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GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

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Prévia do material em texto

PROFESSORES
Dra. Jéssica de Carvalho Lima
Me. Paula Polastri
Gerenciamento 
de Resíduos
ACESSE AQUI O SEU 
LIVRO NA VERSÃO 
DIGITAL!
EXPEDIENTE
Coordenador(a) de Conteúdo 
Gustavo Affonso Pisano Mateus
Projeto Gráfico e Capa
André Morais, Arthur Cantareli e 
Matheus Silva
Editoração
Matheus Silva de Souza
Design Educacional
Daniele Bellese dos Santos
Curadoria
Carla Fernanda Marek
Revisão Textual
Sarah Mariana Longo Carrenho 
Cocato
Ilustração
Bruno Cesar Pardinho
Fotos
Shutterstock
DIREÇÃO UNICESUMAR
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia 
Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de 
Design Educacional Paula R. dos Santos Ferreira Head de Graduação Marcia de Souza Head de Metodologias Ativas 
Thuinie M.Vilela Daros Head de Recursos Digitais e Multimídia Fernanda S. de Oliveira Mello Gerência de 
Planejamento Jislaine C. da Silva Gerência de Design Educacional Guilherme G. Leal Clauman Gerência de Tecnologia 
Educacional Marcio A. Wecker Gerência de Produção Digital e Recursos Educacionais Digitais Diogo R. Garcia 
Supervisora de Produção Digital Daniele Correia Supervisora de Design Educacional e Curadoria Indiara Beltrame
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de 
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino 
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. LIMA, Jéssica de Carvalho; 
POLASTRI, Paula.
Gerenciamento de Resíduos. Jéssica de Carvalho Lima, 
Paula Polastri. Maringá - PR: Unicesumar, 2022. 
288 p.
ISBN 978-85-459-2150-9 
“Graduação - EaD”. 
1. Gerenciamento 2. Resíduos 3. Tratamento. 4. EaD. I. Título. 
CDD - 22 ed. 363.1 
FICHA CATALOGRÁFICA
Reitor 
Wilson de Matos Silva
A UniCesumar celebra os seus 30 anos de história 
avançando a cada dia. Agora, enquanto Universidade, 
ampliamos a nossa autonomia e trabalhamos diaria-
mente para que nossa educação à distância continue 
como uma das melhores do Brasil. Atuamos sobre 
quatro pilares que consolidam a visão abrangente 
do que é o conhecimento para nós: o intelectual, o 
profissional, o emocional e o espiritual.
A nossa missão é a de “Promover a educação de 
qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, for-
mando profissionais cidadãos que contribuam para o 
desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária”. 
Neste sentido, a UniCesumar tem um gênio impor-
tante para o cumprimento integral desta missão: o 
coletivo. São os nossos professores e equipe que 
produzem a cada dia uma inovação, uma transforma-
ção na forma de pensar e de aprender. É assim que 
fazemos juntos um novo conhecimento diariamente.
São mais de 800 títulos de livros didáticos como este 
produzidos anualmente, com a distribuição de mais 
de 2 milhões de exemplares gratuitamente para nos-
sos acadêmicos. Estamos presentes em mais de 700 
polos EAD e cinco campi: Maringá, Curitiba, Londrina, 
Ponta Grossa e Corumbá, o que nos posiciona entre 
os 10 maiores grupos educacionais do país.
Aprendemos e escrevemos juntos esta belíssima 
história da jornada do conhecimento. Mário Quin-
tana diz que “Livros não mudam o mundo, quem 
muda o mundo são as pessoas. Os livros só 
mudam as pessoas”. Seja bem-vindo à oportu-
nidade de fazer a sua mudança!
Tudo isso para honrarmos a 
nossa missão, que é promover 
a educação de qualidade nas 
diferentes áreas do conhecimento, 
formando profissionais 
cidadãos que contribuam para 
o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária.
Dra. Jéssica de Carvalho Lima
Olá, querido(a) aluno(a)! Gostaria de falar um pouco 
mais sobre mim para você. Moro em Maringá e amo 
passear pela cidade, conhecer novos lugares e des-
frutar dos parques que temos aqui. Desde pequena, 
sempre gostei de estar em contato com a natureza e 
contemplar o verde. Tenho dois gatos, a Teka e o Bingo, 
que são meus parceiros e já se mudaram várias vezes 
comigo de uma casa para outra! Também, gosto muito 
de pedalar e aproveito esse esporte para me aventurar 
por trilhas e conhecer cachoeiras. E, claro, sempre com 
um fone de ouvido, escutando uma playlist pra lá de 
eclética! Além disso, gosto de praticar corrida e dança. 
Contudo, quando não estou correndo pra lá e pra cá, 
também gosto de cuidar da casa e passar um tempo 
com a família e os amigos mais próximos, tomando um 
tereré, bebida muito comum no interior de São Paulo, 
dando risada e conversando sobre a vida.
http://lattes.cnpq.br/6208602282483902
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/13169
Me. Paula Polastri
Olá, aluno(a)! Para que você me conheça um pouco me-
lhor, contarei sobre meus passatempos favoritos. Eu 
adoro os animais, principalmente, gatos, estar com eles 
e cuidar. Atualmente, tenho seis gatos, sendo dois machos 
e quatro fêmeas, o mais velho e meu xodó é o Preto, está 
comigo desde a minha graduação, encontrei-o ainda filho-
tinho em uma ponte em uma mata ciliar quando eu estava 
fazendo rapel. Tenho, também, um cachorro, o Barley, 
que, em inglês, significa cevada. Todos eles são animais 
resgatados da rua. Já fiz muitos resgates de animais e, 
também, ajudo cuidadores de animais independentes e 
alguns animais que vivem na rua. Gosto muito de mexer 
com plantas, jardinagem e de estar em contato com a 
natureza. Adoro estar com minha família e, sempre que 
possível, faço uma viagem para ver a família, os amigos ou 
conhecer novos lugares, inclusive, na minha imagem de 
apresentação estou dentro do Vaticano, na Itália, viagem 
maravilhosa que pude realizar. Minha preferência musical 
é rock, principalmente, rock internacional. Quando sobra 
um tempinho, gosto de assistir a filmes, em casa e no ci-
nema, de todos os gêneros e países. Não gosto muito de 
praticar esportes, contudo, na infância e no colégio, era o 
inverso, mas gosto de pedalar, fazer natação e caminhar 
com o Barley e meu esposo. Um abraço!
http://lattes.cnpq.br/6170602428689890
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/11112
Prezado(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! 
Os protagonistas de nossos estudos serão os resíduos, ou seja, os poluentes am-
bientais. Você conhece os tipos de poluentes e as formas de tratamento? 
Você observará, em sua leitura e seus estudos, que, ao realizar o tratamento de 
um resíduo em um meio físico — no ar, na água ou no solo —, há transferência de 
algum tipo de poluente para outro meio físico. Afinal, ao se tratar um efluente líquido, 
são gerados resíduos sólidos e poluentes atmosféricos; ao se tratar resíduos sólidos, 
geram-se efluentes líquidos e poluentes atmosféricos; e, ao se tratar poluentes atmos-
féricos, geram-se efluentes líquidos e resíduos sólidos. 
Portanto, o entendimento de cada unidade, assim como a “ligação” entre elas, é de 
suma importância para o entendimento dessa temática de forma geral, tanto em sua 
atuação acadêmica quanto na profissional. Atente-se para os conteúdos tratados nas 
unidades, pois eles se complementam. 
Assim, este livro lhe fornecerá bases de conhecimento para a consolidação da dis-
ciplina de Gerenciamento de Resíduos. O presente material tem como objetivo apre-
sentar os primeiros conceitos relacionados ao estudo sobre os diversos poluentes 
ambientais, além de introduzir todas as etapas para o seu adequado gerenciamento, 
as diversas legislações e normas técnicas aplicáveis e as diversas formas de prevenção 
e controle da poluição.
O livro está dividido em cinco unidades, de modoque, na primeira, estudaremos 
terminologias fundamentais nesse estudo, cujo conhecimento é de irrefutável impor-
tância ao(à) futuro(a) Gestor(a) Ambiental. Primeiramente, conheceremos como os 
poluentes ambientais, sejam sólidos, líquidos e gasosos, são gerados, podendo a au-
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
sência de prevenção e controle e o não atendimento dos limites de emissão requeridos 
nas legislações aplicáveis ocasionar a poluição dos solos, da água e do ar, ou seja, a 
poluição ambiental. Apresentaremos, na segunda unidade, as principais característi-
cas e parâmetros de controle das águas residuárias ou efluentes líquidos, os padrões 
de lançamento de efluentes e de qualidade dos corpos d’água no Brasil, tal como os 
níveis de tratamento de efluentes, amostragem, alternativas de aplicação e de reuso 
do efluente tratado.
Na terceira unidade, aprofundaremos nossos conhecimentos nas etapas do ge-
renciamento de resíduos sólidos, desde a sua classificação até o transporte, incluindo 
alguns dos importantes instrumentos relativos à gestão integrada e ao gerenciamento 
de resíduos sólidos. Continuamente, na quarta unidade, veremos as demais etapas do 
gerenciamento de resíduos, como a destinação final de resíduos sólidos e a disposição 
final dos rejeitos, assim como aspectos sobre o aproveitamento energético de resíduos 
sólidos. Na quinta e última unidade, estudaremos a respeito dos poluentes atmosféri-
cos, os padrões de emissão e de qualidade do ar, bem como os métodos aplicáveis no 
controle de emissão de gases e de material particulado.
O material não busca esgotar o assunto sobre o gerenciamento de resíduos, mas 
lhe fornecer subsídios para compreender os conceitos, as etapas de gerenciamento, 
as formas de tratamento, o monitoramento e a aplicação das diversas legislações am-
bientais vigentes.
Desejamos a você bons estudos!
IMERSÃO
RECURSOS DE
Ao longo do livro, você será convida-
do(a) a refletir, questionar e trans-
formar. Aproveite este momento.
PENSANDO JUNTOS
NOVAS DESCOBERTAS
Enquanto estuda, você pode aces-
sar conteúdos online que amplia-
ram a discussão sobre os assuntos 
de maneira interativa usando a tec-
nologia a seu favor.
Sempre que encontrar esse ícone, 
esteja conectado à internet e inicie 
o aplicativo Unicesumar Experien-
ce. Aproxime seu dispositivo móvel 
da página indicada e veja os recur-
sos em Realidade Aumentada. Ex-
plore as ferramentas do App para 
saber das possibilidades de intera-
ção de cada objeto.
REALIDADE AUMENTADA
Uma dose extra de conhecimento 
é sempre bem-vinda. Posicionando 
seu leitor de QRCode sobre o códi-
go, você terá acesso aos vídeos que 
complementam o assunto discutido.
PÍLULA DE APRENDIZAGEM
OLHAR CONCEITUAL
Neste elemento, você encontrará di-
versas informações que serão apre-
sentadas na forma de infográficos, 
esquemas e fluxogramas os quais te 
ajudarão no entendimento do con-
teúdo de forma rápida e clara
Professores especialistas e convi-
dados, ampliando as discussões 
sobre os temas.
RODA DE CONVERSA
EXPLORANDO IDEIAS
Com este elemento, você terá a 
oportunidade de explorar termos 
e palavras-chave do assunto discu-
tido, de forma mais objetiva.
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do 
aplicativo está disponível nas plataformas: Google Play App Store
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3881
APRENDIZAGEM
CAMINHOS DE
1 2
3 4
5
CONCEITOS E 
ORIGEM DOS 
RESÍDUOS
11
GERENCIAMENTO 
DE ÁGUAS 
RESIDUÁRIAS
55
111
GERENCIAMENTO 
DE RESÍDUOS 
SÓLIDOS
163
RESÍDUOS 
SÓLIDOS: 
DESTINAÇÃO E 
DISPOSIÇÃO FINAL 
AMBIENTALMENTE 
ADEQUADAS
215
GERENCIAMENTO 
DE POLUENTES 
ATMOSFÉRICOS
1Conceitos e Origem dos 
Resíduos
Me. Paula Polastri
Nesta Unidade 1, você terá a oportunidade de compreender o que é 
a poluição ambiental, os seus critérios de classificação e os tipos de 
poluentes, bem como entenderá que os poluentes são resíduos na 
forma de matéria ou energia. Conheceremos as maneiras de lidar com 
a poluição por meio do entendimento das diferenças entre prevenção 
e controle da poluição.
UNIDADE 1
12
Prezado(a) aluno(a), você já parou para pensar que o meio ambiente é o pro-
vedor de recursos naturais e, também, o receptor de resíduos? Que a poluição 
ambiental é causada por poluentes, sendo estes os resíduos gerados pelas ati-
vidades humanas? E que diversos processos foram e ainda são desenvolvidos 
para reduzir a geração, capturar, tratar e dispor os resíduos?
Nós, seres humanos, assim como qualquer ser vivo, retiramos do meio 
ambiente os recursos naturais para a nossa subsistência e devolvemos ao 
meio ambiente os resíduos que geramos. No entanto, no ambiente natural, 
os materiais que compõem os resíduos de um organismo retornam ao meio 
ambiente por meio dos ciclos biogeoquímicos de forma natural. Isso não 
acontece com os resíduos das atividades humanas, pois, devido às suas carac-
terísticas e às quantidades dispostas, não ocorre a capacidade de assimilação 
pelo meio ambiente.
Em outras palavras, podemos dizer que o ser humano, ao interagir com o 
meio em que vive, produz resíduos, e parte deles causa problemas de poluição 
das águas, do solo e do ar (DERISIO, 2017). Assim, os problemas ambientais 
provocados pela ação dos seres humanos decorrem do uso do meio ambiente 
para produzir bens e serviços dos quais estes necessitam, e o aumento popu-
lacional e a escala de produção se apresentam como um fator que estimula a 
exploração dos recursos naturais e eleva a quantidade de geração de resíduos 
(BARBIERI, 2016).
13
Agora, proponho-lhe pensar mais sobre esse tema antes de nos aprofundar-
mos nessa questão. Sabemos que quanto mais consumimos, mais resíduos produ-
zimos. Conforme já discutimos, os resíduos naturais, compostos basicamente por 
matéria orgânica, podem ser inteiramente absorvidos e reutilizados pelo meio 
ambiente, mas o tipo de resíduos que os seres humanos produzem não pode ser 
eliminado da mesma forma. 
Você já parou para pensar qual é a relação entre o seu cotidiano e o meio 
ambiente? Convido-lhe a acessar o QR Code e avaliar qual é a sua “pegada eco-
lógica”. Assim, você poderá verificar o tamanho do “rastro” que o seu modo de 
vida deixa no meio ambiente.
Nesse momento, convido-lhe a registrar, no Diário de Bordo, suas reflexões 
e seus questionamentos. Que perguntas vieram à sua mente? O quanto o seu 
modo de vida impacta o meio ambiente, seja no consumo de recursos naturais 
ou na geração de resíduos? Quais práticas você pode adotar para diminuir a sua 
“pegada”? Ampliando a escala, o quanto uma organização, uma cidade ou um país 
podem impactar no meio ambiente e quais práticas podem ser adotadas para o 
uso mais eficiente de recursos e redução da geração de resíduos? Há muitas coisas 
que você pode fazer no seu cotidiano e em sua futura atuação como Gestor(a) 
Ambiental, pense nisso!
UNICESUMAR
UNIDADE 1
14
Conversamos um pouco sobre os problemas ambientais, sendo um deles a 
geração de resíduos. Afinal, o que são esses resíduos e o que causam ao serem 
dispostos no meio ambiente? Um conceito muito importante para começar-
mos nossos estudos se trata do entendimento sobre a poluição ambiental 
e a sua classificação de acordo com diversos critérios. 
Para Braga et al. (2005), a poluição é uma alteração indesejável nas ca-
racterísticas físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente que cause ou 
possa causar prejuízo à saúde, à sobrevivência ou às atividades dos seres 
humanos e de outras espécies. Para Barbieri (2016, p. 15), “a poluição é a 
presença de poluentes no meio ambiente e, consequentemente, uma causa 
de sua degradação”. 
Os poluentes são resíduos gerados pelas atividades humanas, ou seja, é 
qualquer forma de matéria ou energia que possa produzir algum tipo de pro-
blema indesejável devido às suas características, às quantidades despejadas e 
à capacidade de assimilação do meio (BRAGA et al., 2005; BARBIERI,2016). 
Portanto, os poluentes ou os resíduos podem estar na forma de matéria em 
estado sólido ou semissólido, líquido ou gasoso, como, por exemplo, os 
diversos resíduos sólidos, efluentes líquidos e emissões atmosféricas. 
Estes são gerados nas atividades e nos processos produtivos, em que são 
constituídos por diversas substâncias químicas ou orgânicas, microrganis-
mos, entre outros. E podem, também, apresentar-se na forma de energia, 
como ruídos, radiações, vibrações, entre outros.
Adicionalmente, conforme os tipos de poluentes, a poluição pode ser biológi-
ca, físico-química, radioativa, sonora, entre outras. Em outras palavras, podemos 
entender que a relação entre os poluentes e a poluição é de causa e efeito, 
pois a introdução de poluentes na forma de matéria ou energia no meio ambien-
te, em desacordo com padrões ambientais estabelecidos, pode afetar, de forma 
negativa, os seres humanos e outros organismos, resultando em uma alteração 
indesejável, em poluição ambiental. Logo, a poluição pode ser vista sob vários 
aspectos e classificada por diversos critérios, conforme se apresenta na Figura 1.
15
Descrição da Imagem: a figura ilustra um fluxograma com blocos ligados sequencialmente por meio 
de setas, sendo o primeiro bloco a fonte de poluição, depois, o meio receptor e, por fim, os impactos 
ambientais. Abaixo de cada bloco, um outro bloco com conexão apresenta a descrição. No bloco de 
conexão com o bloco “fonte de poluição”, apresenta-se a origem: antropogênica; fonte: móvel, fixa ou 
estacionária; emissão: pontual ou localizada, difusa ou dispersa; poluente: na forma de matéria em estado 
sólido, líquido ou gasoso, compostos químicos ou orgânicos, microrganismos, partículas, entre outros; na 
forma de energia, como ruídos, radiações, vibrações, entre outros; e as atividades humanas: agricultura, 
geração de energia, mineração, construção civil, indústria de transformação, serviços de saúde, serviços 
de saneamento básico, serviços de transportes, entre outras. No bloco de conexão com o bloco “meio 
receptor”, compreende-se em imediato: ar, água e solo; e em final: organismos, materiais e ecossistemas. 
No bloco de conexão com o bloco “impactos ambientais”, temos: alcance: local, regional e global; danos: 
aos seres humanos; à flora, à fauna e aos solos; aos materiais, às construções, aos equipamentos, às ins-
talações, aos monumentos, e aos sítios históricos e arqueológicos; e os tipos: esgotamento dos recursos 
naturais; eutrofização; perda da biodiversidade; alteração da qualidade da água, do ar e do solo; redução 
da fertilidade do solo; destruição da camada de ozônio; aquecimento global; entre outros.
Figura 1 - Critérios de classificação de poluição ambiental / Fonte: adaptada de Barbieri (2016).
UNICESUMAR
UNIDADE 1
16
Para entendermos os critérios de classificação da poluição, os seus efeitos no meio 
receptor e o seu alcance, primeiramente, você deve observar que, na Figura 1, na 
fonte de poluição quanto à origem, apresentamos apenas a fonte antropogênica — 
causada pela ação do homem. Para alguns autores, a poluição de origem natural se 
trata de um tipo de poluição não associada à atividade humana. No entanto, o con-
ceito de poluição ambiental deve ser associado às alterações indesejáveis provoca-
das apenas pelas atividades e intervenções humanas no ambiente, não podendo ser 
decorrente de fenômenos naturais, pois não são provocados pelo homem e fogem 
de seu controle, como, por exemplo, as cinzas vulcânicas, a fumaça liberada pelas 
queimadas espontâneas, as tempestades marítimas carregadas por sais e os gases 
emitidos pela decomposição de vegetais e animais mortos (BRAGA et al., 2005; 
BARBIERI, 2016; DERÍSIO, 2017). Portanto, entendemos que a poluição ambiental 
é de origem antropogênica apenas, não havendo poluição de origem natural.
As fontes antropogênicas podem ser identificadas pelos setores da atividade hu-
mana, pois cada um produz certos tipos de poluentes em decorrência dos insumos 
e processos de produção típicos. Segundo Derisio (2017), em relação aos diversos 
setores industriais, as principais indústrias poluidoras são de papel e celulose, refi-
narias de petróleo, usinas de açúcar e álcool, siderúrgicas e metalúrgicas, químicas 
e farmacêuticas, abatedouros e frigoríficos, têxteis e curtumes. A seguir, podemos 
observar alguns exemplos do setor de atividade e os seus poluentes (Quadro 1).
Setor Exemplos de poluentes
Agropecuária
Metano (CH4), dióxido de carbono (CO2), compostos 
orgânicos voláteis (COV), poluentes orgânicos persistentes 
(POP), efluentes líquidos, resíduos sólidos (embalagens de 
agronegócios e agrotóxicos vencidos) e materiais particulados.
Mineração
CO2, monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio 
(NO), óxidos de enxofre (SOx), materiais pesados, efluentes 
líquidos, resíduos sólidos, ruídos, vibração.
Siderúrgica
Dióxido de enxofre (SO2), dióxido de nitrogênio (NO2), CO, 
COV, escórias, efluentes líquidos, lodos de tratamento de 
efluentes e ruídos.
Usinas 
termelétricas
CO, CO2, CH4, NOx, SO2, materiais particulados, lodos e 
ruídos.
17
Setor Exemplos de poluentes
Têxtil
SO2, hidrocarbonetos, materiais particulados, efluentes 
líquidos, resíduos sólidos, lodos e ruídos.
Refinarias de 
petróleo
SO2, NO2, CO, COV, materiais particulados, efluentes líquidos, 
resíduos sólidos, lodos, ruídos, derramamento de óleo e 
combustíveis.
Transportes
CO, CO2, NOx, SO2, hidrocarbonetos, materiais particulados, 
ruídos, derramamento de óleo e combustíveis.
Quadro 1 - Exemplos de alguns poluentes em cada setor produtivo / Fonte: adaptado de Barbieri (2016).
Por falar em poluentes, você sabe o que são poluentes primários e secundários? Vamos 
aos conceitos: os poluentes primários são emitidos diretamente por uma fonte geradora 
ou atingem o meio imediato na forma como foram emitidos; já os poluentes secundários 
resultam da reação ou combinação de poluentes primários ou, ainda, destes com as subs-
tâncias constituintes do meio receptor. 
Fonte: adaptado de Barbieri (2016).
EXPLORANDO IDEIAS
Ainda sobre o Quadro 1, quanto ao 
tipo de emissão, as fontes poluido-
ras podem ser classificadas de duas 
formas, as quais consistem em:
 ■ Emissões pontuais ou 
localizadas: como, por 
exemplo, o lançamento 
de esgoto doméstico ou 
efluentes industriais, as 
emissões gasosas indus-
triais, a disposição de 
resíduos sólidos urbanos 
em aterros sanitários etc. 
(BRAGA et al., 2005).
UNICESUMAR
UNIDADE 1
18
 ■ Emissões difusas ou dispersas: como, por exemplo, os agrotóxicos 
aplicados na agricultura e dispersos no ar, carregados pelas chuvas para 
os rios ou para o lençol freático; resíduos sólidos que se espalham pelas 
ruas, beiras de estradas, praias etc.; gases emitidos dos escapamentos 
de veículos automotores etc. (BRAGA et al., 2005; BARBIERI, 2016).
As fontes pontuais podem ser identificadas e controladas mais facilmente do que as fon-
tes difusas, cujo controle eficiente ainda é um desafio. (Benedito Braga et al.) 
Como podemos passar a controlar mais facilmente as fontes difusas?
PENSANDO JUNTOS
Outro aspecto a ser considerado se trata da permanência do poluente no meio 
ambiente, em que:
 “ [...] depende de suas características físico-químicas (volatilida-de, solubilidade, reatividade etc.), bem como das características do meio ambiente, tais como umidade, luminosidade, grau de 
acidez etc. Diferentes combinações dessas características geram 
diferentes trajetórias dos poluentes desde o seu lançamento no 
meio ambiente imediato até a sua eliminação por algum proces-
so natural, ou sua acumulação em organismos ou elementos do 
meio físico (BARBIERI, 2016, p. 17).
19
Ainda, de acordo com Barbieri (2016, p. 17), “o meio receptor imediato é o que 
recebe o poluente diretamente da sua fonte, mas os danos podem se estender 
para outros meios”. Vejamos um exemplo: o solo é o meio receptor imediato dos 
resíduos sólidos domiciliares depositados, muitas vezes, inadequadamente, em 
terrenos baldios, lixõese outros locais, mas os metais pesados e outras substâncias 
tóxicas presentes nos resíduos sólidos podem contaminar as águas superficiais e 
subterrâneas, acumular-se nos organismos e afetar a cadeia alimentar. 
A poluição gera impactos negativos a nós, seres humanos, à flora e à fauna pela 
exposição a certo poluente ou vários, o qual é lançado em um local não necessaria-
mente próximo à fonte emissora. Certos poluentes ultrapassam os limites do local de 
emissão, gerando problemas de dimensão regional ou mundial (BARBIERI, 2016).
Dessa forma, os efeitos da poluição podem ter caráter localizado, regional 
ou global, sendo que os efeitos locais ou regionais, normalmente, ocorrem em 
áreas de grande densidade populacional ou atividade industrial, correspondendo 
às aglomerações urbanas. Nessas áreas, há problemas de poluição do ar, da água 
e do solo. Os efeitos globais, como a intensificação do efeito estufa e a redução 
da camada de ozônio, trazem alterações para o clima e o equilíbrio global do 
planeta, mas, por outro lado, esses efeitos têm contribuído para a sensibilização 
da sociedade sobre as questões ambientais, com destaque na mídia e na agenda 
de políticos e grupos ambientalistas (BRAGA et al., 2005).
UNICESUMAR
UNIDADE 1
20
Como vimos, os poluentes podem alcançar a água, o ar e o solo, tal como os 
organismos e os ecossistemas. Assim, adicionalmente aos conceitos apresenta-
dos, Braga et al. (2005) e Derisio (2017) apresentam diversos tipos de poluição, 
compreendendo poluição das águas, do ar e do solo, conforme ilustrado na 
Figura 2. Veremos, a seguir, detalhadamente, cada um dos tipos de poluição e os 
seus respectivos poluentes.
Descrição da Imagem: a figura mostra as informações hierárquicas ou relações de várias conexões que 
ocorrem entre blocos, em que podemos verificar as relações que se desenvolvem de cima para baixo. O 
primeiro bloco, no topo, denominado “tipos de poluição”, está conectado com outros três blocos, denomi-
nados “poluição das águas”, “poluição do solo” e “poluição do ar”. Cada um desses blocos estão conectados 
com outros dois blocos, compreendendo “fontes” e “poluentes”. Na poluição da água, temos como fontes 
a poluição industrial, urbana, agropastoril e acidental; e, como poluentes, os orgânicos biodegradáveis, 
não biodegradáveis, patogênicos; metais; nutrientes; e sólidos em suspensão. Na poluição do solo, temos 
como fontes a poluição do solo rural e urbano; e, como poluentes, os fertilizantes sintéticos, agrotóxicos; 
resíduos sólidos; esgoto sanitário; efluentes industriais; entre outros — como resíduos sólidos e poluentes 
gasosos). Na poluição do ar, temos como fonte a poluição industrial, urbana, agropastoril e acidental; 
e, como poluentes, monóxido e dióxido de carbono, compostos de enxofre, compostos de nitrogênio, 
compostos orgânicos de carbono; compostos halogenados; material particulado; oxidantes fotoquímicos; 
metais; agrotóxicos; radiações, vibrações, calor e som.
Figura 2 - Tipo de poluição e seus principais poluentes
Fonte: adaptada de Braga et al. (2005) e Derisio (2017).
21
A poluição das águas é conceituada como “a adição de substâncias ou de formas 
de energia que, direta ou indiretamente, alterem a natureza do corpo d’água de 
uma maneira tal que prejudique os legítimos usos que ele são feitos” (SPERLING, 
2014, p. 45). Basicamente, origina-se dos seguintes tipos de fontes, que, segundo 
Derisio (2017), compreendem:
 ■ Poluição industrial: de maneira geral, constitui-se por resíduos líquidos 
ou efluentes líquidos, gerados nos processos industriais, sendo o fator 
mais significativo em termos de poluição.
 ■ Poluição urbana: compreende os esgotos sanitários, provenientes dos 
habitantes de uma cidade.
 ■ Poluição agropastoril: decorrente de atividades ligadas à agricultura e 
à pecuária, advindas da drenagem de áreas agropastoris, provocada pelo 
carreamento de agrotóxicos, fertilizantes, dejetos de animais e outros.
 ■ Poluição acidental: decorrente de derramamentos de materiais preju-
diciais à qualidade das águas que pode ocorrer na fase de produção e nas 
operações de transportes, em que as ações de controle são de emergência 
aliadas a medidas de caráter preventivo.
Adicionalmente, o Quadro 2 lista as principais fontes de poluentes, conjuntamen-
te com os seus efeitos poluidores mais representativos.
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UNIDADE 1
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UNIDADE 1
24
A respeito dos parâmetros representativos 
que apresentamos no Quadro 2, ou seja, 
as condições e os padrões das águas resi-
duárias, serão discutidos de forma mais 
detalhada em nossa Unidade 2. Assim, os 
poluentes que causam a poluição das águas 
são classificados de acordo com sua nature-
za e com os principais impactos causados 
no meio aquático. Os principais poluentes 
aquáticos são apresentados a seguir.
Os sólidos em suspensão aumentam a 
turbidez da água, diminuindo a sua trans-
parência. O aumento da turbidez reduz as 
taxas de fotossíntese e prejudica a procura 
de alimento para algumas espécies, levan-
do a desequilíbrios na cadeia alimentar. São 
exemplos: os sedimentos, os quais podem 
carregar agrotóxicos e outros compostos tó-
xicos, e a sua deposição no fundo de corpos 
d’água pode ocasionar o seu assoreamento, 
tal como prejudicar espécies bentônicas — 
vivem emassociação com o fundo de am-
bientes aquático — e a reprodução de peixes 
(BRAGA et al., 2005). Para melhor entendi-
mento, os sólidos em suspensão compreen-
dem a fração dos sólidos orgânicos e 
inorgânicos, ou seja, resíduos não filtráveis, 
que, em laboratório, compreendem a amos-
tra retida em filtro de papel com porosidade 
de 0,45 a 2,0 µm. A turbidez representa o 
grau de interferência com a passagem da luz 
por meio da água, conferindo uma aparên-
cia turva à mesma (SPERLING, 2014). 
Os poluentes orgânicos biodegradá-
veis são compostos por matéria orgânica 
25
biodegradável, principalmente, por carboidratos, proteínas e lipídeos. São 
exemplos os esgotos sanitários e efluentes líquidos industriais de origem or-
gânica lançados em corpos d’água sem tratamento ou fora das condições e 
dos padrões estabelecidos na legislação, ocasionando a diminuição da con-
centração de oxigênio dissolvido disponível na água e, consequentemente, a 
mortandade da fauna aquática e de outras espécies aeróbias. 
Esse impacto ocorre pois a decomposição da matéria orgânica presente nas 
águas residuárias lançadas em corpos hídricos será realizada por bactérias aeróbias 
que consomem o oxigênio dissolvido existente na água, sendo que, se o consumo 
for mais intenso que a capacidade do meio para repô-lo, haverá seu esgotamento e a 
inviabilidade de existência de vida para peixes e outros organismos; por outro lado, 
se não houver oxigênio dissolvido no meio, ocorrerá a decomposição anaeróbia, 
com a formação de gases, como o metano (CH4) e o gás sulfídrico (H2S).
Os poluentes orgânicos recalcitrantes ou refratários recebem essa de-
nominação pois não são biodegradáveis ou sua taxa de biodegradação é muito 
lenta. O impacto introduzido por compostos orgânicos desse tipo, ou seja, por 
matéria orgânica não biodegradável, está associado à sua toxicidade, e não 
ao consumo de oxigênio utilizado para sua decomposição, como nos poluentes 
orgânicos biodegradáveis. São exemplos os agrotóxicos, detergentes sintéticos, 
petróleo e seus derivados e outros. 
Exploraremos, agora, um pouco mais sobre os agrotóxicos. De acordo com 
Belchior et al. (2014), esses produtos químicos estão no mercado sob a forma 
de inseticidas, fungicidas, herbicidas, nematicidas, acaricidas, rodenticidas, mo-
luscicidas, formicidas, reguladores e inibidores de crescimento. Você já deve ter 
visto o uso análogo do termo defensivo agrícola, no entanto, o termo agrotóxico 
passou a ser adotado no Brasil a partir da Lei nº 7.802/1989 (BRASIL, 1989), re-
gulamentada pelo Decreto nº 4.074/2002 (BRASIL, 2002), sendo definidos como:
 “ [...] os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou bioló-gicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de 
florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também 
de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alte-
rar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação 
danosa de seres vivos considerados nocivos (BRASIL, 1989, on-line).
UNICESUMAR
UNIDADE 1
26
Assim, os agrotóxicos, utilizados para fins agrícolas, podem atingir os ecossiste-
mas aquáticos por meio do vento, das chuvas e da lixiviação no solo, conforme 
ilustrado na Figura 3. 
Descrição da Imagem: a figura representa o processo de lixiviação dos agrotóxicos no solo. Na imagem, 
temos uma seção vertical mostrando um tipo de cultura, o solo e o lençol freático. Setas do sentido desse 
perfil mostram a aplicação de agrotóxicos nessa cultura, em que parte sofre volatilização, sendo esse 
processo ilustrado por setas do solo para a atmosfera, e parte fica disposta no solo, tal como a parcela 
absorvida pela planta. Com as chuvas, por meio do escoamento superficial da água pluvial, ocorre a 
lixiviação do solo, sendo a direção ilustrada com setas no sentido da esquerda para a direita, para o 
ecossistema aquático. A parcela infiltrada pode chegar ao lençol freático ou carreado até ecossistemas 
aquáticos por meio do escoamento subsuperficial.
Figura 3 - Ciclo de agrotóxicos no ambiente / Fonte: Belchior et al. (2014, p. 140).
Para Braga et al. (2005, p. 84), “alguns desses compostos encontram-se no meio 
aquático em concentrações que não são perigosas ou tóxicas”. No entanto, em 
consequência da absorção dessas substâncias químicas pelos organismos, ou seja, 
devido à biacumulação, a sua concentração no tecido dos organismos vivos 
pode ser relativamente alta.
27
Ainda, sobre a poluição das águas, podemos mencionar outros poluentes tóxi-
cos aos organismos, ou seja, os micropoluentes inorgânicos, entre os quais 
destacamos os metais, como, por exemplo, arsênio, bário, cádmio, cromo, chum-
bo, mercúrio e prata. Além dos metais, há outros micropoluentes inorgânicos 
de importância em termos de saúde pública, como os cianetos, o flúor e outros 
(BRAGA et al., 2005; SPERLING, 2014). Quando falamos que um poluente pode 
ser tóxico, ou seja, apresenta característica de toxicidade, podemos dizer que 
a toxicidade se trata da “propriedade potencial que o agente tóxico possui de 
provocar, em maior ou menor grau, um efeito adverso em conseqüência de sua 
interação com o organismo” (ABNT, 2004, p. 2).
Em geral, os metais tóxicos podem ser dispostos no ambiente em quanti-
dades significativas por efluentes líquidos industriais, atividades agrícolas, de 
mineração e de garimpo. Como todos os metais podem ser solubilizados pela 
água, eles podem gerar danos à saúde em função da quantidade ingerida, pela 
sua toxicidade, ou de seus potenciais carcinogênicos — desenvolver câncer —, 
mutagênicos — provocar defeitos genéticos — ou teratogênicos — alteração na 
estrutura ou função da vida embrionária ou fetal (BRAGA et al., 2005).
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) é 
responsável pela avaliação e classificação do potencial de periculosidade ambiental (PPA) 
de todos os agrotóxicos a serem registrados. A avaliação se baseia nas características 
físico-químicas do produto aliadas ao seu potencial de transporte no solo — mobilidade, 
absorção, solubilidade —, à sua persistência — biodegradação, hidrólise e fotólise —, ao 
potencial de bioacumulação na cadeia alimentar e à toxicidade a diversos organismos 
pertencentes a diferentes níveis tróficos. A classificação ambiental final do produto obe-
dece à seguinte graduação: 
Classe I – produto altamente perigoso ao meio ambiente; 
Classe II – produto muito perigoso ao meio ambiente; 
Classe III – produto perigoso ao meio ambiente; 
Classe IV – produto pouco perigoso ao meio ambiente; ou
Produto Impedido de Obtenção de Registro – Pior. Nesse caso, o requeri-
mento de registro é indeferido, sendo o produto proibido de uso no País por 
não atender às condições requeridas (IBAMA, 2009, p. 15).
Fonte: adaptado de Ibama (2009).
EXPLORANDO IDEIAS
UNICESUMAR
UNIDADE 1
28
Outro aspecto a ser considerado é que vários elementos e compostos, em 
determinadas concentrações, são tóxicos para os habitantes dos ambientes aquá-
ticos e para os consumidores da água; ainda, podem se concentrar na cadeia ali-
mentar, resultando em um grande perigo para os organismos situados nos níveis 
superiores. No entanto, em baixas concentrações, são nutrientes essenciais para 
o crescimento de seres vivos (SPERLING, 2014).
Outros poluentes que podemos destacar se referem aos nutrientes, como 
fósforo e nitrogênio, os quais, em excesso em corpos d’água, podem levar ao 
crescimento excessivo de alguns organismos aquáticos, acarretando prejuízo a 
determinados usos dos recursos hídricos e, consequentemente, danos aos orga-
nismos aquáticos. Nesse contexto, não podemos nos esquecer de discutir sobre 
a eutrofização, sendo esse um processo natural de enriquecimento das águas 
com nutrientes necessários ao crescimento da vida vegetal aquática. No entanto, 
esse processo vem se acelerando, principalmente, em lagos, devido à interven-
ção humanapela ocupação de atividades industriais, agrícolas ou urbanas em 
bacias hidrográficas, resultando na eutrofização acelerada ou artificial, que 
é causada pelo aporte de fósforo e nitrogênio que provêm, principalmente, dos 
esgotos sanitários, efluentes líquidos industriais, fertilizantes agrícolas, deter-
gentes e dejetos de animais (BRAGA et al., 2005; SPERLING, 2014).
A respeito dos organismos patogênicos, ou seja, organismos que provo-
cam ou podem provocar, direta ou indiretamente, uma doença, entre os prin-
cipais grupos de organismos de interesse do ponto de vista de saúde pública, 
com associação à água ou ao esgoto, estão: bactérias, vírus, protozoários e 
helmintos. A origem desses agentes patogênicos nos esgotos é, predominan-
temente, humana, refletindo diretamente o nível de saúde da população e das 
condições de saneamento básico de cada região, o qual pode ser precário ou, 
até mesmo, inexistente. Contudo, pode ser, também, de procedência animal, 
cujos dejetos são eliminados por meio da rede de esgoto ou dispostos de for-
ma inadequada, sendo carreados aos corpos d’água pela atividade pecuária 
(BRAGA et al., 2005; SPERLING, 2014).
Para melhor entendimento, o termo saneamento básico se refere ao 
conjunto de serviços públicos, infraestruturas e instalações operacionais de 
abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e ma-
nejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas 
(BRASIL, 2020a).
29
Para Braga et al. (2005), os efeitos dos poluentes no meio aquático dependem 
da natureza do poluente introduzido, do caminho que esse poluente percorre no 
meio e do uso que se faz da água, ou seja, do recurso hídrico. Como já vimos, as 
fontes de poluição quanto à emissão podem ser pontual (localizada) ou difusa 
(dispersa), portanto essas são as formas com que os poluentes podem ser intro-
duzidos no meio aquático. A Figura 4 ilustra a diferença entre as formas com que 
a fonte de poluentes pode atingir um corpo d’água.
Descrição da Imagem: observa-se, na figura, a representação da poluição pontual e da poluição difusa. 
Na poluição pontual, temos um curso d’água com uma seta ilustrando o seu fluxo para a direita e uma 
seta na perpendicular ao curso d’água indicando a descarga concentrada. Na poluição difusa, temos um 
curso d’água com uma seta ilustrando o seu fluxo para a direita e várias setas, uma ao lado da outra, 
perpendiculares ao curso d’água, indicando a descarga distribuída ao longo do curso d’água.
Figura 4 - Poluição pontual e difusa em corpos d’água / Fonte: adaptada de Sperling (2014).
Na poluição pontual, os poluentes atingem o corpo d’água de forma concentra-
da, ou seja, são lançamentos individualizados, como os que ocorrem no despejo 
de esgotos sanitários ou de efluentes industriais, cargas pontuais são facilmente 
identificadas e, portanto, seu controle é mais eficiente e mais rápido. Já na po-
luição difusa, os poluentes adentram o corpo d’água distribuídos ao longo de 
sua extensão, portanto, diferentemente da poluição pontual, não há um ponto de 
lançamento específico, são lançados no corpo d’água de uma forma distribuída e 
não concentrada em um único ponto. São exemplos as substâncias provenientes 
de campos agrícolas e a poluição veiculada pela drenagem pluvial (BRAGA et 
al., 2005; SPERLING, 2014).
UNICESUMAR
UNIDADE 1
30
Prezado(a) aluno(a), agora, discutiremos sobre a poluição do solo. Derisio 
(2017) apresenta as fontes de poluição do solo: poluição decorrente da dispo-
sição de resíduos sólidos, poluição decorrente de esgoto sanitário e efluentes 
industriais, da urbanização e ocupação do solo, de atividades agropastoris, de 
atividades extrativistas e de acidentes no transporte de cargas. Por outro lado, de 
forma mais simplificada, Braga et al. (2005) apresenta a poluição do solo como 
poluição do solo rural e urbano.
A respeito da poluição do solo rural, destacamos a poluição causada por 
fertilizantes sintéticos e agrotóxicos. Para Braga et al. (2005, p. 141), “o uso de 
fertilizantes sintéticos e agrotóxicos é essencial para assegurar os níveis de pro-
dução primária, particularmente de alimentos, para o atendimento de uma po-
pulação que continua a crescer em taxas elevadas”, em que parte dela tem graves 
problemas de desnutrição. Ainda, segundo os autores, torna-se necessário limitar 
o seu uso ao estritamente indispensável, evitando a geração de resíduos poluido-
res, restringindo o emprego de agrotóxicos aos ambientalmente mais seguros e 
empregando técnicas de aplicação que reduzam os custos de sua acumulação e 
propagação pela cadeia alimentar. 
31
Basicamente, a adição de fertilizantes no solo visa atender à demanda de nutrien-
tes nas culturas, como os macronutrientes principais — nitrogênio, fósforo e potássio 
—, macronutrientes secundários — cálcio, magnésio e enxofre — e micronutrientes 
— ferro, manganês, cobre, zinco, boro e molibdênio. Por outro lado, os agrotóxicos 
visam combater algum tipo de praga, conforme já discutimos anteriormente.
Antes da industria-
lização, os fertilizantes 
eram provenientes da 
produção própria e lo-
cal, sendo produzidos 
por meio de restos ve-
getais decompostos e 
dos dejetos de animais, 
como bovinos, suínos, 
aves e outros. Dessa for-
ma, sua biodegradação 
e incorporação à cadeia 
alimentar dos ecossiste-
mas associados ao solo 
eram imediatas e não 
havia desequilíbrio ambiental. No entanto, a partir da produção do “adubo arti-
ficial”, pode-se dizer que se iniciaram os riscos de sua acumulação ambiental até 
concentrações tóxicas, tanto de nutrientes essenciais quanto de outros elementos 
tidos como impurezas do processo de fabricação, ou seja, os resíduos do processo 
produtivo (BRAGA et al., 2005).
Logo, como qualquer processo físico-químico e biológico, mesmo quando o 
fertilizante é aplicado com a melhor técnica e de modo que seja mais facilmente 
assimilável pelo vegetal, a eficiência nunca é a máxima, provocando um excedente 
que passa a se incorporar ao solo, fixando-se à sua porção sólida ou se solubilizan-
do e movimentando com a sua fração líquida (BRAGA et al., 2005). Em outras 
palavras, podemos associar que o que não é incorporado à planta incorpora-se 
no meio ambiente, podendo integrar-se a corpos d’água e ao solo, próximos à 
superfície em que ocorrem os cultivos. A parcela que se fixou no solo tende a se 
acumular em concentrações crescentes que poderão torná-lo impróprio à agri-
cultura (BRAGA et al., 2005).
UNICESUMAR
UNIDADE 1
32
Da mesma forma, podemos associar o uso de agrotóxicos, podendo promo-
ver a alteração da composição do solo, e, a depender do agente ativo do qual 
derivam, podem promover a biomagnificação, que ocorre quando subs-
tâncias persistentes ou cumulativas, como os compostos organoclorados, 
migram dos mecanismos da nutrição de um organismo para os seguintes 
da cadeia alimentar. Essa migração pode ser iniciada pela concentração da 
substância no organismo fotossintetizante e chegar até os últimos organismos 
da cadeia alimentar. 
Você sabia que os herbicidas 2,4D e 2,4,5T foram utilizados no Vietnã em dosagem dezenas 
de vezes superiores às máximas recomendadas na agricultura? Isso ocorreu durante a Guerra 
do Vietnã, entre os anos de 1962 e 1971, quando os Estados Unidos da América lançaram 
sobre esse país herbicidas desfolhantes contaminados com dioxinas — denominado agente 
laranja —, o que provocou efeitos catastróficos sobre a fauna, a flora e as populações. 
Fonte: adaptado de Braga et al. (2005) e CETESB ([2022a]).
EXPLORANDO IDEIAS
Um exemplo é o dicloro-difenil-tricloroetano (DDT), criado em 1939, como 
o primeiro inseticida organoclorado de elevada resistência à decomposição 
no ambiente, usado na agricultura e em programas de saúde pública, no 
entanto, foi encontrado nas calotas polares e em tecido celular de animais 
e aves com hábitat bastante afastado dos locais de sua aplicação (BRAGA 
et al., 2005). De acordo com D’Amato e Malm (2002), o DDT foi uma das 
substânciasmais utilizadas e estudadas do século XX, mas, atualmente, a 
sua produção e uso são restritos devido à alta persistência no ambiente e 
capacidade de bioacumulação, volatilidade e toxicidade (CETESB, [2022a]).
NOVAS DESCOBERTAS
O que você acha de aprender um pouco mais sobre alguns conceitos? 
Acesse o QR Code para entender de forma mais abrangente sobre o 
que tratam os termos bioacumulação e biomagnificação, tal como 
compreender a diferença entre eles.
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33
Continuando nossa discussão sobre a poluição do solo, de acordo com Derisio 
(2017, p. 171), “os resíduos gerados pela atividade humana são, via de regra, dis-
postos diretamente sobre o solo, seja na forma de aterros, seja por infiltração, seja 
pela simples acumulação sobre o solo”. Logo, dentre todos os poluentes, a polui-
ção do solo urbano por resíduos sólidos é o problema maior e mais comum 
para o qual convém dar atenção especial. Assim, discutiremos, especificamente, 
sobre os resíduos sólidos nas Unidades 3 e 4.
Agora, prezado(a) aluno(a), discutiremos brevemente acerca da poluição do 
ar, e, segundo Braga et al. (2005, p. 170), “existe poluição do ar quando ele contém 
uma ou mais substâncias químicas em concentrações suficientes para causar 
danos em seres humanos, em animais, em vegetais ou em materiais”. De acordo 
com os mesmos autores, esses danos podem advir, também, de parâmetros físicos, 
como calor e som, e essas concentrações dependem do clima, da topografia, da 
densidade populacional, do nível e do tipo das atividades industriais locais. Ou-
tras formas de poluição do ar também são advindas de vibrações e de radiação.
NOVAS DESCOBERTAS
O que você acha de aprender sobre os Poluentes Orgânicos Persisten-
tes (POPs)? Muitos deles são agrotóxicos, incluindo o DDT, integrante 
da lista da Convenção de Estocolmo. Acesse o QR Code para ampliar 
o seu conhecimento sobre o assunto.
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UNIDADE 1
34
Adicionalmente, Derísio (2017) conceitua poluente do ar ou atmosférico 
como qualquer substância presente no ar que, pela sua concentração, possa tor-
ná-lo impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público 
e às atividades normais da comunidade, danoso aos materiais, à fauna e à flora e, 
até mesmo, prejudicial à segurança.
A maioria dos poluentes atmosféricos tem origem nos processos de com-
bustão, como, por exemplo, o monóxido de carbono (CO), o dióxido de carbono 
(CO2), os óxidos de enxofre (SO2) e de nitrogênio (NOx), os hidrocarbonetos e outros 
(BRAGA et al., 2005). As indústrias são as fontes mais significativas ou de maior 
potencial poluidor. Assim, cada fonte industrial de poluição atmosférica apresenta 
problemas específicos de poluição, pois as emissões são resultantes das características 
dos processos de fabricação, como, por exemplo, das matérias-primas e combustíveis 
utilizados (DERISIO, 2017).
No problema de poluição do ar, podemos considerar quatro etapas: a produção, 
a emissão, o transporte e a recepção de poluentes. De forma que, em cada uma dessas 
etapas, é possível intervir para reduzir os riscos de poluição e aplicar métodos cien-
tíficos e técnicas já conhecidos. Braga et al. (2005) e Derisio (2017) também citam 
que as radiações advindas de substâncias radioativas, o calor, o som e as vibrações 
são formas de poluição atmosférica pela emissão de energia ao meio ambiente. Nossa 
discussão sobre os principais poluentes do ar, as suas fontes, classificação, formas de 
dispersão, tal como as medidas de controle da poluição do ar, não se encerra por aqui, 
retomaremos esse assunto de maneira mais detalhada em nossa Unidade 5.
Um tema importante a ser discutido nesse momento diz respeito à dimensão da 
área atingida pelos problemas de poluição do ar, que são classificados em problemas 
locais, regionais e globais, conforme apresentamos anteriormente. Os problemas 
locais e regionais de poluição do ar compreendem o smog industrial e o smog 
fotoquímico; já os problemas globais incluem o aquecimento global, devido à 
intensificação do efeito estufa, a destruição da camada de ozônio e a chuva ácida.
O termo smog, do inglês fumaça, nevoeiro, refere-se à poluição do ar visível, que 
é o resultado de reações químicas entre vários poluentes primários de várias fontes 
poluidoras, sendo influenciado pelo clima e pela radiação solar. O smog industrial 
é típico de regiões frias e úmidas, em que os picos de concentração de poluentes 
ocorrem no inverno, dificultando a dispersão de poluentes. Os principais poluentes 
componentes desse tipo de smog provêm da queima de carvão e de óleo combustível, 
sendo os principais poluentes o dióxido de enxofre (SO2) e o material particulado, 
compostos que podem causar sérias lesões respiratórias, entre outros problemas. 
35
Portanto, ocorrem em regiões industriais e em regiões em que é intensa a queima de 
carvão e/ou óleo para aquecimento doméstico ou, ainda, para a geração de energia 
elétrica por meio de usinas termelétricas (BRAGA et al., 2005).
O smog fotoquímico, diferentemente do smog industrial, ocorre em cidades ensola-
radas, quentes e de clima seco, em que os picos de poluição ocorrem em dias quentes, 
de muito sol, normalmente, entre as 10 e 12 horas. Sua principal característica é a sua 
cor avermelhada (BRAGA et al., 2005). O principal agente poluidor são os veículos, 
que geram poluentes como óxidos de nitrogênio (NOx), monóxido de carbono (CO) 
e hidrocarbonetos. Na atmosfera, sob efeito da radiação solar, os gases sofrem várias 
reações, gerando novos poluentes, os oxidantes fotoquímicos, como o ozônio e o 
peróxi-acetil nitrato (PAN) (BRAGA et al., 2005). 
Por fim, destacamos que o smog industrial e o smog fotoquímico podem ocorrer 
de forma simultânea ou separada, em diferentes estações do ano, em uma mesma 
região, como ocorre, por exemplo, na cidade de São Paulo, sendo difícil distinguir a 
predominância de um determinado tipo de smog (BRAGA et al., 2005).
Discutiremos, agora, sobre alguns dos principais problemas globais de polui-
ção. A intensificação do efeito estufa e a destruição da camada de ozônio estão 
correlacionadas com a distribuição da energia solar na biosfera. O primeiro se 
relaciona com a energia degradada, o calor, que resulta das transformações de 
energia que ocorrem na biosfera; o segundo está ligado ao aumento da incidên-
cia de radiação ultravioleta (UV) que atinge a superfície terrestre. Entender mais 
sobre cada um deles e sobre as chuvas ácidas.
Naturalmente, o efeito estufa é responsável por manter a temperatura média do 
planeta próxima aos 15 °C. No entanto, as emissões dos denominados gases de efeito 
estufa (GEE) (Quadro 3), geradas pelas atividades humanas, aumentam a retenção 
das radiações infravermelhas, contribuindo para elevar a temperatura média global 
do planeta (BARBIERI, 2016). 
NOVAS DESCOBERTAS
O acidente de Bhopal, na Índia, em 1984, em uma unidade da Union 
Carbide, é um exemplo da emissão acidental de poluente atmosférico 
tóxico, o qual provocou efeitos locais bastante significativos, como a 
mortalidade de pessoas que residiam na circunvizinhança da organi-
zação. Assista ao documentário para saber mais sobre o assunto.
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UNIDADE 1
36
Descrição da Imagem: a ilustração mostra o efeito estufa. No canto superior esquerdo, temos o Sol; 
abaixo, uma linha larga e curva representa a atmosfera e atravessa horizontalmente a figura de lado a lado. 
Do Sol, saem três flechas: a primeira, menor, toca a atmosfera e retorna; junto, temos o texto “Refletido 
de volta ao espaço pela atmosfera”. A segunda flecha é maior e ultrapassa a camada atmosférica; junto, 
temos o texto “Luz solar absorvida na superfície”. A terceira flecha se divide em mais três; a primeira passa 
a atmosfera, mas retorna, e as duas outras ficam na camada atmosférica; junto às flechas, temos o texto 
“Luz solar refletida pela superfície”. Naparte inferior da imagem, temos quatro desenhos, da esquerda 
para direita: o primeiro é um refrigerador e um aerossol, abaixo, o texto “CFCs e haloalcano, refrigeradores 
e aerossóis”; depois, o desenho de um carro, um avião e um caminhão, abaixo, o texto “Óxido nitroso, 
gasolina e agricultura”; no próximo, temos um trator, um boi, dois silos e um galpão, abaixo, o texto 
“Metano, gado e fertilizante”; e, por último, o desenho de uma fábrica com três chaminés, abaixo, o texto 
“Dióxido de carbono, óleo e carvão”. Acima desses desenhos, temos uma linha que liga os quatro e uma 
seta diretiva à direita indicando para cima com o texto “Atividades humanas que liberam gases de efeito 
estufa”; depois, outra seta apontando para a camada atmosférica e o texto “Gases de efeito estufa retêm 
o calor do Sol”; ao lado, um termômetro indica alta temperatura.
Figura 5 - Representação do efeito estufa
37
Segundo Barbieri (2016), conforme dados do Painel Intergovernamental sobre Mu-
danças Climáticas — em inglês, Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) 
—, mostra-se que as concentrações de dióxido de carbono (CO2) aumentaram cerca 
de 40% desde 1750, início da era pré-industrial, em primeiro lugar, devido ao uso de 
combustíveis fósseis e, em segundo, às mudanças do uso do solo, como desmatamento 
de florestas nativas para assentamentos urbanos, distritos industriais, exploração mine-
rária e agropastoril. Adicionalmente, Braga et al. (2005, p. 174) afirmam que “a queima 
de combustíveis fósseis é responsável pela maior parcela do dióxido de carbono emitido 
pela atmosfera”, o qual é o gás que mais contribui para a intensificação do efeito estufa; 
em segundo lugar, temos o metano (CH4), responsável por cerca de 15 a 20% (CETESB, 
[2022b]). Vejamos, no Quadro 3, os GEE e as principais fontes de emissão.
Gás de efeito estufa Principais fontes de emissão
Dióxido de carbono (CO2)
• Queima de combustíveis fósseis — carvão 
mineral, petróleo, gás natural, turfa.
• Alteração dos usos do solo.
• Queimadas e desmatamentos que des-
troem reservatórios naturais de flora e 
sumidouros, que têm a propriedade de 
absorver o CO2 do ar.
Metano (CH4)
• Componente primário do gás natural.
• Produzido por bactérias anaeróbias no apa-
relho digestivo de bovinos.
• Aterros sanitários.
• Plantações de arroz inundadas.
• Tratamento biológico de águas residuárias.
Óxido nitroso (N2O)
• Uso de fertilizantes químicos.
• Produção de ácidos.
• Queima de biomassa e combustíveis fósseis.
NOVAS DESCOBERTAS
Acesse o QR Code para conhecer os relatórios do IPCC, organização 
científico-política criada em 1988 no âmbito das Nações Unidas. Eles 
apresentam diversas informações sobre as mudanças climáticas. 
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UNIDADE 1
38
Gás de efeito estufa Principais fontes de emissão
Clorofluorcarbonos 
(CFCs)
• Utilizados em geladeiras, aparelhos de ar-
-condicionado, isolamento térmico e espu-
mas, como propelentes de aerossóis.
• Entre outros usos comerciais e industriais.
Ozônio (O3)
• Formado na baixa atmosfera, sob estímu-
lo do Sol, a partir de óxidos de nitrogênio 
(NOx) e hidrocarbonetos produzidos em 
usinas termoelétricas, pelos veículos, pelo 
uso de solventes e pelas queimadas.
Halogenados — hidro-
fluorocarbonos (HFCs), 
perfluorocarbonos (PFCs) 
e hexafluorsulfúrico (SF6)
• Indústrias, refrigeração, aerossóis, propulso-
res, espumas expandidas e solventes. 
Quadro 3 - Gases de efeito estufa e principais fontes de emissão / Fonte: adaptado de CETESB ([2022b]).
Veremos mais adiante que alguns dos GEE também são gases considerados subs-
tâncias que destroem a camada de ozônio. 
Vale ressaltar que cada GEE tem um potencial de aquecimento global — em 
inglês, Global Warming Potential (GWP). Por exemplo, o GWP do CO2 é igual 
a 1; o do CH4, igual a 21; o do N2O, igual a 310; e o do SF6, igual a 23.900; o que 
significa que o CH4 absorve cerca de 21 vezes mais radiação infravermelha do 
que o CO2, que o N2O absorve cerca de 310 vezes e que o SF6 absorve cerca de 
23.900 vezes, respectivamente, considerando o horizonte de tempo de 100 anos. 
No entanto, mesmo que o GWP de todos os gases seja maior que o GWP do CO2, 
este se apresenta em maior quantidade que os demais, tendo, portanto, maior 
representatividade no efeito estufa (CETESB, [2022b]).
Destacamos que as emissões de seis GEE, incluindo CO2, CH4, N2O, HFC, 
PFC e SF6, foram limitadas e a sua redução foi estabelecida por meio de metas 
do Protocolo de Kyoto, o qual foi criado no Japão em 1997 e entrou em vigor 
em 2005. Foi aprovado durante a terceira Conferência das Partes — em inglês, 
Conference of the Parties (COP) — (COP 3), compreendendo o Protocolo em 
que os países deveriam, individual ou conjuntamente, assegurar uma redução 
das emissões antrópicas de certos GEE em, pelo menos, 5% abaixo dos níveis de 
1990, no período compreendido entre 2008 e 2012. Assim, os países que mais 
39
contribuíram para aumentar as concentrações de GEE e tivessem crescimento 
econômico teriam mais responsabilidades que os países que contribuíram menos. 
O Brasil ratificou o protocolo em 2002 (BRASIL, [2022]).
A COP se reúne periodicamente para avaliar resultados, estabelecer metas, 
dirimir controvérsias e criar mecanismos de gestão. O órgão supremo da Con-
venção-Quadro sobre Mudança do Clima — em inglês, United Nations Fra-
mework Convention on Climate Change (UNFCCC) —, também conhecida 
como Convenção sobre Mudança do Clima ou Convenção do Clima, entrou em 
vigor em 1995. Seu objetivo é estabilizar as concentrações de GEE na atmosfera 
em um nível que impeça uma interferência antrópica perigosa no sistema climá-
tico, compreendendo cinco componentes principais em interações complexas 
entre eles: atmosfera, hidrosfera, litosfera, biosfera e criosfera — regiões onde a 
água está em estado sólido, como as geleiras. 
Barbieri (2016, p. 31) cita que, para a Convenção, mudança do clima “é uma 
mudança que possa ser direta ou indiretamente atribuída à atividade humana 
que altere a composição da atmosfera mundial e que se soma àquela produzida 
pela variabilidade natural do clima observada ao longo de períodos comparáveis”.
As partes da Convenção do Clima, ou seja, os países signatários, possuem 
obrigações comuns, porém diferenciadas, entre elas, as partes devem adotar 
medidas de precaução para prever, evitar ou minimizar as causas da mudança 
do clima e mitigar seus efeitos negativos. Uma das obrigações que se pode 
destacar são as provisões para atualizações, os chamados “Protocolos”, como 
o Protocolo de Kyoto que mencionamos, capazes de definir os limites obriga-
tórios de emissões, em que as atualizações ocorrem periodicamente nas COP 
dos países signatários.
Logo, para conter o avanço da concentração de GEE, foi necessário ampliar os 
compromissos de redução para todos os países e incluir outras fontes de emissões 
além das listadas no Protocolo de Kyoto. Assim, o período pós-Protocolo de Kyo-
to se caracterizou por uma sucessão de iniciativas para firmar um acordo capaz 
de enfrentar o agravamento da situação climática. Portanto, na COP 20, realizada 
em 2014, em Lima, no Peru, surgiram as contribuições previstas determinadas 
nacionalmente — em inglês, Intended Nationally Determined Contributions 
(INDC) — e, em 2015, na COP 21, em Paris, na França, foi concluído o Acordo 
de Paris no âmbito da UNFCC. Conforme cita Barbieri (2016), os objetivos do 
Acordo de Paris são:
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UNIDADE 1
40
 ■ Manter o aumento da temperatura média mundial abaixo de 2 °C em 
relação aos níveis pré-industriais e continuar os esforços para limitar 
esse aumento a 1,5 °C em relação aos níveis pré-industriais, reconhe-
cendo que, assim, reduzir-se-iam consideravelmente os riscos e os im-
pactos climáticos.
 ■ Aumentar a capacidade de adaptação aos impactos da mudança climática 
e promover resiliência ao clima e um desenvolvimento com baixas emis-
sões de GEE que não comprometam a produção de alimentos.■ Aumentar os fluxos financeiros a um nível compatível com o caminho 
que conduza a um desenvolvimento resiliente ao clima e com baixas 
emissões de GEE.
Podemos observar que os objetivos do Acordo de Paris se associam a dois concei-
tos importantes relacionados à temática de mudança do clima, que são a mitiga-
ção e a adaptação. O primeiro se refere aos esforços para limitar as emissões de 
GEE; o segundo se refere às ações realizadas para reduzir os impactos negativos 
decorrentes (BRASIL, 2020b).
O Brasil ratificou o Acordo em 2016, comprometendo-se a reduzir as emis-
sões de GEE em 37% abaixo dos níveis de 2005 até 2025, com uma contribuição 
indicativa subsequente de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% 
abaixo dos níveis de 2005 até 2030. Para isso, o país se comprometeu a aumentar a 
participação de bioenergia sustentável na sua matriz energética, restaurar e reflo-
restar florestas, bem como alcançar uma participação estimada de 45% de energias 
renováveis na composição da matriz energética até 2030 (BRASIL, [2022b]).
Nesse contexto, apesar de todas as dificuldades, a implementação da Convenção-
-Quadro sobre Mudança do Clima criou organismos e instrumentos de gestão glo-
bal que influenciaram diversas iniciativas em todas as áreas de abrangência, como 
NOVAS DESCOBERTAS
Acesse o QR Code ao lado para conhecer melhor sobre a nova Con-
tribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil ao Acordo de 
Paris.
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41
iniciativas governamentais por meio de políticas públicas para reduzir a emissão 
de GEE, iniciativas empresariais, como a substituição de combustíveis por com-
bustíveis de fontes renováveis, redução e eliminação de gases, aproveitamento dos 
gases de aterro e inúmeras práticas de neutralização de carbono (BARBIERI, 2016).
Por fim, podemos concluir que, com a intensificação do efeito estufa, as 
modificações climáticas estão provocando o aquecimento global, como con-
sequência, portanto, já temos e teremos, de forma mais intensa, problemas am-
bientais, como a elevação do nível do oceano, 
impactos na agricultura, silvicultura e 
pecuária, e a elevação da tempera-
tura afetará todos os seres vivos. 
Diante dessa problemática, 
podemos nos perguntar: mas 
como controlar a intensifica-
ção do efeito estufa? Além 
da discussão já apresentada 
acerca das ações e protocolos 
da Convenção-Quadro sobre 
Mudança do Clima, Braga et 
al. (2005) explicam que o con-
trole do efeito estufa pode ocor-
rer prioritariamente pelo controle 
das emissões de CO2, sendo a solução 
diminuir a emissão resultante da queima de 
combustível pela utilização de fontes alternativas de energia, melhoria da ma-
triz energética pela utilização de mais fontes renováveis de energia, melhoria no 
sistema de transporte coletivo e o controle do desmatamento mundial, tal como 
outras medidas que discutiremos ao longo das demais unidades.
A camada de ozônio, compreendida pelo gás ozônio (O3), trata-se da 
região estratosférica que tem a capacidade de funcionar como um atenuador 
da radiação ultravioleta, impedindo que níveis excessivos atinjam a superfície 
terrestre (PROGRAMA..., [2022]). A radiação ultravioleta pode ser dividida 
em três grupos em função do seu comprimento de onda, que está associado 
à intensidade de energia da radiação, compreendendo (BRAGA et al., 2005; 
PROGRAMA..., [2022]):
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UNIDADE 1
42
 ■ Radiação ultravioleta do tipo A (UV-A): não é absorvida pela cama-
da de ozônio e apresenta comprimento de onda de 320 a 400 nanôme-
tros (nm), sendo este muito próximo da luz visível (violeta).
 ■ Radiação ultravioleta do tipo B (UV-B): 90% da radiação desse tipo 
é absorvida pelo ozônio, apresenta comprimento de onda de 280 a 320 
nanômetros (nm). A exposição a essa radiação, nos seres humanos, está 
associada a diversos riscos, como danos à visão, envelhecimento pre-
coce, supressão do sistema imunológico e desenvolvimento do câncer 
de pele. Nos animais, prejudica os estágios iniciais do desenvolvimento 
de peixes, camarões, caranguejos e outras formas de vida aquáticas 
e reduz a produtividade do fitoplâncton, base da cadeia alimentar 
aquática, provocando desequilíbrios ambientais, tal como danos em 
materiais e plantações.
 ■ Radiação ultravioleta do tipo C (UV-C): é completamente absorvida 
pelo ozônio e pelo oxigênio, apresenta comprimento de onda menor do 
que 280 (nm) e é extremamente prejudicial.
O O3 utiliza essa radiação nas reações químicas associadas aos processos de 
formação e destruição dele mesmo, reações essas que estão em equilíbrio na 
estratosfera, mantendo estável a camada de ozônio. No entanto, devido à pre-
sença de substâncias químicas emitidas pelas atividades humanas contendo 
átomos de cloro (Cl), flúor (F) e bromo (Br), o O3 estratosférico começou a ser 
destruído em escala maior do que ocorria naturalmente. Vale ressaltar que uma 
molécula de cloro pode destruir até 10 mil moléculas de ozônio. Assim, em 
outras palavras, podemos dizer que são substâncias que reagem devido à ação 
da radiação ultravioleta, liberando radicais livres que destroem as moléculas 
de O3 (BRAGA et al., 2005).
A Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio, realizada 
na Áustria, em 1985, contribuiu para o surgimento, em 1987, do Protocolo de 
Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio (SDOs), 
o qual se refere ao tratado internacional que entrou em vigor em 1989. Assim, 
o documento assinado pelos Estados-partes impõe obrigações específicas, em 
especial, à progressiva redução da produção e do consumo das SDOs até a sua 
total eliminação (PROGRAMA..., [2022]). As SDOs controladas pelo Protocolo 
de Montreal são apresentadas no Quadro 4.
43
Substância 
que destrói 
a camada de 
ozônio
Principais fontes de emissão Status quanto ao consumo
Clorofluorcar-
bonos (CFCs)
Utilizados no setor de espu-
mas, limpeza, solventes farma-
cêuticos e industriais, refrige-
ração doméstica e comercial.
O consumo de CFCs, no Bra-
sil, foi proibido em 2010.
Hidrocloro-
fluorcarbonos 
(HCFCs)
Substâncias alternativas aos 
CFCs e amplamente emprega-
das nos setores de refrigera-
ção doméstica e comercial e 
no setor de espumas. 
Estas possuem um menor 
potencial de destruição do 
ozônio em relação aos CFCs, 
mas ainda causam danos à 
camada de ozônio e apresen-
tam um potencial mais eleva-
do de aquecimento global. 
Estão, atualmente, em pro-
cesso escalonado de redução 
do consumo, com eliminação 
prevista para 2040.
Halons
Utilizados em extintores de 
incêndio.
Sua importação foi proibida 
em 2001 no Brasil. Atualmente, 
são utilizados somente halons 
regenerados, especificamente, 
Halon-1211 e Halon-1301.
Brometo de 
metila
Utilizado como solvente para 
limpeza, agente de processos 
químicos em indústrias e labo-
ratórios e como matéria-prima 
para produção de CFC.
Foi completamente eliminado 
no Brasil a partir de 2008.
Tetracloreto de 
carbono (CTC)
Utilizado como solvente indus-
trial para limpeza.
Seu consumo no Brasil foi 
eliminado em 2000.
Hidrobromo-
fluorcarbonos 
(HBFCs)
Utilizados como agentes de 
expansão de espumas, como 
solventes e como fluidos de 
refrigeração.
Não há consumo da substân-
cia no Brasil. 
Quadro 4 - Substâncias que destroem a camada de ozônio, principais fontes de emissão e o status 
quanto ao consumo / Fonte: adaptado de Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs ([2022]).
UNICESUMAR
UNIDADE 1
44
Torna-se importante mencionarmos que o Brasil aderiu ao Protocolo de Mon-
treal por meio do Decreto n° 99.280/1990 (BRASIL, 1990), tal como elaborou 
o Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), que contempla a 
estratégia de controle, redução e eliminação dos HCFCs, seguido por uma redu-
ção gradual até a completa eliminação em 2040, por meio de ações apoiadas com 
recursos do Fundo Multilateral para a Implementação do Protocolo de Montreal 
(FML), o qual provê assistência técnica e financeira aos países em desenvolvimen-
to com recursos provenientesdos países desenvolvidos (PROGRAMA..., [2022]).
Outra consequência da emissão de gases poluentes é a 
chuva ácida. Segundo Braga et al. (2005), tra-
ta-se da chuva formada por gases nitroge-
nados e sulfurados, que, como já vimos 
anteriormente, são produzidos por diver-
sas atividades e reagem com o vapor de 
água presente na atmosfera, produzin-
do ácidos nítrico e sulfúrico, precipi-
tando-se nos solos pela ação da chuva. 
A chuva, para ser considerada ácida, 
apresenta pH inferior a 5,6. Ainda, con-
forme os mesmos autores, na região amazô-
nica, já se verificaram chuvas com pH próxi-
mo a 4,7, devido, provavelmente, à formação 
de ácido sulfídrico da oxidação do 
gás sulfídrico (H2S) produzido nos 
alagados ou na formação de áci-
dos orgânicos, como fórmico e 
acético, na queima de biomassa.
NOVAS DESCOBERTAS
Acesse o QR Code para conhecer o cronograma de eliminação do con-
sumo dos HCFCs no Brasil e os diversos programas, incluindo o setor 
de manufatura de espumas de poliuretano e de manufatura e de ser-
viços de equipamentos de refrigeração e ar-condicionado.
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45
Como problemas ambientais, podemos destacar perdas de produtividade devido 
à acidificação dos solos, tal como a lixiviação dos nutrientes e a eliminação de orga-
nismos presentes no solo. Como consequência, a acidificação da água, a destruição da 
vegetação, os danos a organismos e outros. Para a saúde humana, pode causar proble-
mas respiratórios devido à formação de partículas de sais de amônio e, por fim, danos 
a obras civis e monumentos. De maneira geral, o controle da chuva ácida ocorre por 
meio do controle de óxidos de nitrogênio e de dióxido de enxofre (BRAGA et al., 2005).
Você já ouviu falar em economia circular? Convidamos você 
para uma breve discussão sobre a nossa relação com os 
resíduos, mostrando a importância da transição do modelo 
de economia linear para a economia circular.
Prezado(a) aluno(a), podemos entender que a poluição está associada à concen-
tração ou à quantidade de resíduos presentes na água, no solo e no ar. Para que 
se possa exercer o controle da poluição, definem-se padrões ou indicadores de 
qualidade ambiental, estabelecidos nas legislações ambientais e em estudos sobre 
o tema, como, por exemplo, condições e padrões de qualidade do ar, da água e do 
solo que se deseja respeitar em um determinado ambiente.
Você já parou para pensar se não houvesse processos para capturar, tratar e 
dispor os poluentes? Bem como processos para reduzir a geração da poluição 
na fonte geradora? Para Barbieri (2016), sem esses processos, a capacidade da 
Terra de sustentar a vida certamente já teria entrado em colapso pela variedade 
de poluentes gerados pelas atividades humanas, pelas quantidades lançadas ao 
longo do tempo e pelas quantidades de recursos utilizados.
Dessa forma, para que as condições e os padrões de qualidade ambiental se-
jam atendidos, torna-se necessária a aplicação de ações de prevenção e de controle 
da poluição, como ilustramos na Figura 5, com as quais você, como futuro(a) 
Gestor(a) Ambiental, atuará constantemente, seja na sua implantação nas orga-
nizações ou no desenvolvimento de novas tecnologias. Agora, entenderemos do 
que tratam esses conceitos para que, nas unidades seguintes, possamos explorar 
as formas de prevenção e controle da poluição aplicadas aos diversos resíduos.
UNICESUMAR
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/11107
UNIDADE 1
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Em uma abordagem inicial para a discussão acerca dos conceitos, podemos citar 
que, dentre as práticas de Gestão Ambiental, a prevenção da poluição deve vir 
em primeiro lugar, no entanto, não existe nenhum processo totalmente eficiente, 
assim os resíduos que forem gerados, mesmo com as medidas de prevenção da 
poluição implantadas, devem ser tratados por meio de tecnologias de controle 
da poluição do tipo fim de tubo. Em outras palavras, as medidas de prevenção e 
de controle da poluição devem ser implementadas em conjunto.
Adicionalmente, Barbieri (2016) ressalta que, do ponto de vista empresarial, 
conforme o tipo e a quantidade de poluentes, a abordagem de fim de tubo se torna 
complexa e eleva os custos de produção mediante obtenção de equipamentos, 
contratação de funcionários e outros. Do ponto de vista ambiental, esse tipo de 
abordagem é fundamental, mas insuficiente. Fundamental, pois, se os poluentes 
Descrição da Imagem: a figura mostra um fluxograma em blocos que se organiza de forma vertical, de 
cima para baixo. O primeiro bloco no topo, denominado “práticas de Gestão Ambiental”, está conectado 
com outros dois blocos, denominados, à esquerda, “prevenção da poluição” e, à direita, “controle da 
poluição”. Esses blocos estão interligados por um símbolo de soma, indicando que as medidas devem 
ser implementadas em conjunto. Cada um desses blocos estão conectados com mais um bloco, apre-
sentando a definição dos termos e exemplos de medidas. A prevenção da poluição, no bloco à esquerda, 
consiste em medidas tomadas na fonte geradora com o intuito de diminuir a poluição, com exemplos 
de medidas como: substituição de materiais e insumos; mudanças de procedimentos; melhoria da orga-
nização (housekeeping); e implantação de programas educacionais. O controle da poluição, no bloco à 
direita, consiste em medidas para tratar a poluição gerada ou para resolver um problema ambiental que 
já ocorreu, com exemplos de medidas como: controle no final do processo ou fim de tubo (sistemas de 
tratamento) e tecnologia de remediação.
Figura 6 - Diferenças e associação dos conceitos de prevenção e controle da poluição / Fonte: a autora.
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gerados fossem lançados no meio ambiente pelas fontes geradoras sem o devido 
tratamento e o atendimento aos padrões de qualidade ambiental, a capacidade 
de assimilação da Terra teria sido ultrapassada; e insuficiente, pois são voltados 
apenas para um lado do problema, o da poluição.
Nesse contexto, inicialmente, discutiremos sobre o controle da poluição, 
o qual se caracteriza pelo estabelecimento de práticas com o intuito impedir os 
efeitos da poluição gerada por certo processo produtivo. As soluções tecnológicas 
buscam controlar a poluição gerada sem alterar seus processos produtivos, tendo 
dois tipos: tecnologia de remediação e controle no final do processo ou fim 
de tubo — em inglês, end of pipe control (BARBIERI, 2016).
As tecnologias de fim de tubo procuram captar e tratar a poluição resul-
tante de seus processos produtivos antes que seja lançada no meio ambiente, 
como um sistema de tratamento de emissões atmosféricas, de resíduos sólidos, 
uma planta de tratamento de efluentes líquidos, entre outros. Por outro lado, 
a tecnologia de remediação procura resolver problemas que já ocorreram, 
como, por exemplo, a aplicação de tecnologia para remediação de um solo 
contaminado por algum tipo de poluente (BARBIERI, 2016).
Por outro lado, a prevenção da poluição visa evitar, reduzir ou modificar a 
geração de poluição, sendo necessárias mudanças em processos e produtos, ou 
seja, reduzir ou eliminar a geração de resíduos antes que eles sejam produzidos 
(BARBIERI, 2016). Assim, para melhor entendimento do conceito, apresentamos 
duas definições, conceituando a prevenção da poluição como:
NOVAS DESCOBERTAS
Título: Introdução ao Controle de Poluição Ambiental
Autor: José Carlos Derisio
Editora: Oficina de Textos
Sinopse: o livro aborda os principais usos da água, do ar e do solo; 
os tipos de poluição que os afetam e os danos provocados; os parâ-
metros e métodos para avaliação de qualidade; as técnicas de controle de 
poluição; e os aspectos legais e institucionais. A obra também trata da polui-
ção decorrente de ruídos, vibrações e radiação, assim como de sistemas de 
Gestão Ambiental, de acordo com a norma ISO 14001:2015.
UNICESUMAR
UNIDADE 1
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 “ [...] qualquer prática, processo, técnica e tecnologia que visem a re-dução ou eliminação em volume, concentração e toxicidade dos poluentes na fonte geradora. Inclui

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