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Mutações gênicas Aula 5 – Biologia Molecular Introdução – variação genética Todos os organismos apresentam variações em alguma porção do genoma. Os mecanismos que geram essas variações genéticas podem ser agrupadas em 4 categorias: Mutação gênica Mutação cromossômica Recombinação Transposição Mutações gênicas Mutação gênica - definição Alteração na seqüência de um gene, gerando uma nova forma alélica (alelo) Alelos Cada forma levemente modificada de um gene é considerado um alelo. O alelo mais encontrado, geralmente é adotado como referência, é chamado de alelo selvagem. O outros alelos gerados por mutação do alelo selvagem, são chamados de alelos mutantes. 2ª Rodada de replicação gênica 1ª Rodada de replicação gênica reparo Mutações gênicas Como as mutações gênicas são geradas? Alelo selvagem Alelo mutante Porque as mutações ocorrem? Mutações espontâneas e induzidas Algumas mutações ocorrem espontaneamente por erros na replicação do DNA Outras mutações são induzidas por agentes externos Estes agentes externos são chamados de agentes mutagênicos Mutações espontâneas Bases tautoméricas As bases nitrogenadas padrão podem apresentar isômeros raros (tautoméricas) Os isômeros padrão das base nitrogenadas são as formas ceto e amino Os átomos de H podem trocar de posição dentro da molécula, gerando as formas imino e enol Estas alterações podem alterar o padrão de pareamento normal das bases gerando mutações Tautomeria de bases nitrogenadas T C Tautomeria de bases nitrogenadas A G Pareamentos anômalos raros C* – A Pareamentos anômalos raros T – G* Adição e perda de bases Adição e perdas de bases são comuns em regiões de bases repetidas Nestas regiões podem se formar alças Dependendo de onde se forma a alça ocorre adição ou deleção de bases Se a alça ocorre no DNA molde: deleção de bases Se a alça ocorre na fita nova: adição de bases Como o pareamento se mantém correto a replicação segue Adição e perda de bases Depurinações São quebras espontâneas das ligações entre a base nitrogenada (purina) e a desoxiribose Ocorre apenas em Adeninas e Guaninas A perda da base nitrogenada pode ter dois destinos A própria célula reconhece o nucleotídeo defeituoso e o substitui (mais comum) Uma base nitrogenada qualquer pode ser adicionada no local, gerando a mutação (mais raro) Desaminações São perdas de grupos amino da molécula de citosina A molécula resultante é uma uracila As bases no DNA são frequentemente metiladas A metilação do DNA é uma forma de regulação gênica Quando uma Citosina metilada (5-metilcitosina) sofre uma desaminação ela se transforma numa timina Estas desaminações são alterações quimícas simples, logo este é tipo de mutação mais comum no DNA Desaminações Danos oxidativos Espécies de oxigênio ativas são comuns nas células e podem gerar lesões no DNA formando bases defeituosas As principais espécies de oxigênio ativas são: Peróxido de hidrogênio Radicais superóxido Radicais hidroxila As bases defeituosas podem fazer pareamentos errados ou bolquear a replicação do DNA Agentes mutagênicos Análogos de base São moléculas que têm estrutura muito parecida com as bases nitrogenadas normais Fazem pareamentos específicos com bases normais Os mais comuns são: 5-Bromouracil (5-BU) 2-Aminopurina (2-AP) Agentes mutagênicos Análogos de base Agentes mutagênicos Ácido nitroso Age causando desaminações em adeninas, guaninas e citosinas Isto faz com que estas bases passem da forma amino para a forma ceto Agentes mutagênicos Ácido nitroso Agentes mutagênicos Agentes intercalantes Estas moléculas se intercalam entre as bases do DNA, alterando a conformação da dupla hélice Estas alterações levam à adição e deleção de bases durante a replicação Agentes mutagênicos Agentes alquilantes São moleculas que doam grupos alquila à outras moléculas (bases) Agentes mutagênicos Raios ultravioleta Dissipam sua energia para as moléculas de DNA Os átomos do DNA excitado são mais reativos, podendo interagir com moléculas vizinhas Consequências das mutações As mutações podem ser classificadas sob três aspectos: Em nível de alteração do DNA Em nível de alteração da proteína codificada Em nível fenotípico Mutações em nível de DNA Em nível de DNA, as mutações podem ser de dois tipos: Adição ou deleção de bases (indels) Mutações de ponto Substituição de um nucleotídeo por outro nucleotídeo As mutações de ponto podem ser: Transições (purinas por purinas ou pirimidinas por pirimidinas) Transversões (purinas por pirimidinas ou pirimidinas por purinas) Mutações em nível de DNA As transições são mais freqüentes que as transversões Apesar de existirem mais formas de transversões, as transições formam um arranjo mais estável. TRANSIÇÕES TRANSVERSÕES Purinas Pirimidinas Mutações em nível de DNA Mutações diretas e reversas: Mutações do alelo selvagem são chamadas mutações diretas. Mutações do alelo mutante que o revertem para a condição selvagem são chamadas de mutações reversas ou retromutações. Mutação direta Mutação reversa Mutações em nível protéico As mutações em nível de DNA podem gerar 4 grupos de efeitos: Mutações silenciosas Mutações de sentido trocado Mutações sem sentido Mudança de matriz de leitura Mutações em nível protéico Mutações silenciosas A mutação altera um códon para outro códon do mesmo aminoácido Não há alteração da proteína Pode ocorrer diminuição na expressão da proteína devido a preferência por códon pela espécie (codon usage) Mutações em nível protéico Mutação de sentido trocado A mutação altera ó códon de um aminoácido para o códon de outro aminoácido. Se o aminoácido substituído é do mesmo grupo funcional do original, a função da proteína geralmente não é comprometida (mutação sinônima) Se o aminoácido substituído é de grupo diferente, a função da proteína é comprometida (mutação não-sinônima) Mutações em nível protéico Mutações em nível protéico Mutação sem sentido A mutação gera a substituição de um códon de aminoácido por um códon de parada. As conseqüências para a proteína dependerá de quão precoce foi o término prematuro da cadeia. Mutações em nível protéico Mudança de matriz de leitura Adições e deleções de pares de bases levam a um arranjo de códons alterado. Mutações em nível protéico Mudança de matriz de leitura Adições ou deleções em múltiplos de 3 nucleotídeos apenas adicionam ou removem aminoácidos são menos danosas Mutações reversas Podem ser de dois tipos Reversão exata Coloca a mesma base do alelo selvagem AAA GAA AAA A → G G → A Reversão equivalente Mutação coloca uma base que resulta num códon do aminoácido selvagem ou do mesmo grupo funcional AGG ACG TCG (Ser) G → C (Cis) A → T (Ser) Mutações em regiões não-codificantes Mutações em seqüências regulatórias (promotoras) podem alterar a expressão do gene regulado Mutações em regiões não-codificantes Mutações em sítios de reconhecimento de splicing podem alterar o padrão de remoção de íntrons Mutações em nível fenotípico Mutações morfológicas Alteram características externas (visíveis) de um organismo Mutações letais Mutações que geram alelos letais Alelos letais: alelos que comprometem a vida do indivíduo ou a fertilidade do indivíduo Mutações condicionais Mutações onde o efeito fenotípico só é percebido em condiçõesambientais específicas (condição restritiva) Mutações somáticas e germinativas Mutações somáticas São mutações que ocorrem em células do tecido somático Suas conseqüências dependerão de dois fatores: Se o gene é um proto-oncogene (genes do ciclo celular) Estágio do desenvolvimento no qual a mutação ocorreu Se mutação ocorre numa célula que não irá se dividir mais, a mutação não é percebida Mutações somáticas e germinativas Mutações germinativas São mutações que ocorrem em células formadoras de gametas São mutações herdáveis, pois os gametas gerarão indivíduos mutados As conseqüências da mutação são evidenciadas na prole Mutações germinativas são detectadas em indivíduos afetados sem histórico da alteração na família (geralmente dominantes). Se são recessivas, aparecem fenotipicamente quando há endogamia. Mutações no cromossomo X são mais facilmente detectadas (hemizigose em homens) Mecanismos de reparo Existem várias formas pelas quais uma célula pode corrigir uma mutação gênica Mecanismos de reparo Os mecanismos mais comuns são a excisão de base e a excisão de nucleotídeos Excisão de bases Mecanismos de reparo Excisão de nucleotídeo
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