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Ancilostomose Aula 15 – Parasitologia Introdução Doença causada pela infecção por três espécies de parasitos da família Ancilostomidae: Ancilostoma duodenale (mais frequente em regiões temperadas) Necator americanus (mais frequente em regiões tropicais) Ancilostoma ceylanicum (mais frequente na Ásia) Constitui um ciclo monoxeno, podendo ser uma antroponose ou zoonose A. duodenale e N. americanus são exclusivas de humanos (antroponose) A. ceylanicum é encontrada em canídeos e felídeos além do homem (zoonose) Introdução Popularmente conhecida como “amarelão” ou “opilação” Morfologia Ambas as espécies apresentam as mesmas fases do ciclo com algumas variações morfológicas Ovos Forma oval, com revestimento resistente Encontrados nas fezes e no ambiente Larvas (L1 a L5 ) L1 matura no ovo e é liberada no ambiente L2 de vida livre no ambiente, se alimenta de matéria orgânica L3 é a forma infectante, penetra no hospedeiro ativamente L4 e L5 encontradas nos pulmões e intestino, respectivamente Morfologia Vermes adultos Aparelho bucal (anterior) das espécies é distinta A. duodenale: dois pares de dentes ventrais e par de lancetas subventrais N. americanus: duas lâminas semilunares subventrais e duas subdorsais Morfologia Vermes adultos Extremidade posterior das fêmeas também é distintas nas espécies A. duodenale: presença de região afilada terminal N. americanus: ausência de região afilada terminal Extremidade posterior dos machos apresentam espículas que auxiliam na cópula Ciclo biológico Ciclo biológico Quando a larva L3 é ingerida, ela segue um caminho diferente: Penetram na mucosa e passam a L4 (5 dias) Voltam para a luz intestinal e passam a L5 e se fixam à mucosa (15 dias) Fixados à mucosa passam a adultos e se reproduzem (30 dias) A maturação dos ovos necessita de condições específicas Cerca de 22 mil ovos (A. duodenale) e 9 mil (N. americanus) são liberados por dia nas fezes Boa oxigenação Umidade alta (acima de 90%) Temperatura: 21 a 27°C (A. duodenale); 27 a 32°C (N. americanus) Ciclo biológico Tempo de maturação Eclosão dos ovos: 12 a 24 horas L1 a L2 : 3 dias L2 a L3 infectante: 5 dias Tempo de pré-patência (da infeção à liberação de ovos): Infecção: 30 minutos L3 a L4 : 2 a 7 dias L4 a L5 : 15 dias L5 a adultos: 30 dias Liberação de ovos: 35 a 60 dias Transmissão Duas formas de transmissão: Via oral Ingestão de água ou alimentos contaminados por larvas L3 As larvas podem penetrar na mucosa oral ou seguir pelo tubo digestivo Via transcutânea Penetração ativa das larvas pela pele humana (principalmente membros inferiores – maior exposição) Efetividade das vias A. duodenale: via oral e transcutânea igualmente efetivas N. americanus: via transcutânea mais efetiva Evolução da doença Ação das larvas Penetração de L3 Promovem lesão local no tecido que desencadeia processo inflamatório local Sensação de “picada”, prurido, formação de pápulas Esta dermatite desaparece em 10 dias Rompimento dos alvéolos Pequenas lesões locais Sintomas incluem tosse e febre de pequena intensidade Evolução da doença Larva migrans (bicho geográfico) Fenômeno inflamatório causado pela penetração de larvas de outros ancilostomídeos que não conseguem desenvolver seu ciclo no homem No Brasil é muito comum a infecção por A. braziliensis e A. caninun que são parasitos de cães e gatos. A larva fica “presa” no tecido cutâneo e desencadeia um pequeno processo inflamatório local Existe a infecção ocular que é causada principalmente por Toxocara canis, ascarídeo parasito de cães Evolução da doença Ação dos vermes adultos Ação competidora Anemia Deficiência nutricional Ação antigênica (lesões e metabólitos antigênicos) Disparam resposta inflamatória local Dor epigástrica, cólicas, flatulências, perda de apetite, diarréia (sanguinolenta ou não) – lesões Indisposição, nauseas, fraqueza – deficiência nutricional Diagnóstico Clínico Associação do quadro de anemia, lesões na pele e anamnese para averiguação dos fatores de risco Laboratorial Pesquisa de ovos nas fezes (“exame de fezes”) Nos exames de rotina não se distingue de qual espécie é o ovo Exames imunológicos não são viáveis pois podem dar falsos positivos em pacientes tratados Epidemiologia Apresenta ampla distribuição geográfica A distribuição das espécies é influenciada pela temperatura de maturação dos ovos (mais frio para A. duodenale e mais quente para N. americanus) No Brasil se tem registro das três espécies, mas A. ceilanicum tem menor importância epidemiológica. N. americanus é mais frequente. Mais comum na zona rural Deficiência no saneamento básico e educação em saúde Maior exposição às larvas: manipulação do solo Ocorre preferencialmente em crianças com mais de 6 anos, adolescentes e indivíduos mais velhos Profilaxia Segue o mesmo padrão das helmintoses intestinais Tratamento dos doentes Educação em saúde Destinação de fezes Utilização de calçados Cuidados com a saúde Melhoria no saneamento básico Tratamento Duas estratégias Controle da anemia e deficiência nutricional Suplementação de Fe (sulfato ferroso) e proteínas Erradicação da infecção Mebendazol Albendazol Segundas doses após 20 dias são recomendadas (drogas agem contra formas intestinais e podem ocorrer larvas nos pulmões)
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