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Especiação Aula 10 - Evolução Introdução Conceitos de espécie e especiação A definição de especiação pode ser concebida de diferentes formas baseado no conceito de espécie adotado: Sob conceito morfológico Especiação é uma diferenciação morfológica entre grupos Sob conceito ecológico Especiação é uma adaptação a um novo nicho Sob conceito biológico Especiação é a evolução de um ou mais mecanismos de isolamento reprodutivo Sob conceito filogenético Evolução é a ramificação de uma linhagem (clado) em duas ou mais linhagens distintos (cladogênese) Introdução Conceitos de espécie e especiação Podemos também criar uma definição coesiva de especiação: Especiação é a evolução do isolamento de comunidades reprodutivas associada a adaptações novas que criam a coesão das linhagens sustentada por seleção natural. conceito biológico Introdução Conceitos de espécie e especiação Podemos também criar uma definição coesiva de especiação: Especiação é a evolução do isolamento de comunidades reprodutivas associada a adaptações novas que criam a coesão das linhagens sustentada por seleção natural. conceito ecológico Introdução Conceitos de espécie e especiação Podemos também criar uma definição coesiva de especiação: Especiação é a evolução do isolamento de comunidades reprodutivas associada a adaptações novas que criam a coesão das linhagens sustentada por seleção natural. conceito filogenético Como surgem novas espécies? Isolamento reprodutivo O evento crucial para a origem de uma nova espécie é o isolamento reprodutivo. O ponto-chave: Entender como o isolamento reprodutivo evoluiu entre duas ou mais populações originais. O isolamento reprodutivo pode ser gerado por dois tipos de mecanismos: Mecanismos pré-zigóticos Impedem a formação do zigoto Mecanismos pós-zigóticos Reduzem a viabilidade ou a fertilidade da prole formada Como surgem novas espécies? Isolamento reprodutivo Isolamento pré-zigótico (6 modos) Isolamento ecológico Os grupos de indivíduos ocupam diferentes nichos ecológicos Isolamento temporal ou sazonal Os grupos de indivíduos se acasalam em momentos diferentes Isolamento sexual ou etológico Os indivíduos de um grupo não reconhecem os indivíduos do outro grupo com parceiros Como surgem novas espécies? Isolamento reprodutivo Isolamento pré-zigótico Isolamento mecânico ou físico Não há compatibilidade dos órgãos copuladores ou polinizadores entre os indivíduos dos diferentes grupos Isolamento por polinizadores (angiospermas) Cada grupo é polinizado por um grupo diferente de polinizadores Isolamento gamético Os gametas de um grupo são incompatíveis ou não há atração pelo gameta do outro grupo Como surgem novas espécies? Isolamento reprodutivo Isolamento pós-zigótico (3 modos) Inviabilidade do híbrido O zigoto híbrido tem viabilidade reduzida ou é inviável Esterilidade do híbrido O zigoto híbrido tem fertilidade reduzida ou é estéril Erosão do híbrido O zigoto é viável ou fértil, mas a sua prole (F2) tem viabilidade ou fertilidade reduzida Modos de especiação Os mecanismos gerais pelos quais novas espécies surgem são chamados de modos de especiação Os modos de especiação baseiam-se na forma com que as populações se tornaram isoladas Especiação alopátrica (por vicariância) Duas populações de tamanho similar são isoladas por alguma barreira física Especiação peripátrica É uma forma alternativa da especiação alopátrica Duas populações são separadas por uma barreira física, sendo uma delas de tamanho pequeno (efeito fundador) Modos de especiação Modos de especiação Modos de especiação Especiação parapátrica Populações não estão isoladas por uma barreira física, mas não se sobrepõem no espaço devido a um gradiente ambiental (clina). Especiação simpátrica Populações estão sobrepostas no espaço, mas apresentam nichos diferentes Modos de especiação Com o isolamento das populações e a atuação dos fatores microevolutivos: As alterações nas populações se acumulam com o tempo gerando outros tipos de isolamento (sexual, ecológico, genético). Este isolamento culmina com a incompatibilidade das populações, gerando novas espécies Este processo não tem um tempo determinado para ocorrer e dependendo da dinâmica das populações ele pode se desfazer Tempo + fatores microevolutivos Base genética da especiação Seleção natural e isolamento pré-zigótico A seleção assume um papel fundamental no processo Base genética da especiação Como a seleção de um caráter de alimentação pode influir no isolamento reprodutivo (pré-zigótico)? Seleção sexual Correlação direta entre adaptação ecológica e escolha de machos (mais mais fortes são mais atraentes). Pleiotropia Um mesmo gene pode ter efeitos em mais de uma característica fenotípica do organismo. Efeito carona Seleção age num loco e indiretamente em locos ligados. Base genética da especiação Efeitos pleiotrópicos: forma do bico influencia na diversidade de cantos Base genética da especiação Isolamento pós-zigótico As causas do isolamento pós-zigótico foram propostas por Muller e Dobzhansky na década de 30 Modelo chamado Dodzhansky-Muller (D-M) Postula que combinações de alelos em loci diferentes (haplótipos) fixados em populações distintas gera efeitos letais ou de esterilidade quando combinados. Estes haplótipos seriam fixados e mantidos por seleção. Base genética da especiação Modelo Dodzhansky-Muller (D-M) Base genética da especiação Duplicação gênica e inativação de cópias Este modelo explica a erosão do híbrido O híbrido não sofre efeitos A prole do híbrido (F2) apresenta perda de função de genes Base genética da especiação Isolamento pós-zigótico (modelo D-M) Quanto mais locos estão envolvidos, mais possibilidades de interações (epistasia) Evidências do modelo surgiram recentemente: 1. Espécies de Drosophila apresentaram problemas com híbridos devido a interações epistáticas entre múltiplos locos 2. Coevolução parasita-hospedeiro Haplótipos de genes de resistência em hospedeiro controlam mecanismos específicos contra parasitas de um determinado local. Estes haplótipos tendem a se fixar nas populações. Combinações de haplótipos diferentes podem não oferecer resistência adequada. Base genética da especiação Teoria do reforço (reinforcement) Sob esta teoria, cada população original possui alto fitness para suas combinações de alelos (haplótipos). Ao se hibridizarem, formam-se combinações de alelos de baixo fitness. A seleção favoreceria a prole de cruzamentos preferenciais (caracteres de reconhecimento). Não se sabe o grau de influência do reforço na especiação. Teoria do reforço Pontos negativos Este é um tipo de seleção dependente de freqüência Se uma população é menor que a outra, suas chances de formar casais iguais é menor Casos onde o fitness do híbrido é diferente de 0 Se um híbrido é fértil, ele pode se acasalar com outro híbrido misturando os haplótipos Recombinação A recombinação dentro do indivíduo tende a misturar os alelos nos haplótipos que estão co-adaptados Ausência de evidências experimentais ou naturais Teoria ecológica de isolamento pós-zigotico Nesta teoria, o funcionamento interno do organismo dos híbridos é normal A inferioridade do híbrido depende das condições ambientais no qual ele está inserido. Ex: Viabilidade dos híbridos de Geospiza na ilha Daphne sob diferentes condições ambientais Base da especiação x modo Especiação alopátrica A teoria de D-M se relaciona apenas ao modo alopátrico de especiação Exige que combinações gênicas evoluam em populações separadas para se tornaremincompatíveis juntas. Mecanismos de isolamento pré-zigóticos estão menos relacionados à especiação alopátrica Efeitos pleoitrópicos e carona de genes depende de pressões seletivas de cada ambiente É muito difícil que as pressões seletivas sejam iguais nas populações isoladas Teoria do reforço não se aplica à especiação alopátrica Exige que as populações estejam em contato para ocorrer acasalamentos não-preferenciais Base da especiação x modo Especiação parapátrica A especiação parapátrica está fortemente ligada a mecanismos pré-zigóticos de especiação As populações se adaptam a condições ambientais de cada região As zonas de tensão se aplicam a teoria do reforço Zonas de tensão são regiões de encontro das populações em especiação que são seletivamente desvantojosas para os híbridos Base da especiação x modo Especiação parapátrica A definição das zonas híbridas (primárias ou secundárias) definem o modo de especiação Zonas híbridas primárias Zonas que surgiram durante a o evento de especiação Se as zonas são primárias: especiação parapátrica Zonas híbridas secundárias Zonas que surgiram do encontro de populações separadas em expansão Se as zonas são secundárias: especiação alopátrica Base da especiação x modo Especiação parapátrica Exemplo de zonas híbridas: corvos europeus (Corvus) Espécies se sobrepõem numa faixa do leste europeu, gerando híbridos Não se sabe se a zona é primária ou secundária Base da especiação x modo Especiação simpátrica Na especiação simpátrica, a mola propulsora a seleção disruptiva Formas variantes apresentam pressões de seleção similares, tendendo a fixar os haplótipos que garantem a manutenção dos tipos variantes O reforço assume papel importante Híbridos desvantajosos favorecem o desenvolvimento de mecanismos pré- zigóticos de especiação (seleção de caracteres de reconhecimento) Exemplo: Rhagoletis pomonella Naturalmente ovopõem em pilriteiras Com o avanço da fruticultura nos EUA, elas passaram a ovopor em maças, pêras e cerejas Isto favoreceu cada linhagem a especializar à espécie parasitada Base da especiação x modo Especiação simpátrica Especiação simpátrica em Rhagoletis pomonella Elas cruzam e ovopõem sobre a espécie onde nascem Isolamento pré-zigótico Adaptações à cada hospedeiro Geração de outros tipos de isolamento Incompatibilidade entre linhagens Especiação por hibridização Poliploidia Híbridos interespecíficos geralmente são estéreis porque os pares cromossômicos não segregam regularmente na meiose. Entretanto ela pode ocorrer por dois mecanismos: Poliploidia Cada par de cromossomos em meiose contém dois cromossomos da mesma espécie Poliplóides só cruzam entre si (isolados reprodutivamente) Fenômeno mais comum em plantas Especiação por hibridização Poliploidia Especiação por poliploidia no gênero Tragopogon Especiação por hibridização Introgressão Introgressão Alguns híbridos diplóides são parcialmente férteis quando cruzam com indivíduos parentais Este retrocruzamento é chamado de introgressão O resultado é uma mistura complexa de genes das espécies parentais Com seguidos retrocruzamentos o híbrido pode se torna fértil entre si Especiação por hibridização Exemplo de introgressão
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