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Obstetrícia ATD2 Catarina Alipio XXIIB HIV: - Vírus de dupla cadeia de RNA. • Gênero: lentivírus. • Família: retroviridae. - Dividir em 2 tipos: causam os mesmos processos (semelhantes). • HIV1. • HIV2. - A infecção por HIV/ AIDS são afecções de curso clínico crônico. • HIV = infecção pelo vírus. • A I D S = d o e n ç a ( d o e n ç a d a imunodeficiência adquirida) , ja1 tem sintomatologia. - Contaminação: • Percutânea (sangue, fluídos corporais). • Relações sexuais desprotegidas (líquido seminal e secreções vaginais e secreções anais são contaminantes). • Transfusões de hemoderivados. • Transmissão vertical (motivo da aula = transmissão que ocorre da mãe para o feto ou infecção mãe/RN). - Pode ser por via intrauterina, do momento do parto (pelo contato com secreções vaginais ou sangue) ou via amamentação. Contágio: - Contato (lesões percutâneas de mucosas ou peles, líquidos). - Per íodo s intomát ico (H IV agudo) : praticamente insensível. • f e b r e , r a s h c u t â n e o , c e f a l e i a , adenomegalia, diarreia e hepatomegalia. • Confunde com outras doenças. • Desaparecem rapidamente. - Período assintomático (maioria): pode durar anos, processos longos. - Síndrome da imunodeficiência adquirida: • Infecções oportunistas: pneumocitose, candidíase esofágica, diarreia crônica, microbactéricas, etc. • O grande problema é esse estágio. Em todos os estágios existe possibilidade de transmissão. Importante: • O HIV não se associa a má formações fetais. • A gestação não altera a evolução da infecção pelo HIV (a evolução do HIV é constante independente da gravidez). • Gestação em paciente com HIV tem maior morbidade, levando a processos maternos ( D M G , p r é e c l â m p s i a ) e f e t a i s (prematuridade e RCF). Transmissão vertical: - Ocorre em 25 a 30% no mundo (em pacientes não tratadas). - Nas gravidezes planejadas ocorre incidência < 2% de transmissão vertical e nas não planejadas varia de 15 a 45%. - Momento da transmissão vertical: • Durante o TP e no parto (75%). • Intrauterino (25% - mais baixa). • Amamentação (7 a 22% de risco de transmissão adicional) = mulheres HIV + devem suspender a amamentação. - Em locais com problemas endêmicos de desnutrição eles permitem amamentação mesmo em mãe HIV+. - 92% das crianças infectadas adquirem o vírus no período peri parto. • Período preocupante = no TP e no parto. 14 HIV na Gestação Dr Gerson- DATA 13/04 Obstetrícia ATD2 Catarina Alipio XXIIB Fatores de risco para TV: - Carga viral elevada (controle da CV durante a gravidez é importante). - Quando a paciente não faz tratamento com ARV. - Pacientes com vaginose. - Pacientes com sífilis. - Uso de drogas ilícitas. - Sexo sem preservativo. - Prematuridade (parto prematuro, RN commneor cndicao imunológica) = RN que nasce < 37 semanas. - Baixo peso (pr inc ipa lmente RCF = crescimento inadequado para IG). - Procedimentos invasivos (ex: fórcipes, episiotomias). - Bolsa rota por > 4 horas (RN em contato com secreções vaginais). - Trabalho de parto prolongado. - Parto vaginal operatório (episiotomia: libera muito sangue em contato com o RN). Como previnir a TV: - Controlando todos os fatores de risco. ✓ Uso de terapia ARV ao longo da gestação (maioria permitidas na gestação). ✓ AZT parenteral por pelo menos 3 horas antes do parto. ✓ AZT xarope para o RN. ✓ Contraindicação da amamentação. - Leva o risco de TV para 1 a 2% das gravidezes. - AZT ou esquema tríplice (Hart) com acompanhamentos gestantes recebem esse Kit para as gestantes com HIV. Complicações do HIV na gestação: - Maior incidência de: • Prematuridade. • Pré eclâmpsia. • DMG. • RCF. Rastreamento pré natal: - Sorologia para HIV na 1ª consulta de pré natal e repetir no início do 3º trimestre (HIV 1/2). • Obs: A solicitação de teste deve ser acompanhada por autorização verbal da paciente. A recusa deve ser documentada na ficha de pré natal (isso é lei, leva a processo). • Dica: solicitação de qualquer exame para IST, pedimos autorização do paciente. - Teste de rastreamento inicia-se com o ELISA, que pode apresentar falso positivo em: doenças autoimunes, outras infecções e até mesmo a gestação por alteração do sistema imunológico). • Se der positivo, temos que fazer um teste confirmatório!! = Wersten Blot ou Immuno-Blot. - Possibilidades de resultado: • ELISA negativo: amostra não reagente. - Se tiver dúvidas (prostitutas, uso de drogas, s/ preservativo…) = repetir em 30 dias o ELISA. • E L I S A i n d e t e r m i n a d o : a m o s t r a indeterminada. - Repetir o exame ELISA. • ELISA e WB positivo: amostra reagente. - Repetir apenas ELISA em nova amostra para excluir eventual troca da amostra. • ELISA positivo e WB negativo: amostra indeterminada. - Repetir exame ELISA em 30 dias e solicitar teste molecular (detecção da carga viral). ELISA sempre vai positivar (mesmo com tratamento prévio), mas se tiver uma carga viral muito baixa, ele pode negativar. Limitações do diagnóstico: no rastreamento - Janela imunológica (não detecta AC) = teste negativo. 15 Obstetrícia ATD2 Catarina Alipio XXIIB - 1% da população infectada mantem carga v i ra l i n d e t e r m i n a d a ( m e s m o s e m tratamento). - Indivíduos imunosilenciosos: mantém níveis baixos ou indetectáveis de Ac anti HIV (baixa expressão imunológica). Lembrar: possível resultado falso positivo, a própria gestação, doenças/ infecções auto imunes e não autoimunes, algumas vacinações (ex: covid, tétano, hepatite, pertussis) pode positivar o ELISA = falso positivo. Assistência pré natal: - Gestante HIV + ou AIDS + devem ser a c o m p a n h a d a s p o r e q u i p e multidisciplinar: obstetra, infectologista, enfermeiro, nutricionista, psicólogo e asisstente social). - Abordagem: • Orientação da TV. • Avaliação social, hábitos (drogadição, múltiplos parceiros). • Comorbidades. • Infecções oportunistas. • Uso prévio de ARV. • Uso de substâncias. (Ex: corticoides, autodepressíveis). • Imunizações. • Orientar ao uso de preservativos em todas relações sexuais, independente do nº de parceiros. Tratamento: - Paciente com CD4 (Ac específico) normal (> 500 células/ mm3) = iniciar tratamento após 14 semanas de gravidez. • Protege o embrião, mesmo que não tenha risco de malformações. - Paciente com CD4 < 350 células/ mm3 ou com sintomas = iniciar tratamento imediato ao diagnóstico. - Paciente engravidou durante tratamento do HIV = manter o tratamento. - Esquema preconizado para pacientes virgens de tratamento = esquema tríplice. Rastreamento laboratorial: - Exames de rotina de pré natal de baixo risco. - Avaliação do CD4 (reflete o status imunológico da paciente e a necessidade de q u i m i o p r o fi l a x i a p a r a i n f e c ç õ e s oportunistas). • CD4 < 200 células/ mm3 = risco de infecção por Pneumocystis jiroveci. - Sulfametoxazol + trimetropin 3 x/ semana. • CD4 < 100 células/ mm3 = risco de infecção por toxoplasma. - Su l fametoxazol + t r imetropin 1 comprimido diário. • CD4 < 50 células/ mm3 = risco de infecção por micobactérias. - Sulfametoxazol + trimetropin diário + azitromicina. ‣ Portanto, devemos nesses casos fazer profilaxia com ATB. ‣ Quanto menor CD4, maior o risco de infecções. - Carga viral. - PPD. - Hemograma, colpocitologia oncótica, enzimas hepáticas (drogas podem ser hepatotóxicas), CD4 (acompanhamento e risco de infecções oportunistas), carga viral na 1ª consulta e repetir em 4 semanas, PPD, VDRL na 1ª consulta e no 3º trimestre + FTA-Abs, todas sorologias, fundoscopia na 1ª consulta se CD4 < 50, pois há risco de micobactérias. - Se paciente em uso de terapia ARV = avaliar função renal e hepática (ureia, creatinina, acido úrico, TGO/ TGP,GGT). - Vacinação (de rotina): influenza, hepatite, tétano e coqueluche. 16 Obstetrícia ATD2 Catarina Alipio XXIIB • Desde que CD4 < 200 ( se > 200 probabilidade de vacinas não darem resultados suficientes). - Avaliação da USG: • Conforme pré natal de baixo risco (4 USGs). • Uso de terapia ARV no 1º trimestre e fazer ecocardiografia entre 24 e 28 semanas. • A v a l i a r v i t a l i d a d e f e t a l c o m cardiotocografia e perfil biofísico fetal semanalmente após 34 semanas. Assistência ao parto: - Cesariana reduz taxa de TV (+ proteção direta do RN). - Parto vaginal deve ser reservado às pacientes que tem carga viral baixa e fizeram uso de ARV (com 3 drogas ativas combinadas). - Segundo o MS a via de parto deve ser orientada de acordo com a carga viral com 3 semanas de gestação: • CV > 1000 cópias/mL ou pacientes que não fizeram terapia ARV = cesariana eletiva com 38 semanas. • CV < 1000 cópias/mL e paciente tenha feito terapia ARV = via de parto a critério médico. - Gestante com diagnóstico tardio de HIV no pre natal = iniciar imediatamente terapia com ARV e programar cesariana eletiva com 38 semanas (mesmo que nível baixo de CV). - Gestante diagnosticada com HIV na admissão da maternidade = introdução imediata de AZT. • Adiantado TP = parto via baixa. • Colo < 4 cm (bolsa íntegra) = cesariana. Assistência ao puerpério: - Inibição da amamentação: • Cabergolina 0,5mg 2 comprimidos em dose única (se persistir a produção láctea ou ingurgitamento mamário = repetir dose em 48 horas de Cabergolina). - RN deverá ser conduzido ao infectologista p a r a s e g u i m e n t o s o r o l ó g i c o e manutenção do AZT em xarope até 4 semanas de vida (mesmo CD4 normal e CV negativa). 17
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