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69531897-ECA-Fichamento

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Estudo do ECA
Lei 8.069/90
Princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente:
·	CF/88
·	ECA	
·	Lei de Adoção Nacional (12.010/09)
Origens Históricas da proteção a crianças e adolescentes
Desde a história mais remota do ser humano já havia o poder paternal e/ou maternal sobre os filhos, quase absoluto, não havendo valoração a sua vida ou liberdade. No direito romano o pai de família era a autoridade máxima, apenasos filhos de famílias militares tiveram algum reconhecimento, como o direito de dispor dos bens adquiridos pelos pais na guerra. Foi com o cristianismo, em defesa dos fracos, que as crianças começaram a ser consideradas. Na Idade Média, não havia sequer o conceito de infância. Na Moderna, séc. XVIII, é que se dá a descoberta da infância, através da evolução destas através da evolução histórica da arte e da iconografia dos séculos anteriores. Nesta época, os trabalhos eram de caráter profundamente institucional, sistemas escolares, as leis sobre o trabalho infantil, agências especializadas em delinquentes juvenis, os serviços de bem-estar infantil, etc. Já quanto as manifestações legislativas no plano internacional em prol do direito da criança e do adolescente, surgiram com a Convenção para a Repressão do tráfico de Mulheres e Crianças, em Genebra, em 1921, bem como a Declaração de Genebra, em 1924, que foi a 1ª menção do direito das crianças como tais. Seguindo tal visão, temos:
·	1948 - Declaração Universal dos Direitos Humanos
·	1959 - Declaração Universal dos Direitos da Criança, da Organização das Nações Unidas (ONU-UNICEF)
·	1969 - Convenção Americana sobre Direitos Humanos - Pacto San José da Costa Rica (art. 19)
·	Protocolo de San Salvador (1998)
·	Regras de Beijing (1985) - Versando sobre jovens infratores
·	1989 - Convenção Internacional sobre os Direitos das Crianças (1º instrumento jurídico internacional)
"Toda criança tem direito às medidas de proteção que a sua condição de menor requer por parte da sua família, da sociedade e do Estado". (Pacto de San José da Costa Rica)
Disposições Preliminares (arts. 1º ao 6º do ECA)
Expõe princípios e normas políticas-sociais, objetivos, conceitos-chaves para a compreensão do que se entende por criança e adolescente, e para entender a normatização das regras gerais de aplicação e interpretação desta lei. O recurso às Disposições Preliminares, por força do art. 6º, do ECA, deve ser uma constante na aplicação do Estatuto, pois este corresponde a leis de Ordem Pública, portanto de efeito erga-omines.
Do Direito do Menor ao "Direito da Criança e do Adolescente": Direito Menorista no Brasil
No Brasil, a evolução do direito da criança e do adolescente partiu do "direito do menor", expressão esta que reduzia a importância da criança. Havia um Código Penal para o menor, no qual crianças e adolescentes eram egressos de um sistema criminalizador, porém este código não era específico para o menor, mas continha a pena que cabia a estes. Em 1926, foi elaborada uma legislação sobre menores - Código Mello Mattos - 1º código de Menores da América Latina, preocupado que fosse levado em consideração o estado físico, moral e mental da criança, e ainda a situação moral, social e econômica dos pais; posteriormente revogado, surgiu o Código de Menores (1979), em que se inaugura uma nova fase do direito menorista, no Brasil. Não passava de um Código Penal do Menor, com caráter mais sancionatório do que protetivo ou assistencial - situação do Menor em irregularidades. Nesta época, o juiz não julgava os menores, e sim aplicava medidas de correções terapêuticas aos menores de 18 anos, pela prática de atos definidos como infranções penais - fase da criminalização da infância pobre.
No anos 80, com os movimentos sociais dos direitos da criança e dos adolescentes, fundados nos Pactos e Convenções Internacionais, consagraram a Doutrina da Proteção Integral fundada em três pilares:
·	Reconhecimento da peculiar condição da criança e jovem como pessoa em desenvolvimento, titular da proteção especial;
·	Crianças e jovens têm direito a convivência familiar;
·	As Nações subscritoras obrigam-se a assegurar os direitos insculpidos na Convenção com absoluta prioridade.
Art. 227, CF/88 - Tratamento da criança e adolescente como pessoas e sujeitos de direitos civis (art. 15, ECA). Onde está descrito que diante da Lei estatutária em vigor, quem ficou em situação irregular é o pai que descumpre os deveres inerentes ao poder familiar ou o Estado, que negligencia as políticas sociais básicas.
Portanto, há um microssistema protetivo, pautado nos princípios da:
·	Absoluta prioridade;
·	Proteção Integral (princípio basilar);
·	Melhor Interesse.
Desta forma, não é mais adequado usar-se a expressão "direito do menor", e sim "direito da criança e do adolescente", "direito infanto-juvenil", "direito da infância e juventude", dentre outras.
Antes						Depois
Menor Delinquente		==>		Autor de Ato Infracional
Auto de Flagrante		==>		Auto de Apreensão
Menor Abandonado		==>		Criança ou adolescente em estado de risco
Princípio do Superior ou do Melhor Interesse de Crianças e Adolescentes: (art. 100, ECA)
A intervenção na vida da criança e do adolescente deve atender prioritariamente aos interesses e direitos destes, sem prejuízo da consideração que foi devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso concreto, com origem nos tratados internacionais.
OBS: A proteção dos direitos da criança e do adolescente sobreleva sobre qualquer outro cálculo de benefício coletivo. Equivale ao príncípio da dignidade humana. 
Princípio da Proteção Integral e da Prevalência da família (art. 1º, ECA)
Doutrina da Proteção Integral, proteção que se dá ao arcabouço legislativo e social, ancorado na CF/88 e nas convenções e documentos internacionais de proteção à criança e ao adolescente.
Corresponde ao "amparo completo", do ponto de vista material e espiritual, onde crianças e adolescentes figuram como titulares de interesses subordinantes frente à família, à sociedade e ao Estado. Portanto, há de existir uma proteção integral e prioritária na interpretação e aplicação de toda norma que diga respeito a criança e ao adolescente, bem como, pelo Princípio da Prevalência da Família, em que todas as ações e promoções relativas a crianças e adolescentes devem ter em mira o cuidado e a atenção para o ambiente familiar. Daí concluir-se que "proteção integral" é o fornecimento a criança e ao adolescente, de toda assistência necessária para o pleno desenvolvimento de sua personalidade. Agora estes cidadãos são titulares de direitos fundamentais.
OBS: As normas legais que dizem respeito à criança e ao adolescente fora do Estatuto devem ser subordinados aos magnos enunciados deste.
Princípio da prioridade absoluta (art. 227, CF/88)
Tal norma impõe deveres de asseguramento aos direitos fundamentais da criança e do adolescente, deveres estes destinados à família, à sociedade e ao Estado de forma prioritária (art. 3º, 4º e 5º, do ECA). Conforme este princípio, toda criança e adolescente devem receber prioridade no atendimento dos serviçoes públicos e na formulação das políticas sociais. Exemplo: Prioridade absoluta relativa à tramitação dos recursos nos procedimentos de adoção e destituição do poder familiar (art. 199, ECA).
Portanto, tal princípio trata do tratamento prioritário que todos deveram dar às relações que envolvam crianças e adolescentes , pela família, sociedade e Poder Público, porque há necessidade de cuidado especial para com esse segmento de pessoas.
Art. 7º - 14º, ECA: Trata das garantias do desenvolvimento físico e mental das crianças e adolescentes.
Art. 19 e ss, ECA: Trata dos direitos de ordem moral, social e espiritual, o qual está inserido um amplo direito à convivência familiar e comunitária, pois a família é a base da sociedade e é dela que decorrem os fundamentos morais, sociais e espirituais citados.
"Todas as formas de violência contra a criança produzem consequências nefastas ao desenvolvimento infantil". (Maria Regina F. Azambuja)
Competênciapara legislar
Estado e município podem legislar sobre a infância e juventude, desde que respeitem as normas federais e estaduais sobre o assunto.
Estatuto	==>	Parte Geral		==>	267 artigos, os quais tiveram várias 
			Parte Especial			alterações após a lei 12,010/09 
							(Adoção Nacional). Nela estão 								matérias administrativa, civil, penal, 							processual civil e penal.

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