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Apostila-Gestão de Recursos Hídricos

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FACULDADE ÚNICA 
DE IPATINGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sérgio Serafini Júnior 
 
Pós Doutorado (2015); Doutor (2010); Mestre (2005) em Geografia Física pela Universidade 
de São Paulo (USP). Graduação em Geografia pela Universidade de São Paulo – USP 
(2000). Atua nas áreas acadêmica e técnica. Na área acadêmica, desenvolve projeto 
de pesquisa e projetos interdisciplinares. Na área técnica, participa de projetos de avali-
ação ambiental. 
GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS 
1ª edição 
Ipatinga – MG 
ANO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL 
 
Diretor Geral: Valdir Henrique Valério 
Diretor Executivo: William José Ferreira 
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos 
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira 
Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa 
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva 
 Carla Jordânia G. de Souza 
 Rubens Henrique L. de Oliveira 
Design: Brayan Lazarino Santos 
 Élen Cristina Teixeira Oliveira 
 Maria Luiza Filgueiras 
 
 
 
 
 
 
 
 
© 2021, Faculdade Única. 
 
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza-
ção escrita do Editor. 
 
 
T314i 
 
 
Teodoro, Jorge Benedito de Freitas, 1986 - . 
Introdução à filosofia / Jorge Benedito de Freitas Teodoro. – 1. ed. Ipatinga, 
MG: Editora Única, 2020. 
113 p. il. 
 
Inclui referências. 
 
ISBN: 978-65-990786-0-6 
 
1. Filosofia. 2. Racionalidade. I. Teodoro, Jorge Benedito de Freitas. II. Título. 
 
CDD: 100 
CDU: 101 
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. 
 
 
 
 
 
NEaD – Núcleo de Educação as Distancia FACULDADE ÚNICA 
Rua Salermo, 299 
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG 
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 
www.faculdadeunica.com.br
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Menu de Ícones 
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo 
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. 
Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um 
com uma função específica, mostradas a seguir: 
 
 
 
São sugestões de links para vídeos, documentos científi-
co (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou 
links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e Bibliote-
ca Pearson) relacionados com o conteúdo abordado. 
 
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações impor-
tantes nas quais você deve ter um maior grau de aten-
ção! 
 
São exercícios de fixação do conteúdo abordado em 
cada unidade do livro. 
 
São para o esclarecimento do significado de determi-
nados termos/palavras mostradas ao longo do livro. 
 
Este espaço é destinado para a reflexão sobre questões 
citadas em cada unidade, associando-o a suas ações, 
seja no ambiente profissional ou em seu cotidiano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
CONHECENDO UM POUCO MAIS SOBRE A ÁGUA ..................................... 7 
1.1 APRESENTAÇÃO ........................................................................................................ 7 
1.2 SOBRE A GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS NO CONTEXTO DA GEOGRAFIA
 ....................................................................................................................................... 15 
1.3 HIDROGRAFIA GERAL..............................................................................................16 
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 18 
 
UNIDADES GEOGRÁFICAS PARA GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS . 22 
2.1BACIA HIDROGRÁFICA COMO UNIDADE DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS
 ....................................................................................................................................... 24 
2.2 BACIAS HIDROGRÁFICAS NO BRASIL.....................................................................26 
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 29 
ASPECTOS GERAIS DE UMA BACIA HIDROGRÁFICA ............................ 33 
3.1 FISIOGRAFIA ............................................................................................................ 33 
3.2 HIERARQUIA ............................................................................................................. 36 
3.3 DRENAGEM .............................................................................................................. 39 
3.4 VAZÃO ..................................................................................................................... 45 
3.5 EXEMPLOS DE GESTÃO FALHA DOS RECURSOS HÍDRICOS....................................46 
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 48 
 
O USO DA ÁGUA .................................................................................... 52 
 
4.1 QUALIDADE DAS ÁGUAS.........................................................................................53 
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 62 
 
 
 
LEGISLAÇÃO ............................................................................................. 66 
 
5.1 OUTORGA DO USO DA ÁGUA................................................................................71 
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................ 72 
 
 
 
GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS NA PRÁTICA ...................................... 77 
 
6.1 PROPOSTAS DE AÇÕES PARA GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS........................79 
6.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................83 
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................ 84 
 
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ................................................ 90 
 
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 91 
 
 
 
 
 
UNIDADE 
01 
UNIDADE 
02 
UNIDADE 
03 
UNIDADE 
04 
UNIDADE 
05 
UNIDADE 
06 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
CONFIRA NO LIVRO 
 
Nesta primeira unidade, você vai ser apresentado aos aspectos 
introdutórios que tratam sobre a gestão de recursos hídricos, a par-
tir da revisão de alguns conceitos básicos sobre a importância da 
água em nossas vidas, na condição de um recurso natural findável. 
Também vai conhecer um pouco mais sobre sua distribuição no 
espaço geográfico, sobre sua relação com outros aspectos natu-
rais e como está organizada no espaço geográfico brasileiro. 
Na segunda unidade, serão apresentadas as unidades de referên-
cia de gestão dos recurso hídrico (região hidrográfica e bacia hi-
drográfica), além das principais características das bacias hidro-
gráficas do Brasil e como estão organizadas. 
 
 
A terceira unidade apresenta os principais aspectos fisiográficos e 
dinâmicos de uma bacia hidrográfica, relacionados à hierarquia 
dos corpos d’água ali existentes, tipos de drenagens e vazões. 
Na quarta unidade serão apresentados os diferentes tipos de uso 
da água e aspectos relacionados à sua qualidade nos diferentes 
ambientes e para os diferentes tipos de uso. 
 
 
No capítulo quinto, são apresentadas algumas leis brasileiras e re-
soluções que abordam questões relacionadas à preservação do 
meio ambiente, com destaque à água na perspectiva de preser-
vação no âmbito Federal. 
No sexto e último capítulo, são destacadas ações de planejamen-
to e gestão dos recursos hídricos em bacias hidrográficas, como 
etapa resultante de um melhor conhecimento das característicasgerais dos recursos hídricos considerados nos capítulos anteriores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
CONHECENDO UM POUCO MAIS 
SOBRE A ÁGUA 
 
 
 
 
1.1 APRESENTAÇÃO 
Se alguém nos pede para pensarmos num líquido, logo pensamos na água. 
Agora, se o pedido for para indicar uma ação efetiva para cuidarmos dessa água 
para que ela possa ser utilizada corretamente pelos diferentes setores da economia 
e da sociedade, essa resposta é gestão dos recursos hídricos. 
 
 
 
A água é um elemento físico que compõe a paisagem terrestre e que interli-
ga diferentes fenômenos que acontecem entre a atmosfera, os solos e as rochas. 
Por isso, ocupa lugar de destaque em nossas vidas, principalmente pelo fato de ga-
rantir nossa sobrevivência. Para Ricther e Azevedo Neto (1991, p. 24)a água pura é 
um líquido incolor, inodoro, insípido e transparente e que, p or ser um ótimo solven-
te, nunca é encontrada no seu estado absolutamente puro. Além de ser utilizada 
para ser bebida, também está disponível para consumo de diferentes formas, como 
para diferentes processos industriais, para irrigação, para dessedentação, para ge-
ração de energia elétrica, e mesmo para o lazer (Figura 01). 
 
 
 
 
UNIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
Figura 1: Alguns dos tipos de uso da água: (A) para dessedentação; (B) para irrigação; (C), 
para lazer; e, (D) para geração de energia elétrica. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 
 
Enquanto que naqueles ambientes mais próximos de nós - nossas casas, por 
exemplo - a água é utilizada no preparo de nossos alimentos, para nossa higiene 
pessoal e limpeza de onde moramos, nas indústrias ela é utilizada como parte do 
processo produtivo em quase todas as etapas de produção. Entretanto, é no setor 
primário que são registrados os maiores volumes de consumo de água em todo 
planeta. Isso significa que a maior quantidade de água é utilizada pela agricultura 
(Figura 02). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
Figura 2: Consumo de água por setor da economia. 
 
Fonte: https://bit.ly/2ZQTnVZ . Acesso em: 05 dez. 2020 
 
Tamanha é a importância da água em nossas vidas, que sua influência é di-
reta e imediata em questões ecológicas naturais, sociais, econômicas, políticas e 
geopolíticas como as conhecemos hoje. Exemplo dessa importância é a própria 
região semiárida brasileira, onde a escassez permanente desse recurso causa gran-
des problemas sociais de pobreza e fome (Figura 03). 
 
Figura 3: Açude seco na região semiárida da Bahia após longo período de estiagem. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
Com o aumento da população mundial e o consequente aumento do uso e 
consumo de água para seus diferentes fins, é notória a redução da qualidade des-
se recurso destinado ao abastecimento público social e aos setores econômicos. 
Por isso, sua gestão é missão prioritária e necessária para manutenção da vida. 
Assim, para se estudar os conceitos básicos da gestão de recursos hídricos 
é necessário conhecer melhor os aspectos gerais do comportamento da água no 
espaço geográfico através da hidrografia. 
A hidrografia é um ramo de estudo da geografia física que tem as águas 
do planeta Terra como seu objeto de estudo na perspectiva de compreender 
melhor suas características gerais na rede fluvial, relacionadas ao seu estado de 
conservação, à sua composição, à sua localização e ao seu comportamento na 
superfície e no subsolo; sempre na perspectiva da relação das águas com todas 
as formas de vida presentes no espaço geográfico, associadas às atividades huma-
nas. 
Para isso, o primeiro passo é rever brevemente o conceito sobre a água no 
seu estado líquido (presente em rios, lagos e mares), no seu estado gasoso (pre-
sente na atmosfera) e no seu estado sólido (que forma as geleiras) e que fazem 
parte do ciclo hidrológico, uma vez que são determinantes na manutenção das 
bacias hidrográficas do mundo todo. 
Quando observamos uma calota polar, por exemplo, nós a associamos co-
mo uma estrutura sólida de água que já esteve no estado líquido em algum mo-
mento, mas que passou para seu estado sólido devido às características climáticas 
predominantes nas altas latitudes. 
 
 
 
Um bom exemplo que pode ser dado da importância do ciclo hidrológico na 
manutenção de uma bacia hidrográfica, é a do rio Amazonas que tem um regime 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
de abastecimento misto de água - ou seja, além das águas surgidas das nascentes, 
também recebe água das chuvas e do derretimento das geleiras existentes na 
Cordilheira dos Andes (Figura 04). 
 
Figura 4: Parte superior da Cordilheira dos Andes ocupada por gelo e neve. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 
 
Uma vez que a água pode assumir diferentes estados físicos (sólido, líquido e 
gasoso) de acordo com as características predominantes no ambiente que se en-
contra (calor ou muito frio, por exemplo), a circulação dessa água que acontece 
em todo planeta Terra entre esses estados físicos compõe o chamado de ciclo hi-
drológico (ou ciclo da água). 
 
 
 
Para que o ciclo hidrológico possa acontecer e se manter ativo como o co-
nhecemos, o calor é a base desse funcionamento - ou seja, as propriedades físicas 
da água são modificadas pela falta ou pelo excesso desse calor no ambiente onde 
essa água está localizada, como acontece nas regiões tropicais (regiões quentes) e 
polares (regiões frias). 
Outro exemplo da grandeza da energia calorífica que circula no planeta 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
Terra é o próprio calor que atua diretamente na formação de montanhas da 
crosta terrestre através do movimento das placas tectônicas (Figura 05). 
 
 
 
Figura 5: Placas tectônicas da Terra. 
 
Disponível em: https://bit.ly/3bFf6Ww . Acesso em: 06 dez. 2020. 
 
Nesse contexto, a passagem da água pelos três estados físicos possíveis (es-
tados sólido, líquido e gasoso) se dá através de cinco diferentes processos dinâmi-
cos (Figura 06). Esses processos dinâmicos são: 
 
 Fusão (do sólido para o líquido); 
 Vaporização (do líquido para o vapor); 
 Liquefação ou condensação (do vapor para o líquido); 
 Solidificação (do líquido para o sólido); e, 
 Sublimação (do vapor para o sólido ou do sólido para o vapor). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
Figura 6: Modelo esquemático do ciclo hidrológico. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 
 
É devido a esse ciclo hidrológico, associado às características específicas de 
cada região do planeta e também pela ação do intemperismo, que são formadas 
as bacias hidrográficas, por onde circulam as águas utilizadas para diferentes fins, e 
que são alvo das ações de gerenciamento já implantadas, ou que ainda estão em 
fase de planejamento e implantação. 
 
 
 
 
 
Além das águas que chegam da atmosfera pelas chuvas, os muitos rios e 
córregos existentes também são abastecidos por águas armazenadas em reserva-
tórios localizados em camadas subterrâneas da Terra e que afloram através de nas-
centes. Esses reservatórios são conhecidos como aquíferos e lençóis freáticos (Figura 
07). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
 
Figura 7: Modelo esquemático de um lençol freático (aquífero livre) e de um aquífero confi-
nado, que são considerados reservatórios naturais de águas subterrâneas. 
 
Fonte: https://bit.ly/3bJlY5c . Acesso em: 05 dez. 2020. 
 
 
 
Assim, considerando a ação das águas que afloram na superfície terrestre 
através das nascentes, que chegam devido ao derretimento de neve e das geleiras 
e também pelas chuvas, tem-se a formação do sistema hídrico global que deve ser 
alvo de múltiplas ações de gestão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
1.2 SOBRE A GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS NO CONTEXTO DA GEO-
GRAFIA 
De modo geral do contexto geográfico, a água está presente nos diferentes 
ambientes do planeta Terra interligando todoseles de forma dinâmica e permanen-
te e que determinam e interferem direta e indiretamente as diferentes formas de 
vida no planeta (biosfera) como as conhecemos hoje (Figura 08). Os diferentes am-
bientes onde a água é encontrada são: 
 
 Na superfície terrestre (hidrosfera), onde estão rios e oceano; 
 Na atmosfera no seu estado gasoso (vapor d’água), que se condensa e 
chega até nós pelas chuvas; 
 Nos solos (pedosfera), onde fica armazenada entre os pequenos espaços va-
zios existentes entre grãos minerais e orgânicos, podendo ser extraída através 
de poços artesianos, por exemplo; e, 
 Nas camadas internas da Terra (litosfera), entremeada às rochas ali existen-
tes. 
 
Figura 8: Compartimentos ambientais que compõem o sistema Terra. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 
Considerando essa relação direta e imediata entre a hidrosfera, a pedosfera, 
a litosfera, a atmosfera e a biosfera, o que se tem é um sistema ambiental complexo 
por onde se propagam forças gigantescas através de diferentes e intensos fluxos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
constantes de energia e matéria responsáveis pelos muitos dos movimentos conhe-
cidos da Terra, como acontece com o próprio ciclo hidrológico ao ser abastecido 
pelo calor disponível na atmosfera, nos solos e também nas rochas. 
Como parte desse fluxo complexo de circulação de energia e de matéria, os 
demais componentes naturais do meio ambiente circulam entre esses meios (ares, 
solos, rochas, mares e rios), proporcionando que a água nos seus estados sólido, 
líquido e gasoso faça parte desses ambientes nas suas diferentes proporções e ca-
racterísticas específicas - água salina dos mares, salobra dos mangues e doce dos 
rios, por exemplo. 
É exatamente nesta direção que os diferentes profissionais de meio ambiente 
(o Geógrafo inclusive) atuam direta e indiretamente no gerenciamento desse recur-
so natural presente no espaço geográfico, assim como os professores que exercem 
função primordial de ensino para a formação de futuros cidadãos de uma nação. 
Por isso a importância de se conhecer melhor as principais características da hidros-
fera. 
 
1.3 HIDROGRAFIA GERAL 
Embora já se tivesse evidências de medidas de precipitação pluvial no perí-
odo histórico antes de Cristo, como aconteceu na Mesopotâmia, quando as águas 
dos rios Tigre e Eufrates (Figura 09) proporcionavam períodos de melhor aproveita-
mento da produção agrícola e pecuária favorecida pelas cheias desses rios que 
deixavam o solo fértil, somente no século 17 o comportamento das águas começou 
a ser melhor compreendido, quando o aumento dos níveis dos rios começou a ser 
relacionado com a ocorrência das chuvas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
Figura 9: Localização da Mesopotâmia, formada entre os rios Tigre e Eufrates. 
 
Disponível em: https://bit.ly/3dOm91P . Acesso em: 09 dez. 2020. 
 
Um pouco mais adiante na história dos estudos sobre água dos rios, foi no sé-
culo 19 que a hidrografia já era conhecida como ciência das águas. O objetivo era 
conhecer e estudar suas propriedades, sua formação e sua circulação na atmosfe-
ra, na superfície da Terra e no subsolo para que pudesse ser melhor aproveitada. 
Se por um lado, essas análises feitas naquela época contradiziam as inter-
pretações religiosas e divinas muito comuns, por outro lado também estimularam 
estudos mais específicos sobre as águas dos lugares habitados. 
Embora o progresso da hidrografia tenha ocorrido lentamente na história, nos 
dias atuais é muito rápido o avanço dessa ciência, mediante a grande colabora-
ção dada pela estatística e pela informática para análise dos dados hidrológicos 
disponíveis. São informações que formam a base do conhecimento utilizado para 
ações destinadas à gestão dos recursos hídricos de uma região. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. A água é um elemento físico que compõe a paisagem terrestre e que interliga 
diferentes fenômenos que acontecem entre a atmosfera, os solos e as rochas 
através do ciclo hidrológico. O que é o ciclo hidrológico? 
 
a) Ciclo hidrológico é o movimento da água nos seus diferentes estados físicos en-
tre os continentes, oceanos e a atmosfera. 
b) Ciclo hidrológico são as reservas de água existentes no subsolo. 
c) Ciclo hidrológico são os processos naturais que ocorrem na atmosfera terrestre, 
que influenciam a estrutura geológica existente no manto terrestre. 
d) Ciclo hidrológico é a propriedade que tem os minerais de se dividirem em planos 
paralelos a uma face possível do cristal. 
e) Ciclo hidrológico são os processos de desgaste da crosta terrestre. 
 
2. Muitos são os fenômenos naturais da Terra que proporcionam a mudança de 
suas características fisionômicas, como por exemplo ocorre pelo movimento das 
placas tectônicas. Qual principal fator causador do movimento das placas tec-
tônicas? 
 
a) O principal fator causador do movimento das placas tectônicas é o terremoto. 
b) O principal fator causador do movimento das placas tectônicas é o Calor. 
c) O principal fator causador do movimento das placas tectônicas é o Vulcanismo. 
d) O principal fator causador do movimento das placas tectônicas é o Tsunami. 
e) O principal fator causador do movimento das placas tectônicas é o Maremoto. 
 
3. O ciclo hidrológico é um fenômeno natural que, dentre muitas consequências 
sobre a superfície terrestre, também é agente do intemperismo. O que é intem-
perismo? 
 
a) Intemperismo é um fenômeno natural, responsável pelo desgaste das superfícies 
rochosas. 
b) Intemperismo é outro significado dado para explicar a formação das cadeias 
montanhosas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
c) Intemperismo é uma expressão popular muito usada para indicar os diferentes 
temperos de um determinado prato regional, elaborado por uma nutricionista. 
d) Intemperismo é o processo cumulativo de macro e micronutrientes importantes 
para produção vegetal. 
e) Intemperismo é a formação do solo. 
 
4. O planeta Terra é composto por diferentes tipos de elementos e energias que 
circulam permanentemente por todo planeta; muitos deles essenciais para a 
manutenção da vida. Como são chamados os diferentes componentes da na-
tureza que podem ser utilizados por um organismo vivo para suprir suas necessi-
dades? 
 
a) Os diferentes componentes da natureza que podem ser utilizados por um orga-
nismo vivo para suprir suas necessidades são os acervos genéticos de uma es-
pécie animal. 
b) Os diferentes componentes da natureza que podem ser utilizados por um orga-
nismo vivo para suprir suas necessidades são os minerais. 
c) Os diferentes componentes da natureza que podem ser utilizados por um orga-
nismo vivo para suprir suas necessidades são os recursos naturais. 
d) Os diferentes componentes da natureza que podem ser utilizados por um orga-
nismo vivo para suprir suas necessidades são os sistemas econômicos. 
e) Os diferentes componentes da natureza que podem ser utilizados por um orga-
nismo vivo para suprir suas necessidades são as energias. 
 
5. O fluxo de energia atuante no planeta Terra proporciona que a água possa ser 
encontrada nos seus estados sólido, líquido e gasoso. Nas regiões polares onde o 
calor é menos intenso (altas latitudes), como a água pode ser identificada 
quando no seu estado sólido? 
 
a) Nas regiões polares onde o calor é menos intenso (altas latitudes), a água no seu 
estado sólido pode ser identificada através dos ventos fortes e constantes. 
b) Nas regiões polares onde o calor é menos intenso (altas latitudes), a água no seu 
estado sólido pode ser identificada através das geleiras e icebergs. 
c) Nas regiões polares onde o calor é menos intenso (altas latitudes), a água no seu 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
estado sólido pode ser identificada através noites polares que duram entre qua-
tro e seis meses por ano. 
d) Nas regiões polares onde o calor é menosintenso (altas latitudes), a água no seu 
estado sólido pode ser identificada através das águas oceânicas onde vivem 
focas e pinguins. 
e) Nas regiões polares onde o calor é menos intenso (altas latitudes), a água no seu 
estado sólido pode ser identificada através das chuvas e nevoeiros. 
 
6. As águas de um rio sempre estiveram relacionadas à produção agrícola porque, 
de modo geral, deixavam o solo fértil, além do potencial hidroelétrico. Por isso, 
essa dinâmica passou a ser melhor estudada pela hidrografia. Qual é o objeto 
de estudo da hidrografia? 
 
a) Hidrografia é um ramo da geografia humana que estuda as águas doces plane-
ta Terra. 
b) Hidrografia é um ramo da geografia física que estuda as águas do dos oceanos. 
c) Hidrografia é um ramo da geografia física que estuda as águas das cachoeiras. 
d) Hidrografia é um ramo da geografia física que estuda as águas do planeta Terra 
e sua diferentes características. 
e) Hidrografia é um ramo da geografia física que estuda as populações ribeirinhas. 
 
7. Rios e córregos são abastecidos por água das nascentes, das chuvas e, em al-
guns casos, pelas águas derretidas de uma geleira. Como se chama esse regime 
de abastecimento de água derretida de geleiras? 
 
a) O regime de abastecimento de um rio pelas águas derretidas de geleiras cha-
ma-se polar. 
b) O regime de abastecimento de um rio pelas águas derretidas de geleiras cha-
ma-se invernal. 
c) O regime de abastecimento de um rio pelas águas derretidas de geleiras cha-
ma-se neval. 
d) O regime de abastecimento de um rio pelas águas derretidas de geleiras cha-
ma-se hibernal. 
e) O regime de abastecimento de um rio pelas águas derretidas de geleiras cha-
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
ma-se nival. 
 
8. No processo de mudança de estado físico da água, como se chama a passa-
gem do seu estado sólido diretamente para seu estado gasoso (vapor)? 
 
a) A mudança de estado da água do estado sólido para o gasoso chama-se eva-
poração. 
b) A mudança de estado da água do estado sólido para o gasoso chama-se su-
blimação. 
c) A mudança de estado da água do estado sólido para o gasoso chama-se solidi-
ficação. 
d) A mudança de estado da água do estado sólido para o gasoso chama-se con-
densação. 
e) A mudança de estado da água do estado sólido para o gasoso chama-se fu-
são. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
UNIDADES GEOGRÁFICAS PARA 
GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS 
 
 
 
 
O sistema hídrico global se manifesta na superfície terrestre e é representado 
pelas bacias hidrográficas, que assumem características específicas de acordo 
com condições geográficas próprias da região onde estão localizadas. Portanto, 
uma bacia hidrográfica é o principal ambiente geográfico onde as ações de pla-
nejamento e gestão dos recursos hídricos devem ser aplicadas. 
Nesse sentido, o trabalho de gerenciamento de recursos hídricos deve ser 
pautado por ações executadas no espaço geográfico onde está localizado um 
sistema hidrográfico e que compreenda aspectos naturais e sociais que permitam 
entender melhor o comportamento dinâmico desse ambiente. Esses espaços geo-
gráficos onde estão localizados esses sistemas hidrográficos são denominados de 
bacias hidrográficas. 
 
 
 
Entretanto, além da unidade geográfica chamada bacia hidrográfica, outra 
unidade também foi criada em 2003 como forma de ampliar esse entendimento 
com a finalidade de orientar, fundamentar e implementar o Plano Nacional de Re-
cursos Hídricos (PNRH) em todo o território brasileiro. 
Essa unidade geográfica são as chamadas Regiões Hidrográficas (Figura 10), 
formadas por uma ou mais bacias hidrográficas contíguas e pelas águas subterrâ-
neas e costeiras que lhes estão associadas. Foram criadas pela Resolução 32, de 
15/10/2003, no seu Art. 1° - Parágrafo único. 
UNIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
[...] considera-se como região hidrográfica o espaço territorial brasi-
leiro compreendido por uma bacia, grupo de bacias ou sub-bacias 
hidrográficas contíguas com características naturais, sociais e eco-
nômicas homogêneas ou similares, com vistas a orientar o planeja-
mento e gerenciamento dos recursos hídricos (BRASIL, 2003 ). 
 
 
Figura 10: Regiões hidrográficas do Brasil. 
 
Fonte: https://bit.ly/2NH1pyq. Acesso em: 06 dez. 2020 
 
Entretanto, cabe observar que, embora regiões hidrográficas representem a 
divisão administrativa das águas voltadas para o seu planejamento e gestão na 
escala nacional, é na esfera municipal e estadual que essas ações devem ser inici-
adas a partir do conhecimento das características locais de uma bacia hidrográfi-
ca. Isso torna possível conhecer melhor e mais detalhadamente as suas característi-
cas hidrográficas, com o objetivo de se alcançar uma melhor administração desse 
recurso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
Por isso, no âmbito municipal e estadual, deve-se adotar a bacia hidrográfica 
como referência para ações voltadas para planejamento e gestão dos recursos 
hídricos. 
 
 
 
 
2.1 BACIA HIDROGRÁFICA COMO UNIDADE DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍ-
DRICOS 
Basicamente, uma bacia hidrográfica é aquela área ocupada por um rio 
principal e todos os seus afluentes (também chamados de tributários), cujos limites 
constituem os divisores de água formados por relevos mais elevados (uma monta-
nha ou morro, por exemplo); ou seja, entre duas bacias hidrográficas, existe um divi-
sor de água que corresponde a algum tipo de escultura geomorfológica que sepa-
ra as águas da chuva que vão percorrer diferentes córregos e rios em bacias hi-
drográficas distintas (Figura 11). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
Figura 11: Modelo esquemático de um divisor de águas (triângulo verde), dividindo as chu-
vas precipitada sobre ele (seta preta), para duas bacias hidrográficas distintas (A e B). 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 
 
Considerando a importante ação de um divisor de águas no contexto de 
bacias hidrográficas, o que se tem, são as águas das chuvas sendo separadas pelas 
vertentes dessas montanhas e que vão percorrer diferentes córregos e rios em baci-
as hidrográficas distintas. Portanto, uma bacia hidrográfica (Figura 12) é individuali-
zada pelos seus divisores de água e pela rede fluvial de drenagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
Figura 12 : Desenho esquemático de uma bacia hidrográfica com seus diferentes compo-
nentes (divisor de águas, nascente, afluentes, rio principal e foz). 
 
Disponível em: https://bit.ly/3sv3YCl . Acesso em: 06 dez. 2020 
 
2.2 BACIAS HIDROGRÁFICAS NO BRASIL 
No contexto mundial, o Brasil tem um dos maiores complexos hidrográficos do 
planeta. Isso se dá em função das características naturais aqui presentes, relacio-
nadas às condições climáticas predominantes e aos rios com grandes extensões, 
larguras e profundidades que propiciam sua utilização para diferentes fins (abaste-
cimento, geração de energia elétrica, transporte, irrigação, processos industriais, 
turismo e lazer, por exemplo). 
Aqui no Brasil, enquanto que aqueles rios que têm grandes quedas d’água 
ao longo de seus percursos e que podem ser aproveitados para geração de ener-
gia elétrica, outros (sem cachoeiras e saltos em seu percurso) também são aprovei-
tados para o escoamento da produção agrícola e industrial por onde passa; o rio 
Tietê no Estado de São Paulo é um bom exemplo disso (Figura 13). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
Figura 13: Sistema de transporte hidroviário que acontece em rios localizados em regiões de 
topografia plana, exemplificado pela eclusa construída no rio Tietê, no município de Barra 
Bonita. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 
 
Essas características estão diretamente relacionadas ao próprio clima do Bra-
sil (tipicamente quente e úmido) que se reflete num regime de precipitação bastan-
te favorávelao fornecimento de água para grande parte do território nacional 
através de uma rica e extensa rede hidrográfica. 
Sobre a divisão hidrográfica do Brasil, o Departamento Nacional de Águas e 
Energia Elétrica (DNAEE), que fora substituído pela Agência Nacional de Energia 
Elétrica (ANEEL), em 1997 estabeleceu uma divisão territorial do Brasil a partir da re-
ferência de oito bacias hidrográficas (Figura 14). São elas: 
 
 Bacia 1 (Bacia Hidrográfica do Rio Amazonas); 
 Bacia 2 (Bacia Hidrográfica do Rio Tocantins); 
 Bacia 3 (Bacia Hidrográfica do Atlântico Norte/Nordeste); 
 Bacia 4 (Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco); 
 Bacia 5 (Bacia Hidrográfica do Atlântico - Trecho Leste); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 Bacia 6 (Bacia Hidrográfica do Rio Paraná); 
 Bacia 7 (Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai); e, 
 Bacia 8 (Bacia Hidrográfica do Atlântico - Trecho Sudeste). 
 
Figura 14: Bacias hidrográficas do Brasil. 
 
Fonte: https://bit.ly/3koKnkC . Acesso em: 09 dez. 2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. O que é Plano Nacional de Recursos Hídricos? 
 
a) O Plano Nacional de Recursos Hídricos é uma plataforma digital montada para 
que os recursos hídricos possam ser melhor gerenciados. 
b) O Plano Nacional de Recursos Hídricos é Uma unidade geográfica por onde cir-
culam os rios de uma região. 
c) O Plano Nacional de Recursos Hídricos é uma lei que determina as proibições de 
uso nos corpos hídricos de uma região. 
d) O Plano Nacional de Recursos Hídricos é a regional das bacias hidrográficas exis-
tentes no Brasil. 
e) O Plano Nacional de Recursos Hídricos é um dos instrumentos que orienta a ges-
tão das águas no Brasil. 
 
2. Com o objetivo de melhor administrar as questões hídricas do Brasil, foram cria-
das regiões hidrográficas. Nesse contexto, quantas regiões hidrográficas estão 
distribuídas no território brasileiro? 
 
a) O território brasileiro é composto por 8 regiões hidrográficas. 
b) O território brasileiro é composto por 9 regiões hidrográficas. 
c) O território brasileiro é composto por 10 regiões hidrográficas. 
d) O território brasileiro é composto por 11 regiões hidrográficas. 
e) O território brasileiro é composto por 12 regiões hidrográficas. 
 
3. Um curso d’água (rio ou córrego, por exemplo) é formado por diferentes com-
ponentes naturais que determinam parte de suas características. Como é cha-
mada aquela parte de um rio que recebe todas as águas que surgem em suas 
nascentes, que circulam pelos seus afluentes e que também chegam através 
das chuvas? 
 
a) Aquela parte de um rio que recebe todas as águas que surgem em suas nascen-
tes, que circulam pelos seus afluentes e que também chegam através das chu-
vas é chamada de mina d’água. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
b) Aquela parte de um rio que recebe todas as águas que surgem em suas nascen-
tes, que circulam pelos seus afluentes e que também chegam através das chu-
vas é chamada de vertedouro. 
c) Aquela parte de um rio que recebe todas as águas que surgem em suas nascen-
tes, que circulam pelos seus afluentes e que também chegam através das chu-
vas é chamada de divisor de água. 
d) Aquela parte de um rio que recebe todas as águas que surgem em suas nascen-
tes, que circulam pelos seus afluentes e que também chegam através das chu-
vas é chamada de tributário. 
e) Aquela parte de um rio que recebe todas as águas que surgem em suas nascen-
tes, que circulam pelos seus afluentes e que também chegam através das chu-
vas é chamada de foz. 
 
4. O Brasil possui um patrimônio hídrico bastante rico em quantidade de diversida-
de de rios. Com base nessa riqueza, qual atividade logística já vem sendo explo-
rada no rio Tietê relacionada à escoamento de produção agrícola e industrial? 
 
a) A atividade logística já vem sendo explorada no rio Tietê relacionada à escoa-
mento de produção agrícola e industrial é a pesca. 
b) A atividade logística já vem sendo explorada no rio Tietê relacionada à escoa-
mento de produção agrícola e industrial é o transporte fluvial de carga. 
c) A atividade logística já vem sendo explorada no rio Tietê relacionada à escoa-
mento de produção agrícola e industrial é o turismo. 
d) A atividade logística já vem sendo explorada no rio Tietê relacionada à escoa-
mento de produção agrícola e industrial é a produção de energia elétrica. 
e) A atividade logística já vem sendo explorada no rio Tietê relacionada à escoa-
mento de produção agrícola e industrial é a ampliação das cidades ribeirinhas. 
 
5. Considerando as características climáticas do Brasil, assim como àquelas relaci-
onadas ao relevo - isto é, seus aspectos geomorfológicos, quantas bacias hidro-
gráficas existem no Brasil? 
 
a) No Brasil existem 14 bacias hidrográficas. 
b) No Brasil existem 5 bacias hidrográficas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
c) No Brasil existem 12 bacias hidrográficas. 
d) No Brasil existem 8 bacias hidrográficas. 
e) No Brasil existem 10 bacias hidrográficas. 
 
6. Como são chamadas as montanhas no contexto de uma bacia hidrográfica 
que dividem as águas das chuvas entre duas bacias contíguas? 
 
a) Montanhas que dividem as águas das chuvas entre duas bacias contíguas são 
chamadas de elementos topográficos. 
b) Montanhas que dividem as águas das chuvas entre duas bacias contíguas são 
chamadas de serras. 
c) Montanhas que dividem as águas das chuvas entre duas bacias contíguas são 
chamadas de escarpas. 
d) Montanhas que dividem as águas das chuvas entre duas bacias contíguas são 
chamadas de morros. 
e) Montanhas que dividem as águas das chuvas entre duas bacias contíguas são 
chamadas de divisores de água. 
 
7. Considerando a importância de se realizar uma gestão eficiente dos recursos hí-
dricos de uma dada região, qual referência geográfica deve ser adotada para 
esse fim? 
 
a) A referência geográfica adequada para uma gestão mais eficiente dos recursos 
hídricos de uma região é a bacia hidrográfica. 
b) A referência geográfica adequada para uma gestão mais eficiente dos recursos 
hídricos de uma região é a população que usa as águas de uma bacia hidro-
gráfica. 
c) A referência geográfica adequada para uma gestão mais eficiente dos recursos 
hídricos de uma região é a presença de represas. 
d) A referência geográfica adequada para uma gestão mais eficiente dos recursos 
hídricos de uma região são as condições climáticas associadas às chuvas. 
e) A referência geográfica adequada para uma gestão mais eficiente dos recursos 
hídricos de uma região são as políticas públicas aplicadas na gestão das águas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
8. Uma vez entendido que os divisores de água fazem verter as águas das chuvas 
para bacias hidrográficas vizinhas, em qual parte dessas bacias essas águas po-
deriam ficar reservadas na condição de represa? 
 
a) A parte dessas bacias que poderia armazenar água na condição de uma repre-
sa, seria naquelas áreas localizadas nas vertentes desse divisor de águas. 
b) A parte dessas bacias que poderia armazenar água na condição de uma repre-
sa, seria naquelas áreas localizadas divisores de água. 
c) A parte dessas bacias que poderia armazenar água na condição de uma repre-
sa, seria naquelas áreas localizadas onde ficam as nascentes de cada um dos 
afluentes ali existentes. 
d) A parte dessas bacias que poderia armazenar água na condição de uma repre-
sa, seria naquelas áreas localizadas em cotas topográficas mais baixas e planas. 
e) A parte dessas bacias que poderia armazenar água na condição de uma repre-
sa, seria naquelas áreas localizadas acima do nível do leito de cada corpo 
d’água ali existente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
ASPECTOS GERAIS DE UMA BACIA 
HIDROGRÁFICA 
 
 
 
3.1 FISIOGRAFIA 
Em uma bacia hidrográfica, as características do leito dos canais e dos pa-
drões de drenagensali predominantes promovem uma dinâmica peculiar das 
águas correntes de cada tipo de curso d’água (isto é, nos rios e nos córregos, dife-
rentemente). Isso quer dizer que cada curso d’água (cada rio, cada córrego) é úni-
co no planeta, embora muitas de suas características também possam ser encon-
tradas em outros cursos d’água. 
 
 
 
Dessa forma, a fisiografia fluvial pode ser entendida sob o ponto de vista dos 
tipos de leitos, de canais e de redes de drenagem com características próprias re-
lacionadas aos aspectos das rochas, dos solos e do clima ali predominantes. 
 
 
 
Outras características complementares como a variação do tempo meteoro-
lógico (principalmente a quantidade de chuvas) e os aspectos próprios de como, e 
em quais condições essas águas são utilizadas, permitem planejar, evitar ou mesmo 
atenuar os efeitos danosos nessa água causados pelo seu uso inadequado e que 
são refletidos através de eventos de enchentes, poluição química (Figura 15), ou 
UNIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
mesmo pela falta dela. 
 
Figura 15: Trecho do rio Tietê que atravessa o município de Pirapora do Bom Jesus (SP), con-
taminado por poluição química (detergente doméstico que forma de espuma na água des-
se rio). 
 
Disponível em: https://bit.ly/3svEDbz . Acesso em: 12 fev. 2021. 
 
Quando essas características são analisadas em conjunto e associadas à 
geometria do espaço que ocupa (declividade, por exemplo) e sua dinâmica hi-
dráulica própria (velocidade das águas, por exemplo), isso culmina numa interpre-
tação técnica que permite entender melhor os processos fluviais específicos que 
acontecem ali, relacionados aos seus diferentes aspectos como, por exemplo, são 
os processos erosivos que ali acontecem. 
 
 
 
Sobre os processos erosivos que acontecem ao longo do curso de um rio, eles 
atuam permanente diretamente sobre seu leito e suas margens durante todo seu 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
traçado, transportando esse material retirado desses locais pela força das águas 
até se depositar em um local mais apropriado - isto é, onde as águas são mais cal-
mas. Esses três processos são denominados de desgaste, transporte e acumulação 
(Figura 16). 
 
 
 
Figura 16: Exemplo de erosão (desgaste) de uma margem de córrego. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 
 
Dentre esses aspectos relacionados a processos fluviais e também àqueles re-
lacionados ao modo como essas águas são utilizadas, alguns destes aspectos me-
recem maior atenção quando o objetivo e a gestão dos recursos hídricos. São eles: 
 
 Volume de água que chega, que circula e que sai de cada bacia hidrográ-
fica; 
 Aspectos climáticos (principalmente frequência e quantidade de chuvas) 
que contribuem com o abastecimento dessa água e que interferem na pe-
renidade desse fluxo hídrico; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 Se existe algum reservatório natural (um aquífero ou lenço freático, por 
exemplo) disponível para uso, ou mesmo construído e que seja capaz de ar-
mazenar essas águas para os diferentes tipos de uso para os quais foi previsto 
num plano de gestão desse recurso; 
 Tipos de uso dado à água disponível nessa bacia hidrográfica para os dife-
rentes fins (abastecimento público ou uso industrial, por exemplo); e, 
 Grau de preservação dos rios e suas margens. 
 
 
 
 
 
3.2 HIERARQUIA 
O estudo das ramificações formadas numa rede hidrográfica é importante 
para entendimento da fluidez das águas que circulam nessa bacia, pois indicam a 
maior ou menor velocidade com que essas águas passam por ali de acordo com as 
condições meteorológicas, assim como o próprio volume disponível para uso po-
tencial. 
Conhecendo melhor a organização dessa hierarquia numa dada bacia hi-
drográfica, essas informações tornam-se essenciais para que se faça uma gestão 
mais adequada e equilibrada dos recursos hídricos de acordo com as demandas 
pelo uso dessas águas, para as diferentes atividades ali realizadas (sociais, produti-
vas, comerciais, por exemplo). 
Numa bacia hidrográfica, o rio principal e seus afluentes estão dispostos se-
guindo uma ordem hierárquica formada a partir das nascentes de cada afluente, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
até afluir no rio principal e sair dessa bacia pelo seu exutório (Figura 17). Segundo 
Rodrigues e Adami (2005, p. 69)“existem diversos procedimento para estabelecer a 
hierarquia da rede fluvial e a hierarquia de sub-bacias. Dentre esses procedimentos 
tem sido mais difundido e utilizado o esquema de Strahler [...].”. 
 
 
 
Figura 17: Exemplo de classificação das ordens de um curso d’água em um sistema hidro-
gráfico de acordo com esquema de Strahler. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 
 
Essas ramificações formadas entre rios afluentes e rio principal são classifica-
das de acordo com sua posição numa bacia hidrográfica. Essa hierarquia fluvial 
está organizada da seguinte forma: 
 
 Rios de primeira ordem: aqueles que estão localizados nas partes mais altas 
da bacia hidrográfica, onde ficam suas respectivas nascentes. São pequenos 
canais que não têm afluente, mas que, mais adiante, encontram com um 
outro corpo d’água onde vai afluir (Figura 18); 
 Rios de segunda ordem: aqueles que se formam pela junção de dois rios de 
primeira ordem. Isso resulta em um canal mais largo e com maior vazão, uma 
vez que recebe as águas de dois rios menores; e, 
 Rios de terceira ordem: cursos d’água formados pela junção de um rio menor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
ordem a um canal de ordem maior (reveja Figura 17, logo acima). 
 
Figura 18: Exemplo de nascente de rio de primeira ordem (nascente do rio Tietê), que mais à 
frente vai se encontrar com outro afluente da mesma bacia hidrográfica e que, mais adian-
te ainda, vai compor o cenário do rio Tietê ainda maior. 
 
Fonte: https://bit.ly/2O1kg7g . Acesso em: 06 dez. 2020. 
 
Outra maneira de classificar os cursos d’água é a constância do escoamen-
to, podendo apresentar três características distintas. São elas: 
 
 Rio perene: aquele que tem água circulante durante todo o ano (mesmo du-
rante os períodos de secas intensas). Isso acontece porque o lençol freático 
(reveja Capítulo 01) mantém uma alimentação contínua desse corpo 
d’água; 
 Rio intermitente: aquele que escoa somente durante as estações de chuvas, 
enquanto que nos períodos de estiagem ele seca; e, 
 Rio efêmero: aquele que existe apenas durante ou imediatamente após os 
períodos de precipitação e só transporta escoamento superficial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
 
 
3.3 DRENAGEM 
A área de drenagem de uma bacia hidrográfica, corresponde a toda área 
pertencente ao ambiente formado entre seus divisores de água e por onde as 
águas das chuvas e as águas utilizadas nas residências e pela cidade como um to-
do (incluindo o esgoto produzido diariamente) escoam por uma rede de rios meno-
res (afluentes ou tributários) até chegarem a um rio principal (reveja Figura 12). 
Como parte do processo de drenagem de um curso d’água (rios e córregos), 
a velocidade das águas que ali passam depende de fatores importantes relacio-
nados às diferentes características geográficas locais de cada trecho por onde 
passa, fazendo com que a velocidade dessas águas tenha variações nos diversos 
setores do canal no qual ela flui. As principais características geográficas são: 
 
 Declividade do perfil longitudinal; 
 Volume das águas; 
 Forma da seção transversal; 
 Coeficiente de rugosidade do leito; e, 
 Viscosidade da água. 
 
Outro aspecto importante para ser considerado em projetos voltados à ges-
tão dos recursos hídricos, é o conhecimento das características dos diferentes tipos 
de drenagens existentes num sistema hidrográfico. Isso significa conhecer a rota que 
os rios e córregos fazem da nascente até sua foz. Com tais informações em mãos, é 
possível entender melhor sua dinâmica a partir das característicasgeográficas ali 
predominantes que impõem condições para que essas rotas sejam como estão 
sendo observadas. 
Considerando as diferentes rotas de drenagem existentes no sistema hidro-
gráfico, os rios podem ser classificados da seguinte forma (Figuras 20 e 21): 
 
 Rio endorréico: rio que corre em direção ao interior do continente, e que por 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
isso, deságua em outro rio ou num lago; e, 
 Rio exorréico: rio que drena suas águas diretamente para o mar. 
 
 
 
Figura 19: Foz do rio Tietê (município de Itapura) localizada no rio Paraná. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
 
Figura 20: Tipos de drenagem segundo a rota das aguas. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 
 
Além da classificação dos rios a partir de direção para onde correm suas 
aguas, existe outra classificação fluvial relacionada ao desenho que as águas fa-
zem na paisagem ao longo do seu traçado dentro de uma bacia hidrográfica (Figu-
ra 22). A classificação a partir dessa referência é feita da seguinte forma (Quadro 
01): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
Figura 21:Tipos de drenagem a partir do desenho que as águas fazem na paisagem ao 
longo do seu traçado (padrão de drenagem). 
 
Fonte: https://bit.ly/3bJXoBc .Acesso em: 09 jan. 2021. 
 
Quadro 1: Tipos de drenagem de uma bacia hidrográfica e aspectos gerais relacionados. 
TIPO DE DRENAGEM ASPECTOS GERAIS 
Dendrítica 
Também referenciada como arborescente 
porque se assemelha a uma árvore. 
Treliçada 
Apresenta arranjo bem definido dos canais 
retilíneos e que se juntam formando em 
ângulo reto (ou quase retos). 
Retangular É uma variedade da drenagem treliçada. 
Radial 
Canais organizados como raios em relação 
a um ponto central. 
Anelar Forma anéis concêntricos. 
Paralela 
Apresenta paralelismo dos afluentes que se 
unem ao principal. 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 
 
Ainda no âmbito da classificação do traçado de um curso d´água a partir 
do desenho definido pelos padrões de drenagem de uma bacia hidrográfica, tam-
bém é possível definir aspectos fisiográficos relacionados aos diferentes traçados 
que podem ser observados separadamente em cada um dos cursos d´água que 
pertencem a essa mesma bacia hidrográfica, ou mesmo em cada um dos seus tre-
chos. 
Isso significa que um único rio pode apresentar diferentes traçados (diferentes 
desenhos de drenagens) a partir das características geográficas próprias que são 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
encontradas em cada um dos trechos por onde passa – principalmente àquelas 
associadas à geologia e à geomorfologia por onde passa. 
 
 
 
Enquanto que para Rodrigues e Adami (2005, p. 69)“[...] rios não apresentam 
as mesmas formas, havendo vários tipos de canais fluviais determinados pela rela-
ção entre a vazão do rio e o volume e tipo de carga sedimentar transportado pelo 
canal.”, para Christofoletti (1995, p. 105) 
[...] em virtude da densidade hidrográfica, da rugosidade topográfi-
ca e da grandeza da bacia, surgem as respostas do comportamento 
hidrológico nos canais, assinalando a magnitude e a frequência dos 
fluxos, como por exemplo, o transporte de sedimentos, o processo de 
agradação e degradação do leito, a morfologia dos canais e a tipo-
logia dos canais fluviais ligados aos aspectos dos fluxos. 
Dessa forma, em função das características geológicas e geomorfológicas 
predominantes ao longo do traçado de um mesmo rio, este corpo d’água pode 
assumir características fisionômicas próprias que podem variar em cada trecho – ou 
seja, um único rio pode apresentar diferentes características relacionadas ao seu 
traçado e que podem ser associadas ao processo evolutivo do próprio rio, como é 
o exemplo do rio São Francisco mostrado na Figura 23. 
 
 
 
Tais características são classificadas em quatro tipos de traçado. São eles: 
 Traçado anastomosado: trecho do rio onde são verificados pequenos bancos 
de areias (barras longitudinais) formados no seu leito; 
 Traçado entrelaçado: trecho do rio onde o leito principal divide espaço com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
outros leitos secundários (de menor porte) que se interconectam formando 
ilhas alongadas acompanhando o fluxo da água; 
 Traçado meandrante: trecho do rio que outrora foi ocupado pela calha prin-
cipal, mas que em decorrência da dinâmica fluvial ali predominante acabou 
sendo assoreado, tendo seu fluxo natural interrompido e condicionando a 
passagem das águas ali circulantes por um outro novo caminho; 
 Traçado retilíneos: trecho que apresenta um traçado mais uniforme no con-
texto geomorfológico da área por onde está passando. 
 
Figura 22: Tipos de drenagem existentes no rio São Francisco formados a partir do desenho 
que as águas fazem na paisagem ao longo do seu traçado. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
3.4 VAZÃO 
Considerar os tipos de drenagem de uma bacia hidrográfica, isso nos convi-
da à compreensão da vazão dos corpos d’água que pertencem a bacia hidrográ-
fica estudada. É através da vazão dessas águas que torna-se possível compreender 
a capacidade de cada um dos rios em fornecer água para os diferentes tipos de 
uso pretendidos pela sociedade. 
A saber, a vazão de um rio corresponde à quantidade volumétrica de água 
que passa em uma sessão transversal (um trecho do rio) por um tempo determina-
do (por minuto, por exemplo). Tal variável é realizada a partir de equipamentos que 
permitam conhecer a profundidade do trecho (seção transversal) que está sendo 
medido, além da largura da calha (de uma margem a outra) e a velocidade dessa 
água que está passando naquele trecho escolhido (Figura 24). 
 
Figura 23: Exemplo de medição de vazão de um curso d’água, a partir do dimensionamento 
de variáveis específicas (largura, profundidade e velocidade da água que passa naquele 
trecho. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 
 
O conhecimento e compreensão das vazões dos rios que compõem uma 
bacia hidrográfica é fundamental para questões que envolvem a gestão dos recur-
sos hídricos, porque permite dimensioná-la perante a toda demanda por água e, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
consequentemente, sua capacidade limite em fornecer esse recurso para esses 
diferentes tipos de uso. Somente a partir desse conhecimento é possível buscar al-
ternativas e soluções satisfatórias para a manutenção das condições ambientais 
mínimas necessárias para preservação do meio ambiente como um todo. Esse é o 
desafio. 
É um desafio bastante trabalhoso de ser superado porque as áreas urbanas 
crescem ininterruptamente, acompanhadas pelo aumento das demandas por 
água com qualidade nesses ambientes, principalmente quando consideradas as 
capacidades de armazenamento e vazão, que estão vinculadas direta e estreita-
mente às características climáticas e meteorológicas (chuvas, principalmente), uma 
vez que nossos rios são de regime pluvial, como já apontado anteriormente . 
 
 
 
3.5 EXEMPLOS DE GESTÃO FALHA DOS RECURSOS HÍDRICOS 
De modo geral, problemas com drenagem e vazão de rios localizados em 
regiões urbanas de todo mundo são muito comuns porque a grande maioria dessas 
cidades não foi planejada antes de surgirem. 
Isso significa que ali, muitas moradias e sistemas viários foram construídos com 
pouco ou sem qualquer planejamento em que se considerasse a rede de abaste-
cimento de água tratada e de esgotamento sanitário. 
No caso do Brasil, devido à deficiência do poder público para solução de 
problemas sociais causados pela ingerência do saneamento público, muitas são as 
cidades, principalmente bairros periféricos, que sofrem com a redução da qualida-
de de vida onde residem, trazendo consequências diretas no sistema público de 
saúde (Figura 19). 
 
 
 
 “ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
 
 
 
Figura 24: Exemplo de área urbana desassistida pelopoder público no tocante ao forneci-
mento de serviços essenciais de saneamento básico. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 
 
 
 
 “ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. Quando tratamos de entender a fisiografia de uma região ou de uma bacia hi-
drográfica, quais são os aspectos que devem ser ali analisados? 
 
a) Ao se analisar as características fisiográficas de uma bacia hidrográfica, deve-se 
observar as características fundiárias ali predominantes, como por exemplo, total 
de propriedades rurais que usam água para irrigação, tipo de produção agríco-
la predominante. 
b) Ao se analisar as características fisiográficas de uma bacia hidrográfica, deve-se 
observar as características geográfica ali predominantes, como por exemplo, 
sua dimensão territorial, o relevo, o clima, a vegetação, rede hidrográfica entre 
outros aspectos naturais. 
c) Ao se analisar as características fisiográficas de uma bacia hidrográfica, deve-se 
observar as características sociais ali predominantes, como por exemplo a par-
cela da população de baixa renda. 
d) Ao se analisar as características fisiográficas de uma bacia hidrográfica, deve-se 
observar as características econômicas ali predominantes, como por exemplo, 
as taxas de desemprego, a dimensão de manchas urbanas e as relações que 
mantêm com cidades próximas. 
e) Ao se analisar as características fisiográficas de uma bacia hidrográfica, deve-se 
observar as características demográficas ali predominantes, como por exemplo, 
população residente das áreas urbanas, rede de abastecimento de água e es-
goto. 
 
2. Muitos são os aspectos ambientais que devem ser atentados em projetos de 
gestão hídrica. Um desses aspectos é o percurso que um rio faz e onde é sua foz. 
Com base nessa afirmação, que é um rio exorréico? 
 
a) Um rio exorréico é aquele que tem apresenta grande declividade no seu percur-
so. 
b) Um rio exorréico é aquele que tem sua foz numa represa. 
c) Um rio exorréico é aquele que tem sua foz em outro rio. 
d) Um rio exorréico é aquele que tem sua foz no oceano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
 
e) Um rio exorréico é aquele que tem sua nascente localizada numa cota topográ-
fica mais elevada. 
 
3. Normalmente, um rio é composto por uma nascente, alguns rios menores que 
afluem no seu leito principal e uma foz. Um rio afluente, também pode ser refe-
renciado com qual nome? 
 
a) Um rio afluente, também pode ser referenciado como perene. 
b) Um rio afluente, também pode ser referenciado como tributário. 
c) Um rio afluente, também pode ser referenciado como córrego; 
d) Um rio afluente, também pode ser referenciado como divisor de água. 
e) Um rio afluente, também pode ser referenciado como foz. 
 
4. Dentre as muitas causas de redução da qualidade das águas de uma bacia 
hidrográfica, qual das alternativas abaixo corresponde à principal causa dessa 
redução numa área urbana predominantemente residencial? 
 
a) A principal causa dessa redução da qualidade das águas de uma bacia hidro-
gráfica numa área urbana predominantemente residencial é o lançamento de 
resíduos industriais. 
b) A principal causa dessa redução da qualidade das águas de uma bacia hidro-
gráfica numa área urbana predominantemente residencial é a captação clan-
destina. 
c) A principal causa dessa redução da qualidade das águas de uma bacia hidro-
gráfica numa área urbana predominantemente residencial é a retificação e 
canalização para construção de ruas e avenidas sobre rios e córregos. 
d) A principal causa dessa redução da qualidade das águas de uma bacia hidro-
gráfica numa área urbana predominantemente residencial é o assoreamento. 
e) A principal causa dessa redução da qualidade das águas de uma bacia hidro-
gráfica numa área urbana predominantemente residencial é o lançamento de 
esgoto sem tratamento. 
 
5. O dimensionamento de um rio pode ser feito considerando diferentes caracterís-
ticas, como por exemplo sua extensão, sua largura, seu trajeto e sua vazão. Co-
 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
 
mo a vazão de um rio pode ser definida? 
 
a) A vazão de um rio é o volume de água que chega na sua foz. 
b) A vazão de um rio é o volume de água que passa em uma sessão transversal por 
um tempo determinado. 
c) A vazão de um rio é a profundidade desse rio quando medida no seu leito mé-
dio. 
d) A vazão de um rio é total de água que sai da sua nascente. 
e) A vazão de um rio é total de água que é acumulada a partir do evento de uma 
chuva ali precipitada. 
 
6. Quais tipos de drenagem existem relacionadas ao desenho que as águas fazem 
na sua passagem pelo traçado do rio? 
 
a) Existem quatro tipos de drenagem relacionadas ao desenho que as águas fa-
zem na sua passagem pelo traçado do rio. São elas: (a) deltaica; (b) retangular; 
(c) tripla; e, (e) anelar. 
b) Existem quatro tipos de drenagem relacionadas ao desenho que as águas fa-
zem na sua passagem pelo traçado do rio. São elas: (a) dendrítica; (b) retangu-
lar; (c) treliçada; e, (e) anelar. 
c) Existem três tipos de drenagem relacionadas ao desenho que as águas fazem 
na sua passagem pelo traçado do rio. São elas: (a) retilínea; (b) retangular; e, (c) 
triangular. 
d) Existem três tipos de drenagem relacionadas ao desenho que as águas fazem 
na sua passagem pelo traçado do rio. São elas: (a) retilínea; (b) retangular; e, (c) 
anelar. 
e) Existem cinco tipos de drenagem relacionadas ao desenho que as águas fazem 
na sua passagem pelo traçado do rio. São elas: (a) retilínea; (b) retangular; (c) 
circular; e, (c) triangular. 
 
7. Conhecer as características principais de uma bacia hidrográfica, é passo inicial 
para que ações de planejamento e gestão possam ser melhor aplicadas. Dentre 
essas principais características, a dimensão dessa área é uma informação es-
sencial para que planos de gestão tenham sucesso. Com base nesta afirmação, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
 
qual é a área de drenagem de uma bacia hidrográfica? 
 
a) A área de drenagem de uma bacia hidrográfica corresponde a toda área de 
uma região hidrográfica. 
b) A área de drenagem de uma bacia hidrográfica corresponde a área onde está 
localizada suas nascentes a partir das quais as águas escoam até sua foz. 
c) A área de drenagem de uma bacia hidrográfica corresponde às áreas utilizadas 
para captação das águas que estão ali disponíveis para consumo. 
d) A área de drenagem de uma bacia hidrográfica corresponde exclusivamente à 
água que passa pela calha dos rios que pertencem a essa bacia. 
e) A área de drenagem de uma bacia hidrográfica corresponde a toda área per-
tencente ao ambiente formado entre seus divisores de água. 
 
8. Rios apresentam diferentes padrões de drenagem de acordo com as caracterís-
ticas topográficas predominantes nas regiões onde estão localizados. Nesse 
contexto, qual dos padrões de drenagem se parece com uma árvore? 
 
a) O padrão de drenagem se parece com uma árvore é anelar. 
b) O padrão de drenagem se parece com uma árvore é retangular. 
c) O padrão de drenagem se parece com uma árvore é treliça. 
d) O padrão de drenagem se parece com uma árvore é dendrítica. 
e) O padrão de drenagem se parece com uma árvore é radial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
 
O USO DA ÁGUA 
 
 
 
 
 
O uso da água é bastante variado - tanto pela própria natureza, quanto pe-
las diferentes atividades do ser humano. Aliás, é exatamente por esses muitos usos e 
também pela quantidade variável disponível em cada região do planeta (regiões 
desérticas e tropicais úmidas, por exemplo) que temos o planeta Terra como o co-
nhecemos hoje. 
Enquanto que a natureza utiliza água para manter o sistema ecológico em 
funcionamento através do ciclo hidrológico em suas diferentes etapas e em diferen-
tes escalas (reveja Capítulo 1), nós seres humanos a consumimos direta e indireta-
mente para muitos outros fins - ou seja, enquantoque para algumas atividades pre-
cisamos retirar a água do seu ambiente natural para ser utilizada, para outras, ela 
pode ser utilizada diretamente onde está armazenada, como em lagos e oceanos, 
por exemplo. 
 
 
 
Assim, quando a água precisa ser retirada do seu ambiente natural para ser 
utilizada para algum fim específico dá-se o nome de consumo consuntivo (proces-
sos industrial e irrigação, por exemplo), e quando ela é utilizada sem ser retirada do 
seu ambiente natural, então esse uso é denominado de consumo não consuntivo 
(lazer, pesca e navegação por exemplo). 
 
 
 
UNIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
 
 
 
Independentemente dos tipos de uso dado a água para os quais é destina-
da, é necessário que sejam mantidas características específicas para cada um des-
ses diferentes fins, cabendo à gestão dos recursos hídricos parte dessa tarefa. Um 
exemplo simples pode ser dado em relação à qualidade da água utilizada para 
abastecimento público e aquela utilizada num sistema de tratamento de esgoto 
doméstico. Para cada tipo de uso da água, uma qualidade específica. 
 
4.1 QUALIDADE DAS ÁGUAS 
Considerando os avanços do desenvolvimento econômico, assim como a 
consequente expansão demográfica nas áreas urbanas já desde o fim do século 
XIX, constatou-se uma maior demanda pelo uso das águas superficiais, e também a 
redução da qualidade deste recurso natural, como consequências diretas na qua-
lidade de vida como no meio ambiente. 
No contexto real de aumento dessa demanda e redução da sua qualidade, 
foram criados programas de acompanhamento das condições de qualidade des-
sas águas pelo monitoramento periódico realizado através da coleta de amostras 
para registro e armazenamento de diferentes parâmetros. Esse tipo de monitora-
mento permite tanto uma melhor mensuração das características físico-química, 
como de ações específicas de planejamento e controle mais eficazes. 
 
 
 
Dentre as possibilidades de verificação da qualidade das águas num deter-
minado lugar ou região, a principal referência a ser considerada é o esgoto domés-
tico lançado nos rios e córregos sem tratamento ou parcialmente tratado - ou seja, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
54 
 
 
dependendo da quantidade de esgoto sanitário lançado num corpo d’água (rios, 
córregos e lagoas, por exemplo), isso pode causar problemas de saúde na popula-
ção que utiliza essas águas (Figura 25). De acordo com Ricther e Azevedo Neto 
(1991, p. 17) “segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 80% de todas as 
doenças que se alastram nos países em desenvolvimento são provenientes da água 
de má qualidade.” 
 
 
 
Figura 25: Lagoa Rodrigo de Freitas (RJ) como exemplo de água poluída decorrente do uso 
intenso desse recurso sem, ou com pouca ação efetiva de gestão dos recursos hídricos. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
 
 
 
 
Além das condições da qualidade das águas associadas ao lançamento de 
esgoto residencial na rede hidrográfica comprometendo seu potencial de uso con-
suntivo e não consuntivo, outros parâmetros devem ser adotados como forma de 
garantir a qualidade dessas águas, através do Índice de Qualidade das Águas 
(IQA), que é composto por nove (9) variáveis. Segundo a CETESB (2017), essas variá-
veis são consideradas relevantes para se avaliar a qualidade das águas na pers-
pectiva de uso para o abastecimento público. Essas variáveis são: 
 
 Coliformes fecais; 
 Potencial hidrogeniônico (pH); 
 Demanda bioquímica de oxigênio (DBO); 
 Nitrogênio total; 
 Fósforo total; 
 Temperatura; 
 Turbidez; 
 Resíduo total; e, 
 Oxigênio dissolvido. 
 
A partir da quantificação e avaliação conjunta dessas variáveis, a qualidade 
da água é classificada entre “Ótima” e “Péssima de acordo com uma escala nu-
mérica com valores que variam entre 0 (zero) e 100 (Figura 26). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
56 
 
 
Figura 26: Classificação do IQA representado por valores que oscilam entre 0 e 100. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 
 
 
 
As nove variáveis que definem o Índice de Qualidade da Água são apresen-
tadas resumidamente a seguir. 
 
VARIÁVEL ASPECTOS GERAIS 
Coliformes fecais 
Coliformes fecais são aquelas bactérias originárias 
do trato gastrintestinal de humanos. 
Seu monitoramento é importante porque permite 
saber se há indicadores de poluição fecal na água e 
o consequente risco potencial associado aos micro-
organismos patogênicos, tornando-a imprópria para 
consumo. 
 Fique 
atento: 
Quando identificadas na água em análise laborato-
rial, essas bactérias coliformes são indicativas de 
que por aquele trecho passa esgoto sanitário in na-
tura, com presença de fezes humanas e a possível 
presença de seres patogênicos. 
 
VARIÁVEL ASPECTOS GERAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 
 
Potencial hidroge-
niônico (pH) 
O pH é um indicador de acidez, neutralidade ou 
basicidade da água. 
Isso quer dizer que quanto mais próximo de zero esti-
ver o pH da água, mais ácida ela estará e quanto 
mais próximo de 14, mais alcalina. 
Dependendo do grau de acidez da água, isso torna 
esse ambiente mais ou menos favorável à manuten-
ção da biodiversidade. 
De modo geral, o pH da água é variável de acordo 
com a quantidade de matéria orgânica que estiver 
ali presente em processo de decomposição. Quanto 
mais matéria orgânica em decomposição num cor-
po d’água, então maior será a acidez dessa água. 
 Fique atento: 
As características gerais de pH são: 
 Se o pH estiver abaixo de 6, é ácida; 
 Se o pH estiver situado em torno dos 7, a água é 
neutra; 
 Se o pH estiver acima de 8, é básica. 
 
VARIÁVEL ASPECTOS GERAIS 
Demanda bioquími-
ca de oxigênio 
(DBO) 
A DBO é a medida utilizada para quantificar o oxi-
gênio dissolvido na água e que é necessário para ser 
consumido pelas bactérias e outros micro-
organismos no processo de decomposição da maté-
ria orgânica ali presente. 
Por isso, quanto maior for a quantidade de matéria 
orgânica num determinado ambiente aquático, 
maior será a DBO, podendo comprometer a manu-
tenção da vida aquática naquele local. 
 Fique atento: 
No contexto de análise da qualidade das águas, a 
DBO é adotada como uma referência para identifi-
cação da presença de esgoto doméstico in natura, 
que é um indicador de poluição. 
 
VARIÁVEL ASPECTOS GERAIS 
Nitrogênio total 
A presença de nitrogênio na água é indicadora de 
que pode estar havendo lançamento de esgoto 
sanitário e/ou efluentes industriais naquele ambiente. 
A eutrofização é consequência do excesso de nitro-
gênio na água de um rio, de um córrego ou de la-
goa, trazendo consequências negativas tanto no 
abastecimento público, quanto no uso recreativo, 
além de impactar diretamente a fauna aquática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
58 
 
 
 Fique atento: 
O nitrogênio chega na água de um rio por diferentes 
caminhos. Os principais são: (i) através do lança-
mento de esgotos sanitários; (ii) pelo lançamento de 
efluentes industriais; (iii) pelo escoamento da água 
pluviais que passam por solos que receberam fertili-
zantes; e, (iv) pela drenagem das chuvas que lavam 
as áreas urbanas. 
 
 Glossário: 
EUTROFIZAÇÃO é o fenômeno que acontece nos 
ambientes aquáticos pelo excesso de nutrientes (ni-
trogênio e fósforo) e orgânicos (lixo, fertilizantes agrí-
colas, p. ex.), promovendo um rápido desenvolvi-
mento de algas e de micro-organismos decomposi-
tores que consomem o oxigênio e causando a morte 
das espécies que dependem desse gás (peixes, p. 
ex.). 
Caso esse processo não seja revertido , toda as es-
pécies que usam oxigênio morrem por asfixia e os 
seres anaeróbio (não precisam de oxigênio) se de-
senvolvem produzindo ácido sulfídrico, proporcio-
nando odor à água. 
 
VARIÁVEL ASPECTOS GERAIS 
Fósforo total 
O fósforo é um nutriente utilizado nos processos bio-
lógicos. Quando acumulado na agua causa sua 
eutrofização. 
 Fique atento: 
O excesso defósforo na água é indicativo de que ali 
está sendo lançada muita matéria orgânica, esgotos 
domésticos e industriais, fertilizantes, detergentes e 
também excrementos de animais. 
 
VARIÁVEL ASPECTOS GERAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
 
 
VARIÁVEL ASPECTOS GERAIS 
Temperatura 
A água de um rio pode ter variação de temperatu-
ra, conforme ela esteja mais ou menos exposta ao 
sol, bem como das variações sazonais e diurnas (dias 
ensolarados ou nublados), além da profundidade de 
cada trecho. Isso proporciona influências em uma 
série de variáveis físico-químicas naquele ambiente, 
onde cada comunidade aquática possui seu próprio 
limite de tolerância térmica adequado para a sua 
manutenção como acontece, por exemplo, em re-
lação às migrações, desovas e incubações do ovo. 
O aumento excessivo das temperaturas de um rio, 
invariavelmente, é prejudicial à ictiofauna podendo 
desencadear um processo de mortandade bastante 
representativa da fauna associada, enquanto que 
as variações térmicas normais são naturalmente tole-
radas pelos animais que compõem aquele ecossis-
tema. 
Águas que circulam em rios com vegetação ciliar 
mais preservada proporcionando maior sombrea-
mento, são mais frias do que aquelas que circulam 
por trechos modificados de suas condições naturais. 
A temperatura da água também varia de acordo 
com a topografia por onde flui como, por exemplo, 
são os rios de planícies que apresentam uma veloci-
dade menor e temperaturas mais elevadas. 
 Fique atento: 
Variações na temperatura também podem ser regis-
tradas naqueles cursos d’água que recebem efluen-
tes de origem industriais mais aquecidos (onde o 
processo de produção usa água para refrigeração) 
e usinas termoelétricas (poluição térmica) desequili-
brando todo o processo biológico natural porque 
afeta diretamente a interação ecológica existente. 
 
 Glossário: 
ICTIOFAUNA é o conjunto das espécies de peixe que 
vivem no ambiente aquático (rio, lago, mar, por 
exemplo). 
VEGETAÇÃO CILIAR é aquela existente nas margens 
dos rios. Quando em condições preservadas é indi-
cativa de interação equilibrada entre solo e a água. 
 
 
VARIÁVEL ASPECTOS GERAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
60 
 
 
VARIÁVEL ASPECTOS GERAIS 
Turbidez 
A água pode ser límpida ou turva de acordo a 
quantidade de partículas que estão nela levadas 
pelas chuvas, movimento de terra de construção, 
entre outros motivos, mas que permanecem por al-
gum tempo em suspensão, comprometendo a limpi-
dez dessa água. 
Isso pode acontecer, por exemplo, quando as mar-
gens de um rio não possuem vegetação ciliar retira-
da em decorrência de algum tipo de exploração 
dessas áreas ribeirinhas. 
Quando em quantidades muito elevadas, o material 
em suspensão causa a turbidez na água, reduzindo 
a capacidade fotossintética da vegetação submer-
sa e das algas, desencadeando condições desfavo-
ráveis e/ou inibidoras à produtividade de peixes e, 
consequentemente, de todas as comunidades bio-
lógicas aquáticas. 
 Fique atento: 
A turbidez da água pode ser proveniente de lança-
mentos de resíduos industriais ou esgoto sanitário 
residencial produzido em áreas urbanizadas próxi-
mas e dentro da mesma bacia hidrográfica. 
 
VARIÁVEL ASPECTOS GERAIS 
Resíduo total 
Sólidos nas águas são matérias que permanecem 
como resíduo e se apresentam em diferentes frações 
(vários tamanhos) de acordo com o material que é 
constituído. 
 Fique atento: 
A presença de sólidos em ambientes lênticos e lóti-
cos pode causar danos à vida aquática, porque po-
dem se sedimentar no leito desses ambientes que 
são utilizados para desova de peixes ou mesmo co-
mo reservatório de alimentos a fauna local, desequi-
librando a cadeia alimentar estabelecida naquele 
ambiente e sua relação com o ambiente externo. 
 Glossário: 
AMBIENTE LÓTICO é aquele que se caracteriza por 
ser um sistema aquático que possui fluxo de água 
constante, desde sua nascente até sua foz. 
AMBIENTE LÊNTICO é aquele que se caracteriza por 
águas paradas ou de baixo fluxo, como um lago por 
exemplo. 
 
VARIÁVEL ASPECTOS GERAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
61 
 
 
VARIÁVEL ASPECTOS GERAIS 
Oxigênio dissolvido 
O oxigênio dissolvido na água é de extrema impor-
tância para a manutenção dos ecossistemas aquá-
ticos. 
A variação da quantidade de oxigênio dissolvido na 
água é determinante para manter as condições de 
sobrevivência de cada uma das espécies ali presen-
te. Por isso, é um importante parâmetro indicador da 
qualidade da água. 
A variação de oxigênio dissolvido na água está rela-
cionada à quantidade de matéria orgânica ali pre-
sente. Isso quer dizer que quando esgoto in natura é 
lançado num corpo d’água, há um aumento da 
demanda microbiana pelo oxigênio ali existente, 
causando sua consequente diminuição. Por isso é 
importante que a quantidade de micróbios desse 
ambiente não seja muito alta para não haver con-
sumo exagerado do oxigênio dissolvido ali disponível. 
 Fique atento: 
Em face da facilidade de se perder o oxigênio dis-
solvido contido num ambiente aquático, também é 
relativamente simples e fácil criar situações que fa-
voreçam a sua dissolução em águas com baixo teor 
gás dissolvido. 
Isso acontece naturalmente naqueles trechos de rios 
que têm cachoeiras, uma vez que o movimento in-
duzido e o borbulhar durante a queda, ajudam a 
água absorver mais oxigênio dissolvido, compen-
sando aquele que foi consumido na decomposição 
da matéria orgânica (Figura 27). 
 
 
Figura 27: Exemplo de equipamento de uso público que favorece a oxigenação da água. 
 
Foto: Elaborado pelo Autor (2011). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
62 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. Existem muitos tipos de uso da água para os diferentes fins, como para o sistema 
ecológico e para o consumo humano. Considerando o uso da água para o 
consumo humano, o que significa uso consuntivo? 
 
a) O uso consuntivo da água significa que esse recurso é utilizado para geração de 
energia elétrica após ter sido tratada. 
b) O uso consuntivo da água significa que esse recurso só pode ser utilizado na irri-
gação de áreas agrícolas. 
c) O uso consuntivo da água significa que esse recurso só não pode ser utilizado no 
abastecimento público. 
d) O uso consuntivo da água significa que esse recurso é utilizado para tratamento 
de esgoto doméstico. 
e) O uso consuntivo da água significa que esse recurso é utilizado após ser retirado 
do ambiente onde está naturalmente. 
 
2. Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece que esgoto doméstico lan-
çado nos córregos e rios é a principal causa da poluição das águas, deman-
dando que ações de gestão e planejamento dos recursos hídricos sejam implan-
tados adequadamente. Como também pode ser classificada uma doença con-
traída pelo contato com água contaminada? 
 
a) Doença contraída pelo contato com água contaminada também é conhecida 
como de veiculação hídrica. 
b) Doença contraída pelo contato com água contaminada também é conhecida 
como deficiência nutricional. 
c) Doença contraída pelo contato com água contaminada também é conhecida 
como de formação congênita. 
d) Doença contraída pelo contato com água contaminada também é conhecida 
como entérica. 
e) Doença contraída pelo contato com água contaminada também é conhecida 
como doença motora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
63 
 
 
3. O Índice de Qualidade das Águas (IQA), utilizado no Brasil desde 1975, classifi-
cando-a como “Ótima”, “Boa”, “Regular”, “Ruim” e “Péssima”. Para que essa 
classificação possa ser definida, quantos parâmetros são considerados na avali-
ação deste recurso? 
 
a) Para que a classificação da água possa ser definida dentro dos padrões estabe-
lecidos de IQA, são utilizados cinco parâmetros. 
b) Para que a classificação da água possa ser definida dentro dos padrões estabe-
lecidos de IQA, são utilizados nove parâmetros. 
c) Para que a classificação da água possa ser definida dentro dos padrões estabe-
lecidos de IQA, é utilizado apenas um parâmetro.

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