Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GESTÃO DE CRÉDITO E MENSURAÇÃO DE RISCOS Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS Autor: Adrian Dambrowski CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Dr. Malcon Anderson Tafner Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Prof.ª Hiandra B. Götzinger Montibeller Prof.ª Izilene Conceição Amaro Ewald Prof.ª Jociane Stolf Revisão de Conteúdo: Prof. Luiz Salgado Klaes Revisão Gramatical: Prof.ª Iara de Oliveira Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI 335.62 D156g Dambrowski, Adrian Gestão de crédito e mensuração de riscos / Adrian Dam- browski. Indaial : Uniasselvi, 2012. 117 p. : il. Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7830-547-5 1. Cooperativas de crédito. I. Centro Universitário Leonardo da Vinci II. Núcleo de Ensino a Distância III. Título Copyright © UNIASSELVI 2012 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Adrian Dambrowski Graduado em Administração e mestre em Gestão de Organizações. É funcionário de carreira do Banco do Brasil S.A. e paralelamente atua como docente, tanto no ensino presencial quanto no ensino à distância, nas disciplinas das áreas de finanças e gestão. Publicou: Fundamentos da gestão financeira (2008) e Decisões de financiamentos e análise de investimentos (2008). Sumário APRESENTAÇÃO ......................................................................7 CAPÍTULO 1 Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de Crédito ........................................................9 CAPÍTULO 2 O Risco nas Instituições Financeiras .................................35 CAPÍTULO 3 Cadastro ................................................................................61 CAPÍTULO 4 Análise Financeira de Crédito .............................................93 APRESENTAÇÃO Caro(a) pós-graduando(a): As cooperativas de crédito são instituições que integram o Sistema Financeiro Nacional. Portanto, os profissionais dessas organizações, ao atuarem nos seus postos de trabalho, estão integrando também esse grande sistema. Imagine agora uma sociedade sem esse sistema. As pessoas que teriam que guardar seus recursos financeiros em casa, correndo riscos, ou então teriam que comprar os bens de consumo para estocar. Já àqueles que precisassem desses recursos teriam que procurar alguém com sobra monetária e que estivesse disposto a correr o risco de emprestar. Surgiria ainda outro problema: compatibilizar os prazos. Os poupadores e os tomadores precisariam ajustar as datas de liberação e de pagamento, além do volume dos recursos. É exatamente essa a principal função das instituições financeiras: a intermediação financeira. Trata-se de oferecer condições para a obtenção dos recursos financeiros àqueles que o necessitam, e condições para armazenar e rentabilizar o capital financeiro daqueles que os tem sobrando. A intermediação financeira ocorre em função da confiança que os poupadores (ou aplicadores) têm na instituição financeira, pois crê que esta vai lhe devolver seu capital nas condições que foram negociadas. Ocorre também, pois essas organizações são dotadas de mecanismos que oferecem confiança suficiente de que os tomadores também vão devolver o valor emprestado conforme acordado. Essa confiança, no cenário do Sistema Financeiro, que já vimos que comporta entre seus entes as Cooperativas de Crédito, é denominada de CRÉDITO, e será o objeto de nosso estudo nessa disciplina. A disciplina foi desenvolvida com o propósito de oferecer os conteúdos que cercam o crédito no que tange à operacionalização deste no ambiente das cooperativas de crédito. Você vai notar que existe correlação e cronologia entre os capítulos do caderno. Dedique-se desde o começo, sempre buscando relacionar os conteúdos anteriores ao que você estiver estudando. Este caderno foi desenvolvido para que você tenha condições de desenvolver a aprendizagem individual, ou seja, sem a presença de um professor. Lembro ainda que a aprendizagem individual não significa que você deve estudar sozinho. Formar grupos de estudos traz inúmeras vantagens. Os conteúdos estão constituídos de forma à propiciar o primeiro contato com o tema, e está estruturado em quatro capítulos. O primeiro trata dos produtos e serviços bancários e as cooperativas de crédito em que o acadêmico terá contato com as características e os conceitos dos diversos produtos de captação oferecidos por essas organizações. O segundo capítulo trata dos riscos inerentes às atividades financeiras integrando-o no contexto do crédito. Já o terceiro capítulo, vai lhe orientar nos itens importantes na confecção e gestão do cadastro de seus clientes para minimizar e administrar os riscos apresentados no capítulo anterior. Finalizaremos então com o capítulo quatro, em que você encontrará informações para realizar a análise financeira do crédito, utilizando as informações do cadastro (Cap. 3), para tratar dos riscos inerentes à atividade (Cap. 2), podendo assim ofertar e operar com os produtos e serviços que podem ser oferecidos em sua instituição (Cap. 1). O Autor. CAPÍTULO 1 Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de Crédito A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Reconhecer as características dos diversos produtos de captação. � Conceituar os produtos de captação e aplicação. � Orientar os clientes/cooperados em relação aos produtos e serviços que são ofertados pela instituição. 10 Gestão de crédito e mensuração de riscos 11 Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de Crédito Capítulo 1 Contextualização Percebemos, hoje, que é praticamente indispensável contar com os produtos e serviços prestados pelas instituições financeiras. Afinal, processos que vão desde o recebimento do salário até o pagamento de contas, passando pelos tributos e diversos outros itens, fazem com que as pessoas e as empresas precisem cada vez mais do que as instituições citadas têm a oferecer. Como em qualquer prestação de serviços, é natural que existam regras, procedimentos e características para os produtos ofertados. É desses itens citados, em relação aos produtos e serviços oferecidos pelas instituições financeiras, que vamos tratar neste capítulo. Poupança A caderneta de poupança representa um dos investimentos de maior procura pelas pessoas que têm contas em bancos. Contudo, muitos não sabem como funciona essa modalidade de investimento. Visto a grande procura por esse produto bancário, torna- se importante conhecer a forma como remunera o capital investido para poder avaliar o investimento. Com a extinção da Correção Monetária e do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), o governo criou, em 1991, por meio da Medida Provisória nº 29411, a Taxa Referencial (TR), com o objetivo de permitir o funcionamento do sistema financeiro no contexto criado com a desindexação da economia. (SANDRONI, 2006). Poupança são contas de depósitos remuneradas pela Taxa Referencial (TR), adicionados juros mensais ou trimestrais. Para Assaf Neto (2000), em termos macroeconômicos, por meio de uma baixa ou alta propensão ao consumo, a poupança pode limitar ou expandir o crescimento econômico. As instituições financeiras captam a poupança disponível e a reconduzem ao sistema produtivo da economia mediante oferta de crédito, o que vem a contribuir para a expansão do nível de investimento e oferta de bens e serviços. Assim, a TR surgiu no Plano Collor II com o objetivo de ser o principal índice brasileiro, agindo como uma taxa básica referencial de juros a serem A caderneta de poupança representa um dos investimentos de maior procura pelaspessoas que têm contas em bancos. 12 Gestão de crédito e mensuração de riscos praticados no mês vigente sem refletir a inflação do mês anterior. Essa taxa é definida pelo governo federal como indexadora para os contratos com prazo superior a noventa dias. A TR também é utilizada para corrigir os saldos mensais da caderneta de poupança. Seu cálculo é determinado pelas trinta maiores instituições financeiras do país (enumeradas pelo volume de captação de Certificado e Recibo de Depósito Bancário - CDB/RDB). (PORTAL BRASIL, 2011). A remuneração para esse tipo de operação é regulada pelo Governo Federal e padronizada para todas as instituições financeiras que a executam. A caderneta de poupança é um dos investimentos mais populares do Brasil, sendo disponibilizada por bancos múltiplos, caixas econômicas e sociedades de crédito mobiliário. A popularidade desse tipo de aplicação parte da simplicidade de operação (aplicação e resgate) e do baixo risco que oferece aos investidores. Podemos acrescentar, ainda, que a caderneta de poupança é garantida pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Esse fundo foi criado para proteger o investidor no caso de quebra da instituição financeira onde detêm aplicados os seus recursos, cobrindo até R$ 20 mil por CPF e por instituição financeira. a) Modalidades de Poupança Segundo Monteiro (2011), a caderneta de poupança é um dos investimentos mais tradicionais, conservadores e populares do Brasil. Tradicional porque existe há mais de 140 anos. Conservador porque seus rendimentos não são muito abundantes (porém sem grandes riscos) e popular porque o aporte inicial exigido é baixo (em alguns casos pode ser zero), o que a torna acessível a todos. Vamos conhecer agora os tipos de cadernetas de poupança existentes no sistema financeiro brasileiro. • Tradicional Trata-se de depósito remunerado, sem data para o vencimento, com rendimentos mensais pós-fixados (TR + 0,5% ao mês), exclusivamente para pessoas físicas e jurídicas imunes (ou isentas de imposto de renda), tais como: igrejas, partidos políticos, instituições públicas de ensino e instituições de assistência social ou qualquer outra pessoa jurídica desde que seja classificada como instituição sem fins lucrativos. Para as demais classificações de pessoas A remuneração para esse tipo de operação é regulada pelo Governo Federal e padronizada para todas as instituições financeiras que a executam. 13 Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de Crédito Capítulo 1 jurídicas, as cadernetas de poupança têm rendimentos trimestrais (TR + 1,5% ao trimestre). A abertura dessa modalidade de caderneta de poupança pode ser realizada em qualquer dia do mês, porém se for aberta nos dias 29, 30 e 31 os rendimentos somente terão seu início a partir do primeiro dia do mês subsequente. Desse modo, podemos dizer que a poupança é um ativo que apresenta seus rendimentos conforme a quantidade de dias úteis no mês corrente e a variação da TR no período. A taxa utilizada para auferir os rendimentos da aplicação será sempre aquela do dia do depósito (também denominado data de aniversário). Assim, os valores depositados e mantidos menos de um mês não receberão remuneração qualquer. • Programada Fortuna (1999) explica que na modalidade de poupança programada, o depositante se compromete a depositar determinadas quantias fixas e por prazos predeterminados (12, 18 ou 24 meses) por meio de um contrato. As contas apresentarão taxas e remuneração progressivas, tais como apresentadas no quadro 1: Quadro 1 – Poupança Programada TRIMESTRE REMUNERAÇÃO 1º 6,14% ao ano 2º 6,14% ao ano 3º 6,40% ao ano 4º 6,40% ao ano 5º 6,80% ao ano 6º 6,80% ao ano 7º em diante 7,20% ao ano Fonte: Fortuna (1999). Os rendimentos desta modalidade de aplicação financeira são creditados trimestralmente e ela exige uma carência inicial de seis meses para que se efetue o resgate. Trata-se de um produto financeiro atrelado ainda a um seguro de vida que garante a efetivação dos depósitos programados no contrato em caso de morte do titular. (FORTUNA, 1999). A taxa utilizada para auferir os rendimentos da aplicação será sempre aquela do dia do depósito (também denominado data de aniversário). 14 Gestão de crédito e mensuração de riscos • De rendimentos crescentes Nesta modalidade, o aplicador realiza apenas um depósito. Os rendimentos são creditados trimestralmente e as taxas de juros são crescentes, tais como apresentadas no quadro que segue: Quadro 2 – Poupança de Rendimentos Crescentes TRIMESTRE REMUNERAÇÃO 1º ao 3º 6,14% ao ano 4º ao 8º 7,00% ao ano 9º ao 11º 8,00% ao ano 12º em diante 9,00% ao ano Fonte: Fortuna (1999). O autor acrescenta, ainda, que nesta modalidade não são permitidos resgates parcelados e os depósitos são sempre em múltiplos de 10, lembrando que o rendimento é creditado retroativamente a cada mudança de taxa. • Vinculada O Banco Central fixou o prazo mínimo desta operação em 36 meses com a correção do depósito sendo feita pela TR, acrescida de juros de 6% ao ano, isenta de impostos. É destinada à obtenção de financiamento para aquisição de imóveis residenciais ou comerciais novos ou usados, terrenos, bem como a ampliação, reforma ou construção. Nos contratos entre bancos e poupadores são fixados os valores de depósitos, a forma de correção, a periodicidade e as condições de financiamento. (FORTUNA, 1999). • Rural (Caderneta Verde) É idêntica à caderneta de poupança tradicional. A única diferença é que os recursos captados são destinados ao financiamento de operações rurais. (FORTUNA, 1999). Podemos dizer, então, que a caderneta de poupança é uma boa opção de investimento para todo aquele que deseja ter algum rendimento, evitando que seu dinheiro seja consumido pela inflação, mas tem medo de arriscar seu capital. 15 Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de Crédito Capítulo 1 Atividade de Estudos: 1) Acerca das cadernetas de poupança, analise as seguintes sentenças, julgando-as Falsas (F) ou Verdadeiras (V): ( ) Contam com proteção adicional do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). ( ) Realizadas nos dias 29, 30 e 31 de cada mês terão como data de aniversário o último dia útil do mês seguinte. ( ) De pessoas jurídicas com fins lucrativos sofrem tributação de 22,5% sobre o rendimento nominal. ( ) São permitidas apenas para contribuintes maiores de idade. ( ) São vedadas para pessoas jurídicas imunes à tributação ou sem fins lucrativos. b) Tributação sobre Cadernetas de Poupança Poupanças com saldo superior a R$50 mil começaram a pagar imposto de renda sobre sua rentabilidade desde 2010. Porém, o poupador paga impostos somente sobre o valor que exceder a R$ 50 mil. Ou seja, se uma poupança tiver em depósitos o valor de R$ 60 mil, a tributação incide somente sobre os rendimentos de R$ 10 mil (valor que excede os R$ 50 mil previstos). Vale lembrar, ainda, que as contas de poupança não sofrem incidência do Imposto sobre Operação Financeira (IOF). c) Direcionamento dos Recursos O BACEN é o órgão responsável por determinar o percentual de destinação dos valores captados em caderneta de poupança no Brasil, dividindo entre o crédito rural (nos casos de cadernetas com recursos destinados a essa atividade), financiamento imobiliário (também somente para as cadernetas com essa destinação), recolhimento compulsório ao BACEN e aplicações livres, tais como: financiamento de capital de giro, aquisição de títulos públicos, empréstimos e financiamentos comerciais, dentre outros. Poupanças com saldo superior a R$50 mil começaram a pagar imposto de renda sobre sua rentabilidade desde 2010. O BACEN é o órgão responsável por determinar o percentual de destinação dos valores captados em caderneta de poupança no Brasil. 16 Gestão de crédito e mensuração de riscos Conta corrente (Depósitos à Vista)Segundo o Banco Central - BC (BRASIL, 2011a) são instituições financeiras captadoras de depósito à vista: • Bancos Múltiplos com carteira comercial. • Bancos Comerciais. • Caixas Econômicas. • Cooperativas de Crédito. Ainda de acordo com o BC (BRASIL, 2011a), a captação de depósitos à vista (conta corrente), livremente movimentáveis, é uma atividade típica e distintiva das instituições financeiras no Brasil. Pode ser chamada de captação a custo zero por trata-se de um dinheiro gratuito para a instituição, uma vez que a remuneração de tais valores é proibida pelo BACEN. A conta corrente destina-se a movimentar os recursos de clientes. Elas são movimentadas por meio de depósitos, cheques, ordens de pagamento, transferências interbancárias: DOC (Documento de ordem de crédito - inferior a três mil reais) e TED (Transferência Eletrônica Disponível – para valores iguais ou superiores a três mil reais). A conta corrente pode, ainda, ser individual ou conjunta e esta última pode ser solidária ou não solidária. Se a conta conjunta for solidária será necessário que apenas um dos titulares assine por ela para efetivar as movimentações, já no caso da não solidária, fazem-se necessárias as assinaturas de todos os titulares. Vale lembrar, ainda, acerca de conta corrente, que os valores depositados em cheque somente poderão ser liberados depois da sua efetiva compensação (pagamento pela instituição emissora). Cheque Os franceses atribuem a origem da palavra cheque ao vocábulo inglês to check (verificar, conferir). Já os ingleses acreditam que a palavra é originária do francês echequier (tabuleiro de xadrez), pois as mesas que eram usadas pelos banqueiros se pareciam com um tabuleiro de xadrez. Os especialistas não têm certeza. Muitos afirmam que os romanos foram seus criadores (por volta de 352 a.C.). Outros acreditam ter sido criado na Holanda, no século XVI. Sabe-se também que em Amsterdam, por volta do ano de 1500, as pessoas tinham o hábito de depositar seu dinheiro com cashiers (caixas), que arrecadavam e cancelavam A conta corrente destina-se a movimentar os recursos de clientes. 17 Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de Crédito Capítulo 1 débitos por meio de ordens escritas dos depositantes (cheques). Sabe-se que o primeiro país que criou legislação acerca do cheque foi a França, com a Lei de 14 de junho de 1865, porém, na Inglaterra, onde se expandiu mais rapidamente, a legislação só foi criada em 18 de agosto de 1882. (TRIGUEIROS, 1987). Ainda de acordo com Trigueiros (1987), no Brasil, a primeira referência ao cheque surgiu nos idos de 1845, após a fundação da instituição Comercial da Bahia, ainda chamado de cautela. Em 1893, com a Lei 149-B, surgiu a primeira referência ao cheque, no seu Art. 16, letra a, vindo o instituto a ser regulamentado pelo decreto 2.591, de 7 de agosto de 1912. Cheques são ordens de pagamento à vista, que devem ser pagas pela instituição do sacado no momento da sua apresentação, mediante a existência de saldo em conta para a liquidação deste. O cheque pré-datado configura uma operação não regulamentada de crédito, que permite ao consumidor pagar por um bem ou serviço fazendo uso de crédito a prazo. Importante frisar que por não se tratar de uma operação regulamentada, como já descrito, o comprador não terá garantias legais de que o portador o descontará nas datas combinadas. Atualmente, todos os cheques emitidos com valores iguais ou superiores a R$ 100,00 precisam ser obrigatoriamente nominativos, ou seja, o nome do sacador ou depositante precisa estar expresso no documento. Já os cheques emitidos por órgãos públicos, precisam, obrigatoriamente, expressar o nominativo independente do valor. A data deve ser preenchida numericamente com algarismos, porém o mês precisa ser expresso por extenso. O valor deve ser expresso em algarismos e por extenso, lembrando que, em caso de divergência, orienta-se pelo extenso. 18 Gestão de crédito e mensuração de riscos Figura 1 – Modelo de Cheque Fonte: Disponível em: <http://www.gratisonline.com.br/wp-content/ uploads/2011/08/nominal.gif>. Acesso em: 12 dez. 2012. Se você realizou os estudos da disciplina de Fundamentos de Economia, Mercados de Capitais e Investimento, provavelmente você já estudou sobre este assunto. Aqui queremos reforçar alguns conceitos que são importantes e apresentar outros aspectos importantes sobre Cheque. O cruzamento de um cheque é realizado através de duas linhas paralelas traçadas na frente deste, podendo ser: • Geral (Sem indicar a instituição do cobrador em que o documento somente poderá ser pago a uma instituição financeira ou a um portador, cliente bancário, mediante o crédito em conta). • Especial (Indicando a instituição cobradora em que o cheque somente poderá ser pago à instituição indicada no cruzamento). A seguir, observe o Quadro 3 com os motivos pelos quais um banco sacado pode recusar-se a pagar um cheque: 19 Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de Crédito Capítulo 1 Quadro 3 – Motivos de Devolução de Cheques CLASSIFICAÇÃO MOTIVO DESCRIÇÃO I - Cheque sem provisão de fundos 11 Cheque sem fundos - 1ª apresentação 12 Cheque sem fundos - 2ª apresentação 13 Conta encerrada 14 Prática espúria II - Impedimento ao pagamento 20 Cheque sustado ou revogado em virtude de roubo, furto ou extravio de folhas de cheque em branco. 21 Cheque sustado ou revogado. 22 Divergência ou insuficiência de assinatura. 23 Cheque emitido por entidade e órgãos da administra- ção pública federal, direta e indireta ao portador. 24 Bloqueio judicial ou determinação do Banco Central do Brasil. 25 Cancelamento do talonário pela instituição do sacado (só pode ser utilizado se o talão tiver sido extraviado antes da entrega ao cliente e a instituição tiver efetuado a ocorrência). 26 Inoperância temporária de transporte. 27 Feriado municipal não previsto. 28 Contraordem (ou revogação) ou oposição (ou sus- tação) ao pagamento, ocasionada por furto ou roubo. 29 Cheque bloqueado por falta de confirmação do recebimento do talonário pelo correntista. 30 Cheque cancelado por furto ou roubo de malotes. 70 Sustação ou revogação provisória. III - Cheque com irregularidade 31 Erro formal (sem data de emissão, com mês grafado numericamente, ausência de assinatura, não registro do valor por extenso). 33 Divergência de endosso. 34 Cheque apresentado por estabelecimento bancário que não o indicado no cruzamento em preto, sem o endosso mandato. 35 Cheque fraudado ou emitido sem prévio controle ou responsabilidade do estabelecimento bancário (che- que individual) ou ainda com adulteração da praça sacada, ou com rasura no preenchimento. 20 Gestão de crédito e mensuração de riscos IV - Apresentação indevida 37 Registro inconsistente na compensação eletrônica. 38 Assinatura digital ausente ou inválida. 39 Imagem fora do padrão. 40 Moeda inválida. 41 Cheque apresentado a Banco que não o sacado. 42 Cheque não compensável na sessão ou sistema de compensação em que apresentado. 43 Cheque devolvido anteriormente pelas alíneas 21, 22, 23, 24, 31 e 34 não passível de reapresentação em virtude de persistir o motivo de devolução. 44 Cheque prescrito (quando decorridos 30 dias da data de emissão se emitido na praça onde se localiza a instituição do sacado e 60 dias quando emitido em outra praça). 45 Cheque emitido por entidade obrigada a realizar movimentação e utilização de recursos financeiros do Tesouro Nacional mediante ordem bancária. 48 Cheque acima de R$ 100,00 sem a indicação do favorecido. 49 Remessa nula, caracterizada pela apresentação de cheque devolvido pelas alíneas 12, 13, 14, 25, 35, 43, 44 e 45, podendo a devolução ocorrer a qualquer tempo. V - Emissão indevida 59 Informação essencial faltante ou inconsistente não passível de verificação pelo participante remetentee não enquadrada no motivo 31. 60 Padrão monetário não definido. 61 Documento não compensável, podendo sua devolu- ção ocorrer a qualquer tempo. 64 Arquivo lógico não processado ou processado parcialmente. VI - A serem empregados diretamente pela instituição financeira contratada 71 Inadimplemento contratual da cooperativa de crédito no acordo de compensação. 72 Contrato de compensação encerrado (cooperativas de crédito). Fonte: Disponível em: <http://www.bc.gov.br/pom/spb/Estatistica/ Port/tabdevol.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2011. http://www.bc.gov.br/pom/spb/Estatistica/Port/tabdevol.pdf http://www.bc.gov.br/pom/spb/Estatistica/Port/tabdevol.pdf 21 Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de Crédito Capítulo 1 No dia a dia das instituições financeiras, pode-se constatar que os motivos de recusa mais frequentes nos pagamentos de cheques são: • Insuficiência de fundos (Motivos 11 e 12). • Divergência ou insuficiência de assinatura (Motivo 22). • Erro formal (Motivo 31). • Sustação ou revogação - Contraordem (Motivo 21). • Conta encerrada (Motivo 13). Segundo FEBRABAN (2011), cheque devolvido por falta de fundos na segunda apresentação (Motivo 12), por conta encerrada (motivo 13) ou por prática espúria (Motivo 14) obriga a instituição a incluir seu emitente no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF) do Banco Central. Se a conta for conjunta, a legislação determina, ainda, que seja incluído no CCF o nome e número no cadastro de contribuintes (CPF) do titular emitente do cheque. As instituições são obrigadas a comunicar ao emitente a inclusão desses registros, ficando proibida a entrega de novos talões ao correntista. a) Compensação de Cheques Segundo FEBRABAN (2011), os cheques de outros bancos depositados na conta bancária do cliente são encaminhados ao Serviço de Compensação de Cheques e outros Papéis, regulado pelo Banco Central e executado pela instituição do Brasil, com a participação dos demais bancos. • O prazo de liberação do valor dos cheques da praça é de: • 24 horas, se forem de valor igual ou superior a R$ 300,00; • 48 horas, se forem de até R$ 299,99. Os prazos de liberação do valor de cheques de outras praças, liquidados pela compensação nacional, variam de três a seis dias úteis. DICA: consulte o site: <http://www.bcb.gov.br/?COMPENSACAO CHEQUESFAQ> onde o BC responde as perguntas mais frequentes acerca da compensação de cheques. 22 Gestão de crédito e mensuração de riscos Segundo o BC (BRASIL, 2011a), o serviço de compensação é dividido em três modalidades: • Sistema Local Abrange as dependências localizadas em qualquer praça onde o executante mantenha a agência. Admite-se a participação de dependências de praças circunvizinhas desde que compareçam às sessões de troca e devolução, nos horários determinados, por sua exclusiva conta e risco. • Sistema Integrado Regional de Compensação (SIRC) Essa é a modalidade que abrange as dependências de participantes localizadas em praças de uma mesma região, previamente determinada pelo executante. • Sistema Nacional Vem abranger todas as dependências de participantes instaladas no País. As compensações locais e nacionais apenas trocam os cheques, ao passo que a compensação integrada troca vários documentos, porém os principais ainda são os cheques (inclusive de ordem de pagamento). Na compensação, os cheques são divididos por valor. São os cheques “acima” e “abaixo” do valor-limite estabelecido por BC (BRASIL, 2011a). Atualmente, esse valor limite está definido em R$ 299,99. Dependendo do valor dos cheques e da praça de origem/ apresentação estes documentos serão compensados de acordo com as Tabelas de Prazo de Compensação divulgadas pelo BC, conforme o Quadro 4 a seguir: A conta corrente destina-se a movimentar os recursos de clientes. 23 Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de Crédito Capítulo 1 Quadro 4 - Tabelas de Prazos dos Cheques Compensáveis Fonte: BC (BRASIL, 2011a). Ainda com base nas informações fornecidas pelo Banco Central (BRASIL, 2011a), o cheque devolvido deve ser entregue ao depositante na agência onde o cliente detém a conta. Os prazos de entrega de cheques devolvidos consideram a situação de normalidade. Caso o depósito ocorra em praça de acesso normal não integrada a SIRC, o prazo máximo de entrega corresponderá: • ao prazo de bloqueio, mais dois dias úteis – Sistemas Locais SIRC; • ao dobro do prazo de bloqueio, menos um dia útil – Sistema Nacional de Compensação. b) Ordem de Pagamento Segundo o Banco do Brasil - BB (BRASIL, 2011b), ordem de pagamento é caracterizada por uma transferência de valor entre agências da mesma instituição financeira. No momento da emissão de uma ordem de pagamento, devem ser informados os seguintes dados: CPF ou CNPJ, nome e número do documento de identidade do beneficiário. Pode ser emitida por meio eletrônico ou por cheque de agência bancária (Cheque Ordem de Pagamento). Trata-se de forma de transferência de recursos solicitada pelos beneficiários para reduzir o risco, por envolver uma instituição financeira, responsável pelo seu pagamento. CENTRALIZADORA DA COMPENSAÇÃO DE CHEQUES Valor-limite R$ 299,99 Prazos máximos de bloqueio para cheque depositado, em função do valor (Contados do dia útil seguinte ao do depósito) Acima do valor-limite Até o valor-limite Um dia útil Dois dias úteis Prazos de entrega de cheque devolvido ao cliente depositante, em função da relação entre a praça de depósito e a da dependência de relacionamento do cliente (Contados do fim do prazo de bloqueio) Mesmas praças Praças distintas Até dois dias úteis Até sete dias úteis Trata-se de forma de transferência de recursos solicitada pelos beneficiários para reduzir o risco, por envolver uma instituição financeira, responsável pelo seu pagamento. 24 Gestão de crédito e mensuração de riscos Normalmente é emitida para honrar compromissos junto a credores de negociações imobiliárias, rescisões trabalhistas e cartorárias. (BRASIL, 2011b). Título de Capitalização Diariamente vemos nos meios de comunicação propagandas acerca de títulos de capitalização que são vendidos como investimentos. Na verdade, são aplicações financeiras com cota única ou mensal, que visam a incentivar os investidores a poupar concorrendo a prêmios, permitindo que essas cifras sejam administradas por sociedades de capitalização. Estamos falando de uma modalidade de investimento com rendimento inferior à poupança, acrescida ainda do pagamento de taxa administrativa. Ou seja, não é a melhor alternativa existente para poupar dinheiro, porém atrai consumidores com a possibilidade de ser contemplados em sorteio, geralmente com um prêmio de valor expressivo. Para SUSEP (BRASIL, 2011c), trata-se de um investimento que assegura ao aplicador o direito a concorrer a sorteios de prêmios em dinheiro. Pode recuperar parte do valor aplicado após o período de vigência do título ou antes, observado o período de carência, seguindo as seguintes terminologias: • Subscritor: Cliente que subscreve a proposta de compra do título comprometendo-se a efetuar o pagamento conforme previsto. • Titular: Proprietário do título de capitalização, que pode ser o próprio subscritor ou um presenteado indicado por ele, a quem serão pagos os benefícios garantidos pelo título. • Sociedade de Capitalização: Instituição emitente do título de capitalização. • Capital nominal: Valor que o investidor resgata no final do plano, após a incidência de correção e juros. • Sorteios: Prática de escolha de números, aleatoriamente, por método predeterminado (podem ser semanais, mensais, etc.). Alguns se baseiam em resultados de jogos, como as loterias; outros se utilizam de sorteios próprios, ou ainda mesclando os dois. Ou seja, não é a melhor alternativa existente para poupar dinheiro, porém atrai consumidores com a possibilidadede ser contemplados em sorteio, geralmente com um prêmio de valor expressivo. 25 Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de Crédito Capítulo 1 • Provisão para sorteio: É a parcela da prestação que irá compor o prêmio dos sorteados. De acordo com a SUSEP, a parcela de arrecadação destinada a sorteio de prêmios tem que ser menor do que 25% do custo total. • Provisão matemática: É a parcela da prestação que vai compor a poupança do investidor que, normalmente, é corrigida pela TR mais juros de 0,5% a.m no máximo. • Prêmio: Valor que o investidor paga pelo título. O pagamento poderá ocorrer de uma só vez (plano único - PU) ou em parcelas mensais (plano mensal - PM). Os valores dos pagamentos serão atualizados, anualmente, com base na variação do IGP-M, referente ao período de 12 meses. No caso da extinção do índice de atualização, será utilizado o definido pelo Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP. É possível, ainda, que depois do último pagamento, o plano ainda continue em vigor, pois o prazo de vigência pode ser maior do que o prazo de pagamento estipulado na proposta. • Prazo de pagamento: Período durante o qual o investidor (subscritor) compromete-se a efetuar os pagamentos que, em geral, são mensais e sucessivos (PM). Outra modalidade existente é o título de Pagamento Único (PU). Não podem existir planos com prazo inferior a um ano. • Prazo de vigência: Período em que o título de capitalização será administrado pela Sociedade de Capitalização, sendo o capital atualizado monetariamente pela TR e capitalizado pela taxa de juros informada nas Condições Gerais, lembrando que esse período deve ser igual ou superior ao período de pagamento. • Taxa de carregamento: Parte da prestação destinada a cobrir as despesas e o lucro da instituição (taxa de administração). • Carência para resgates: Não pode ser superior a 24 meses. Para títulos cujo prazo de pagamento seja inferior a 48 meses, a carência cai para 12 meses, no máximo. Após este período, o investidor pode resgatar a reserva matemática existente – denominada Provisão de Capitalização ou Saldo de Capitalização Garantido – descontado o percentual da penalidade imposta pela Sociedade de Capitalização, que poderá ser de até 10%. • Tributação: No pagamento dos valores de premiação, incide alíquota de IR, conforme tabela em vigor. Somente as entidades imunes não terão retenção do IR na fonte. Em caso de resgate antecipado ou resgate final, a alíquota é de 20% e incide sobre diferença positiva entre o valor resgatado e o total das mensalidades pagas. 26 Gestão de crédito e mensuração de riscos A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) é o órgão responsável pelo controle e fiscalização do mercado de seguros, previdência privada aberta e capitalização. Consulte o site: http:// www.susep.gov.br/menuatendimento/informacoes_basicas_ capitalizacao onde são respondidas as perguntas mais frequentes acerca de títulos de capitalização. Empréstimos e Financiamentos Como órgão regulador, o BC (BRASIL, 2011a) divide as operações domésticas em três categorias: empréstimos, títulos descontados e financiamentos. Além delas, as instituições financeiras podem praticar as operações de prestação de garantia e de crédito internacional. Todos os produtos de aplicação existentes no sistema financeiro devem enquadrar-se em uma dessas categorias (empréstimos, títulos descontados e financiamentos). Vamos conhecê-las, começando com os Empréstimos. a) Empréstimos São operações realizadas sem destinação específica ou vínculo à comprovação da aplicação dos recursos. São exemplos os empréstimos para capital de giro, os empréstimos pessoais e os adiantamentos a depositantes. (BRASIL, 2011a) O tipo mais comum de empréstimo para pessoas jurídicas é o destinado à composição do capital de giro. Por se tratar de empréstimo, o crédito não estará associado a um orçamento específico, mas sua aplicação deve ser feita obrigatoriamente nas atividades da empresa. Todos os produtos de aplicação existentes no sistema financeiro devem enquadrar- se em uma dessas categorias (empréstimos, títulos descontados e financiamentos). O tipo mais comum de empréstimo para pessoas jurídicas é o destinado à composição do capital de giro. http://www.susep.gov.br/menuatendimento/informacoes_basicas_capitalizacao http://www.susep.gov.br/menuatendimento/informacoes_basicas_capitalizacao http://www.susep.gov.br/menuatendimento/informacoes_basicas_capitalizacao 27 Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de Crédito Capítulo 1 b) Títulos descontados Títulos descontados são as operações realizadas com a finalidade de antecipar ao cliente o valor de um título, deduzidos os juros, impostos e taxas incidentes. Esses títulos podem ser cheques pré-datados (que legalmente não existem), notas promissórias ou duplicatas. Para Tax Contabilidade (2011), o desconto de títulos é caracterizado por ser uma operação financeira de curto prazo, na qual a empresa obtém recursos financeiros perante bancos ou entidades assemelhadas a serem utilizados em suas atividades operacionais. Para sua efetivação, é preciso realizar vendas a prazo, obtendo, assim, esses títulos. A instituição financeira compra à vista esses títulos, repassando no ato as despesas financeiras, IOF e os juros a que tem direito pelo período entre a data do desconto e a data do vencimento dos títulos e repassa a diferença à empresa tomadora dos recursos. No vencimento do título, quando este for liquidado, a instituição financeira fica com o valor pago pelo título. Caso não ocorra o pagamento no prazo acordado, dois ou três dias após, a instituição debita o valor na conta do cliente que o descontou e devolve o título para o cliente. c) Financiamentos Para o Banco Central (BRASIL, 2011a), financiamentos são as operações realizadas com destinação específica, vinculadas à comprovação da aplicação dos recursos. São exemplos os financiamentos de parques industriais, máquinas e equipamentos, bens de consumo durável, rurais e imobiliários. Normalmente são operações de longo prazo nas quais se faz necessária a declaração da finalidade do crédito e a realização do orçamento de aplicação, para que a instituição financeira possa comprovar a aplicação dos recursos e acompanhar a operação até sua liquidação. Essa comprovação torna-se ainda mais necessária quando nos casos em que os recursos para o pagamento dos valores financiados forem gerados pelo próprio bem financiado. Conforme Ribeiro (2009), as instituições financeiras captadoras de depósito à vista integram o Sistema Financeiro Nacional e são autorizadas pelo Banco Central do Brasil a captar depósitos financeiros à vista. São elas: Títulos descontados são as operações realizadas com a finalidade de antecipar ao cliente o valor de um título, deduzidos os juros, impostos e taxas incidentes. Financiamentos são as operações realizadas com destinação específica, vinculadas à comprovação da aplicação dos recursos. 28 Gestão de crédito e mensuração de riscos • Bancos múltiplos com carteira comercial. • Bancos comerciais. • Caixa Econômica Federal e • Cooperativas de crédito. O Banco Central do Brasil (BACEN) é o órgão responsável por cumprir e fiscalizar, no País, as disposições e normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que regulam o funcionamento do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Este, por sua vez, é formado pelo conjunto de instituições financeiras que operam a intermediação financeira entre poupadores e investidores, gerando a política e a instrumentação econômico-financeira do Brasil. (RIBEIRO, 2009). Parte integrante desse ambiente é o sistema de crédito nacional, que é regulamentado e controlado pela União através do BACEN e que tem como atribuições: • Controlar o crédito. • Fiscalizar as instituições financeiras. • Autorizar o funcionamentoe operação das instituições financeiras. Os mecanismos de transmissão de política monetária são representados por estruturas lógicas que permitem interpretar os caminhos pelos quais as decisões de política exercem influência sobre o nível de preços, de consumo, de investimentos e de produto. O crédito, particularmente o empréstimo bancário, representa um dos canais pelo qual a política monetária pode ser transmitida. Fundamentado na suposição da existência de assimetria de informações no mercado financeiro, o canal do crédito procura compreender a relação que se estabelece entre a política monetária e as condições em que o crédito é negociado e ofertado. Busca, ainda, identificar os possíveis efeitos que alterações na política monetária promovem sobre o mercado de crédito e, consequentemente, sobre a atividade econômica real. (DENARDIN; BALBINOTTO NETO, 2011). As empresas estão incluídas em complexos mecanismos de funcionamento que se denominam mercados e, dentre eles, os mercados financeiros. Estes mercados podem ser distribuídos em quatro grandes grupos. Os Mercados Financeiros Fazem parte do mercado financeiro: mercado monetário, de crédito, de capitais e cambial. Vamos conhecer um pouco sobre cada um deles? Os mecanismos de transmissão de política monetária são representados por estruturas lógicas que permitem interpretar os caminhos pelos quais as decisões de política exercem influência sobre o nível de preços, de consumo, de investimentos e de produto. 29 Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de Crédito Capítulo 1 a) Mercado monetário Para Gitman (1997), trata-se do mercado de curto e curtíssimo prazo, caracterizado pelas políticas de controle da oferta da moeda e das taxas de juros que garantem sua liquidez. Nesse mercado, os papéis mais negociados são aqueles emitidos pelo Banco Central do Brasil, usados para a execução da política monetária do Governo Federal, e pelo Tesouro Nacional, para financiar o déficit público. Além desses papéis, também são negociados os CDIs - Certificados de Depósitos Interfinanceiros (somente entre instituições financeiras), os títulos de emissão privada, como o CDB (Certificado de Depósito Bancário) e as debêntures. Para Fortuna (2002), quem executa e controla este mercado é o Banco Central através dos seguintes instrumentos: • Depósito compulsório - regula o multiplicador bancário através de reserva obrigatória de recolhimento de depósitos e recursos de terceiros determinado pelo CMN através de percentuais; • Redesconto ou empréstimo de liquidez - é o socorro que o Banco Central fornece à rede bancária para atender às necessidades de caixa; • Mercado Aberto (Open Market) - instrumento de política monetária pelo qual o BC pode regular o fluxo de recursos de mercado através de operações de mercado aberto; • Controle e seleção de crédito – dado através do controle de volume e destino do crédito, controle das taxas de juros, fixação de limites e condições de crédito. b) Mercado de crédito Mercado que tem como objetivo suprir as necessidades de recursos da economia por meio dos agentes econômicos que conectam poupadores e tomadores. Neste mercado se destacam os bancos comerciais e múltiplos. (GITMAN, 1997). c) Mercado de capitais Mercado predominantemente de longo prazo, que ocorre na Bolsa de Valores. Divide-se em primário (operações realizadas pela primeira vez) e secundário Caracterizado pelas políticas de controle da oferta da moeda e das taxas de juros que garantem sua liquidez. 30 Gestão de crédito e mensuração de riscos (realizadas nas demais oportunidades). Essas operações também podem ser realizadas por instituições financeiras e seus recursos podem ser destinados tanto para o giro quanto para o permanente das empresas. (GITMAN, 1997). d) Mercado cambial Envolve a contrapartida do mercado internacional, incluindo diversos tipos de agentes econômicos, tais como: importadores e exportadores, investidores e instituições financeiras. (GITMAN, 1997). Consulte a norma que altera e consolida a regulamentação relativa ao fornecimento ao Banco Central do Brasil de informações sobre operações de crédito. https://www3.bcb.gov.br/normativo/detalharNormativo. do?N=108121813&method=detalharNormativo Atividade de Estudos: 1) Com base no que estudamos, responda qual o mercado que opera em curto prazo destinando os recursos captados ao financiamento de consumo para pessoas físicas e capital de giro para pessoas jurídicas, através de intermediários financeiros bancários. a) ( ) de crédito b) ( ) de capitais c) ( ) de câmbio d) ( ) de ações e) ( ) monetário As Cooperativas de Crédito Em 31 de dezembro de 1964, após a promulgação da Lei Federal nº 4.595, seguida da criação do Banco Central do Brasil, as cooperativas de crédito começaram a fazer parte do organograma do Sistema Financeiro Nacional, passando a figurar como instituições financeiras, conforme Art. 17 da Lei supracitada. 31 Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de Crédito Capítulo 1 Art. 17. Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros. (BRASIL, 1964). As cooperativas de crédito são vistas como instituições financeiras constituídas sob forma de sociedade cooperativa. (BRASIL, 2011a). Sua atividade principal é caracterizada pela prestação aos associados de serviços financeiros, tais como concessão de crédito, conta corrente, compensação de cheques, de serviços de cobrança, custódia de cheques, dentre outros na forma de convênios estabelecidos com instituições financeiras (Bancos). (BRASIL, 2011a). Segundo Gitman (1997), os mercados financeiros vêm oferecer um foro onde os fornecedores de fundos, os tomadores de empréstimos e os investidores podem negociar diretamente e os empréstimos e investimentos das instituições (bancos) são feitos sem o conhecimento direto dos financiadores dos fundos (poupadores), diferentemente do mercado financeiro, onde os fornecedores sabem onde seus fundos estão sendo aplicados. Isso não ocorre nas cooperativas de crédito, em que os recursos captados são repassados na própria região e os cooperados tem informações sobre a destinação dos recursos que entregaram à instituição. Conforme a Lei Federal nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971, em seu Art.6º, as sociedades cooperativas são classificadas em: cooperativas singulares, cooperativas centrais ou federações de cooperativas e confederações de cooperativas. As singulares são constituídas pelo número mínimo de vinte pessoas físicas, como exposto no Art. 6º, inciso I da referida lei, e prestam serviços diretamente aos associados, conforme informado no Art.7º. Em raros casos, admitem-se pessoas jurídicas desde que as atividades econômicas sejam as mesmas das pessoas físicas ou sem fins lucrativos (Art. 6º). Ainda nessa lei, o mesmo Art. 6º, no inciso II, informa que as cooperativas centrais também denominadas federações de cooperativas são formadas por um mínimo de três cooperativas singulares. Assim como as singulares, apresentam exceções, pois excepcionalmente pode admitir associados individuais, porém vedada às centrais e federações que exerçam atividades de crédito. Complementando, saltando para o Art. 8º, encontraremos a informação de que As cooperativas de crédito são vistas como instituições financeiras constituídas sob forma de sociedade cooperativa. 32 Gestão de crédito e mensuração de riscos essas instituições objetivam organizar, em comum e em maior escala, os serviços econômicos e assistenciais de interesse das filiadas, integrando e orientando suas atividades,além de facilitar a utilização recíproca dos serviços. Seguindo o Art. 6º, citado no parágrafo anterior, temos ainda que as confederações de cooperativas serão entidades constituídas por um mínimo de três federações de cooperativas ou cooperativas centrais. E o Art. 9º da mesma lei informa que essas confederações objetivam orientar e coordenar as atividades das filiadas. Atividade de Estudos: 1) Acerca das atividades das cooperativas de crédito, analise as seguintes sentenças julgando-as Falsas (F) ou Verdadeiras (V): ( ) Atuam exclusivamente no setor rural. ( ) Buscam recursos junto a associados e realizam repasses e refinanciamentos de outras entidades financeiras. ( ) Retém os lucros auferidos com suas operações. ( ) Concede crédito a associados e ao público em geral. ( ) Realizam a captação dos recursos por meio de depósitos à vista e a prazo somente de seus associados. ( ) Captam recursos por meio de depósitos à vista de entidades de previdência complementar ( ) Administram recursos de sociedades seguradoras. Saiba Mais: Os governos no mundo inteiro atuam no mercado de crédito com o objetivo de regulação, execução da política monetária e financiamento do déficit público e direcionamento do crédito. No Brasil, o BNDES é um Banco público que se destaca por financiar compras de máquinas e equipamentos produzidos domesticamente. Algumas Considerações Enfim, as cooperativas de crédito visam a criar meios que possibilitem que seus associados tenham acesso ao crédito e a outros produtos financeiros, fomentando a disciplina para a poupança e concedendo empréstimos a juros 33 Produtos e Serviços Bancários e as Cooperativas de Crédito Capítulo 1 menores do que os praticados pelos outros agentes do mercado financeiro. Trata- se de uma instituição financeira reconhecida pelo Banco Central que pode ser dirigida e controlada pelos próprios associados, retendo e aplicando os recursos de poupança e renda na própria localidade em que opera, o que vem a contribuir para o desenvolvimento local. As Cooperativas de Crédito executam operações bancárias de pequeno porte com menor custo operacional em relação aos bancos. Podemos acrescentar, ainda, a possibilidade dos associados se beneficiarem da distribuição de sobras ou excedentes. Destacamos, então, como principais produtos e serviços oferecidos por essas instituições: empréstimos pessoais, financiamentos de bens, conta corrente, poupança, recebimentos de contas, débitos em conta, aplicações financeiras, cartões de crédito, seguros e capitalização. Para concluir este capítulo, lembramos que os produtos bancários são os produtos que a instituição tem à disposição dos seus clientes, sejam pessoas físicas, sejam jurídicas, sejam ONGs ou sejam órgãos públicos, captando recursos (dinheiro) e repassando aos tomadores. Quanto aos serviços bancários, podemos dizer que se tratam de uma prestação que a instituição realiza aos clientes. Dentro desse contexto, encontramos o fator risco, que precisa ser mensurado e avaliado em quaisquer atividades que venham os bancos ou as cooperativas realizar aos seus clientes. No capítulo 2 vamos tratar do risco nas instituições financeiras. Referências ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000. BRASIL. Banco Central. Instituições financeiras captadoras de depósito à vista. Disponível em: <www.bc.gov.br>. Acesso em: 06 set. 2011a. ______. Banco do Brasil. Sistema de Pagamentos Brasileiro. Disponível em: <www.bb.com.br>. Acesso em: 10 set. 2011b. ______. SUSEP. Principais Dúvidas sobre Capitalização. Disponível em: <www.susep.gov.br>. Acesso em: 08 set. 2011c. ______. Lei nº 4.595, de 31 de Dezembro de 1964. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4595.htm>. Acesso em: 01 set. 2011. As Cooperativas de Crédito executam operações bancárias de pequeno porte com menor custo operacional em relação aos bancos. 34 Gestão de crédito e mensuração de riscos ______. Lei nº 5.764, de 16 de Dezembro de 1971. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5764.htm>. Acesso em: 01 set. 2011. DENARDIN, Anderson Antonio; BALBINOTTO NETO, Giacomo. Uma análise comparativa das variáveis de crédito para o período pré e pós a adoção do projeto juros e spread bancário no Brasil. Revista Economia: ANPEC, Brasilia, v. 12, n. 3, jul. a set. 1992. FEBRABAN. Informações sobre o uso de cheques: Sistema de compensação de cheques. Disponível em: <www.febraban.org.br>. Acesso em: 12 set. 2011. FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro: produtos e serviços. 12. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999. GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 7. ed. São Paulo: Harbra, 1997. MONTEIRO, Celso. Investimentos/Fundos: Como funciona a caderneta de poupança. Disponível em: <http://www.igf.com.br/aprende/dicas/dicasResp. aspx?dica_Id=6992>. Acesso em: 10 out. 2011. PORTAL BRASIL. Disponível em: < http://www.portalbrasil.net/tr_diaria.htm>. Acesso em: 29 nov. 2011. ______. Taxa Referencial de Juros - TR: Legislação, aplicação, regras, conversão e informações adicionais. Disponível em: <www.portalbrasil.net>. Acesso em: 02 set. 2011. RIBEIRO, Daniel de Araújo. Microcrédito como Meio de Desenvolvimento Social. 2009. 105 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado, Departamento de Ciências Jurídicas, Faculdade de Direito, Nova Lima, 2009. SANDRONI, Paulo. Dicionário de economia do século XXI. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 2006. TAX CONTABILIDADE. Duplicatas Descontadas. Disponível em: <http://www. tax-contabilidade.com.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=41>. Acesso em: 02 nov. 2011. TRIGUEIROS, Florisvaldo Dos Santos. Dinheiro no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Léo Cristiano Editorial, 1987. CAPÍTULO 2 O Risco nas Instituições Financeiras A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Integrar-se no contexto de crédito das instituições financeiras. � Atuar nas áreas de crédito e de operações com visão sistêmica do processo de crédito. � Conceituar os principais fatores de análise de investimentos, bem como os riscos das instituições financeiras. � Analisar a relação existente entre risco e retorno. 36 Gestão de crédito e mensuração de riscos 37 O Risco nas Instituições Financeiras Capítulo 2 Contextualização Um problema bastante corriqueiro enfrentado pelas instituições financeiras é avaliar o risco de crédito com a máxima eficiência possível. Embora a análise tradicional (fundamentada em índices financeiros), continue sendo utilizada para prever as situações financeiras difíceis, algumas instituições financeiras no intuito de se aproximar da prática internacional têm voltado seus esforços para a criação de sofisticadas metodologias para mensurar e classificar o risco, como uma forma de nivelar o potencial de perda de crédito. Imagine que você, caro(a) pós-graduando(a), no retorno para casa, resolva aproveitar e passar na padaria para comprar pão para o jantar. Após fazer o pedido, percebe que esqueceu sua carteira em casa. Provavelmente isso não será um problema de difícil solução. Você conhece o dono e é conhecido por ele. Entre vocês já se desenvolveu um clima de confiança e ele tem segurança suficiente de que receberá o valor da compra em outro dia. Vamos imaginar agora outra situação. Você está andando pela cidade e passa em frente a uma nova loja de equipamentos eletrônicos. Acaba se interessando por um televisor de última geração e procura o dono da loja com a intenção de comprá-lo. Negocia preço e prazo para o pagamento, tentando ajustar as prestações dentro do seu orçamento. É bem provável que o negócio seja concluído. Você conhece o fabricante e confia que o equipamento atenda ao que espera. Nesse caso, a recíproca não será verdadeira, pois o dono do estabelecimento ainda não o conhece. Isso não será motivo para queo negócio não seja realizado. O lojista certamente vai buscar seus dados cadastrais, obtendo informações complementares, para ter a certeza de que você cumprirá o compromisso que pretende assumir. Observe que situações semelhantes provocaram diferentes procedimentos. Em ambos os casos, podemos perceber que a linha do negócio foi a confiança, ou seja, houve uma relação de confiança entre as partes. Quando você e o dono da loja estavam negociando, certamente ele solicitou uma série de documentos para formar um conceito a respeito de sua pessoa (inclusive avaliando o caráter) e para analisar sua capacidade de honrar as prestações assumidas no valor e no prazo negociado. Verificou, ainda, se o negócio proposto estava de acordo com as normas da loja, inclusive quanto aos acréscimos correspondentes aos juros para venda a prazo. Você assinou o contrato de compra ou notas promissórias ou, ainda, emitiu cheques nos valores das parcelas. Nesse momento, a loja estava operando crédito. 38 Gestão de crédito e mensuração de riscos Com as informações que foram prestadas por você ou retiradas de seu documento, a loja confeccionou seu cadastro que, além de auxiliar a decisão da venda a crédito, será útil para a loja em momentos futuros. Este exemplo nos permite perceber elementos fundamentais para que se opere crédito, inclusive no sistema financeiro, e que serão detalhados ao longo do capítulo: • Para obter crédito é preciso ter políticas, normas. No exemplo dado, as normas da loja. • Para conceder crédito é preciso ter informações. É por isso que a loja confeccionou seu cadastro, pedindo todos aqueles dados e que você os comprovasse, consultou fontes de referências, órgãos de proteção ao crédito, etc. • O crédito se realiza em um compromisso que se oficializa em um documento escrito. No exemplo, os cheques, as notas promissórias ou o contrato. • O crédito não se encerra no momento em que se concretiza. Ele precisa ser gerenciado e, se necessário, cobrado. Em finanças, crédito é um instrumento de política financeira a ser utilizado por uma empresa comercial, de prestação de serviços ou industrial, na venda a prazo de seus produtos, serviço ou na concessão de empréstimo, financiamento ou na prestação de garantia. (GITMAN, 1997). Para Schrickel (2000) crédito é um ato de vontade ou disposição de alguém para ceder, por determinado tempo, parte do seu patrimônio a um terceiro, com a expectativa de que esta parcela lhe seja devolvida integralmente, depois de decorrido o tempo estipulado. Trazendo, então, esses conceitos para dentro do ambiente financeiro, para os bancos e as cooperativas de crédito, veremos que: O crédito consiste em colocar determinado valor à disposição do cliente mediante a promessa de pagamento em uma data futura, por um valor previamente tratado. Em todos os conceitos que podemos encontrar acerca do crédito, há sempre a entrega de algo no presente para pagamento ou devolução no futuro. No caso dos bancos e cooperativas de crédito, acontece a entrega de um valor monetário para devolução em data futura prevista. O crédito consiste em colocar determinado valor à disposição do cliente mediante a promessa de pagamento em uma data futura, por um valor previamente tratado. 39 O Risco nas Instituições Financeiras Capítulo 2 Quanto maior for a distância no tempo entre a concessão do crédito e o pagamento do valor emprestado, maior será o risco. Conforme Assaf Neto (2003), o conceito de risco pode ser entendido de várias maneiras. Nessa abrangência do entendimento, a avaliação de uma organização delimita-se aos componentes de seu risco total (econômico e financeiro). As principais causas do risco econômico são de natureza conjuntural, de mercado ou do próprio planejamento e da gestão da organização. Já o risco financeiro está diretamente relacionado ao endividamento do tomador e com sua capacidade de pagamento. Voltaremos a tratar do risco mais tarde. Por ora, vamos apenas frisar que o crédito vai envolver valores e prazos, sempre associados a um nível de risco. Não existe crédito sem risco. O risco nunca poderá ser eliminado, o que pode ser feito é procurar minimizá- lo por meio de uma análise segura do negócio e pelo conhecimento que devemos ter a respeito dos nossos tomadores de crédito, quantificando e estabelecendo o seu preço. (ASSAF NETO, 2003). Análise de Crédito Acabamos de ter o entendimento de que crédito se resume em dispor determinado valor para um cliente mediante a promessa de pagamento em data futura e que as partes envolvidas no processo devem conhecer-se o bastante para que exista um clima de confiança. Por ter a intermediação financeira como principal atividade, o crédito tem grande relevância nas instituições financeiras. Consiste em colocar recursos nas mãos dos clientes, mediante uma promessa de pagamento futuro, da qual se espera retorno que compense o risco assumido. Esse risco é característico da própria atividade bancária. (SILVA, 2003). Segundo Gitman (1997), o risco pode ser definido como possibilidade de perda ou como a variabilidade de retornos esperados. O processo de gerenciamento de risco de crédito em instituições financeiras vem sendo criteriosamente revisado nos últimos tempos. Nesse contexto, inúmeras técnicas de mensuração de risco de crédito e de tomadores têm sido desenvolvidas e implementadas por grandes corporações. Quanto maior for a distância no tempo entre a concessão do crédito e o pagamento do valor emprestado, maior será o risco. Não existe crédito sem risco. O risco pode ser definido como possibilidade de perda ou como a variabilidade de retornos esperados. 40 Gestão de crédito e mensuração de riscos Os bancos e cooperativas são instituições com reconhecida tradição e solidez, por isso, não é difícil para o cliente confiar nelas. Já seus clientes são incontáveis, de todas as idades e pertencentes a todos os níveis sociais e econômicos. Assim, não se pode pretender que os bancos e cooperativas de crédito confiem nos clientes da mesma forma que os clientes acreditam nas instituições. Para que se estabeleçam relações de crédito entre essas partes, é necessário que o clima de confiança seja instalado. Para isso, as instituições de crédito precisam conhecer bem o cliente, a ponto de estarem dispostas a entregar-lhe seus recursos financeiros para devolução futura. Muitas são as maneiras de se conhecer alguém. Uma delas é o convívio constante e duradouro. Porém para se instalar o clima de confiança em casos como esse é necessário um tempo de que não dispomos se quisermos ser ágeis num mercado altamente competitivo. Por isso, é necessário o desenvolvimento de técnicas para antecipar o conhecimento que devemos ter a respeito de nossos clientes. Ao conjunto formado por essas técnicas, que se somam e se completam, damos o nome de Análise de Crédito. (SCHRICKEL, 2000). Essa forma de análise torna as decisões de confiança mais técnicas. Assim, ainda que o elemento humano continue desempenhando o seu importante papel, a sensibilidade do analista insere-se no processo como um complemento que, aliado à análise técnica, vem a dar embasamento à declaração do conceito e à decisão sobre conceder ou não o crédito ao cliente. (GEVERT, 2009). Essas técnicas baseiam-se no que chamamos de os Cs do crédito. Dessa forma, podemos observar o cliente sob vários pontos de vista, cada um com a capacidade de avaliar determinados aspectos, de modo que a união deles permita avaliação mais segura e que oriente a decisão sobre concessão de crédito. A gestão do risco de crédito tem sido uma preocupação constante das instituições financeiras e, segundo Crouhy, Galai e Mark (2004), no setor bancário, o risco clássico é o risco de crédito, por nem sempre dispor de controle operacional adequado, o que tem gerado retorno de má qualidade e até mesmo ações judiciais dispendiosas. Os principaisCs do Crédito são: • Caráter. • Capacidade. • Condições. • Capital. 41 O Risco nas Instituições Financeiras Capítulo 2 • Conglomerado. • Colateral. Entre os autores que tratam do assunto, não há um consenso de quanto cês podemos encontrar no crédito, porém todos citam os quatro primeiros (caráter, capacidade, condições e capital), compondo a base em que se apoia a análise. Os demais são discutidos para reforçar a convicção sobre a concessão de crédito. Assim, a esses quatro vamos acrescentar mais dois: conglomerado e colateral. Todos esses elementos, com seus pesos específicos, são ingredientes importantes na balança da análise. Vamos conhecer cada um deles. a) Caráter O caráter se reporta à intenção de pagar. Está ligado diretamente à honestidade e à idoneidade. Diz respeito à intenção do cliente em cumprir a promessa de pagamento que lhe foi confiada. É a disposição do indivíduo de pagar o empréstimo na data do vencimento e nas condições negociadas. Essa disposição varia de pessoa para pessoa. Um devedor pode chegar a se desfazer do seu patrimônio para honrar seus compromissos, enquanto outros podem não se dispor a fazer o mínimo esforço. Analisar o caráter do cliente deve ser o primeiro passo. (SILVA, 2003) Mas como fazer isso? Estamos tratando do primeiro item a ser colocado na balança e que interfere em todos os outros. Como vimos, diz respeito à intenção do cliente em cumprir promessas de pagar o valor que lhe foi confiado. Enquanto os demais Cs tratam do poder pagar, o Caráter diz respeito a querer pagar. (PORTELA, 2006). Por outro lado, a inexistência de registros desabonadores nem sempre é suficiente para concluirmos pelo caráter do cliente, pois ele pode ter regularizado momentaneamente sua situação apenas para encobrir sua intenção de não pagar. Por isso, como dissemos, devemos levantar o histórico do cliente, na instituição e na praça. Longo histórico de anotações restritivas, mesmo que baixadas, deve ser tratada como um sinal de alerta. (PORTELA, 2006). O caráter se reporta à intenção de pagar. Está ligado diretamente à honestidade e à idoneidade. Diz respeito à intenção do cliente em cumprir a promessa de pagamento que lhe foi confiada. 42 Gestão de crédito e mensuração de riscos b) Capacidade A capacidade refere-se à habilidade, à competência empresarial do indivíduo ou do grupo de indivíduos e ao potencial de produção, administração e comercialização da empresa. (SILVA, 2003). O cliente passou pelo crivo do caráter. E agora? Vamos voltar à padaria onde você comprou o pão no início do capítulo. O dono sabe que sua capacidade para gerar recursos está bastante acima dos valores envolvidos na compra e que só não voltaria para pagar se fosse desonesto. Porém seu histórico no estabelecimento dá ao comerciante a convicção de seu bom caráter. O procedimento do dono da loja onde você foi comprar o televisor, pagando a prazo, não pôde ser o mesmo. Os valores envolvidos não permitiram a realização do negócio com base exclusivamente no crédito. Por esse motivo, buscou informações para estar convicto de que você teria capacidade para arcar com as prestações assumidas. Para Schrickel (2000, p. 51), “[...] a capacidade de gerar recursos para honrar compromissos assumidos está baseada na competência do indivíduo em gerar riquezas.” Para as pessoas físicas, a análise deve levar em consideração a formação, a experiência profissional e o histórico na carreira, dentre outros itens que julgar importantes. Já para pessoas jurídicas, além da capacidade técnica dos administradores em gerir o negócio, devemos considerar o potencial de produção e de comercialização da empresa. Se o tomador revelar capacidade para administrar sua carreira ou seu negócio de forma a ter sucesso, fazendo-o prosperar, pode ser aprovada a sua capacidade de quitar os compromissos. Caso não consiga, poderá vir a ser um mau pagador. Talvez não por falta de caráter, mas sim por falta de capacidade. Ou seja, pode estar disposto a pagar, mas se vê que não terá capacidade. (PORTELA, 2006). c) Condições As condições dizem respeito ao micro e macroambiente em que o tomador está inserido. No caso das empresas, esse cenário é o ramo de atividade e a conjuntura econômica. (SILVA, 2003). A capacidade de gerar recursos para honrar compromissos assumidos está baseada na competência do indivíduo em gerar riquezas. 43 O Risco nas Instituições Financeiras Capítulo 2 Podemos, então, elencar alguns fatores que auxiliam a identificação das condições que podem ser favoráveis ou não ao retorno do crédito concedido: a identificação das tendências setoriais, o crescimento e a recessão de mercados relacionados com o ramo de atividade da empresa, a sua dependência dos órgãos governamentais ou do mercado externo, as informações sobre concorrência no setor e políticas econômicas que possam alterar as condições de comercialização de produtos ou serviços relacionados à sua operacionalização. (GUIMARÃES; CHAVES NETO, 2002). Vamos rever e levantar novas questões acerca do crédito. O cliente foi aprovado nos aspectos caráter e capacidade? E agora? Ele está em condições de honrar seus compromissos? As variáveis ambientais (macro ou microeconômicas) são favoráveis? Vimos que todo tomador influencia e é influenciado pelo ambiente em que está inserido. Vamos agora entender esse ambiente econômico previsto nas condições do crédito. • Macroambiente Fazem parte do macroambiente as variáveis econômicas, tais como: alteração nas taxas cambiais ou de juros, a carga tributária e a taxa de desemprego dentre outras. Também levamos em consideração as políticas de segurança ou públicas, as privatizações e estatizações, as relações internacionais, no caso de empresas multinacionais e as variáveis psicossociais, como moda, nível de alfabetização, hábitos culturais e religiosos, etc. (PORTELA, 2006). Como isso pode impactar as condições do cliente? Tememos, na variável econômica, a taxa de desemprego. Ao perderem seus postos de trabalho, as pessoas perdem também suas condições de honrar compromissos. O comércio, por sua vez, tem suas condições alteradas, pois quando as pessoas estão desempregadas deixam de comprar ou se compraram a prazo, poderão deixar de pagar por falta de receita. Enfim, os profissionais liberais que têm suas condições alteradas pela redução na demanda provocada pela retração do mercado. (GEVERT, 2009). • Microambiente O microambiente é também conhecido como ambiente operacional e trata dos aspectos com os quais o cliente interage diretamente, influenciando e sendo influenciado. Fazem parte dele as variáveis de mercado (consumidor As condições dizem respeito ao micro e macroambiente em que o tomador está inserido. No caso das empresas, esse cenário é o ramo de atividade e a conjuntura econômica. Fazem parte do macroambiente as variáveis econômicas, tais como: alteração nas taxas cambiais ou de juros, a carga tributária e a taxa de desemprego dentre outras. 44 Gestão de crédito e mensuração de riscos e fornecedor), da concorrência e da sazonalidade, entre outras. (GEVERT, 2009). Vejamos, então, um exemplo de como a variável mercado fornecedor pode vir a impactar as condições de tomadoras das empresas compradoras. Quando se tem certa concentração em poucos fornecedores, acaba-se diminuindo o poder de negociação do cliente na hora das compras. Além disso, no caso da falência ou encerramento de atividade, a empresa compradora poderá ter problemas de abastecimento, impactando suas condições. Mas será que essa fragilidade atinge somente as empresas compradoras? A concentração de um produto em poucos fornecedores pode gerar tendência a cartelização, impactando nos preços e alterando as condições daqueles que não conseguirem proteger-se. d) Capital O capital se reporta à situação econômico-financeira da empresa noque diz respeito aos seus bens e recursos para saldar seus débitos. (SILVA, 2003). O aspecto capital nas empresas tomadoras de empréstimos implica uma análise global (Análise de Balanço e Análise Econômico- financeira). (SCHRICKEL, 2000). O cliente passou pela prova do caráter. Tem boa capacidade e as condições ambientais são favoráveis. Será que ele dispõe de recursos para honrar os compromissos assumidos? É o que analisamos no C do capital. Vamos verificar a relação existente entre seus bens e direitos, de um lado, e as obrigações assumidas, de outro. Isso, para podermos analisar sua situação econômica. Já quanto à capacidade financeira, verificamos suas receitas em comparação com as despesas. Se essas relações forem desfavoráveis, o cliente poderá enfrentar dificuldades para conduzir seus negócios, mesmo que tenha bom caráter, demonstre boa capacidade administrativa e as condições do ambiente onde ele atua sejam favoráveis. Nos casos de pessoas físicas, podemos verificar a situação patrimonial do cliente, comparando os bens de que ele dispõe em relação às suas dívidas. A situação financeira é obtida pela comparação entre as receitas (salários) e as O microambiente é também conhecido como ambiente operacional e trata dos aspectos com os quais o cliente interage diretamente, influenciando e sendo influenciado. O capital se reporta à situação econômico- financeira da empresa no que diz respeito aos seus bens e recursos para saldar seus débitos. 45 O Risco nas Instituições Financeiras Capítulo 2 despesas, tanto da própria atividade que desempenha como da manutenção do lar. Para as pessoas jurídicas, podemos fazer uso de um conjunto de conceitos e técnicas de análise das demonstrações financeiras apresentadas pelas empresas (balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício, etc.). A análise dos demonstrativos contábeis é uma eficiente ferramenta para a decisão de crédito, pois fornece informações sobre o seu desempenho e solidez. e) Conglomerado Assim como as pessoas se relacionam por diferentes graus de parentesco, formando grupos familiares, as empresas podem relacionar-se com as outras, formando grupos empresariais, tanto por participação no capital entre elas quanto por possuírem dirigentes em comum. Essa relação nem sempre é clara. Muitas vezes, empresas relacionadas podem estar em nome de outras pessoas, como esposa, filhos ou terceiros o que, mesmo que difícil e complicado, não deve impedir a análise conjunta. Em algumas situações, a empresa não possui dívidas na praça e seu cadastro é isento de restrições, porém seus proprietários (sem outra fonte de renda), estão comprometidos com dívidas elevadas. A questão que o analista deve levantar é: de onde virão os recursos para honrar esses compromissos? Pelo aspecto do conglomerado, a recomendação é que essas dívidas sejam consideradas como se fossem da empresa. Embora orientado para a análise de pessoas jurídicas, o conceito pode estender-se às pessoas físicas que desempenhem mais de uma atividade. Veja o caso de um comerciante do ramo do vestuário, por exemplo, que possua também uma pequena propriedade rural para produção de legumes. O negócio agrícola vai bem, mas o cadastro da empresa comercial registra muitas restrições e, por isso, não consegue crédito para a atividade. Nesse caso, possivelmente o cliente solicite o crédito para custeio da produção agrícola com o intuito de desviá-lo para a atividade comercial. Se isso ocorrer, certamente o retorno do capital emprestado poderá ser comprometido. Por isso, o aspecto conglomerado recomenda que o cliente seja analisado como um todo. A questão que o analista deve levantar é: de onde virão os recursos para honrar esses compromissos? 46 Gestão de crédito e mensuração de riscos f) Colateral Embora não seja um aspecto de análise para quantificar o risco do cliente propriamente dito, colateral é uma espécie de compensação para moderar eventual nota ruim apurada em algum dos Cs que estudamos, considerados seus pesos específicos, a não ser o caráter, que é uma condição determinante. Trata de garantias que possam ser oferecidas para lastrear as operações de crédito. Mesmo não sendo tratado como um fator determinante na realização do negócio é uma espécie de segurança incremental, que poderá ser útil caso algo ocorra diferente do planejado. Atividade de Estudos: Assim, encerramos a abordagem dos quesitos que permitem conhecer tecnicamente o cliente. Responda agora às seguintes questões: 1) Esses conhecimentos técnicos serão suficientes para quem analisa crédito? Justifique sua resposta. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 2) Em outras palavras, quem é o analista de crédito e o que se espera dele? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Trata de garantias que possam ser oferecidas para lastrear as operações de crédito. 47 O Risco nas Instituições Financeiras Capítulo 2 3) Que conhecimentos e habilidade são requeridos para o desempenho dessa função? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Finalidade do Crédito Segundo Portela (2006), a ciência econômica reconhece a existência da escassez de recursos. Assim, admite a impossibilidade de que os desejos da humanidade sejam satisfeitos, o que faz com que os indivíduos (os seus representantes na sociedade) efetuem escolhas. A escassez de recursos financeiros, entretanto, nem sempre é absoluta. Nossa capacidade de geração de receitas pode oscilar no tempo. Assim, é possível que haja descasamento entre nossas necessidades e nossa capacidade financeira de satisfazê-las. É aí que entram os bancos. Vimos, na apresentação do curso, que o papel desta instituição é exatamente a intermediação financeira, ou seja, exercer a ligação entre as sobras de recursos de algumas pessoas com as necessidades de outra, proporcionando o casamento de valores e prazos. (PORTELA 2006). Então, o que leva uma pessoa a solicitar crédito? Alguém pode querer comprar um imóvel, um veículo ou um eletrodoméstico e não possuir recursos suficientes no momento ou simplesmente complementar o salário enquanto o décimo terceiro não vem. Um profissional liberal recém-formado pode precisar montar seu consultório ou escritório para começar a ter rendimentos. Ou até um profissional mais antigo que necessite de um equipamento mais moderno para melhorar a qualidade do seu trabalho. Um agricultor pode precisar de máquina ou implemento agrícola para mecanizar sua lavoura ou financiar o plantio da nova safra (custeio) ou, ainda, estocar seu produto por um tempo, até que o preço de comercialização esteja mais atrativo. Em casos
Compartilhar