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Gestão de Crédito e Mensuração de Riscos

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GESTÃO DE CRÉDITO E 
MENSURAÇÃO DE RISCOS
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
Autor: Adrian Dambrowski
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Dr. Malcon Anderson Tafner
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
Equipe Multidisciplinar da 
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Hiandra B. Götzinger Montibeller
 Prof.ª Izilene Conceição Amaro Ewald
 Prof.ª Jociane Stolf
Revisão de Conteúdo: Prof. Luiz Salgado Klaes
Revisão Gramatical: Prof.ª Iara de Oliveira
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
335.62
D156g Dambrowski, Adrian
Gestão de crédito e mensuração de riscos / Adrian Dam-
browski. Indaial : Uniasselvi, 2012.
117 p. : il.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830-547-5
1. Cooperativas de crédito.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci II. Núcleo de Ensino a 
Distância III. Título
Copyright © UNIASSELVI 2012
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Adrian Dambrowski
Graduado em Administração e mestre em 
Gestão de Organizações. É funcionário de carreira 
do Banco do Brasil S.A. e paralelamente atua como 
docente, tanto no ensino presencial quanto no ensino 
à distância, nas disciplinas das áreas de finanças e 
gestão. Publicou: Fundamentos da gestão financeira 
(2008) e Decisões de financiamentos e análise de 
investimentos (2008).
Sumário
APRESENTAÇÃO ......................................................................7
CAPÍTULO 1
Produtos e Serviços Bancários e as
Cooperativas de Crédito ........................................................9
CAPÍTULO 2
O Risco nas Instituições Financeiras .................................35
CAPÍTULO 3
Cadastro ................................................................................61
CAPÍTULO 4
Análise Financeira de Crédito .............................................93
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):
As cooperativas de crédito são instituições que integram o Sistema Financeiro 
Nacional. Portanto, os profissionais dessas organizações, ao atuarem nos seus 
postos de trabalho, estão integrando também esse grande sistema.
Imagine agora uma sociedade sem esse sistema. As pessoas que teriam 
que guardar seus recursos financeiros em casa, correndo riscos, ou então teriam 
que comprar os bens de consumo para estocar. Já àqueles que precisassem 
desses recursos teriam que procurar alguém com sobra monetária e que 
estivesse disposto a correr o risco de emprestar. Surgiria ainda outro problema: 
compatibilizar os prazos. Os poupadores e os tomadores precisariam ajustar as 
datas de liberação e de pagamento, além do volume dos recursos.
É exatamente essa a principal função das instituições financeiras: a 
intermediação financeira. Trata-se de oferecer condições para a obtenção dos 
recursos financeiros àqueles que o necessitam, e condições para armazenar e 
rentabilizar o capital financeiro daqueles que os tem sobrando.
A intermediação financeira ocorre em função da confiança que os poupadores 
(ou aplicadores) têm na instituição financeira, pois crê que esta vai lhe devolver 
seu capital nas condições que foram negociadas. Ocorre também, pois essas 
organizações são dotadas de mecanismos que oferecem confiança suficiente de 
que os tomadores também vão devolver o valor emprestado conforme acordado.
Essa confiança, no cenário do Sistema Financeiro, que já vimos que comporta 
entre seus entes as Cooperativas de Crédito, é denominada de CRÉDITO, e será 
o objeto de nosso estudo nessa disciplina.
A disciplina foi desenvolvida com o propósito de oferecer os conteúdos 
que cercam o crédito no que tange à operacionalização deste no ambiente das 
cooperativas de crédito.
Você vai notar que existe correlação e cronologia entre os capítulos do 
caderno. Dedique-se desde o começo, sempre buscando relacionar os conteúdos 
anteriores ao que você estiver estudando. Este caderno foi desenvolvido para que 
você tenha condições de desenvolver a aprendizagem individual, ou seja, sem 
a presença de um professor. Lembro ainda que a aprendizagem individual não 
significa que você deve estudar sozinho. Formar grupos de estudos traz inúmeras 
vantagens. 
Os conteúdos estão constituídos de forma à propiciar o primeiro contato com 
o tema, e está estruturado em quatro capítulos. O primeiro trata dos produtos 
e serviços bancários e as cooperativas de crédito em que o acadêmico terá 
contato com as características e os conceitos dos diversos produtos de captação 
oferecidos por essas organizações. O segundo capítulo trata dos riscos inerentes 
às atividades financeiras integrando-o no contexto do crédito. Já o terceiro capítulo, 
vai lhe orientar nos itens importantes na confecção e gestão do cadastro de seus 
clientes para minimizar e administrar os riscos apresentados no capítulo anterior. 
Finalizaremos então com o capítulo quatro, em que você encontrará informações 
para realizar a análise financeira do crédito, utilizando as informações do cadastro 
(Cap. 3), para tratar dos riscos inerentes à atividade (Cap. 2), podendo assim 
ofertar e operar com os produtos e serviços que podem ser oferecidos em sua 
instituição (Cap. 1).
O Autor.
CAPÍTULO 1
Produtos e Serviços Bancários e as 
Cooperativas de Crédito
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Reconhecer as características dos diversos produtos de captação.
� Conceituar os produtos de captação e aplicação.
� Orientar os clientes/cooperados em relação aos produtos e serviços que são 
ofertados pela instituição.
10
 Gestão de crédito e mensuração de riscos
11
Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de 
Crédito
 Capítulo 1 
Contextualização
Percebemos, hoje, que é praticamente indispensável contar com os produtos 
e serviços prestados pelas instituições financeiras. Afinal, processos que vão 
desde o recebimento do salário até o pagamento de contas, passando pelos 
tributos e diversos outros itens, fazem com que as pessoas e as empresas 
precisem cada vez mais do que as instituições citadas têm a oferecer.
 
Como em qualquer prestação de serviços, é natural que existam regras, 
procedimentos e características para os produtos ofertados. É desses itens 
citados, em relação aos produtos e serviços oferecidos pelas instituições 
financeiras, que vamos tratar neste capítulo.
Poupança
A caderneta de poupança representa um dos investimentos de 
maior procura pelas pessoas que têm contas em bancos. 
Contudo, muitos não sabem como funciona essa modalidade de 
investimento. Visto a grande procura por esse produto bancário, torna-
se importante conhecer a forma como remunera o capital investido 
para poder avaliar o investimento. 
Com a extinção da Correção Monetária e do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), 
o governo criou, em 1991, por meio da Medida Provisória nº 29411, a Taxa Referencial 
(TR), com o objetivo de permitir o funcionamento do sistema financeiro no contexto 
criado com a desindexação da economia. (SANDRONI, 2006).
Poupança são contas de depósitos remuneradas pela Taxa Referencial (TR), 
adicionados juros mensais ou trimestrais.
Para Assaf Neto (2000), em termos macroeconômicos, por meio de uma 
baixa ou alta propensão ao consumo, a poupança pode limitar ou expandir o 
crescimento econômico. As instituições financeiras captam a poupança disponível 
e a reconduzem ao sistema produtivo da economia mediante oferta de crédito, o 
que vem a contribuir para a expansão do nível de investimento e oferta de bens e 
serviços.
Assim, a TR surgiu no Plano Collor II com o objetivo de ser o principal 
índice brasileiro, agindo como uma taxa básica referencial de juros a serem 
A caderneta 
de poupança 
representa um dos 
investimentos de 
maior procura pelaspessoas que têm 
contas em bancos.
12
 Gestão de crédito e mensuração de riscos
praticados no mês vigente sem refletir a inflação do mês anterior. Essa taxa é 
definida pelo governo federal como indexadora para os contratos com prazo 
superior a noventa dias. A TR também é utilizada para corrigir os saldos 
mensais da caderneta de poupança. Seu cálculo é determinado pelas trinta 
maiores instituições financeiras do país (enumeradas pelo volume de captação 
de Certificado e Recibo de Depósito Bancário - CDB/RDB). (PORTAL BRASIL, 
2011).
A remuneração para esse tipo de operação é regulada pelo 
Governo Federal e padronizada para todas as instituições financeiras 
que a executam.
A caderneta de poupança é um dos investimentos mais populares 
do Brasil, sendo disponibilizada por bancos múltiplos, caixas 
econômicas e sociedades de crédito mobiliário. A popularidade desse 
tipo de aplicação parte da simplicidade de operação (aplicação e 
resgate) e do baixo risco que oferece aos investidores.
Podemos acrescentar, ainda, que a caderneta de poupança é garantida 
pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Esse fundo foi criado para proteger o 
investidor no caso de quebra da instituição financeira onde detêm aplicados os 
seus recursos, cobrindo até R$ 20 mil por CPF e por instituição financeira.
a) Modalidades de Poupança
Segundo Monteiro (2011), a caderneta de poupança é um dos investimentos 
mais tradicionais, conservadores e populares do Brasil. Tradicional porque existe 
há mais de 140 anos. Conservador porque seus rendimentos não são muito 
abundantes (porém sem grandes riscos) e popular porque o aporte inicial exigido 
é baixo (em alguns casos pode ser zero), o que a torna acessível a todos. Vamos 
conhecer agora os tipos de cadernetas de poupança existentes no sistema 
financeiro brasileiro.
• Tradicional
Trata-se de depósito remunerado, sem data para o vencimento, com 
rendimentos mensais pós-fixados (TR + 0,5% ao mês), exclusivamente para 
pessoas físicas e jurídicas imunes (ou isentas de imposto de renda), tais como: 
igrejas, partidos políticos, instituições públicas de ensino e instituições de 
assistência social ou qualquer outra pessoa jurídica desde que seja classificada 
como instituição sem fins lucrativos. Para as demais classificações de pessoas 
A remuneração 
para esse tipo 
de operação é 
regulada pelo 
Governo Federal e 
padronizada para 
todas as instituições 
financeiras que a 
executam.
13
Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de 
Crédito
 Capítulo 1 
jurídicas, as cadernetas de poupança têm rendimentos trimestrais (TR + 1,5% ao 
trimestre). 
 
A abertura dessa modalidade de caderneta de poupança pode ser realizada 
em qualquer dia do mês, porém se for aberta nos dias 29, 30 e 31 os rendimentos 
somente terão seu início a partir do primeiro dia do mês subsequente. 
Desse modo, podemos dizer que a poupança é um ativo que apresenta seus 
rendimentos conforme a quantidade de dias úteis no mês corrente e a variação da 
TR no período. 
A taxa utilizada para auferir os rendimentos da aplicação será 
sempre aquela do dia do depósito (também denominado data de 
aniversário). Assim, os valores depositados e mantidos menos de um 
mês não receberão remuneração qualquer.
• Programada
Fortuna (1999) explica que na modalidade de poupança programada, o 
depositante se compromete a depositar determinadas quantias fixas e por prazos 
predeterminados (12, 18 ou 24 meses) por meio de um contrato. As contas 
apresentarão taxas e remuneração progressivas, tais como apresentadas no 
quadro 1:
Quadro 1 – Poupança Programada
TRIMESTRE REMUNERAÇÃO
1º 6,14% ao ano
2º 6,14% ao ano
3º 6,40% ao ano
4º 6,40% ao ano
5º 6,80% ao ano
6º 6,80% ao ano
7º em diante 7,20% ao ano
Fonte: Fortuna (1999).
Os rendimentos desta modalidade de aplicação financeira são creditados 
trimestralmente e ela exige uma carência inicial de seis meses para que se efetue 
o resgate. Trata-se de um produto financeiro atrelado ainda a um seguro de vida 
que garante a efetivação dos depósitos programados no contrato em caso de 
morte do titular. (FORTUNA, 1999).
A taxa utilizada 
para auferir os 
rendimentos 
da aplicação 
será sempre 
aquela do dia do 
depósito (também 
denominado data de 
aniversário).
14
 Gestão de crédito e mensuração de riscos
• De rendimentos crescentes
Nesta modalidade, o aplicador realiza apenas um depósito. Os rendimentos 
são creditados trimestralmente e as taxas de juros são crescentes, tais como 
apresentadas no quadro que segue:
Quadro 2 – Poupança de Rendimentos Crescentes
TRIMESTRE REMUNERAÇÃO
1º ao 3º 6,14% ao ano
4º ao 8º 7,00% ao ano
9º ao 11º 8,00% ao ano
12º em diante 9,00% ao ano
Fonte: Fortuna (1999).
O autor acrescenta, ainda, que nesta modalidade não são permitidos 
resgates parcelados e os depósitos são sempre em múltiplos de 10, lembrando 
que o rendimento é creditado retroativamente a cada mudança de taxa.
• Vinculada
O Banco Central fixou o prazo mínimo desta operação em 36 meses com a 
correção do depósito sendo feita pela TR, acrescida de juros de 6% ao ano, isenta 
de impostos. É destinada à obtenção de financiamento para aquisição de imóveis 
residenciais ou comerciais novos ou usados, terrenos, bem como a ampliação, 
reforma ou construção. Nos contratos entre bancos e poupadores são fixados os 
valores de depósitos, a forma de correção, a periodicidade e as condições de 
financiamento. (FORTUNA, 1999).
• Rural (Caderneta Verde)
É idêntica à caderneta de poupança tradicional. A única diferença é que 
os recursos captados são destinados ao financiamento de operações rurais. 
(FORTUNA, 1999).
Podemos dizer, então, que a caderneta de poupança é uma boa opção 
de investimento para todo aquele que deseja ter algum rendimento, evitando 
que seu dinheiro seja consumido pela inflação, mas tem medo de arriscar seu 
capital.
15
Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de 
Crédito
 Capítulo 1 
Atividade de Estudos: 
1) Acerca das cadernetas de poupança, analise as seguintes 
sentenças, julgando-as Falsas (F) ou Verdadeiras (V):
( ) Contam com proteção adicional do Fundo Garantidor de Crédito 
(FGC).
( ) Realizadas nos dias 29, 30 e 31 de cada mês terão como data de 
aniversário o último dia útil do mês seguinte.
( ) De pessoas jurídicas com fins lucrativos sofrem tributação de 
22,5% sobre o rendimento nominal.
( ) São permitidas apenas para contribuintes maiores de idade.
( ) São vedadas para pessoas jurídicas imunes à tributação ou sem 
fins lucrativos.
b) Tributação sobre Cadernetas de Poupança
Poupanças com saldo superior a R$50 mil começaram a pagar 
imposto de renda sobre sua rentabilidade desde 2010. Porém, o 
poupador paga impostos somente sobre o valor que exceder a R$ 
50 mil. Ou seja, se uma poupança tiver em depósitos o valor de R$ 
60 mil, a tributação incide somente sobre os rendimentos de R$ 10 
mil (valor que excede os R$ 50 mil previstos). Vale lembrar, ainda, 
que as contas de poupança não sofrem incidência do Imposto sobre 
Operação Financeira (IOF).
c) Direcionamento dos Recursos
O BACEN é o órgão responsável por determinar o percentual de 
destinação dos valores captados em caderneta de poupança no Brasil, 
dividindo entre o crédito rural (nos casos de cadernetas com recursos 
destinados a essa atividade), financiamento imobiliário (também 
somente para as cadernetas com essa destinação), recolhimento 
compulsório ao BACEN e aplicações livres, tais como: financiamento 
de capital de giro, aquisição de títulos públicos, empréstimos e 
financiamentos comerciais, dentre outros.
Poupanças com 
saldo superior a 
R$50 mil começaram 
a pagar imposto de 
renda sobre sua 
rentabilidade desde 
2010.
O BACEN é o 
órgão responsável 
por determinar 
o percentual de 
destinação dos 
valores captados 
em caderneta de 
poupança no Brasil.
16
 Gestão de crédito e mensuração de riscos
Conta corrente (Depósitos à Vista)Segundo o Banco Central - BC (BRASIL, 2011a) são instituições financeiras 
captadoras de depósito à vista: 
• Bancos Múltiplos com carteira comercial.
• Bancos Comerciais.
• Caixas Econômicas.
• Cooperativas de Crédito.
Ainda de acordo com o BC (BRASIL, 2011a), a captação de depósitos à vista 
(conta corrente), livremente movimentáveis, é uma atividade típica e distintiva das 
instituições financeiras no Brasil. Pode ser chamada de captação a custo zero por 
trata-se de um dinheiro gratuito para a instituição, uma vez que a remuneração de 
tais valores é proibida pelo BACEN.
A conta corrente destina-se a movimentar os recursos de clientes. 
Elas são movimentadas por meio de depósitos, cheques, ordens de 
pagamento, transferências interbancárias: DOC (Documento de ordem 
de crédito - inferior a três mil reais) e TED (Transferência Eletrônica 
Disponível – para valores iguais ou superiores a três mil reais). A conta 
corrente pode, ainda, ser individual ou conjunta e esta última pode ser solidária 
ou não solidária. Se a conta conjunta for solidária será necessário que apenas 
um dos titulares assine por ela para efetivar as movimentações, já no caso da não 
solidária, fazem-se necessárias as assinaturas de todos os titulares.
Vale lembrar, ainda, acerca de conta corrente, que os valores depositados 
em cheque somente poderão ser liberados depois da sua efetiva compensação 
(pagamento pela instituição emissora).
Cheque
Os franceses atribuem a origem da palavra cheque ao vocábulo inglês to 
check (verificar, conferir). Já os ingleses acreditam que a palavra é originária do 
francês echequier (tabuleiro de xadrez), pois as mesas que eram usadas pelos 
banqueiros se pareciam com um tabuleiro de xadrez. Os especialistas não têm 
certeza. Muitos afirmam que os romanos foram seus criadores (por volta de 
352 a.C.). Outros acreditam ter sido criado na Holanda, no século XVI. Sabe-se 
também que em Amsterdam, por volta do ano de 1500, as pessoas tinham o hábito 
de depositar seu dinheiro com cashiers (caixas), que arrecadavam e cancelavam 
A conta corrente 
destina-se a 
movimentar os 
recursos de clientes.
17
Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de 
Crédito
 Capítulo 1 
débitos por meio de ordens escritas dos depositantes (cheques). Sabe-se que o 
primeiro país que criou legislação acerca do cheque foi a França, com a Lei de 14 
de junho de 1865, porém, na Inglaterra, onde se expandiu mais rapidamente, a 
legislação só foi criada em 18 de agosto de 1882. (TRIGUEIROS, 1987).
Ainda de acordo com Trigueiros (1987), no Brasil, a primeira referência ao 
cheque surgiu nos idos de 1845, após a fundação da instituição Comercial da 
Bahia, ainda chamado de cautela. Em 1893, com a Lei 149-B, surgiu a primeira 
referência ao cheque, no seu Art. 16, letra a, vindo o instituto a ser regulamentado 
pelo decreto 2.591, de 7 de agosto de 1912.
Cheques são ordens de pagamento à vista, que devem ser pagas pela 
instituição do sacado no momento da sua apresentação, mediante a existência de 
saldo em conta para a liquidação deste.
O cheque pré-datado configura uma operação não regulamentada de crédito, 
que permite ao consumidor pagar por um bem ou serviço fazendo uso de crédito 
a prazo. Importante frisar que por não se tratar de uma operação regulamentada, 
como já descrito, o comprador não terá garantias legais de que o portador o 
descontará nas datas combinadas.
Atualmente, todos os cheques emitidos com valores iguais ou superiores 
a R$ 100,00 precisam ser obrigatoriamente nominativos, ou seja, o nome do 
sacador ou depositante precisa estar expresso no documento. Já os cheques 
emitidos por órgãos públicos, precisam, obrigatoriamente, expressar o nominativo 
independente do valor.
A data deve ser preenchida numericamente com algarismos, porém o mês 
precisa ser expresso por extenso. O valor deve ser expresso em algarismos e por 
extenso, lembrando que, em caso de divergência, orienta-se pelo extenso.
18
 Gestão de crédito e mensuração de riscos
Figura 1 – Modelo de Cheque
Fonte: Disponível em: <http://www.gratisonline.com.br/wp-content/
uploads/2011/08/nominal.gif>. Acesso em: 12 dez. 2012.
Se você realizou os estudos da disciplina de Fundamentos de 
Economia, Mercados de Capitais e Investimento, provavelmente 
você já estudou sobre este assunto. Aqui queremos reforçar alguns 
conceitos que são importantes e apresentar outros aspectos 
importantes sobre Cheque. 
O cruzamento de um cheque é realizado através de duas linhas paralelas 
traçadas na frente deste, podendo ser:
• Geral (Sem indicar a instituição do cobrador em que o documento somente 
poderá ser pago a uma instituição financeira ou a um portador, cliente 
bancário, mediante o crédito em conta).
• Especial (Indicando a instituição cobradora em que o cheque somente poderá 
ser pago à instituição indicada no cruzamento).
A seguir, observe o Quadro 3 com os motivos pelos quais um banco sacado 
pode recusar-se a pagar um cheque:
19
Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de 
Crédito
 Capítulo 1 
Quadro 3 – Motivos de Devolução de Cheques
CLASSIFICAÇÃO MOTIVO DESCRIÇÃO
I - Cheque sem provisão 
 de fundos
11 Cheque sem fundos - 1ª apresentação
12 Cheque sem fundos - 2ª apresentação
13 Conta encerrada
14 Prática espúria
II - Impedimento ao 
 pagamento
20
Cheque sustado ou revogado em virtude de roubo, 
furto ou extravio de folhas de cheque em branco.
21 Cheque sustado ou revogado.
22 Divergência ou insuficiência de assinatura.
23
Cheque emitido por entidade e órgãos da administra-
ção pública federal, direta e indireta ao portador.
24
Bloqueio judicial ou determinação do Banco Central 
do Brasil.
25
Cancelamento do talonário pela instituição do 
sacado (só pode ser utilizado se o talão tiver sido 
extraviado antes da entrega ao cliente e a instituição 
tiver efetuado a ocorrência).
26 Inoperância temporária de transporte.
27 Feriado municipal não previsto.
28
Contraordem (ou revogação) ou oposição (ou sus-
tação) ao pagamento, ocasionada por furto ou roubo.
29
Cheque bloqueado por falta de confirmação do 
recebimento do talonário pelo correntista.
30 Cheque cancelado por furto ou roubo de malotes.
70 Sustação ou revogação provisória.
III - Cheque com 
 irregularidade
31
Erro formal (sem data de emissão, com mês grafado 
numericamente, ausência de assinatura, não registro 
do valor por extenso).
33 Divergência de endosso.
34
Cheque apresentado por estabelecimento bancário 
que não o indicado no cruzamento em preto, sem o 
endosso mandato.
35
Cheque fraudado ou emitido sem prévio controle ou 
responsabilidade do estabelecimento bancário (che-
que individual) ou ainda com adulteração da praça 
sacada, ou com rasura no preenchimento.
20
 Gestão de crédito e mensuração de riscos
IV - Apresentação 
 indevida
37 Registro inconsistente na compensação eletrônica.
38 Assinatura digital ausente ou inválida.
39 Imagem fora do padrão.
40 Moeda inválida.
41 Cheque apresentado a Banco que não o sacado.
42
Cheque não compensável na sessão ou sistema de 
compensação em que apresentado.
43
Cheque devolvido anteriormente pelas alíneas 21, 
22, 23, 24, 31 e 34 não passível de reapresentação 
em virtude de persistir o motivo de devolução.
44
Cheque prescrito (quando decorridos 30 dias da data 
de emissão se emitido na praça onde se localiza a 
instituição do sacado e 60 dias quando emitido em 
outra praça).
45
Cheque emitido por entidade obrigada a realizar 
movimentação e utilização de recursos financeiros 
do Tesouro Nacional mediante ordem bancária.
48
Cheque acima de R$ 100,00 sem a indicação do 
favorecido.
49
Remessa nula, caracterizada pela apresentação de 
cheque devolvido pelas alíneas 12, 13, 14, 25, 35, 
43, 44 e 45, podendo a devolução ocorrer a qualquer 
tempo.
V - Emissão 
 indevida
59
Informação essencial faltante ou inconsistente não 
passível de verificação pelo participante remetentee 
não enquadrada no motivo 31.
60 Padrão monetário não definido.
61
Documento não compensável, podendo sua devolu-
ção ocorrer a qualquer tempo.
64
Arquivo lógico não processado ou processado 
parcialmente.
VI - A serem empregados 
 diretamente pela 
 instituição financeira 
 contratada
71
Inadimplemento contratual da cooperativa de crédito 
no acordo de compensação.
72
Contrato de compensação encerrado (cooperativas 
de crédito).
Fonte: Disponível em: <http://www.bc.gov.br/pom/spb/Estatistica/
Port/tabdevol.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2011.
http://www.bc.gov.br/pom/spb/Estatistica/Port/tabdevol.pdf
http://www.bc.gov.br/pom/spb/Estatistica/Port/tabdevol.pdf
21
Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de 
Crédito
 Capítulo 1 
No dia a dia das instituições financeiras, pode-se constatar que os motivos 
de recusa mais frequentes nos pagamentos de cheques são:
• Insuficiência de fundos (Motivos 11 e 12).
• Divergência ou insuficiência de assinatura (Motivo 22).
• Erro formal (Motivo 31).
• Sustação ou revogação - Contraordem (Motivo 21).
• Conta encerrada (Motivo 13).
Segundo FEBRABAN (2011), cheque devolvido por falta de fundos na 
segunda apresentação (Motivo 12), por conta encerrada (motivo 13) ou por 
prática espúria (Motivo 14) obriga a instituição a incluir seu emitente no Cadastro 
de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF) do Banco Central. 
Se a conta for conjunta, a legislação determina, ainda, que seja incluído no 
CCF o nome e número no cadastro de contribuintes (CPF) do titular emitente do 
cheque. As instituições são obrigadas a comunicar ao emitente a inclusão desses 
registros, ficando proibida a entrega de novos talões ao correntista.
a) Compensação de Cheques
Segundo FEBRABAN (2011), os cheques de outros bancos depositados 
na conta bancária do cliente são encaminhados ao Serviço de Compensação 
de Cheques e outros Papéis, regulado pelo Banco Central e executado pela 
instituição do Brasil, com a participação dos demais bancos.
• O prazo de liberação do valor dos cheques da praça é de:
• 24 horas, se forem de valor igual ou superior a R$ 300,00;
• 48 horas, se forem de até R$ 299,99.
Os prazos de liberação do valor de cheques de outras praças, liquidados 
pela compensação nacional, variam de três a seis dias úteis.
DICA: consulte o site: <http://www.bcb.gov.br/?COMPENSACAO 
CHEQUESFAQ> onde o BC responde as perguntas mais frequentes 
acerca da compensação de cheques.
22
 Gestão de crédito e mensuração de riscos
Segundo o BC (BRASIL, 2011a), o serviço de compensação é dividido em 
três modalidades:
• Sistema Local
Abrange as dependências localizadas em qualquer praça onde o executante 
mantenha a agência. Admite-se a participação de dependências de praças 
circunvizinhas desde que compareçam às sessões de troca e devolução, nos 
horários determinados, por sua exclusiva conta e risco.
• Sistema Integrado Regional de Compensação (SIRC)
Essa é a modalidade que abrange as dependências de participantes 
localizadas em praças de uma mesma região, previamente determinada pelo 
executante.
• Sistema Nacional
Vem abranger todas as dependências de participantes instaladas no País.
As compensações locais e nacionais apenas trocam os cheques, 
ao passo que a compensação integrada troca vários documentos, 
porém os principais ainda são os cheques (inclusive de ordem de 
pagamento).
Na compensação, os cheques são divididos por valor. São os cheques “acima” 
e “abaixo” do valor-limite estabelecido por BC (BRASIL, 2011a). Atualmente, esse 
valor limite está definido em R$ 299,99. Dependendo do valor dos cheques e da 
praça de origem/ apresentação estes documentos serão compensados de acordo 
com as Tabelas de Prazo de Compensação divulgadas pelo BC, conforme o 
Quadro 4 a seguir:
A conta corrente 
destina-se a 
movimentar os 
recursos de clientes.
23
Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de 
Crédito
 Capítulo 1 
Quadro 4 - Tabelas de Prazos dos Cheques Compensáveis
Fonte: BC (BRASIL, 2011a).
Ainda com base nas informações fornecidas pelo Banco Central (BRASIL, 
2011a), o cheque devolvido deve ser entregue ao depositante na agência onde o 
cliente detém a conta. Os prazos de entrega de cheques devolvidos consideram a 
situação de normalidade. Caso o depósito ocorra em praça de acesso normal não 
integrada a SIRC, o prazo máximo de entrega corresponderá:
• ao prazo de bloqueio, mais dois dias úteis – Sistemas Locais SIRC;
• ao dobro do prazo de bloqueio, menos um dia útil – Sistema Nacional de 
Compensação.
b) Ordem de Pagamento
Segundo o Banco do Brasil - BB (BRASIL, 2011b), ordem de pagamento é 
caracterizada por uma transferência de valor entre agências da mesma instituição 
financeira. No momento da emissão de uma ordem de pagamento, devem ser 
informados os seguintes dados: CPF ou CNPJ, nome e número do 
documento de identidade do beneficiário.
Pode ser emitida por meio eletrônico ou por cheque de agência 
bancária (Cheque Ordem de Pagamento). 
Trata-se de forma de transferência de recursos solicitada pelos 
beneficiários para reduzir o risco, por envolver uma instituição 
financeira, responsável pelo seu pagamento. 
CENTRALIZADORA DA COMPENSAÇÃO DE CHEQUES
Valor-limite R$ 299,99
Prazos máximos de bloqueio para cheque depositado, em função do valor 
(Contados do dia útil seguinte ao do depósito)
Acima do valor-limite Até o valor-limite
Um dia útil Dois dias úteis
Prazos de entrega de cheque devolvido ao cliente depositante, em função da relação entre 
a praça de depósito e a da dependência de relacionamento do cliente (Contados do fim do 
prazo de bloqueio)
Mesmas praças Praças distintas
Até dois dias úteis Até sete dias úteis
Trata-se de forma 
de transferência de 
recursos solicitada 
pelos beneficiários 
para reduzir o risco, 
por envolver uma 
instituição financeira, 
responsável pelo 
seu pagamento.
24
 Gestão de crédito e mensuração de riscos
Normalmente é emitida para honrar compromissos junto a credores de 
negociações imobiliárias, rescisões trabalhistas e cartorárias. (BRASIL, 2011b).
Título de Capitalização
Diariamente vemos nos meios de comunicação propagandas acerca de 
títulos de capitalização que são vendidos como investimentos. Na verdade, são 
aplicações financeiras com cota única ou mensal, que visam a incentivar os 
investidores a poupar concorrendo a prêmios, permitindo que essas 
cifras sejam administradas por sociedades de capitalização. Estamos 
falando de uma modalidade de investimento com rendimento inferior à 
poupança, acrescida ainda do pagamento de taxa administrativa. 
Ou seja, não é a melhor alternativa existente para poupar dinheiro, 
porém atrai consumidores com a possibilidade de ser contemplados 
em sorteio, geralmente com um prêmio de valor expressivo.
Para SUSEP (BRASIL, 2011c), trata-se de um investimento que 
assegura ao aplicador o direito a concorrer a sorteios de prêmios 
em dinheiro. Pode recuperar parte do valor aplicado após o período de vigência 
do título ou antes, observado o período de carência, seguindo as seguintes 
terminologias:
• Subscritor: Cliente que subscreve a proposta de compra do título 
comprometendo-se a efetuar o pagamento conforme previsto.
• Titular: Proprietário do título de capitalização, que pode ser o próprio 
subscritor ou um presenteado indicado por ele, a quem serão pagos os 
benefícios garantidos pelo título.
• Sociedade de Capitalização: Instituição emitente do título de capitalização. 
• Capital nominal: Valor que o investidor resgata no final do plano, após a 
incidência de correção e juros.
• Sorteios: Prática de escolha de números, aleatoriamente, por método 
predeterminado (podem ser semanais, mensais, etc.). Alguns se baseiam em 
resultados de jogos, como as loterias; outros se utilizam de sorteios próprios, 
ou ainda mesclando os dois.
Ou seja, não é a 
melhor alternativa 
existente para 
poupar dinheiro, 
porém atrai 
consumidores com a 
possibilidadede ser 
contemplados em 
sorteio, geralmente 
com um prêmio de 
valor expressivo.
25
Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de 
Crédito
 Capítulo 1 
• Provisão para sorteio: É a parcela da prestação que irá compor o prêmio 
dos sorteados. De acordo com a SUSEP, a parcela de arrecadação destinada a 
sorteio de prêmios tem que ser menor do que 25% do custo total.
• Provisão matemática: É a parcela da prestação que vai compor a poupança 
do investidor que, normalmente, é corrigida pela TR mais juros de 0,5% a.m 
no máximo.
• Prêmio: Valor que o investidor paga pelo título. O pagamento poderá 
ocorrer de uma só vez (plano único - PU) ou em parcelas mensais (plano 
mensal - PM). Os valores dos pagamentos serão atualizados, anualmente, 
com base na variação do IGP-M, referente ao período de 12 meses. No 
caso da extinção do índice de atualização, será utilizado o definido pelo 
Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP. É possível, ainda, que 
depois do último pagamento, o plano ainda continue em vigor, pois o prazo 
de vigência pode ser maior do que o prazo de pagamento estipulado na 
proposta.
• Prazo de pagamento: Período durante o qual o investidor (subscritor) 
compromete-se a efetuar os pagamentos que, em geral, são mensais e 
sucessivos (PM). Outra modalidade existente é o título de Pagamento Único 
(PU). Não podem existir planos com prazo inferior a um ano.
• Prazo de vigência: Período em que o título de capitalização será administrado 
pela Sociedade de Capitalização, sendo o capital atualizado monetariamente 
pela TR e capitalizado pela taxa de juros informada nas Condições Gerais, 
lembrando que esse período deve ser igual ou superior ao período de 
pagamento.
• Taxa de carregamento: Parte da prestação destinada a cobrir as despesas e 
o lucro da instituição (taxa de administração).
• Carência para resgates: Não pode ser superior a 24 meses. Para títulos 
cujo prazo de pagamento seja inferior a 48 meses, a carência cai para 12 
meses, no máximo. Após este período, o investidor pode resgatar a reserva 
matemática existente – denominada Provisão de Capitalização ou Saldo de 
Capitalização Garantido – descontado o percentual da penalidade imposta 
pela Sociedade de Capitalização, que poderá ser de até 10%.
• Tributação: No pagamento dos valores de premiação, incide alíquota de IR, 
conforme tabela em vigor. Somente as entidades imunes não terão retenção 
do IR na fonte. Em caso de resgate antecipado ou resgate final, a alíquota é 
de 20% e incide sobre diferença positiva entre o valor resgatado e o total das 
mensalidades pagas.
26
 Gestão de crédito e mensuração de riscos
A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) é o órgão 
responsável pelo controle e fiscalização do mercado de seguros, 
previdência privada aberta e capitalização. Consulte o site: http://
www.susep.gov.br/menuatendimento/informacoes_basicas_
capitalizacao onde são respondidas as perguntas mais frequentes 
acerca de títulos de capitalização.
Empréstimos e Financiamentos
Como órgão regulador, o BC (BRASIL, 2011a) divide as operações domésticas 
em três categorias: empréstimos, títulos descontados e financiamentos. Além 
delas, as instituições financeiras podem praticar as operações de prestação de 
garantia e de crédito internacional. 
Todos os produtos de aplicação existentes no sistema financeiro 
devem enquadrar-se em uma dessas categorias (empréstimos, títulos 
descontados e financiamentos). 
Vamos conhecê-las, começando com os Empréstimos.
a) Empréstimos
São operações realizadas sem destinação específica ou vínculo 
à comprovação da aplicação dos recursos. São exemplos os empréstimos para 
capital de giro, os empréstimos pessoais e os adiantamentos a depositantes. 
(BRASIL, 2011a)
O tipo mais comum de empréstimo para pessoas jurídicas é o 
destinado à composição do capital de giro. 
Por se tratar de empréstimo, o crédito não estará associado 
a um orçamento específico, mas sua aplicação deve ser feita 
obrigatoriamente nas atividades da empresa.
Todos os produtos 
de aplicação 
existentes no 
sistema financeiro 
devem enquadrar-
se em uma 
dessas categorias 
(empréstimos, títulos 
descontados e 
financiamentos).
O tipo mais comum 
de empréstimo para 
pessoas jurídicas 
é o destinado à 
composição do 
capital de giro.
http://www.susep.gov.br/menuatendimento/informacoes_basicas_capitalizacao
http://www.susep.gov.br/menuatendimento/informacoes_basicas_capitalizacao
http://www.susep.gov.br/menuatendimento/informacoes_basicas_capitalizacao
27
Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de 
Crédito
 Capítulo 1 
b) Títulos descontados
Títulos descontados são as operações realizadas com a 
finalidade de antecipar ao cliente o valor de um título, deduzidos os 
juros, impostos e taxas incidentes. Esses títulos podem ser cheques 
pré-datados (que legalmente não existem), notas promissórias ou 
duplicatas.
Para Tax Contabilidade (2011), o desconto de títulos é 
caracterizado por ser uma operação financeira de curto prazo, na qual 
a empresa obtém recursos financeiros perante bancos ou entidades 
assemelhadas a serem utilizados em suas atividades operacionais. Para sua 
efetivação, é preciso realizar vendas a prazo, obtendo, assim, esses títulos. A 
instituição financeira compra à vista esses títulos, repassando no ato as despesas 
financeiras, IOF e os juros a que tem direito pelo período entre a data do desconto 
e a data do vencimento dos títulos e repassa a diferença à empresa tomadora 
dos recursos. No vencimento do título, quando este for liquidado, a instituição 
financeira fica com o valor pago pelo título. Caso não ocorra o pagamento no 
prazo acordado, dois ou três dias após, a instituição debita o valor na conta do 
cliente que o descontou e devolve o título para o cliente.
c) Financiamentos
Para o Banco Central (BRASIL, 2011a), financiamentos são 
as operações realizadas com destinação específica, vinculadas 
à comprovação da aplicação dos recursos. São exemplos os 
financiamentos de parques industriais, máquinas e equipamentos, 
bens de consumo durável, rurais e imobiliários.
Normalmente são operações de longo prazo nas quais se 
faz necessária a declaração da finalidade do crédito e a realização 
do orçamento de aplicação, para que a instituição financeira possa 
comprovar a aplicação dos recursos e acompanhar a operação até sua liquidação. 
Essa comprovação torna-se ainda mais necessária quando nos casos em que os 
recursos para o pagamento dos valores financiados forem gerados pelo próprio 
bem financiado.
Conforme Ribeiro (2009), as instituições financeiras captadoras de depósito 
à vista integram o Sistema Financeiro Nacional e são autorizadas pelo Banco 
Central do Brasil a captar depósitos financeiros à vista. São elas:
Títulos descontados 
são as operações 
realizadas com 
a finalidade de 
antecipar ao cliente 
o valor de um título, 
deduzidos 
os juros, impostos e 
taxas incidentes.
Financiamentos são 
as operações 
realizadas com 
destinação 
específica, 
vinculadas à 
comprovação da 
aplicação dos 
recursos.
28
 Gestão de crédito e mensuração de riscos
• Bancos múltiplos com carteira comercial.
• Bancos comerciais.
• Caixa Econômica Federal e
• Cooperativas de crédito.
O Banco Central do Brasil (BACEN) é o órgão responsável por cumprir e 
fiscalizar, no País, as disposições e normas expedidas pelo Conselho Monetário 
Nacional (CMN), que regulam o funcionamento do Sistema Financeiro Nacional 
(SFN). Este, por sua vez, é formado pelo conjunto de instituições financeiras que 
operam a intermediação financeira entre poupadores e investidores, gerando a 
política e a instrumentação econômico-financeira do Brasil. (RIBEIRO, 2009).
Parte integrante desse ambiente é o sistema de crédito nacional, que 
é regulamentado e controlado pela União através do BACEN e que tem como 
atribuições:
• Controlar o crédito.
• Fiscalizar as instituições financeiras.
• Autorizar o funcionamentoe operação das instituições financeiras.
Os mecanismos de transmissão de política monetária são 
representados por estruturas lógicas que permitem interpretar os 
caminhos pelos quais as decisões de política exercem influência sobre 
o nível de preços, de consumo, de investimentos e de produto. O crédito, 
particularmente o empréstimo bancário, representa um dos canais 
pelo qual a política monetária pode ser transmitida. Fundamentado 
na suposição da existência de assimetria de informações no mercado 
financeiro, o canal do crédito procura compreender a relação que se 
estabelece entre a política monetária e as condições em que o crédito 
é negociado e ofertado. Busca, ainda, identificar os possíveis efeitos 
que alterações na política monetária promovem sobre o mercado 
de crédito e, consequentemente, sobre a atividade econômica real. 
(DENARDIN; BALBINOTTO NETO, 2011).
As empresas estão incluídas em complexos mecanismos de funcionamento 
que se denominam mercados e, dentre eles, os mercados financeiros. Estes 
mercados podem ser distribuídos em quatro grandes grupos.
Os Mercados Financeiros
Fazem parte do mercado financeiro: mercado monetário, de crédito, de 
capitais e cambial. Vamos conhecer um pouco sobre cada um deles?
Os mecanismos 
de transmissão de 
política monetária 
são representados 
por estruturas 
lógicas que 
permitem interpretar 
os caminhos pelos 
quais as decisões 
de política exercem 
influência sobre o 
nível de preços, 
de consumo, de 
investimentos e de 
produto.
29
Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de 
Crédito
 Capítulo 1 
a) Mercado monetário
Para Gitman (1997), trata-se do mercado de curto e curtíssimo 
prazo, caracterizado pelas políticas de controle da oferta da moeda 
e das taxas de juros que garantem sua liquidez. Nesse mercado, os 
papéis mais negociados são aqueles emitidos pelo Banco Central 
do Brasil, usados para a execução da política monetária do Governo 
Federal, e pelo Tesouro Nacional, para financiar o déficit público. Além 
desses papéis, também são negociados os CDIs - Certificados de 
Depósitos Interfinanceiros (somente entre instituições financeiras), os títulos de 
emissão privada, como o CDB (Certificado de Depósito Bancário) e as debêntures.
Para Fortuna (2002), quem executa e controla este mercado é o Banco 
Central através dos seguintes instrumentos:
• Depósito compulsório - regula o multiplicador bancário através de reserva 
obrigatória de recolhimento de depósitos e recursos de terceiros determinado 
pelo CMN através de percentuais;
• Redesconto ou empréstimo de liquidez - é o socorro que o Banco Central 
fornece à rede bancária para atender às necessidades de caixa;
• Mercado Aberto (Open Market) - instrumento de política monetária pelo qual 
o BC pode regular o fluxo de recursos de mercado através de operações de 
mercado aberto;
• Controle e seleção de crédito – dado através do controle de volume e 
destino do crédito, controle das taxas de juros, fixação de limites e condições 
de crédito.
b) Mercado de crédito
Mercado que tem como objetivo suprir as necessidades de recursos da 
economia por meio dos agentes econômicos que conectam poupadores e 
tomadores. Neste mercado se destacam os bancos comerciais e múltiplos. 
(GITMAN, 1997).
c) Mercado de capitais
Mercado predominantemente de longo prazo, que ocorre na Bolsa de Valores. 
Divide-se em primário (operações realizadas pela primeira vez) e secundário 
Caracterizado pelas 
políticas de controle 
da oferta da moeda 
e das taxas de juros 
que garantem sua 
liquidez.
30
 Gestão de crédito e mensuração de riscos
(realizadas nas demais oportunidades). Essas operações também podem ser 
realizadas por instituições financeiras e seus recursos podem ser destinados tanto 
para o giro quanto para o permanente das empresas. (GITMAN, 1997).
d) Mercado cambial
Envolve a contrapartida do mercado internacional, incluindo diversos tipos 
de agentes econômicos, tais como: importadores e exportadores, investidores e 
instituições financeiras. (GITMAN, 1997).
Consulte a norma que altera e consolida a regulamentação 
relativa ao fornecimento ao Banco Central do Brasil de informações 
sobre operações de crédito.
https://www3.bcb.gov.br/normativo/detalharNormativo.
do?N=108121813&method=detalharNormativo
Atividade de Estudos: 
1) Com base no que estudamos, responda qual o mercado que 
opera em curto prazo destinando os recursos captados ao 
financiamento de consumo para pessoas físicas e capital de giro 
para pessoas jurídicas, através de intermediários financeiros 
bancários.
 a) ( ) de crédito
 b) ( ) de capitais
 c) ( ) de câmbio 
 d) ( ) de ações 
 e) ( ) monetário
As Cooperativas de Crédito
Em 31 de dezembro de 1964, após a promulgação da Lei Federal nº 4.595, 
seguida da criação do Banco Central do Brasil, as cooperativas de crédito 
começaram a fazer parte do organograma do Sistema Financeiro Nacional, 
passando a figurar como instituições financeiras, conforme Art. 17 da Lei 
supracitada.
31
Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de 
Crédito
 Capítulo 1 
Art. 17. Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos 
da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas ou 
privadas, que tenham como atividade principal ou acessória 
a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros 
próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, 
e a custódia de valor de propriedade de terceiros. (BRASIL, 
1964).
As cooperativas de crédito são vistas como instituições financeiras 
constituídas sob forma de sociedade cooperativa. (BRASIL, 2011a).
Sua atividade principal é caracterizada pela prestação aos 
associados de serviços financeiros, tais como concessão de 
crédito, conta corrente, compensação de cheques, de serviços de 
cobrança, custódia de cheques, dentre outros na forma de convênios 
estabelecidos com instituições financeiras (Bancos). (BRASIL, 2011a).
Segundo Gitman (1997), os mercados financeiros vêm oferecer um foro onde 
os fornecedores de fundos, os tomadores de empréstimos e os investidores podem 
negociar diretamente e os empréstimos e investimentos das instituições (bancos) 
são feitos sem o conhecimento direto dos financiadores dos fundos (poupadores), 
diferentemente do mercado financeiro, onde os fornecedores sabem onde seus 
fundos estão sendo aplicados. 
Isso não ocorre nas cooperativas de crédito, em que os recursos captados 
são repassados na própria região e os cooperados tem informações sobre a 
destinação dos recursos que entregaram à instituição.
Conforme a Lei Federal nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971, em seu Art.6º, as 
sociedades cooperativas são classificadas em: cooperativas singulares, cooperativas 
centrais ou federações de cooperativas e confederações de cooperativas. 
As singulares são constituídas pelo número mínimo de vinte pessoas físicas, 
como exposto no Art. 6º, inciso I da referida lei, e prestam serviços diretamente 
aos associados, conforme informado no Art.7º. Em raros casos, admitem-se 
pessoas jurídicas desde que as atividades econômicas sejam as mesmas das 
pessoas físicas ou sem fins lucrativos (Art. 6º).
Ainda nessa lei, o mesmo Art. 6º, no inciso II, informa que as cooperativas 
centrais também denominadas federações de cooperativas são formadas por um 
mínimo de três cooperativas singulares. Assim como as singulares, apresentam 
exceções, pois excepcionalmente pode admitir associados individuais, 
porém vedada às centrais e federações que exerçam atividades de crédito. 
Complementando, saltando para o Art. 8º, encontraremos a informação de que 
As cooperativas de 
crédito são vistas 
como instituições 
financeiras 
constituídas sob 
forma de sociedade 
cooperativa.
32
 Gestão de crédito e mensuração de riscos
essas instituições objetivam organizar, em comum e em maior escala, os serviços 
econômicos e assistenciais de interesse das filiadas, integrando e orientando 
suas atividades,além de facilitar a utilização recíproca dos serviços.
Seguindo o Art. 6º, citado no parágrafo anterior, temos ainda que as 
confederações de cooperativas serão entidades constituídas por um mínimo de 
três federações de cooperativas ou cooperativas centrais. E o Art. 9º da mesma 
lei informa que essas confederações objetivam orientar e coordenar as atividades 
das filiadas.
Atividade de Estudos: 
1) Acerca das atividades das cooperativas de crédito, analise as 
seguintes sentenças julgando-as Falsas (F) ou Verdadeiras (V):
( ) Atuam exclusivamente no setor rural.
( ) Buscam recursos junto a associados e realizam repasses e 
refinanciamentos de outras entidades financeiras.
( ) Retém os lucros auferidos com suas operações.
( ) Concede crédito a associados e ao público em geral.
( ) Realizam a captação dos recursos por meio de depósitos à vista 
e a prazo somente de seus associados. 
( ) Captam recursos por meio de depósitos à vista de entidades de 
previdência complementar
( ) Administram recursos de sociedades seguradoras. 
Saiba Mais: Os governos no mundo inteiro atuam no mercado de 
crédito com o objetivo de regulação, execução da política monetária 
e financiamento do déficit público e direcionamento do crédito. No 
Brasil, o BNDES é um Banco público que se destaca por financiar 
compras de máquinas e equipamentos produzidos domesticamente.
Algumas Considerações
Enfim, as cooperativas de crédito visam a criar meios que possibilitem que 
seus associados tenham acesso ao crédito e a outros produtos financeiros, 
fomentando a disciplina para a poupança e concedendo empréstimos a juros 
33
Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de 
Crédito
 Capítulo 1 
menores do que os praticados pelos outros agentes do mercado financeiro. Trata-
se de uma instituição financeira reconhecida pelo Banco Central que pode ser 
dirigida e controlada pelos próprios associados, retendo e aplicando os recursos 
de poupança e renda na própria localidade em que opera, o que vem a contribuir 
para o desenvolvimento local. 
As Cooperativas de Crédito executam operações bancárias de 
pequeno porte com menor custo operacional em relação aos bancos.
Podemos acrescentar, ainda, a possibilidade dos associados se 
beneficiarem da distribuição de sobras ou excedentes. Destacamos, 
então, como principais produtos e serviços oferecidos por essas 
instituições: empréstimos pessoais, financiamentos de bens, conta 
corrente, poupança, recebimentos de contas, débitos em conta, aplicações 
financeiras, cartões de crédito, seguros e capitalização.
Para concluir este capítulo, lembramos que os produtos bancários são os 
produtos que a instituição tem à disposição dos seus clientes, sejam pessoas físicas, 
sejam jurídicas, sejam ONGs ou sejam órgãos públicos, captando recursos (dinheiro) 
e repassando aos tomadores. Quanto aos serviços bancários, podemos dizer que se 
tratam de uma prestação que a instituição realiza aos clientes. Dentro desse contexto, 
encontramos o fator risco, que precisa ser mensurado e avaliado em quaisquer 
atividades que venham os bancos ou as cooperativas realizar aos seus clientes. No 
capítulo 2 vamos tratar do risco nas instituições financeiras.
Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
BRASIL. Banco Central. Instituições financeiras captadoras de depósito à 
vista. Disponível em: <www.bc.gov.br>. Acesso em: 06 set. 2011a.
______. Banco do Brasil. Sistema de Pagamentos Brasileiro. Disponível em: 
<www.bb.com.br>. Acesso em: 10 set. 2011b.
______. SUSEP. Principais Dúvidas sobre Capitalização. Disponível em: 
<www.susep.gov.br>. Acesso em: 08 set. 2011c.
______. Lei nº 4.595, de 31 de Dezembro de 1964. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4595.htm>. Acesso em: 01 set. 2011.
As Cooperativas de 
Crédito executam 
operações bancárias 
de pequeno porte 
com menor custo 
operacional em 
relação aos bancos.
34
 Gestão de crédito e mensuração de riscos
______. Lei nº 5.764, de 16 de Dezembro de 1971. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5764.htm>. Acesso em: 01 set. 2011.
DENARDIN, Anderson Antonio; BALBINOTTO NETO, Giacomo. Uma análise 
comparativa das variáveis de crédito para o período pré e pós a adoção do 
projeto juros e spread bancário no Brasil. Revista Economia: ANPEC, Brasilia, v. 
12, n. 3, jul. a set. 1992. 
FEBRABAN. Informações sobre o uso de cheques: Sistema de compensação 
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FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro: produtos e serviços. 12. ed. Rio de 
Janeiro: Qualitymark, 1999.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 7. ed. São 
Paulo: Harbra, 1997.
MONTEIRO, Celso. Investimentos/Fundos: Como funciona a caderneta de 
poupança. Disponível em: <http://www.igf.com.br/aprende/dicas/dicasResp.
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Léo Cristiano Editorial, 1987.
CAPÍTULO 2
O Risco nas Instituições Financeiras
A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Integrar-se no contexto de crédito das instituições financeiras.
� Atuar nas áreas de crédito e de operações com visão sistêmica do processo de crédito. 
� Conceituar os principais fatores de análise de investimentos, bem como os 
riscos das instituições financeiras.
� Analisar a relação existente entre risco e retorno.
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 Gestão de crédito e mensuração de riscos
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O Risco nas Instituições Financeiras Capítulo 2 
Contextualização
Um problema bastante corriqueiro enfrentado pelas instituições financeiras 
é avaliar o risco de crédito com a máxima eficiência possível. Embora a análise 
tradicional (fundamentada em índices financeiros), continue sendo utilizada para 
prever as situações financeiras difíceis, algumas instituições financeiras no intuito 
de se aproximar da prática internacional têm voltado seus esforços para a criação 
de sofisticadas metodologias para mensurar e classificar o risco, como uma forma 
de nivelar o potencial de perda de crédito. 
Imagine que você, caro(a) pós-graduando(a), no retorno para casa, resolva 
aproveitar e passar na padaria para comprar pão para o jantar. Após fazer o 
pedido, percebe que esqueceu sua carteira em casa. Provavelmente isso não 
será um problema de difícil solução. Você conhece o dono e é conhecido por 
ele. Entre vocês já se desenvolveu um clima de confiança e ele tem segurança 
suficiente de que receberá o valor da compra em outro dia.
Vamos imaginar agora outra situação. Você está andando pela cidade 
e passa em frente a uma nova loja de equipamentos eletrônicos. Acaba se 
interessando por um televisor de última geração e procura o dono da loja com 
a intenção de comprá-lo. Negocia preço e prazo para o pagamento, tentando 
ajustar as prestações dentro do seu orçamento. É bem provável que o negócio 
seja concluído. Você conhece o fabricante e confia que o equipamento atenda 
ao que espera. Nesse caso, a recíproca não será verdadeira, pois o dono do 
estabelecimento ainda não o conhece. Isso não será motivo para queo negócio 
não seja realizado. O lojista certamente vai buscar seus dados cadastrais, 
obtendo informações complementares, para ter a certeza de que você cumprirá o 
compromisso que pretende assumir.
Observe que situações semelhantes provocaram diferentes procedimentos. 
Em ambos os casos, podemos perceber que a linha do negócio foi a confiança, ou 
seja, houve uma relação de confiança entre as partes.
Quando você e o dono da loja estavam negociando, certamente ele 
solicitou uma série de documentos para formar um conceito a respeito de sua 
pessoa (inclusive avaliando o caráter) e para analisar sua capacidade de honrar 
as prestações assumidas no valor e no prazo negociado. Verificou, ainda, se 
o negócio proposto estava de acordo com as normas da loja, inclusive quanto 
aos acréscimos correspondentes aos juros para venda a prazo. Você assinou o 
contrato de compra ou notas promissórias ou, ainda, emitiu cheques nos valores 
das parcelas. Nesse momento, a loja estava operando crédito.
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 Gestão de crédito e mensuração de riscos
Com as informações que foram prestadas por você ou retiradas de seu 
documento, a loja confeccionou seu cadastro que, além de auxiliar a decisão da 
venda a crédito, será útil para a loja em momentos futuros.
Este exemplo nos permite perceber elementos fundamentais para que se 
opere crédito, inclusive no sistema financeiro, e que serão detalhados ao longo 
do capítulo:
• Para obter crédito é preciso ter políticas, normas. No exemplo dado, as 
normas da loja.
• Para conceder crédito é preciso ter informações. É por isso que a loja 
confeccionou seu cadastro, pedindo todos aqueles dados e que você os 
comprovasse, consultou fontes de referências, órgãos de proteção ao crédito, 
etc.
• O crédito se realiza em um compromisso que se oficializa em um documento 
escrito. No exemplo, os cheques, as notas promissórias ou o contrato.
• O crédito não se encerra no momento em que se concretiza. Ele precisa ser 
gerenciado e, se necessário, cobrado.
Em finanças, crédito é um instrumento de política financeira a ser utilizado 
por uma empresa comercial, de prestação de serviços ou industrial, na venda a 
prazo de seus produtos, serviço ou na concessão de empréstimo, financiamento 
ou na prestação de garantia. (GITMAN, 1997).
Para Schrickel (2000) crédito é um ato de vontade ou disposição de 
alguém para ceder, por determinado tempo, parte do seu patrimônio a 
um terceiro, com a expectativa de que esta parcela lhe seja devolvida 
integralmente, depois de decorrido o tempo estipulado.
Trazendo, então, esses conceitos para dentro do ambiente financeiro, para 
os bancos e as cooperativas de crédito, veremos que: 
O crédito consiste em colocar determinado valor à disposição do 
cliente mediante a promessa de pagamento em uma data futura, por 
um valor previamente tratado.
Em todos os conceitos que podemos encontrar acerca do 
crédito, há sempre a entrega de algo no presente para pagamento ou 
devolução no futuro. No caso dos bancos e cooperativas de crédito, 
acontece a entrega de um valor monetário para devolução em data 
futura prevista. 
O crédito consiste 
em colocar 
determinado valor 
à disposição do 
cliente mediante 
a promessa de 
pagamento em uma 
data futura, por um 
valor previamente 
tratado.
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O Risco nas Instituições Financeiras Capítulo 2 
Quanto maior for a distância no tempo entre a concessão do 
crédito e o pagamento do valor emprestado, maior será o risco.
Conforme Assaf Neto (2003), o conceito de risco pode ser 
entendido de várias maneiras. Nessa abrangência do entendimento, 
a avaliação de uma organização delimita-se aos componentes de 
seu risco total (econômico e financeiro). As principais causas do risco 
econômico são de natureza conjuntural, de mercado ou do próprio planejamento 
e da gestão da organização. Já o risco financeiro está diretamente relacionado ao 
endividamento do tomador e com sua capacidade de pagamento. 
Voltaremos a tratar do risco mais tarde. Por ora, vamos apenas 
frisar que o crédito vai envolver valores e prazos, sempre associados 
a um nível de risco. Não existe crédito sem risco. 
O risco nunca poderá ser eliminado, o que pode ser feito é procurar minimizá-
lo por meio de uma análise segura do negócio e pelo conhecimento que devemos 
ter a respeito dos nossos tomadores de crédito, quantificando e estabelecendo o 
seu preço. (ASSAF NETO, 2003).
Análise de Crédito
Acabamos de ter o entendimento de que crédito se resume em dispor 
determinado valor para um cliente mediante a promessa de pagamento em data 
futura e que as partes envolvidas no processo devem conhecer-se o bastante 
para que exista um clima de confiança.
Por ter a intermediação financeira como principal atividade, o 
crédito tem grande relevância nas instituições financeiras. Consiste 
em colocar recursos nas mãos dos clientes, mediante uma promessa 
de pagamento futuro, da qual se espera retorno que compense o risco 
assumido. Esse risco é característico da própria atividade bancária. 
(SILVA, 2003).
Segundo Gitman (1997), o risco pode ser definido como possibilidade de perda 
ou como a variabilidade de retornos esperados. O processo de gerenciamento de 
risco de crédito em instituições financeiras vem sendo criteriosamente revisado 
nos últimos tempos. Nesse contexto, inúmeras técnicas de mensuração de risco 
de crédito e de tomadores têm sido desenvolvidas e implementadas por grandes 
corporações.
Quanto maior for a 
distância no tempo 
entre a concessão 
do crédito e o 
pagamento do valor 
emprestado, maior 
será o risco.
Não existe 
crédito sem risco.
O risco pode ser 
definido como 
possibilidade de 
perda ou como a 
variabilidade de 
retornos esperados.
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 Gestão de crédito e mensuração de riscos
Os bancos e cooperativas são instituições com reconhecida tradição e solidez, 
por isso, não é difícil para o cliente confiar nelas. Já seus clientes são incontáveis, 
de todas as idades e pertencentes a todos os níveis sociais e econômicos. Assim, 
não se pode pretender que os bancos e cooperativas de crédito confiem nos 
clientes da mesma forma que os clientes acreditam nas instituições. Para que se 
estabeleçam relações de crédito entre essas partes, é necessário que o clima de 
confiança seja instalado. Para isso, as instituições de crédito precisam conhecer 
bem o cliente, a ponto de estarem dispostas a entregar-lhe seus recursos 
financeiros para devolução futura.
Muitas são as maneiras de se conhecer alguém. Uma delas é o convívio 
constante e duradouro. Porém para se instalar o clima de confiança em 
casos como esse é necessário um tempo de que não dispomos se quisermos 
ser ágeis num mercado altamente competitivo. Por isso, é necessário o 
desenvolvimento de técnicas para antecipar o conhecimento que devemos ter 
a respeito de nossos clientes. Ao conjunto formado por essas técnicas, que se 
somam e se completam, damos o nome de Análise de Crédito. (SCHRICKEL, 
2000). 
Essa forma de análise torna as decisões de confiança mais técnicas. Assim, 
ainda que o elemento humano continue desempenhando o seu importante papel, 
a sensibilidade do analista insere-se no processo como um complemento que, 
aliado à análise técnica, vem a dar embasamento à declaração do conceito e à 
decisão sobre conceder ou não o crédito ao cliente. (GEVERT, 2009).
Essas técnicas baseiam-se no que chamamos de os Cs do crédito. Dessa 
forma, podemos observar o cliente sob vários pontos de vista, cada um com 
a capacidade de avaliar determinados aspectos, de modo que a união deles 
permita avaliação mais segura e que oriente a decisão sobre concessão de 
crédito.
A gestão do risco de crédito tem sido uma preocupação constante das 
instituições financeiras e, segundo Crouhy, Galai e Mark (2004), no setor 
bancário, o risco clássico é o risco de crédito, por nem sempre dispor de controle 
operacional adequado, o que tem gerado retorno de má qualidade e até mesmo 
ações judiciais dispendiosas.
Os principaisCs do Crédito são:
• Caráter.
• Capacidade.
• Condições.
• Capital.
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O Risco nas Instituições Financeiras Capítulo 2 
• Conglomerado.
• Colateral.
Entre os autores que tratam do assunto, não há um consenso de quanto cês 
podemos encontrar no crédito, porém todos citam os quatro primeiros (caráter, 
capacidade, condições e capital), compondo a base em que se apoia a análise. 
Os demais são discutidos para reforçar a convicção sobre a concessão de crédito. 
Assim, a esses quatro vamos acrescentar mais dois: conglomerado e colateral.
Todos esses elementos, com seus pesos específicos, são ingredientes 
importantes na balança da análise. Vamos conhecer cada um deles.
a) Caráter
O caráter se reporta à intenção de pagar. Está ligado diretamente 
à honestidade e à idoneidade. Diz respeito à intenção do cliente em 
cumprir a promessa de pagamento que lhe foi confiada. É a disposição 
do indivíduo de pagar o empréstimo na data do vencimento e nas 
condições negociadas. Essa disposição varia de pessoa para pessoa. 
Um devedor pode chegar a se desfazer do seu patrimônio para honrar 
seus compromissos, enquanto outros podem não se dispor a fazer 
o mínimo esforço. Analisar o caráter do cliente deve ser o primeiro 
passo. (SILVA, 2003)
Mas como fazer isso? Estamos tratando do primeiro item a ser colocado na 
balança e que interfere em todos os outros. Como vimos, diz respeito à intenção 
do cliente em cumprir promessas de pagar o valor que lhe foi confiado. Enquanto 
os demais Cs tratam do poder pagar, o Caráter diz respeito a querer pagar. 
(PORTELA, 2006).
Por outro lado, a inexistência de registros desabonadores nem sempre 
é suficiente para concluirmos pelo caráter do cliente, pois ele pode ter 
regularizado momentaneamente sua situação apenas para encobrir sua 
intenção de não pagar. Por isso, como dissemos, devemos levantar o histórico 
do cliente, na instituição e na praça. Longo histórico de anotações restritivas, 
mesmo que baixadas, deve ser tratada como um sinal de alerta. (PORTELA, 
2006).
O caráter se 
reporta à intenção 
de pagar. Está 
ligado diretamente 
à honestidade e 
à idoneidade. Diz 
respeito à intenção 
do cliente em 
cumprir a promessa 
de pagamento que 
lhe foi confiada.
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 Gestão de crédito e mensuração de riscos
b) Capacidade
A capacidade refere-se à habilidade, à competência empresarial do 
indivíduo ou do grupo de indivíduos e ao potencial de produção, administração e 
comercialização da empresa. (SILVA, 2003).
O cliente passou pelo crivo do caráter. E agora?
Vamos voltar à padaria onde você comprou o pão no início do capítulo. O 
dono sabe que sua capacidade para gerar recursos está bastante acima dos 
valores envolvidos na compra e que só não voltaria para pagar se fosse desonesto. 
Porém seu histórico no estabelecimento dá ao comerciante a convicção de seu 
bom caráter.
O procedimento do dono da loja onde você foi comprar o televisor, pagando a 
prazo, não pôde ser o mesmo. Os valores envolvidos não permitiram a realização 
do negócio com base exclusivamente no crédito. Por esse motivo, buscou 
informações para estar convicto de que você teria capacidade para arcar com as 
prestações assumidas.
Para Schrickel (2000, p. 51), “[...] a capacidade de gerar recursos 
para honrar compromissos assumidos está baseada na competência 
do indivíduo em gerar riquezas.” 
Para as pessoas físicas, a análise deve levar em consideração a 
formação, a experiência profissional e o histórico na carreira, dentre 
outros itens que julgar importantes. Já para pessoas jurídicas, além da 
capacidade técnica dos administradores em gerir o negócio, devemos 
considerar o potencial de produção e de comercialização da empresa.
Se o tomador revelar capacidade para administrar sua carreira ou seu negócio 
de forma a ter sucesso, fazendo-o prosperar, pode ser aprovada a sua capacidade 
de quitar os compromissos. Caso não consiga, poderá vir a ser um mau pagador. 
Talvez não por falta de caráter, mas sim por falta de capacidade. Ou seja, pode 
estar disposto a pagar, mas se vê que não terá capacidade. (PORTELA, 2006).
c) Condições
As condições dizem respeito ao micro e macroambiente em que o tomador 
está inserido. No caso das empresas, esse cenário é o ramo de atividade e a 
conjuntura econômica. (SILVA, 2003).
A capacidade de 
gerar recursos 
para honrar 
compromissos 
assumidos está 
baseada na 
competência do 
indivíduo em gerar 
riquezas.
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O Risco nas Instituições Financeiras Capítulo 2 
Podemos, então, elencar alguns fatores que auxiliam a 
identificação das condições que podem ser favoráveis ou não ao 
retorno do crédito concedido: a identificação das tendências setoriais, 
o crescimento e a recessão de mercados relacionados com o ramo de 
atividade da empresa, a sua dependência dos órgãos governamentais 
ou do mercado externo, as informações sobre concorrência no 
setor e políticas econômicas que possam alterar as condições 
de comercialização de produtos ou serviços relacionados à sua 
operacionalização. (GUIMARÃES; CHAVES NETO, 2002).
Vamos rever e levantar novas questões acerca do crédito. O cliente foi 
aprovado nos aspectos caráter e capacidade? E agora? Ele está em condições de 
honrar seus compromissos? As variáveis ambientais (macro ou microeconômicas) 
são favoráveis? Vimos que todo tomador influencia e é influenciado pelo ambiente 
em que está inserido. Vamos agora entender esse ambiente econômico previsto 
nas condições do crédito.
• Macroambiente
Fazem parte do macroambiente as variáveis econômicas, tais 
como: alteração nas taxas cambiais ou de juros, a carga tributária e a 
taxa de desemprego dentre outras. Também levamos em consideração 
as políticas de segurança ou públicas, as privatizações e estatizações, 
as relações internacionais, no caso de empresas multinacionais e as 
variáveis psicossociais, como moda, nível de alfabetização, hábitos 
culturais e religiosos, etc. (PORTELA, 2006).
Como isso pode impactar as condições do cliente? Tememos, 
na variável econômica, a taxa de desemprego. Ao perderem seus 
postos de trabalho, as pessoas perdem também suas condições de honrar 
compromissos. O comércio, por sua vez, tem suas condições alteradas, pois 
quando as pessoas estão desempregadas deixam de comprar ou se compraram a 
prazo, poderão deixar de pagar por falta de receita. Enfim, os profissionais liberais 
que têm suas condições alteradas pela redução na demanda provocada pela 
retração do mercado. (GEVERT, 2009).
• Microambiente
O microambiente é também conhecido como ambiente operacional e trata 
dos aspectos com os quais o cliente interage diretamente, influenciando e 
sendo influenciado. Fazem parte dele as variáveis de mercado (consumidor 
As condições dizem 
respeito ao micro 
e macroambiente 
em que o tomador 
está inserido. No 
caso das empresas, 
esse cenário é o 
ramo de atividade 
e a conjuntura 
econômica.
Fazem parte do 
macroambiente 
as variáveis 
econômicas, tais 
como: alteração nas 
taxas cambiais ou 
de juros, a carga 
tributária e a taxa de 
desemprego dentre 
outras.
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 Gestão de crédito e mensuração de riscos
e fornecedor), da concorrência e da sazonalidade, entre outras. 
(GEVERT, 2009).
Vejamos, então, um exemplo de como a variável mercado 
fornecedor pode vir a impactar as condições de tomadoras das 
empresas compradoras. Quando se tem certa concentração em 
poucos fornecedores, acaba-se diminuindo o poder de negociação 
do cliente na hora das compras. Além disso, no caso da falência 
ou encerramento de atividade, a empresa compradora poderá ter 
problemas de abastecimento, impactando suas condições.
Mas será que essa fragilidade atinge somente as empresas compradoras? 
A concentração de um produto em poucos fornecedores pode gerar tendência a 
cartelização, impactando nos preços e alterando as condições daqueles que não 
conseguirem proteger-se.
d) Capital
O capital se reporta à situação econômico-financeira da empresa 
noque diz respeito aos seus bens e recursos para saldar seus débitos. 
(SILVA, 2003).
O aspecto capital nas empresas tomadoras de empréstimos 
implica uma análise global (Análise de Balanço e Análise Econômico-
financeira). (SCHRICKEL, 2000).
O cliente passou pela prova do caráter. Tem boa capacidade e as condições 
ambientais são favoráveis. Será que ele dispõe de recursos para honrar os 
compromissos assumidos?
É o que analisamos no C do capital. Vamos verificar a relação existente 
entre seus bens e direitos, de um lado, e as obrigações assumidas, de outro. 
Isso, para podermos analisar sua situação econômica. Já quanto à capacidade 
financeira, verificamos suas receitas em comparação com as despesas. Se 
essas relações forem desfavoráveis, o cliente poderá enfrentar dificuldades 
para conduzir seus negócios, mesmo que tenha bom caráter, demonstre boa 
capacidade administrativa e as condições do ambiente onde ele atua sejam 
favoráveis.
Nos casos de pessoas físicas, podemos verificar a situação patrimonial do 
cliente, comparando os bens de que ele dispõe em relação às suas dívidas. A 
situação financeira é obtida pela comparação entre as receitas (salários) e as 
O microambiente é 
também conhecido 
como ambiente 
operacional e 
trata dos aspectos 
com os quais o 
cliente interage 
diretamente, 
influenciando e 
sendo influenciado.
O capital se 
reporta à situação 
econômico-
financeira da 
empresa no que diz 
respeito aos seus 
bens e recursos para 
saldar seus débitos.
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O Risco nas Instituições Financeiras Capítulo 2 
despesas, tanto da própria atividade que desempenha como da manutenção 
do lar.
Para as pessoas jurídicas, podemos fazer uso de um conjunto de conceitos e 
técnicas de análise das demonstrações financeiras apresentadas pelas empresas 
(balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício, etc.). A análise dos 
demonstrativos contábeis é uma eficiente ferramenta para a decisão de crédito, 
pois fornece informações sobre o seu desempenho e solidez.
e) Conglomerado
Assim como as pessoas se relacionam por diferentes graus de parentesco, 
formando grupos familiares, as empresas podem relacionar-se com as outras, 
formando grupos empresariais, tanto por participação no capital entre elas quanto 
por possuírem dirigentes em comum. Essa relação nem sempre é clara. Muitas 
vezes, empresas relacionadas podem estar em nome de outras pessoas, como 
esposa, filhos ou terceiros o que, mesmo que difícil e complicado, não deve 
impedir a análise conjunta.
Em algumas situações, a empresa não possui dívidas na praça 
e seu cadastro é isento de restrições, porém seus proprietários (sem 
outra fonte de renda), estão comprometidos com dívidas elevadas. A 
questão que o analista deve levantar é: de onde virão os recursos 
para honrar esses compromissos? Pelo aspecto do conglomerado, 
a recomendação é que essas dívidas sejam consideradas como se 
fossem da empresa.
Embora orientado para a análise de pessoas jurídicas, o conceito pode 
estender-se às pessoas físicas que desempenhem mais de uma atividade. Veja o 
caso de um comerciante do ramo do vestuário, por exemplo, que possua também 
uma pequena propriedade rural para produção de legumes.
O negócio agrícola vai bem, mas o cadastro da empresa comercial 
registra muitas restrições e, por isso, não consegue crédito para a atividade. 
Nesse caso, possivelmente o cliente solicite o crédito para custeio da produção 
agrícola com o intuito de desviá-lo para a atividade comercial. Se isso ocorrer, 
certamente o retorno do capital emprestado poderá ser comprometido. Por 
isso, o aspecto conglomerado recomenda que o cliente seja analisado como 
um todo.
A questão que 
o analista deve 
levantar é: de onde 
virão os recursos 
para honrar esses 
compromissos?
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 Gestão de crédito e mensuração de riscos
f) Colateral
Embora não seja um aspecto de análise para quantificar o risco do cliente 
propriamente dito, colateral é uma espécie de compensação para moderar 
eventual nota ruim apurada em algum dos Cs que estudamos, considerados seus 
pesos específicos, a não ser o caráter, que é uma condição determinante.
Trata de garantias que possam ser oferecidas para lastrear 
as operações de crédito. Mesmo não sendo tratado como um fator 
determinante na realização do negócio é uma espécie de segurança 
incremental, que poderá ser útil caso algo ocorra diferente do 
planejado.
Atividade de Estudos: 
Assim, encerramos a abordagem dos quesitos que permitem 
conhecer tecnicamente o cliente. Responda agora às seguintes 
questões:
1) Esses conhecimentos técnicos serão suficientes para quem 
analisa crédito? Justifique sua resposta.
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2) Em outras palavras, quem é o analista de crédito e o que se 
espera dele? 
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Trata de garantias 
que possam 
ser oferecidas 
para lastrear as 
operações de 
crédito.
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O Risco nas Instituições Financeiras Capítulo 2 
3) Que conhecimentos e habilidade são requeridos para o 
desempenho dessa função?
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Finalidade do Crédito
Segundo Portela (2006), a ciência econômica reconhece a 
existência da escassez de recursos. Assim, admite a impossibilidade 
de que os desejos da humanidade sejam satisfeitos, o que faz com 
que os indivíduos (os seus representantes na sociedade) efetuem 
escolhas.
A escassez de recursos financeiros, entretanto, nem sempre é absoluta. 
Nossa capacidade de geração de receitas pode oscilar no tempo. Assim, é 
possível que haja descasamento entre nossas necessidades e nossa capacidade 
financeira de satisfazê-las. É aí que entram os bancos. Vimos, na apresentação 
do curso, que o papel desta instituição é exatamente a intermediação financeira, 
ou seja, exercer a ligação entre as sobras de recursos de algumas pessoas com 
as necessidades de outra, proporcionando o casamento de valores e prazos. 
(PORTELA 2006).
Então, o que leva uma pessoa a solicitar crédito? Alguém pode querer 
comprar um imóvel, um veículo ou um eletrodoméstico e não possuir recursos 
suficientes no momento ou simplesmente complementar o salário enquanto o 
décimo terceiro não vem. Um profissional liberal recém-formado pode precisar 
montar seu consultório ou escritório para começar a ter rendimentos. Ou até um 
profissional mais antigo que necessite de um equipamento mais moderno para 
melhorar a qualidade do seu trabalho. Um agricultor pode precisar de máquina 
ou implemento agrícola para mecanizar sua lavoura ou financiar o plantio da nova 
safra (custeio) ou, ainda, estocar seu produto por um tempo, até que o preço de 
comercialização esteja mais atrativo.
Em casos

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