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Os sinais vitais (SSVV) são parâmetros regulados por órgãos vitais, portanto, revelam o estado funcional dos mesmos. Podem ser observados, medidos e monitorados para demonstrar o nível físico de atividade de um indivíduo. Constitui um importante componente do processo de enfermagem, principalmente, durante a hospitalização de um paciente. Uma mudança nos SSVV pode indicar alteração na saúde. A avaliação dos sinais vitais fornece dados para identificar diagnósticos de enfermagem, para implantar intervenções e para avaliar o resultado. Sinais vitais: 1. Pressão Arterial (PA) 2. Temperatura 3. Pulso 4. Respiração 5. Dor Habilidades profissionais para verificação dos SSVV: • Cognitivas; • Técnicas; • Interpessoais; • Éticas e Legais. A maneira de abordar o paciente pode alterar os SSVV. O Enfermeiro deve aproximar-se do paciente de modo calmo e cuidadoso enquanto demostra habilidade no cuidado. Quando verificar os SSVV? • Avaliação clínica • Admissão • Transferência de setor • Durante procedimentos • Quando ocorrer perda de consciência • Prescrição médica • A cada turno • Normas da instituição • A cada 5 ou 15 minutos (monitorização) TEMPERATURA A temperatura corporal indica a diferença entre produção e perda de calor. Mecanismos de regulação O sistema termorregulador é um dos principais mecanismos de homeostase do nosso corpo, e o seu centro está localizado no hipotálamo. O calor está continuamente sendo produzido em virtude do metabolismo. Fatores que alteram a Temperatura • Medicamentos • Início de gestação • Menopausa • Doenças (infecciosas) • Ambiente • Vestimentas Tipos de termômetros • Termômetro Digital eletrônico • Termômetro de mercúrio (proibido) • Termômetro Químico • Termômetro timpânico • Cateteres de artéria pulmonar Locais de verificação • Oral • Axilar • Retal Quando verificar a temperatura • Admissão do paciente • Diariamente • Em intervalos menores • Pré, intra e pós-operatório • Quadro clínico do paciente • Entre procedimentos • Rotina de serviço Materiais necessários • Idade • Estresse • Exercícios intensos • Alimentação • Ciclo menstrual • Timpânico • Frontal Passo a passo Valores da temperatura axilar Febre: • Infecção • Lesões teciduais • Processos inflamatórios • Distúrbios do sistema imunitário • Neoplasias malignas • Afecções vasculares Febre x sistema circulatório Na febre há um aumento do metabolismo celular, o que aumenta a produção de gás carbônico, este estimula o centro respiratório e a pessoa respira mais depressa e de modo mais profundo. Com o aumento do metabolismo, há da parte das células maior demanda de oxigênio e de glicose, desse modo, o coração é levado a bater mais rápido, elevando a frequência do pulso. Características semiológicas da febre • Início • Sintomas associados • Intensidade • Duração • Modo de evolução (contínua, irregular, remitente ou intermitente) • Término • Hábitos de vida Febre contínua: febre tifoide, endocardite infecciosa, pneumonia. Febre irregular ou séptica: abscesso pulmonar, tuberculose, fase inicial da malária Febre remitente: todos os dias (há uma variação mas sempre se encontra acima da normalidade) Febre intermitente: cotidiana, terça, quinta. Hipotermia É a diminuição da temperatura corporal abaixo de 35ºC na região axilar ou de 36ºC no reto. Pode ser induzida artificialmente quando se vai submeter o paciente a certos tipos de cirurgias ou pode ser consequência a congelamento acidental, choque, síncope, hemorragias graves e súbitas, coma diabético, e nos estádios terminais de muitas doenças, cirurgia cardíaca. Aspectos do paciente com hipotermia • Pele fria e pegajosa • Palidez e cianose • Respiração lenta e superficial • Frequência lenta do pulso • Perda memória • Tremores Cuidados de enfermagem na hipotermia • Verificar indicação, local e duração das aplicações. • Tolerância dos organismos. • Tempo de aplicação. • Atentar para as queimaduras. • Observar o local. • Não colocar a bolsa diretamente sobre o paciente. • Evitar exposição desnecessária do paciente. • Manter o paciente em posição confortável. • Utilizar técnica estéril nas aplicações em lesões. • Administrar líquidos aquecidos. RESPIRAÇÃO Mecanismo que o corpo utiliza para trocar gases: O sistema respiratório em conjunto com o sistema circulatório, são responsáveis pelo fornecimento de quantidade adequada de sangue oxigenado para todos os tecidos do corpo. • Frequência Respiratória • Profundidade • Ritmo Uma grande quantidade de CO² (hipercabia) no sangue eleva a frequência e profundidade. Tipos de respiração Abdominal: observada nas crianças até os 7 anos e nos homens. Predomina a ação diafragmática na respiração, com movimentação dos músculos costais e protusão abdominal. Costodiafragmático ou costoabdominal: ocorre mesma intensidade tanto na parede torácica quanto na abdominal. Costal ou torácica: observada em mulheres. Predomina a ação da musculatura interscostal, com movimentação da metade superior do tórax. Aspectos avaliados / verificados na respiração • Movimentos respiratórios • Amplitude (profunda, normal, superficial) • Frequência (ciclos inspirados e expirados em um minuto) • Ritmo (regular, irregular, suspiro) • Tipos de respiração • Sons pulmonares (ausculta) • Inspeção do indivíduo, especialmente o tórax, MMSS e MMII e pele. Frequência respiratória TERMINOLOGIA Eupneico ou Normopneico: indivíduo que possui de 16 a 20 movimentos respiratórios por minuto; Taquipneia (polipneia): movimentos respiratórios acima dos 20; Bradipneia: movimentos respiratórios abaixo de 16; Apneia: não há movimento respiratório; Dispneia: há dificuldade em manter a movimentação respiratória, com oscilação entre respirações rápidas, curtas, longas. Respiração Normal: refere-se à profundidade, quando se utiliza a musculatura de forma eficiente. Respiração Superficial: a musculatura é semi- utilizada. Respiração Forçada: toda musculatura é utilizada, além da acessória (região clavicular), pode haver batimento da asa do nariz (crianças). Materiais Avaliação da perfusão e difusão O processo respiratório de difusão e perfusão pode ser avaliado ao medir a saturação de oxigênio no sangue (SaO2). A porcentagem de hemoglobina que agrega-se ao oxigênio na artéria ou a porcentagem de saturação de hemoglobina (SaO2). Ela situa-se normalmente entre 95% e 100% (SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO). Pulso O pulso é uma sensação ondular que pode ser palpada em uma das artérias periféricas. Normalmente o pulso é sentido acima de uma saliência óssea. É a expansão e a contração alternada de uma artéria quando uma onda de sangue é impulsionada através dela pelos batimentos cardíacos. O volume de sangue bombeado pelo coração durante 1 minuto é o débito cardíaco. Tipos de pulso Pulso apical: é o batimento cardíaco considerado no seu ápice. Ele pode ser sentido/ouvido no 5º espaço intercostal, “logo abaixo do mamilo esquerdo”. Pulsos periféricos: Fatores que influenciam na frequência do pulso Frequência cardíaca Características do pulso Déficit de pulso Significa que o número de batimentos cardíacos é maior que a quantidade de pulsações sentidas nos vasos periféricos (radial, braquial, etc.). Terminologia Pulso Normocárdico: com batimento cardíaco normal (sístole e diástole perceptíveis) – 60 a 100 bpm; Pulso Rítmico: quando os intervalos entre os batimentos são regulares; Pulso Arrítmico: quando os intervalos são irregulares; Pulso Taquisfígmico ou Taquicárdico: pulso de frequência > 100 bat./min.; Pulso Bradisfígmico ouBradicárdico: pulso de frequência < 60 bat./min. Pulso Fraco ou Filiforme: desaparece e aparece facilmente à palpação (obliterável); Pulso Forte: facilmente palpável e não obliterável pela pressão; Pulso facilmente palpável (volume normal): é perceptível à palpação porém pode ser obliterável. Materiais PRESSÃO ARTERIAL Pressão arterial sistêmica (PAS) é a força exercida sobre as paredes de uma artéria pelo sangue que pulsa sob a pressão do coração. A PAS em sua fase máxima é chamada de sistólica, normalmente 120 mmHg no adulto jovem. Já em sua fase mínima, chama-se diastólica (80-90 mmHg). Mecanismos fisiológicos reguladores da PAS Controle Neural: conferido pelos barorreceptores (vasodilatador) localizados nas paredes das grandes artérias sistêmicas (aorta, carótida), detectando o grau de distensão arterial. Controle Renal: atua através de 2 mecanismos (hemodinâmico e hormonal). No 1º caso, quando a PAS está ↑ os rins aumenta a filtração glomerular, conferindo excreção de água e eletrólitos. Fatores hemodinâmicos que interferem na pa Débito Cardíaco: quantidade de sangue ejetada pelo ventrículo esquerdo (sístole) em 1 minuto (adulto média de 5 litros/min.). Resistência dos Vasos Periféricos: fator + importante na manutenção da pressão diastólica (elasticidade das arteríolas). Elasticidade das Paredes Musculares dos Grandes Vasos: importante em casos de ateromas. Viscosidade Sanguínea: diretamente proporcional ao ↑ da PAS. Volemia: volume total de sangue no sistema arterial. Pressão sistólica, diastólica e diferencial Pressão sistólica (PS): não é constante de um indivíduo para outro, nem em um mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias. O exercício físico, alimentação, sono-repouso alteram os resultados da aferição. Tem-se como normalidade a pressão sistólica entre 90-140 mmHg. Pressão diastólica (PD): consiste no valor de pressão mais baixo detectado nas artérias. Diferente da pressão sistólica, a diastólica tende a ser constante (60-90 mmHg). Pressão diferencial ou de pulso: consiste na diferença entre as pressões sistólica e diastólica. Como normalidade, os valores não devem ser diferentes da faixa entre 30-60 mmHg. Se mais próxima de 30 mmHg, dizemos que a PAS é convergente. Ao contrário, mais próxima dos 60 mmHg, chamamos de PAS divergente. Fisiologia da pa PA baixa: tecido pouco irrigado – hipóxia. PA elevada: lesão dos tecidos e capilares. Fatores que influenciam a pa Classificação da PA Consequências • AVC hemorrágico • Infarto do miocárdio • Insuficiência renal crônica Hipotensão • A hipotensão ocorre devido a dilatação das artérias; • À perda de uma quantidade substancial de volume de sangue; • Insuficiência do músculo cardíaco; • Medicamentos; Materiais Métodos de aferição Método Palpatório: palpa-se o pulso radial e insufla o manguito até os batimentos desaparecerem. Ao abrir o dispositivo, olhamos para o manômetro e registramos a pressão sistólica (apenas como parâmetro). Método Auscultatório: coloca-se o manguito e se aplica a campânula sobre a artéria braquial. Com o esvaziamento do manguito, ouviremos o 1º som (sistólico), seguido tempos depois de uma fase de silêncio, que compreende a pressão diastólica. Esses sons são chamados de “Sons de Korotkoff”. ATENÇÃO • Para aferição de uma pressão arterial eficaz faz-se necessário proporcionar um ambiente seguro, confortável e silencioso. • Certifique-se que o estetoscópio e o esfigmomanômetro estejam íntegros e calibrados (ponto zero). • Lave as mão antes de iniciar e depois de qualquer procedimento junto ao cliente. Preparação do paciente FATORES QUE AFETAM A MEDIÇÃO DA PA DOR Dor: Sensação corporal penosa, sendo classificada pelo seu tipo, intensidade, localização e ocorrência. Sofrimento: Ação ou efeito de sofrer, de sentir dor física ou moral, padecimento, amargura. Efeitos da dor na qualidade de vida Aspectos físicos: • Diminuição da capacidade funcional. • Diminuição da força e da resistência. • Náusea e perda de apetite. • Transtornos do sono causando irritabilidade, fadiga e dependência em medicamentos e/ou álcool em uma tentativa de facilitar o sono. • Dependência Química. Aspectos psicológicos: • Diminuição da alegria e do humor. • Aumento da ansiedade e do temor. • Depressão, sofrimento. • Dificuldade de concentração. • Perda do controle. • Perdas sociais. • Diminuição das relações sociais. • Diminuição da atividade sexual e afetiva. • Aumento da necessidade de cuidados. • Tensão financeira como resultado de contas médicas, medicamentos e perda de renda devido ao tempo fora do trabalho. Classificação da DOR segundo o mecanismo fisiopatológico Dor nociceptiva: compreende dor somática e visceral e ocorre diretamente por estimulação química, física ou térmica de terminações nervosas normais. Dor neuropática: resulta de alguma injúria a um nervo ou de função nervosa anormal em qualquer ponto das linhas de transmissão neuronal dos tecidos mais periféricos do SNC. Dor inflamatória: pode ser causada por trauma mecânico, infecção, esquêmica, tumor ou doença autoimune, na qual diversos mediadores químicos vão ser liberados (citocinas, fatores de crescimento, entre outros). Tipos de dor A dor é categorizada de acordo com sua duração, localização e etiologia. De acordo com a duração: 1. Dor aguda; 2. Dor crônica; 3. Dor relacionada ao câncer. Efeitos danosos da dor • Alterações do sono; • Estresse; • Fadiga; • Depressão; AVALIAÇÃO DO PACIENTE COM DOR Questionamentos a serem feitos: • Início e duração; • Localização; • Intensidade; • Padrão de dor; • Medidas de alívio; • Sintomas contribuintes; • Efeitos comportamentais; • Influência nas atividades de vida diária. MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS Circunferência abdominal