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Aula 01 Assuntos para a Unidade 1 Andréa Cuesta CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA Contabilidade Intermediária Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA Projeto Gráfico MANUELA CÉSAR ARRUDA Autor ANDRÉA CUESTA Desenvolvedor CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS Olá. Meu nome é Andréia Cuesta. Sou formada em Ciências Contábeis, pela Universidade Estadual de Londrina - UEL, e em Pedagogia pela Facul- dade de Paraíso do Norte (FAPAN), especialista em Controladoria e Finanças (PUC/PR), Logística Empresarial (UNOPAR) e Docência no Ensino Superior (UNOPAR). Sou estudante especial do curso de Mestrado em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias da UNOPAR, com uma ex- periência técnico-profissional na área de docência do ensino superior, pre- sencial e EAD de mais de 12 anos. Passei por empresas com a Lorenzetti S.A, Elevadores Atlas Schindler e a Construtora Plaenge, na área Contábil e Fiscal. Hoje integro o quadro docente do Grupo Kroton Educacional, ao qual faço parte desde 2008. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora TELESAPIENS a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! Autor ANDRÉA CUESTA INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimen- to de uma nova competência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser prioriza- das para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofun- damento do seu conhecimento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma ativi- dade de autoapren- dizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; Iconográficos Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de apren- dizagem toda vez que: Sumário 1. Fundamentos Contábeis ................................................................................................... 8 1.1. Objetivos da Contabilidade .................................................................................................8 Usuários da Contabilidade ....................................................................................................9 1.2. Relatórios Contábeis .................................................................................................................9 Balanço Patrimonial (BP) .....................................................................................................10 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) .............................................10 Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) ..............................................11 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) ..............11 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) ............................................................11 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) ..................11 E para Algumas Entidades, a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) .......................................................12 Notas Explicativas .....................................................................................................................12 1.3. Principais Características da Informação Contábil ......................................13 Elementos Contábeis ...............................................................................................................13 1.4. Classificação dos Elementos do Balanço Patrimonial .............................14 2. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) ...........................................................17 2.1. CPC 03 – Demonstração de Fluxos de Caixa ..................................................17 2.2. Caixa e Equivalentes de Caixa .......................................................................................19 2.3. Objetivos da Demonstração dos Fluxos de Caixa .......................................20 2.4. Benefícios das Informações dos Fluxos de Caixa .......................................20 2.5. Classificação dos Elementos do Fluxo de Caixa ..........................................20 Casos Especiais ...........................................................................................................................22 2.6. Parâmetros Gerais do Demonstrativo de Fluxos de Caixa...................24 3. Formas de Apresentação da DFC ..............................................................................27 3.1. DFC versus DOAR .....................................................................................................................27 3.2. Métodos de Divulgação da DFC .................................................................................28 3.3. Fluxos de Caixa das Atividades Operacionais: ................................................28 3.4. Modelo de Fluxo de Caixa (método direto) .......................................................29 3.5. Modelo de Fluxo de Caixa (método indireto) ...................................................30 Exemplo Prático ...........................................................................................................................31 Você sabia que a Contabilidade é um dos instrumentos mais importantes para o gestor das organizações empresariais, pois ela fornece dados de forma organizada e de fácil entendimento, para que as decisões sejam tomadas de forma correta e rápida? Você deve ter notado as diversas modificações que a contabilidade brasileira vem sofrendo. O primeiro motivo para estas mudan- ças é a revolução tecnológica, responsável pela utilização em larga escala dos ERPs (Enterprise Resource Planning ou Planejamento dos Recursos da Em- presa), que são sistemas integrados de gestão e cuidam das atividades diá- rias de uma empresa, desde a aquisição dos estoques, até a emissão das De- monstrações Contábeis de apresentação obrigatória. Não importa o tamanho da empresa, seja ela pequena, média ou grande, estará sujeita a apresentar informações ao Fisco, que atualmente é feita de forma eletrônica (on-line), nos âmbitos municipal, estadual e federal. O segundo motivo para as mudanças advém da necessidade de adequar-se às Normas Internacionais de Contabili- dade - IFRS (International Financial Reporting Standards), que é um conjunto de Pronunciamentos Contábeis internacionais, publicados e revisados pelo IASB (International Accounting standards Board). Essa parametrização das normas contábeis surgiu pela necessidade de as organizações internacionais falarem a mesma língua, facilitando o entendimento. No Brasil, essas normas estão sen- do adaptadas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e são regidas pela Lei 11.638 de 28 de dezembro de 2007. Além de fornecer informações ao Fisco, a Contabilidade também fornece informações a outros interessados, tais como bancos, sócios, acionistas, fornecedores, clientes e colaboradores, daí a necessidade de apresentar informações de fácil entendimento para especia- listas ou leigos. Segundo o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2014), de cada dez empresas que são abertas no Brasil, seis não sobrevivem após 5 anos de atividade.Isso mesmo. Mais da metade das empresas fecham as portas antes de completar 5 anos! E em grande parte, o fracasso vem da má administração dos recursos. Entendeu a importância da contabilidade? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo, e compreender melhor essa ferramenta maravilhosa! Introdução Olá. Meu nome é Andréa César. Sou responsável pela direção editorial deste livro didático e de todos os demais recursos relacionados com a sua trilha de aprendizagem. Temos a Disciplina de Contabilidade Intermediária, e seja bem-vindo a nossa Unidade 1, onde nosso objetivo é auxiliar você para o desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Recapitular e consolidar tópicos importantes de Contabilidade Geral; 2. Conhecer o CPC 03 e os conceitos de Demonstração dos Fluxos de Caixa e Equivalentes de Caixa; 3. Verificar os aspectos legais da DFC (Demonstração do Fluxo de Caixa), seus objetivos, alcance e transações que a integram; 4. Identificar as principais diferenças entre DFC (Demonstração do Fluxo de Caixa) e DOAR (Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos). Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Trilha de Aprendizagem Contabilidade Intermediária | 8 1.1. Objetivos da Contabilidade Após os processos de convergência que o Brasil vem adotando desde a pro- mulgação das Leis nº 11.638/2007 e nº 11.941/2009, permitiram as mudanças nas normas contábeis brasileira em direção às IFRS, e foram implantadas em 2010 para todas a empresas. As demonstrações financeiras elaboradas nes- se novo molde apresentam melhores condições para a tomada de decisão. Dessa forma, o Pronunciamento Conceitual Básico (R1) – Estrutura Conceitu- al para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-financeiro estabelece como objetivo da contabilidade: OB2. O objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral é for- necer informações contábil-financeiras acerca da entidade que reporta essa informação (reporting entity) que sejam úteis a investidores exis- tentes e em potencial, a credores por empréstimos e a outros credores, quando da tomada de decisão ligada ao fornecimento de recursos para a entidade. Essas decisões envolvem comprar, vender ou manter parti- cipações em instrumentos patrimoniais e em instrumentos de dívida, e a oferecer ou disponibilizar empréstimos ou outras formas de crédito. Na sequência, o Pronunciamento estabelece quais os tipos de informações que a contabilidade deve fornecer: OB12. Relatórios contábil-financeiros de propósito geral fornecem in- formação acerca da posição patrimonial e financeira da entidade que reporta a informação, a qual representa informação sobre os recursos econômicos da entidade e reivindicações contra a entidade que reporta a informação. Relatórios contábil-financeiros também fornecem informa- ção sobre os efeitos de transações e outros eventos que alteram os recur- sos econômicos da entidade que reporta a informação e reivindicações contra ela. Ambos os tipos de informação fornecem dados de entrada úteis para decisões ligadas ao fornecimento de recursos para a entidade. INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você terá recapitulado os funda- mentos da contabilidade aprendidos em unidades anterio- res. É fundamental resgatar esses conhecimentos para dar continuidade aos estudos, e também para o exercício de sua profissão. Estudar contabilidade é um processo cumulativo de aprendizado. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! 1. Fundamentos Contábeis Contabilidade Intermediária | 9 Usuários da Contabilidade A contabilidade fornece informações a diversos usuários, tais como fornece- dores, clientes, bancos, investidores, acionistas, colaboradores e o público em geral. Alguns usuários internos ou externos das informações contábeis podem necessitar de informações específicas, porém existe orientação relacionada apenas às informações básicas que atendam ao maior número de usuários. Acerca dessas informações, o Pronunciamento Conceitual Básico (R1) orienta: OB6. Entretanto, relatórios contábil-financeiros de propósito geral não atendem e não podem atender a todas as informações de que investido- res, credores por empréstimo e outros credores, existentes e em potencial, necessitam. Esses usuários precisam considerar informação pertinente de outras fontes, como, por exemplo, condições econômicas gerais e ex- pectativas, eventos políticos e clima político, e perspectivas e panorama para a indústria e para a entidade. OB8. Usuários primários individuais têm diferentes, e possivelmente conflitantes, desejos e necessidades de informação. Este Comitê de Pro- nunciamentos Contábeis, ao levar à frente o processo de produção de suas normas, irá procurar proporcionar um conjunto de informações que atenda às necessidades do número máximo de usuários primários. Contudo, a concentração em necessidades comuns de informação não impede que a entidade que reporta a informação preste informações adi- cionais que sejam mais úteis a um subconjunto particular de usuários primários. Em outras palavras, a cabe ao usuário das informações, utilizar-se dos rela- tórios básicos gerados pela contabilidade, e delas extrair dados conforme a sua necessidade. Porém, o Pronunciamento não proíbe que as empresas forneçam dados mais específicos espontaneamente, ou por imposição de normas de órgãos reguladores externos. 1.2. Relatórios Contábeis A contabilidade utiliza-se de Relatórios produzidos por meio de suas informa- ções contabilizadas diariamente. Esses relatórios apresentam os dados de forma organizada e sistematizada (de acordo com os princípios e as conven- ções contábeis) para que os usuários da contabilidade possam compreender a situação real em que a empresa se encontra, sem necessitar ser expert no assunto. É importante que todos que tenham acesso a esses relatórios con- sigam entender o que está sendo demonstrado. O Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis – relaciona em seu item 10 quais as demonstrações contábeis que devem ser apresentadas pelas organizações. Contabilidade Intermediária | 10 Balanço Patrimonial (BP) Apresenta a posição patrimonial e financeira (qualitativa e quantitativa) da entidade em dado momento (demonstração estática). O controle dos re- cursos econômicos efetuado pela apresentação o BP fornece informações comparadas, que possibilitam prever a capacidade de gerar caixa no futuro, necessidades de financiamentos, e também de que forma os lucros futu- ros serão distribuídos ou reinvestidos. Pelo BP a empresa terá informações sobre liquidez e a solvência e prever a capacidade de honrar os compro- missos. Embasamento legal: o artigo 176 da Lei 6.404/76 e alterações Lei 11.638/2007. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Evidencia as operações efetuadas pela empresa durante um período de tem- po (demonstração dinâmica), durante um exercício social, durante um mês, durante uma quinzena, etc., e detalha a composição do resultado líquido (lucro ou prejuízo) daquele período. A DRE fornece informações referente aos fluxos de caixa, e ajuda a avaliar a eficácia com que os recursos estão sendo utiliza- dos na empresa, possibilitando mudanças benéficas para o negócio. Embasamento legal: o artigo 176 da Lei 6.404/76 e alterações Lei 11.638/2007. 1 - Figura: A Importância da Informação Contábil de Qualidade. | Fonte: Pixabay® Contabilidade Intermediária | 11 Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) A DRA passou a ser exigida no rol de relatórios contábeis obrigatórios por orientação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) com o objetivo de aproximar as normas brasileiras do padrão internacional. Esse demonstrativo evidencia a soma do resultado do período aos demais resultados abrangentes. Embasamento legal: Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) - Apresentação das demonstrações contábeis Demonstraçãodas Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) Essa demonstração apresenta uma comparação de todas as contas do grupo do Patrimônio Líquido, com as contas do mesmo grupo do ano imediatamente anterior, verificando a variação e a consistência das movimentações sofridas por seus recursos próprios. Embasamento legal: o artigo 186 da Lei 6.404/76 e alterações Lei 11.638/2007. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) A DFC mostra as alterações ocorridas no caixa e equivalentes de caixa (movi- mentações monetárias) em determinado período, se comparadas ao período imediatamente anterior. Evidencia todas as entradas e saídas de dinheiro da organização (operações, investimentos e financiamentos). Essas informações são úteis para avaliar futuros investimentos ou financiamentos. Embasamento legal: o artigo 188 da Lei 6.404/76 e alterações Lei 11.638/2007. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) Evidencia as alterações ocorridas no saldo da conta de lucros ou prejuízos acumulados no grupo do Patrimônio Líquido (deverá conter saldos do início do período, ajustes dos exercícios anteriores, reversões de reservas, lucro lí- quido do exercício, transferências para reserva, dividendos, parcela dos lucros incorporada ao capital e saldo final). É obrigatória a apresentação desta demonstração para as empresas obrigató- ria para as sociedades limitadas e outros tipos de empresas, conforme a legis- lação do Imposto de Renda (art. 274 do RIR/99), podendo ser substituída pela apresentação da DMPL (artigo 186, § 2º, da Lei nº 6.404/1976). Embasamento legal: o artigo 186 da Lei 6.404/76. Contabilidade Intermediária | 12 E para Algumas Entidades, a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) Essa demonstração tem o objetivo de apresentar a origem e a evolução da ri- queza produzida pela empresa (receita de vendas menos custos dos recursos de terceiros) e sua distribuição durante o período analisado, nos elementos de produção, determina a parcela de contribuição que a entidade tem na forma- ção do PIB (Produto Interno Bruto) do país. Por meio da DVA é possível verificar quanto é agregado de valor aos insumos adquiridos de terceiro, que são ven- didos ou consumidos no período e como é distribuído esse valor adicionado entre governo, investidores, pessoal e financiadores. A DVA é extraída a partir dos saldos das contas de resultado. É obrigatória ape- nas para as companhias abertas, e para outras que a lei exigir. Embasamento legal: Item 3 da NBC TG 09, aprovada pela Resolução CFC n.º 1.138/08 e alterada pela Resolução CFC n.º 1.162/09. Notas Explicativas Devem ser apresentadas também, notas explicativas com objetivo de fornecer maiores detalhes às demonstrações contábeis e financeiras apresentadas. Embasamento legal: Art. 176 da Lei 6.404/76 § 5o As notas explicativas devem: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). As Notas Explicativas devem ser elementos que facilitem a compreensão das demonstrações apresentadas, dando destaque, no mínimo: a. Os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, es- pecialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos e dos ajustes para atender às perdas prováveis na realização de elementos ativos; b. Os investimentos em outras sociedades, quando estes forem relevantes; c. O aumento de valor de elementos do ativo resultantes de novas avaliações; d. Os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias pres- tadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; e. A taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações; f. As opções de compras de ações outorgadas e exercidas no exercício; g. O número, as espécies e as classes das ações de capital social; h. Os ajustes de exercícios anteriores; i. Eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que te- nham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e sobre os resultados futuros da empresa. Contabilidade Intermediária | 13 1.3. Principais Características da Informação Contábil O Pronunciamento Conceitual Básico (R1) apresenta, no Capítulo 3, quais são as características imprescindíveis para que uma informação contábil seja, de fato, útil aos seus usuários: I. Características qualitativas fundamentais: relevância (será relevante se fizer diferença nas decisões tomadas pelo usuário, deve ter valor pre- ditivo ou confirmatório e materialidade) e representação fidedigna (será fidedigna se for completa, neutra e livre de erros); II. Características qualitativas de melhoria fundamentais: comparabilidade (se for comparável a informação similar de outra entidade), verificabilidade (se observadores diversos puderem chegar a um consenso sobre a mesma in- formação), tempestividade (se disponibilizada no momento adequado para a tomada de decisão) e compreensibilidade (se for clara e concisa). Elementos Contábeis a. Conta Contábil é o nome técnico dado a cada um dos componentes do Patri- mônio da empresa (Bens, Direitos, Obrigações e Patrimônio Líquido) ou um dos componentes dos grupos de Resultado (Despesas ou Receitas). b. Plano de Contas é um conjunto de contas que padroniza e direciona os re- gistros contábeis, dando a eles uniformidade. Cada empresa elabora seu Plano de Contas observando o que dita a Lei 6.404/1976. Cada conta deve conter código numérico, título, função, natureza contábil. c. Bens e Direitos são representados no Balanço Patrimonial em dois grupos principais: Ativo Circulante e Ativo não Circulante (Ativo Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível). d. Obrigações e Patrimônio Líquido são representados no Passivo nos três gru- pos principais: Passivo Circulante, Passivo não Circulante e Patrimônio Líquido (Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Reser- vas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados). e. Livros Contábeis são livros utilizados para escrituração contábil dos fatos admi- nistrativos, e atos administrativos relevantes. São obrigatórios: Livro Diário, Livro Razão, Livro Registro de Inventário e Livro Registro de Prestação de Serviços. f. Livros Fiscais são livros exigidos pelo fisco (federal, estadual e municipal). SAIBA MAIS: Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento - Comitê de Pronunciamentos Contábeis – Pronunciamentos, acessível pelo link: https://bit.ly/2MYcTdO Contabilidade Intermediária | 14 1.4. Classificação dos Elementos do Balanço Patrimonial Todos os elementos que compõem o Balanço Patrimonial devem ser apresentados de acordo com os critérios definidos na Lei nº 6.404/1976 e alte- rações posteriores. Esses critérios são aplicados a todos os tipos de empresa, e não apenas às Sociedades por Ações. a. ATIVO: Representa os recursos controlados pela empresa dos quais se esperam futuros benefícios, as contas estão dispostas em ordem decres- cente do grau de liquidez (os elementos que apresentam maior facilidade de conversão em recursos financeiros são os primeiros). Ativo Circulante são os bens e direitos realizados ou utilizados dentro do ciclo operacional da empresa ou no período de 12 meses da data do balan- ço, o que for maior (Lei nº 6.404/1976). Ativo Não Circulante divide-se em: • Realizável à Longo Prazo (bens e direitos realizáveis após 12 meses da data do balanço ou em período maior do que o ciclo operacional da empresa ou bens e direitos oriundos de negócios não operacionais rea- lizados com empresas coligadas ou controladas, acionistas e diretores); • Investimentos (participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante e no realizável a longo prazo, e que não destinados à manutenção da ativi- dade da companhia); • Imobilizado (bens corpóreos utilizados para a atividades da empresa ou com essa finalidade, inclusive os benefícios, riscose controle desses bens; • Intangível (bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade); Embasamento Legal: O Pronunciamento Conceitual Básico (R1) item 4.4. Conta Contábil Natureza Aumento Diminuição Ativo Devedora D C Passivo Credora C D Despesa Devedora D C Receita Credora C D Patrimônio Líquido Credora C D 2 - Figura: Natureza das Coisas Contábeis | Fonte: Lei 6.404/1976 (adaptado). Contabilidade Intermediária | 15 BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Circulante Circulante Razoável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível Exigível a Longo Prazo Patrimônio Líquido 3 - Figura: Balanço Patrimonial. | Fonte: Lei 6.404/1976 (adaptado). N ão C irc u la nt e N ão C irc u la nt e M ai o r G ra u d e E xi b ili d ad e M ai o r G ra u d e L iq u id ez b. PASSIVO: E o conjunto das obrigações da entidade, derivadas de eventos ocorridos no passado, as contas estão dispostas em ordem decrescente de exigibilidade. São contas originadas de recursos de terceiros, e tem sua classificação dentro do Plano de Contas da empresa, tendo como base os seus vencimentos, ou seja, primeiro aparecem as que têm de ser liquidadas mais rapidamente. Passivo Circulante são obrigações da entidade cujos vencimentos estão no período de 12 meses contados da data do balanço ou dentro do ciclo operacional. Passivo Não Circulante são obrigações da entidade que são exigíveis após 12 meses, ou em período que seja maior que o período do ciclo operacional da empresa. Patrimônio Líquido, também denominado Capital de Terceiros, pode ser entendido como um passivo não exigível imediatamente, sendo compos- to pelos recursos dos proprietários, ou seja, capital próprio. Esse grupo é composto pelas contas Capital Social, Reservas, Ajustes de avaliação patrimonial, Ações em Tesouraria, e Prejuízo Acumulado. Embasamento Legal: O Pronunciamento Conceitual Básico (R1) item 4.4. Contabilidade Intermediária | 16 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Relembrou mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você real- mente lembrou dos conteúdos que resgatamos neste capí- tulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você reviu os Objetivos da Contabilidade, quais são seus principais usuários e aprendeu sobre o Pronunciamento Conceitual Básico (R1), Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil que direciona os traba- lhos contábeis quanto à estrutura e a forma de divulgação dos Relatórios Contábeis, de acordo com as Normas Inter- nacionais de Contabilidade. Você lembrou quais são os principais Relatórios Contábeis, seus elementos e a sua obrigatoriedade. Pudemos rever também, quais são as Características da Informação Contábil e sobre a importância de apresentar dados relevantes. A viagem a nossa memória nos levou através dos Elementos Contábeis e as suas Classificações dentro do Balanço Patri- monial. Parece muita informação, não é? Mas temos muito mais pela frente! Vamos lá? Vamos ao próximo capítulo? SAIBA MAIS: Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Demons- trações Contábeis: Adequação às novas Normas Contábeis. (CRCRS, s.d.), acessível pelo link: https://bit.ly/31WgYmQ Contabilidade Intermediária | 17 2.1. CPC 03 – Demonstração de Fluxos de Caixa A DFC é uma demonstração dinâmica que evidencia a geração de caixa, verifi- cando a qual grupo de classificação ela se originou (investimentos, financiamen- to ou operacional) e, de que forma foram usados recursos originados. O objetivo fundamental é destacar o resultado financeiro em determinado período. Apesar de dinâmica, a DFC demonstra os fatos administrativos que abrangem os fluxos de dinheiro que ocorreram durante determinado tempo, de forma sintética e que estejam devidamente registrados: as entradas de dinheiro serão registradas a debito, e as saídas de dinheiro serão registradas a crédito, da conta Caixa. A importância deste demonstrativo está na necessidade de os gestores enten- derem a geração do resultado financeiro da companhia, visto que, nem sem- pre lucro financeiro e lucro contábil são coincidentes no final do período após apurados, pois no processo de apuração do resultado contábil, são considera- dos também, fatos econômicos, além dos fatos financeiros. Essa divergência entre resultado econômico e resultado financeiro se dá, por exemplo, em caso de fatos acontecidos no final de um período, e cujo recebi- mento se dará no decorrer do período financeiro seguinte. DEFINIÇÃO: Ao término deste capítulo você será capaz de compreender e elaborar a Demonstração do Fluxo de Caixa. Você estará apto a diferenciar elementos de Caixa e de Equi- valentes de Caixa. É fundamental que você conheça o CPC 03 – DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA, que regula esta demonstração imprescindível para acompanhar o resul- tado financeiro das empresas e auxiliar no controle de gastos desnecessários ou eventuais desperdícios. A DFC veio a substituir a antiga Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos - DOAR, cuja apresentação não é mais obrigatória desde 01 de janeiro de 2008. Dessa forma é possível manter a saúde econômico-financeira da entidade. E então? Está curioso para saber mais sobre essa ferramenta tão importante? Motivado para desenvolver esta competên- cia? Então vamos lá. Venha comigo! 2. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) Contabilidade Intermediária | 18 O lançamento contábil do reconhecimento dessa venda é em dezembro 2018: • Débito: Clientes (não circulante); • Crédito: Receita com vendas ........................200 milhões. Agindo desta forma, a Vem Que Tem está aumentando seu lucro contábil em 200 milhões. Financeiramente, no entanto, não haveria nenhum lançamento, pois o recebimento dessas vendas se dará apenas nos períodos financeiros seguintes. Então, para a visão financeira, o lucro será zero. A visão financeira fornecida ao usuário é estática e não transmite a ideia da variação do caixa e dos equivalentes de caixa, trazendo assim uma divergência entre lucro contábil e lucro financeiro. Com a utilização da DFC, será possível para o usuário da informação, enxergar essa movimentação financeira, e entender o porquê da divergência nos lucros. O Comitê para Pronunciamentos Contábeis – CPC, no ano de 2008, emitiu o pronunciamento técnico CPC 03, com o objetivo de inserir na legislação brasi- leira o equivalente à norma internacional IAS 7 (Statement of Cash Flows), que trata da apresentação dos Fluxos de Caixa. Em 2010, esse pronunciamento foi revisado por duas vezes dando origem ao CPC 03 (R2), e que resultou na Re- solução CFC – Conselho Federal de Contabilidade nº 1.296 de 17 de setembro de 2010 – NBC TG 03 e na Deliberação CVM – Comissão de Valores Mobiliários nº 641 de 07 de outubro de 2010. Companhias de capital fechado cujo Patrimônio Líquido seja algo inferior a até R$ 2 milhões estão desobrigadas de elaborar e apresentar a DFC, em confor- midade com a Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/1976). REFLITA: Supondo que a empresa Vem Que Tem realizou uma venda em dezembro de 2018, no valor de R$ 200 milhões. O pagamento deverá se feito da seguinte forma: 50% 2019 e 50% 2020. Nesse caso, o regime de competência obriga a contabilidade a reconhecer a receita no período em que se originou o fato, mas financeiramente falando, ele só será reconhecido quando houver o ingresso de dinheiro. Contabilidade Intermediária | 19 Os Equivalentes de Caixa, segundo a NBC TG 03, devem ser mantidos na em- presa, especificamente, com o objetivo de atender aos compromissos de cur- to prazo, e não para investimentos ou outros fins. As Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais se estruturam conforme o exemplo a seguir: I. Geral - NBC PG - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas indistintamente a todos os profissionais de Contabilidade; II. Do Auditor Independente - NBC PA - são asNormas Brasileiras de Con- tabilidade aplicadas, especificamente, aos contadores que atuam como auditores independentes; III. Do Auditor Interno - NBC PI - são as Normas Brasileiras de Contabilida- de aplicadas especificamente aos contadores que atuam como audito- res internos; IV. Do Perito - NBC PP - são as Normas Brasileiras de Contabilidade apli- cadas diretamente aos contadores que atuam como peritos contábeis. NBC TG - são as Normas Brasileiras de Contabilidade convergentes com as normas internacionais emitidas pelo International Accounting Standards Board (Iasb) e compreendem as normas editadas pelo CFC a partir dos documentos emitidos pelo CPC que estão convergentes com as normas do Iasb, numera- das de 00 a 999. DEFINIÇÃO: Segundo o item 6 do NBC TG 03, aprovada pela Resolução CFC n. 1296/2010, Caixa são os numerários em espécie e os depósitos bancários que estiverem disponíveis. Em outras palavras, seria à soma do Caixa propriamente dito (recursos mantidos na tesouraria da empresa), assim como os depósitos bancários em conta corrente (Bancos Conta Movimento). Como Equivalentes de Caixa devemos considerar as aplica- ções financeiras de curto prazo (com vencimento de até três meses a contar da data da aquisição), de liquidez imediata e facilmente transformados em dinheiro em espécie, sem que sofram modificações consideráveis em seu valor original. Tanto Caixa, quanto Equivalentes de Caixa integram o grupo das Disponibilidades no Ativo Circulante, dentro do Balanço Patrimonial. 2.2. Caixa e Equivalentes de Caixa Contabilidade Intermediária | 20 2.3. Objetivos da Demonstração dos Fluxos de Caixa A DFC tem como objetivo básico disponibilizar as informações de forma clara, acerca das entradas e saídas de numerários, considerando um determinado período de tempo. Essas informações associadas às disponibilizadas por outros demonstrativos, são capazes de direcionar e balizar as ações tomadas pelos seus usuários (ad- ministradores, investidores, credores e outros). Por meio da DFC é possível avaliar a geração de caixa destinada ao pagamento de obrigações (despesas correntes), dividendos, lucros e outras despesas diá- rias. Também é possível identificar necessidades de financiamentos, compre- ender divergências entre o fluxo de caixa líquido das operações e o resultado financeiro, com o que foi projetado. Ao estudar e analisar esse demonstrativo, o administrador será capaz de ela- borar um planejamento eficaz e adequado às suas necessidades, evitando a falta de recursos em determinado momento. É pelo conhecimento do que ocorreu no passado, que o gestor é capaz de fa- zer uma projeção assertiva do fluxo de caixa para o futuro. E, por meio de com- paração, após os períodos acontecidos, entre o projetado (orçado) e o ocorrido de fato, poderá aperfeiçoar futuras projeções e diminuir as margens de erro. 2.4. Benefícios das Informações dos Fluxos de Caixa A DFC quando apresentada em conjunto com as demais demonstrações con- tábeis, proporciona informações que possibilitam aos usuários a avaliar as mu- danças ocorridas nos ativos líquidos, estrutura financeira (liquidez e solvência), capacidade de alterar valores e prazos adaptando-os às mudanças, conforme a oportunidade e as circunstâncias. Em outras palavras, dão aos usuários uma visão global da capacidade da empresa em gerar recursos, em criar modelos comparativos entre períodos, e apontar alterações a serem feitas para o futuro. 2.5. Classificação dos Elementos do Fluxo de Caixa O NBC TG 03 em consonância com o Artigo 188, inciso I da Lei nº 6.404/76, orienta que, as transações relativas às entradas e as saídas de caixa devem ser segregadas em 3 grupos, que serão demonstrados a seguir: Contabilidade Intermediária | 21 É importante enfatizar que cuidados especiais precisam ser tomados no mo- mento da classificação das transações para os seus respectivos grupos de atividades. Alguns pagamentos ou recebimentos de caixa podem ter particularidades que a enquadre em mais de um dos grupos do Fluxo de Caixa. Alguns cuidados devem ser tomados, como indica o CPC 03 (R2): “a. recebimentos de caixa e pagamentos em caixa em favor ou em nome de clientes, quando os fluxos de caixa refletirem mais as atividades dos clientes do que as da própria entidade. Exemplos:(I) movimentação (depósitos e saques) em contas de depósitos à vista de banco; (II) recursos mantidos para clientes por entidade de investimen- to; e (III) aluguéis cobrados em nome de terceiros e pagos inteiramente aos proprietários dos imóveis. (CPC 03 (R2), item 23.) SóciosAtivos Fixos ClientesPagamentos (Despesas/Dívidas) Estoques Outras Receitas Credores CAIXA 4 - Figura: Fluxo de Caixa e Equivalência de Caixa. | Fonte: Andréa Cuesta (2019). a. Atividades Operacionais: constituídas pelas entradas e saídas em di- nheiro, ou equivalentes relacionadas às atividades de produção e ven- dados bens e serviços produzidos pela entidade. São as principais fon- tes geradoras de receitas; b. Atividades de Investimentos: decorrentes das compras e vendas de ati- vo financeiros de curto prazo, e de bens e direitos que tenham caráter permanente na sociedade; c. Atividades de financiamentos: resultantes da mudança na composição e no tamanho do capital próprio e capital de terceiros na entidade. Contabilidade Intermediária | 22 Casos Especiais a. Juros O IASB International Accounting Standards Board (quadro internacional de Nor- mas Contábeis, entidade sem fins lucrativos que publica e atualiza normas in- ternacionais) orienta que, os juros pagos que serão contabilizados juntamente ao valor de um ativo, sejam classificados no mesmo grupo no qual o ativo ao Atividades Operacionais Atividades de Investimento Atividades de Financiamento • Recebimentos de ven- das ou serviços; • Pagamentos de com- pras, fornecedores de serviços; • Pagamento de despe- sas (energia elétrica, salários, aluguéis etc.); • Recebimento de outras receitas (royalties, alu- guéis, juros, etc.). • As aquisições ou ven- das de participações em outras empresas; • Ativos utilizados na pro- dução de bens ou na prestação de serviços do objeto social; • Debêntures ou outros títulos emitidas por outras sociedades; • Bens e direitos do Ativo Imobilizado e do Ativo Intangível. • Captação de recur- sos dos acionistas ou cotistas; • Retorno em forma de lucros ou dividendos; • Captação de emprésti- mos ou outros recursos; • Amortização e remune- ração de empréstimos. 5 - Figura: Grupos dos Elementos dos Fluxos de Caixa. | Fonte: Andréa Cuesta (2019). “b. recebimentos de caixa e pagamentos em caixa referentes a itens cujo giro seja rápido, os montantes sejam expressivos e os vencimentos sejam de curto prazo. (CPC 03 (R2), item 22.)” Exemplos: (I) pagamentos e recebimentos relativos a cartões de crédito de clientes; (II) compra e venda de investimentos; e (III) outros empréstimos toma- dos a curto prazo, como, por exemplo, os que têm vencimento em três meses ou menos, contados a partir da respectiva contratação. (CPC 03 (R2), item 23A.)” Dessa forma, os desembolsos que forem efetuados para pagamentos de for- necedores que decorram de financiamentos para bens destinados à produção ou à venda serão classificados como atividades operacionais. Desembolsos a fornecedores originários de aquisições de bens do Ativo não Circulante, serão classificados como Atividades de Investimento. Desembolsos para pagamen- tos relacionados a empréstimos para expansão do negócio serão classificados como Atividades de Financiamento. Contabilidade Intermediária | 23 foi classificado. Então, quando os juros pagos forem capitalizados como parte do custo do imobilizado ou do intangível, deverão ser classificados no grupo das Atividades de investimentos, e quando capitalizados como parte do custo dos Estoques, deverão ser contabilizados como Atividades Operacionais. b. Dividendos Para as Instituições Financeiras, dividendos e os juros sobreo capital próprio recebidos devem ser classificados como fluxos de caixa operacionais. Para as outras entidades, devem seguir o padrão dos juros: dividendos e juros sobre o capital próprio recebidos - classificar como fluxos de caixa das atividades operacionais; dividendos e juros sobre o capital próprio pagos: classificar como fluxos das atividades de financiamento. O Pronunciamento Técnico CPC 03 (R2) determina que, se as classificações acima não forem seguidas, a empresa deve divulgar nota explicativa, eviden- ciando o critério utilizado. c. Investimento em Coligadas, Controlados ou Empreendimento Controlado em Conjunto Empreendimentos que mantenham o critério contábil baseado no método da equivalência patrimonial ou no método de custo, a empresa investidora deverá apresentar apenas os Fluxos de Caixa entre ela e a entidade da qual participe. Quando a apresentação dos Fluxos de Caixa for efetuada em conjunto (con- troladas ou coligadas) e que utilizem o método da equivalência patrimonial, a empresa ao apresentar os Fluxos de Caixa deve incluir os fluxos que refe- renciem suas atividades de seus investimentos, e a distribuições de lucros, outros pagamentos e/ou recebimentos entre a entidade e o empreendimento controlado em conjunto. d. Imposto de Renda (IRPJ) e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) Esses itens devem ser divulgados separadamente. Caso possível identificar se são impostos referentes a atividades de financiamentos ou investimentos, divulgar nesses grupos. Do contrário, devem ser divulgadas separadamente, mas como fluxo das atividades operacionais. e. Participações em Controladas e em outros Negócios que sofrerem Alterações Quando houverem perdas ou obtenção de controle em controladas e em ou- tros negócios, essas movimentações devem ser apresentadas separadamen- te, e classificadas como atividades de investimento. Deve-se divulgar também, conforme item 40 do CPC 03 (R2): (a) o montante total pago para obtenção do Contabilidade Intermediária | 24 controle ou o montante total recebido na perda do controle; (b) a parcela do montante total de compra paga ou de venda recebida em caixa e em equiva- lentes de caixa; (c) o montante de caixa e equivalentes de caixa de controladas ou de outros negócios sobre o qual o controle foi obtido ou perdido; e (d) o montante dos ativos e passivos, exceto caixa e equivalentes de caixa, das con- troladas e de outros negócios sobre o qual o controle foi obtido ou perdido, resumido pelas principais classificações. A entidade de investimento deverá divulgar, conforme exigência do CPC 36 – Demonstrações Consolidadas, em linhas especificas da demonstração, os seguintes itens: os efeitos dos fluxos de caixa resultantes da obtenção ou per- da de controle de controladas ou de outros negócios; os montantes dos ativos e passivos adquiridos ou alienados. Desta forma, será possível identificar os fluxos de caixa dos fluxos provenientes de outras atividades. f. As Transações que não afetem os Fluxos de Caixa (caixa e equivalentes de caixa) Essas movimentações que não afetem os Fluxos de Caixa devem ser excluí- das do demonstrativo, mas divulgadas por meio de nota explicativas, confor- me item 44 do CPC 03 (R2). São elas: (a) a aquisição de ativos, quer seja pela assunção direta do passivo respectivo, quer seja por meio de arrendamento financeiro; (b) a aquisição de entidade por meio de emissão de instrumentos patrimoniais; e (c) a conversão de dívida em instrumentos patrimoniais. 2.6. Parâmetros Gerais do Demonstrativo de Fluxos de Caixa A Lei 6.404/76, quando versa sobre a Demonstração dos Fluxos de Caixa, não definiu um modelo fixo que devesse ser seguido por todas as empresas que estivessem obrigadas a apresentá-la. Entretanto, em seu artigo 188, inciso I, estabelece como informações impres- cindíveis a serem indicadas quando da sua elaboração as alterações ocorridas, durante o exercício analisado, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, sepa- rando essas alterações em três fluxos: 1. das operações; 2. dos financiamentos; 3. dos investimentos. Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 desta Lei indicarão, no mínimo: (Redação dada pela Lei no 11.638, de 2007) I – demonstração dos fluxos de caixa, as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações Contabilidade Intermediária | 25 1. Recebimento de Vendas • Faturamento Global (demonstração do resultado); • (+/–) Variação do débito de clientes (ativo circulante). 2. Pagamento de Compras (Empresa Mercantil) • Custo da Receita Líquida (demonstração do resultado); • (+/-) Variação dos Estoques (ativo circulante); • (=) Compras; • (+/-) Variação do Crédito de Fornecedores (passivo circulante). 3. Pagamento de Despesas • Despesas Totais* (na demonstração do resultado, itens que possam mostrar saídas de caixa, imposto de renda e contribuição social); • (+) Variação de Despesas Antecipadas; • (-) Provisões Retificativas do Ativo (quando nas despesas totais); • (+/-) Variações de Despesas a Pagar (passivo circulante →das provisões para imposto de renda e contribuição social). SAÍDAS SAÍDAS SAÍDAS D as O p e ra çõ e s • Pagamento de Despesas (item 3, quadro 2); • Pagamento de Compras (item 2, quadro 2). D o s F in an ci am e n to s • Pagamento de Emprés- timos; • Pagamento de Juros e Ônus de Financiamento; • Pagamento de Divi- dendos e Juros sobre o Capital Próprio. D o s In ve st im e n to s • Aquisição de Valores do Ativo não Circulan- te (item 4, quadro 2); • Aplicações em Outros Valores do Ativo. ENTRADAS ENTRADAS ENTRADAS D as O p e ra çõ e s • Recebimento de Vendas (item 1, quadro 2); • Dividendos de participações; • Receitas financeiras; • Outras Receitas (Alugueis, Comis- sões, etc.). D o s F in an ci am e n to s • Integralização de Capital (dinheiro); • Empréstimoes diversos; • Reserva de Capital. D o s In ve st im e n to s • Venda de Valores Ativos Circundantes (item 4, quadro 2); • Vendas de Outros Valores Ativos. 6 - Figura: Entradas e Saídas dos Fluxos de Caixa. | Fonte: RIOS & MARION, 2019 (adaptado). em, no mínimo, 3 (três) fluxos: (Redação dada pela Lei no 11.638, de 2007) a) das operações; (Redação dada pela Lei no 11.638, de 2007) b) dos financiamentos; e (Redação dada pela Lei no 11.638, de 2007) c) dos investimentos; (Redação dada pela Lei no 11.638, de 2007). Contabilidade Intermediária | 26 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Compreendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente absorveu os conteúdos trabalhados neste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você estudou os conceitos dispostos no CPC 03 (R2) sobre a DFC, apren- deu os conceitos de Caixa e Equivalentes de Caixa, verifi- cou quais os objetivos da DFC, e os benefícios de divulgar essa demonstração. Você verificou como são classificados os elementos do Fluxo de Caixa, qual o tratamento a ser aplicado aos casos especiais. Pudemos ver também, quais são os parâmetros gerais do demonstrativo dos fluxos de caixa. Quanta informação estudamos nesse capítulo, não é mesmo? Prepare-se, pois estamos ainda engatinhando. Mas temos muito mais pela frente! Vamos lá? Vamos ao próximo capítulo, aprender como elaborar um ótimo Fluxo de Caixa, trazendo assim, informações gerenciais importantes para sua empresa? *Obs.: Não fazem parte da despesa total, por não afetarem o caixa: baixa ou doação de valores do ativo (ver item 4 deste quadro), resultado da equivalência patrimonial (ver item 4 deste quadro) e variações monetárias de financiamentos (ver item 5 deste quadro). 4. Compra/Venda de Valores do Ativo não Circulante • Variação da conta representativa do valor (ativo não circulante); • (+) Valor contábil do bem baixado ou doado (demonstração do resultado); • (-) Valor contábil do lucro na venda (demonstraçãodo resultado); • (+) Valor contábil do prejuízo na venda (demonstração do resultado); • (-) Resultado da equivalência patrimonial (demonstração do resultado). 5. Financiamentos (Passíveis de Correção Cambial ou Monetária) • Variação da conta representativa da dívida (passivo exigível); • (+) Variação redutora da dívida (receita → demonstração do resultado); • (-) Variação aumentativa da dívida (despesa → demonstração do resultado). 6. Depreciação (em caso de baixa ou doação de bem depreciado) • Variação da Conta Depreciação Acumulada (ativo imobilizado) • (+) Depreciação Relativa ao Bem Doado ou Baixado Ajuste dos Itens dos Fluxos de Caixa. | Fonte: RIOS & MARION, 2019 (adaptado) Contabilidade Intermediária | 27 3.1. DFC versus DOAR Antes de vermos os tipos de métodos de apresentação da Demonstração dos Fluxos de Caixa, é necessário fazer uma observação acerca da DOAR - De- monstração das Origens e Aplicações de Recursos. Esta demonstração era exigida pela Lei Societária até 32/12/2007. Quando a DFC passou a ser obriga- tória, a DOAR deixou de ser. Várias empresas publicavam ambas as demonstrações, seja para adequar-se às normas internacionais, ou apenas para complementar a informação. Embo- ra não seja mais obrigatória a apresentação da DOAR, a empresa que deseje minuciar as informações das origens e aplicações de recursos de longo prazo, podem fazê-lo. A DOAR evidencia alterações sofridas no Capital Circulante Líquido (incluindo contas como duplicatas a receber, estoques, despesas antecipadas etc.) o que não representa, exatamente liquidez. Por outro lado, com a apresentação fluxo de caixa realizado na DFC, é possível evidenciar que determinada entidade, mesmo apresentando resultados positivos, não possui liquidez para saldar seus compromissos assumidos em curto ou em médio prazo, analisando as alterações sofridas no disponível da sociedade. Dessa forma, podemos dizer que a DOAR evidencia as origens e as aplicações de recursos que alteram o Capital Circulante Líquido, e a DFC evidencia as origens e aplicações de recursos que alteram o Disponível. DEFINIÇÃO: Ao término deste capítulo você será capaz de diferenciar as diferenças básicas entre a DOAR e a DFC. Vai descobrir as diferenças entre o método direto e o método indireto de apresentação da DFC, as exigências, permissões e proibições na apresentação dos demonstrativos, segundo a legislação brasileira. Você será capaz de construir para uma apresentação, usan- do esta importante ferramenta de gestão que estudamos nesta unidade do seu livro! E então? Está pronto para mais este degrau no seu conheci- mento? Então vamos lá. Avante! 3. Formas de Apresentação da DFC Contabilidade Intermediária | 28 SAIBA MAIS: DFC DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA – Conselho Re- gional de Contabilidade do Estado de São Paulo – CRC-SP. Acessível pelo link: https://bit.ly/36rRbqi 3.2. Métodos de Divulgação da DFC Existem dois métodos para estruturar e apresentar a DFC: direto e indireto. Ba- sicamente os dois métodos diferem apenas em relação à apresentação dos fluxos de caixas relacionados às atividades operacionais, sendo o resultado final idêntico. Nas atividades de investimentos e de financiamentos, as formas de apresentação são efetuadas da mesma forma, tanto no método direto, quanto no método indireto. 3.3. Fluxos de Caixa das Atividades Operacionais: a. Método Direto: as principais classes de recebimentos brutos e paga- mentos brutos são divulgadas, método baseado no regime de caixa, ou seja, considera os pagamentos e recebimentos ocorridos no perío- do, sem se preocupar com os seus reflexos (anteriores ou posteriores). Consiste em apresentar diretamente as entradas e saídas de caixa ou equivalentes de caixa (disponíveis) que sejam derivadas das atividades operacionais. Este método é permitido no Brasil somente se for apre- sentado juntamente com a conciliação com o Lucro Contábil. b. Método Indireto: também denominado Método da Reconciliação, o lu- cro líquido ou prejuízo (antes da tributação pela CSLL e pelo IR) é ajusta- do pelos efeitos das transações que não envolvem caixa (depreciação, provisões, tributos diferidos, ganhos e perdas cambiais não realizados e resultado de equivalência patrimonial); de quaisquer diferimentos ou outras apropriações por competência sobre recebimentos ou paga- mentos operacionais passados ou futuros; e de itens de receita ou des- pesa associados com fluxos de caixa das atividades de investimento ou de financiamento. Contabilidade Intermediária | 29 Descrição 2018 2017 1. Fluxos de caixa das atividades operacionais Valores recebidos de clientes Valores pagos a fornecedores e empregados Imposto de renda e contribuição social pagos Pagamentos de contingências Recebimentos por reembolso de seguros Recebimentos de lucros e dividendos de subsidiárias Outros recebimentos (pagamentos) líquidos (=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades operacionais 2. Fluxos de caixa das atividades de investimento (-) Compras de Investimentos (-) Compras do Imobilizado (-) Compras do Intangível (+) Recebimentos por vendas de Investimentos (+) Recebimentos por vendas do Imobilizado (+) Recebimento por vendas do Intangível (+) Recebimento de dividendos (=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de investimento 3. Fluxos de caixa das atividades de financiamento (+) Integralização de capital (+) Empréstimos tomados (-) Pagamento de dividendos (-) Pagamento de empréstimos (-) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de financiamento 7 - Figura: Cia VEM QUE TEM (Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Direto). Fonte: Ribeiro, 2018 (adaptado). | Exercício Findo em: 2017 e 2018. 3.4. Modelo de Fluxo de Caixa (método direto) Contabilidade Intermediária | 30 Descrição 2018 2017 1. Fluxos de caixa das atividades operacionais Valores recebidos de clientes Valores pagos a fornecedores e empregados Imposto de renda e contribuição social pagos Pagamentos de contingências Recebimentos por reembolso de seguros Recebimentos de lucros e dividendos de subsidiárias Outros recebimentos (pagamentos) líquidos (=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades operacionais 2. Fluxos de caixa das atividades de investimento (-) Compras de Investimentos (-) Compras do Imobilizado (-) Compras do Intangível (+) Recebimentos por vendas de Investimentos (+) Recebimentos por vendas do Imobilizado Como vimos, segundo a alínea “a” do item 18 da NBC TG 03, a apresentação da DFC pelo método direto, no que tangem as atividades operacionais, será efe- tuada pelas principais classes de pagamentos e recebimentos brutos. Caso a empresa opte por divulgar seus dados pelo método direto, deverá apresentar também uma conciliação entre o lucro líquido e o fluxo de caixa líquido das atividades operacionais, contendo uma relação dos itens a serem conciliados, separadamente por categoria. (Item 20A da NBC TG 03). 3.5. Modelo de Fluxo de Caixa (método indireto) Descrição 2018 2017 4. Aumento (redução) nas disponibilidades (1+/-2+/-3) 5. Disponibilidades no início do período 6. Disponibilidades no final do período (4+/-5) 8 - Figura: Cia VEM QUE TEM (Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Direto). Fonte: Ribeiro, 2018 (adaptado). | Exercício Findo em: 2017 e 2018. Contabilidade Intermediária | 31 Demonstração dos Fluxos de Caixa: Período de 2017 1. Fluxos de caixa das atividades operacionais 2. Fluxos de caixa das atividades de investimento (-) Compras do Imobilizado (160.000) (=) Disponibilidades líquidas aplicadas nas atividades de (160.000) 3. Fluxos de caixa das atividades de financiamento (+) Integralização de capital 150.000 (+) Empréstimos tomados 50.000 (=) Disponibilidades líquidas geradas pelas atividades de financiamento 200.000 4. Aumento (redução) nas disponibilidades (2 - 3) 40.000 5. Disponibilidades no início do período 0 6.Disponibilidades no final do período (4 + 5) 40.000 Exemplo Prático Vamos praticar, através de um exemplo? A Cia. VEM QUE TEM realizou suas atividades durante dois períodos. Nossa missão é apresentar a Demonstração dos Fluxos de Caixa desses períodos, com os respectivos reflexos. Exemplo: Período 2017. • Fato 1 (06/03/2017): Constituição da empresa para explorar o ramo de comércio de mesas de madeira, com capital de $ 150.000 integralizado em dinheiro; • Fato 2 (17/04/2017): Empréstimo tomado do Banco SICREDI, de $ 50.000; • Fato 3 (24/05/2017): Compra de móveis para uso, no valor de $ 160.000, tendo pago em dinheiro. Descrição 2018 2017 (+) Recebimento por vendas do Intangível (+) Recebimento de dividendos (=) Disponibilidades líquidas geradas pelas (aplicadas nas) atividades de investimento 3. Fluxos de caixa das atividades de financiamento (+) Integralização de capital (+) Empréstimos tomados (-) Pagamento de dividendos 9 - Figura: Cia VEM QUE TEM (Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Indireto). Fonte: Ribeiro, 2018 (adaptado). | Exercício Findo em 2017 e 2018. Contabilidade Intermediária | 32 Demonstração dos Fluxos de Caixa Método Indireto: Período de 2018. 1. Fluxos de caixa das atividades operacionais Resultado do exercício do período 13.250 Ajustes a conciliar o resultado às disponibilidades geradas das atividades operacionais (-) Resultado na venda de Ativos Não Circulantes (1.000) (=) Disponibilidades líquidas geradas pelas atividades operacionais 12.250 3. Fluxos de caixa das atividades de financiamento (-) Pagamento de Empréstimos (6.000) (=) Disponibilidades líquidas aplicadas nas atividades de financiamento (6.000) 4. Aumento nas disponibilidades (1 + 2 + 3) 21.250 5. Disponibilidades no início do período 40.000 6. Disponibilidades no final do período (4 + 5) 61.250 Agora, vamos montar a DFC do segundo período: Demonstração do Resultado do Exercício: Período de 2018. Receita Bruta de Vendas de Mercadorias 59.000 (-) Custo das mercadorias vendida (40.000) (-) Lucro Bruto 19.000 (-) Despesas de aluguel (6.000) (-) Despesas de Juros (750) (=) Lucro Operacional 12.250 (+) Outras receitas 1.000 (=) Resultado antes dos Tributos sobre o Lucro 13.250 Exemplo: Período 2018 • Fato 4 (01/10/2018): compra à vista de um lote de mercadorias no valor de $ 40.000 • Fato 5 (10/10/20180: pagamento de despesas de aluguel, em dinheiro, no valor de $ 6.000. • Fato 6 (12/10/2018): todo lote de mercadorias, à vista, por $ 59.000. • Fato 7 (15/10/2018): pagamento de parcela do financiamento no valor de $ 6.000, com juros de $ 750. • Fato 8 (em 20 de dezembro): vendeu parte dos Móveis e Utensílios por $ 15.000, cujo custo de aquisição foi igual a 14.000. Antes de preparar o novo período na DFC, vamos elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício do período. Veja: Contabilidade Intermediária | 33 RESUMINDO: E então? Está satisfeito com o que pôde estudar? Espero que tenha conseguido aprender tudo o que foi tratado neste capítulo? Agora, só para termos certeza de que você real- mente absorveu os conteúdos trabalhados neste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você estudou as formas de apresentação da Demonstração dos Fluxos de Caixa, segun- do o CPC 03, aprendeu a diferenças básica entre a DFC e a DOAR (hoje não mais obrigatória), verificou cada um dos mé- todos da DFC (método direto e método indireto, observando quais as diferenças básicas entre eles, e finalmente, você pode ver na prática como funciona a DFC, dentro do nosso exemplo prático. Realmente tivemos muita informação, mas na contabilidade é assim mesmo! Temos que estar sempre atentos, nunca parar, pois sempre temos coisas novas, e quem dorme no ponto perde o ônibus. Prepare-se, pois na próxima unidade, temos muito mais para estudar! Entendeu tudo? Comente lá no fórum as suas dúvidas! Chegamos ao fim desta unidade espero que você tenha gostado! Contabilidade Intermediária | 34 Consideações Finais SAIBA MAIS: Quer se aprofundar nos temas desta aula? Recomenda- mos o acesso a fontes de consulta e de aprofundamento que serão passadas pelo seu professor. ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM: Pronto para consolidar seus conhecimentos? Leia aten- tamente o enunciado de sua atividade de autoaprendiza- gem proposta para esta aula. Se você está fazendo o seu curso presencialmente, é só abrir o seu caderno de ativi- dades. Se você estiver cursando na modalidade de EAD (Educação a Distância), acesse a sua trilha de aprendiza- gem no seu ambiente virtual e realize a atividade de modo online. Você pode desenvolver esta atividade sozinho ou em parceria com seus colegas de turma. Dificuldades? Poste suas dúvidas no fórum de discussões em seu am- biente virtual de aprendizagem. Concluiu a sua atividade? Submeta o resultado em uma postagem diretamente em seu ambiente virtual de aprendizagem e boa sorte! TESTANDO: Chegou a hora de você provar que aprendeu tudo o que foi abordado ao longo desta aula. Para isto, leia e resolva atentamente as questões do seu caderno de atividades. Se você estiver fazendo este curso a distância, acesse o QUIZ (Banco de Questões) em seu ambiente virtual de aprendizagem. Contabilidade Intermediária | 35 REFERÊNCIAS: • MISSAGIA, Luiz Roberto. VELTER, Francisco. Contabilidade Avançada. 5ª ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015. • RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Intermediária. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018. • RIOS, Ricardo Pereira. MARION, José Carlos. Contabilidade Avançada: de acordo com as normas brasileiras de contabilidade (NBC) e normas internacionais de con- tabilidade (IFRS). 1º ed. – [ 2. Reimpr.]. – São Paulo: Atlas, 2019. • VICECONTI, Silvério das Neves. 18º ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. • BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada. htm | Acesso em: 21 ago. 2019. • BRASIL. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/ lei/l11638.htm | Acesso em: 21 ago. 2019. • Comissão de Pronunciamentos Contábeis - CPC (2010). Disponível em: http://www. cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos | Acesso em: 21 ago. 2019. • Demografia das Empresas 2015: taxa de saída recua, mas mercado empresarial perde 1,6 milhão de ocupados. IBGE, 2017. Disponível em: https://agenciadeno- ticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/ 17046-demografia-das-empresas-2015-taxa-de-saida-recua-mas-mercado-em- presarial-perde-1-6-milhao-de-ocupados | Acesso em: 21 ago. 2019.
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