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Drogas de abuso e o tratamento farmacologico da dependencia

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Laura Vieira Gomes de Oliveira – Medicina UNIFG 
O QUE SÃO SUBSTÂNCIAS DE ABUSO? 
▪ Substâncias químicas administradas, sem indicação terapêutica ou orientação médica, com o objetivo de obter um efeito 
psicoativo recreativo 
- Recreativo – moderado, sem continuidade, com efeito recreativo, mas sem desejo compulsivo e que não causa transtornos 
psicológicos e sociais 
- Abusivo – problemas, mal adaptação e interfere em aspectos sociais e físicos (mais do que o barato), consequências físicas 
e fenômenos de adição e dependência 
▪ Potencial de dependência química ou psíquica 
▪ Fenômeno humano mundial e atemporal – diversos contextos e finalidades 
ASPECTOS COMPORTAMENTAIS DO ABUSO 
(Poque essas substâncias são abusadas?) Essas substancias são capazes de promover um fenômeno chamado de Reforço, que nada 
mais é do um estimulo para que a gente repita um determinado comportamento 
▪ Reforço positivo – prazer 
▪ Reforço negativo – aliviar uma sensação negativa, de desprazer e desconforto; alivia certo comportamento (algo que alivia 
a dor) 
SISTEMA DE RECOMPENSA NEURAL 
Parte neurobiológica que faz com que certos comportamentos sejam reforçados ou não 
Via mesolímbica e mesocortical – áreas relacionadas com a dependência química (áreas estimuladas) 
▪ Via mesolimbica vai da área tegumentar ventral até o núcleo acumis – via dopaminérgica 
- Memoria e emoções ligadas ao uso 
- Condicionamento ao uso e fissura (desejo incontrolável de ingerir substância) 
▪ Via mesocortical vai da área tegumentar ventral até o córtex pré-frontal 
- Padrões de comportamento das substâncias psicoativas 
- Compulsão e perda do controle para o uso de drogas 
- Ligada ao giro do cíngulo, amigdala e hipocampo – estabelecimento da memoria 
Vias dopaminérgicos; contudo, os neurônios dopaminérgicos dessas vias são inervados por outros neurônios com outros 
neurotransmissores (dopamina exerce papel central, mas opioides, GABA, receptores de serotonina e adrenalina podem ser ativados 
por diferentes substâncias (não drogas) e levarem ao processo de dependência. Mas, sempre lembrar que, na dependência, a 
dopamina e suas ligantes são os principais. 
**Gaba com antidepressivos 
 
Laura Vieira Gomes de Oliveira – Medicina UNIFG 
ETIOLOGIA DOS TRANSTORNOS DE ABUSO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 
 
▪ Tríade – droga, situação e hospedeiro 
▪ Pessoas pobres não vão ser viciados em substâncias caras 
▪ Profissionais de saúde com certas substâncias medicamentos 
▪ Via de entrada da droga e sua farmacodinâmica 
▪ Hereditariedade 
DEPENDÊNCIA VERSUS TOLERÂNCIA VERSUS ADIÇÃO 
TOLERÂNCIA – efeito farmacológico diminuído pela repetição de uma dose da substância; a dependência causa a tolerância 
▪ Tolerância inata – nasce com tolerância a certa substância (ex: álcool) 
▪ Tolerância adquirida - mais comum, você desenvolve depois que está exposta a sustância de abuso 
- Tolerância farmacocinética (ex: álcool e a enzima desidrogenase, treino do fígado para expressar níveis mais elevados da 
enzima, sente menos os efeitos; ocorre uma metabolização mais rápida), 
- Tolerância farmacodinâmica – o organismo começa a ter um efeito neuroplástico para ser menos estimulado por aquela 
substância (ex: diminui os receptores que captam as substâncias; tem substância, mas não tem receptor para ela grudar e 
agir) 
- Tolerância aprendida – tolerância comportamental 
▪ Tolerância condicionada – ao estar em determinado ambiente ou condição, a tolerância é desenvolvida 
▪ Tolerância cruzada – a administração de uma substância causa tolerância para outra substância (interação medicamentosa) 
▪ Sensibilização – oposto da tolerância; uma dose diminuída causa um efeito maior (raro) 
ADIÇÃO – padrão de memória mal-adaptativa → ativação intensa e direta dos mecanismos de recompensa (mais intensa do que 
outras pessoas) 
DEPENDÊNCIA – alteração neuroplásica de adaptação farmacológica a uma substância 
▪ Reajuste homeostático a substância (entende que o estímulo repetitivo e maior como fisiológico e ajusta o corpo para isso. 
O problema é quando retira a substância pois balança a homeostase anteriormente ajustada) 
▪ Retirada da substância – abstinência 
SÍNDROME DA ABSTINÊNCIA 
Única evidencia objetiva da dependência física 
▪ Desequilíbrio da homeostase após a retirada abrupta da droga (o ideal é que o desmame seja gradual) 
▪ Não necessariamente associada ao uso de drogas ilícitas ou adição pois é um fenômeno farmacológico 
▪ Sintomas dependem da classe de droga utilizada (oposto do que a droga causa) 
▪ Foi descrita pela primeira vez por Edward e Gross (1976) 
- Saliência e relevância do consumo (quantidade grande e repetida da substância) 
- Aumento da tolerância 
- Síndrome de abstinência 
- Alívio ou escape da abstinência pelo consumo 
- Percepção subjetiva da compulsão para o uso (achar que está tudo sob controle) 
- Estreitamento do repertório de comportamento 
Laura Vieira Gomes de Oliveira – Medicina UNIFG 
- Recaídas após abstinência 
TRATAMENTO DA ADIÇÃO E DEPENDÊNCIA 
▪ Desafiador – deve ser construído para cada paciente e construído para o paciente 
▪ Exige disposição para a mudança 
▪ Terapias não farmacológicas: 
- Entrevista motivacional 
- Terapia cognitivo-comportamental 
- Métodos dos 12 passos (AA e NA) 
- Prevenção de recaída 
CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS 
▪ Quanto a legalidade: 
- Lícitas: álcool, nicotina, cafeína etc. 
- Ilícitas: cocaína, crack, maconha, MDMA 
Obs. Postaria 344 – controle especial de substâncias (controladas). Drogas regulamentadas que podem ou não ser drogas de 
dependência e abuso (como a lista B1 e B2). Drogas lícitas se prescritas, caso não, são ilícitas. Ex: comercialização da morfina 
▪ Quanto a modulação do sistema nervoso 
- Depressoras: álcool, ansiolíticos, nicotina, opioides 
- Psicoestimulantes: cocaína, anfetaminas, alucinógenos 
DROGAS LÍCITAS 
ÁLCOOL ETÍLICO (ETANOL) 
Droga de abuso mais consumida mundialmente 
▪ Produto de fermentação de carboidratos. Pode ser destilada para aumentar de concentração em bebidas 
▪ Toxicodinâmica: depressor do SNC. Acredita-se que existem múltiplos mecanismos neuroquímicos envolvidos 
- Pode ser percebido como estimulante em baixas doses pois ele promove a estimulação de certas regiões de controle de 
comportamento (diminui timidez, nervosismo) 
- Mecanismo farmacodinâmicos diversos 
 → alteração da fluidez da membrana 
 → influência sobre neurotransmissões diversas, particularmente envolvendo o GABA 
 → ação sobre alguns neurotransmissores aminas e aminoácidos (GLUTAMATO e GABA – aumenta a ativação de 
GABA e inibe o Glutamato = aumenta a inibição do sistema nervosos central) 
▪ Toxicocinética do etanol: 
- Absorção majoritariamente intestinal 
- Distribui-se amplamente no organismo e atravessa a barreira hemato-cefálica 
 
Laura Vieira Gomes de Oliveira – Medicina UNIFG 
- Metabolização hepática – metabolizado em acetaldeído por três enzima (uma ou outra), sendo elas a CYP4502E1, álcool 
desidrogenase e a catalase. O acetaldeído é a substância da ressaca. O acetato é a última parada da via e pode se juntar a 
coenzima A formando Acetil CoA 
Obs. o Acetato, antes de se juntar a CoA ou parado na célula em excesso, tem um grande potencial inflamatório 
- Eliminação constante e renal 
▪ Efeitos do etanol: 
- Depressão do SNC – depressão de sítios em ordem (perde a mobilidade, fala devagar, desmaio, coma, vomito) 
- Efeitos hepáticos crônicos 
- Pancreatite crônica alcoólica 
- Alteração da função renal 
-Alterações hormonais 
- Geração de tolerância e dependência 
Obs. homem tem tolerância maior pois tem maior volume de distribuição, ou seja, mais massa corporal, fazendo com que o álcool 
se distribua de maneira mais uniforme e menos quantidade atinja as concentrações em nível central; além disso, o homem possui 
para CYP do que as mulheres (mais capacidade de metabolização do álcool) 
Intoxicação aguda:▪ Efeitos variados: leve embriaguez até coma ou morte 
- Varia com a tolerância adquirida da pessoa ou a resposta inata 
- Associação com benzodiazepínico – maior causa de morte 
▪ Efeitos comportamentais 
- Exposição moral 
- Alteração de humor fácil 
- Comportamentos sexuais de risco ou outros comportamentos arriscados 
▪ Aumento da susceptibilidade à acidentes de trânsito 
▪ Relação com receptores de GABA e permeação de membrana – toxico e efeitos toxicológicos 
▪ Conter a intoxicação: 
- Interromper a ingestão 
- Posicionar em decúbito lateral (evitar broncoaspiração) 
- Ambiente seguro para descanso 
- Administração de tiamina (álcool impede a absorção e a timina é importante para síntese de ATP pelos neurônios; dessa 
forma, repor ela fundamental para conter síndromes ou quadros de complicação em decorrência da intoxicação) 
- Administração de soro glicosado (indicado para hipoglicemia e desidratação; não diminui o estado de embriaguez) 
▪ Síndrome de abstinência ao etanol (leve ou moderada) 
- Leve agitação psicomotora 
- Orientação no tempo e espaço 
- Rede social de apoio presente (pessoas que ajudam a manter a síndrome de abstinência) 
- Não precisa de intervenção farmacológica 
 
Laura Vieira Gomes de Oliveira – Medicina UNIFG 
Obs. benzodiazepínico para controlar a alucinação, diminui os efeitos da abstinência ao depreciar o SNC 
▪ Haloperidol para alucinação alcoólica 
Farmacoterapia para dependência alcoólica 
▪ Naltrexona (antagonista dos receptores de opioides) – contém o efeito da abstinência 
▪ Dissulfiram – inibição da alcooldisidrogenase – bloqueia a metabolixação do álcool e amplia os efeitos negativos (ressaca, 
mesmos efeitos da toxicidade só que com doses mais baixas) – modula o efeito de vontade de beber, reforço de aversão a 
utilização do álcool (tratamento; consentido e responsável) 
▪ Gabapentina (semelhante ao GABA) - melhora o sono e controla os efeitos da abstinência 
OBS: ao retirar a droga, ocorre pico de glutamato, então a GABA inibe 
▪ Acamprosato: inibidor de receptor glutamatergico – alívio 
NICOTINA 
▪ A mais perigosa dentre as substâncias de abuso 
▪ Alcaloide do Tabaco (Nicotiana tabacum) – maior concentração de nicotina 
- Tabagismo é qualquer forma de consumo da nicotina 
▪ Efeitos sobre receptores colinérgicos do sistema nervoso central 
- Depressão do SNC, que causa um relaxamento e ativação do sistema de recompensa 
- Ativação do sistema de recompensa 
▪ Intoxicação aguda não é a pior, mas sim a crônica e suas consequências 
▪ Charuto – fumaça inteira na mucosa oral (mais forte) 
Obs. o vapor de água passa para nicotina e se vaporiza, fazendo com que a fumaça seja rica em água além da nicotina e não agrida 
tanto a mucosa (fumaça úmida); alivia a sensação desagradável da fumaça do tabaco no narguilé. Negativo pois a pessoa usa mais 
nicotina que o normal. 
▪ Toxicocinética da nicotina: 
- Absorvida oralmente ou por inalação (ph da fumaça interfere na absorção, modificado e adaptado pelas indústrias) 
- Atravessa a barreira placentária e se distribui no feto 
- Eliminação urinaria 
▪ Dependência da nicotina 
- Forte desejo para consumir a substância principalmente no começo do dia pois passou a noite toda sem fumar 
- Dificuldade de controlar o comportamento de consumo 
- Estado de abstinência (irritabilidade) 
- Tolerância (quantidades cada vez maiores) 
- Abandono progressivo de prazeres em favor do uso da substância 
- Persistência do uso a despeito dos danos; ignora as consequências 
 
Laura Vieira Gomes de Oliveira – Medicina UNIFG 
Entrevista para dependentes 
▪ Síndrome de abstinência da Nicotina 
- Irritabilidade 
- Ansiedade 
- Inquietada ou impaciência 
- Dificuldade de concentração 
- Humor disfórico 
- Aumento do apetite e ganho de peso (oportunidade de sentir prazer com a comida pois a nicotina inibe o prazer com a 
comida) 
▪ Tratamento 
- Nicotina em adesivos, gomas e spray (não é tão eficaz) 
- Bupropiona: antidepressivo atípico com efeitos sobre os centros dopaminérgicos que diminui a compulsão pela nicotina 
DROGAS ILÍCITAS 
MACONHA 
Cannabis sativa 
▪ Droga ilícita mais consumida do mundo 
▪ Efeitos terapêuticos: analgésico, anti-emético e anticonvulsivo 
▪ Metabolitos ativos – canabinóides 
- Sendo que, os canabinóides (Delta 9 THC) é o responsável pelos efeitos psicoativos da maconha 
- O canabidiol isolado não causa efeito psicoativo e possui efeitos terapêuticos 
▪ Formas de uso: 
- Baseado; 
- Cachimbo (pipe) 
- Bong 
- Vaporizador 
Obs. alguns medicamentos terapêuticos com anticonvulsivos usam os dois metabolitos juntos 
Obs. folhas mais novas tem uma concentração maior de canabinóides (são mais alucinógenos) 
 
Farmacodinâmica 
▪ Sistema endocanabinódes (sistema de sensibilização neuroquímica que produz nos organismos os efeitos da maconha) 
- Anandamida e etanolamida do ácido araquidônico 
▪ Atua sobre dois dipos de receptores: 
- CB1: efeitos psicoativos (SNC) 
- CB2: regulação imunológica 
Toxicocinética 
▪ Boa absorção pulmonar 
▪ Lenta absorção oral – brigadeiro de maconha, brownie de maconha 
▪ Armazena-se no tecido adiposo (substâncias muito lipofílicas) – sem flashback 
- Testes laboratoriais em testes toxicológicos 
Efeitos da maconha no organismo 
Laura Vieira Gomes de Oliveira – Medicina UNIFG 
▪ Relaxamento e intensificação de sensação com lentidão do tempo ao seu redor (alteração da percepção do tempo) 
▪ Leve euforia 
Alterações fisiológicas 
▪ Alterações vasculares que podem começar com taquicardia e aumento da pressão 
▪ Aumento da hipertensão 
▪ Enrubescimento das conjuntivas por causa da concentração de sangue nos vasos pequenos 
▪ Larica 
Efeitos agudos da intoxicação 
▪ Alteração da cognição 
▪ Ansiedade e sintomas psicóticos 
▪ Amnésia 
▪ Não consegue realizar funções básicas 
Efeitos a longo prazo: 
▪ Prejuízos cognitivos: memoria, atenção, funções executivas 
▪ Ansiedade 
▪ Associação com psicose 
Obs. o canabidiol não causa os efeitos centrais do canabinóides; mas o fisiológico pode causar (funções básicas) 
Tolerância e dependência 
▪ Controvérsia sobre os efeitos aditivos e dependência 
- a pessoa sente falta da maconha 
▪ Abstinência: mais comum em usuários de grandes quantidades (síndrome de abstinência) 
Tratamento farmacológica 
▪ Efeitos agudos: 
- Taquicardia: propanol e rimonabanto 
- Efeitos psicóticos: olanzapina e haloperidol 
▪ Dependência 
- Dronabinol 
- Potencial do CBD, mas sem estudos conclusivos 
COCAÍNA 
▪ Alcaloide natural de Erythroxylum coca – uso como estimulante e anestésico 
- Possui cocaína da coca cola, hoje é cafeinada e antes era cocaínada com extrato de coca 
▪ Cara, de difícil acesso 
▪ Maior potencial de desenvolvimento de dependência 
▪ Apresentação: 
- Chá de folhas de coca, via oral (0,5 a 1,5% cocaína) 
- Cloridrato de cocaína, via inalatória ou intravenosa (15 a 75% de cocaína) 
- Crack, via inalatória (cachimbo – 40 a 90% de cocaína) 
Obs. quanto maior a dose da droga no corpo, mais rápido a droga será eliminada pelo corpo 
Aspectos farmacológicos 
▪ Bloqueador de canais de recaptação de monoaminas (catecolaminas), aumentando o tempo de permanência delas 
- Dopamina 5HT3 e N3 – relacionado aos efeitos da dependência, da adição e da recompensa – recompensa o tempo todo 
estimulado 
Obs. a cocaína age em cima das vias dopaminérgicas de recompensa e dependência; fazendo com que essa via fica mais “ligada” 
uma vez que não ocorre a recaptação da dopamina na via 
Laura Vieira Gomes de Oliveira – Medicina UNIFG 
- Efeitos sobre a via dopaminérgica e mesocorticas 
- Bloqueios dos canais de cálcio 
Efeitos psicoativos durante o absuo – alto potencial de adição 
▪ Euforia 
▪ Loquacidade (fala demais e o tempo todo) 
▪ Ansiedade e insônia 
▪ Agitação 
▪ Orgasmos mais intensos e prolongado (comportamento sexual compulsivo)- Estimula ao comportamento sexual compulsivo 
- Cronicamente cursa com perda de libido 
▪ Movimentos estereotipados e repetitivos 
Aspectos farmacocinéticos 
▪ Boa absorção por via inalatória e oral 
▪ Atinge rapidamente níveis centrais 
- Crack é o mais lipossolúvel 
▪ Biotransformação hepática – Esterases 
▪ Rapidamente eliminado pela urina 
- 4 sub-produtos: benzoilecgonina 
ANFETAMINAS 
▪ Segundo tipo de droga ilícita mais consumida no mundo 
▪ Anfetamina, Metanfetamina, MDMA (Ecstasy), femproporex, sibutramina e metilfenidato (dois últimos são lícitos, mas 
podem ter seu uso desviado para o abuso) 
- Sintetizado primeiramente como substituta sintética à efedrina (adrenérgico, usado para quedas de pressão como choque; 
substituição sintética) 
- Utilizada amplamente na segunda guerra mundial (principalmente pela Alemanha nazista – exército robô) 
▪ Utilizadas terapeuticamente 
- Narcolepsia 
- TDAH com hiperatividade 
- Transtornos de obesidade 
Aspectos farmacológicos 
▪ Estimulantes – ativam as vias neuronais de estimulação da atividade 
▪ Inibição da recaptação de catecolaminas (principal mecanismo; são menos especificas) 
▪ Estímulo a liberação da dopamina e serotonina – efeitos de abuso e ativação do sistema de recompensa 
▪ Efeitos simpaticomiméticos – taquicardia, elevação da pressão arterial (SNS) 
 
Laura Vieira Gomes de Oliveira – Medicina UNIFG 
Efeitos agudos 
▪ Físicos: 
- Taquicardia, sudorese, bruxismo, anorexia, aumento do estado de vigília, hipertermia, insônia 
▪ Psicológicos: 
- Euforia, aumento de percepção sensoriais, alucinações, aumento de autoconfiança, interesse sexual, aumento da sensação 
de proximidade de terceiros 
Efeitos crônicos 
▪ Prejuízo cognitivo, ansiedade, diminuição do desempenho da memória, dependência física 
Obs. ritalina a longo prazo caso prejuízo de memória; ajuda na hora, mas a longo prazo, por ativação excessiva do SNC, prejudica 
a memória (aprendizado não se conserva). Além disso, ocorre a dependência (homeostasia adquirida para a não recaptação da 
catecolamina) 
Dependência e abstinência 
▪ Usuários de anfetaminas: público heterogêneo (para que você usa?) 
- Usuários instrumentais – utiliza para poder estudar mais ou ficar mais tempo acordado fazendo algo 
- Usuários recreativos – busca os efeitos de recompensa 
- Usuários crônicos – utilizou por mais tempo que o necessário um inibidor de apetite (tratamento para obesidade) e acabou 
desenvolvendo uma dependência física 
▪ Síndrome da abstinência 
- Humor depressivo, paranoia, fadiga, prejuízo cognitivo, ansiedade e confusão 
Tratamento 
▪ Dependência: sem tratamento farmacológica 
- Bupropriona, naltrexona (antagonista opioide, diminuindo os efeitos da dependência) e mirtazapina (antagonista dos 
receptores serotoninérgicos) 
- Modafinil 
- Efeitos mais leves que as anfetaminas, controlando a dependência (homeostasia) 
▪ Intoxicação aguda: síndroma da agitação intensa 
- Benzodiazepínicos 
- Antipsicóticos: haloperidol 
ALUCINÓGENOS 
▪ Grupo heterogêneo de drogas 
▪ Produzem alterações nas percepções, no pensamento e nos sentimentos (percepção de realidade alterada) 
▪ Classificação: 
- Natureza: Ayahuasca (Dimetiltriptamina), Beladona (Atropina e escopalamina), Cogumelos (psiloscibina e muscarina) 
- Sintéticos: LSD E MDMA 
▪ Ayahuasca, LSD e MDMA atuam por meio de sinapses serotoninérgicas a nível de tálamo, que irão desorganizar o controle 
do tálamo para as informações que chegam ao córtex, ou seja, altera a informações e bagunça a realidade das informações 
Obs. ayahuasca é também conhecido como “chá de Santo Daime” e é utilizada em rituais para ter uma elevação espiritual um pocuo 
maior. É permitido religiosamente o uso mas não é permitido em forma de droga de abuso 
Agentes psicodélicos 
▪ Efeitos de abuso 
- Alucinações, 
- Alteração do humor, 
- Sialorreia, 
- Aumento da FC e PA, 
- Hiperreflexia 
▪ Bad trip 
- Ansiedade extrema 
Laura Vieira Gomes de Oliveira – Medicina UNIFG 
- Depressão profunda 
- Ideação suicida 
▪ Flashback – efeitos associados ao uso recreativo da substância em momentos posteriores e sem controle (usa uma vez em 
casa e meses depois o efeito aparece enquanto você está no trânsito) 
▪ Dependência e abstinência 
- Raros, sem desenvolvimento de tolerância 
Tratamento de intoxicação agudas 
▪ Lavagem gástrica 
▪ Ansiedade: orientação voltada para a realidade → BZD 
▪ Hipertermia: tratamento com Dantrolene 
▪ Convulsões: Diazepam 
OPIOIDES 
▪ Ópio: seiva leitosa obtido a partir do bulbo (látex) e Papaver samniferum 
- Propriedades recreativas e analgésicas 
▪ Opiáceos: drogas derivadas da Papoula 
▪ Opioides: drogas com efeitos agonistas opioides 
▪ Classificação 
- Opioides naturais (ou opiáceos): morfina, codeína 
- Opioides semissintéticos: heroína, oxicodona, oximoforna 
- Opioides sintéticos: meperidina, fentanil, propoxifeno e metadona 
 
Obs. receptor Mu1 é o mais acometido pelas drogas de abuso 
Obs. depressão no centro respiratório que desestimula o diafragma 
Intoxicação aguda 
▪ Coma com apneia 
▪ Pupilas mioticas fixas 
▪ Repressão respiratória 
▪ Hipotensão, bradicardia 
▪ Edema pulmonar 
▪ Hipo ou hipertermia 
▪ Crises de epilepsia 
Tratamento da intoxicação 
▪ Assistência respiratória 
▪ Suporte hemodinâmico 
▪ Naloxona (compete com os receptores e, quando ganha, não se liga a eles – suprime a resposta) 
Laura Vieira Gomes de Oliveira – Medicina UNIFG 
Síndrome da abstinência 
▪ Humor disfórico 
▪ Náuseas e vomito 
▪ Dores musculares 
▪ Lacrimejamento 
▪ Midríase 
▪ Diarreia 
▪ Bocejos 
▪ Febre 
▪ Insônia 
Intervenções farmacológicas na abstinência 
▪ Agonistas opioides: metadona e levometadilacetato 
- Conter efeitos da abstinência 
▪ Agonistas parciais: buprenorfina 
▪ Agonistas opioides: 
- Diminuir efeitos reforçadores associados ao abuso 
Referência: Dependência Química: Prevenção Tratamento e Políticas Públicas