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Controle de Riscos e Teorias de Causas de Acidentes

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Unidade II
2. Controle de Riscos
O controle de riscos objetiva manter os riscos 
dentro dos limites de tolerância, ou seja, em todas as 
atividades existem riscos, mas isso não significa que 
os profissionais da segurança do trabalho não devam 
buscar reduzi-los ao máximo, ou mesmo neutralizá-
-los. Quando não é possível reduzir os riscos ao limite 
mínimo, deve-se conhecer bem estes riscos e contro-
lá-los à partir das características de cada um deles.
Interessante ressaltar que o controle e análise 
de riscos estão relacionados também com o contro-
le de emergências. Isso ocorre porque a função de 
controle a emergências está relacionada ao projeto 
de um sistema de controle de possíveis emergências 
que estão intimamente relacionadas aos riscos de 
uma organização1.
Um sistema de gestão e controle de riscos é o 
conjunto de instrumentos utilizados por uma orga-
nização para planejar, operar e controlar suas ativi-
dades com o objetivo de controlar seus riscos (CAR-
DELLA, 2007).
1 Organização: companhia, corporação, firma, empresa, instituição ou associa-
ção, ou parte dela, incorporada ou não, pública ou privada, que tem funções e 
estrutura administrativa
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2.1. Teoria das Causas de Acidentes
Acidentes são definidos como eventos impre-
vistos que produzem lesão, morte, perda de produ-
ção e danos a bens e propriedades. É muito difícil 
evitá-los se não compreendermos suas causas. Tem 
havido muitas tentativas de desenvolver uma teoria 
que poderia prevê-los, mas nenhuma delas teve, até 
agora, aceitação unânime. Pesquisadores de diferen-
tes campos da ciência e tecnologia têm tentado de-
senvolver uma teoria sobre as causas dos acidentes 
para ajudar a identificar, isolar e finalmente eliminar 
os fatores que causam ou contribuem para aciden-
tes. Nesta parte do trabalho será oferecido um breve 
resumo das diferentes teorias sobre as suas causas.
2.1.1 Teoria do dominó
Segundo W.H.Heinrich (1931), que desenvol-
veu a chamada teoria do “efeito dominó”, 88% dos 
acidentes são causados por atos humanos perigosos, 
de 10%, para condições de trabalho perigosas e 2% 
atos fortuitos. Ele propôs uma sequência de cinco 
fatores de acidentes, em que cada um atuaria sobre o 
seguinte de maneira similar como o fazem as peças 
de um dominó que vão caindo umas sobre as outras. 
Aqui está a sequência dos fatores do acidente:
1. História e ambiente social;
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2. Falha do trabalhador; 
3. Ato inseguro ligado a riscos mecânicos e físicos; 
4. Acidente;
5. Danos ou lesão.
Figura 2 - Teoria de Heinrich. 
Fonte: http://www.aedb.br/faculdades/eng_auto/Downloads/apostila_aci-
dentes_trabalho.pdf
Figura 3 - Teoria de Heinrich assemelha-se com a queda sequencial de peças de 
dominó. Fonte: http://www.aedb.br/faculdades/eng_auto/Downloads/apostila_aci-
dentes_trabalho.pdf
Heinrich propôs que, da mesma forma que a 
retirada de uma peça de dominó de uma fila inter-
rompe a sequência da queda, a eliminação um dos 
fatores evitaria o acidente e o dano resultante, sendo 
que a peça cuja retirada é essencial é a número 3.
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Embora Heinrich não ofereça qualquer evidên-
cia em apoio de sua teoria, esta apresenta um ponto 
de partida útil para a discussão e uma base para fu-
turas pesquisas.
Figura 4 - Teoria de Heinrich. Ao retirar a peça 03 elimina-se os acidentes e 
lesões. Fonte: http://www.aedb.br/faculdades/eng_auto/Downloads/aposti-
la_acidentes_trabalho.pdf
2.1.2 Teoria da causalidade múltipla 
Embora derivada da teoria do dominó, a teo-
ria da causalidade múltipla defende que para cada 
acidente, podem existir numerosos fatores, cau-
sas e subcausas que contribuem para o seu surgi-
mento, e que determinadas combinações destas 
causas provocam acidentes. De acordo com esta 
teoria, os fatores propícios podem se agrupar nas 
seguintes categorias:
De comportamento: nesta categoria incluem-se 
fatores relacionados ao trabalhador, como uma ati-
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tude incorreta, a falta de conhecimentos e uma con-
dição física e mental inadequada.
Ambientais: nesta categoria incluem-se a pro-
teção inapropriada de outros elementos de trabalho 
perigosos e a deterioração dos equipamentos por 
uso e a aplicação de procedimentos inseguros.
A principal contribuição desta teoria é mostrar 
que um acidente raramente ocorre com o resultado 
de uma única causa de ação.
2.1.3 Teoria da casualidade pura
De acordo com esta teoria, todos os trabalha-
dores de um conjunto determinado têm a mesma 
probabilidade de sofrer um acidente. Deduz-se que 
não se pode discernir um único meio de aconteci-
mentos que o provoquem. Segundo esta teoria, to-
dos os acidentes são considerados como atos for-
tuitos de Heinrich e se mantém a inexistência de 
intervenções para preveni-los.
2.1.4 Teoria da probabilidade tendenciosa 
Baseia-se no pressuposto de que uma vez que 
um trabalhador sofre um acidente, a probabilida-
de de se envolver em outro no futuro é aumentada 
ou diminuída em relação aos outros trabalhado-
res. A contribuição dessa teoria para o desenvol-
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vimento de ações medidas para prevenir acidentes 
é escassa ou ausente.
2.1.5 Teoria Propensão de acidente 
Segundo ela, existe um subconjunto de trabalha-
dores em cada grupo geral, cujos componentes estão 
em maior risco de sofrer. Os pesquisadores não foram 
capazes de comprovar tal afirmação de forma conclu-
siva, uma vez que a maioria dos estudos é deficiente 
e a maioria de seus resultados é contraditória e pouco 
convincente. É uma teoria, em todo caso, não goza de 
aceitação geral. Acredita-se que, mesmo quando há da-
dos empíricos para apoiá-lo, provavelmente não explica 
mais que uma proporção muito pequena de todos os 
acidentes, sem nenhuma significância estatística.
2.1.6 Teoria da transferência de energia 
Seus defensores argumentam que os trabalha-
dores sofrem lesões ou há danos ao equipamento, 
como resultado de uma mudança de energia em que 
sempre há uma fonte, uma trajetória e um receptor. 
A utilidade da teoria é determinar as causas de le-
sões e avaliar os riscos relacionados com a energia e 
metodologia de controle. Podem elaborar estratégias 
para a prevenção, a limitação ou a melhoria da trans-
ferência energia. 
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O controle de energia pode ser conseguido das 
seguintes formas:
• Retirada da fonte; 
• A mudança do desenho ou especificação dos 
elementos do posto de trabalho, 
• Manutenção preventiva. 
A trajetória da transferência de energia pode ser 
modificada mediante: 
• Isolamento da trajetória; 
• Instalação de barreiras; 
• Instalação de elementos de absorção, 
• Colocação de isolamento.
A adoção das seguintes medidas pode ajudar ao 
receptor da transferência de energia: 
• Limitação da exposição, 
• Uso de equipamentos de proteção individual.
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Exercícios
1. Explique sobre controle de riscos.
2. O que é um sistema de gestão e controle de 
riscos?
3. O que é a Teoria da Casualidade Pura?
4. O que é a Teoria Propensão de acidente?
5. O que é a Teoria da transferência de energia?

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