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Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias Unidade 2 Operações de Crédito Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria GUSTAVO SILVA OLIVEIRA AUTORIA Gustavo Silva Oliveira Sou Engenheiro Florestal formado na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Mestre em Engenharia Florestal pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e atualmente Doutorando do Programa de Pós-graduação em Engenharia Florestal na Universidade Federal do Paraná (UFPR) nas áreas de Economia, Política e Administração Florestal. Possuo experiência como tutor científico no Programa de Educação Continuada em Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná (PECCA/UFPR). Além das atividades de ensino, também participo ativamente de projetos de pesquisa institucionais nas áreas de Economia e Administração Florestal. Amo minha profissão, meu trabalho e adoro transmitir meus conhecimentos e as experiências que tive ao longo da minha carreira. É uma grande satisfação poder contribuir na formação de pessoas que estão em busca de um futuro melhor e que almejam ser bons profissionais. Desse modo, fui convidado pela “Editora Telesapiens” a compor seu corpo docente e seu elenco de autores independentes. É com grande satisfação que quero colaborar com você nesta etapa de estudo e trabalho. Estou aqui para o que precisarem! Contem comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Crédito no Brasil .......................................................................................... 10 Evolução das operações de crédito .................................................................................. 10 Crédito comercial ........................................................................................................................... 13 Crédito bancário ............................................................................................................................. 13 Vedação para concessão de créditos .............................................................................. 14 Resolução Bacen n° 2.682/99 ................................................................................................ 14 Operações de crédito ............................................................................... 15 Classificação das operações de crédito ....................................................................... 15 Operações ativas ............................................................................................................................ 17 Operações passivas ..................................................................................................................... 19 Operações com títulos e aplicações ..................................................22 Mercado de capitais ....................................................................................................................22 Mercado de títulos .........................................................................................................................24 Títulos e operações compromissadas ...........................................................................25 Operações com derivativos ....................................................................28 Tipos de derivativos .....................................................................................................................29 Participantes do mercado ...................................................................................................... 30 7 UNIDADE 02 Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 8 INTRODUÇÃO A constante ascensão da economia e das atividades econômicas tem acelerado as operações de contabilidade bancária, contribuindo para a fundamental necessidade de conhecimento de como ocorrem as trocas e parcerias entre as instituições financeiras e investidores. Além disso, a contabilidade bancária tem como principal objetivo colaborar com o acesso dos empreendedores ao capital de investimentos. Nesse contexto, as operações de crédito compreendem o contrato realizado entre tomadores e uma instituição financeira, denominada credora, que dispõe de recursos financeiros, com acréscimos de juros em um determinado prazo. Assim, de acordo com o tipo de crédito que os indivíduos necessitam usufruir, ocorrem as regras de negociação que mudam de uma instituição para outra. Outra forma de operação de contabilidade bancária são as operações por títulos, que podem configurar-se em títulos públicos, que variam conforme a necessidade de expansão ou retenção das autoridades, e os títulos privados, que são emitidos por bancos que utilizam esses recursos como capital de giro ou disponibilizando empréstimos para seus clientes. Ademais, as operações derivativas, que se caracterizam como contratos que derivam do valor de um ativo adjacente, índice ou taxa de referência. De maneira geral, são negociadas em função de um contrato padrão, com o intuito de proporcionar oportunidade de operações que viabilizem transferência de risco das flutuações nos preços dos ativos e diversas outras variáveis. Preparados? Vamos iniciar os estudos e, aos poucos, vamos aprimorando os nossos conhecimentos sobre este tema. Adiante. Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 9 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar você no atingimento dos seguintes objetivos até o término desta etapa de estudos: 1. Compreender como ocorreu e evolução do crédito no Brasil. 2. Indicar os procedimentos de operações de crédito. 3. Entender as operações financeiras envolvendo títulos e aplicações. 4. Discernir sobre as operações com derivativos. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 10 Crédito no Brasil OBJETIVO: Ao término deste capítulo vamos saber analisar como evoluíram as operações de crédito ao longo das últimas décadas e como as diversas variáveis influenciaram a disponibilidade de crédito. Ademais, vamos verificar as definições de crédito bancário e comercial. Então vamos lá. Avante! Evolução das operações de crédito Crédito consiste em uma expressão latina que significa confiar ou acreditar. Desse modo, compreende a ação de dispor ao cliente (tomador de recursos) certo valor, sob a forma de empréstimo ou financiamento, considerando uma promessa de pagamento futuro. As operações de crédito compreendem as ações por parte das instituições financeiras que emprestam dinheiro, ou também financiam algum tipo de compra, para seus clientes. Essas instituições são conhecidas como bancos. No Brasil, o crédito sofreu diversas modificaçõesao longo dos anos. Com o surgimento, no ano de 1964, do Banco Central do Brasil e do Conselho Monetário Nacional, criou-se uma nova era das operações de crédito no país. Posteriormente a esse evento, ocorreu uma fortificação em relação aos financiamentos de produção contribuindo para que, além das empresas, pessoas físicas também tivessem disponibilidade no uso do crédito. No entanto, na década de 90, o crédito apresentou declínio e foi reestabelecido apenas no ano de 2003. Tal cenário é explicado após o surgimento do Plano Real, onde distintos setores tiveram a oportunidade de reestruturação por intermédio dos programas: Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 11 • Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária (PROES). • Programa de Estímulo à Recuperação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (PROER). • Programa de Fortalecimento das Instituições Financeiras Federais (PROEF). Conforme Lundberg, (2011) o PROES resultou na intervenção e privatização de diversos bancos de cunho estadual, no período do Programa de Reestruturação Fiscal e Financeira dos Estados. No período do PROES, ocorreu a federalização das dívidas em virtude das intervenções. O PROER resultou na venda de alguns grandes bancos, enquanto o PROEF contribuiu para que ocorresse a transferência de ativos, com problemáticas quanto à liquidação, para as empresas responsáveis pela gestão de ativos. Desse modo, essas ações colaboraram para que houvesse redução do crédito, o que resultou na queda significativa da participação de bancos de cunho público na oferta de crédito. Figura 1 - Redução no crédito Fonte: Freepik Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 12 No período de 2003 a 2010 ocorreu incremento do crédito com margem entre 24,6 e 45,3 pontos do PIB. Assim, os recursos livres e direcionados cresceram de 15 para 30 pontos do PIB, e 9,6 para 16, respectivamente. Já o crédito referente a pessoas físicas desenvolveu de 9 para 21 pontos nesse intervalo e os financiamentos para as empresas, de 15 para 25 pontos do PIB. Considerando o controle de capital, com as instituições públicas ocorreu retração e, com as privadas, crescimento. Figura 2 - Crescimento das instituições privadas e declínio das públicas Fonte: Freepik Diante do exposto, o crescimento do crédito ocorreu por meio dos recursos livres e foi utilizado por pessoas físicas e jurídicas. Assim, em virtude do desenvolvimento econômico com a baixa absorção do crédito à pessoa física, a estratégia utilizada foi no sentido de intensificar a concessão de empréstimos à pessoa jurídica, em 2007 e 2008. IMPORTANTE: Destacam-se os impactos da crise de 2008 sobre a oferta de crédito no Brasil. Com o intuito de reduzir a baixa do crédito com recursos livres, utilizaram-se medidas tributárias e a ação, por parte dos bancos públicos, correspondeu à compra de carteiras de bancos em dificuldades, assim Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 13 suprindo a demanda de crédito do mercado. Outro fator que ocorreu foi a significativa elevação do crédito com recursos direcionados. O crédito, ofertado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), permitiu o direcionamento de recursos de alguns setores e estimular outros segmentos relevantes para impedir a retração da atividade econômica (LUNDBERG, 2011). Crédito comercial Crédito comercial consiste no oferecimento de crédito de determinado fornecedor de produtos e serviços a determinado cliente, permitindo o pagamento futuramente. Os prazos para pagamentos no crédito comercial são definidos de acordo com o consenso entre as partes. Assim, o não cumprimento dos pagamentos acarreta utilização dos meios legais. No ambiente comercial, esse tipo de crédito é um dos mais utilizados por parte das empresas, compreendendo diversas instituições financeiras que oferecem empréstimos. Ademais, esse crédito serve como recurso para empresas de pequeno e médio porte, que estão se inserindo no mercado, contribuindo com uma boa alternativa de investimentos. Entretanto, cabe destacar que as organizações devem atentar para que essas ações de crédito não influenciem de maneira negativa as finanças e coloquem em risco a rentabilidade dos negócios. IMPORTANTE: O crédito comercial apresenta características por apresentar baixo impacto nas finanças da organização. Crédito bancário O crédito bancário refere-se ao crédito oferecido por determinado banco a determinados clientes. Assim, o banco torna-se credor, e o cliente devedor, sendo os clientes sujeitos a punições caso as questões contratuais não sejam atendidas. Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 14 Vedação para concessão de créditos Conforme Filgueiras (2006), ocorre uma vedação de concessão de crédito a determinadas partes, de acordo com a legislação (Lei nº 4.595/64 – art. 34). Dentre as partes, destacam-se diretores, executivos, acionistas e as partes a eles relacionadas. Os principais acionistas compreendem os membros que possuem ou controlam, de maneira direta ou indireta, no mínimo 10% das ações emitidas pela instituição financeira, ou no mínimo 10% da empresa que tenha o controle da instituição de financiamento. Resolução Bacen n° 2.682/99 A Resolução nº 2682/99 dispõe sobre critérios de classificação das operações de crédito e regras para constituição de provisão para créditos de liquidação duvidosa, baseada em modelos internacionais de análise de riscos. Essa resolução define que as operações de crédito das instituições financeiras devem ser diagnosticadas de acordo com os critérios: ordem crescente de risco, onde “AA” representa risco zero, “H” o maior risco e “B” dias vencidos. Para Marques (2002), o critério utilizado pela Resolução nº 2.682/99 apresenta características bastante conservadoras e prejudiciais às instituições, por conduzir a reserva de uma maior parcela de recursos na forma de provisões e reservas. Assim, esses recursos poderiam estar melhor empregados para geração de recursos. RESUMINDO: Neste capítulo, visualizamos a evolução das operações de crédito no Brasil e como as variáveis externas e internas interferiram na disponibilidade de crédito. Ademais, verificamos que as instituições públicas e privadas reagem de maneira diferente frente aos cenários. Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 15 Operações de crédito OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender como funcionam as operações de crédito, atualmente, entre os tomadores de recursos e as instituições financeiras. Além disso, vamos verificar a classificação das operações de crédito, operações ativas e passivas. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá. Avante! Classificação das operações de crédito As operações de crédito são fundamentais para o sucesso e prestígio de determinada instituição, pois ao longo dos anos problemáticas visualizadas em carteiras de crédito têm sido o grande motivo para prejuízos. Figura 3 - Operações de crédito Fonte: Freepik Assim, para que a concessão de crédito ocorra de maneira efetiva, devem-se seguir alguns princípios básicos relacionados aos riscos de crédito, conduzindo um diagnóstico financeiro eficiente e correto, controles internos corretos etc. Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 16 Assim, para a adequada classificação das operações de crédito, deve-se considerar a aplicação de acordo com os recursos, tipo e modalidade de operação, bem como a ação principal do indivíduo que está tomando o crédito. Figura 4 - Tomador de crédito Fonte: Freepik Segundo abordado por Filgueiras (2006), as operações de crédito abrangem as seguintes modalidades: • Empréstimos – sem destinação específica ou necessidade de comprovação da utilização. Assim, consiste em um contrato firmado entre ocliente e a instituição financeira (bancos), considerando uma quantia (com juros), que deverá ser devolvida dentro de determinado prazo. Exemplo: Capital de giro, empréstimos de ordem pessoal. • Títulos descontados – consiste na antecipação dos recursos, realizados pela instituição financiadora, considerando os valores de títulos (notas promissórias, duplicatas, cheques), com o intuito de adiantar fluxo de caixa do cliente. Assim, o banco antecipa para o cliente o valor dos ativos, entendidos os juros, repassando o valor líquido. Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 17 Nessas situações, os clientes recebem o valor antecipado das suas vendas a prazo. • Financiamentos – nessas situações, a destinação é preestabelecida e necessita da devida comprovação da utilização do recurso. Assim, a instituição financiadora define se irá cobrar juros conforme valor e tempo. Considerando as organizações, muitos são os casos de financiamentos para adquirir novos equipamentos ou expansão dos negócios. Ademais, muitas são as categorias de financiamento, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. Exemplo: Aquisição de um imóvel. Figura 5 - Financiamento para aquisição de um imóvel Fonte: Pixabay • Adiantamento – caracterizado pelo negócio jurídico/bancário, em que a instituição financeira adianta ao cliente certa quantidade de dinheiro em face de uma garantia real em títulos, mercadorias ou direitos. Desse modo, a ação pode acontecer no momento em que o empresário necessita de capital imediatamente, com juros menores do que os oferecidos para desconto. Operações ativas Consistem nas operações de crédito concedidas em que o banco oferece crédito aos clientes, em suma, aquelas operações em que o banco empresta dinheiro. Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 18 Hot Money Hot Money consiste em um tipo de empréstimo de prazo totalmente curto. Na maioria dos casos, o prazo é de dois dias, devido ao seu alto custo. Esse tipo de empréstimo é concedido pelo banco para clientes mais tradicionais, contribuindo para que a concessão seja rápida e com processo simplificado. Em muitos casos, basta um único contato por meio eletrônico para que a transação seja realizada. Nesses casos, a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) é realizada em dois momentos: um no momento em que o valor é creditado e o outro quando os recursos quitam o débito da operação. Crédito rotativo É conduzido de acordo com a capacidade de pagamento do cliente tomador do recurso. Assim, o limite pré-definido pode ser alterado de acordo com a apresentação de duplicatas. Cheques especiais e contas garantidas A denominação “conta garantida” é mais utilizada por pessoa jurídica e cheques especiais para pessoas físicas. Entretanto, ambas as denominações correspondem ao limite de utilização de recurso disponibilizado ao cliente, para ser pago no momento em que o valor for disponibilizado na conta para cobrir o saldo devedor. Desconto de títulos Consiste em adiantar determinado valor aos clientes, conforme duplicatas de cobrança ou notas promissórias, ou seja, adianta ao fluxo de caixa do cliente um valor que só estaria disponível no futuro. Empréstimo e financiamento para capital de giro Na maioria dos casos os bancos definem prazos e taxas conforme os valores e a garantia de pagamento. É uma alternativa bastante adotada no ambiente empresarial, em que os planos para amortização são fixados de acordo com as necessidades de recursos de ambas as partes. Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 19 Figura 6 - Empréstimos para capital de giro Fonte: Freepik Já em relação aos financiamentos, são bastante restritos no curto prazo por parte do banco, que prioriza os de longo prazo. Assim, esses recursos para empresas geralmente são disponibilizados por instituições governamentais. Compror e vendor O “compror” consiste nas vendas das pequenas empresas para lojas comerciais. Nessas situações, o comprador é o fiador do contrato. Já o “vendor” é uma determinada operação de financiamento de vendas, considerando a cessão de crédito, ou seja, a empresa vende seu bem ou serviço a prazo e recebe o pagamento à vista. Operações passivas Consiste nas operações realizadas pelos bancos, considerando os recursos dos poupadores. Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 20 Depósito à vista Compreende a atividade de bancos comerciais, que para o banco é um recurso gratuito, entretanto a maior parcela do valor é repassada para a autoridade monetária, por meio dos recolhimentos compulsórios. Consiste no depósito obrigatório feito pelos bancos comerciais junto ao Banco Central. Ademais, grande parte dos depósitos que são efetuados à vista pela sociedade junto aos bancos comerciais vão para o Banco Central. Depósito a prazo Compreendem os certificados de depósito bancário e recibos de depósitos bancários, com o diferencial de que os certificados podem ser vendidos se estiverem dentro do prazo. Depósito de poupança Consiste em uma aplicação bastante simplificada, com a disponibilidade de aplicar pequenos valores e se obter uma boa liquidez. Apresenta desvantagem de perda de rentabilidade quando os saques forem realizados fora das datas definidas. Captações externas Emitidas pelas instituições financeiras por meio de instituições no exterior e que servirão de captação para empréstimos no Brasil. Ademais, podem ser oferecidas com prazos distintos e com taxas de juros tanto flutuantes quanto fixas. Repasses Consiste em transferir o recurso de uma organização para outra. Entretanto, a instituição que inicia o crédito é responsável pelo empréstimo. Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 21 Figura 7 - Repasse de uma empresa para outra Fonte: Freepik RESUMINDO: Neste capítulo, aprendemos as operações de crédito e como elas se classificam, conceituando tanto as operações ativas quanto as passivas. Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 22 Operações com títulos e aplicações OBJETIVO: Ao término deste capítulo, vamos verificar o mercado de capital e suas diretrizes, mercado de títulos e as operações compromissadas, ou seja, como essas operações se comportam atualmente entre as instituições e os investidores. Fique tranquilo! Ao longo destes tópicos vamos analisar cada um destes conceitos. Vamos lá! Mercado de capitais Compreende um sistema que visa facilitar a capitalização das organizações, colaborando para a geração de riqueza à população. Uma das principais características desse tipo de mercado é a participação de investidores de portes diferentes, conduzindo um grande mecanismo de financiamento das organizações. Figura 8 - Investidores de portes diferentes Fonte: Freepik Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 23 Mercado primário Oferecimento de títulos públicos que foram emitidos, mas ainda não foram negociados. O mercado primário é composto, na maioria dos casos, por instituições financeiras e, em alguns casos, por pessoas físicas e jurídicas. Títulos públicos configuram-se como papéis emitidos pelo Tesouro Nacional, que compreendem uma maneira de financiamento à dívida pública e permitem que os investidores emprestem valores em dinheiro para o governo, resultando em rentabilidade. As atividades de mercado primário (leilões) ocorrem para a obtenção de recursos para financiamento do déficit e refinanciamento de dívidas. Figura 9 - Refinanciamento de dívidas Fonte: Freepik Mercado secundário No mercado secundário, ocorre a negociação dos títulos conquistados no mercado primário, contribuindo com a liquidez indispensável aos investidores. Ademais, a negociação engloba somente o deslocamento de propriedade dos papéis, não resultando em novos recursos às organizações emitentes. Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias24 Essas negociações ocorrem em mercado de balcão e bolsa de valores, contribuindo para que seja o maior e mais extensivo segmento do mercado. Figura 10 - Bolsa de valores Fonte: Freepik Sistemas de negociação no âmbito eletrônico Com o constante avanço tecnológico e a facilidade de transferência de informações e dados nas ultimas décadas, colaboram para que sejam criadas condições excelentes para as atividades financeiras. Desse modo, os negócios ocorrem de maneira automática, tanto por comunicação verbal quanto por meio totalmente eletrônico. No Brasil, as transações atualmente migraram para o sistema eletrônico. Exemplo: Lançamento do Sistema de Negociação de Títulos Públicos e outros ativos (SISBEX) para a realização de transações por intermédio de papéis federais. Mercado de títulos Mercado de títulos consiste na oferta em investimentos de renda fixa, em que o rendimento pode ser dimensionado no momento da aplicação financeira. Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 25 Os títulos de dívida podem ser utilizados tanto no âmbito público quanto privado, tomando recurso emprestado no mercado financeiro. Nesse sentido, os títulos podem ser públicos e privados: • Públicos - são caracterizados no mercado de investimentos como títulos que apresentam alta liquidez e remuneração superiores à da poupança. Compreendem papéis da dívida pública e contribuem como empréstimo ao governo que, em seguida, é remunerado, considerando-se os juros em pagamento futuro. • Privados - compreendem títulos de renda fixa emitidos por instituições financeiras ou organizações. Precificação de título públicos Os títulos públicos federais apresentam atributos próprios que colaboram com a adoção de distintas metodologias para a sua precificação. No Brasil, atualmente, os títulos de emissão se dividem em: • Tesouro Nacional - utilizados para financiar dividas. • Banco Central - utilizado como método para política monetária. De acordo com Filgueiras (2006), podem ser classificados conforme “bullet”, quando não há pagamento de juros antes do vencimento e “cupom”, quando há pagamento de juros com períodos definidos. Títulos e operações compromissadas Conforme explanado por Filgueiras (2006), os títulos adquiridos por bancos e outras instituições, autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, devem registrar o valor pago. Ademais, esses títulos podem ser classificados em: • Para negociação. • Disponíveis para venda. • Mantidos até o vencimento. Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 26 Títulos de renda variável Renda variável consiste em modelos de investimento em que o investidor não possui informações sobre a rentabilidade no momento da aplicação. Apresentam maiores riscos, em virtude da possibilidade de perda do valor aplicado, pois podem ocorrer situações em que os juros fiquem negativos. Entretanto, apresentam maiores rendimentos e lucros do que os títulos de renda fixa. Exemplo: Ações. Figura 11 - Análise das ações Fonte: Freepik Esse título é bastante comum em atividades de investidores mais dinâmicos, ou seja, que estão dispostos a investimentos a longo prazo, desde que o retorno seja atraente. Títulos de renda fixa Essa modalidade é mais adotada por investidores que buscam uma maior segurança e estabilidade. Ademais, é utilizada em casos em que os investidores não possuam reservas alternativas. Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 27 Apresenta rentabilidade previsível, com percentual fixado mensalmente ou, em alguns casos, adotando algum tipo de taxa. Exemplo: Poupança, tesouro direto Operações compromissadas Compreendem as operações em que o vendedor toma o compromisso de recompra dos títulos alienados em uma data futura e com pagamento de remuneração anteriormente definido. Necessitam ser utilizados com a rentabilidade definida (taxa anteriormente fixada) ou com remuneração estabelecida (taxa posteriormente fixada). Em suma, essas operações ocorrem com as premissas de que a compra apresente um compromisso de revenda e a venda, compromisso de recompra. RESUMINDO: Neste capítulo, aprendemos sobre as operações com títulos e aplicações, verificando o mercado de capitais, títulos e operações compromissadas e, dentro desse contexto, como ocorrem as relações entre as instituições financeiras e os investidores. Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 28 Operações com derivativos OBJETIVO: Ao término deste capítulo, vamos verificar o mercado de capital e suas diretrizes, mercado de títulos e as operações compromissadas e, desse modo, conferir como essas operações se comportam, atualmente, entre as instituições e os investidores. Ao longo destes tópicos vamos analisar cada um destes conceitos. Vamos lá! Operações com derivativos compreendem uma categoria de ativos financeiros em que o valor é derivado de um outro ativo, ou até mesmo de um grupo de ativos, como ações, títulos, taxas de juros etc. Nas operações derivativas, o preço vai depender do comportamento do ativo no qual ele se baseia. Ademais, possuem várias utilidades, como: proteger de riscos de mercado, sintetizar o comportamento de um ativo, alavancagem de posições etc. Figura 12 - Alavancagem de posições Fonte: Freepik Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 29 Tipos de derivativos Mercado a termo Esse tipo de mercado compreende um dos mais simplificados no sentido de entendimento. Os procedimentos sucedem quando as partes interessadas acordam questões de compra e venda de ativos, considerando uma data e preço. Ademais, uma das características do mercado é que o termo é liquidado de forma integral, em uma data anteriormente estabelecida. Figura 13 - Acordo de compra e venda de ativo Fonte: Freepik Contratos futuros Apresentam atributos semelhantes ao anterior, pois também ocorre acordo de compra e venda, entretanto o seu diferencial é que o contrato apresenta alterações conforme o comportamento do ativo. Opções No caso de opções, é definido um direito de realização de operação por parte de quem compra e de obrigação para quem vende. Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 30 • Opção de compra: compreende o direito de comprar determinada quantidade de ativo objeto, realizando o pagamento a um preço especificado, com uma data definida. • Opção de venda: compreende o direito de vender determinada quantidade de ativo objeto, realizando o pagamento a um preço especificado, com uma data definida. Ademais, as opções caracterizam-se por ativos de custo reduzido e com volatilidade elevada, tendo a chance de ser utilizada por individuo que apresenta posição na sua carteira. Swaps É quando ocorre a negociação da troca de fluxo de pagamentos, adotando dois ativos especificados e com um prazo anteriormente estabelecido. Em suma, as partes ficam na obrigação de trocarem os resultados dos fluxos futuramente. Com os passar dos anos, esse tipo de derivativo cresceu e, atualmente, movimenta altos valores todo ano. As operações Swaps podem ocorrer diretamente, por duas organizações, entretanto em alguns casos há o intermédio de alguma instituição financeira. Participantes do mercado Posteriormente ao entendimento dos tipos de derivativos, cabe destacar que, para cada situação, existe um participante especializado, conforme o relacionamento do mercado. Assim, de acordo com Filgueira (2006), os participantes podem ser: • Hedger - compreende o indivíduo que se protege financeiramente, visando minimizar um investimento de risco durante um determinado período. Ademais, deve-se buscar eliminar a possibilidade de ganhos ou perdas futuras, definindo-se a margem de lucro. Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 31 Figura 14 - Proteção financeira Fonte: Freepik • Especulador - com as características de compra e venda de ativos com ointuito de obter lucro. Nesse caso, é aceito o lucro que o participante anterior evita. Ademais, colabora para a liquidez nos mercados, tornando-os mais eficientes em função das ações com os preços. • Arbitrador - tem como principal objetivo o lucro, entretanto não assume os riscos provenientes. Dessa maneira, busca constantemente distorções de preços entre mercados e, assim, obtém proveitos dessa oscilação ou então da expectativa dessa diferença. Esse participante de mercado tem como estratégia comprar no mercado em que o preço está mais barato e vender no mercado em que está mais caro, assim obtendo lucro livre de riscos. • Market Makers - esse participante se compromete na manutenção das ofertas de compra e venda de ativo, dando liquidez. Quem realiza essas atividades, na maioria dos casos, são os bancos, corretoras e demais instituições financeiras. Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias 32 Figura 15 - Participante market maker - Banco Fonte: Freepik Outro ponto importante desse participante é o estabelecimento do preço máximo e mínimo para se comprar e vender um ativo com ele. SAIBA MAIS: Quer se aprofundar nesse tema? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Artigo: “Concessão de crédito durante e após a crise financeira de 2008 no Brasil. Houve heterogeneidade nas operações de crédito?” Guilherme Solino e Evelin Oliveira. Clique aqui. RESUMINDO: Neste capítulo, verificamos como ocorrem as operações com derivativos, os tipos de operações desse segmento e os participantes do mercado de derivativos, conhecendo as características de cada um deles. Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias https://www.anpec.org.br/encontro/2016/submissao/files_I/i8-44fde38a8b21d4b635bd22f38a6d0d52.pdf 33 REFERÊNCIAS CARVALHO, D. The real effects of government-owned banks: Evidence from an emerging market. The Journal of Finance, Wiley Online Library, v. 69, n. 2, p. 577–609, 2014. FILGUEIRAS, C. F. P. Manual de contabilidade básica. Rio de Janeiro, Elsevier, 2006. Análise das Demonstrações Financeiras e Bancárias Crédito no Brasil Evolução das operações de crédito Crédito comercial Crédito bancário Vedação para concessão de créditos Resolução Bacen n° 2.682/99 Operações de crédito Classificação das operações de crédito Operações ativas Operações passivas Operações com títulos e aplicações Mercado de capitais Mercado de títulos Títulos e operações compromissadas Operações com derivativos Tipos de derivativos Participantes do mercado
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