eficiente quando considera inicialmente a aprendizagem das questões mais gerais e inclusivas de um tema, ao invés de trabalhar inicialmente com as questões mais específicas desse assunto: O fator isolado mais importante que influencia a aprendizagem é aquilo que o aprendiz já conhece. Descubra o que ele sabe e baseie nisso os seus ensinamentos. (AUSUBEL ET AL., 1980, p. 160) E Castro (apud MOREIRA, et al, 2004, p. 5) corrobora com Ausubel quando afirma que a aprendizagem significativa é progressiva, ou seja, os significados vão sendo captados e internalizados progressivamente e nesse processo a linguagem e a interação pessoal são muito importantes. Em conclusão, o ensino e aprendizado de literatura será mais efetivo se for realizado de maneira significativa, o que é oposto ao método de memorização. E ainda, Paulo Freire reforça a importância de discutir com os alunos a razão de ser de alguns desses saberes em relação com o ensino dos conteúdos. Trazer para a sala de aula, a realização concreta associada ao que se ensina. O professor precisa conhecer as obras com as quais vai trabalhar, conhecer um pouco sobre os autores. Ademais, é importante que os docentes conheçam os objetivos do ensino de literatura no tocante a formação de seres críticos para assim melhor direcionar a forma como a disciplina será ministrada, de tal forma a alcançar resultados efetivos. Por fim, em busca desses objetivos, salienta-se que é fundamental que os professores busquem aplicar metodologias ativas no ensino de literatura, para que a disciplina de literatura se torne mais interessante aos alunos do Ensino Médio. 4.3 Utilização de metodologias ativas de aprendizagem na disciplina de Literatura Diante de tantas dificuldades no ensino de literatura no ensino médio, como por exemplo, a dinâmica defasada de prática pedagógica aplicada em sala de aula e a ausência de atratividade pelos alunos, faz-se necessário a utilização de metodologias ativas de aprendizagem. 14 Em primeiro momento, é de extrema importância a compreensão conceitual a respeito das metodologias ativas. Assim, segundo Bacich e Moran (2018), as metodologias ativas são estratégias de ensino centradas na participação efetiva dos estudantes na construção do processo de aprendizagem, de forma flexível, interligada e híbrida. Já para Neves (2018), são mecanismos didáticos que colocam o aluno direta e ativamente no centro do processo de aquisição do conhecimento, pois concentram o ensino e a aprendizagem no ‘fazer para aprofundar o saber’. No ensino de literatura nas escolas, deve-se ir além da mera apresentação do conteúdo literário de forma passiva. Neste sentido, Neves expõe: “A cultura da passividade: olhar, ouvir e anotar - deve ser substituída pela cultura da interatividade - analisar, debater, resolver problemas e participar ativamente” (NEVES, 2018, p.45) É de suma importância a promoção de um ensino dialógico, que busque a produção do conhecimento a partir do próprio aluno, sendo ele o grande protagonista. Essa mudança necessária no ensino de literatura permite que o aluno assuma um papel mais participativo e ativo, além de comprometimento e engajamento com seu aprendizado. Nessa perspectiva, conforme artigo escrito por Amanda Veigas: As metodologias ativas representam justamente essa mudança no paradigma do processo de ensino-aprendizagem. Nesse sentido, o aluno se torna o protagonista, sendo corresponsável pelo seu aprendizado. O educador assume um papel de orientador, guiando a aula, mas possibilitando aos estudantes que participem e modifiquem ativamente a construção do conhecimento.(VEIGAS, 2020, p.1) Portanto, a grande solução para que o ensino de literatura nas escolas se dê de forma efetiva, atingindo seus objetivos, como por exemplo, construir cidadãos mais críticos e conscientes e que ao final do ensino médio o aluno tenha conhecimento teórico sobre a disciplina, é imprescindível uma mudança no modo de ensinar, através da utilização das metodologias ativas de aprendizagem. Destarte, dentre as referidas metodologias, cumpre destacar que podem ser aplicados estudos de casos, realização de projetos (como por exemplo, a criação e apresentação de um sarau), sala de aula invertida, gamificação, aprendizagem em pares e em equipe, entre outras. 15 Quanto a aplicação dessas práticas no ensino, pode-se fazer uso de tecnologias, pois os aplicativos, sites e recursos educacionais abertos auxiliam na aplicação dessas metodologias. Na era digital, deve-se aliar as metodologias ativas com o uso de tecnologias, conforme exemplificado. Neste viés, Masseto defende: Haverá necessidades de variar estratégias tanto para motivar o aprendiz, como para responder aos mais diferentes ritmos e formas de aprendizagem não esquecendo que a tecnologia possui um valor relativo, tendo importância quando é aplicada para facilitar o alcance dos objetivos (MASSETO, 2000, p. 144). Mediante essa afirmação é imprescindível repensar o modo de ensinar, a fim de propor uma atuação dinâmica de interatividade. Considerando que “o professor é um eterno aprendiz”, este precisará de formação continuada a respeito do uso de metodologias ativas, para que possa aplicá-las em sala de aula, tornando o ensino de literatura dinâmico e atrativo aos alunos do ensino médio. Destarte, visando uma melhor abordagem a respeito da temática, o presente trabalho abordará nos próximos subtópicos três tipos de metodologias ativas e suas aplicações associadas a recursos tecnológicos. 4.4 Aprendizagem Baseada em Projetos no ensino de Literatura Conforme já exposto, a implementação de metodologias ativas vem ganhando cada vez mais espaço no cenário da educação, sendo imprescindível compreender as mudanças substanciais referente a relação entre professor, aluno e o conhecimento e a necessidade de um novo modo de ensinar. Desta maneira, objetiva-se, em primeiro momento, apresentar a metodologia chamada “Aprendizagem Baseada em Projetos – ABP”, como uma proposta muito interessante no ensino de Literatura. Nessa abordagem, a aprendizagem ocorre de forma diferenciada, assim não se restringe ao espaço físico da sala de aula, estimulando os alunos a se interessarem pelo estudo. Ou seja, é vital dar aos alunos o acesso ao conhecimento, prepará-los para uma vida de aprendizagem e descoberta, com o domínio das habilidades e ferramentas de 16 pesquisa como parte de sua educação básica, e para isso nós precisamos criar um ambiente de aprendizagem que interage ensino e pesquisa, em que seja possível que os alunos exercitem constantemente a comunicação e a colaboração (Stahl, 1997,p.2). A partir da Aprendizagem Baseada em Projetos, os alunos se envolvem mais com a escola, assim sendo estimulando a voz e o poder de escolha do estudante, o qual irá se envolver muito mais do que simplesmente a tarefa de um projeto individual em uma dada unidade de ensino. A respeito disso, Bender dispõe: A ABP envolve uma mudança para a aprendizagem centrada no aluno, baseada em questões e problemas autênticos e envolventes, além do uso crescente das ferramentas web 2.0 e de outras tecnologias de ensino no processo de ensino- aprendizagem (BENDER, 2014, p. 29). Diante dessa metodologia, os alunos devem ser organizados em grupos para o desenvolvimento de um projeto, no qual serão estabelecidas metas a serem cumpridas em coletivo pelo grupo, a fim de atingir a realização deste projeto. Por exemplo, os estudantes podem reunir-se em grupo a fim de criarem um mural interativo, em que pode envolver diversos tipos de mídias, como textos, vídeos e imagens a respeito de um tema trabalhado em sala de aula. Cada estudante terá a sua tarefa dentro da equipe para a composição deste produto final. Neste caso, pode-se aliar a elaboração deste projeto com o uso da ferramenta “Padlet”. Destarte, os alunos exercem um processo autônomo de criatividade, reunindo- se em grupos para planejarem e efetivamente construírem tal mural a respeito do conteúdo programático, que inclusive, pode ser exposto para demais alunos pertencentes a instituição escolar, assim promovendo maior interatividade. Outro aplicativo muito interessante para a aplicação desta metodologia é o “Trello”, em que os alunos podem organizar-se para o planejamento e elaboração de um projeto. Trata-se de um aliado à Aprendizagem Baseada em Projetos, configurando-se uma excelente ferramenta visual que possibilita o gerenciamento de qualquer tipo de projeto, fluxo de trabalho ou monitoramento de tarefas de forma interativa, para que haja o trabalho em equipe, gerando ao final, um projeto. Dada essa exemplificação prática, pode-se concluir que a ABP é uma estratégia interessante para abordar a Literatura no Ensino Médio, distanciando-se das tarefas tradicionais. Conforme Bender, “a formulação de uma questão motriz para o estudo, a 17 voz e a escolha dos alunos inerentes à abordagem da ABP, a natureza cooperativa das tarefas de ABP, prazos maiores, profundidade do conteúdo abordado” (BENDER, 2014, p.31). Ao colocar em prática a ABP e associá-la ao uso de ferramentas digitais, o resultado esperado é o maior comprometimento dos alunos com aprendizagem, dando- lhes a oportunidade de trabalhar aspectos da disciplina de Literatura, além de incentivar a participação ativa, fortalecer as relações interpessoais dos alunos e também a atribuição de responsabilidade, desta forma, a despertar a motivação que impulsiona o processo de ensino e aprendizagem. 4.5 Sala de Aula Invertida como adjutora no ensino de Literatura A era da tecnologia trouxe com ela diversas modalidades de ensino a distância, uma delas elas é o blended learning ou ensino hibrido, que combina atividades presenciais com atividades a distância, por meio do uso de tecnologias digitais de comunicação e informação, as conhecidas TDCI’s. Entre as diferentes maneiras de combinar o ensino presencial e o ensino a distância, há o flipped classroom ou sala de aula invertida. Essa abordagem consiste em, segundo explica Scheneiders(2018), uma inversão das atividades que seriam realizadas em sala de aula e em casa: Considera as discussões, a assimilação e a compreensão dos conteúdos (atividades práticas, simulações, testes, ...) como objetivos centrais protagonizados pelo estudante em sala de aula, na presença do professor, enquanto mediador do processo de aprendizagem. Já a transmissão dos conhecimentos (teoria) passaria a ocorrer preferencialmente fora da sala de aula. (SCHENEIDERS, 2018, p.7) O aluno estuda em casa o material antes da aula em sala com o apoio do professor. A sala de aula passa a ser o local para se aprender ativamente, por meio de atividades de resolução de problemas, projetos, discussões, seminários, entre outros e em colaboração com os colegas. Para tanto, o professor deve disponibilizar os materiais para estudo com antecedência. Pode se valer dos mais variados tipos de recursos didáticos como um vídeo gravado por ele, um texto, uma charge, indicação de um filme ou 18 documentário, uma música, capitulo de um livro, vídeo do assunto a ser trabalhado disponível no YouTube, ou mesmo algumas perguntas norteadoras para pesquisa e ou reflexão pelo aluno. Assim, o aluno é quem ocupa o centro da ação educacional, e o conhecimento não é apenas transmitido, é construído. O aluno é colocado como sujeito histórico da ação, com papel ativo, onde suas opiniões e conhecimentos prévios são ouvidos e servemcomo pontos de partida para a construção do saber. Aqui o papel do professor é o de alguém que guia o estudante por esta estrada, auxiliando e permitindo que ele aprenda mais pela autonomia. Em se tratando de metodologias ativas no ensino de literatura, pode-se afirmar que discute elementos como interpretação textual e tudo que envolva o texto, criando confiança no aluno para que ele interprete o texto e consiga usufruir de tudo o que ele tem a oferecer. De acordo com Zilberman (2008), o leitor de literatura aciona seu imaginário, proporcionando uma experiência única, caracterizando um aprendizado. Por isso é importante que o professor adote meios que quebrem o pré-conceito inicial do aluno frente à leitura. Assim, as metodologias ativas trazem uma mudança na forma de ensinar, promovendo o Ensino Dialógico. Um exemplo de atividade de sala de aula invertida que pode ser trabalhado é a proposta da criação de um Sarau Literário. Os alunos podem ser conduzidos ao construir gradualmente um repertório de informações relacionando diferentes obras literárias e apresentadas em seguida para seus colegas, professores e até mesmo familiares (BRESSAN, 2018). Desta forma, o professor estará na posição de consultor dos alunos, indicando o que pesquisar, onde pesquisar e os auxiliando para viabilizar a ideia dos mesmos. Nessa mesma perspectiva, outra proposta oriunda de metodologias ativas é criar o gosto pela leitura e pela literatura através de peças teatrais. Esses projetos, além de estimular a curiosidade dos alunos em continuarem a ler novas obras, permitem o desenvolvimento interdisciplinar nas turmas da escola. Uma técnica que pode ser utilizada para a criação das peças teatrais é o storytelling (story + telling) significa contar história. É um método hábil de contar uma história, com alto poder de persuasão, capaz de emocionar e entreter o ouvinte. O storytelling é muito utilizado pela indústria cinematográfica e vem ganhando muito espaço nas estratégias de marketing. Para as 19 empresas de marketing o storytelling é uma forma de colocar o cliente como o herói ou o personagem principal e não o produto. Um exemplo de como colocar em prática o uso da sala de aula invertida e o storytelling numa peça teatral: O professor solicita aos alunos que pesquisem sobre a semana de arte moderna de 1922. O objetivo da pesquisa é falar sobre o modernismo no Brasil, a importância desse acontecimento e os impactos dele na cultura brasileira. Como contar essa história? Os alunos devem antes de tudo, pesquisar quem eram os idealistas e organizadores desse evento que foi realizado na cidade de São Paulo entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922. Após a pesquisa, os alunos irão criar a peça teatral, orientada pelo professor, onde os mesmos representarão esses artistas e “recriarão” o evento dentro da peça. Dessa forma, os alunos compreenderão a importância da Semana da Arte Moderna, quem são os artistas da época e quais suas obras e pode ainda despertar a curiosidade para conhecê-las. Há também a versão Digital Storytelling que pode ser aplicada em qualquer sala de aula, seja física ou virtual. É a arte de contar histórias com o uso de ferramentas tecnológicas como tablets, câmeras digitais, smartphones, computadores. Esse recurso trabalha a criatividade, a escrita, a capacidade narrativa. Os alunos podem inovar, contando histórias somente com o uso de música, fotos ou textos. Podem preparar uma apresentação de slides criados no Canva, uma conhecida ferramenta de design gráfico online e gratuita; ou gravar um vídeo sobre o tema de pesquisa no YouTube, com o auxílio de editores de vídeo gratuitos. Para isso podem utilizar imagens, fotos, músicas, ilustrações, narrações, excertos de outros vídeos, enfim o aluno pode dar asas à imaginação e apresentar suas reflexões sobre a sua aprendizagem de forma muito criativa. Isto posto, conclui-se que a sala de aula invertida é uma metodologia ativa de ensino muito interessante e capaz de revolucionar o modo de ensinar Literatura no Ensino Médio. 4.6 Aprendizagem por Pares (Peer Instruction) e Kahoot como recurso didático no Ensino de Literatura 20 Neste contexto, é necessária uma maior investigação dos docentes quanto ao uso de metodologias ativas de ensino a fim de buscar alternativas metodológicas para promover um maior engajamento dos estudantes. Assim, como exemplo, pode-se destacar o método Peer Instruction (Aprendizagem por pares). O método de instrução por colegas foi criado pelo físico Eric Mazur, professor da Universidade de Harvard. (MAZUR; SOMER ,1997, p.6). A metodologia Peer Instruction tem como principal objetivo tornar as aulas mais dinâmicas e interativas, ao contrário do ensino tradicional, no qual os alunos, em geral, assumem apenas o papel de ouvintes e sujeitos passivos em sala de aula. O método apresentado proporciona uma maior interação dos alunos em sala de aula, tornando-os protagonistas e responsáveis em conjunto com o professor pelo desenvolvimento da disciplina em sala de aula. O método pode ser descrito em nove etapas, sendo elas: • Etapa 1 – Apresentação do conteúdo destacando seus pontos principais, como autores, época de estudo e particularidades com duração média de cerca de 20 minutos; • Etapa 2 – O docente realiza uma pergunta conceitual sobre o tema apresentado, usualmente de múltipla escolha; • Etapa 3 -É repassado para os alunos um período de aproximadamente um e dois minutos para pensarem individualmente sobre a questão apresentada, devendo o mesmo após este período formular uma justificativa para sua resposta; • Etapa 4 - Os alunos de forma individual repassam sua resposta ao docente; • Etapa 5 - De acordo com a porcentagem das respostas, o docente poderá avançar para o passo seis (frequência de acertos entre 35% e 70%), ou para o passo nove (frequência de acertos for superior a 70%); • Etapa 6 - Os alunos discutem a questão em pares(duplas) por aproximadamente 5 minutos, afim de modificar através de justificativas algumas respostas anteriores; • Etapa 7 - Os alunos informam novamente, suas respostas ao docente de modo particular ou em duplas; • Etapa 8 - O docente tem um retorno sobre as respostas dos alunos após as discussões e apresenta o resultado da votação para os alunos; 21 • Etapa 9 - O docente realiza a explicação da questão com a resposta correta e continua com o repasse do conteúdo para os alunos, voltando a utilizar o método desde a etapa de número um no decorrer da aula. No decorrer da aula, durante a resposta dos alunos e no final da apresentação, pode ser utilizada concomitante uma nova metodologia ativa para a realização de um exercício de fixação junto aos alunos, como por exemplo o Kahoot. Kahoot é um aplicativo gratuito de aprendizado, cuja base é o uso de jogos pela internet. É uma plataforma utilizada pelos profissionais ligados à área de ensino, treinamento e desenvolvimento pedagógico como recurso educacional. Foi disponibilizado ao público no ano de 2013, através de um projeto, realizado pela Universidade de Ciência e Tecnologia, e desde então tem sido um excelente meio para aumentar a aprendizagem, o empenho, a participação, a motivação e a concentração dos alunos. O jogo é um teste de múltiplas escolhas, que pode ser acessado pelo próprio aplicativo Kahoot ou navegador da internet, tanto em dispositivos moveis (celulares, tablet) como computadores. Antecipadamente, o professor elabora um questionário no aplicativo. Este então é disponibilizado aos educandos. Os alunos acessam como jogadores e devem responder as perguntas apresentadas. As perguntas valem pontos. Na tabela de classificação é exibido a pontuação do jogador a cada resposta. O jogo pode tornar-se uma divertida competição de conhecimento entre os alunos, promovendo melhor aproveitamento da aula. Estaludificação tem-se prestado à avaliação formativa ou revisão de conhecimento de alunos, em substituição aos métodos tradicionais com excelentes resultados, oferecendo ao docente um retorno imediato, que contribuirá na aplicação de suas práticas pedagógicas. O método apresentado Peer Instruction, assim como as demais metodologias ativas de ensino colaboram de forma bastante significativa no aperfeiçoamento de qualidades cognitivas, sociais, culturais e motivacionais do aluno, além de potencializar seu aprendizado e aquisição de conhecimento. 22 5 Metodologia A presente elaboração acadêmica possui como finalidade a realização de um estudo minucioso com o intuito de compreender as dificuldades enfrentadas no ensino de literatura no Ensino Médio, por meio de uma análise sobre o modo de ensinar. Mas, para atingir tal temática, faz-se necessária a investigação exploratória. Destarte, para guiar essa pesquisa, de modo a abordar prontamente a temática e atingir os objetivos gerais e específicos já delimitados acima, a metodologia escolhida para a elaboração dessa apreciação acadêmica tratou-se do método dedutivo, aplicado, especificamente, por meio de pesquisa bibliográfica. Inclusive, de acordo com Perovano (2016, p. 190), é fundamental estabelecer a conexão da solução imprescindível, a partir de diagnósticos completos utilizando-se o estudo bibliográfico para que se possa propor a melhoria. Assim, o grupo por meio de encontro online e diálogo por meio de mensagens, definiu as bibliografias a serem estudadas dentro do âmbito temático tratado, por meio de livros, artigos científicos, entre outras obras científicas, a serem utilizados no desenvolvimento teórico do projeto. Ademais, realizou-se também o levantamento de bibliografias que abordam o uso de metodologias ativas de aprendizagem, capazes de revolucionar o ensino de literatura nas escolas. Portanto, esse trabalho de conclusão de curso (TCC) consiste em uma revisão de obras prontas e disponíveis, especialmente, na internet, no tocante as dificuldades enfrentadas para a abordagem do ensino de literatura nas escolas, em relação aos estudantes do Ensino Médio. Ademais, propor a utilização de metodologias ativas com a finalidade de tornar a disciplina mais interessante e atrativa ao aluno, estimulando a interação professor-aluno e aluno-aluno. 23 6 Cronograma ETAPAS/MÊS SET OUT NOV DEZ Escolha do tema X Formulação do problema e objetivos. X Escolha da metodologia a ser desenvolvido o trabalho e apuração de referências bibliográficas. X Elaboração do projeto parcial 1. X Entrega do projeto parcial 1. X Desenvolvimento aprofundado da revisão teórica, por meio de pesquisas bibliográficas. X Discussão e elaboração a respeito das conclusões finais. X Elaboração do projeto parcial 2. X Entrega do projeto parcial 2. X Realização de aprimoramentos e correções finais do trabalho. X Elaboração do vídeo. X Entrega final do trabalho teórico. X Entrega do vídeo de apresentação do TCC. X 24 7 Conclusões Finais Nota-se, com esse estudo científico, que existem diversas dificuldades enfrentadas no ensino de Literatura no Ensino Médio, tornando-se imprescindível a promoção de mudanças na maneira como ensinar nas escolas. Atualmente, os alunos possuem um novo perfil, que conforme Paulo Freire (1988), “o mundo desses alunos é polifônico e policrômico. Muito distante do espaço quase que exclusivamente monotônico, monofônico, monocromático que a escola está a lhes oferecer”. Justamente, dentro desse cenário, observou-se que os alunos do Ensino Médio necessitam de uma nova abordagem de ensino, em que é fundamental a quebra da estrutura conversadora e rígida de aprendizagem para a obtenção de resultados efetivos. O modo predominante de ensinar consiste em aulas monótonas, baseadas em um sistema tradicional, o qual não é adequado para o público atual. Assim, é hora de mudar! Toda a instituição escolar deve estar aberta para uma nova perspectiva de ensino, na qual seja possível a efetiva interação entre o aluno e o conteúdo ministrado em sala de aula. O presente trabalho de conclusão de curso mostra-se de relevância notória dentro do cenário descrito, haja vista que propõe como solução da problemática, a utilização de metodologias ativas de aprendizagem. Destarte, o ensino de Literatura deve ir muito além da mera transmissão de conteúdo, em que o aluno se encontra em uma posição passiva de aprendizagem. É vital que seja impulsionada uma verdadeira mudança no modo de ensinar, através da utilização de metodologias ativas de aprendizagem, capazes de engajar os estudantes com aquilo que faz parte do conteúdo programático de estudo. Portanto, pode-se concluir que ao utilizar essas metodologias, como por exemplo, a Aprendizagem por Pares, a Sala de Aula Invertida e a Aprendizagem Baseada em Projetos, as quais foram abordadas neste trabalho, possibilita-se uma verdadeira revolução no ensino de Literatura nas escolas, de tal forma, a colocar os alunos no centro do processo de aprendizagem e especialmente, tornando-se a disciplina muito mais atrativa para os estudantes. 25 8 Bibliografia AGUIAR E SILVA, V. Teses sobre o ensino literário na aula de português. Diacrítica – Revista do centro de estudos humanísticos do Minho, v.13-14, p. 23-31, 1998/1999. ALVES, Angelica Benício et al. A aplicabilidade de hiper contos nas aulas de Língua Portuguesa. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento, v. 8, n. 6, pág. e1186963- e1186963, 2019. BACICH, Lilian; MORAN, José. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018 BLOOM, Harold. 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