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Doença� Genétic� Metabólica�- Err� Inat� d� Metabolism� conceitos ● Metabolismo: Série gradativa de reações ⇒ cada etapa catalisada por uma enzima específica - Substrato → produto ● Erro inato do metabolismo (EIM) - Distúrbios da natureza genética que geralmente correspondem a um defeito enzimático capaz de acarretar a interrupção de uma via metabólica - Distúrbios bioquímicos geneticamente determinados, nos quais um defeito específico produz um bloqueio metabólico que pode originar uma doença - Deficiência na síntese (anabolismo), transporte, armazenamento ou degradação (catabolismo) de uma substância ● Alcaptonúria ⇒ relacionamento consanguíneo causava alteração no metabolismo dos pacientes (relação c hereditariedade e trabalhos de Mendel) ● EIM assintomáticos: não acarretam doenças - Ex: modificação de enzimas que definem a sensibilidade a certas substâncias como a PTC rota metabólica ● Pode ser bloqueada em qualquer etapa - Mutação no gene estrutural que codifica a enzima - Mutação em regulador da taxa de produção da enzima - Degradação acelerada da enzima - Mutação que afeta a absorção ou biossíntese do cofator ou altera seu sítio de ligação - Enzima codificada por 2 ou + genes ⇒ mutação de um dos genes ● Exemplos - mutação na fenilalanina-hidroxilase ⇒ origina a fenilcetonúria - mutação na tirosina aminotransferase ⇒ albinismo consequências patológicas ● Acúmulo de substrato ● Excesso de metabólitos ● Ausência do produto final ● Classificação das Consequências Patológicas - Substrato Difusível: as moléculas geradas/acumuladas na via são pequenas (ex: fenilalanina) e conseguem se distribuir pelo organismo por difusão - Macromoléculas: não conseguem se espalhar pelo organismo perda de múltiplas atividades enzimáticas ● Podem ser causadas por uma única mutação - Enzimas com compartilhamento de subunidade (proteína ativadora, de processamento ou de estabilização) ou de cofator - Enzimas processadas por outra enzima em comum homologia fenotípica ● Características clínicas e patológicas são frequentemente compartilhadas por doenças - Enzimas que funcionam na mesma área do metabolismo ● Defeitos parciais ou completos de uma enzima podem gerar diferentes fenótipos dados gerais de erros inatos do metabolismo ● Representam 10% de todas as doenças genéticas ● Individualmente são consideradas doenças raras, mas muitas compartilham características em comum ● 1 a cada 5 mil pessoas apresentam 1 erro inato no metabolismo herança autossômica recessiva ● Concentração étnica - Consanguinidade e endogamia ● Heterozigoto: produz 50% da enzima normalmente ⇒ não manifesta a doença ● Pequenos aumentos na quantidade enzimática já melhoram a clínica classificação das enzimas ● Classificação de Saudubray e Charpentier ⇒ maior aplicação clínica - Categoria 1: afetam um sistema ou apenas um órgão, sintomas mais uniformes e diagnóstico mais fácil - Categoria 2: afetam mais de um sistema, mais sinais e sintomas, diagnóstico mais difícil 1. Subdivisão em distúrbios de transporte, armazenamento (degradação e secreção), síntese, metabolismo intermediário ● Manifestações clínicas: crianças normais ao nascimento, sintomas aparecem após efeito dos agentes exógenos ● Características gerais - São congênitas ou aparecem muito cedo - Tendem a aparecer em irmãos, mas não nos genitores - Ocorrem mais em famílias com consanguinidade parental - Decorrem de alterações enzimáticas diagnóstico ● Dificuldades ⇒ grande quantidade de doenças, alta complexidade, variedade de sintomas clínicos inespecíficos ● Diagnóstico diferencial - Síndrome de Reye X encefalopatia relacionada ao ciclo da ureia ● Dados que sugerem EIM: regressão neurológica, visceromegalias, óbito logo após o nascimento, etc. ● Suspeita clínica ⇒ testes de triagem ⇒ análises qualitativas ⇒ ensaios enzimáticos ⇒ análises moleculares ⇒ diagnóstico - quanto mais rápido o diagnóstico, mais benéfico para o paciente - Iniciar terapia de suporte, pois o diagnóstico é demorado ● Triagem neonatal: importante para o tratamento precoce ● Exames laboratoriais - Urina e sangue (triagem) - Avaliações específicas (metabólitos acumulados) ⇒ avaliações moleculares ● Aconselhamento genético é indispensável, pois na maioria das vezes os pais são heterozigotos triagem neonatal ● Detecção precoce ⇒ tratamento adequado ⇒ diminuição das taxas de morbidade/mortalidade e consequências físicas/intelectuais ● Teste do Pezinho - Feito entre o 3º e 7º dia de vida (a partir de 48h) para ter tempo de expor o bebê aos fatores exógenos - Fenilcetonúria, hipotideoidismo congênito, fibrose cística, hemoglobinopatias, hiperplasia adrenal, deficiência de biotinidase - Não é considerado confirmação de diagnóstico (realizar outros exames para fechar o diagnóstico definitivo) - Na rede particular há diversos tipos, que podem identificar mais de 100 doenças tratamento ● 200 das mais de 500 doenças genéticas são tratáveis ● Tríade da eficiência do tratamento: diagnóstico correto, conhecimento da base bioquímica da doença, intervenção precoce ● Tipos de tratamento de emergência - Restrição alimentar (impedir a ingestão do substrato) - Reposição através da ingestão da enzima - Desvio (alteração da rota para um produto que não seja tóxico) - Inibição (inibir a síntese do substrato) - Depleção (remover o substrato) prevenção ● Diagnóstico pré-natal para casais de risco (heterozigotos, consanguíneos) - Exame genético com coleta de vilosidades coriônicas e amniocentese ● Aconselhamento genético ● Diagnóstico molecular e diagnóstico pré-implantação na triagem neonatal ⇒ facilitador de detecção em fase pré-clínica doenças genético-metabólicas ● Hiperfenilalaninemia ⇒ aumento da fenilalanina no plasma (o nível do aumento é diretamente proporcional às manifestações clínicas) *importante balancear os tipos de mutação nos dois alelos para a quantidade enzimática presente - Fenilcetonúria (PKU) ⇒ distúrbio na fenilalanina hidroxilase: maioria dos casos de hiperfenilalaninemia 1. Não tem atividade da enzima no fígado 2. Primeira tentativa: desvio de rota metabólica (aumento de ácido fenilpirúvico e seus metabólitos ⇒ tóxicos, afetam o SNC, redução da melanina, diminuição de serotonina e adrenalina) 3. Fenilalanina é um substrato difusível ⇒ sinais e sintomas diversos e pouco específicos 4. Sinais e sintomas: irritabilidade, convulsões, vômitos, pele seca com lesões inflamatórias e eruptivas ou eczema generalizado, pigmentação mais clara na pele/cabelos/olhos, anomalias neurológicas 5. Se não houver tratamento adequado, com 6 meses se nota deficiência intelectual 6. Tratamento: restrição dietética (não pode ser 100% pois impediria a formação de hemoglobina), muda durante as faixas etárias - Doença autossômica recessiva - Mutação no gene PAH: fenilalanina hidroxilase - Fenilcetonúria variante/Hiperfenilalaninemia branda: mutação do gene mas ainda encontra atividade enzimática residual - Hiperfenilalaninemia não-PKU: nível de fenilalanina acima do normal, mas menor do que na fenilcetonúria (não precisa de tratamento) - Heterogeneidade de locus ⇒ o problema pode estar no cofator, não no gene ● Mucopolissacaridoses (MPS) ⇒ defeito enzimático em doenças de armazenamento lisossômico - Mutação nas enzimas hidrolases ⇒ acúmulo de substrato dentro dos lisossomos ⇒ disfunção celular e morte - DIstúrbios heterogêneos ⇒ redução da função enzimática ou ausência da produção da enzima - Existem 10 deficiências enzimáticas classificadas em 7 tipos de MPS - Clínica: progressão (devido ao acúmulo de substratos com macromoléculas) ⇒ visceromegalias 1. Deterioração multissistêmica crônica progressiva 2. Organomegalia e hérnia umbilical 3. Infecções de vias aéreas, disfunções auditivas, visuais, articulares e cardiovasculares - MPS 2 (doença de Hunter): ligada ao X, a criança nasce normal e a partir dos 2 anos começa a apresentar fácies mais grosseiras - MPS 1 (deficiência de iduronidase) 1. Fenótipo severo (Hurler) ⇒ características facilmente observáveis, sem tratamentoprogride a morte por volta dos 10 anos 2. Fenótipo moderado (Scheie) ⇒ atividade enzimática residual, fácies levemente grosseiras, opacidade córnea, contraturas das articulações, inteligência normal, expectativa de vida relativamente normal 3. Fenótipo intermediário (Hurler-Scheie) 4. Tratamento: fármacos (Laronidase) que realizam a atividade da enzima; transplante de medula óssea ● Fibrose Cística ⇒ defeito de transporte - Gene CFTR (gene gigante) ⇒ codifica a proteína de membrana reguladora de condutância transmembrana da FC - Canal de cloreto CFTR tem 5 domínios: 2 atravessam a membrana, 2 de ligação a nucleotídeo (ATP) e um regulador com múltiplos sítios de fosforilação - Podem ocorrer diversas mutações - - Classe 2: pode ser tratado com chaperonas (classe 6 também é fácil de tratar) - Fisiopatologia: transporte anormal de líquidos e eletrólitos através das membranas apicais epiteliais - Consequências clínicas: pulmão (aumento de muco e infecções) e pâncreas (mais afetados), intestino, árvore hepatobiliar, trato genital, glândulas sudoríparas, beijo salgado - Diagnóstico: achados pulmonares ou pancreáticos - Tratamento: suplementação de enzimas pancreáticas, tratamento das alterações pulmonares (pode levar a insuficiência pulmonar) - Heterogeneidade genética - Genes modificadores ⇒ pacientes com mesmo genótipo e clínicas diferentes 1. Pâncreas ⇒ genótipo é um bom preditor da função pancreática exócrina 2. Pulmão ⇒ o genótipo é um mau indicador (provável influência de genes modificadores) 3. Fator de crescimento transformador B1 (TGFB1) ⇒ possui 2 alelos associados à doença pulmonar mais grave ● Tay-Sachs ⇒ doença de armazenamento lisossômico - Enzima mutada: Hexosaminidase A (hexA) ⇒ a enzima mutada não consegue degradar o esfingolipídeo gangliosídeo GM2 (acumula e causa neurodegeneração fatal) - Nascimento normal, perda visual a partir de 1 ano e morte entre 2-4 anos - A enzima precisa de 3 genes para se montar e ser funcional - Não tem tratamento - Judeus Ashkenazi: incidência 100x maior do que em outras populações sinais de alerta ● Hipoglicemia ● Convulsões ou coma ● Redução na contagem de células sanguíneas ● Odores estranhos na pele ou urina ● Vômitos recorrentes ou desidratação ● Quadros hepáticos ou renais ● *Mesmo quando o tratamento não está disponível é importante identificar um EIM para fazer aconselhamento genético
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