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MODULO 1 Ciência e o conhecimento científico, características O que é Ciência? Todo conhecimento que tem um objeto de estudo definido. Diferente do senso comum, a ciência deve ser baseada em fatos observados de forma objetiva e comprovados através de um método ou um caminho para chegar a uma conclusão que por sua vez, não deverá ser considerada uma verdade absoluta, pois todo conhecimento é dinâmico e evolui. O conhecimento científico é racional, sistemático, exato e verificável da realidade. Sua origem está nos procedimentos de verificação baseados na metodologia científica. O Método Científico e suas Etapas: O método pelo qual o conhecimento científico se dá e evolui é chamado de método científico. Assim, o “método científico é a lógica da justificação”. Utilizada para validar hipóteses, leis e teorias. Etapas da Método Científico: • Observação; • Construção de Hipóteses (“palpite”); • Experimentação; • Resultados; • Conclusão. O Trabalho Científico, tipos e como deve ser dividido: Os trabalhos científicos acompanham a vida acadêmica de todo pesquisador ou estudante e saber qual gênero utilizar em cada situação é essencial para produzir o texto adequado. Seja para uma disciplina ou para a conclusão de uma pós-graduação. Conhecer os diferentes tipos de trabalhos científicos, denominados também de GÊNEROS ACADÊMICOS, para poder auxiliar também quem deseja submeter a uma revista científica por exemplo. Os tipos mais comuns de trabalhos científicos: • Resumo; • Pôster Acadêmico; • Resenha; • Relatório; • Artigo Científico; • Monografia; • Dissertação; • Tese. Etapas de um Trabalho Científico: 1. Formulação do Problema da Pesquisa; 2. Revisão da Literatura; 3. Definição dos Métodos para Aplicação da Pesquisa; 4. Coleta de Dados; 5. Análise e Interpretação dos Dados. Por que a ciência se difere do senso comum? C) Porque deve ser baseada em fatos de forma objetiva e comprovados através de um método. Assinale a alternativa falsa: E) Sobre as etapas de um trabalho científico, a definição dos métodos para aplicação da pesquisa vem após a coleta de dados. Que cuidados o autor precisa ter no momento de produzir seu trabalho científico? C) Escolha um tema que seja mais familiar a pesquisa e que o estudo. Parte 2 – a parte textual O Trabalho Científico e a Parte Textual 1. As Partes de um trabalho Científico: O Trabalho Científico é dividido em 3 partes: preliminar; textual e pós textual. Parte Preliminar • Capa (obrigatório); • Folha de Rosto; • Errata (opcional); • Termo de aprovação (obrigatório); • Dedicatória (opcional); • Agradecimentos (opcional); • Epígrafe (opcional); • Resumo (Português) e Abstract (Inglês) (obrigatório); • Listas (opcional); • Sumário. Parte Textual • Introdução; • (Relevância do Tema / Problema / Objetivos); • Revisão de literatura (Referencial Teórico); • Hipóteses; • Métodos; • Resultado; • Discussão e Análise dos Resultados; • Conclusão. Parte Pós Textual • Referência Bibliográfica (obrigatório); • Apêndice (opcional); • Anexo (opcional); • Índice (opcional). 2. Conceito sobre Introdução: Parte textual que deixa claro o conteúdo da pesquisa, o propósito do trabalho, de forma objetiva e que ao mesmo tempo, facilite a compreensão do documento que sera aprofundado. Etapas da Introdução, segundo Acevedo e Nohara (2010): I.Apresentação do assunto: “o presente trabalho trata ..., a presente pesquisa trata,...”; II. Importância ou justificativa do assunto: é o momento em que o autor defende a importância da sua pesquisa tem a oportunidade de convencer o leitor de que vale a pena estudar o assunto (ACEVEDO e NOHARA, 2010); III. Problema a ser investigado: definir o problema, significa especificá-lo em detalhes precisos e exatos, devendo haver clareza, concisão e objetividade. O problema de pesquisa deve ser analisado sob os seguintes aspectos: viabilidade, relevância, novidade, exequidade e oportunidade. O problema de pesquisa é a parte mais importante do trabalho, pois é a pergunta a que se pretende responder após a investigação; IV. Objetivos do estudo: dividido entre Geral e Específicos. Geral, refere-se ao que se pretende alcançar com a pesquisa e deste modo está diretamente vinculado ao problema de pesquisa. Específicos, Representam os passos para se alcançar ao objetivo geral. 3.Conceito de Hipótese: Segundo Gil (1999), a hipótese é uma suposta resposta ao problema a ser investigado. O papel fundamental da hipótese na pesquisa é sugerir explicações para os fatos. Podem ser a solução para o problema, podem ser verdadeiras ou falsas, mas sempre que bem elaboradas, conduzem à verificação empírica, que é o propósito da pesquisa científica. 4. Dicas para Elaboração da Hipótese: • Ser conceitualmente clara; ser específica; ter referências empíricas: palavras como bom, mau, deve, deveria, geralmente, boa qualidade, menor preço, não conduzem à verificação empírica (observação); • Ser simples, definição cuidadosa, sem conclusões formadas; • Estar relacionada com técnicas disponíveis (coleta de dados); • Estar relacionada com uma teoria. • Assinale a alternativa falsa: e) A Introdução do trabalho é a parte do trabalho com pouca relevância, pois de forma bem sucinta e generalista aborda o assunto que será exposto no referencial bibliográfico O Problema da Pesquisa é: c) A parte mais importante do trabalho, pois é a pergunta a que se pretende responder após a investigação. Quanto à formulação das hipóteses, pode-se afirmar que: a) Podem ser a solução para o problema, podem ser verdadeiras ou falsas, mas sempre que bem elaboradas, conduzem à verificação empírica, que é o propósito da pesquisa científica. Parte 3 – a parte textual II A Organização do Trabalho de Pesquisa 1. A Metodologia da Pesquisa a ser Utilizada: O QUE É UMA PESQUISA? Pesquisar é procurar respostas para inquietações, ou para um problema. É uma atividade voltada para a solução de problemas teóricos ou práticos com o emprego de processos científicos. A Metodologia da Pesquisa é um processo sistemático de produção de um método científico. Pode ser definida pelo Tipo (Natureza e Abordagens); Procedimentos Técnicos; Quanto aos Objetivos, Níveis e Resultados da Pesquisa. TIPOS DE PESQUISA: • Quanto à Natureza Básica: gerar conhecimentos novos e úteis para ciência sem aplicação prática prevista. Investigação de fenômenos físicos e seus fundamentos. Ex.: o físico Bohr e a Estrutura dos Átomos e da Física Quântica Aplicada: gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. Utiliza-se dos conhecimentos obtidos pela pesquisa básica para solucionar ações concretas e os problemas existentes. Ex.: Thomas Edson e criação e a luz elétrica. • Quanto à Abordagem Quantitativa: traduz números em opiniões e informações. Utiliza métodos estatísticos. Qualitativa: É descritiva. Considera a existência de um mundo real e o participante. Quantitativa X Qualitativa: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS: Pesquisa Bibliográfica: explica um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos; base em livros e periódicos científicos; busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema; procedimento básico para estudos monográficos; Pesquisa Documental: a partir de material não analisados; assemelha-se à pesquisa bibliográfica, todavia as fontes que a constituem são documentos; Pesquisa Experimental: consiste em determinar um objeto de estudo e selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definindo as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produzno objeto em condições determinadas. Pretende dizer de que modo ou por que causas o fenômeno é produzido; Pesquisa de Levantamento (Surveys): caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas, cuja opinião se quer conhecer; conhecimento direto da realidade, economia e rapidez, quantificação. Faz uso de questionário / formulário de pesquisa; Pesquisa de Estudo de Campo: assemelha-se ao levantamento, mas são mais aprofundados, apresenta maior flexibilidade, podendo ter seus objetivos reformulados ao longo do processo de pesquisa; Pesquisa de Estudo de Caso: estudo aplicado, aprofundado e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado; Pesquisa-Ação: resolução de um problema coletivo. Pesquisa Participante: interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas; Pesquisa Etnográfica: documenta e analisa aspectos culturais, específicos do processo comunicativo (verbal e não-verbal), bem como contextualiza este processo na cultura do grupo social onde ele ocorre. OBJETIVOS / NÍVEIS: Pesquisa Exploratória: objetivam familiarizar-se com o fenômeno ou obter nova percepção do mesmo e descobrir novas idéias. Ex: pesquisas bibliográficas e estudos de caso. Pesquisa Descritiva: observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos(variáveis) sem manipulá-los. Trabalha sobre dados ou fatos colhidos da própria realidade. Envolve técnicas padronizadas de coleta de dados, como questionários e observação sistemática. Ex.: estudos descritivos, pesquisa de opinião, pesquisa de motivação, estudo de caso, pesquisa documental. Pesquisa Explicativa: explica o “porquê” das coisas, visando identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos. QUANTO AOS RESULTADOS E A CONCLUSÃO: Ao descrever os resultados da pesquisa, deverá atentar para os seguintes aspectos: • Apresentados todos os resultados considerados relevantes, mesmo os negativos; • Não são incluídos comentários, pois estes farão parte da discussão; • A apresentação pode ser feita por meio de tabelas ou gráficos; • Nos trabalhos quantitativos, procure usar as estatísticas adequadas. Quanto à conclusão, deve decorrer da discussão, onde os dados são analisados e a conclusão é feita fundamentada nesta análise. A conclusão deverá apresentar: • O cumprimento de todos os objetivos da pesquisa; • Confrontação entre os objetivos da pesquisa e as conquistas alcançadas; • A comparação entre os resultados e a hipótese (além de deixar claro se a suposição foi confirmada ou não. Caso a suposição não tenha sido confirmada, não há prejuízo nenhum para o pesquisador, já que cabe a ele relatar os fatos e não a solução do problema em si); • A análise da relação entre os fatos verificados e a revisão de literatura (referencial teórico); • Contribuição do estudo para a ciência (sociedade, empresa, alunos de administração,...); • Sugestões para estudos futuros. Atividade extra Prepare uma experiência, algo que queira comprovar em seu dia- a-dia, seja em casa ou em seu trabalho. Baseado no material da disciplina, exercite o raciocínio da metodologia científica e elabore a introdução de um projeto científico, o qual deverá conter as seguintes partes: 1. Apresentação do Tema (Assunto); 2. Relevância ou Justificativa do Tema; 3. Problema a ser Investigado; 4. Objetivos do Estudo (Gerais e Específicos); 5. Definição de Hipóteses que deverão ser Investigadas; 6. Metodologia da Pesquisa que será Utilizada (Natureza, Abordagens, Procedimentos Técnicos e Níveis). Obs.: caso já tenha o tema de pesquisa do seu TCC, poderá aproveitar para apresentar neste exercício. Referência Bibliográfica ACEVEDO, C. R.; NOHARA, J. J. Monografia no curso de administração: guia completo de conteúdo e forma. 3a. Ed. São Paulo: São Paulo: Nobel, 2002. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4a. ed. São Paulo: Atlas S/A, 2002. GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. In: Revista de Administração de Empresas. São Paulo: v.35, n.2, p. 57-63, abril 1995. Assinale a alternativa correta: A) O estudo de caso deve conter um estudo aplicado, aprofundado e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado. Quanto à Pesquisa Qualitativa: D) A abordagem qualitativa oferece três maneiras de realizar a pesquisa: a pesquisa documental, o estudo de caso e a etnografia. Com relação à análise dos resultados e conclusão, NÃO é correto afirmar que: B) Podem ser incluídos comentários, pois estes farão parte da discussão. PARTE 4 – DICAS Normas e Dicas para Formatação do Trabalho Normas de digitação: • Espaço um e meio (1,5 linha), observando o mesmo espaçamento entre linhas; • Recomenda-se a ampliação para espaço triplo na mudança de parágrafo e entre o título e o início do texto (essa regra pode variar de IES p/ IES – recomenda-se checar Manual de TCC da IES); • Fonte do tipo “Times New Roman” ou “Arial”, no tamanho doze, tanto para os títulos, quanto para o texto. Exceto em citações diretas longa, utilizar tamanho dez e recuo do texto de quatro cm. Normas de citação: CITAÇÃO DIRETA CURTA > VARIAÇÃO 1: INÍCIO DA FRASE / COMO USAR? • Texto idêntico ao livro; • Obrigatório informar o número da página; • Entre aspas e no máximo 3 linhas; • Autor fora do parênteses em minúscula. Ex.: Segundo Cardoso (2011,p.22) “É relevante que a aprendizagem torne os sentidos estimulados de forma que as ideias fluam dentro de um contexto universal e detenha uma conexão extrema com o cosmo”. (continuar o parágrafo, se quiser...) CITAÇÃO DIRETA CURTA > VARIAÇÃO 2: FINAL DA FRASE / COMO USAR? • Texto idêntico ao livro; • Obrigatório informar o número da página; • Entre aspas e no máximo 3 linhas; • Autor dentro do parênteses e em maiúscula; • Ponto final após o parênteses. Ex.: “É relevante que a aprendizagem torne os sentidos estimulados de forma que as ideias fluam dentro de um contexto universal e detenha uma conexão extrema com o cosmo”. (CARDOSO, 2011, p.22). CITAÇÃO DIRETA LONGA > VARIAÇÃO 1: INÍCIO DA FRASE / COMO USAR? • Texto idêntico ao livro; • Obrigatório informar o número da página; • Sem aspas com mais de 3 linhas (máximo de 8 linhas); • Autor fora do parênteses em minúscula; • Autor, data e página , com autor fora do parênteses; • Normalmente faz a citação em relação ao parágrafo acima; • Recuo de 4 cm; • Tamanho da fonte: 10; Ex.: Cromwell (2013, pg. 73) define sensação [...] resposta imediata dos receptores sensoriais (olhos, dedos, pele, ouvidos, nariz) a estímulos básicos como luz, cor som, odores e texturas, [...] a percepção concentra-se ao acréscimo a essas sensações em estado bruto a fim de lhes dar algum significado. CITAÇÃO DIRETA LONGA > VARIAÇÃO 2: ENCERRA A FRASE / COMO USAR? • Texto idêntico ao livro; • Obrigatório informar o número da página; • Sem aspas e mais de 3 linhas (máximo de 8 linhas); • Autor dentro do parênteses e em maiúscula; • Ponto final após o parênteses; • Recuo de 4 cm; • Tamanho da Fonte: 10. As cores podem até influenciar mais diretamente nossas emoções. Evidências indicam que algumas cores criam sentimentos de excitação e estimulam o apetite. Outras já criam sentimentos relaxantes [...] produtos apresentado sobre um fundo azul são mais apreciados do que no fundo vermelho (HIGHASAKITE, 2014, p. 187). CITAÇÃO INDIRETA > VARIAÇÃO 1: INÍCIO DA FRASE / COMO USAR? • Escrito com as palavras do aluno com base no conteúdo do autor; • Autor(es) fora dos parênteses e em minúscula; • Escrever sem trocar as palavras do autor em sinônimos, pois isso se enquadra em plágio. Ex.: Segundo Lakaio & Medeiros(2017), as variáveis controláveis contidas nas ferramentas de marketing dependem da definição, planejamento e implementação das ações estratégicas. A eficácia na implementação será resultado da integração entre as ferramentas cujo foco incide sob o cliente. CITAÇÃO INDIRETA > VARIAÇÃO 2: ENCERRA A FRASE / COMO USAR? • Escrito com as palavras do aluno com base no conteúdo do autor; • Autor(es) dentro dos parênteses e em MAIÚSCULA; • Sempre com ponto final após os parênteses; • Escrever sem trocar as palavras do autor em sinônimos, pois isso se enquadra em plágio. Ex.: As variáveis controláveis contidas nas ferramentas de marketing dependem da definição, planejamento e implementação das ações estratégicas. A eficácia na implementação será resultado da integração entre as ferramentas cujo foco incide sob o cliente (LAKAIO & MEDEIROS, 2017). O foco do cliente deve ser o propósito dos executivos de marketing na elaboração de novos produtos e serviços inovadores e ao mesmo tempo, sustentáveis (BRITHNER, 2016). CITAÇÃO DA CITAÇÃO (apud) / COMO USAR? • Apud significa “Citado por”; • Autor do texto à esquerda, quem citou à direita; • Castro fez um artigo e citou Santos e você teve acesso ao artigo de Castro mas não tem acesso ao livro de Santos e quer usar a mesma citação, então ficaria: (CASTRO apud SANTOS, 2014); • O número da página só seria necessário na citação, caso fosse uma citação direta: (CASTRO apud SANTOS, 2014, p. 220). Ex.: Os estímulos que aparecem de um modo ou em lugares inesperados tendem a atrair a atenção [...] os lugares incluem a parte de trás dos carrinhos de compras, paredes de túneis, pisos de estádios esportivos e sanitários públicos [...] descobriram os padrões similares quando interromperam pessoas que estavam sendo impactadas por uma mensagem. (MATHIAS apud CUNHA, 2012). Normas de rodapé: De acordo com o Projeto NBR 10520, da ABNT, datado de agosto e 2002 e definidor das citações em documentos, as notas nunca devem recomeçar numeração em cada página. O documento, ou capítulo, ou parte deve seguir uma única numeração, seguindo sempre o sistema numérico que deve ser consecutivo. As notas devem estar dentro das margens, com uma linha contínua de 5 milímetros que as separem do restante do texto. Devem estar alinhadas a partir da segunda linha da mesma nota, sem espaço entre as notas e com fonte menor. Normalmente, em caso de texto digitado em fonte 12, utiliza-se na nota número 10, apesar da ABNT não determinar qual deve ser o tamanho categoricamente. Por Exemplo: 1As referências em notas de rodapé devem seguir um mesmo padrão, não se pode usar a cada momento uma maneira de citação. 2As notas de rodapé fornecem informações que podem ser vitais a um texto e também suscitar curiosidades no leitor, além de informá-lo. Nota de Referência: As notas de referência são aquelas que aparecem no texto acadêmico para dar crédito à fonte bibliográfica. Essas mesmas informações também precisam ser inclusas na lista de referências no final do trabalho. As traduções em línguas estrangeiras também podem ser abordadas através de uma nota de referência. Ao elaborar uma nota de referência, é necessário incluir o sobrenome do autor e a data de publicação. Sempre alinhá-la à esquerda. No caso de um material consultado na internet, a nota deve contar, ainda, com o endereço do link por extenso e data de acesso ao conteúdo referenciado. Lembre-se: a primeira citação de uma publicação deve ser sempre completa. De acordo com o Projeto NBR 10520, da ABNT, datado de agosto e 2002 e definidor das citações em documentos, as notas nunca devem recomeçar numeração em cada página. O documento, ou capítulo, ou parte deve seguir uma única numeração, seguindo sempre o sistema numérico que deve ser consecutivo. Exemplo de nota de rodapé de referência: Franz Kafka1 apresenta o personagem GregorSamsa que, ao acordar de sonhos intraquilos, havia se metamorfoseado em um inseto. __________________________________ 1KAFKA, Franz. A metamorfose. Tradução de Modesto Carone. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.Este inseto foi caracterizado como monstruoso.22Ibid. Nota Explicativa: As notas explicativas podem ser usadas pelo autor para realizar comentários, esclarecimentos, complementações e observações. Também servem para referenciar trabalhos não publicados ou dados obtidos através de comunicação pessoal. Exemplos: __________________________________ As normas da ABNT1 padronizam as citações. 1Associação brasileira de normas técnicas. As redes sociais2 de hoje possibilitam um novo tipo de interatividade entre as pessoas, emergindo uma cultura digital. 2 Como Facebook, Instagram, Google+ e similares. Uso de abreviaturas e expressões: Quando a mesma referência aparece em duas ou mais notas de rodapé da mesma página, é possível utilizar expressões latinas para evitar repetições. Idem ou Id, por exemplo, significa “do mesmo autor”. Já Ibidem ou Id quer dizer “na mesma obra”. Formatação de texto: • Papel Formato A4 (padrão internacional – 21 mm x 29,7 mm) na cor branca; • A formatação do texto deve ser JUSTIFICADA em TODO o trabalho; • Margens: • A impressão deve ser vertical e feita apenas de um lado da folha. A única exceção é a folha de rosto que contém a ficha catalográfica no seu verso. Obs.: demais especificações como gramatura de papel e local de paginação pode variar de acordo com a IES, sugere-se consultar manual de Monografias e Trabalhos Científicos da Instituição. Normas de formação de parágrafos e paginação: Parágrafos: recomenda-se recuo de 1,5cm na 1ª linha de cada parágrafo (exceto citações diretas com mais de 3 linhas, que devem ter um recuo de 4 cm no parágrafo todo). Obs.: demais especificações como gramatura de papel e local de paginação pode variar de acordo com a IES, sugere-se consultar manual de Monografias e Trabalhos Científicos da Instituição. Quanto à Paginação do Documento: • Páginas preliminares devem ser ordenadas com números romanos, escritos em letras minúsculas (exemplo: i, ii., iii, iv, v, vi, vii etc.); • Demais páginas deverão ser numeradas com algarismos arábicos, localizados na parte superior direita da página*, de forma sequencial; • Páginas que iniciarem capítulos não devem conter qualquer numeração; • Numeração em algarismos arábicos inicia-se a partir do Capítulo 1 e deve ser mantida até a última página das Referências Bibliográficas ou de Anexos. Obs.: *Pode variar de acordo com a IES, sugere-se consultar manual de Monografias e Trabalhos Científicos da Instituição. A numeração deve figurar após a primeira folha da parte textual, aparecendo no canto superior da folha e a 2 cm da borda superior, em algarismos arábicos. No caso da utilização de apêndices e anexos, as folhas devem ser numeradas de maneira contínua e sua paginação deve dar seguimento à do texto principal. Normas de formatação de tabelas e quadros: • Dispostos verticalmente, obedecendo o formato das páginas referentes ao texto; • Se o desenho exigir maior espaço, poderá ser reduzido, desde que não fique ilegível ou ser feito em folhas de tamanho maior, desde que dobradas, para que não ultrapassem os limites ou impeça a encadernação; • Cores do gráfico precisam deixar de forma clara a diferença dos setores, portanto cuidado com o tom das cores e a escala de cinza, em caso de P/B; • Não devem ser apresentados gráficos e tabelas com os mesmos dados; • Gráficos tridimensionais (3D) devem ser evitados, assim com uso de sombras, texturas ou cores; • Gráficos mais simples, como o de coluna e o de linha, devem ser os preferidos por serem mais eficientes na apresentação dos dados; • Figuras e Gráficos precisam conter moldura comuma linha fina. Qual a diferença entre quadro e tabela? Tabela: Expressa por números. Quadro: Expressa somente por palavras. A tabela apresenta os seguintes elementos: título, cabeçalho, conteúdo, fonte e, se necessário, nota(s) explicativa(s) (geral e/ou específica). É dividida por o mínimo possível de linhas na horizontal e as bordas laterais não podem ser fechadas. Já o quadro, embora siga especificações semelhantes (título, fonte, legenda, nota(s) e outras informações necessárias), terá suas laterais fechadas e sem limite de linhas horizontais. Normas de formação de listas: As listas devem ser preparadas dentro do mesmo formato do Sumário. Podem ser de Ilustração, Quadros e Tabelas. Sua localização é após o Sumário. Dicas de formação de sumário: O Sumário deve conter os Capítulos e Subcapítulos do trabalho e suas devidas páginas; Cuidado que a formatação do texto deve ser justificada, contendo alinhamento de todos os itens da lista. Qual a diferença entre SUMÁRIO E ÍNDICE? Sumário: enumeração das divisões, seções e outras partes de uma publicação, na mesma ordem e grafia em que a matéria nele se sucede. Índice: relação de Palavras ou Frases, ordenadas segundo determinado critério, que localiza e remete para as informações contidas num texto. Consiste na enumeração, por ordem alfabética, de expressões e palavras-chaves, seguidas dos números das páginas em que estas podem ser encontradas, no texto. Exemplos: • Modelo bifásico: 19, 36 • Modelo trifásico: 45, 63 Fontes: ABNT • NBR 6034: Informação e documentação - Índice - Apresentação • NBR 6027: Informação e documentação - Sumário - Apresentação Normas de formatação de títulos e subtítulos: Títulos dos Capítulos: Posição de destaque na página, numerado e com letras MAIÚSCULAS em negrito e fonte tamanho 12. Sempre alinhado na esquerda. Exemplo: 1. Introdução Subtítulos dos Capítulos: • Devem ser empregados para dividir o trabalho em etapas lógicas e coerentes; • Devem ser escritos com letras minúsculas (exceto a primeira letra), fonte tamanho 12 e negrito. Ex.: 2.1 O que é Dengue? 2.1.2 Sintomas 2.1.2.1 Febre alta 2.1.2.4.1 Temperatura do Corpo Normas de formata~ção de títulos no sumário: Normas para formatação de alíneas: Deve-se seguir a norma ABNT NBR 6024/2003. Para enumerar os diversos assuntos de uma seção que não possuem título, deve ser subdividido em alíneas. Normas de referências bibliográficas: As referências podem aparecer em nota de rodapé (comum em trabalhos acadêmicos), no final do texto ou de capítulo (comum em artigos de livros), em lista de referências (comum em TCCs, dissertações e teses). Segundo a ABNT, só é numerada no Sumário, As referências devem estar sempre em ordem alfabética, conter o nome do autor, título, edição, local, editora e data de publicação. Basicamente, devem conter o sobrenome do autor deve em maiúsculas, o nome pode ser abreviado apenas com a primeira inicial. Seguido de ponto e o nome da obra em negrito, caso tenha subtítulo, não deve estar em negrito. Novamente ponto, o número da edição, ponto. Local, seguido de dois pontos, o nome da editora, vírgula e o ano de publicação. Referência de Livros Impressos: SOBRENOME, Nome. Nome da obra: subtítulo da obra. Edição. Local: editora, ano. FOUCAULT, M. Vigiar e punir. Tradução de Raquel Ramalhete. 1ª edição. Petrópolis: Vozes, 1977. Livros com até 3 autores: os sobrenomes devem estar na ordem apresentada pelo livro. PUENTES, A.; DIAS J. F. Historia de las leyes, prebiscitos y senadoconsul-tos mas notables, desde la fundación de Roma hasta Justiniano. Madrid: Imprenta de D.Vicente de Lalama, 1840. Acima de 3 autores: deve-se usar apenas o primeiro autor e depois a expressa et al. HUTZ, C. S. et al. Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed, 2016. Coletâneas de vários autores: Deve-se constar o nome do responsável, seguido entre parênteses do tipo de participação (organização, compilador, coordenador…) FIORIN, J. L. (org.).Introdução à Linguística II: princípios de análise.4ª edição. São Paulo: Contexto,2008. Autor desconhecido: Às vezes você pode se deparar com a situação em que não sabe qual é o autor. Nesse caso, o título deve vir em maiúsculas, seguido de cidade, editora, ano e página. BÍBLIA SAGRADA. São Paulo: Paulinas, 2017, p. 1001. Referência de Artigos ou Capítulos de Livros: Deve conter: autor, título do trabalho apresentado acrescido da expressão In:, nome do livro, local, editora, data, página inicial e final. GADOTTI, Moacir. Prefácio. In: Demo, Pedro. Avaliação Qualitativa: Polêmicas Do Nosso Tempo.6.Ed. Campinas: Autores Associados, 1999, p.1-5. Referências de TCCs, teses e dissertações: Deve-se inserir nome, título, ano de apresentação, número de folhas, a categoria (TCC, dissertação de mestrado ou tese de doutorado), instituição, local e ano. FILENO, Érico Fernandes. O professor como autor de material para um ambiente virtual de aprendizagem. 2007. 130f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Setor de Educação, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2007. Referências de revistas inteiras: Deve conter: título, local de publicação, editora, datas de início e de fim da publicação (caso tenha encerrado). Ex.: REVISTA ÉPOCA. São Paulo: O Globo, 1998- Artigos de revistas: Deve conter autor, título da parte, artigo sem negrito, título da publicação em negrito, local, volume e/ou número, páginas iniciais e finais caso tenha. BROGLIATO, Camilia. Natal em forma!. O2, São Paulo, n. 162, p. 34- 37, dez. 2016. AZEVEDO, F. de et.al. Notas para a História da Educação. (Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova). Revista Brasileira de estudos pedagógicos. Rio de Janeiro, v. XXXIV, n. 79, p. 108-127, jul- set, 1960. Caso não tenha autor: Ex.: O2 na USP. O2, São Paulo, n. 162, p. 4, dez. 2016. Referência de Artigos de Jornais: Devem seguir os padrões citados anteriormente, com a indicação do autor, caso tenha, e do nome do artigo. SILVA, Alvaro Costa e. A arte da desordem. Folha de S. Paulo, São Paulo, p. C1, 20 mai. 2017. No Brasil governo e empresas desligaram computadores. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. B10, 12 de mai. 2017. Referências de Trabalhos apresentados em eventos Muitas vezes recorremos a anais de eventos onde encontramos artigos que são interessantes para o trabalho que estamos desenvolvendo, entretanto, quase nunca encontramos a informação de como é a referência. Deve conter: autor, título do trabalho apresentado acrescido da expressão “In:”, nome do evento, numeração do evento (caso tenha), ano e local de realização, título do documento, local, editora, data, página inicial e final. OLIVEIRA, C. A., ARAÚJO, L. C. A produção científica acadêmica nacional na área de educação a distância no período de 2009 a 2011. In: Seminário Internacional de Educação a Distância: meios atores e processos, V, 2013, Belo Horizonte. Anais… Belo Horizonte: UFMG, 2013, p. Referências de Legislação Para citar leis como, Constituição, emendas constitucionais, medida provisória, lei complementar, decretos, resoluções do Senado Federal, atos normativos, portarias, resoluções, ordem de serviço, comunicados, avisos, entre outros, deve-se seguir o modelo: BRASIL. Código penal. 2ª edição. Barueri: Manole, 2017. Referências Online de Sites (Links) Deve constar sobrenome do autor, nome (caso constem), título do artigo, ano, link e data de acesso.MORAN, José Manuel. Como utilizar a Internet na Educação. 1997. Disponível em <http://www.eca.usp.br/prof/moran/> Acesso em: 25 abr. 2017. Para livros disponíveis online, devem-se seguir os mesmos padrões de livros impressos, acrescidos do link, com a data e hora de acesso. Tenha atenção ao link que disponibilizará em redes sociais eles podem expirar rapidamente ealguém que queira não terá acesso. CREATIVE COMMONS. Conceitos legais: o commons. 2005. Disponível em: http://www.creativecommons.org.br/index.php?option=com_content&t ask=view&id=39. Acesso em: 10 mai. 2017, 10:30:20. WILSON, Dominic. Dreaming with BRICs: the path to 2050. New York: Goldman Sachs Group, 2003. Disponível em: www.gs.com. Acesso em: 20 abr. 2017. Diferenças entre anexo e apêndice: http://www.creativecommons.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=39 http://www.creativecommons.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=39 http://www.gs.com/ Plágio acadêmico: CUIDADO! O simples fato de trocar por sinônimos as palavras do autor, já configura plágio. A propriedade intelectual lida com os direitos de propriedade das coisas intangíveis oriundas das inovações e criações da mente estão sob proteção legal a propriedade industrial, os cultivares e também o chamado direito autoral. A propriedade intelectual protege as criações, permitindo que seus criadores usufruam direitos econômicos sobre produtos e serviços que podem resultar de suas obras (BRASIL, 2008). Consulte o manual de TCC da sua Instituição de Ensino e saiba as regras e punições para quem for pego em plágio. Atividade extra Tema: Prepare seu TCC Chegou a hora! A partir do aprendizado deste material, prepare seu TCC, com base no manual de sua Instituição e leve em conta todas as dicas sobre formatação que foram explanadas. Bom Trabalho! Referência Bibliográfica ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Normas ABNT 2018 – Regras de Formatação TCC e Monografia. Disponível em: https://www.normaabnt.com. Acesso em 24 jul. 2018. BRASIL, CódigoPenal. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil/decreto- lei/Del2848compilado.htm, acesso em 22. Jul.2018. BRASIL, Lei 9610, de 19 de Fevereiro de 1998. Disponível em: http://www.planalto. . Em relação às regras para organização de um trabalho de conclusão de curso: B)A formatação deve ser justificada em todo o trabalho, utilizando papel A4, texto fonte Times New Roman ou Arial, tamanho 12 em todo o trabalho, exceto em legendas e notas de rodapé Assinale a afirmativa correta: CAs notas de referência são aquelas que aparecem no texto acadêmico para dar crédito à fonte bibliográfica Assinale a alternativa que Não esteja correta: E) O Sumário deve ser paginado DIDÁTICA DO ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E SUEPERIOR SLIDES: https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp- content/uploads/2021/08/12151932/descom1.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil/decreto-lei/Del2848compilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil/decreto-lei/Del2848compilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9610.htm https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12151932/descom1.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12151932/descom1.pdf Elaboração do plano de curso e plano de aula https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp- content/uploads/2021/08/12152904/aula-2-elaboracao-do-plano-de-curso-e- plano-de-aula-46d40c1048329e0682cf411627def94d.pdf Técnicas de ensino de conteúdos atitudinais Clique neste link para baixar o material desta aula: https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp- content/uploads/2021/08/12153241/aula-3-tecnicas-de-ensino-de-conteudos- atitudinais-2902978bfb12823bcc4e83ba04e.pdf Relação professor-aluno no processo de ensino e aprendizagem Clique neste link para baixar o material desta aula: https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp- content/uploads/2021/08/12153411/aula-4-relacao-professor-aluno-no- processo-de-ensino-e-aprendizagem-bb16ca1996.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12152904/aula-2-elaboracao-do-plano-de-curso-e-plano-de-aula-46d40c1048329e0682cf411627def94d.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12152904/aula-2-elaboracao-do-plano-de-curso-e-plano-de-aula-46d40c1048329e0682cf411627def94d.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12152904/aula-2-elaboracao-do-plano-de-curso-e-plano-de-aula-46d40c1048329e0682cf411627def94d.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12153241/aula-3-tecnicas-de-ensino-de-conteudos-atitudinais-2902978bfb12823bcc4e83ba04e.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12153241/aula-3-tecnicas-de-ensino-de-conteudos-atitudinais-2902978bfb12823bcc4e83ba04e.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12153241/aula-3-tecnicas-de-ensino-de-conteudos-atitudinais-2902978bfb12823bcc4e83ba04e.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12153411/aula-4-relacao-professor-aluno-no-processo-de-ensino-e-aprendizagem-bb16ca1996.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12153411/aula-4-relacao-professor-aluno-no-processo-de-ensino-e-aprendizagem-bb16ca1996.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12153411/aula-4-relacao-professor-aluno-no-processo-de-ensino-e-aprendizagem-bb16ca1996.pdf Postura, quadro e voz: Sendo um professor nota dez Clique neste link para baixar o material desta aula: https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp- content/uploads/2021/08/12153551/aula-5-descomplica-pos-sendo-um- professor-nota-dez-342700affcd6b484b33246df0b3e47f4.pdf Dinâmica de aula Clique neste link para baixar o material desta aula: https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp- content/uploads/2021/08/12154044/aula-6-dinamica-de-aula- 4d37458dca7ae09e220d0b739f423145.pdf Professor atual x professor desejado Clique neste link para baixar o material desta aula: https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp- content/uploads/2021/08/12154116/aula-7-descomplica-pos-didatica- professor-atual-x-professor-desejado-3adc20eba2bb64.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12153551/aula-5-descomplica-pos-sendo-um-professor-nota-dez-342700affcd6b484b33246df0b3e47f4.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12153551/aula-5-descomplica-pos-sendo-um-professor-nota-dez-342700affcd6b484b33246df0b3e47f4.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12153551/aula-5-descomplica-pos-sendo-um-professor-nota-dez-342700affcd6b484b33246df0b3e47f4.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12154044/aula-6-dinamica-de-aula-4d37458dca7ae09e220d0b739f423145.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12154044/aula-6-dinamica-de-aula-4d37458dca7ae09e220d0b739f423145.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12154044/aula-6-dinamica-de-aula-4d37458dca7ae09e220d0b739f423145.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12154116/aula-7-descomplica-pos-didatica-professor-atual-x-professor-desejado-3adc20eba2bb64.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12154116/aula-7-descomplica-pos-didatica-professor-atual-x-professor-desejado-3adc20eba2bb64.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12154116/aula-7-descomplica-pos-didatica-professor-atual-x-professor-desejado-3adc20eba2bb64.pdf Memória e inteligência Clique neste link para baixar o material desta aula: https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp- content/uploads/2021/08/12154344/aula-8-memoria-e-inteligencia- 3c74230622154214c867fc2c07516bed.pdf Professor coaching: horáriose formas de estudo Clique neste link para baixar o material desta aula: https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp- content/uploads/2021/08/12154521/aula-9-professor-coaching-horarios-e- formas-de-estudo-75edc7275736e44054647c.pdf Métodos avaliativos Clique neste link para baixar o material desta aula: https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp- content/uploads/2021/08/12154625/aula-10-metodos-avaliativos- 988f2199c665391725ab4a936f7f5e28.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12154344/aula-8-memoria-e-inteligencia-3c74230622154214c867fc2c07516bed.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12154344/aula-8-memoria-e-inteligencia-3c74230622154214c867fc2c07516bed.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12154344/aula-8-memoria-e-inteligencia-3c74230622154214c867fc2c07516bed.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12154521/aula-9-professor-coaching-horarios-e-formas-de-estudo-75edc7275736e44054647c.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12154521/aula-9-professor-coaching-horarios-e-formas-de-estudo-75edc7275736e44054647c.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12154521/aula-9-professor-coaching-horarios-e-formas-de-estudo-75edc7275736e44054647c.pdf 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Clique neste link para baixar o material desta aula: https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp- content/uploads/2021/08/12154807/aula-11-enfim-estamos-dando-uma-boa- aula-d8e8d45e15981c5b2d20b7c7a3dfc750.pdf Exercícios de fixação Clique neste link para baixar o material desta aula: https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp- content/uploads/2021/08/12155347/aula-12-exercicios-de-fixacao-didatica- adb66ea4df8181fc9c5e6078fe30a011.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12154807/aula-11-enfim-estamos-dando-uma-boa-aula-d8e8d45e15981c5b2d20b7c7a3dfc750.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12154807/aula-11-enfim-estamos-dando-uma-boa-aula-d8e8d45e15981c5b2d20b7c7a3dfc750.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12154807/aula-11-enfim-estamos-dando-uma-boa-aula-d8e8d45e15981c5b2d20b7c7a3dfc750.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12155347/aula-12-exercicios-de-fixacao-didatica-adb66ea4df8181fc9c5e6078fe30a011.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12155347/aula-12-exercicios-de-fixacao-didatica-adb66ea4df8181fc9c5e6078fe30a011.pdf https://flowpress-production.s3.sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2021/08/12155347/aula-12-exercicios-de-fixacao-didatica-adb66ea4df8181fc9c5e6078fe30a011.pdf A história da Segurança do Trabalho Ahistória da Segurança do Trabalho A história da Segurança do Trabalho, assim como tantas outras áreas, começou bem antes do reconhecimento dos conceitos relativos à Segurança e Saúde do Trabalho e sua importância. O homem de neandertal, espécie prima humana extinta, que habitou a Europa e partes do oeste da Ásia há mais de 300 mil anos, já utilizava vestimentas de couro para proteção do seu corpo contra eventuais ameaças a sua integridade física advindas da floresta (BARSANO; BARBOSA, 2014). Os tópicos seguintes se debruçam sobre a origem da segurança e saúde do trabalho, traçando um panorama geral desde os primeiros indícios de uso de medidas de proteção e prevenção de danos físicos e psíquicos; percorrendo as contribuições dos pensadores e filósofos; chegando à intensificação da discussão dos agravos da precarização dos ambientes e condições de trabalhos industriais, que culminaram na evolução dos princípios de segurança do trabalho no mundo e no Brasil. Primórdios da Segurança do Trabalho Embora sem ainda possuir essa denominação, equipamentos e procedimentos de segurança eram adotados desde os primórdios da evolução do homem, visando a proteção contra possíveis ataques de animais peçonhentos durante a caça e os efeitos da exposição a intempéries (BARSANO; BARBOSA, 2014). De acordo com Mattos e Másculo (2019, p. 6), na antiguidade, nos papiros egípcios, no Império Babilônico e em escritos da civilização greco-romana, encontram-se conexões entre o processo saúde- doença e as atividades laborais. Sobre essa temática, os autores afirmam que: Neste estágio predominava inicialmente o paradigma mágico religioso e posteriormente o naturalista. No Egito há registros que datam de 2360 a.C., o Papiro Seler II, relacionando o ambiente de trabalho e os riscos inerentes a eles, e o Papiro Anastasi V, mais conhecido como “Sátira dos Ofícios”, de 1800 a.C., descrevendo os problemas de insalubridade, periculosidade e penosidade das profissões. O império babilônico, no seu auge, criou o Código de Hamurabi por volta de 1750 a.C. Dele foram traduzidos 281 artigos a respeito de relações de trabalho, família, propriedade e escravidão. No artigo que fala sobre a responsabilidade profissional, o imperador Hamurabi [governou entre os anos de 1792 e 1750 a.C.] sentencia com pena de morte um arquiteto que construir uma casa que se desmorone, causando a morte de seus ocupantes (MATTOS; MÁSCULO, 2019, p. 6). As sociedades gregas e romanas eram fortemente dependentes dos escravos, os quais eram os responsáveis por desempenhar as atividades que geravam riscos de acidentes e doenças ocupacionais. Por essa razão, estudos voltados para esse tema não eram valorizados. Hipócrates foi um dos primeiros a receber destaque na Grécia, no século IV a. C., por volta de 460-375 a.C., e seus estudos ocasionaram a transição do paradigma espiritualista para o paradigma naturalista. Hipócrates publicou um tratado que informava ao médico sobre a relação entre ambiente e saúde (clima, topografia, qualidade da água, organização política). Adicionalmente, descreveu a “intoxicação saturnina” de um funcionário de mineração, embora tenha omitido o ambiente de trabalho e a ocupação deste (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Lucrécio foi outro estudioso da Grécia antiga que, no século I a. C. (em torno de 100 a. C.), também fazia menção aos riscos laborais aos quais os trabalhadores das minas estavam expostos. Um tempo depois, entre 23 e 79 a.C., Plínio, o Velho, elaborou o “Tratado de História Naturalis”, o qual apontava para a exposição dos trabalhadores a chumbo, mercúrio e poeiras. Além disso, também listou os equipamentos de proteção individual que esses trabalhadores utilizavam, tais como máscaras, feitas de panos e bexigas de carneiros, para evitar a inalação de poeiras e fumos (BARSANO; BARBOSA, 2014). Na realidade, as civilizações greco-romanas foram pioneiras na criação de comunidades solidárias, na Grécia chamadas “erans” e em Roma de “collegia”, as quais absorviam os cidadãos gregos, seus filhos, enquanto membros e seus escravos, cadastrados como capital de trabalho. Essas cooperativas eram abertas a qualquer cidadão, incluindo os escravos libertos e tinham o propósito de proteger os participantes de determinados riscos. Portanto, elas constituíram as primeiras caixas deauxílio às doenças e acidentes (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Segurança e saúde do trabalho no mundo Por volta de 1700 foi publicada na Itália a obra “As Doenças do Trabalho” (originalmente denominada “De Morbis Arficum Diatriba”), de autoria do médico italiano Bernardino Ramazzini e consiste no primeiro livro escrito especificamente sobre doenças ocupacionais e prevenção de riscos relacionados ao trabalho. Na prática, descrevia 50 ocupações profissionais e as medidas de proteção e neutralização dos efeitos à saúde do trabalhador. De acordo com Chirmici e Oliveira (2016, p. 2), esse livro acabou se tornando “a base para o desenvolvimento da medicina ocupacional, por isso Bernardino Ramazzini é visto até os dias atuais como o ‘pai da medicina ocupacional’. É importante perceber que desde essa época as pessoas já haviam atentado para o fato de que havia uma relação entre o desempenho das atividades laborais e o desenvolvimento de enfermidades, resultando na perda de produtividade e, em última instância, na redução dos rendimentos financeiros recebidos (CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016). Anos depois, em 1776, foi publicada em Londres a primeira parte da obra “Riqueza das Nações”, escrita pelo economista britânico Adam Smith. A segunda edição foi lançada em 1778 e três novas edições se sucederam nos anos de 1780, 1784 e 1786. Esse livro trouxe reflexões acerca da necessidade de priorização da saúde e integridade do trabalhador, como meio de garantir o alcance do seu potencial máximo de produtividade e o alcance de melhores resultados econômicos para os empregadores. Além disso, Adam discute a relação do trabalho com o ganho financeiro, preceituando a necessidade de estabelecimento de um equilíbrio entre carga de trabalho e retorno financeiro, ao afirmar que “os empregados, quando bem pagos por peça, facilmente fazem horas extraordinárias e arruínam sua saúde e sua constituição em poucos anos” (SMITH, 1776). Revolução Industrial Uma nova concepção de trabalho que provocou mudanças rápidas e profundas na ordem política, econômica e social na Europa, transformando para sempre a estrutural social e comercial, surgiu a partir da invenção da máquina a vapor por James Watt (1736-1819). Foi o pontapé inicial da Revolução Industrial na Inglaterra, que pode ser dividida em duas etapas: 1ª revolução industrial (1780- 1860), também chamada de revolução do carvão e do ferro; 2ª revolução industrial (1860- 1914) ou revolução do aço e da eletricidade (CHIAVENATO, 2003). A Revolução Industrial inseriu uma série de avanços tecnológicos e que incrementaram a produtividade nas organizações, tais como: mecanização, aplicação da força motriz e desenvolvimento do sistema fabril; aceleramento dos transportes e das comunicações. Com isso, elevou-se a quantidade de bens manufaturados produzidos, com melhor qualidade de acabamento e menor tempo de produção. (CHIAVENATO, 2003; CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016). Porém, Chimirci e Oliveira (2016, p. 3) destacam que: Concomitantemente ao bônus, surge o ônus, ou seja, as consequências negativas dessa evolução na indústria. Em resposta ao processo acelerado de produção em condições cada vez mais desumanas, começaram a surgir doenças ocupacionais, e as taxas de acidentes relacionados ao trabalho aumentaram a níveis alarmantes – não só homens, mas também idosos, mulheres e crianças eram designados para as mais diversas tarefas, em condições laborais e de vida muitas vezes deploráveis. Não havia qualquer controle sobre a segurança no desempenho das atividades ou a carga horária de trabalho e descanso, que, extenuando o trabalhador, levavam ao alcoolismo, à prostituição e à criminalidade. A mortalidade em alguns segmentos industriais atinge, nesse período, níveis assombrosos. Para além da precarização das condições de trabalho, difundiu-se uma insegurança geral mediante a possibilidade de substituição total da mão de obra humana por máquinas. Assim, emergiu o primeiro movimento de luta operária, movido pelos trabalhadores. Com finalidade de reivindicar os seus direitos, esses trabalhadores associaram-se a sindicatos e pressionaram os empresários capitalistas a reorganizarem o trabalho, mediante a recusa e realizar as atividades laborais e a resistência ao controle dos gerentes (CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016). Em consequência dessa atmosfera de resistência, movimentos sociais e trabalhistas ganharam destaque e, de forma lenta e gradual, impulsionaram o surgimento das legislações e normativas visando a proteção dos trabalhadores, regulamentando as atividades. Assim, surgiu o Direito do Trabalho, regulação jurídica dos direitos trabalhistas que objetiva proteger a integridade dos trabalhadores, o estabelecimento de limites para jornada de trabalho nas horas laborais e a criação de garantias mínimas contra demissões arbitrárias (CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016). Segurança e saúde do trabalho no Brasil Não há basicamente registro algum de doenças associadas ao trabalho antes do fim do regime de escravidão no Brasil. De forma semelhante às sociedades gregas e romanas, as atividades laborais manuais que exigiam maior esforço, promovendo maior desgaste físico e psíquico eram destinadas aos escravos e, por esse motivo, recebiam pouca importância entre os seus senhores e demais cidadãos. Os primeiros registros de doenças relacionadas ao trabalho ocorreram a partir de 1920, mediante estudos desenvolvidos por Oswaldo Cruz, durante a construção da ferrovia Madeira-Mamoré, que se estendeu de 1907 e 1912, tendo se verificado a contaminação de empregados por doenças infecciosas. Desde então, diferentes pesquisas relativas a indústrias europeias que foram transferidas para o Brasil e “demonstraram a relação direta entre as más condições laborais e a ocorrência de doenças e acidentes no trabalho [...] desencadeando aqui um reflexo do que houvera na Europa um século antes” (CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016, p. 4). Logo, por intermédio dos movimentos sociais e trabalhistas, ganharam força as denúncias de trabalhadores sobre más condições de trabalho, abrindo portas para a criação de legislações voltadas à proteção do trabalhador (CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016). Atividade Extra Assista ao filme “Germinal” (1993), de Émile Zola, cujo título faz menção ao amadurecimento de movimentos grevistas de trabalhadores de minas de carvão no século XIX. O filme aborda a complexidade das relações de trabalho e a luta de classes durante o processo de desenvolvimento do capitalismo e mudanças na organização do trabalho. O filme retrata as severas transformações sociais que foram impostas pelo modo de produção capitalista. Leia o trecho abaixo: “Estando o trabalhador em seu estado normal de saúde, vigor e disposição, e no grau normal de sua habilidade e destreza, ele deverá aplicar sempre o mesmo contingente de seu desembaraço, de sua liberdade e de sua felicidade. O preço que ele paga deve ser sempre o mesmo, qualquer que seja a quantidade de bens que receba em troca de seu trabalho.” Fonte: SMITH, A. A riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. 1776. Versão comentada por Winston Fritsch. São Paulo: Editora Nova Cultural Ltda, 1996, p. 19. A partir do texto acima e do conteúdo estudado sobre Segurança e saúde do trabalho no mundo, considere a afirmativas a seguir: I. Em meados de 1700, Bernardino Ramazzini publicou a obra “As Doenças do Trabalho”. II. Em 1776, o economista Adam Smith publicou a obra denominada A Riqueza das Nações. III. A obra de Adam Smith consistia em um tratado sobre doenças ocupacionais, que descreveu cerca de 50 ocupações e suas medidas de redução dos perigos à saúde. IV. Adam Smith destacou em sua obra o fato de que o potencial máximo de produtividade do trabalhador só poderia ser alcançado quando uma vezque ele se mantivesse em seu estado normal de saúde e vigor. Está correto o que se afirma em: e) I, II e IV 02 Leia o trecho abaixo: “A produção de bens e serviços para satisfazer as necessidades humanas ocorre através de atividades que quando realizadas sem um planejamento adequado podem acarretar riscos à saúde ou à vida do trabalhador, da população de comunidade próxima ao empreendimento e degradar o meio ambiente.” Fonte: MATTOS, U. A.; MÁSCULO, F. S. Higiene e segurança do trabalho. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019, p. 1. A partir do texto acima e do conteúdo visto sobre os Primórdios da Segurança do Trabalho, analise os acontecimentos relevantes que ocorreram na Antiguidade abaixo e associe-os com as suas respectivas características. 1. Hipócrates 2. Plínio, o Velho 3. Papiro Anastasi V 4. Código de Hamurabi ( ) Escreveu o Tratado de História Naturalis, relatando a atividade laboral de trabalhadores expostos a chumbo, mercúrio e poeira. ( ) Com base nele foram traduzidos 281 artigos sobre as relações de trabalho, família, propriedade e escravidão. ( ) Descreveu a intoxicação saturnina em um mineiro, apesar de ter omitido o ambiente de trabalho e a respectiva ocupação. ( ) Mais conhecido como Sátira dos Ofícios, descreve os problemas de insalubridade, periculosidade e penosidade das profissões. Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: c) 2, 4, 1, 3 Leia o trecho abaixo: “O capitalista passou a distanciar-se dos operários e a considerá-los uma enorme massa anônima, ao mesmo tempo em que os agrupamentos sociais nas empresas geravam problemas sociais e reivindicativos, ao lado de problemas de rendimento do trabalho.” Fonte: CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003, p. 35. Com base no texto acima e nos conteúdos abordados acerca do desenvolvimento da Segurança do Trabalho com a Revolução Industrial, foram consequências da criação da máquina a vapor por James Watt (1736- 1819): b) Grandes transformações, como a conversão das oficinas em fábricas, afetando também os transportes, as comunicações e a agricultura Leia o trecho abaixo: “Na Antiguidade, por exemplo, a relação entre o trabalho e o processo saúde- doença foi encontrada em papiros egípcios, no Império Babilônico e em textos da civilização greco-romana […] As sociedades gregas e romanas não valorizavam esse estudo, uma vez que dependiam de escravos para realizar as atividades que geravam riscos de acidentes e doenças ocupacionais.” Fonte: BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Higiene e segurança do trabalho. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014, p. 17. A partir do texto e do conteúdo visto sobre a história da Segurança do Trabalho, analise os indivíduos que influenciaram a disseminação dos princípios de saúde e segurança do trabalho e ordene-os de acordo com a sequência em que seus estudos se desenvolveram na Grécia. ( ) Plínio, o Velho ( ) Hipócrates ( ) Imperador Hamurabi ( ) Lucrécio Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: c) 4, 2, 1, 3 05 Leia o trecho abaixo: “Em vez de instrumentos rudimentares de trabalho manual, o problema era operar máquinas cuja complexidade crescia. Os produtos passaram a ser fabricados em operações parciais que se sucediam, cada uma delas entregue a um grupo de operários especializados em tarefas específicas, estranhos quase sempre às demais outras operações, ignorando a finalidade da tarefa que executavam. Essa nova situação contribuiu para apagar da mente do operário o veículo social mais intenso, ou seja, o sentimento de estar produzindo e contribuindo para o bem da sociedade.” Fonte: CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003, p. 35. Com base no texto acima e nos seus conhecimentos sobre desenvolvimento da Segurança do Trabalho e virtude da Revolução Industrial, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas: I. As condições de trabalho às quais estavam submetidos homens, mulheres e até crianças e idosos na revolução industrial desencadearam doenças do trabalho. Porque II. Os empregadores não controlavam os riscos aos quais os trabalhadores estavam expostos durante a execução das atividades laborais, não sendo adotadas medidas de segurança e saúde no trabalho. d) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I Leia o trecho a seguir: “Em consequência do significativo crescimento tecnológico ocorrido nas últimas décadas, a introdução de novos produtos e de novas técnicas de trabalho nos processos industriais acarretou uma série de problemas para as pessoas e o meio ambiente. As estatísticas mundiais de acidente de trabalho e principalmente de grandes desastres levaram as organizações a perceberem que a competitividade e o lucro não são suficientes para a sobrevivência no mercado. As organizações precisam saber demonstrar atitudes éticas e responsáveis quanto à segurança e saúde no trabalho.” Fonte: MATTOS, U. A.; MÁSCULO, F. S. Higiene e segurança do trabalho. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019, p. 74. Com base nessas informações e no conteúdo estudado sobre Segurança e saúde do trabalho no Brasil, analise os marcos históricos e acontecimentos de maior relevância para a evolução da segurança do trabalho no Brasil e associe-os com a ordem cronológica em que ocorreram (anos). 1. Ocorreu a reforma “Carlos Chagas”, a qual incorporou a Higiene do Trabalho ao âmbito da saúde pública por meio do Departamento Nacional de Saúde Pública. 2. Foi publicada a portaria nº 3.214, que aprovou as Normas Regulamentadoras (NRs) do Capítulo V, Título II, da CLT, referentes a segurança e medicina do trabalho. 3. Foi publicado o decreto no 19.433, que criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. 4. Por meio do Decreto-lei no 5.452, entrou em vigor a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). ( ) 1930 ( ) 1943 ( ) 1978 ( ) 1920 Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: b) 3, 4, 2, 1 Evolução da Higiene e Segurança do Trabalho (HST) Evolução da Higiene e Segurança do Trabalho (HST) A História abre portas para o entendimento do desenvolvimento do conhecimento de todas as áreas, incluindo a medicina do trabalho e a higiene e segurança do trabalho. Com o desenvolvimento da humanidade e do labor, ao longo do tempo, as condições de trabalho foram sendo cada vez mais determinantes para a ocorrência de doenças e acidentes de trabalho, os quais resultaram em incapacidades temporárias e permanentes e até mesmo na morte de inúmeros trabalhadores (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Nos próximos tópicos serão explorados os principais marcos históricos relativos ao surgimento e desenvolvimento da medicina e higiene do trabalho, bem como o surgimento de regulamentações e seus desdobramentos nas relações de trabalho e na incidência de doenças e acidentes de trabalho. Surgimento da medicina do trabalho A Medicina do Trabalho surgiu no século XIX, através do estabelecimento de uma relação entre saúde e trabalho. O estudo da medicina do trabalho não era focado em torná-la uma especialidade, mas sim na busca por formas de aumentar a produtividade de trabalhadores e de minimizar as consequências das patologias adquiridas em virtude das atividades laborais (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Bristot (2019, p. 174) define a medicina do trabalho como um: Segmento da medicina tradicional, com características diferenciadas dentro de um programa de saúde ocupacional, objetivando a realização das avaliações da capacidade física, mentais e emocionais, para que o trabalhador possa iniciar suasatividades laborais sem correr riscos para si e para seus (BRISTOT, 2019, p. 174). Logo, podemos afirmar que a medicina do trabalho é uma especialidade médica dedicada ao tratamento de doenças e ao restabelecimento da saúde do trabalhador que tenha sido vítima de acidentes e doenças do trabalho. Desse modo, a medicina do trabalho é decisiva para a associação dos agravos à saúde e o desempenho do trabalho (MATTOS; MÁSCULO, 2019). A conexão entre os agravos e o trabalho remete aos estudos da Escola da Administração Científica, idealizada e iniciada por Frederick Taylor (1856-1915), a qual se desenvolveu nos Estados Unidos, com o aporte de outros autores, como Henry Lawrence Gantt (1861- 1919), Frank Bunker Gilbreth (1868-1924) e Harrington Emerson (1853-1931). A principal preocupação dessa corrente de pensamento concentra-se na elevação da produtividade da organização através do aumento de eficiência dos operários. Assim, no século XIX, grande ênfase era dada à análise e divisão do trabalho do operário, visto que cada função e cargo que ocupam consiste numa unidade fundamental da empresa (CHIAVENATO, 2003). Mattos e Másculo (2019) apontam que a atuação do médico abria espaço para interpretações de acordo com o atendimento clínico individual, não sendo incomum a dissociação dos agravos gerados à saúde em relação ao trabalho. Isso beneficiava o paradigma taylorista, uma vez que favorecia a seleção dos funcionários “mais aptos” para uma função. A associação entre agravo e atividade laboral, também favorecia o gerenciamento do retorno dos doentes e acidentados e o controle do absenteísmo. Porém, de forma um tanto crua, podemos dizer que cada vez mais o “cerco foi se fechando”, pois, com a incorporação de conhecimentos e das inovações técnicas (como os motores elétricos), foi ficando cada mais difícil sustentar uma resposta que não traçasse uma ponte direta entre o surgimento de agravos e a execução do trabalho, os quais “inviabilizavam economicamente a produção, principalmente no período pós-guerra, onde a economia estava sendo reativada e a mão de obra reassumindo os postos de trabalho” (MATTOS; MÁSCULO, 2019, p. 15). Nesse contexto, aparece uma nova abordagem para a relação entre saúde e trabalho: a saúde ocupacional, cuja finalidade consistia em adequar-se à nova necessidade produtiva (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Regulamentação das condições de trabalho na Europa Conforme discutido na aula 1, desde a Antiguidade os pensadores já apontavam os possíveis efeitos nocivos da exposição prolongada a diferentes substâncias durante a realização do trabalho. Porém, bastante tempo depois vieram novos registros de estudos acerca da toxicidade de substâncias e potenciais consequências à saúde. Em 1473, Ulrich Ellenborg associou sintomas de envenenamento ocupacional por vapores metálicos (chumbo e mercúrio, por exemplo), ácido nítrico e monóxido de carbono. Além disso, propôs medidas de prevenção (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Entretanto, até o final do século XV publicações de investigações sobre doenças provocadas por agentes químicos não costumavam propor formas de tratar, apenas de preveni-las. George Bauer foi o primeiro a conduzir um estudo completo em 1556. Sua obra, intitulada “De Re Metallica” abordou as enfermidades relacionadas com as atividades de extração e fundição de prata e ouro, bem como as doenças e acidentes de trabalho mais frequentes entre mineiros. O seu diferencial consistiu em propor, além de formas de prevenção, como a garantia de condições apropriadas de ventilação, foi a descrição dos sintomas e a evolução de uma moléstia referida por ele como “asma dos mineiros”, a qual mais tarde chegou-se à interpretação de ser equivalente ao que hoje se conhece como silicose (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Em 1567, Aureolus Theophrastus Bembastus von Hohenheim, conhecido como Paracelso, publicou o livro “Dos ofícios e doenças da montanha”, que constituiu a primeira monografia cujo tema foram as associações entre os métodos de trabalho e doenças ocasionadas pelo contato com substâncias por profissionais de mineração e fundição de metais, como a silicose e as intoxicações por chumbo e mercúrio (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Como definitivamente as atenções estavam voltadas para o risco da atividade de mineração, em 1665, na cidade Ídria, na Eslovênia, país do Leste Europeu, reduz-se a jornada dos mineiros de mercúrio a fim de diminuir a incidência do “idragismo”, doença ocasionada por esse metal. Esse foi marco regulatório importante em matéria de saúde e segurança do trabalho (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Conforme já explanado na aula 1, no século XVIII vieram as publicações de Ramazzini, tido como o Pai da Medicina do Trabalho, fundamentais para estabelecer uma máxima válida até os dias atuais: “Prevenir é melhor do que remediar.” Ramazzini descreveu não só as doenças e suas respectivas medidas de prevenção, mas também introduziu na anamnese médica o questionamento “Qual a sua ocupação?” (MATTOS; MÁSCULO, 2019). No ano de 1740 implementou-se na Dinamarca um sistema de saúde nacional, criando-se os primeiros exames, os quais serviram de modelo para os demais países europeus. Anos depois, em 1775, na Inglaterra, o médico Percival Pott relatou o desenvolvimento de câncer escrotal por limpadores de chaminés, devido à falta de higiene e ao contato com fuligem. Treze anos mais tarde foi promulgada no país a Lei de proteção aos limpadores de chaminé (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Somente com o advento da Revolução Industrial, com a verificação de quão degradas estavam as condições de trabalho e com a alta no número de acidentes de trabalho graves, mutilantes e fatais, mediante intensa reivindicação e atuação dos movimentos sociais, introduziram-se medidas legais de controle das condições e dos ambientes de trabalho. Era urgente que fossem regulamentados muitos dos fatores que resultavam nos acidentes de trabalho a época, entre eles: a falta de proteção das máquinas, a falta de treinamento para sua operação, as extenuantes jornadas de trabalho, os níveis elevados de ruído produzido pelas máquinas e as más condições de higiene e segurança dos ambientes de trabalho (MATTOS; MÁSCULO, 2019). O impacto da abertura de novas fábricas e tipos de atividades industriais, tornava-se cada vez mais insustentável, visto que subiam os números de doenças e acidentes de origem ocupacional e não ocupacional. Diante disso, com o Sir Robert Peel a frente, é inaugurada uma comissão de inquérito no Parlamento britânico. Em 1802 foi aprovada a primeira lei de proteção aos trabalhadores, chamada de “Lei da Preservação da Saúde e da Moral dos Aprendizes e de Outros Empregados”, a qual, dentre outras providências, fixava a jornada diária de doze horas de trabalho, proibia o trabalho noturno, determinava a obrigação de garantir boa ventilação nos ambientes de trabalho, assim como a limpeza das paredes das fábricas duas vezes ao ano pelos empregadores. Outras leis complementares foram promulgadas em 1819, mas segundo Mattos e Másculo (2019), elas não foram propriamente levadas em consideração respeitadas pelos empregadores, visto que isso exigiria um investimento financeiro alto, que não era de seu interesse realizar. Os estudos continuaram avançando ao longo do século XIX, até que no século seguinte foi fundada a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 1919, que culminou na evolução das legislações trabalhistas, estabelecendo, criando condições necessárias para o desenvolvimento dos aspectos técnicos da Higiene Industrial (BRISTOT, 2019). Evolução da HST nos continentes europeu e americano A Higiene do Trabalho consiste numa área entrelaçada com a Medicina do Trabalho, visto que têm o objetivo comum “prevenir os danos à saúde do trabalhador decorrentes das condições do trabalho”(BRISTOT, 2019, p. 173). Outra área que possui interface com a Higiene do Trabalho é a Ergonomia, visto que essa última tem como finalidade a adaptação do meio ao homem, em outras palavras, a realização de intervenções no ambiente de trabalho a fim de prover melhorias e a qualidade de vida dos trabalhadores. De toda forma, admitindo que os riscos ambientais contribuem para a formação de situações inseguras, a Higiene do Trabalho é a área responsável pela identificação, análise e avaliação, com o fim de traçar melhorias necessárias para o aperfeiçoamento das condições com potencial para acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores (BRISTOT, 2019). Apesar da intensificação do processo de industrialização ocorrido nos Estados Unidos (EUA) a partir da metade do século XIX, as primeiras ações voltadas para Higiene e Saúde do Trabalho nesse país e nos demais do continente americano, incluindo o Brasil, começaram apenas no século XX. Em 1900, a médica e higienista Alice Hamilton foi responsável por investigar diferentes ocupações, tendo influenciado as primeiras leis ocupacionais americanas. Inclusive no ano de 1919 ela se tornou a primeira mulher a estudar em Harvard, publicando a obra “Explorando as ocupações perigosas.” As leis sobre indenizações em casos de acidentes de trabalho foram lançadas entre os anos 1902 e 1911. De acordo com Mattos e Másculo (2019, p. 12): Além da regulamentação sobre os serviços, há também que registrar outros fatos marcantes ocorridos nos Estados Unidos, como: a criação, em 1916, da Industrial Medical Association (orientada para a reparação dos acidentes); o início do curso de graduação em Higiene Industrial na Universidade de Harvard (1922); a criação da ACGIH – inicialmente National Conference of Governmental Industrial Hygienists (1938); a criação da AIHA (American Industrial Hygiene Association) e da ASA (American Standards Association, hoje ANSI). O Brasil e outros países da América Latina tiveram sua Revolução Industrial ocorrendo por volta dos anos 1930. Nesse contexto, foram marcos importantes: a origem da área de Higiene Ocupacional no SESI, em 1945; a concepção da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho (Fundacentro) em 1966; em 1972, o lançamento do Plano de Valorização do Trabalhador e a obrigatoriedade dos Serviços Médico e de Higiene e Segurança do Trabalho nas empresas com 100 ou mais empregados, de acordo com a Portaria 3.237/72. Apesar dos avanços, o Brasil acabou ganhando um título bastante indesejado na área de segurança do trabalho em 1974, o de campeão mundial de acidentes de trabalho (MATTOS; MÁSCULO, 2019). As várias faces do conceito de saúde O Comitê misto da OIT e da Organização Mundial da Saúde (OMS) definiram em 1949, em reunião na Genebra em 1949, que a saúde ocupacional tem como intuito promover e manter o bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores em todas as funções. Outro objetivo é a prevenção das doenças ocupacionais desencadeadas pelas condições de trabalho às quais estão submetidos. Portanto, a saúde ocupacional é uma abordagem multiprofissional com perfil tecnicista, a qual valoriza os ambientes de trabalho, focando nas doenças ocupacionais do trabalhador produtivo (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Como desdobramento do conhecido como Modelo Operário Italiano, surge um modelo que consiste num novo modo de abordar saúde e trabalho, em paralelo com a saúde ocupacional, conhecido como saúde do trabalhador, com as seguintes características: participativo, em detrimento do tecnicista, tendo o trabalhador como sujeito das ações, atuando nas avaliações e na implementação das mudanças nos processos e organização de trabalho (MATTOS; MÁSCULO, 2019). 01 Leia o trecho abaixo: “Os primeiros estudos sobre a saúde dos trabalhadores, ao que se sabe, datam do século XVI, com a publicação do livro De re Metallica, de George Bauer. Ele estudou os diversos problemas relacionados com a extração de minerais, prata e ouro, destacando, assim, os acidentes de trabalho e as doenças entre os trabalhadores mineiros, chamada de ‘asma dos mineiros’.” Fonte: BRISTOT, V. M. Introdução à engenharia de segurança do trabalho [Recurso eletrônico]. Criciúma, SC: UNESC, 2019, p. 172. Com base no texto acima e nos seus conhecimentos sobre a regulamentação das condições de trabalho na Europa, analise as afirmativas a seguir e assinale V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s). I. ( ) Ulrich Ellenborg reconheceu como tóxicos os vapores de alguns metais e descreveu os sintomas de envenenamento ocupacional por monóxido de carbono, chumbo, mercúrio e ácido nítrico, sugerindo medidas preventivas. II. ( ) Uma das doenças mais estudadas foi a intoxicação por cobre. Foi devido a sua importância que a jornada dos mineiros de cobre foi reduzida em Ídria, Eslovênia, no ano de 1665, a fim de reduzir a incidência do hidrargirismo. III. ( ) Em 1567, Aureolus Theophrastus Bembastus von Hohenheim (Paracelso) escreveu a obra Dos ofícios e doenças da montanha, primeira monografia sobre as relações entre trabalho e doença. IV. ( ) O primeiro estudo completo foi desenvolvido por George Bauer, em 1556, quando foi publicada a sua obra “De Re Metallica”. Ela estabeleceu uma tese que até hoje é muito usada: “Prevenir é melhor do que remediar.” Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: b) V, F, V, F 02 Leia o trecho abaixo: “Com a Revolução Industrial (1760 a 1830), os estudos avançaram até surgirem as primeiras leis trabalhistas, no sentido de proteger os trabalhadores dos riscos de acidentes e das possíveis doenças relacionadas ao trabalho e que mudariam toda a história da humanidade.” Fonte: BRISTOT, V. M. Introdução à engenharia de segurança do trabalho [Recurso eletrônico]. Criciúma, SC: UNESC, 2019, p. 172. A partir do texto acima e do conteúdo estudado sobre Regulamentação das condições de trabalho na Europa, considere a afirmativas a seguir: I. O médico Percival Pott descreveu a incidência de câncer entre os limpadores de chaminés, investigando os impactos mecânicos e o histórico familiar como causas do câncer escrotal. II. Em 1740 foram realizados na Dinamarca os primeiros exames, através da criação pelo governo de um sistema nacional de saúde, procedimento também adotado, depois em outros países europeus. III. Embora sejam inegáveis os benefícios advindos da Revolução Industrial, como a ampliação no consumo de bens para a sociedade; o preço pago pelos trabalhadores foram péssimas condições de trabalho, doenças e numerosos acidentes de trabalho. IV. Uma comissão de inquérito, sob a direção de Sir Robert Peel, foi criada no Parlamento britânico para investigar os abusos cometidos pelas organizações. Em 1802 foi aprovada a a “Lei da Preservação da Saúde e da Moral dos Aprendizes e de Outros Empregados”, primeira lei de proteção aos trabalhadores. Está correto o que se afirma em: a) II, III e IV 03 Leia o trecho abaixo: “Na Europa é criada a Organização Internacional do Trabalho (OIT em 1919). A OIT, única agência da ONU com comissões tripartites, reúne governos, empregadores e trabalhadores de 187 países-membros. A OIT adota 188 Convenções Internacionais de Trabalho e 200 Recomendações sobre diversos temas, nem todas aprovadas pelo Governo Brasileiro.” Fonte: MATTOS, U. A.; MÁSCULO, F. S. Higiene e segurança do trabalho. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019, p. 12. Com base no texto acima e nos seus conhecimentos sobre a evolução da Higiene e da Medicina do Trabalho, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas: I. A OIT teve um papel importante para o desenvolvimento das legislações trabalhistas, da Medicina do Trabalho e dos aspectos técnicos da Higiene Industrial. Porque II. Inexistiam estudos relevantesem matéria de segurança e saúde do trabalho anteriores à data de sua criação. a) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa 04 Leia o trecho abaixo: “Melhorar o ambiente laboral significa evitar os acidentes e as doenças causadas pelo trabalho, ou seja, este deve ser realizado em condições adequadas com o objetivo de não causar prejuízos físicos, mentais e sociais, permitindo, assim, um desenvolvimento integral dos indivíduos através do seu trabalho. Para isso, um ambiente seguro é imprescindível…” Fonte: BRISTOT, V. M. Introdução à engenharia de segurança do trabalho [Recurso eletrônico]. Criciúma, SC: UNESC, 2019, p. 172. A partir do texto acima e dos seus conhecimentos sobre Higiene e Medicina do Trabalho, analise os marcos históricos e acontecimentos de maior relevância para a evolução da segurança do trabalho no continente americano e associe-os com a ordem cronológica em que ocorreram (anos). 1. Alice Hamilton, médica americana, investiga várias ocupações laborais e influencia as primeiras leis ocupacionais americanas. 2. Fundação da Industrial Medical Association, voltada para a reparação de acidentes de trabalho. 3. Inauguração do curso de graduação em Higiene Industrial na Universidade de Harvard. 4. Criação da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO) ( ) 1916 ( ) 1966 ( ) 1900 ( ) 1922 Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: e) 2, 4, 1, 3 05 Leia o trecho abaixo: “A História sempre foi uma ferramenta científica que auxilia o entendimento de uma situação no presente. Para a Higiene e Segurança do Trabalho não é diferente. A Higiene e Segurança do Trabalho pode ser entendida como uma disciplina, da área tecnológica, voltada para o estudo e a aplicação de métodos para a prevenção de acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e outras formas de agravos à saúde do trabalhador.” Fonte: MATTOS, U. A.; MÁSCULO, F. S. Higiene e segurança do trabalho. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019, p. 5. Com base no texto acima e nos seus conhecimentos sobre desenvolvimento da Segurança do Trabalho e virtude da Revolução Industrial, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas: I. Cabe à Higiene e Segurança do Trabalho, junto com áreas afins do conhecimento, identificar os fatores de riscos de acidentes e doenças ocupacionais, avaliar os seus efeitos na saúde do trabalhador e propor medidas de intervenção no ambiente laboral. Porque II. A prevenção de acidentes e doenças do trabalho se faz através da identificação, análise e avaliação dos riscos e na organização e implantação de medidas para eliminação ou minimização desses riscos. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I 06 Leia o trecho abaixo: “O questionamento ao conceito e prática da saúde ocupacional ocorre em diversos países, principalmente após a década de 1960, devido a importantes modificações sociopolíticas. Cabe destaque ao movimento iniciado na Itália pelos trabalhadores, conhecido como Modelo Operário Italiano, através da organização dos sindicatos, criando as condições para que um novo modo de abordar saúde e trabalho começasse a tomar forma […] Esta nova abordagem, que surge em paralelo com a saúde ocupacional, é conhecida nos países latino-americanos como saúde do trabalhador.” Fonte: MATTOS, U. A.; MÁSCULO, F. S. Higiene e segurança do trabalho. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019, p. 16. A partir do texto acima e dos seus conhecimentos sobre as várias faces do conceito de saúde, analise os modelos abaixo e associe-os com as suas respectivas características. 1. Saúde ocupacional 2. Saúde do trabalhador ( ) Modelo participativo em que o trabalhador é tido como sujeito das ações. ( ) Preza pela valorização dos ambientes de trabalho e dos agentes ambientais, mantendo a atenção nas doenças do trabalhador produtivo. ( ) Abordagem caracterizada como multiprofissional e com perfil tecnicista das análises. ( ) Abordagem na qual os espaços produtivos constituem sistemas dinâmicos e os riscos variam com os homens, tempos, espaços. Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: e)2, 1, 1, 2 Destrinchando o acidente de trabalho Destrinchando o acidente de trabalho O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) é alimentado pelas informações prestadas nas notificações e investigações de doenças e agravos que fazem parte da lista nacional de doenças de notificação provenientes tanto no setor formal quanto informal da economia. Segundo dados do Sinan, o número de acidentes de trabalho graves no Brasil cresceu aproximadamente 40% no ano de 2020, saindo de 94.353 em 2019 para 132.623 (OIT, 2021). Entre 2012 e 2020 registrou-se 5,6 milhões de doenças e acidentes do trabalho no Brasil, os quais ocasionaram um gasto previdenciário que ultrapassa 100 bilhões de reais com as despesas acidentárias resultantes, levando a uma perda de 430 milhões de dias de trabalho. Adicionalmente, o número de afastamentos e auxílios-doença relativos à transtornos mentais e comportamentais como depressão, ansiedade, estresse (acidentários e não-acidentários) foram de 224 mil, em 2019, para 289 mil em 2020, refletindo num aumento de 30% mesmo durante o primeiro ano da pandemia de COVID-19 (OIT, 2021). Nos próximos itens serão apresentados os conceitos de acidente de trabalho do ponto de vista legal e Prevencionista, as causas prováveis, bem como os procedimentos obrigatórios de serem realizados mediante a concretização de um sinistro. Além disso, serão discutidos alguns exemplos de situações possíveis. Conceito de Acidente de Trabalho O acidente de trabalho impacta não somente a própria vítima, como também: os funcionários da organização, tanto de setores próximos quanto distantes; os familiares, dependentes e amigos da vítima; a comunidade presente nos arredores de onde se deu o sinistro; a comunidade em geral, que obtenha conhecimento do ocorrido de forma direta ou indireta do ocorrido, até mesmo por meio de noticiários de rádio e televisão; e, em última instância, toda a sociedade, visto que a previdência social representa uma despesa para todos os cidadãos. Nas palavras de Barsano e Barbosa (2014b, p. 96): O acidente do trabalho é uma das formas mais cruéis de castigar a sociedade. Quando ele ocorre, todos perdem, pois o trabalhador fica lesionado ou até inválido, sua família terá gastos com medicamentos e hospitais, a empresa terá de arcar com os depósitos do FGTS e ficar com uma imagem negativa, e a previdência social (representando toda a sociedade) terá́ mais uma despesa com um trabalhador improdutivo, que poderia estar contribuindo com o INSS e que, agora, só trará gastos (BARSANO; BARBOSA, 2014b, p. 96). A Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social, no seu artigo 19 define legalmente o acidente de trabalho como uma consequência do exercício do trabalho a serviço de uma organização, de um empregador ou pelos segurados descritos no inciso VII do art. 11 desta mesma Lei, que resulte em lesão corporal ou perturbação funcional e que provoque a morte ou a perda ou redução, de forma permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (BRASIL, 1991). O artigo 11 da Lei 8.213/91, referido acima, por sua vez, estabelece que o segurado especial da Previdência Social é a pessoa física residente na zona rural ou aglomerado urbano ou rural próximo a ela que, de forma individual ou em regime de economia familiar, mesmo com o auxílio eventual de terceiros, na condição de produtor, o qual realize atividade agropecuária em área de até 4 módulos fiscais. Também está incluso o seringueiro ou extrativistavegetal ou pessoa que conduza essas atividades como meio de vida. Adicionalmente, consistem em segurado especial o pescador artesanal ou que exerça função semelhante e que tenha a pesca como principal meio de vida. E, ainda, o cônjuge, companheiro ou filho maior de 16 anos de idade ou equiparado, do segurado os quais trabalhem com o grupo familiar (BRASIL, 1991). De acordo com a Lei 8.213/91, outras ocorrências e situações que são reconhecidas como acidente de trabalho, equiparando-se a este perante a lei. Assim, o artigo 20 estabelece que o acidente do trabalho contempla também a doença profissional, a qual é produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho em virtude da realização de uma atividade de forma constante, descrita pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Além disso, também é tido como acidente de trabalho a doença do trabalho que venha a ser adquirida ou desencadeada em função de condições especiais inerentes ao modo pelo qual o trabalho é realizado e que tenha conexão direta com ele (BRASIL, 1991). No entanto, a Lei 8.213/91 distingue as enfermidades que não podem ser tidas como doença do trabalho, são elas: doenças degenerativas, doenças relativas ao grupo etário do qual o indivíduo faz parte, as moléstias que não ocasionem incapacidade laborativa, doenças endêmicas adquiridas por segurado habitante de região na qual ela seja frequente, salvo mediante comprovação de que foi adquirida por conta da exposição ou do contato direto devido à natureza do trabalho. Porém, a Lei 8.213/91 também descreve casos excepcionais, visto que, tendo-se constatado que a doença resultou das condições especiais inerentes ao trabalho ou tenha conexão direta com ele, a Previdência Social deve sim considerá-la acidente do trabalho (BRASIL, 1991). No artigo 21 da Lei 8.213/91 são enumerados outros tipos de eventos que também se equiparam ao acidente do trabalho, tais como o acidente conectado ao trabalho que, mesmo que não tenha uma causa única, tenha corroborado diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou que tenha resultado em lesão que exija assistência médica para a sua recuperação. Adicionalmente, também são mencionados os acidentes sofridos pelos segurados no local e no horário do trabalho, como consequência de algum ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho. Outros eventos considerados acidentes de trabalho são as ofensas físicas intencionais, incluindo as provenientes de terceiros, por motivo de disputa relacionada ao trabalho. Adicionalmente, são englobados os atos de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho, os atos de pessoas privadas do uso da razão e atos fortuitos como desabamento, inundação, incêndio ou decorrentes de força maior (BRASIL, 1991). No artigo 21 ainda são listadas como equiparadas ao acidente de trabalho as doenças ocasionadas por contaminação acidental do empregado durante a execução de atividade laboral, bem como o acidente sofrido pelo segurado fora do local e horário de trabalho, quando da execução de ordem de serviço sob a autoridade da organização. Além disso, também se encaixam como acidente de trabalho a prestação espontânea de serviço à empresa com a finalidade de evitar prejuízo ou proporcionar algum resultado positivo; durante viagem a serviço do empregador, inclusive para capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção usado, ou mesmo veículo de propriedade do segurado. Também o acidente que tenha se dado no percurso da residência para o local de trabalho ou e vice-versa, utilizando qualquer meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado é uma modalidade de acidente de trabalho (BRASIL, 1991). Um adendo é feito pelo artigo 21 no que diz respeito à delimitação do que faz parte do exercício do trabalho, definindo que o empregado é considerado no exercício do trabalho ao longo dos períodos reservados para a refeição ou descanso, satisfação das necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este (BRASIL, 1991). De acordo com Mattos e Másculo (2019), críticas são feitas a essa definição legal devido ao fato dela não descrever o evento em si, se limitando a determinar o acidente de trabalho perante um antecedente (o exercício de trabalho e a existência de uma relação com uma empresa) e uma consequência (lesão ou perturbação funcional). Isso significa que a definição legal diz respeito a aspectos que têm relação com o trabalhador, de modo que acaba reportando mais do acidentado do que do acidente em si. Entretanto, os autores supracitados justificam essa espécie de “desvio” do foco da definição por se tratar de uma lei que serve de base para o sistema previdenciário, de modo que, com base nela, será definido quem faz jus a receber auxílios reparatórios de perdas provocadas por acidentes de trabalho. O que se percebe perante a discussão em torno da definição legal é que ela deixa uma lacuna no tocante à prevenção da ocorrência dos sinistros. É justamente para preenchê-la que emergiu o conceito prevencionista do acidente de trabalho. Sob essa perspectiva, o acidente de trabalho é tido como “qualquer ocorrência fora da programação, que pode ou não ser inesperada, interrompendo o processo normal da atividade, tendo como consequência isolada ou concomitante o tempo perdido, dano material ou lesões humana” (STUMM, 2020, p.33). Causas do acidente de trabalho Mattos e Másculo (2019) destacam que os acidentes de trabalho costumam ser causados pela existência de disfunções, as quais provocam perturbações no funcionamento do sistema como um todo, aumentando a probabilidade de ocorrência de um evento disparador, o qual culmina no acidente. As disfunções consistem em possíveis falhas ou traço fora do comum, como, por exemplo, a lâmpada da lanterna traseira de um carro queimada. Vejamos de que forma essa disfunção gera um evento disparador, o qual pode causar um acidente (MATTOS E MÁSCULO, 2019): 1. Quando o motorista do carro que está com a lâmpada queimada tentar sinalizar a troca de faixa, a seta não acenderá; 2. Portanto, os demais motoristas não serão capazes de perceber que o veículo com a lâmpada quebrada vai transitar entre as faixas; 3. Em virtude disso, provavelmente os demais motoristas ao redor não realizarão o movimento de desaceleração necessário para que haja espaço suficiente para que o carro da lâmpada queimada faça a troca de faixas. 4. Assim, elevam-se as chances dessa manobra acabar ocasionando uma colisão (acidente). Ou seja, as disfunções consistem em anomalias de um ou mais componentes de um sistema que fazem com que ele não funcione conforme o planejado e o esperado (MATTOS E MÁSCULO, 2019). Comunicação de acidente de trabalho (CAT) A Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) é direcionada à Previdência Social e deve ser realizada pela empresa no primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato à autoridade competente. Além de mandatória, a CAT também serve para fins estatísticos (BARSANO; BARBOSA, 2014). 01 (CEV-URCA – Adaptado) Leia o trecho abaixo: “Na falta de emissão da CAT por parte da empresa, podem formalizá-la: o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública.” Fonte: BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Higiene e segurança do trabalho. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014, p. 42. A partir do texto acima e do conteúdo estudado sobre Comunicação de acidente de trabalho (CAT), considere a afirmativas a seguir: I. A empresa é obrigada a informar à Previdência Social todos os acidentes de trabalho ocorridos com seus empregados até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência.II. Em caso de morte, a comunicação deverá ser imediata. III. Se a empresa não fizer o registro da CAT, o trabalhador é o responsável por efetivar o registro junto à Previdência Social, a fim de evitar a aplicação de multa à empresa. IV. Com base no conceito prevencionista, acidente de trabalho é toda ocorrência não programada, não desejada, que interrompe o andamento normal do trabalho, podendo resultar em danos físicos e/ou funcionais, ou na morte do trabalhador e/ou danos materiais e econômicos à empresa e ao meio ambiente. Está correto o que se afirma em: a) I, II e IV • 02 • (GS Assessoria e Concursos – Adaptada) Leia o trecho abaixo: • “O conceito prevencionista aborda não somente o acidente do trabalho como uma causa de dano real ao trabalhador ou ao patrimônio, mas principalmente uma previsão, uma antecipação de algum evento que, sob o olhar prevencionista dos profissionais envolvidos com a segurança do trabalho (SESMT e CIPA) na empresa, possa desencadear, por meio de diversos incidentes (quase acidentes), uma pequena lesão, uma grave lesão ou até́ mesmo um acidente fatal (morte do trabalhador).” • Fonte: BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Higiene e segurança do trabalho. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014, p. 40. • Com base no texto acima e nos seus conhecimentos sobre Acidente de Trabalho, analise as afirmativas a seguir e assinale V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s). • I. ( ) Um episódio de agressão física de colegas ou de terceiros no exercício das atividades laborais não se enquadra como acidente de trabalho. • II. ( ) A Segurança do Trabalho contempla um conjunto de medidas de proteção utilizadas com o intuito de proteger os colaboradores de uma empresa e diminuir eventuais perigos de ocorrência de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. • III. ( ) O objetivo da Segurança do Trabalho é oferecer um ambiente de trabalho benéfico para que os afazeres laborais sejam alcançados da melhor maneira possível. • IV. ( ) Acidentes ocorridos fora das dependências da empresa em que o trabalhador não esteja a serviço do empregador se enquadram como acidentes de trabalho. • Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: d) F, V, V, F 03 (GS Assessoria e Concursos – Adaptada) Leia o trecho abaixo: “O acidente é, normalmente, inesperado, ou seja, não se programa para que aconteça e decorre, normalmente de atos inseguros ou condições inseguras, de imprudência, de falta de atenção e outros tantos.” Fonte: STUMM, S. B. Segurança do trabalho e ergonomia [recurso eletrônico]. Curitiba: Contentus, 2020, p. 33. A partir do texto acima e do conteúdo estudado sobre Acidente de trabalho, considere a afirmativas a seguir: I. Caracterizam acidentes de trabalho os acidentes sofridos no percurso da empresa para a residência do trabalhador e vice-versa. II. Sinistros provocados por negligência, imprudência ou imperícia de colegas de trabalho ou de terceiros, durante o exercício das atividades laborais configuram acidentes de trabalho. III. A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um documento restrito a acidentes de trabalho, não aplicando-se a doenças do trabalho. IV. Não se enquadram como acidentes de trabalho os sinistros ocorridos durante as viagens a trabalho ou mediante a participação do trabalhador em programas de capacitação promovidos pelo empregador. Está correto o que se afirma em: a) I e II • 04 • (CESPE / CEBRASPE – Adaptada) Leia o trecho abaixo: • “Antônio, empregado da manutenção de determinada empresa, ao fazer reparos na iluminação da fachada de um bloco durante seu expediente, tomou um choque elétrico, caiu da escada e sofreu escoriações no braço esquerdo. Socorrido, foi levado ao hospital. Em razão do acidente, somente conseguiu voltar ao trabalho três dias depois do ocorrido.” • Fonte: CESPE / CEBRASPE. Prova para o cargo superior de professor do SEED-PR. Disponível em: https://www.cebraspe.org.br/concursos/seed_pr_20_professor. • Considerando-se essa situação hipotética, é correto afirmar que o acidente de Antônio tem como característica o fato de: d) consistir num acidente de trabalho 05 https://www.cebraspe.org.br/concursos/seed_pr_20_professor (FEPESE– Adaptada) Leia o trecho abaixo: “Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do acidente anterior. Podemos citar como exemplo o trabalhador que sofreu um acidente jogando bola, rompendo o tendão da perna, há alguns anos, e, ao subir as escadas da empresa, acaba rompendo esse mesmo tendão.” Fonte: BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Higiene e segurança do trabalho. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014, p. 39. Com base no texto acima e nos seus conhecimentos sobre a Acidentes de Trabalho, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas: I. A CAT é opcional nos casos de acidentes que não resultam em afastamentos das atividades do trabalhador. Porque II. Qualquer acidente de trabalho ocorrido deve ser comunicado ao INSS por meio da CAT. a) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira • 06 • (OBJETIVA – Adaptada) Leia o trecho abaixo: • “De forma sucinta, segundo a Lei nº 8.213/1991, art. 21, também se consideram acidentes de trabalho: a) O acidente ligado ao trabalho que contribua diretamente para a morte, redução ou perda da capacidade laboral; b) O acidente sofrido no local e horário de trabalho em função de atos praticados por terceiro ou companheiro de trabalho, ofensa física intencional, imprudência, ato de pessoa privada do uso da razão, casos decorrentes de força maior como desabamento, inundação, incêndio; c) doença decorrente de contaminação acidental; d) O acidente ocorrido fora do lugar e horário de trabalho como a execução de tarefa sob ordem da empresa, prestação espontânea de serviço à empresa a fim de evitar prejuízo ou proporcionar proveito, em viagem a serviço da empresa, a caminho de casa para o trabalho ou do trabalho para casa”. • Fonte: STUMM, S. B. Segurança do trabalho e ergonomia [recurso eletrônico]. Curitiba: Contentus, 2020, p. 33. • Com base no texto acima e nos seus conhecimentos sobre Acidente de Trabalho, analise as afirmativas a seguir e assinale V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s). • I. ( ) A empresa é obrigada a informar à Previdência Social todos os acidentes de trabalho ocorridos com seus empregados, mesmo que não haja afastamento das atividades, até o segundo dia útil seguinte ao da ocorrência. • II. ( ) Também enquadra-se como acidente do trabalho a situação em que o empregado, durante os períodos destinados à refeição ou ao descanso, ou, por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas realizadas no local de trabalho ou durante este, venha a se acidentar. III. ( ) A CAT é um documento emitido para reconhecer tanto um acidente de trabalho ou de trajeto quanto uma doença ocupacional. • IV. ( ) Do ponto de vista do conceito prevencionista, um piso escorregadio eleva a probabilidade de provocar diversos acidentes: um trabalhador pode escorregar no piso e não sofre nenhuma escoriação, mas um outro empregado pode escorrer no mesmo piso e ser vítima de graves lesões. • Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: a) F, V, V, V Impacto socioeconômico do acidente de trabalho Impacto socioeconômico do acidente de trabalho O desenvolvimento da saúde do trabalhador no Brasil se intensificou com a 1ª Conferência Nacional de Saúde dos Trabalhadores, que ocorreu em Brasília em 1986. O conceito em si já vinha sendo amadurecido nos anos anteriores e no meio acadêmico e sindical. Mesmo num contexto histórico de transição de um regime político de ditadura militar para a construção da sociedade civil, ganhouforça a reivindicação social por meio das novas leis trabalhistas e mudanças nos sistemas institucionais, que contribuiu uma nova visão da relação saúde-mundo do trabalho (MATTOS; MÁSCULO, 2019). A compreensão dessa interface entre saúde e trabalho é a base da Higiene do Trabalho e está envolvida por um conflito de interesse entre a empresa (empregador), o trabalhador (empregado) e a sociedade. O acidente de trabalho corresponde à materialização desse conflito. É por esse motivo que nos próximos tópicos serão explanadas as teorias jurídicas, as responsabilidades civil e social, bem como aspectos relevantes acerca da previdência social, habilitação e reabilitação do trabalhador acidentado (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Teorias jurídicas As teorias jurídicas foram determinantes para explicar as causas dos acidentes, bem como para atribuir as parcelas de responsabilidade a cada um dos envolvidos nos mesmos. Conforme comentado anteriormente, a relação saúde-trabalho é pautada por diferentes conceitos e correntes de cunho ideológicos. Com base nestas emergiram três formas de ação e interpretação regidas por uma combinação de conhecimentos advindos dos seguintes campos de estudo: medicina do trabalho, saúde ocupacional e saúde do trabalhador, Ciências Jurídicas e Sociais. As três referidas correntes resultantes são denominadas teoria da culpa, teoria do risco profissional e teoria do risco social (MATTOS; MÁSCULO, 2019). O Quadro 1 descreve aspectos conceituais relativos à cada uma das correntes supracitadas. Quadro 1 - Entendimento dos riscos associados a acidentes de trabalho à luz das teorias jurídicas. Observa-se que, ao conhecer a linha do tempo do desenvolvimento de cada uma das teorias, evidencia-se a relação entre a evolução da ordenação social, política e econômica da sociedade e a elevação da necessidade de proteção e preservação da segurança e saúde dos trabalhadores durante a execução dos afazeres laborais, que provêm a produção de bens e serviços de consumo. Responsabilidades civil e social De acordo com o art. 7º da Constituição Federal (CF) de 1988, o pagamento do seguro contra acidentes de trabalho é uma responsabilidade do empregador e também um direito dos trabalhadores urbanos e rurais. O prêmio é recolhido pelo INSS e corresponde entre 1 a 3% da folha de pagamento das empresas. A definição do percentual de recolhimento é feita em conformidade com o grau de risco da atividade preponderante da empresa, pregada pela Lei 8.212/91, que determinou o seguinte: 1%, quando o risco é leve; de 2%, quando o risco é médio; e 3% para risco grave (POLONI, 1998). Apesar disso, a Lei 8.212/91 não definiu o que seria risco leve, médio ou grave, tampouco atividade preponderante, lacunas estas que foram preenchidas pelo Decreto 612/92. Este delimitou o grau de periculosidade de cada atividade e esclareceu que a atividade principal constitui aquela que ocupa o maior número de funcionários da empresa. Entretanto, ainda assim ocorrem o que podemos chamar de “inadequação” práticas em virtude da interpretação desse decreto, visto que, por exemplo: uma empresa cuja atividade econômica principal se apesar de sua atividade enquadre no grau de risco mais grave (3%), contribuirá ao SAT pela taxa de risco leve (1%), única e exclusivamente devido ao fato de possuir um maior número de empregados alocados nos setores administrativos, de vendas e finanças (POLONI, 1998). Conforme discutido anteriormente, o SAT segue a teoria do risco social, e caracteriza-se como uma responsabilidade objetiva ou sem culpa. A responsabilidade objetiva se dá quando não é necessário comprovar a culpa do empregador, nem do trabalhador, de forma que não se questiona se há ou não culpa, mas sim nexo de causalidade. Existindo nexo de causalidade, é obrigatório indenizar (MATTOS; MÁSCULO, 2019). De acordo com Sérgio Pontes (2018, p.1): Na seara da Responsabilidade Civil, o nexo causal é a ligação entre a conduta do agente e o resultado danoso. Ou seja, é preciso que o ato ensejador da responsabilidade seja a causa do dano e que o prejuízo sofrido pela vítima seja decorrência desse ato. Impõe-se que se prove a ligação causal entre a conduta do agente e o resultado danoso. O nexo causal cumpre uma dupla função: determinar o autor do dano, e verificar a sua extensão, pois serve como medida de indenização (PONTES, 2018, p.1). A CF também considera outras três hipóteses: culpa exclusiva da vítima, caso fortuito ou força maior. A culpa pode constituir uma conduta positiva ou negativa, que conduz a falta de previsão do que é previsível, mesmo que a pessoa não tenha a intenção de desencadear o evento indesejado (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Tem-se ainda a responsabilidade civil subjetiva, na qual é dever do empregador indenizar a vítima do acidente quando incorrer em dolo ou culpa. No que tange aos casos de responsabilidade objetiva e subjetiva, em ambos é imprescindível comprovar o nexo de causalidade. A diferença primordial é que na responsabilidade subjetiva é exigida a demonstração do elemento subjetivo – a culpa. Já na responsabilidade objetiva é necessária apenas a presença da conduta, do dano e a comprovação do nexo causal entre o dano e a conduta (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Desenvolver uma cultura de responsabilidade social se tornou essencial para a gestão das organizações que desejam se manter competitivas no mercado. A responsabilidade social visa a obtenção de ganhos de cadeia de produção e também para a comunidade, o ambiente, o governo e os consumidores. Sob essa ótica, o objetivo é ser plural, distributiva, sustentável e transparente. Também envolve uma melhor performance nos negócios e, consequentemente, maior lucratividade (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Planos de benefícios da previdência social De acordo com a Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991: Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços: I - quanto ao segurado: a) aposentadoria por invalidez; b) aposentadoria por idade; c) aposentadoria por tempo de contribuição; d) aposentadoria especial; e) auxílio-doença; f) salário-família; g) salário-maternidade; h) auxílio-acidente; I - quanto ao dependente: a) pensão por morte; b) auxílio-reclusão; III - quanto ao segurado e dependente: b) serviço social; c) reabilitação profissional. § 1o Somente poderão beneficiar-se do auxílio- acidente os segurados incluídos nos incisos I, II, VI e VII do art. 11 desta Lei (BRASIL, 1991, art. 18). Nos artigos 24 e 26, a Lei no 8.213 define os prazos de carência, ou seja, o número mínimo de contribuições mensais consideradas para que o beneficiário faça jus à percepção do benefício (BARSANO; BARBOSA, 2014). Habilitação e reabilitação do trabalhador acidentado A Lei no 8.213/1991, nos seus artigos 89 a 93 estabelece os principais direitos dos trabalhadores, as obrigações dos empregadores e do Poder Público em garantir condições de trabalho seguras, formas de locomoção adequadas e qualidade de vida, conforme Planos de Benefícios da Previdência Social disposto nesse instrumento normativo. Abaixo seguem alguns trechos relevantes: Art. 89. A habilitação e a reabilitação profissional e social deverão proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios para a (re)educação e de (re)adaptação profissional e social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive. [...] Art. 91. Será concedido, no caso de habilitação e reabilitação profissional, auxílio para tratamento ou exame fora do domicílio do beneficiário, conforme dispuser oRegulamento. Assim, o intuito da habilitação e a reabilitação profissional e social é proporcionar condições de recuperação da integridade orgânica dos profissionais beneficiários que estejam incapacitados parcial ou totalmente para o trabalho (BARSANO; BARBOSA, 2014). 01 Leia o trecho a seguir: “Um acidente em uma construção deixou duas pessoas parcialmente soterradas na manhã deste sábado (25) em Chapecó, no Oeste catarinense. Os pedreiros colocavam uma lona na obra quando a terra desmoronou sobre eles. Três pessoas trabalhavam no local no momento em que o terreno cedeu.” Fonte: G1 SANTA CATARINA. Dois pedreiros são soterrados parcialmente em Chapecó durante acidente de trabalho. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2021/09/25/dois-pedreiros- sao-soterrados-parcialmente-em-chapeco-em-acidente-de-trabalho.ghtml. Com base no texto acima e sabendo que o acidente de trabalho corresponde à materialização do conflito de interesses entre três atores; assinale a alternativa que apresenta corretamente quais são esses atores: a) Sociedade, Empregado e Empregador 02 Leia o trecho a seguir: “Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do artigo 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.” Fonte: BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991: Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm >. Com base no texto acima e sabendo que as teorias jurídicas foram https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2021/09/25/dois-pedreiros-sao-soterrados-parcialmente-em-chapeco-em-acidente-de-trabalho.ghtml https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2021/09/25/dois-pedreiros-sao-soterrados-parcialmente-em-chapeco-em-acidente-de-trabalho.ghtml http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm determinantes para explicar as causas dos acidentes; analise as teorias abaixo e associe-as com as suas respectivas características e contexto histórico. Tendo como referência o texto acima e o assunto nele abordado, assinale a opção correta: Assinale a alternativa que apresenta a correspondência entre as colunas na ordem correta: d) 1, 3, 2, 2, 3 03 Leia o trecho a seguir: “Quase três anos depois de sofrer acidente de trabalho e ficar com sequelas permanentes no osso do calcanhar, um motorista de caminhão frigorífico deverá receber indenização no valor de R$ 141,4 mil, por danos morais, imateriais e estéticos. De acordo com processo da Justiça do Trabalho em Goiás, ele caiu do baú frigorifico, de aproximadamente três metros de altura, e teve graves lesões.” Fonte: ROTA JURÍDICA. Após cair de baú frigorífico, motorista deve receber R$ 141 mil por danos. Disponível em: <https://www.rotajuridica.com.br/motorista-que-caiu-de-bau-frigorifico-e- teve-lesoes-permanentes-sera-indenizado-em-r-1414-mil/ >. Com base no texto acima e sabendo que o prêmio para indenização do trabalhador é recolhido pelo INSS, a definição do percentual de recolhimento é feita em conformidade com: e) O grau de risco da atividade da empresa: 1%, quando o risco é leve, de 2%, quando o risco é médio e 3% quando o risco é grave 04 Leia o trecho a seguir: “A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve a condenação da José Herculano da Cruz e Filhos S.A., de Juiz de Fora (MG), ao pagamento de indenização à neta e aos filhos de um caminhoneiro falecido em acidente. A empresa contestava a tese de que o veículo trafegava com sobrecarga e apontava erro no cálculo da perícia. Mas, por unanimidade, os ministros entenderam que, ainda que tivesse havido o erro, a condenação persistiria, por se tratar de atividade de risco.” Fonte: Tribunal Superior do Trabalho (TRT). Possível erro de cálculo do peso de caminhão não afasta responsabilidade de empregador. 2021. Disponível https://www.rotajuridica.com.br/motorista-que-caiu-de-bau-frigorifico-e-teve-lesoes-permanentes-sera-indenizado-em-r-1414-mil/ https://www.rotajuridica.com.br/motorista-que-caiu-de-bau-frigorifico-e-teve-lesoes-permanentes-sera-indenizado-em-r-1414-mil/ em:http://www.tst.jus.br/-/possível-erro-de-cálculo-do-peso-de-caminhão- não-interfere-em-responsabilidade-de-empregador. A partir do texto acima e dos seus conhecimentos sobre acidente de trabalho, a responsabilidade civil em que não é necessário comprovar a culpa do empregador, nem do trabalhador é chamada de: c)Responsabilidade objetiva 05 Leia o trecho a seguir: “[Visa] proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios para a (re)educação e de (re)adaptação profissional e social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive”. Fonte: BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991: Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm >. A partir do texto e dos seus conhecimentos sobre acidentes de trabalho, assinale a alternativa que contém os conceitos aos quais o trecho anterior se refere: a) Habilitação e Reabilitação 06 http://www.tst.jus.br/-/poss%C3%ADvel-erro-de-c%C3%A1lculo-do-peso-de-caminh%C3%A3o-n%C3%A3o-interfere-em-responsabilidade-de-empregador http://www.tst.jus.br/-/poss%C3%ADvel-erro-de-c%C3%A1lculo-do-peso-de-caminh%C3%A3o-n%C3%A3o-interfere-em-responsabilidade-de-empregador http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm Leia o trecho a seguir: “Decisão judicial (TRF - X). Acidente de trabalho – Indenização negada. Demonstrado que o acidente sofrido pelo autor não se deu por culpa da reclamada – que observou as exigências legais relativas à segurança do trabalho – mas por desmaio de causa desconhecida, indevida a condenação ao pagamento de indenização por danos materiais ou imateriais.” Fonte: TRT-PR. Tribunal Regional do Trabalho 9ª Região TRT-9. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca. Levando em consideração o exposto no trecho anterior e o que foi estudado ao longo da disciplina. A indenização foi negada pela justiça por motivo de: b) Caso fortuito, pois a empresa seguia todas as regras de segurança e acidente ocorreu por conta do desmaio. Prevenção de acidentes Após compreender o conceito, as causas e consequências dos acidentes e doenças do trabalho, é necessário voltar o olhar para a prevenção de sua ocorrência. Para que isso seja possível, é necessário identificar riscos e perigos inerentes ao ambiente e ao método de execução do trabalho, discutindo a importância da prevenção. Os próximos tópicos visam explicar essas temáticas. Classificação de riscos https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca A princípio é preciso estabelecer uma distinção entre riscos e perigos, visto que, embora sejam costumeiramente tratados como sinônimos, na segurança do trabalho possuem definições diversas. O risco constitui a medida da perda ou dano, atrelados a uma consequência econômica, ambiental ou relativa à vida humana. Por definição, consiste no produto da probabilidade de ocorrência de um evento pelo seu efeito. Usualmente, o risco é definido como o produto da probabilidade de ocorrer um evento pela sua consequência (CASTRO, 2017). Já o perigo diz respeito a uma condição que possibilita a ocorrência de danos e se relaciona com aspectos do ambiente e da natureza do trabalho, de tal modo que nem sempre pode ser alterado ou controlado de acordo com as circunstâncias. Apesar disso, a aplicação de medidas de segurança tende a reduzir as chances desse perigo produzir consequênciasnegativas (CASTRO, 2017). Para esclarecer a diferença entre risco e perigo, utilizaremos uma situação hipotética. Imagine um colaborador de uma subestação de energia localizada numa área remota, rodeada por vegetação. A presença de animais peçonhentos nas vizinhanças, os quais podem vir a atacar o funcionário constitui um perigo. Esse evento é provável de acontecer se o funcionário exposto e, o somatório do ambiente (em local isolado e próximo a floresta) com o tempo de permanência do funcionário constituem o risco de ocorrência de acidentes envolvendo animais peçonhentos. Entretanto, vale lembrar que esse risco pode ser reduzido pela adoção das medidas de proteção cabíveis (CASTRO, 2017). Os riscos e perigos estão em todos os lugares, desde o meio doméstico até os espaços onde são desempenhadas atividades laborais. Os riscos identificados no local de trabalho são denominados ocupacionais ou riscos ambientais e a sua existência justifica a atuação dos profissionais especialistas em saúde e segurança do trabalho, os quais são incumbidos de identificar, prevenir e controlá-los. De acordo com Chirmici e Oliveira (2016, p. 40), “o conhecimento aprofundado dos tipos de riscos ocupacionais se torna, portanto, de suma importância para o desempenho de tais profissionais.” Dessa forma, didaticamente, os riscos ocupacionais são classificados pela legislação brasileira em cinco grupos: físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e riscos de acidentes (CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016). Conhecer e diferenciar os riscos ambientais é fundamental, porque somente classificando os agentes presentes no ambiente laboral é que o empregador, junto à equipe de segurança do trabalho, poderá traçar medidas para sua eliminação ou neutralização. As cores na Segurança do Trabalho Cada grupo de risco abarca uma série de agentes causadores ou fatores de risco, uma vez que podem desencadear prejuízos à saúde e integridade física do trabalhador. Na segurança e à saúde no trabalho, os riscos ocupacionais são representados por cores, as quais são utilizadas para representá-los e informar sua presença em cada setor da empresa, através de um instrumento importante denominado mapa de riscos (CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016). No Quadro 1 vemos a lista de agentes de acordo com o risco provocado e as respectivas cores utilizadas para sinalizar a sua existência no ambiente de trabalho no mapa de riscos. Quadro 1 – Agentes causadores de riscos ambientais. O mapa de riscos é um esboço visual da distribuição dos riscos sobre a planta do setor ou departamento que foi submetido a um levantamento dos riscos ocupacionais (CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016). Conforme parágrafo 5.16 da NR-5, é uma atribuição da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) tanto a identificação dos riscos do processo de trabalho, quanto a elaboração do mapa de riscos. Essa norma esclarece, ainda, que, durante o processo de elaboração do mapa de riscos, a CIPA deve envolver o máximo de trabalhadores do ambiente em questão para participar, contando também com assessoria do Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) (BRASIL, 2019). Além das cores mostradas no Quadro 1, utilizam-se formas, usualmente círculos, com gradação pequena, média e grande para representar, no mapa, o risco alocado em cada setor da empresa, conforme exemplificado Figura 1. Figura 1 - Círculos utilizados sobre a planta ou croqui para a representação da intensidade do risco. É comum encontrar o mapa de riscos fixados em quadros expostos na parede dos ambientes que compõem os setores e departamentos das empresas. Isso é feito com o intuito de partilhar com todos os indivíduos que possam acessá-los, por razões de trabalho ou não, acessar esses espaços. Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR O Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) está disciplinado nos textos mais atualizados das Normas Regulamentadoras nº1 e nº9. A NR-1 atrela o PGR a uma das formas de comunicação sobre riscos detectados no ambiente de trabalho e as respectivas medidas de prevenção e ações voltadas para a sua eliminação ou neutralização. Isso acontece porque o PGR concretiza o Gerenciamento de riscos ocupacionais, objeto da NR-1, uma vez que fornece um inventário de riscos e um plano de ação, estando integrado com os planos, programas e outros documentos importantes em matéria de segurança e saúde do trabalho na organização (BRASIL, 2020a). A NR-9 traça os requisitos para a avaliação das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos descritos no PGR, definindo que a avaliação quantitativa das exposições aos agentes físicos, químicos e biológicos, deverá atestar o controle da exposição ocupacional aos agentes identificados; além de dimensionar a exposição ocupacional; e proporcionar o equacionamento das medidas de prevenção. Enquanto a avaliação quantitativa deverá ser conduzida comprovar que está sendo efetuado o controle da exposição aos agentes identificados; também para dimensionar a exposição ocupacional; e prover o equacionamento das medidas de prevenção. Os resultados das avaliações qualitativa e quantitativa aos agentes físicos, químicos e biológicos comporão o inventário de riscos do PGR (BRASIL, 2020b). Importância da Prevenção Em 1971 foi criada a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho, que “se traduz em um conjunto de ações que visam à promoção de uma cultura de segurança e saúde no trabalho, de cunho essencialmente prevencionista” (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2021, p.1). Ela perdura até os dias de hoje, abordando, a cada ano, uma temática diferente, relativa a aspectos gerais de prevenção de acidentes e doenças do trabalho, visando fomentar debates específicos. Em 2021, por exemplo, o tema foi “Segurança e Saúde no Trabalho: um Valor para o Brasil”, com foco nas vantagens da redução de acidentes para toda a sociedade, com vistas à geração de valor para o Brasil, o alcance da competitividade para as empresas e de qualidade de vida para os trabalhadores, através da segurança e a saúde no Trabalho geram valor para o Brasil (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2021). No ano de 2003, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) elegeu o dia 28 de abril como o Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho, em memória às vítimas de acidentes e doenças de trabalho. Essa data em particular foi escolhida devido à explosão da mina de carvão Farmington, localizada nos Estados Unidos, que culminou em 99 vítimas, das quais 78 vieram a óbito e apenas 19 sobreviveram. No Brasil a data foi formalizada legalmente em 2005, pela Lei Federal 11.121/2005, como Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doença do Trabalho (STUMM, 2020). Além disso, no Brasil conta com outra data comemorativa que visa alertar funcionários, trabalhadores, governos e sociedade sobre a importância das práticas de prevenção de acidentes e doenças do trabalho, no dia 27 de julho, sendo o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho. Ela foi oficializada em 1972, quando foi regulamentada a formação técnica em Segurança e Medicina do Trabalho (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018; STUMM, 2020). Aplicação dos conceitos prevencionistas A análise de situações cotidianas também permite a identificação de riscos e perigos. Ao aguardar o metrô em uma plataforma, a proximidade do limite da plataforma, nas proximidades da sinalização do piso, em geral de cor amarela, expõe ao risco de queda. O declive acentuado existente entre a plataforma e os trilhos constitui um perigo. Outro exemplo é o manejo de objetivos perfurantes, como facas. Ao fazer o corte de alimentos existe o risco de se acidentar, provocando um ferimento na pele em contato com a lâmina do objeto. A faca, pela sua característica perfurocortante, é capaz de provocar lesões das mais simples às mais graves, o que constitui um perigo (CHIRMICI;OLIVEIRA, 2016). Algumas atitudes preventivas podem ser implementadas nas situações do dia a dia de trabalho com a finalidade de evitar acidentes e doenças do trabalho, dentre elas: assegurar a inutilização e a substituição de mobiliário defeituoso, quebrado ou que esteja sem as regulagens; a limpeza e manutenção dos sistemas de refrigeração; sinalização de pisos molhados ou escorregadios e com diferença de nível (como rampas e escadas) (CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016). Porém, muitos acidentes se dão debaixo do teto das nossas próprias casas, devido à adoção de atitudes temerosas devido à aspectos como pressa, falta de atenção, ou até mesmo falta de consideração dos riscos associados a algumas ações, tais como: apoiar o peso do corpo sobre a pia ou vaso sanitário para higienizar as paredes dos banheiros, limpar janelas ou alcançar prateleiras e armários suspensos. Outra atitude comum é subir em cadeiras ou bancos para alcançar objetos que estejam a uma altura tal que não seja possível atingir o chão. Logo, uma atitude simples e de cunho prevencionista para todos esses casos é utilizar escadas que sejam de montagem apropriada para o interior de ambientes com espaço limitado (CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016) 01 Leia o trecho a seguir: “A 2ª Vara do Trabalho de Araraquara condenou o município de Santa Lúcia (SP) por expor servidores da saúde a risco de contágio por Covid-19. Com a decisão, a administração municipal deverá implantar e manter o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) em até 90 dias, além do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), no prazo de 30 dias. A sentença, de 3 de setembro, também obriga o pagamento de R$ 30 mil por danos morais e coletivos, que deverão ser revertidos a projetos indicados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).” Fonte: G1 SÃO CARLOS E ARARAQUARA. Justiça condena Santa Lúcia por expor funcionários da saúde a risco de contágio pela Covid. 2021. Disponível em: < https://g1.globo.com/sp/sao-carlos- regiao/noticia/2021/09/13/justica-condena-santa-lucia-por-expor- funcionarios-da-saude-a-risco-de-contagio-pela-covid.ghtml>. Com base no texto acima e nos conhecimentos adquiridos ao longo da disciplina, de acordo com o mapa de classificação de riscos ambientais, os riscos que se enquadram corretamente na classificação de cor marrom são: https://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2021/09/13/justica-condena-santa-lucia-por-expor-funcionarios-da-saude-a-risco-de-contagio-pela-covid.ghtml https://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2021/09/13/justica-condena-santa-lucia-por-expor-funcionarios-da-saude-a-risco-de-contagio-pela-covid.ghtml https://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2021/09/13/justica-condena-santa-lucia-por-expor-funcionarios-da-saude-a-risco-de-contagio-pela-covid.ghtml c) As bactérias 02 Leia o trecho a seguir: “Um pedreiro morreu após cair de um andaime, no fim da manhã desta quinta-feira (4), no bairro de Brotas, em Salvador. O caso ocorreu em um prédio localizado na Rua Alegria Castro Neves, perto da Ladeira dos Galés, entretanto não há informações sobre as circunstâncias do incidente.” Fonte: G1 BAHIA. Pedreiro morre após cair de andaime no bairro de Brotas, em Salvador. Disponível em: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2021/02/04/homem-morre-apos- cair-de-andaime-no-bairro-de-brotas-em-salvador.ghtml. Com base no texto acima e nos conhecimentos adquiridos ao longo da disciplina, assinale a alternativa que apresenta corretamente o perigo envolvido na notícia. d.)Trabalho em altura 03 Leia o trecho a seguir: “Todo local de trabalho apresenta riscos aos colaboradores. Seja escritório, indústria ou campo, o espaço onde as atividades serão desempenhadas deve sempre ser equipado de forma a minimizar futuros danos. E no âmbito de segurança do trabalho, existe um mecanismo que deve ser utilizado em toda e https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2021/02/04/homem-morre-apos-cair-de-andaime-no-bairro-de-brotas-em-salvador.ghtml https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2021/02/04/homem-morre-apos-cair-de-andaime-no-bairro-de-brotas-em-salvador.ghtml qualquer empresa para assegurar a integridade dos funcionários, esse mecanismo é o chamado mapa de risco.” Fonte: SAÚDE OCUPACIONAL BRASIL (SOB). Mapa de Risco: o que é? Disponível em: http://saudeocupacionalbrasil.com.br/mapa-de-risco-o-que-e/. Agora observe a figura abaixo: Figura 1 – Mapa de riscos de uma residência. Com base no texto, na figura acima e nos seus conhecimentos sobre as cores da Segurança do Trabalho, após analisar o setor de produção, assinale a alternativa que apresenta a ordem correta, da esquerda para direita, dos tipos de riscos existentes neste setor. d.) Risco ergonômico; Risco de Acidente; Risco Físico e Risco Químico 04 Leia o trecho a seguir: “Um incêndio de grandes proporções atingiu um depósito de peças na Rua Dr. Gerôncio Brígido Neto, no Bairro Imaculada Conceição, na cidade de Canindé, interior do Ceará, e ocasionou uma nuvem escura de fumaça, que http://saudeocupacionalbrasil.com.br/mapa-de-risco-o-que-e/ cobre diversos bairros da cidade na manhã deste domingo (10). Não há feridos. O incêndio foi controlado por volta das 13h.” Fonte: G1 CEARÁ. Incêndio de grandes proporções atinge depósito próximo à sede da prefeitura de Canindé, no Ceará; vídeo. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2021/10/10/incendio-de-grandes- proporcoes-atinge-deposito-proximo-a-sede-da-prefeitura-de-caninde-no- ceara.ghtml. Com base no texto anterior e nos conhecimentos adquiridos ao longo da disciplina assinale a alternativa que apresenta corretamente um exemplo de perigo e outro de risco, respectivamente. b.) Trabalho repetitivo e LER 05 Leia o trecho abaixo: “Consistindo em uma representação gráfica do espaço físico, o mapa de risco apresenta todos os fatores presentes no local de trabalho que possam prejudicar a saúde das pessoas, e levar a acidentes e doenças laborais.” Fonte: SAÚDE OCUPACIONAL BRASIL (SOB). Mapa de Risco: o que é? Disponível em: http://saudeocupacionalbrasil.com.br/mapa-de-risco-o-que-e/. Agora observe a figura abaixo: https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2021/10/10/incendio-de-grandes-proporcoes-atinge-deposito-proximo-a-sede-da-prefeitura-de-caninde-no-ceara.ghtml https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2021/10/10/incendio-de-grandes-proporcoes-atinge-deposito-proximo-a-sede-da-prefeitura-de-caninde-no-ceara.ghtml https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2021/10/10/incendio-de-grandes-proporcoes-atinge-deposito-proximo-a-sede-da-prefeitura-de-caninde-no-ceara.ghtml http://saudeocupacionalbrasil.com.br/mapa-de-risco-o-que-e/ Com base no texto, na figura acima e nos seus conhecimentos sobre as cores da Segurança do Trabalho, após analisar o ambiente da cozinha, assinale a alternativa que indica corretamente o grau e o grupo de risco presente neste ambiente. d.\) Risco pequeno e de acidente Leia o trecho abaixo: “Quanto à segurança e à saúde no trabalho, os riscos ocupacionais são divididos em tipos e representados por diferentes cores. Essas cores são utilizadas para representá-los no mapa de riscos de cada setor da empresa. […] O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Portaria no 3.214, de 8 de junho de 1978, estabelece e define os riscos ocupacionais/ambientais. Essa legislação contém diversas Normas Regulamentadoras (NRs), cada qual versando sobre uma matéria relacionada à segurança e à saúde no trabalho.” Fonte: CHIRMICI, A.; OLIVEIRA, E. A. R. Introdução à segurança e saúde no trabalho. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016, p. 40. Com base no texto acima e nos seus conhecimentos sobre classificação de riscos, analise as categorias de riscos abaixo e associe-as com os respectivos agentes de risco correspondentes. Assinale a alternativa que apresenta acorrespondência entre as colunas na ordem correta: C.|) 2, 1, 3, 5, 4 Segurança do trabalho e qualidade de vida Conforme discutido, aperfeiçoar o ambiente laboral normalmente implica na diminuição do índice de acidentes e das doenças causadas pelo trabalho. Por esse motivo é tão importante proporcionar aos indivíduos condições adequadas e que não lhe causem prejuízos físicos, mentais e sociais, proporcionando um desenvolvimento integral através do seu trabalho (BRISTOT, 2019). Podemos afirmar que, mesmo mediante esforços constantes para oferecer um ambiente seguro, ainda assim os acidentes podem e provavelmente vão acontecer, visto que os sistemas de trabalho tendem a experimentar falhas ao longo do tempo. Daí a relevância do desenvolvimento de uma cultura de segurança que impulsione a absorção dos princípios da higiene e medicina do trabalho (BRISTOT, 2019). Os próximos tópicos estão voltados para a discussão acerca de conceitos e diretrizes da Higiene Laboral, para garantir um local de trabalho seguro e salubre. E, além disso, nos casos em que isso não for plenamente possível, serão apresentados os meios de proteção para assegurar a preservação da saúde e integridade física do trabalhador, mesmo diante da sua exposição e vulnerabilidade a situações envolvendo riscos e perigos. Higiene do Trabalho O profissional da área da segurança do trabalho deve estar apto para reconhecer os riscos ambientais, os quais podem comprometer tanto a saúde dos indivíduos quanto o seu conforto e eficiência para o trabalho. Também devem avaliar a magnitude desses riscos, com o auxílio de técnicas de avaliação quantitativa. E, reunindo esses dados e informações, prescrever medidas visando prioritariamente eliminar, porém, quando isso não for viável, reduzi-los a níveis aceitáveis perante a legislação (BRISTOT, 2019). Para que seja possível atingir esses e outros objetivos pregados pela Higiene do Trabalho, é necessário unir dois critérios de avaliações dos riscos ambientais: qualitativos e quantitativos. Os riscos físicos tais como, vibrações, pressões anormais, radiações ionizantes e não ionizantes, temperaturas extremas (calor ou frio) e umidade podem ser analisados por ambas as óticas, tendo em vista a intensidade, a duração da exposição e a constatação dos níveis permitidos por lei. Dentre eles, os ruídos, que consistem em incômodos sonoros, podem ser classificados em contínuos, intermitentes e de impacto e tendem a produzir alterações danosas que se manifestam imediata ou gradualmente, a depender do grau de exposição e das individualidades dos trabalhadores expostos. Um equipamento chamado decibelímetro permite medir, em decibéis, a “intensidade do som em qualquer ambiente acústico (ruidoso ou silencioso), agudo, grave ou de faixa ampla, intermitente ou contínuo” (BARSANO; BARBOSA, 2014). As vibrações provenientes de máquinas e equipamentos consiste noutros agentes físicos muito presentes nos ambientes laborais. Elas podem ser classificadas como localizadas, ou seja, direcionadas para determinadas partes do corpo; e generalizadas, voltadas para o corpo todo do trabalhador. As vibrações localizadas são geradas por ferramentas pneumáticas e elétricas, e produzem efeitos no organismo tais como alterações nos nervos e vasos das extremidades, sobretudo nas mãos, braços, pés e pernas. Já as vibrações generalizadas tendem a ser produzidas por máquinas maiores, veículos grandes, tais como ônibus, caminhões e tratores, tendendo a ocasionar consequências como dores e lesões de coluna (BARSANO; BARBOSA, 2014). Os dois tipos de vibração podem ser quantificados por meio do vibrômetro, que mede as frequências mais baixas, e acelerômetro, que é aplicado para mensuração das frequências mais altas (BARSANO; BARBOSA, 2014). Os riscos de acidentes constituem fatores que podem degradar a integridade física e/ou moral do trabalhador, capazes de ocasionar cortes, escoriações, queimaduras, choques elétricos em alguma parte do seu corpo e até mesmo a perda de membros do corpo. Um dos agentes de risco de acidentes é a iluminação para o tipo de atividade profissional ou inadequada para o espaço de trabalho (salas, escritórios, laboratórios, depósitos, etc.), tanto a baixa iluminação, que provoca incômodos, quanto a luminosidade excessiva, que causa ofuscamento nos olhos. O equipamento utilizado para medir o nível de iluminação ambiente é o luxímetro. Sobre iluminação, a NR-17 determina que os seguintes critérios devem ser atendidos: presença de iluminação natural e artificial suplementar, na intensidade apropriada à natureza da atividade; a iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa, sendo projetada, posicionada e fixada de forma a “evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos” (BRASIL, 2018, item 17.5.3.2). A NBR 5413/1992, que dispõe sobre a Iluminância de interiores, estabelece as iluminâncias de acordo com algumas classes de tarefas visuais, são elas: áreas utilizadas de forma ininterrupta para tarefas visuais simples; iluminação geral para a área de trabalho em tarefas com requisitos médios visuais; iluminação adicional para tarefas visuais que exigem maior acurácia visual, exatidão e tarefas mais difíceis (ABNT, 1992). Os riscos químicos, caracterizados como substâncias, compostos ou produtos que, perante o contato crônico ou acidental, possam penetrar no organismo de tal como que, provoquem efeitos biológicos negativos, tais como queimaduras ou mesmo cânceres, mutações, doenças somáticas, dentre outros. Para avaliá-los é necessário determinar as concentrações dos agentes químicos no ar em ambientes de trabalho. Isso pode ser feito através da coleta de amostras por medidores ou sensores de qualidade do ar, por exemplo (BARSANO; BARBOSA, 2014). Segurança no ambiente laboral A norma regulamentadora nº 10 (NR-10), que trata da Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade, vem estabelecer um padrão de segurança nos procedimentos de serviços e proteção do trabalhador. A eletricidade está presente em diversos ambientes de trabalho, mesmo os que não são voltados para a produção e disseminação de energia elétrica. Assim, ainda que a NR- 10 seja específica para área elétrica, ela tem uma relação com as demais NR de maneira direta (sendo mencionadas pela NR-10, tais como a NR-6, NR-23, NR-26 E NR-35) indireta (que não são mencionadas pela NR-10, mas são afetadas por ela, é o caso da NR- 12, NR-13, NR-30, NR-31), seja pelas duas determinações mais específicas ou pela ênfase nas penalidades (normas que pregam programas no contexto da saúde e segurança do trabalho, a implantação da NR-10 e as penalidades em caso de descumprimento, como a NR-1, NR-5, NR-7, NR-15, NR-16) (SANTOS JUNIOR, 2016). A prevenção de choques elétricos nos ambientes de trabalho é essencial e envolve a adoção de dispositivos de proteção, a garantia de um estado de conservação apropriada das instalações elétricas em geral, utilização do aterramento elétrico; fornecimento de capacitação técnica aos profissionais que interagem com eletricidade durante o exercício de suas atividades laborais. Vale ressaltar que a características individuais das instalações e dispositivos, pode fazer com que alguns aspectos aumentem a probabilidade de um acidente, daí a importância de observar o cumprimento das medidas de segurança (SANTOS JUNIOR, 2016). Outra norma que estabelece diretrizes importantes para a prevenção de acidentes desde as fases de projeto do local e das funções de trabalho, até o uso propriamente dito de máquinas e equipamentos novos e usados é a Norma Regulamentadora nº12 (NR-12). Embora cada máquina tenha características de aplicabilidade bem específicas, cada situação exigirá a adoção de ações e medidas de proteção específicas, sob a responsabilidade do empregador, o qual também deve capacitar o empregado. São exemplos de proteções coletivasutilizadas nos ambientes de trabalho com a finalidade de prevenção de acidentes e doenças do trabalho: proteções fixas e móveis, dispositivos e sensores de parada e de emergência. As proteções individuais variam, mas contemplam: capacete, luvas, óculos de proteção, vestimenta de proteção, calçado de proteção, dentre outras (BRISTOT, 2019). Atividades insalubres A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em seu art. 189, define a insalubridade, como (BRASIL, 1943, art. 189): Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos (BRASIL, 1943, art. 189). De acordo com a NR-15, o exercício de trabalho em condições de insalubridade, comprovado mediante laudo de inspeção do local de trabalho que comprove que os limite de tolerância, concentração ou intensidade máxima ou mínima não estão conformes, seja em virtude da natureza, seja graças ao tempo de exposição ao agente; assegura ao trabalhador a percepção de adicional, que incide sobre o salário-mínimo, sendo equivalente a (BRASIL, 2019a): • 40%, para grau máximo de insalubridade; • 20%, para grau médio de insalubridade; • 10%, para grau mínimo de insalubridade. Ainda de acordo com a NR-15, são consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem acima dos limites de tolerância descritos nos anexos dessa norma acerca dos limites de exposição a ruídos, calor, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, agentes químicos, condições hiperbáricas, agentes biológicos, vibrações, umidade. É importante destacar que perante a incidência de mais de um fator de insalubridade, prevalecerá o que tiver o grau mais elevado para efeito de acréscimo salarial, não sendo permitida a acumulação (BARSANO; BARBOSA, 2014; BRASIL, 2019a). Atividades periculosas De forma semelhante às atividades insalubres, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em seu art. 193, define a periculosidade, como (BRASIL, 1943, art. 193): Art.193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. [...] § 4º São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta (BRASIL, 1943, art. 193). Foram acrescidas às exposições supracitadas, pela Portaria nº 518, de 2003, as atividades e operações com radiações ionizantes ou substâncias radioativas. Todas elas, por colocarem em risco a integridade dos indivíduos envolvidos em atividades laborais envolvendo os agentes que provoca a periculosidade, fazem com que o trabalhador faça jus à percepção de um adicional de 30% sobre o salário-base, fora os acréscimos referentes a gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. Caso o trabalhador tenha direito tanto ao adicional de insalubridade quanto ao de periculosidade, ele deverá optar por um deles (BARSANO; BARBOSA, 2014; BRASIL, 2003). De acordo com o artigo 194 da CLT, eliminando-se o risco que gera o direito à percepção do adicional de insalubridade ou periculosidade, estes serão igualmente suspensos (BRASIL, 1943). Atividades penosas De acordo com Barsano e Barbosa (2014), podem ser classificadas como atividades penosas aquelas que, possam ser inicialmente presumidas como insalubres ou periculosas, mas que se distinguem destas pelo fato de ocasionar desconfortos e incômodos pelo fato de exporem o indivíduo a condições degradantes, cruéis, árduas, excessivamente difíceis e que lhe impunham dor e sofrimento. Alguns exemplos de atividades penosas são: trabalho de corte pelos bóias-frias nos canaviais de cana-de-açúcar; extração do minério de carvão ou nas carvoarias; trabalhos a céu aberto, sob sol escaldante e intempéries naturais; trabalho de limpeza subterrânea das tubulações de esgoto público (BARSANO; BARBOSA, 2014). 01 Leia o trecho abaixo, extraído de um anúncio de vaga de emprego: “Emprego para Segurança Patrimonial - Natal Atividades: Os profissionais contratados serão responsáveis por: realizar rondas; inspecionar todas as áreas da empresa; observar e resolver problemas de movimentação suspeita, incêndios e roubos; controlar fluxo de pessoas; cuidar da segurança dos funcionários e visitantes; acompanhar imagens de monitor da guarita; prestar atendimento pessoal; deliberar pequenos problemas e demais atividades pertinentes à função.” Fonte: EMPREGOS RN. Emprego para Segurança Patrimonial – Natal. Disponível em: http://vagasempregosrn.com.br/2017/03/seguranca- patrimonial-em-natal-14141.html. De acordo com o texto e com os conhecimentos adquiridos ao longo da disciplina, assinale a alternativa que descreve corretamente o adicional que o trabalhador que for contratado para essa vaga de emprego faz jus: c.) O trabalhador contratado para vaga fará jus a um adicional de 30% sobre o seu salário, por periculosidade. 02 (IESES – Adaptada) Leia o trecho abaixo: “Com a Revolução Industrial (1760 a 1830), os estudos avançaram até surgirem as primeiras leis trabalhistas, no sentido de proteger os trabalhadores dos riscos de acidentes e das possíveis doenças relacionadas ao trabalho e que http://vagasempregosrn.com.br/2017/03/seguranca-patrimonial-em-natal-14141.html http://vagasempregosrn.com.br/2017/03/seguranca-patrimonial-em-natal-14141.html mudariam toda a história da humanidade. Mas, a partir da criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 1919, levou a todos os países à evolução das legislações trabalhistas, estabelecendo, assim, condições necessárias para o desenvolvimento da Medicina do Trabalho, considerando os aspectos técnicos da Higiene Industrial.” Fonte: BRISTOT, V. M. Introdução à engenharia de segurança do trabalho[Recurso eletrônico]. Criciúma, SC: UNESC, 2019., p. 172. A partir do texto acima e do conteúdo estudado sobre Segurança do trabalho e qualidade de vida, considere a afirmativas a seguir: I. Pode-se conceituar a segurança do trabalho como algo que está diretamente atrelado a diversos fatores que priorizam o bem-estar do trabalhador. II. Para a segurança do trabalho as medidas de prevenção de acidentes e outros problemas são dispensáveis, devendo-se buscar formas de proteger a imagem do empregador. III. O desenvolvimento de uma cultura de segurança e a implementação de medidas administrativas é uma alternativa para tornar o ambiente de trabalho mais seguro e agradável. IV. Máquinas obsoletas e ausência de protetores nas mesmas são fatores de suma relevância a serem observados, pois podem prejudicar diretamente os trabalhadores. Está correto o que se afirma em: A;)I, III e IV. Leia o trecho abaixo: “A medição de ruído é de extrema importância para mensurar a exposição do trabalhador e, a partir disso, definir as medidas de controle necessárias. A NHO-01 da Fundacentro é a legislação que estabelece os critérios e os procedimentos para a avaliação da exposição ocupacional ao ruído. Ela deve ser observada, principalmente na elaboração do LTCAT – Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho” Fonte: Instituto FIP Concursos e Treinamentos – FIP. Prova CIS URG OESTE para o cargo de técnico em segurança do trabalho. 2020. Disponível em: < http://www.institutofip.com.br/concurso/cisurg_adm>. Com base no texto acima e nos conhecimentos adquiridos ao longo da disciplina, assinale a alternativa que apresenta o tempo em horas que um trabalhadorpode atuar diariamente, sem proteção auditiva, sob um nível de ruído de 88 dB: O formulário de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um documento que é preenchido pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) da empresa com a finalidade de informar à Previdência Social os acidentes de trabalho ocorridos com seus funcionários. Sempre que ocorra um acidente de trabalho, o CAT deve ser executado: C/) 4 horas. http://www.institutofip.com.br/concurso/cisurg_adm 04 Leia o trecho a seguir: “O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Portaria MTb no 3.214, de 08 de junho de 1978, criou a NR 15,6 que trata das atividades e das operações insalubres. Segundo essa norma, o exercício de trabalho em condições de insalubridade assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a: 40%, para insalubridade de grau máximo; 20%, para insalubridade de grau médio; 10%, para insalubridade de grau mínimo” Fonte: BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Higiene e segurança do trabalho. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014, p. 90. Com base no texto acima e nos conhecimentos adquiridos sobre Atividades insalubres, julgue a seguinte situação: João, profissional da área de marcenaria, realiza trabalho no galpão de sua empresa empregadora. No local, constatou-se que o referido profissional durante a jornada de 4 horas permanece exposto a níveis de pressão sonora acima de 92 dB(A). No que se refere às condições de segurança do trabalho, é correto afirmar que: d/)O profissional faz jus ao adicional de insalubridade, pois está exposto a níveis de ruído acima do tempo máximo permitido. 05 Leia o trecho a seguir: Segundo a NR-16, o exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 30% (trinta por cento), incidente sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa. Fonte: BRASIL. Norma Regulamentadora nº 16 (NR-16): Atividades e operações perigosas. Portaria n.º 1357 da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho (SEPRT), de 09 de dezembro de 2019b. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos- especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no- trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-16-nr-16. Com base no texto acima e nos conhecimentos adquiridos sobre Atividades periculosas, de acordo com a NR-16, é perigosa a atividade na qual durante sua jornada laboral, o trabalhador está exposto a: e/)Atividades ou operações executadas com explosivos. 06 (IESES – Adaptada) Leia o trecho abaixo: “A higiene do trabalho - ou higiene industrial, como também é conhecida por muitos - tem papel fundamental no vasto campo da segurança do trabalho e da qualidade de vida, pois é nos preceitos dessa ciência que os membros do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), por meio de seus conhecimentos técnicos e com o uso de instrumentos de medição específicos, conseguem garantir na prática que o funcionário labore em um ambiente de trabalho saudável, ou seja, em um lugar onde lhe seja garantida, na medida do possível, sua integridade física e psíquica.” https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-16-nr-16 https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-16-nr-16 https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-16-nr-16 Fonte: BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Higiene e segurança do trabalho. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014., p. 73. Com base no texto acima e nos seus conhecimentos sobre Higiene e Segurança do Trabalho, analise as afirmativas a seguir e assinale V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s). I. ( ) A saúde e a segurança dos empregados constituem uma das principais bases para a preservação da força de trabalho adequada através da Higiene e Segurança do Trabalho. II. ( ) Segurança e higiene do trabalho são atividades fragmentadas que repercutem diretamente sobre a continuidade da produção e sobre a moral dos empregados. III. ( ) Promover o conforto do funcionário é dispensável, pois não evita que ele adoeça e nem que se ausente do trabalho. IV. ( ) A higiene do trabalho refere-se ao conjunto de normas e procedimentos que visam à proteção da integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas. Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: d/)V, F, F, V. Responsabilidades dos profissionais de Segurança e Saúde do trabalho No dia 27 de julho de 1972, foram publicadas duas portarias importantes em matéria de segurança e saúde do trabalho no Brasil: a nº 3236, que instituiu o Plano Nacional de Valorização do Trabalhador, e a nº 3237, que tornou obrigatório o Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) em todas as empresas com um ou mais trabalhadores. Por intermédio desse marco a ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais experimentou uma queda significativa, atestada pelas estatísticas governamentais (BRISTOT, 2019; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018). Tal fato foi possível devido à integração das entidades envolvidas, e justifica-se pela ênfase dada a manutenção constante da segurança do trabalho. Os profissionais que integram o SESMT desempenham funções que mesclam liderança e gestão de riscos na organização, sendo responsáveis, em parceria com a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), pela implementação de medidas e ações de controle de riscos, que visam a melhoria nas condições laborais, na qualidade do trabalho e nos ambientes de trabalho (BRISTOT, 2019). Por essa razão, os próximos itens debruçam sobre alguns dos requisitos para que a atuação dos profissionais da segurança do trabalho seja eficiente, comprometida e voltada para princípios legais e éticos essenciais. Profissionais da Segurança do Trabalho A equipe envolvida com a segurança do trabalho tem o importante papel de garantir para os indivíduos um local de trabalho seguro, digno e que proporciona qualidade de vida. O SESMT tem a função de proteger os trabalhadores por meio da eliminação (quando possível), minimização e/ou neutralização dos riscos encontrados no ambiente laboral (BRISTOT, 2019). De acordo com a Norma Regulamentadora nº 4, o SESMT deve ser constituído por: Engenheiro de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Médico do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho ou Técnico de Enfermagem do Trabalho (BRASIL, 2016). O SESMT, regulamentado pela NR-4, constitui uma equipe responsável pela gestão de segurança das organizações, onde cada qual contribui com conhecimentos segundo a sua especialização, mas todos focados na preservação da saúde do trabalhador. Caso a empresa tenha mais de um estabelecimento, ela poderá manter um SESMT centralizado, isto é, um único SESMT que responda pelas unidades, de modo que estas precisam obedecer ao critério de distância máxima de cinco mil metros entre elas. Quando esse for o caso e o SESMT for unificado, o dimensionamento será feito a partir do número total de trabalhadores, que corresponde à soma dos funcionários dos estabelecimentos (BRISTOT, 2019). O SESMT deve ser registrado no órgão regional Ministério do Trabalho e Emprego (TEM), onde deve constar dados importantes, tais como: nome dos profissionais integrantes dos SESMT; númerode registro dos profissionais na Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho do MTE; número de funcionários da empresa e grau de risco das atividades desenvolvidas pelo estabelecimento; especificação dos turnos de trabalho de acordo com o estabelecimento; horário de trabalho dos profissionais do SESMT (BRISTOT, 2019). Muitas vezes as pessoas se perguntam se há diferenças entre os papéis do SESMT e da CIPA, pois pode haver a percepção incorreta de que eles se sobrepõem, de modo que seria possível dispensar um quando já se tem o outro. Ocorre que as funções se diferem no seguinte aspecto: enquanto o SESMT é composto por profissionais especialistas na área de segurança e saúde no trabalho, que tem a importante responsabilidade desenvolver uma Política de Segurança e Saúde do Trabalho que propicie aos trabalhadores o acesso ao direito de exercer as suas funções laborais de forma segura e digna, se mantendo livres da exposição a condições prejudiciais à sua integridade física, moral e psicológica; a CIPA é constituída por empregados de diferentes setores e departamentos, com a finalidade de agregar ao SESMT informações inerentes ao dia a dia do trabalho, assim como dissipar entre os trabalhadores conhecimentos, boas práticas e os critérios da Política de Segurança e Saúde do Trabalho da organização (BRISTOT, 2019).. Em outras palavras, os membros da CIPA atuam como multiplicadores de segurança, dando subsídios para que o SESMT garanta a implementação das diretrizes de segurança e saúde do trabalho e o seu cumprimento. Desse modo, tanto o SESMT quanto a CIPA terão uma grande parcela de contribuição para a melhoria contínua dos sistemas de gestão da segurança e saúde do trabalho nas Organizações (BRISTOT, 2019). Engenheiro e arquiteto na Segurança do Trabalho Nesse ponto chega-se ao tópico que traz esclarecimentos sobre os procedimentos que todo aluno de Pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho se pergunta: e os engenheiros e arquitetos do trabalho no meio disso tudo? Pois bem, sabendo que sim, ambos podem atuar na área de Segurança do Trabalho, vamos compreender o primeiro ponto relevante para a diferenciação entre tais profissionais. Conforme informado pelo próprio Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU): “hoje as regras que arquitetos e urbanistas devem observar para o registro do título complementar e o exercício das atividades de Engenharia de Segurança do Trabalho estão dispostas na Resolução CAU/BR Nº 162” (CAU MT, 2020, p.1). De acordo com a Resolução CAU/BR Nº 162, habilitação para o exercício das atividades na área de Engenharia de Segurança do Trabalho pelos arquitetos e urbanistas está relacionada a obtenção de registro profissional ativo e do incremento do título complementar de “Engenheiro (a) de Segurança do Trabalho (Especialização)” em uma unidade regional do CAU. Além disso, esse instrumento normativo assegura que o direito de exercer atividades de Engenharia de Segurança do Trabalho será permitido, exclusivamente, ao arquiteto e urbanista que seja portador de certificado de conclusão de curso de especialização, em nível de pós- graduação, em curso de Engenharia de Segurança do Trabalho ou especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, executado em caráter prioritário pelo Ministério do Trabalho; ou portador de registro de Engenharia de Segurança do Trabalho, expedido pelo Ministério do Trabalho. Conforme amplamente divulgado nos meios de informação, os Engenheiros de Segurança do Trabalho têm sua atuação regida pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), a qual está fortemente atrelada a existência de um registro para obtenção da segunda atribuição que, por sua vez, depende da existência prévia de um registro da primeira atribuição. A Resolução nº 1010 do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA), estabelece no art. 10º que a atribuição inicial de título profissional, habilitação e competência na categoria profissional Engenharia, em qualquer nível de formação profissional, será concedida pelo Crea em que o profissional requereu a extensão, mediante o cumprimento das seguintes disposições: • Quando a extensão da atribuição inicial for na mesma modalidade profissional, o procedimento dependerá de decisão favorável de Câmara especializada. • Já quando a extensão da atribuição inicial não for na mesma modalidade, o procedimento dependerá de decisão favorável das Câmaras especializadas associadas às respectivas modalidades envolvidas. De acordo com o artigo 10 da Resolução nº 1010 da CONFEA, alínea § 4º, a segunda habilitação, a qual consiste numa extensão da atribuição inicial, será provida aos portadores de certificados de formação profissional adicional que tenha sido adquirida no nível de pós-graduação lato senso, desde que tenha sido expedido por curso que esteja regularmente cadastrado no Sistema CONFEA/CREA (CONFEA, 2005). O registro da segundo atribuição depende, normalmente, que o profissional submeta ao CREA no qual o curso de pós no qual obteve o certificado está cadastrado: um requerimento padrão preenchido e assinado; diploma ou certificado de conclusão registrado pelo órgão competente do sistema de ensino; histórico escolar contendo a lista das disciplinas e suas respectivas cargas horárias, devidamente carimbado e assinado pelo coordenador do curso da instituição de ensino; documento de identificação pessoal com foto ou identidade de estrangeiro, expedida na forma da lei; quitação com o serviço militar (para homens brasileiros); título de eleitor; comprovante de quitação emitido pela justiça eleitoral (apenas para brasileiros); CPF; comprovante de residência; duas fotografias nas dimensões 3x4cm, recentes; pagamento das taxas cabíveis e aplicáveis. Principais entidades em matéria de segurança do trabalho A atuação no campo da segurança e saúde do trabalho transcende os muros das organizações e dos espaços laborais, uma vez que, como já discutido em outras aulas, a garantia de condições dignas, adequadas e confortáveis de trabalho é uma responsabilidade de todos, a fim de reduzir ao máximo a incidência de acidentes e doenças do trabalho, agindo de forma prevencionista. Em virtude disso, as entidades que atuam em matéria de segurança e saúde do trabalho somam forças às empresas, fortalecendo o SESMT, com a finalidade de cumprir com o objetivo comum de reafirmar constantemente a importância da preservação da saúde e integridade laboral. A seguir serão listadas algumas dessas entidades a nível internacional e nacional (BRISTOT, 2019). A Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar de não ter como foco de atuação especificamente o trabalho, é amplamente reconhecida como uma entidade de interesse prevencionista, a qual corrobora com avanços nas áreas de higiene, segurança e saúde ocupacional, sobretudo, na prevenção de acidentes e de doenças ocupacionais (BRISTOT, 2019). A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é mundialmente reconhecida como entidade de referência na prevenção e controle de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, atuando nas questões relativas ao cumprimento da legislação trabalhista e no aperfeiçoamento das condições dos ambientes de trabalho, assim como do método utilizado para execução das atividades laborais. Assim, apresenta uma participação ativa em estudos estatísticos relativos à segurança do trabalho e saúde ocupacional (BRISTOT, 2019). A nível nacional, são várias as entidades governamentais ou não com foco no controle de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. Dentre elas, a entidade governamental mais representativa em termos de Higiene, Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional no Brasil é o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o qual é responsável pela fiscalização da aplicação das normas regulamentadoras (NR) nas organizações, com poder de interdição e embargo em caso de constatação de descumprimentos.De acordo com Bristot (2019), sua competência abrange as áreas da política e geração de emprego e renda, além de suporte ao trabalhador; diretrizes para a modernização e adaptação das relações do trabalho; fiscalização do trabalho, bem como aplicação das sanções previstas em diferentes normas legais ou coletivas; política salarial; capacitação e formação profissional; segurança e saúde no trabalho; cooperativismo e associativismo urbanos. Nas unidades federativas as Delegacias Regionais do Trabalho (DRT) são as entidades que representam o TEM, sendo inclusive mencionadas no texto nas NR. Sua ação é voltada para a operacionalização desse Ministério nas questões relacionadas à Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional estadual. No âmbito dos Estados, Os Auditores Fiscais do Trabalho, são os profissionais lotados nessas DRT e que têm competência para efetuar as inspeções nos ambientes de trabalho, visando a identificação de não conformidades quanto aos quesitos da Higiene, Segurança, Medicina do Trabalhos e das NR. Outra Instituição muito importante no nosso país quando se trata da Segurança e Saúde no Trabalho é o Ministério Público do Trabalho (MPT). O MPT é independente dos Poderes Judiciário, Executivo, Legislativo, assim como do Tribunal de Contas. O seu papel é fiscalizar o cumprimento dos requisitos da lei, sempre priorizando os direitos da sociedade. Por esse motivo, o MPT defende as causas que são de interesse coletivo e não as de benefício de uma pessoa ou grupo isolado (BRISTOT, 2019). A Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO) é outra entidade conhecida tanto por produzir quanto por disseminar conhecimento na área de Segurança e Saúde no Trabalho e Meio Ambiente, fomentando a incorporação dessa temática na elaboração e gestão de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável e econômico, com fins na promoção da equidade social e proteção do meio ambiente (BRISTOT, 2019). Medidas de proteção coletiva e individual Conforme já discutido, a prioridade do empregador deve voltar- se sempre para a eliminação dos riscos ocupacionais, embora nem sempre isso seja viável para a organização. Por motivos que vão desde às próprias características do processo, à natureza das atividades ou às condições de trabalho, não sendo possível eliminá- los, a solução será buscar a neutralização dos riscos com base numa hierarquia de alternativas. As medidas administrativas e a adoção de equipamentos de proteção coletiva (EPCs) devem prevalecer sobre a utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs). As medidas administrativas ou de organização do trabalho, como mudanças de jornada e flexibilizações das rotinas de trabalho, por exemplo, o treinamento de equipes multifuncionais, viabilizando a introdução de sistemas de rotatividade (no inglês conhecido como “job rotation”); visam à redução do tempo de exposição ao risco. Os EPCs consistem em dispositivos, sistemas, ou meios, fixos ou móveis, de preservar a integridade física e a saúde de trabalhadores durante a execução de suas tarefas. O fornecimento de EPIs corresponde a terceira e última alternativa a ser adotada pelo empregador, caso as anteriores não sejam viáveis ou totalmente efetivas no combate ao risco, sendo tido como uma “medida precária” (CAMISASSA, 2019). Ética na Engenharia de Segurança do Trabalho A ética, em um dos seus significados, por ser tida como um sinônimo de moralidade. Sendo assim, a atitude ética é aquela que é orientada por valores morais razoáveis, em conformidade com as ações ou políticas moralmente admissíveis ou desejáveis. Assim, a ética na engenharia de segurança do trabalho engloba responsabilidades e direitos que devem ser assumidos por pelos profissionais cujo papel seja preservar a saúde dos trabalhadores e assegurar a segurança dos ambientes e métodos de trabalho (COCIAN, 2017). Apesar de parecer algo lógico, a moralidade não é um termo fácil de ser definido e compreendido, uma vez que dependerá do ponto de vista considerado. É possível associá-la a valores universais, como coragem, compaixão, generosidade, honestidade e justiça. Ao mesmo tempo, pode-se considerar que a moralidade consiste em “promover o bem maior”, que faz menção a uma área da teoria ética denominada utilitarismo. Se, por outro lado, considerar-se que a moralidade corresponde aos direitos humanos, daí já se fará referência à área da teoria ética do direito. Por fim, se for considerado que a moralidade está relacionada ao bom caráter, volta-se o olhar para a área da teoria ética da virtude (COCIAN, 2017). O certo é que a ética está associada à ação de decidir o que está certo e errado, unindo os vários pontos de vista, além do seu próprio, a fim de poder julgar alguma ação futura (COCIAN, 2017). De acordo com Cocian (2017, p. 257): O objetivo do estudo da ética da engenharia é melhorar a habilidade do engenheiro de se defrontar efetivamente com a complexidade moral recorrente das decisões e ações do exercício profissional. [...] O objetivo principal é melhorar a sua autonomia moral. A autonomia moral pode ser vista como a habilidade e o hábito de pensar de forma racional sobre as questões éticas com base nas preocupações e nos compromissos morais (COCIAN, 2017, p. 257). Algumas habilidades que tem tudo a ver com a ética da engenharia na engenharia de segurança do trabalho são: consciência moral (capacidade de reconhecer os problemas e as questões morais implicadas na prática laboral); raciocínio moral convincente (compreensão, esclarecimento e avaliação de argumentos de lados diferentes acerca de questões morais), comunicação moral (precisão no uso de uma linguagem ética e comum para expressar e defender os próprios pontos de vista de forma adequada, equilibrada e confiante); integridade (integridade moral e interseção entre a vida profissional e as convicções pessoais) (COCIAN, 2017). 01 Leia o trecho abaixo: “O Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), também considerado nesta obra como profissionais da segurança do trabalho, envolve, na prática, os profissionais com conhecimentos técnicos na área de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) que prestam assessoria ao empregador, aos empregados e à CIPA nos assuntos relacionados à sua área de atuação.” Fonte: BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Legislação aplicada à segurança do trabalho. 1 ed. São Paulo: Érica, 2014, p. 143. A partir do texto acima e do conteúdo estudado sobre Responsabilidades dos profissionais de Segurança e Saúde do trabalho, considere a afirmativas a seguir: I. Os profissionais da Segurança do Trabalho devem instruir e convencer as pessoas a seguirem as medidas de segurança quando lhes for conveniente. II. Assegurar aos trabalhadores que suas tarefas sejam adequadas às suas aptidões fisiológicas e psicológicas é uma função dos profissionais da Segurança do Trabalho. III. Proteger os trabalhadores dos riscos resultantes da presença de agentes nocivos é uma função dos profissionais da Segurança do Trabalho. IV. Os profissionais da Segurança do Trabalho devem evitar todo o dano à saúde causado pelas condições de trabalho. Está correto o que se afirma em: e-)II, III e IV. 02 (CESPE/ CEBRASPE – Adaptada) Leia o trecho abaixo: “A possibilidade de exposição a um risco ocupacional justifica a existência de profissionais voltados para a segurança no ambiente de trabalho. Cabe a eles identificação, prevenção e controle dos riscos relacionados ao trabalho. O conhecimento aprofundado dos tipos de riscos ocupacionais se torna, portanto, de suma importância para o desempenho de tais profissionais.” Fonte: CHIRMICI, A.; OLIVEIRA, E. A. R. Introdução à segurança e saúde no trabalho. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016, p. 40. Com base no texto acima e nos seus conhecimentos sobre Higiene e Segurançado Trabalho, analise as afirmativas a seguir e assinale V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s). I. ( ) Os riscos ocupacionais são os riscos de acidentes aos quais os trabalhadores estão sujeitos em um ambiente de trabalho e devem ser devidamente identificados, classificados e prevenidos. II. ( ) Os locais de trabalho tem potencial para comprometer a saúde e a segurança do trabalhador em curto, médio e longo prazo, provocando lesões, doenças ou até mesmo a morte. III. ( ) Os riscos físicos são aqueles ligados à execução de tarefas, à organização e às relações de trabalho, tais como esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso. IV. ( ) Mobiliário inadequado, posturas incorretas, controle rígido de tempo para produtividade, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia, repetitividade e situações causadoras de estresse são exemplos de agentes de riscos de acidentes. Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: d-)V, V, F, F. 03 (SELECON – Adaptada) Leia o trecho abaixo: “O Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) foi instituído em 27 de julho de 1972, época em que o Brasil liderava o ranking de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Diante de tal cenário desfavorável, o governo se viu diante da necessidade de tomar uma providência que impactasse as empresas e revertesse, em curto prazo, o quadro crítico. Além da péssima imagem que projetava internacionalmente, o país também sofria pressão por parte da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para que revertesse o quanto antes o cenário em que se encontrava. Assim foi criado o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, também popularmente conhecido como SESMT, estabelecido no Art. 162 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e regulamentado pela Norma Regulamentadora no 4 (NR- 4) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).” Fonte: CHIRMICI, A.; OLIVEIRA, E. A. R. Introdução à segurança e saúde no trabalho. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016, p. 10. Com base no texto acima e nos seus conhecimentos sobre Profissionais da Segurança do Trabalho é correto afirmar que segundo a NR 4, a empresa poderá constituir o SESMT de forma centralizada para atender a um conjunto de estabelecimentos pertencentes a ela, desde que a distância a ser percorrida entre aquele em que se situa o serviço e cada um dos demais não ultrapasse: c-)Cinco mil metros. 04 Leia o trecho abaixo: “Na época, a criação do SESMT teve um reflexo positivo também na esfera social, pois era comum, até então, que as empresas atuassem de maneira desumana, oferecendo aos empregados locais de trabalho sem a menor condição de segurança e de qualidade de vida. Tratava-se de um momento em que os sindicatos estavam envolvidos com outras questões e não priorizavam as discussões a respeito das condições de trabalho. Os trabalhadores estavam acostumados a encarar o risco de acidente como se fizessem parte do processo produtivo. Com o tempo, essa visão mudou; hoje, o trabalhador é um aliado da segurança do trabalho e não aceita mais exercer suas funções em condições inseguras, sem qualidade de vida, participando ativamente das cobranças e sugestões de melhorias para o ambiente de trabalho.” Fonte: CHIRMICI, A.; OLIVEIRA, E. A. R. Introdução à segurança e saúde no trabalho. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016, p. 10. Com base no texto acima e nos seus conhecimentos sobre SESMT, assinale a alternativa que lista corretamente dois profissionais que compõem o SESMT: D)) Técnico de Segurança do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho. 05 (UFMT – Adaptada) Leia o trecho abaixo: “A prevenção de riscos de acidentes é complexa e necessita de especial atenção dos profissionais envolvidos com a segurança do trabalho, devendo- se observar cada tipo de risco e propor a respectiva medida de prevenção. Veja alguns procedimentos de segurança que ajudam a evitar futuros acidentes: todos os trabalhadores devem conhecer os riscos a que estão expostos, bem como precisam ser treinados quanto às respectivas formas de prevenção e controle; todos os trabalhadores devem estar em perfeitas condições de saúde, a ponto de exercer suas atividades com total atenção, zelo e profissionalismo; todos os trabalhadores devem obedecer rigorosamente às normas de segurança do trabalho em vigor, bem como as ordens de serviços expedidas pelo empregador (empresa) e os pareceres técnicos emitidos pelos profissionais da segurança do trabalho (CIPA, SESMT etc.).” Fonte: BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Higiene e segurança do trabalho. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014, p. 86. Com base no texto acima e nos seus conhecimentos sobre Responsabilidades dos profissionais de Segurança e Saúde do trabalho, analise as afirmativas a seguir e assinale V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s). I. ( ) Uma iluminação inadequada no ambiente de trabalho causa fadiga à visão e contribui para a má qualidade no trabalho, podendo, inclusive, prejudicar o desempenho dos funcionários. II. ( ) A falta de cumprimento de medidas de controle de riscos, como não usar os EPIs, bem como erros na armazenagem de produtos químicos, manobrar empilhadeiras inadequadamente, distrações e brincadeiras excessivas são fatores de risco que aumentam as chances de acidentes de trabalho. III. ( ) EPIs como máscaras, vestimentas de segurança e calçados de segurança devem ser descartados em lixo hospitalar após o uso diário. Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: e-)V, V, F. 06 (OBJETIVA – Adaptada) Leia o trecho abaixo: “As associações e outras entidades profissionais são autorizadas pela sociedade a desempenhar normas para a admissão à profissão, estabelecer códigos de ética, reforçar normas de conduta profissional e representar a profissão perante a sociedade e o governo. Frequentemente essa característica é denominada “autonomia da profissão”, que forma a base para que os indivíduos tomem decisões profissionais autônomas no exercício da profissão. Todas as profissões servem de alguma forma importante ao bem comum, ou a um aspecto deste, e isso é feito por meio de um esforço concentrado em manter altos padrões éticos.” Fonte: COCIAN, L. F. E. Introdução à engenharia [recurso eletrônico]. Porto Alegre: Bookman, 2017, p. 261. Com base no texto acima e nos seus conhecimentos sobre Ética na Engenharia de Segurança do Trabalho, considere a afirmativas a seguir: I. Resguardar o sigilo das informações sobre o empregado quando do interesse deste e do empregador, mesmo se houver a obrigação legal da divulgação ou da informação. II. Atuar com parcialidade e pessoalidade em atos arbitrais e periciais. III. Utilização de uma linguagem rebuscada para comunicar-se com seus superiores, a fim de que passar segurança sobre sua atuação profissional, afastando preocupações com possíveis novos problemas recém detectados. IV. Fornecer aos trabalhadores informações certas, precisas e objetivas acerca dos riscos aos quais os trabalhadores estão expostos no ambiente laboral. Está correto o que se afirma em: a-)Apenas IV. Novos paradigmas de gestão de segurança do trabalho Embora durante milênios saúde e trabalho tenham sido tratados como conceitos sem qualquer relação, hoje em dia são basicamente inseparáveis. Quando se fala em Segurança e Saúde do Trabalho (SST) nas Organizações não se faz referência apenas aos profissionais que constituem o Serviço de Engenharia e Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), aos gestores e líderes responsáveis pela tomada de decisões nas Organizações; mas sim a Gestão da SST (BRISTOT, 2019). A gestão de saúde e segurança do trabalho contempla as ações preventivas, o conhecimento dos pontos de vulnerabilidade e dos riscos que possibilitem a ocorrênciade sinistros, cujo fim, em última instância, é a implementação de uma cultura de prevenção e um cronograma de atividades em prol da preservação da saúde dos indivíduos (BRISTOT, 2019). Nesse sentido, os próximos tópicos trarão conceitos relativos à engenharia de resiliência, discutindo o erro humano e suas influências nos sistemas sob uma ótica um pouco diferente da usual: mostrando que o erro é inevitável. Portanto, será abordada a importância das defesas dos sistemas e como elas atuam em um sistema resiliente. Resiliência e segurança do trabalhador Embora resiliência seja uma palavra bastante difundida, sua associação com a engenharia originou o termo engenharia de resiliência de resiliência, que é relativamente novo. A resiliência consiste na capacidade de organização de um sistema para que este se mantenha em funcionamento ou recupere rapidamente um a sua estabilidade mediante a existência de perturbações ou tensões significativas. Resiliência envolve as habilidades de absorção das tensões, da preservação em operação contínua apesar da presença de adversidades, bem como a construção de aprendizados a partir de eventos prévios para sua recuperação em outros futuros (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Assim, os sistemas resilientes são aqueles que possuem a capacidade de retornar ao para o estado inicial, após um evento adverso, sem gerar consequências severas para o universo do qual fazem parte. Por esse motivo, são mais seguros e produtivos, uma vez que toleram estresses e mesmo assim se mantêm operando. Quando tratamos da segurança do trabalhador, ter um sistema resiliente é determinante para minimizar os possíveis desdobramentos de uma situação indesejada que culmine num acidente de trabalho, evitando consequências mais sérias e até mesmo fatais (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Nessa perspectiva, um sistema resiliente deve impedir a morte de um trabalhador frente a sua capacidade de absorver as perturbações não esperadas ou desejadas. Isso significa que organizações que possuem altas taxas de gravidade de acidentes de trabalho não são dotadas de sistemas resilientes, visto os acidentes são severos e produzem consequências muito impactantes para as vítimas, para os colegas desse trabalhador, para a família do acidentado e para a sociedade no geral (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Sabendo então qual é o caminho a ser trilhado, Mattos e Másculo esclarece que é preciso reconhecer que as seguintes afirmações não são realistas sobre as organizações (MATTOS; MÁSCULO, 2019): • Os sistemas são bem desenhados e mantidos que a planta física é segura; • Os designers dos sistemas são capazes de antecipar as possíveis contingências de forma eficiente, não sendo prováveis as surpresas; • Os procedimentos são completos, apropriados, factíveis e aplicáveis a qualquer ocasião; • As pessoas se comportarão da forma que foram treinadas e conforme o esperado; • Estar de acordo com os requisitos nos mantém seguros; • Se as avaliações e auditorias obtêm resultados positivos, não é necessário mudar nada, pois tudo vai bem. Apenas desmistificando de uma vez que todas essas afirmações são falsas, pois não importa o quanto se planeje, se previna e se preocupe com a ocorrências de falhas e eventos incomuns, nenhum sistema é perfeito. Logo, para criar segurança e confiabilidade é impreterível ter resiliência (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Sistemas resilientes e suas defesas Sempre que se fala de acidentes de trabalho pensa-se nos trabalhadores, visto que estes interagem com os sistemas de forma contínua. Tal interação está associada à tomada de decisão, com base no comportamento e nas mensagens que o sistema envia. Mattos e Másculo (2019, p.485) exemplificam com a seguinte situação: Um operador de máquina, por exemplo, vai tomar a decisão de aumentar o fluxo de lubrificação, diminuir a rotação, ou até mesmo parar a máquina, de acordo com as informações que esta mesma máquina envia (nesse caso, leitura do nível de óleo, temperatura/vibração, e limites de segurança excedidos respectivamente). Nessa relação existem vários fatores que influenciam diretamente o comportamento do trabalhador, que pode, dependendo de como esses fatores o influenciam, cometer um erro e gerar um desequilíbrio no sistema (MATTOS; MÁSCULO, 2019, p. 485). Entre 80 e 90% dos acidentes no ambiente de trabalho são causados por erros humanos, sendo de extrema importância o controle e monitoramento das causas dos erros e a preparação dos sistemas para lidar com eles com resiliência. É importante estar ciente de que esses erros são induzidos pelo sistema aos trabalhadores pela existência de procedimentos confusos e dúbios, sinalização de deficiente, sensores sem manutenção, dentre outras condições existentes nos sistemas que podem gerar uma ação (ou não ação) equivocada por parte do trabalhador (MATTOS; MÁSCULO, 2019). De acordo com Mattos e Másculo (2019) alguns fatores localizados podem ser manipulados e gerenciados com inteligência a fim de mudar um comportamento de risco bruscamente, tais como: • Expectativas da empresa em relação ao trabalhador, as quais devem ser claras, sendo propriamente compreendido pelo funcionário que sua atuação deve ser pautada primeiramente em prol da segurança e só depois na produção. Quando não está bem estabelecido esse entendimento, pode o trabalhador tomar decisões equivocadas. Vale a máxima “segurança em primeiro lugar”, segundo a qual tanto os indivíduos quanto o processo serão preservados. • Ferramentas e recursos disponíveis para a execução das tarefas são fatores essenciais para a segurança do processo, pois guardam relação direta com o método e os procedimentos de trabalho, devendo atender a padrões rígidos de segurança. Se ocorrer, por exemplo, do trabalhador adaptar uma ferramenta, a possibilidade de algum erro inesperado ocorrer aumenta muito. • Incentivos e desincentivos: a postura e atuação dos gerentes e supervisores têm um reflexo gigantesco no comportamento dos trabalhadores, pois estes percebem como seus líderes recompensam ou não seus subordinados. Caso a quantidade produzida seja mais determinante para a recompensa do que a qualidade e a correta aplicação do método, os trabalhadores terão uma tendência a focar na produção e não na forma com que o produto é entregue. Esses três fatores são oriundos da própria organização e, dependendo da sua cultura de segurança, podem ser mudados com a finalidade de exercer uma influência positiva no comportamento do trabalhador, aumentando a probabilidade de ele tomar decisões acertadas (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Quando uma falha ocorre e não há uma ou várias defesas, ela tende a ser a razão de um acidente. Do contrário, a existência de defesas pode reduzir acidentes e suas respectivas consequências. Vale lembrar que a segurança não é a não inexistência de erros, e sim a garantia da existência de defesas no sistema, para absorver os erros e evitar os acidentes (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Exemplos práticos de defesas Há defesas do tipo proativas, as quais permitem a antecipação do erro, evitando a sua intercorrência. Outra categoria de defesa são as reativas, as quais visam eliminar, controlar, ou remediar o erro, reduzindo as suas consequências. As defesas podem ser posicionadas em diferentes partes do sistema e se dividem em três classes: • Controles: primeira linha de defesa do sistema, a qual tenta fazer com que o trabalhador execute a tarefa exatamente da forma como ela deve ser realizada. Tem a finalidade de moldar a ação do funcionário para que esteja o mais próximo possível do imaginado e desejado. São exemplos desse tipo de defesa os procedimentos, a sinalização, os alarmes e os treinamentos. • Barreiras: são defesas que protegem o sistema de perigos que não estão sob controle. Mesmo que haja controles implementados, é certo que o ser humano vai errar. As barreiras agirão nessemomento, para impedir que este erro gere um acidente. Essa é a segunda linha de defesa. São exemplos de barreiras são: poka yokis (soluções simples que evitam falhas em processos e reduzem custos), sensores de intertravamento, sensores de leitura digitais, guardas de máquinas etc. • Salvaguarda: se tanto a primeira quanto a segunda defesa não funcionarem, o dano acontecerá. Daí a importância de ter uma terceira e última linha de defesa para mitigá-lo, o dano. São exemplos de salvaguardas: equipamento de proteção individual, airbags, sistemas de sprinklers etc. Percebe-se, com isso, que um sistema resiliente conta com várias defesas para reduzir as chances de ocorrência de acidentes. Para que o erro consiga vencer todas as defesas, resultando no acidente, é necessário que as defesas estejam alinhadas. Tal alinhamento é raro em virtude da multiplicidade de defesas. Porém, as defesas sofrem a ação do tempo e acabam se deteriorando e quanto mais defesas tiver um sistema, menores serão as chances das debilidades se alinharem, culminando num sinistro. Como é impossível eliminar o erro, é primordial que o sistema esteja preparado para enfrentá-lo (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Gestão de sistemas resilientes Para gerenciar sistemas resilientes, é preciso desenvolver uma nova visão baseada nas seguintes ideias (MATTOS; MÁSCULO, 2019): 1. Sim, as pessoas falham; 2. Culpá-las por isso não adiciona valor para compreensão das falhas. 3. A responsabilidade pela segurança volta-se para os cargos ascendentes na hierarquia da organização. 4. Os processos organizacionais influenciam o comportamento dos indivíduos. 5. Os futuros acidentes advêm de sementes que estão sendo plantadas hoje. 6. Tudo o que uma organização precisa para viabilizar uma falha já faz parte dos sistemas, processos e ambientes de trabalho. Por isso as falhas acontecem. Se as falhas vão acontecer, visto que não podem ser totalmente previstas e nem evitadas, o que é determinante para contorná-las é a forma como a organização reagirá a elas. É imprescindível assimilar que as pessoas vão errar e que as falhas devem ocorrer, o foco está em eliminar as possíveis armadilhas e fatores que possam reforçar as consequências, adicionando controles para minimizar a probabilidade de acidentes. Logo, após um erro, a reação da organização será determinante para manter a resiliência do sistema. Estudos sobre a engenharia de resiliência apontam quatro pilares do pensamento que podem ser integrados no dia a dia da operação: antecipar (saber o que esperar), monitorar (saber no que prestar atenção), responder (saber o que fazer) e aprender (saber o que aconteceu e o que tem que mudar). Do chão de fábrica até o CEO, as Organizações com performance excelente pensam dessa forma, antecipando, monitorando, respondendo e aprendendo com os erros (MATTOS; MÁSCULO, 2019). 01 Leia o trecho abaixo: Defesas proativas, permitem a antecipação, evitam a ocorrência do erro. Já as reativas, são implementadas para eliminar ou controlar o erro, ou remediar, diminuir suas consequências. Fonte: MATTOS, U. A.; MÁSCULO, F. S. Higiene e segurança do trabalho. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. A partir do texto acima e dos seus conhecimentos sobre Sistemas resilientes e suas defesas, constituem exemplos de defesas reativas: c-)Barreira e Salvaguarda. 02 Leia o trecho abaixo: “[O] sociólogo Charles Perrow ao observar que os sistemas produtivos ficaram tão complexos que os acidentes deveriam ser considerados eventos normais; (…) no seu livro Normal Accidents, publicado em 1984, diz que os sistemas se tornaram tão complexos que a interação não antecipada de múltiplas falhas irá gerar resultados não desejados, acidentes e desastres.” Fonte: MATTOS, U. A.; MÁSCULO, F. S. Higiene e segurança do trabalho. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019, p. 481. A partir do texto acima e dos seus conhecimentos sobre Sistemas resilientes e suas defesas; é correto afirmar que consiste num exemplo de defesa da classe barreira: c-)Sensor de leitura digital. 03 Leia o trecho abaixo: Trata-se da última linha de defesa contra os danos. Uma vez que o acidente já ocorreu, esta barreira atuará mitigando as suas consequências e impedindo que danos mais graves. Fonte: MATTOS, U. A.; MÁSCULO, F. S. Higiene e segurança do trabalho. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. A partir do texto acima e dos seus conhecimentos sobre Sistemas resilientes e suas defesas; é correto afirmar que o trecho anterior está se referindo a: b-)A defesa reativa: Salvaguarda. 04 Leia o trecho abaixo: “(…) Por exemplo, uma queda de um trabalhador de uma altura de 5 m. O que esse acontecimento irá gerar? Podemos pensar em alguns desdobramentos: a. Danos ao trabalhador, que irá parar imediatamente de produzir porque está ferido. b. Atendimento desse trabalhador pelo serviço médico (parando pelo menos parte do processo produtivo). c. Desmotivação por parte dos colegas desse trabalhador, que irão parar de produzir por algum tempo (pelo menos o tempo de se recuperar psicologicamente do evento). d. Se o trabalhador for a óbito, o processo produtivo ficará parado até haver uma investigação por parte do Ministério do Trabalho. e. Custos com a recuperação do trabalhador, seguros para a família, treinamento/contratação de um novo trabalhador etc.” Fonte: MATTOS, U. A.; MÁSCULO, F. S. Higiene e segurança do trabalho. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019, p. 484. A partir do texto acima e dos seus conhecimentos sobre Sistemas resilientes e suas defesas; é correto afirmar que consiste num exemplo de defesa da classe controle: b-)Sinalização de segurança. 05 Leia o trecho abaixo: “A segurança não é a não existência de erros, mas sim a existência de defesas no sistema. Sistemas resilientes possuem defesas para absorver os erros e evitar os acidentes” Fonte: MATTOS, U. A.; MÁSCULO, F. S. Higiene e segurança do trabalho. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. Pg. 496. Com base no texto acima e no conteúdo estudado sobre Sistemas resilientes e suas defesas, é correto afirmar que existem três tipos de defesas, são elas: a-)Controles, Barreiras e Salvaguardas. 06 Leia o trecho a abaixo: “Caso a segunda defesa não funcione, o dano acontecerá. Por isso é necessário mais uma linha de defesa para mitigar o dano. Ele chama de SALVAGUARDA essa terceira e última defesa”. Fonte: MATTOS, U. A.; MÁSCULO, F. S. Higiene e segurança do trabalho. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019, p. 496. Com base no texto acima e no conteúdo estudado sobre Sistemas resilientes e suas defesas, sabendo que as salvaguardas são a última linha de defesa, e, se forem ultrapassadas é provável que o receptor da falha sofra grandes consequências; assinale a alternativa que descreve corretamente um exemplo de salvaguarda: e-)Airbag. DISCIPLINA : PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE Conceitos e importância da conservação do meio ambiente Moramos em um planeta que é único. Até hoje, os seres humanos ainda não conseguiram observar em nenhuma outra localidade do cosmo um local que exista vida como conhecemos (Figura 1). Sondas já foram enviadas para alguns planetas do nosso sistema solar e o ser humano já visitou a Lua, mas mesmo com as análises das amostras trazidas do nosso satélite natural, assim como dos testes realizados pelos laboratórios dentro dos Rovers, enviados pela Nasa a Marte, ainda não foi possível confirmar vida fora do nosso planeta (Figura 2). Nem mesmo em suas formas mais simples como bactérias e demais microrganismos. Figura 1 – Floresta localizada no planeta Terra. Habitat de inúmeras espécies Figura 1 – Floresta localizada no planeta Terra. Habitat de inúmeras espécies Figura 2 – Rover de exploração em marte Isso se deve ao fato de inúmeras circunstâncias que tornam a Terra única. Primeiro sua localizaçãodentro do sistema solar, que possibilita manter uma temperatura média de 25 Graus. Essa temperatura faz que seja possível encontrar a água em forma líquida, essencial para muitos processos metabólicos dos seres vivos. Além disso, a Terra é um planeta que apresenta interações entre diferentes fatores, que possibilitam que a vida se manifeste. De acordo com a Política Nacional do Meio Ambiente, lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 em seu artigo Art 3º, entende-se por: “meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. Importância do Meio Ambiente http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%206.938-1981?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%206.938-1981?OpenDocument Conforme discutido anteriormente, o meio ambiente é essencial para manter a vida como conhecemos. No Brasil, sua relevância é apresentada na Constituição Federal de 1988, que em seu Art. 225, descreve que “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Por ser tão único e essencial para a manutenção da vida, é crucial que o meio ambiente seja preservado e conservado. Desde os primórdios é compreendido que o ser humano por meios das suas ações, impacta o ambiente. Essas ações antrópicas promovem alterações que pode apresentar diferentes consequências, como a extinção de espécies, potencialização de desastres socioambientais, mudanças climáticas, entre outros fatores. Portanto, deve-se deixar de lado apenas a visão ecológica, de preservar plantas e animais e sim observar de forma crítica que basicamente todas as alterações realizadas promovem impactos diretamente ao ser humano. É relevante observar que sem o meio ambiente não existe o ser humano. Conceitos ecológicos Alguns conceitos são importantes para a compreensão do meio ambiente e como suas interações acontecem, entre elas temos as biológicas sendo representadas pelas relações ecológicas. De acordo com Zibetti e Lima (2013) inicialmente temos o organismo, um indivíduo pertencente a uma determinada espécie. Cabe destacar que esse indivíduo naturalmente não se reproduz com outras espécies e quando isso ocorre, seus descendentes são estéreis. Na sequência temos a população, que basicamente é o conjunto de indivíduos da mesma espécie, que pode estar localizada em macro- hábitats ou micro-hábitats. Por exemplo, a espécie humana é distribuída de forma ampla geograficamente, já uma planta endêmica, ou seja, de ocorrência restrita, é localizada por exemplo em uma região específica de uma floresta. A comunidade por outro lado, é compreendida pelo conjunto de diferentes populações que realizam interações entre si. (ZIBETTI; LIMA, 2013) De acordo com a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais, lei nº 14.119, de 13 de janeiro de 2021 em seu artigo Art. 2 temos a seguinte definição para “ecossistema: complexo dinâmico de comunidades vegetais, animais e de microrganismos e o seu meio inorgânico que interagem como uma unidade funcional”. Nos ecossistemas, a ciclagem de nutrientes mantém uma rede de interação, por esse motivo ações antrópicas podem causar graves modificações ambientais. Por que temos a necessidade de preservar e conservar o meio ambiente? Na proteção do meio ambiente, existem duas palavras importantes com significados diferentes. Primeiro temos a preservação, que seria manter o ambiente em suas características originas. Podemos fazer uma analogia ao carro de um colecionador que procura preservar o veículo com suas características de fabricação. No aspecto ambiental isto se reflete em manter aquele ambiente intocável. Isso é comum em Área de Preservação Permanente, conhecidas como (APP). Por exemplo, um rio deve ter sua vegetação ciliar preservada (Figura 3). Na questão da conservação ambiental, temos a visão de manter o ambiente equilibrado conservando suas características, mas ao mesmo tempo utilizar os recursos de forma consciente. Neste caso temos exemplo de algumas unidades de conservação (Figura 4). Figura 3 – Preservação de vegetação rio Figura 4 – Parque Nacional Serra da Capivara, local onde é permitida a visitação. Figura 4 – Parque Nacional Serra da Capivara, local onde é permitida a visitação. Como preservar e conservar o meio ambiente A preservação pode seguir diferentes caminhos, entre elas temos a manutenção de habitats, fundamental para que processos ecológicos continuem acontecendo de maneira equilibrada. Conservação de recursos hídricos, e neste sentido temos legislações ambientais como por exemplo o novo código florestal LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012, que apresenta medidas normativas para a preservação das nascentes e rios. Utilização da água de forma racional, apesar de ser um recurso abundante em nosso planeta apenas uma parcela pequena é de água doce, própria para consumo. Redução do consumo, procure adquirir itens que sejam realmente necessários e preze pela sua durabilidade e qualidade. Se não for possível reduzir o consumo, priorize em reaproveitar, ao reutilizar o item de outra forma. Caso contrário dar uma destinação correta para estes resíduos, principalmente com relação aos que podem ser reciclados. De acordo com a lei 12.305, de 02 de agosto de 2010, os resíduos sólidos são compreendidos como materiais, substâncias ou objetos oriundos das atividades humanas, que tem potencial para serem reutilizados ou reciclados, além disso são considerados como um bem econômico de valor social, que por meio de atividades como a reciclagem e reutilização possibilitam gerar trabalho e renda. Diferente deste, os rejeitos são os resíduos sólidos, que após esgotadas todas as possibilidades para a sua reutilização, seguindo processos viáveis economicamente de tratamento e recuperação, não apresentam outra possibilidade a não ser o seu descarte final ambientalmente correto (BRASIL, 2010). Assim é importante realizar o descarte de resíduos ou rejeitos em locais apropriados, pois apesar de parecer uma ação simples essas destinações equivocadas podem potencializar efeitos catastróficos, especialmente quando observamos essa ação se repetindo de forma coletiva. 01 Mudanças no equilíbrio do fluxo de energia entre as interações biológicas, causadas pelas ações antrópicas, podem provocar desequilíbrios ecológicos. Essas alterações apresentam consequências negativas. Abaixo são listadas algumas ações que podem ocorrer em decorrência dessas alterações, exceto: D-)Aumentar a biodiversidade local 02 Sobre os rejeitos é correto afirmar de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010): a-)Os rejeitos são resíduos sólidos que, depois de exauridas as possibilidades para o seu tratamento e recuperação, por meio de processos tecnológicos viáveis e econômicos, não podem ser reutilizados para outra finalidade, sendo necessário realizar sua disposição final de forma adequada 03 Por meio da preservação ambiental de uma determinada região é possível: b-)A proteção integral da área natural 04 A atmosfera tem papel fundamental na manutenção da vida em nosso planeta, pois protege contra a radiação solar em demasia e mantém a temperatura da Terra em condições ideias para abrigar a vida. Todavia, após a revolução industrial do século XVIII o aumento dos gases poluentes vem constantemente provocando modificações na atmosfera. Abaixo assinale a opção que apresenta doenças respiratórias que podem ser originadas pela poluiçãodo ar. a-)Câncer de pulmão e Bronquite 05 Conforme descrito durante a aula, nós humanos estamos inseridos dentro do meio ambiente, como todas as demais espécies deste planeta. Interagimos rotineiramente com os fatores químicos, físicos e biológicos. Porém, algumas das ações humanas promovem desequilíbrios nessas interações, causando consequências na qualidade de vida. Abaixo escolha a opção que representa uma ação antrópica positiva. c-)Utilização de fontes renováveis de energias 06 (ENADE) No Art 2º da lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 é descrito que “A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana”. Em uma empresa, podem ser consideradas ações ambientais para melhorar a qualidade de vida dos funcionários: I – Incentivar o bom convívio entre os funcionários. II- Realizar o acompanhamento da qualidade ambiental, observando os parâmetros de qualidade da água e do ar. III – Incentivar ações individuais e coletivas para a racionalização de recursos naturais. IV – Aplicar atividade de formação e conscientização, por meio da educação ambiental. É correto apenas o que se afirma em a-) II, III e IV .2. Aspectos da conservação ambiental 1– Introdução Entre outras questões que a humanidade busca respostas satisfatórias, está a problemática ambiental, que ganha destaque. Explicar a necessidade de proteger, restaurar e recuperar o meio ambiente é pauta recorrente e relevante em âmbito global, e podem ser viabilizadas por meio de reflexões acerca da ideia de natureza e da relação entre homem e meio. A legislação brasileira, apresenta a conservação do meio ambiente como a proteção dos recursos naturais e seu uso racional, de modo a garantir sua sustentabilidade, preservação integral e saudável do meio ambiente às gerações futuras. Para que as futuras gerações possam desfrutar do meio ambiente preservado, a utilização, ao longo dos tempos, deve ser equitativa para que estejam bem conservados. Em síntese, a conservação do meio ambiente representa o conjunto de ações que visam a manutenção da integridade do sistema com qualidade ambiental. No que lhe concerne, a preservação objetiva garantir a integridade e perenidade do meio ambiente. Assim, proteger o meio ambiente é o exercício de cuidar, conservar e preservar o ambiente natural, centrada nos níveis individuais, organizacional ou governamental em benefício dos seres humanos e do próprio meio ambiente. Portanto, a proteção ambiental é fator essencial para a perpetuação da vida. Afirmativa corroborada pela Constituição Federal do Brasil de 1988, que destaca em seu “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” (BRASIL, 1988). É direito e dever fundamental de todo cidadão conservar e proteger integralmente as áreas naturais. No caso de interferência humana, esta deve ocorrer por manejo sustentável dos recursos naturais com vistas a manter o equilíbrio ecológico, condições essenciais à sadia qualidade de vida. O manejo sustentável visa garantir as condições que possibilitam suprir as necessidades humanas, presentes e futuras, para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental. Para tal, verifica-se a necessidade de conservar e proteger integralmente o meio ambiente, contudo o crescimento populacional, industrial e agrícola demandam o aumento do uso dos recursos naturais. Condição que aumenta a exploração da diversidade ecológica que continuamente é reduzida e enfrenta ameaças. Mesmo no Brasil, um país com grande biodiversidade, é preciso estar consciente sobre a forma como são administrados os recursos naturais, e empregar, sempre que possível, alternativas ambientais sustentáveis e equilibradas de produção e consumo. É necessário sensibilizar e conscientizar o homem sobre a importância da manutenção, conservação e proteção do ecossistema, bem como da recuperação de áreas degradadas e restauração da vegetação. 2 – Diferenças entre recuperação e restauração ambiental A abordagem dos conceitos de recuperação e restauração ambiental de áreas degradadas e suas funções se fazem necessárias para que o leitor perceba e compreenda a diferença entre elas, de modo a evitar conflitos de interpretação. Embora os conceitos de restauração e recuperação ambiental sejam debatidos há muito tempo e pareçam semelhantes, é essencial esclarecer e compreender que constituem diferentes significados na relação do Homem com a Natureza. Ambas, restauração e recuperação, indicam a reconstituição de uma área degradada. O conceito de degradação ambiental está definido no Decreto Federal no 97.632, de 10 de abril de 1989, “Art. 2º, [...] os processos resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais como, a qualidade ou capacidade produtiva dos recursos ambientais.” (BRASIL, 1989). A degradação pode ocorrer por ação antrópica ou natural, intensificada pela ação humana, consequentemente, alterando suas características originais e dificultando sua recuperação natural, havendo a necessidade de intervenção humana para recuperar-se. Para realizar ações de recuperação ambiental é necessário elaborar um Plano (Programas ou Projeto) de Recuperação de Áreas Degradadas (PRADs) que objetiva projetar a recuperação da área, reestabelecer as características naturais de recomposição muito próximas as originais, de modo a recriar um ambiente equilibrado para proteger o solo. Conforme o Decreto no 97.632/1989, “Art. 3º A recuperação deverá ter por objetivo o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano preestabelecido para o uso do solo, visando a obtenção de uma estabilidade do meio ambiente.” (BRASIL, 1989). Assim, a recuperação deve iniciar pelo diagnóstico, seguida pelo plano de ação que atende os aspectos socioambientais e estéticos, permite a recuperação da função da vegetação no local (considerando ou não a composição florística local com espécies que compõe o ambiente); evita a erosão do solo; e regula o ciclo da água, do carbono e do nitrogênio (processos biogeoquímicos), e proporciona o reequilíbrio ecológico com retorno de sua forma natural. No que lhe pertence, a restauração ambiental tem a função de promover o reestabelecimento dos processos naturais e possibilitar o retorno da vegetação o mais próximo possível da sua condição original (sem interferência antrópica). Restaurar o ambiente significa manter sua singularidade, de modo que só podem ser usadas espécies nativas. O contexto evidencia a diferença entre ambas. Contudo, a restauração de áreas degradadas tem maior enfoque e potencial, sob a ótica da preservação da biodiversidade, pois nela há apenas a diversidade de espécies nativas locais (flora e fauna), que servirão de refúgio, alimento e disseminação de sementes. 3 – Importância da Áreas de Preservação Garantir a existência de espaços naturais protegidos contribui com a preservação e conservação do meio ambiente, condição essencial à manutenção da vida, uma responsabilidade de todos. Nesse sentido, a Constituição Federal do Brasil de 1988, artigo 225, definiu critérios de promoção à manutenção e conservação de áreas de preservação, conforme segue: § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteraçãoe a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção. Para mitigar os impactos ambientais ocasionados pela ação natural e antrópica, o Novo Código Florestal Brasileiro, Lei 12.651, de 25 de maio de 2012, instituiu: “Art. 1º [...] normas gerais sobre a proteção da vegetação, Áreas de Preservação Permanente e áreas de Reserva Legal; [...]” (BRASIL, 2012), e as estabelece como essenciais. Ainda, encontra-se no Código Florestal os conceitos e funções de ambas: Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por: [...] II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas; III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa; [...]. (BRASIL, 2012). Em síntese, as Áreas de Preservação Permanente (APPs) são constituídas a partir de características específicas da sua geografia (áreas impróprias para uso devido declividade) ou hidrografia (nascentes), por isso não é obrigatória em todas as propriedades rurais. Mas toda propriedade rural precisa manter sua Área de Reserva Legal (ARL), ou seja, área com cobertura vegetal nativa, e considerar os percentuais mínimos em relação à extensão do imóvel. A rigor, significa dizer que ambas, APPs e ARLs, são espaços essenciais para a biodiversidade, contribuem para o equilíbrio e manutenção dos sistemas que integram e exercem papéis ecológicos importantes, proteger e manter os recursos hídricos, de conservar a diversidade de espécies animais e vegetais, e de controlar a erosão do solo e os consequentes assoreamentos e poluição dos cursos d'água. Importante salientar que essas áreas, APPs e ARLs, não podem sofrer interferência humana, condição essencial para potencializar sua capacidade de manutenção da biodiversidade, assegurar o equilíbrio ecológico e promover a manutenção da vida com qualidade. Contudo, por vezes, essa condição e lograda pela ação antrópica, que prioriza o desenvolvimento econômico. 4 – Relação do meio ambiente com a segurança do trabalho Você sabia que meio ambiente e segurança do trabalho tem relação direta, inclusive com as práticas sustentáveis que conduzem uma empresa? Isso mesmo! O meio ambiente e a segurança do trabalho são assuntos intimamente conectados. Lembrando que o risco está sempre presente, em todos os ambientes. Porém, o que não pode ocorrer é a ameaça concretizar-se, tampouco deve haver exposição e vulnerabilidade, tanto do homem, quanto do ambiente, condições que evita o risco transformar-se em acidente. Em geral, as normas regulamentadoras (NRs) consideram como meio ambiente o local de atuação dos trabalhadores e seus arredores, visto que ambas (meio ambiente e segurança do trabalho) refletem diretamente na saúde, bem-estar e qualidade de vida dos colaboradores e sociedade. Em relação ao meio ambiente do trabalho para salvaguardar a saúde e a segurança dos colaboradores no ambiente de trabalho, a Constituição da Federal do Brasil de 1988, tutela: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. (BRASIL, 1988). A proteção do local de trabalho deve ser integrada e atender colaboradores, meio ambiente e sociedade. Por isso, torna-se fundamental promover uma cultura empresarial que zela pela proteção da saúde e integridade física dos funcionários e do meio ambiente, uma das finalidades básicas da segurança do trabalho. Também é necessário o alinhamento da sustentabilidade com as práticas empresariais implementadas, pois elas pesam na tomada de decisão estratégica da empresa. A sustentabilidade empresarial não se limita a responsabilidade socioambiental. Ela faz referência ao conjunto de ações que a empresa adota, com a finalidade de agir de maneira consciente, respeitando o meio ambiente e a sociedade em que está inserida. Para cumprir tais requisitos a empresa utiliza-se das NRs, conforme atividade desenvolvida, que trazem em seu escopo a regulamentação sobre as providências necessárias à prevenção do meio ambiente, seja interno ou externo, visando manter o melhor nível possível de securitários nas atividades, preservando a saúde e o bem-estar do trabalhador no ambiente laboral. A prevenção do meio ambiente está presente nas NRs, a exemplo da NR – 12 cujo objetivo é garantir que máquinas e equipamentos sejam seguros para o uso do trabalhador, pois também causam interferência no meio ambiente e segurança do trabalho (BRASIL, 2019). Ainda, a NR – 09 “9.1.1 [...] estabelece os requisitos para a avaliação das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos quando identificados no Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR, previsto na NR-1, e subsidiá-lo quanto às medidas de prevenção para os riscos ocupacionais” (BRASIL, 2020). Exemplos que evidenciam a relação direta entre meio ambiente e segurança do trabalho, também presente em outras NRs. 01 Entre as alternativas abaixo assinale apenas aquela que tem o processo com maior potencial de recompor a vegetação o mais próximo possível da sua condição original. d-)Restauração ambiental 02 Marque a alternativa correta sobre o termo “restaurar o ambiente”: c-)Que o ambiente deve manter sua singularidade 03 Em relação as Áreas de Preservação Permanente (APPs) é correto afirmar que: c-)Não podem sofrer interferência humana 04 A área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas, conforme a Lei no 12.651/2012, refere-se a: b-)Área de Preservação Permanente 05 Em relação a Área de Reserva Legal (ARL) é incorreto afirmar que: e-)Coopera para a caça e a pesca predatória 06 (ENADE) Leia atentamente a questão abaixo: Em consonância com a Lei no 12.651/2012 que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa, indique a afirmativa correta sobre a definição de Área de Preservação Permanente: a-)Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas Biodiversidade: Conservação e importância 1– Introdução Bem-vindo ao nosso estudo sobre Biodiversidade. Este estudo ajudará você a conhecer mais sobre o tema Biodiversidade, sua importância e conservação. O termo biodiversidade (etimologicamente, do grego biós significa “vida” e diversidade significa “variedade”, “multiplicidade”) possibilita diferentes interpretações e seu conceito é relativamente novo. A definição mais conhecida de biodiversidade foi definida pela Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), o primeiro tratado intergovernamental que aborda especificamenteo tema. A Convenção está entre os principais instrumentos internacionais sobre meio ambiente, atualmente é o principal fórum mundial sobre as questão ambientais. A CDB foi lançada durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), reconhecida como Rio-92 o ECO-92, realizada no Rio de Janeiro, em 1992, e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Ela (CDB) definiu, em seu artigo 2, o conceito de termos, entre eles Diversidade Biológica ou Biodiversidade que significa: “[...] a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas. (BRASIL, 2008, p. 13). Portanto, biodiversidade é a multiplicidades de formas de vida que há no planeta e engloba a riqueza de espécies, suas moléculas e genes, passando pelo nível de espécies e famílias, e chega aos ecossistemas e biomas formados pelas comunidades de espécies, que abrange microrganismos, fungos, insetos, plantas, aves, mamíferos etc. A Convenção estabeleceu três objetivos principais, a serem cumpridos, são eles: a conservação da diversidade biológica; o uso sustentável de seus componentes; e a partilha justa e equitativa dos benefícios derivados dos recursos genéticos, e refere-se à biodiversidade em três níveis: recursos genéticos, espécies e ecossistemas. (BRASIL, 2008). Muitos países têm dedicado esforços, desde a criação da CBD, no sentido de reconhecer, valorizar e conservar a biodiversidade, zelando pelo uso sustentável dos recursos naturais. A biodiversidade brasileira está entre as mais ricas do mundo, com impressionante número de espécies da flora e da fauna, localizadas, principalmente, nos Biomas da Mata Atlântica, Floresta Amazônica e Cerrado. Por isso, o Brasil é reconhecido o país da mega diversidade. 2 – Papel da biodiversidade na qualidade de vida As atividades humanas têm causado alterações nos ecossistemas naturais, pois perturbam, alteram e até mesmo destroem a estrutura e a função do sistema natural, causando prejuízos e perdas à biodiversidade, condição que reflete e impacta na qualidade de vida das populações. Com o reconhecimento das consequências causadas pelas ações antrópicas ao meio ambiente e, consequente prejuízo a biodiversidade, surgiram as ações de importância e valoração ambiental e do potencial da biodiversidade para a economia humana. Nesse sentido, Alho (2012, p. 152) destaca que: A importância da biodiversidade para o bem-estar e a saúde humana só ganhou maior destaque quando o processo de perda da diversidade biológica alertou para a necessidade da conservação e do uso racional dos recursos vivos, com proteção ao fluxo de serviços dos ecossistemas naturais. Portanto, é fundamental conservar a biodiversidade, para tal é necessário o esforço conjunto, intergovernamental e interinstitucional, para preservar um patrimônio de valor inestimável, mas que é colocado em risco cotidianamente, devido ações antrópicas. Nesse contexto, destacamos que a biodiversidade tem papel fundamental no meio ambiente, ela envolve ações ativas e dinâmicas na interação entre as espécies, entre elas e seus meios, constituindo-se em um sistemas que fornecem serviços ambientais indispensáveis para a vida na Terra. Esses serviços ambientais contribuem com a qualidade do ar e da água, equilíbrio do clima, controle de eventos climáticos como estiagens, enchentes e outros desastres ambientais. Além disso, a produção de fármacos, biomassa, alimentos, nutrientes para o solo, polinizadores, cultivos agrícolas, estão atrelados a conservação e qualidade da biodiversidade. Em síntese, a sociedade depende da biodiversidade. 3 – Indicadores ambientais Atualmente o desenvolvimento sustentável tem sido foco de discussões em diversos setores da sociedade e cada vez mais são cobradas medidas de controle em relação as atividades poluidoras e que causam impactos ambientais. Desse modo, é necessário que as atividades e seus processos sejam mensurados para que possam ser controlados, compreendidos e, principalmente, aperfeiçoados. Para tal, são usados indicadores que servem para indicar, medir, mensurar ou mostrar algo, ou seja, o indicador é uma ferramenta projetada para fornecer informações precisas e confiáveis. Todas as áreas de atuação podem usar indicadores, qualitativos e quantitativos, para mensurar e aperfeiçoar seus processos. Existem indicadores econômicos, sociais, ambientais e outros. Aqui trataremos especificamente de indicadores ambientais. Indicadores ambientais são informações estatísticas selecionadas e quantificadas que concebem ou sintetizam determinados aspectos da situação que envolve o meio ambiente, os recursos naturais e as atividades humanas relacionadas, conforme definição do Ministério do Meio Ambiente. (BRASIL, s/d). Esses indicadores tem por objetivo indicar a responsabilidade da organização em relação a legislação ambiental vigente, além de outros objetivos como fortalecer a marca, demonstrando o comprometimento com a preservação ambiental, com o desenvolvimento da sustentabilidade, e crescimento no mercado, por exemplo. Os indicadores ambientais são uma importante ferramenta, possibilitam sintetizar informações sobre os impactos ambientais causados pelas atividades desenvolvidas e podem contribuir na mitigação dos riscos. Eles retratam os resultados, das técnicas e dos processos empregados pela organização, sobre o meio ambiente. A avaliação padronizada dos processos produtivos, com foco na área ambiental, é realizada com base na série de normas do grupo da ISO 14.000, essencial para identificar, avaliar e monitorar os aspectos ambientais inerentes aos processos produtivos, bem como os impactos causados. Aplicar as normas do grupo ISO 14.000 é o ponto de partida para a elaboração de planos de ação e tomada de decisões que possibilitarão mitigar impactos ambientais e alcançar a sustentabilidade. 4 – Agrotóxicos e seus impactos O Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos, atingiu 500 mil toneladas/ano em 2014 (LAZZERI, 2017; BOMBARDI, 2017), esse valor representa cerca de 20% do total de agrotóxicos comercializados no mundo (BOMBARDI, 2017; VASCONCELOS, 2018), com tendências de aumentar. O termo agrotóxicos é utilizado para definir os produtos ou substâncias químicas utilizados no campo, principalmente pela agricultura, com o objetivo de controlar ou combater pragas, ervas daninhas e doenças invasoras, em geral, considerado um insumo essencial para garantir a produção e sua qualidade. Esses produtos são considerados eficazes no combate aos organismos indesejados que surgem nos cultivos, além de melhorar a eficiência da produção e gerar crescimento econômico. Porém, o uso desenfreado e indiscriminado de agrotóxicos traz consequências à saúde humana e ambiental, pois a substância não atingem somente os organismos- alvo, ela é dispersa no meio - pelo vento, pela água e acaba percolando o solo e chega ao lençol freático, poluindo-os. É importante destacar que a administração incorreta e uso excessivo de agrotóxicos está entre as principais potencialidades de poluição do solo, dos recursos hídricos, de outros cultivos e, devido a administração ou uso desses produtos, ocorre a contaminação humana, principalmente à dos agricultores ou trabalhadores rurais, devido à exposição. Por isso é importante que todos os trabalhadores, em especial os agricultores, realizem os cursos e treinamentos das Normas Regulamentadoras, nesse caso, em específico, a Norma Regulamentadora 31 (NR-31) aborda, entre outros temas, a prevenção de acidentes com agrotóxicos;treinamento sobre segurança, saúde do trabalho e preservação do meio ambiente. A NR-31 objetiva: [...] estabelecer os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho. (BRASIL, 2013). Caso os produtores rurais e trabalhadores agrícolas estejam informados, aumentam as possibilidades de evitar riscos de acidentes, como contaminação humana e poluição ambiental. A contaminação dos trabalhadores ocorre devido a exposição, por períodos prolongados, uso contínuo, manuseio inadequado, alta toxicidade de muitos agrotóxicos, uso fragmentado ou não uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Outros fatores que podem ter influência é falta de informação e treinamento, ausência ou má higienização dos equipamentos e roupas do trabalhador, após contato com o produto, entre outros fatores, e a soma disso gera consequências com efeitos danosos à saúde, como intoxicações devido a exposição ou pelo consumo de alimentos e água contaminada com resíduos. Pesquisas tem revelado aumento da contaminação, por agrotóxicos, de alimentos e água, preocupando organizações e sociedade. Em geral, a contaminação humana, por agrotóxicos, ocorre pela exposição ocupacional, seguida pela exposição ambiental, que consiste na acumulação dos produtos químicos no ar, água e solo (SOARES; FARIA; ROSA, 2017). Outra forma de contaminação humana se dá pelo consumo de alimentos e relações estabelecidas pelo homem com o meio ambiente, causando prejuízos no organismo humano, a curto e longo prazo. Assim, os agrotóxicos podem gerar consequências à saúde, bem como, causar degradação ambiental e alterações significativas nos ecossistemas. Portanto, o risco de contaminação humana e poluição ambiental, por agrotóxicos, é uma possibilidade real com danos socioambientais e efeitos deletérios às populações, seja pela exposição, contaminação do lençol freático, reservatórios de água potável, produção de alimentos, indispensáveis para a manutenção da vida, existência e sobrevivência dos seres vivos. 5 – Riscos de acidentes de trabalho com animais Entre os fatores que colocam em perigo e podem afetar a integridade física e moral do trabalhador estão os riscos de acidente por animais, principalmente peçonhentos, em geral, atrelados as atividades de campo, floresta, fazenda, jardinagem, limpeza e outros. De acordo com dados do Sistema Nacional de Notificações de Agravos (SINAN), entre 2017 e 2018, as ocorrências de acidentes são mais comuns para picadas de cobras, aranhas e escorpiões. Os acidentes com cobras e, consequente envenenamento, são responsáveis por mais de 38% dos casos de óbito (BRASIL, 2020a). Acidentes ofídicos demandam internações hospitalares, por vezes, por longos períodos, inclusive em centros de tratamento intensivo, além do risco de sequelas temporárias com reabilitação prolongada e, por vezes, incapacitada. Conforme informações do SINAN, nos últimos anos, tem aumentado significativamente o número de acidentes com animais, principalmente peçonhentos. Entre os fatores dessa circunstância estão as alterações causados pelo homem no meio ambiente, condição que modifica o habitat natural dos animais e os leva a migrar, por exemplo. Para evitar ou mitigar os riscos de acidentes com animais, os trabalhadores precisam estar equipados, ou seja, é essencial o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como botas cano alto, luvas de couro, perneira, por exemplo, atendendo as diretrizes da NR-31. De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina, o uso de botas pode impedir cerca de 80% dos acidentes com cobras (SANTA CATARINA, 2018). Oportuno salientar que, a NR-31.2 “[...] se aplica a quaisquer atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura, verificadas as formas de relações de trabalho e emprego e o local das atividades.” (BRASIL, 2020b). Os trabalhadores precisam conhecer e seguir as diretrizes da NR-31 que determina como medidas de proteção individual o fornecimento, obrigatório e gratuito, aos trabalhadores todos os equipamentos de proteção individual (EPI), adequados aos riscos que o trabalhador está exposto e devem ser mantidos em perfeito estado de conservação e funcionamento, pelo trabalhador. (BRASIL, 2020b). O uso de EPIs possibilitará mitigar as ocorrências de acidentes com animais, em especial os peçonhentos, visto que são os que mais ocorrem de acordo com o SISNAN, pois mitigando a exposição e a vulnerabilidade, a ameaça não terá potencial de concretizar o risco em acidente, pois o trabalhador estará protegido. 01 Assinale a alternativa correta, indicando qual a Norma Regulamentadora que se aplica a quaisquer atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura, verificadas as formas de relações de trabalho e emprego e o local das atividades e também se aplica às atividades de exploração industrial desenvolvidas em estabelecimentos agrários. b-)Norma Regulamentadora 31 (NR-31) 02 A biodiversidade brasileira está entre as mais ricas do mundo, com impressionante número de espécies da flora e da fauna. Assim, o Brasil é reconhecido como o país da mega diversidade. Assinale a alternativa correta sobre os biomas em que a fauna e a flora brasileira se destacam. a-Cerrado, Mata Atlântica e Floresta Amazônica 03 Os indicadores ambientais são uma importante ferramenta, possibilitam sintetizar informações sobre os impactos ambientais causados pelas atividades desenvolvidas e podem contribuir na mitigação dos riscos. Eles também retratam os resultados, das técnicas e dos processos empregados pela organização, sobre o meio ambiente. A avaliação padronizada dos processos produtivos, com foco na área ambiental, é realizada com base na série de normas do grupo da ___________, essencial para identificar, avaliar e monitorar os aspectos ambientais inerentes aos processos produtivos, bem como os impactos causados. Assinale a alternativa correta. d-)ISO 14.000 04 O Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos, objetivando controlar ou combater pragas, ervas daninhas e doenças invasoras das lavouras, bem como melhorar a eficiência da produção, gerando crescimento econômico, porém, esses produtos trazem consequências à saúde humana e ambiental. A contaminação humana, por agrotóxicos, em geral, ocorre pela ___________ ____________ e ______________ _______________. Assinale a alternativa correta. b-)Exposição ocupacional e exposição ambiental 05 Assinale a alternativa correta, indicando qual a Norma Regulamentadora que se aplica a quaisquer atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura, verificadas as formas de relações de trabalho e emprego e o local das atividades e também se aplica às atividades de exploração industrial desenvolvidas em estabelecimentos agrários. d-)Norma Regulamentadora 31 (NR-31) 06 Na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), realizada no Rio de Janeiro, em 1992, e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) lançaram a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), que estabeleceu três objetivos principais, a serem cumpridos pelas nações. Assinale a alternativa que apresenta os três objetivos principais da CDB: c-)Conservação da diversidade biológica; uso sustentável de seus componentes; partilha justa e equitativa dos benefícios derivados dos recursos genéticos Gestão Ambiental Otermo gestão, refere-se primeiramente a administração de algo, planejamento e organização. Já o termo ambiente é apresentado como tudo o que está ao nossoredor, o local no qual vivemos, nossas interações com os diferentes ecossistemas. Com base nessas informações, podemos trabalhar com o seguinte princípio, a gestão ambiental é uma área de estudo que procura correlacionar as atividades econômicas de forma a utilizar recursos da natureza de forma adequada e racional (Figura 1). Figura 1 – Obtenção de energia de fontes renováveis Portanto, a gestão ambiental visa manter o equilíbrio entre essas relações, pois a dinâmica entre elas na maioria das vezes é unilateral, com o ser humano somente usufruindo do meio ao seu redor, sem repor nada em troca (FORNO, 2017). No que abrange as indústrias é possível descrever que a: "Gestão ambiental envolve planejamento, organização, e orienta a empresa a alcançar metas [ambientais] especificas, em uma analogia, por exemplo, com o que ocorre com a gestão de qualidade. Um aspecto relevante da gestão ambiental é que sua introdução requer decisões nos níveis mais elevados da administração e, portanto, envia uma clara mensagem à organização de que se trata de um compromisso corporativo. A gestão ambiental pode se tornar também um importante instrumento para as organizações em suas relações com consumidores, o público em geral, companhias de seguro, agências governamentais, etc." (NILSSON, 1998 p. 134 apud Corazza (2003 p.3). Todavia, para que processo de conservação ambiental seja seguido é preciso normas que regulamentem ações diretas ao ambiente. Assim, temos a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), de 1981, o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), o Conselho Nacional do Meio ambiente (CONAMA) e vários outros órgãos estatais que auxiliam na implementação de medidas para o controle da qualidade ambiental (FORNO, 2017). Somente com leis e normas é possível gerenciar e organizar recursos tão valoroso como o meio ambiente. A série das ISO 14000 é outra ferramenta, que auxiliam na manutenção de um ambiente de qualidade. Composta por um conjunto de normas que exemplificam essa questão, dentre elas a ISO 14001 na qual há um elaborado conjunto de itens a serem cumpridos para o Sistema de Gestão Ambiental (SGA). A maneira mais simples de entender este sistema é que ele pertence a uma constante cíclica, e deverá compreender etapas como planejamento, execução, verificação e ação e depois deve retornar novamente ao primeiro item, ou seja, esse sistema deve ser constantemente reavaliado e aprimorado. De acordo com Campus e Melo (2008, p. 541): [...] o SGA segundo a norma NBR ISO 14001 (a mais difundida mundialmente), faz com que o processo produtivo seja reavaliado continuamente, refletindo na busca por procedimentos, mecanismos e padrões comportamentais menos nocivos ao meio ambiente. De acordo com Druziam e Santos (2006) a norma ISO 14001:2004 apresenta os requisitos para que um SGA possibilite as organizações desenvolver e implementar política e objetivos que abordem os requisitos legais significativos e informações sobre aspectos ambientais. Segundo os mesmos autores a NBR ISO 14001 detalha a metodologia conhecida como (PDCA) do inglês Plan-Do-Check-Act que pode ser traduzida para o português como Planejar-Executar- Verificar-Agir. Esses processos podem ser compreendidos como: Planejar: Estabelecer os objetivos e processos necessários para atingir os resultados em concordância com a política ambiental da organização. Executar: Implementar os processos. Verificar: Monitorar e medir os processos em conformidade com a política ambiental, objetivos, metas, requisitos legais e outros, e relatar os resultados. Agir: Agir para continuamente melhorar o desempenho do sistema de gestão ambiental (DRUZIAM, SANTOS, 2006 p. 4). Portanto é através de conjuntos de normas como as ISO 14000, que é possível se fazer cumprir os cuidados básicos com o meio ambiente no âmbito empresarial. Neste contexto, entram as empresas e os seus trabalhadores. Todo ambiente de trabalho, principalmente seu entorno é concebido pela gestão ambiental e para tanto, deve estar dentro das normas, visando evitar impacto ao meio ou provocar o menor possível. Atualmente, o mercado consumidor está preocupado se as empresas seguem as questões ambientais, se são ecologicamente corretas. Então, além da empresa oferecer um bom serviço ou produto, existe a necessidade de garantir que este é extraído da maneira adequada e quais impactos geraram para serem produzidos. É possível afirmar que com o avanço da tecnologia, está mais fácil encontrar estas informações. Principalmente com a internet, pois a partir do momento que existem leis e normas, elas estão registradas, assim como o cumprimento ou não por determinada instituição economicamente ativa. A diferença entre gestão empresarial e gestão ambiental é o foco dessa administração. Cada um se propõe a realizar, desenvolver, rumar todas as suas forças objetivando o melhor desempenho. Ou seja, todo o enfoque está direcionado na empresa ou no ambiente. Quando confrontamos as duas gestões, ambas precisam caminhar lado a lado para coexistir. Assim conforme descrito anteriormente é necessário a criação de normas para não ferir os objetivos uma da outra. Como no caso da gestão empresarial objetivar somente as intenções de apenas uma instituição, e a ambiental ao contrário ser mais ampla, no sentido de estar presente não somente em um, mas vários contextos e situações. As normas são mais restritivas no que diz respeito a gestão empresarial. Traduzindo, toda empresa precisa desenvolver além da sua própria gestão empresarial, uma parcela da gestão ambiental direcionada aos seus objetivos e possíveis impactos, seja por obrigação no cumprimento da lei, ou consciência ambiental. 01 Por qual principal motivo é relevante que as empresas busquem obter a certificação ISO 14001? a-) A ISO 14001, orienta por meio de diretrizes a implementação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA), possibilitando que as organizações desenvolvam práticas sustentáveis 02 O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) deve ser realizado em todas as empresas, visando a prevenção e mitigação dos impactos ambientais. Este sistema é composto de várias etapas para sua execução, abaixo seguem exemplificadas algumas delas, exceto: a-) Participação exclusiva dos profissionais executores 03 O ciclo PDCA é uma ferramenta de gestão que apresenta como objetivo, promover melhorias em processos, utilizando um circuito contínuo de ações. Selecione abaixo as ações que estão presentes no PDCA: a-) Planejar, fazer, verificar e agir 04 Abaixo são listados temas que a gestão ambiental pode contribuir, exceto: a-) Eventos naturais 05 Uma empresa que apresenta um sistema de gestão ambiental, obtém quais benefícios, exceto: e-) O direito de utilizar os recursos naturais em maiores quantidades, sem qualquer restrição, em suas atividades. 06 (ENADE) Um dos processos chaves para a gestão ambiental, envolve a relação da aplicação da educação ambiental. Por meio dela é possível realizar formações para promover a percepção de riscos no ambiente de trabalho, auxiliando na implementação de medidas ambientais nas empresas. Assim, temos a vertente da educação ambiental crítica transformadora, que possibilita: I – Abordar de forma interligada aspectos econômicos, sociais e ambientais. II – Promover a formação de sujeitos capazes de perceber as interações socioambientais. III – Separar em diferentes dimensões os fatores bióticos e abióticos. IV – Observar o meio ambiente por meio de uma visão unidirecional conservacionista. É correto apenas o que se afirma em: a-) I e II Mudanças Climáticas OClima na Terra é dinâmico. Desde a origem do planeta, fatores naturais proporcionaram alterações na temperatura. Essas ações podem ser forças internas ou externas. Na figura(1) é possível ver a imagem de um vulcão, lançando partículas em suspensão para atmosfera. Essa reação pode provocar alterações em escala local ou global, dependendo da quantidade de vulcões em erupção. Além deste exemplo, temos os ciclos solares, um processo externo que também pode modificar o clima terrestre. Todavia atualmente a temperatura no planeta está aumentando, pelas ações humanas de forma rápida e descontrolada. Essa afirmação é feita por órgãos, como a Agência Espacial estadunidense (NASA), bem como o Painel Intergovernamental para a Mudança de Clima (IPCC), que apresentam dados que comprovam que o clima global começou a mudar, especialmente nos últimos 100 anos. Na figura 2 temos um exemplo de uma das ações que potencializam essas mudanças. Figura 1 – Processo natural – Vulcão Figura 2 – Processo antrópico Figura 1 – Processo natural – Vulcão Figura 2 – Processo antrópico De acordo com o glossário do IPCC (2014) a mudança climática refere-se a uma alteração no estado do clima que é observado por meio de testes estatísticos, que demostram mudanças na média e ou na variabilidade das propriedades do clima, persistindo por um período prolongado, geralmente de décadas ou superior. Um exemplo são as séries históricas, que detalham o comportamento da precipitação em uma determinada região. Com base na análise estatística destes dados, em conjunto com informações de outras localidades é possível observar que o clima global está mudando. Comumente é abordado na mídia que em determinada região, em apenas alguns dias, choveu mais do que o esperado para o mês inteiro. Em alguns casos, eventos desta magnitude nunca tinham sido registrados em anos anteriores. Por causa das mudanças climáticas é previsto que essas alterações ficarão mais recorrentes nos próximos anos. Causando consequências diretas a vidas humanas. Efeito estufa Para compreender melhor como ocorrem as mudanças climáticas o primeiro passo é entender o funcionamento do clima nosso planeta. Um fator essencial para a manutenção da temperatura é a radiação solar. Ela faz com que ocorram diferentes fluxos de energia na Terra. Esta radiação interage diretamente com alguns elementos presentes em nosso planeta. Assim, é relevante apresentar conceitos como: a litosfera, referente a parte rochosa da Terra. Hidrosfera região onde se encontram os diversos recursos hídricos, como por exemplo os rios e os oceanos. Criosfera, comumente coberta por gelo permanente e atmosfera, parte que compreende todos os gases do nosso planeta. Cada uma dessas esferas interage de forma diferente com a radiação solar. Na figura 3, é possível observar um modelo esquemático que exemplifica essa interação. Figura 3 – Modelo do efeito estufa na Terra. Uma grande parte da radiação que atinge a Terra é absorvida pelos oceanos, continentes, gelo e pelos gases da atmosfera, mas outra parte é refletida de volta para o espaço. Somente com a absorção dessa radiação é possível manter a temperatura adequada para manter a vida em nosso planeta. Em concentrações adequadas é importante a presença desses gases de efeito estufa. A Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) lei nº 12.187 define esses gases como “[...] constituintes gasosos, naturais ou antrópicos, que, na atmosfera, absorvem e reemitem radiação infravermelha” (Brasil, 2009). Contudo, com o aumento exponencial de compostos originados pela queima de combustíveis, tais como o gás carbônico, metano, dióxido de nitrogênio entre outros, responsáveis pelo efeito estufa. A parte da radiação que naturalmente deveria escapar e voltar para o espaço, fica retida no planeta aumentando a temperatura. Assim temos o termo Aquecimento Global, definido pelo IPCC como aumento gradual na temperatura global da superfície terrestre, decorrente da radiação absorvidas pelas emissões antropogênicas (IPCC, 2014). O aquecimento global provoca eventos adversos decorrentes da mudança do clima. De acordo com a PNMC esses fatores causam efeitos deletérios significativos no meio físico ou na biota. Impactando de forma negativa na sua composição, resiliência ou produtividade que pode estar acossada a ecossistemas naturais e manejados. Esses efeitos interagem de forma ativa em sistemas socioeconômicos e na saúde e o bem-estar humano (Brasil, 2009). Entre os principais impactos temos as mudanças no clima, que interferem diretamente nas infraestruturas e no trabalho. Devido as ondas de calor é provável que em poucas décadas esse aumento da temperatura provocará a perda de inúmeros postos de trabalhos. Como por exemplo as atividades realizadas em ambientes externos. Outro ponto relevante, é que mudanças descontroladas no clima proporcionam o aumento de doenças, especialmente de veiculação hídrica e relacionadas a poluição do ar, causando consequências diretas na vida de trabalhadores. Para controlar essas alterações é imprescindível a participação de todos. As populações humanas devem-se tornar conscientes, perceber essas mudanças e saber como agir para minimizá-las. 01 De acordo com a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) lei nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009, em seu Art. 3º, inciso I é descrito que “todos têm o dever de atuar, em benefício das presentes e futuras gerações, para a redução dos impactos decorrentes das interferências antrópicas sobre o sistema climático”. Com base nessa informação é correto afirmar que: c-\) Todos os cidadãos podem realizar ações que auxiliam no controle das alterações climáticas 02 A alteração da temperatura no planeta Terra é um processo que ocorre naturalmente a milhares de anos. Mas, nas últimas décadas, evidenciou-se que este aumento está ocorrendo especialmente pelas ações antrópicas. Escolha a opção que não apresenta uma ação antrópica, mas que modifica o clima da Terra: d-)Variação orbital 03 Uma das principais consequências que as mudanças climáticas poderão causar no ambiente de trabalho é: b-)Aumento do estresse térmico 04 O efeito estufa é um processo natural em nosso planeta. Por qual motivo ele é importante? a-)Mantem a temperatura adequada para a manutenção da vida 05 No ambiente de trabalho, algumas ações podem ser realizadas para auxiliar na diminuição da temperatura global. Entre as opções abaixo, apenas uma está incorreta: e-)Realizar a manutenção de equipamentos somente quando houver necessidade ou falhas em seu funcionamento 06 (ENADE) Durante o ano de 2020 a pandemia de coronavírus aumentou consideravelmente em muitos países. Na China uma das alternativas para controlar o avanço da pandemia foi realizar o fechamento de indústrias, escolas e demais atividades econômicas, para a diminuição da circulação do vírus. Nos mapas abaixo é possível observar níveis decrescentes de dióxido de nitrogênio (NO2) durante o período de quarentena (Figura 4). Este gás nocivo à saúde humana é formado pelo processo de queima de combustíveis fósseis por indústrias e veículos automotores. O dióxido de nitrogênio é um importante indicador de poluição atmosférica. Fonte: G1. Disponível em: https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/01/coronavir us-imagens-da-nasa-mostram-queda-da-poluicao-na-china-em-meio-ao- surto.ghtml Acesso em: 07 abr. 2021 (Adaptado). Figura 4 - Imagens de satélite apresentando a diferença na concentração de NO2 durante período de quarentena na China. https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/01/coronavirus-imagens-da-nasa-mostram-queda-da-poluicao-na-china-em-meio-ao-surto.ghtml https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/01/coronavirus-imagens-da-nasa-mostram-queda-da-poluicao-na-china-em-meio-ao-surto.ghtml https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/01/coronavirus-imagens-da-nasa-mostram-queda-da-poluicao-na-china-em-meio-ao-surto.ghtmlImagens de satélite da China Com base nas informações dos mapas, observe as afirmativas abaixo: I – Os processos industriais na China potencializam a liberação de gases do efeito estufa. II- Medidas de controle da poluição, como a utilização de meios de transportes coletivos e energias limpas, não conseguem minimizar a liberação de gases potencializadores do efeito estufa. III – Uma alternativa para diminuir os gases poluentes, está no investimento e na alteração dos recursos energéticos atuais por fontes de energias limpas. IV – Com menor quantidade de gases poluentes acumulando na atmosfera, existe a tendência para que o aquecimento global venha a diminuir. É correto apenas o que se afirma em: a-)I, III e IV Desenvolvimento sustentável 1 – Introdução O Desenvolvimento sustentável tem um conceito sistêmico, composto para fazer alusão ao meio ambiente e à conservação dos recursos naturais. Ele corresponde a um modelo de desenvolvimento integral, na atualidade, sem esgotar a capacidade dos recursos naturais às necessidades das gerações futuras. Isso significa adotar um modelo de consumo e aplicação dos recursos naturais extraídos do meio ambiente de modo a não interferir no futuro da humanidade, congregado ao desenvolvimento socioeconômico, as realizações humanas e culturais, e a preservação da natureza para o amanhã. O meio ambiente é formado por recursos renováveis e não- renováveis. Os recursos naturais renováveis, como o próprio nome enfatiza, tem capacidade de reposição. Contudo, sua exploração econômica e uso indevido, pelas práticas humanas, podem extinguir sua disponibilidade na natureza e desfavorecer sua renovação, tornando-os esgotáveis, exceto a luz solar e os ventos, que não sofrem diretamente com as ações de exploração. Já os recursos não- renováveis, como o próprio nome sugere, consegue renovar-se naturalmente ou por intervenção humana, como, por exemplo, os combustíveis fósseis (carvão mineral, gás natural, petróleo, etc.). Por isso, torna-se indispensável adotar medidas de conservação desses recursos objetivando sua disponibilidade futura, bem como mitigar, caso não seja possível extinguir os impactos ambientais ocasionados pela exploração (ação humana). Nesse contexto, os elementos da natureza (água, flora, fauna, solo, entre outros) carecem de cuidados e a adoção de medidas de conservação, para que haja disponibilidade futura, mas também para mitigar, caso não seja possível eliminar, os impactos ambientais ocasionados pela exploração predatória, e sem ônus para o meio ambiente e a sociedade. 2 – Desenvolvimento sustentável: histórico do conceito Em 1972, foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, na cidade de Estocolmo, por isso, Conferência de Estocolmo, onde foi oficialmente declarado o conceito de Desenvolvimento Sustentável (DS). A elaboração do conceito de DS foi importante, tinha o proposito de vincular as noções de crescimento e desenvolvimento econômico com a preservação da natureza, algo que, até então, eram questões vistas de forma independente. O termo Desenvolvimento Sustentável, foi concebido e formalizado em 1987, quando ocorreu a elaboração do Relatório “Nosso Futuro Comum”, ou Relatório Brundtland, produzido pela Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (em inglês World Commission on Environment and Development – WCED) que conceituou Desenvolvimento Sustentável como “A humanidade consegue idealizar o desenvolvimento sustentável para garantir que atenda às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas necessidades.” (WCED, 1987, p. 16). A comissão explicitou que “O conceito de desenvolvimento sustentável implica limites - não limites absolutos, mas limitações impostas pelo atual estado de tecnologia e organização social sobre recursos ambientais e pela capacidade da biosfera de absorver os efeitos da ação humana.” (WCED, 1987, p. 16). Ratificou ainda, que o homem pode gerenciar e aperfeiçoar a tecnologia e a organização social, inovar os rumos para aprimorar o desenvolvimento econômico. O reflexo das ações de mudança baseadas na sustentabilidade demandam estratégias e técnicas que possibilitem atingir os padrões desejáveis para obter o desenvolvimento sustentável. Realizada no Rio de Janeiro, em 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, reconhecida como Rio-92 ou ECO-92, contou com cerca de 200 representantes governamentais (Chefes de Estado e delegações), evidenciando a relevância das questões ambientais no início da década de 1990. A conferência foi palco de um balanço das dificuldades existentes e os avanços atingidos, e culminou na elaboração de importantes documentos que ainda são referências nas discussões ambientais. O principal objetivo, da Rio-92, estava no propósito de que se todos os países fossem em busca do mesmo padrão de desenvolvimento dos países ricos (considerados como desenvolvidos), não haveria disponibilidade de recursos naturais para atender a demanda de todos sem causar prejuízos irreversíveis ao meio ambiente. Desse modo, a Conferência, concentrou esforços universais com a premissa de satisfazer as necessidades atuais, sem comprometer a capacidade de suprir as necessidades futuras. Nesse sentido, ficou estabelecido o apoio tecnológico e financeiro aos países em desenvolvimento para que tenham condições de conseguir alcançar modelos de desenvolvimento sustentável. O contexto do evento possibilitou que o conceito de Desenvolvimento Sustentável se estabilizasse como princípio norteador das iniciativas entre desenvolvimento e meio ambiente. Além da participação de representantes governamentais de todo o mundo, a Rio-92 reuniu significativa presença de Organizações Não Governamentais (ONGs), que participaram, paralelamente, do Fórum Global, outro importante acontecimento. Os principais resultados do evento foram as aprovações de duas relevantes convenções: - A Carta da Terra, rebatizada de Declaração do Rio, que estabelece maior responsabilidade aos países ricos na questão da preservação do planeta; e - A Agenda 21, cuja elaboração iniciou na Conferência de Estocolmo (1972), que traça o plano de ações e metas que estabelecem avanços nas condições de proteção do planeta e seu desenvolvimento sustentável. Em relação ao DS, os princípios estão implícitos em muitas das conferências da Organização das Nações Unidas (ONU), abrangendo: a Segunda Conferência da ONU sobre Assentamentos Humanos (Istambul,1999); a Sessão Especial da Assembleia Geral sobre Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (Nova York, 1999); a Cúpula do Milênio (Nova York, 2000) e seus Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, sendo que o sétimo objetivo procura “Garantir a sustentabilidade ambiental”; a Rio+10 (Joanesburgo, 2002); a Reunião Mundial de 2005; seguida pela Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20 (Rio de Janeiro, 2012), onde nasceram os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS); e por último, a reunião da Cúpula de Desenvolvimento Sustentável (Nova York, 2015), confirme ONU (s/d). Discutir Atualmente, a gestão ambiental e o desenvolvimento sustentável, são considerados sinônimo de sustentabilidade em qualquer empreendimento. Pois, o desenvolvimento sustentável busca reconciliar as pressões conflitantes entre o desenvolvimento econômico, a proteção ambiental e a justiça social. Todos os países membros da ONU estiveram reunidos no evento da Cúpula de DS, em 2015, oportunidade em que foram definidos os novos ODS como elemento de uma nova agenda, conhecida como Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que envolve a todos. O prazo estabelecidoé 2030, contudo, os trabalhos iniciaram de imediato. 3 – Agenda 21 Inicialmente destacamos que o termo "agenda" está colocado no sentido de intenção de mudança para um modelo de civilização no qual predomine o equilíbrio ambiental e a justiça entre as nações (FIOCRUZ, 2000). A Agenda 21 é considerada o principal documento produzido na Rio- 92, ela contém uma série de compromissos acordados entre os países participantes, que assumiram o desafio de incorporar os princípios do DS em suas políticas públicas. Com o reconhecimento mundial sobre a necessidade de instituir o DS na relação entre desenvolvimento e meio ambiente, os governos delinearam, na Agenda 21, um programa com uma série de ações para afastar-se do modelo insustentável. Nesse viés, Oliveira Filho (2014, p. 6), corrobora relatando que: A Agenda 21 dedica-se aos problemas da atualidade e almeja preparar o mundo para os desafios do século XXI. Ela reflete o consenso global e compromisso político em seu mais alto nível, objetivando o desenvolvimento e o compromisso ambiental. A partir desse momento, começa a existir de maneira globalizada, uma preocupação no que diz respeito à Gestão Ambiental e o Desenvolvimento Sustentável tanto por parte das entidades governamentais, das organizações públicas e privadas como dos consumidores deste mercado global. (OLIVEIRA FILHO, 2004, p. 6). Este documento (Agenda 21) instituiu a importância e necessidade de cada país comprometer-se a refletir, global e localmente, sobre como governos, setor público e privado, organizações não- governamentais e demais setores da sociedade poderiam cooperar na busca de soluções e melhorias para os problemas socioambientais. Em outras palavras significa dizer que, a Agenda 21 extrapolou as fronteiras ambientais para abordar os padrões de desenvolvimento e suas consequências ao meio ambiente, convergindo para atividades que preservam e recuperam os recursos naturais, dos quais dependem o desenvolvimento e crescimento econômico. O programa explicita, dentre as medidas que podem ser adotadas por governos e sociedade civil em geral, para o desenvolvimento pautado na sustentabilidade, as áreas de ação: proteger a atmosfera; mitigar ou eliminar o desmatamento, a perda de solo e a desertificação; prevenir a poluição da água e do ar; e impedir a destruição das populações de peixes e promover o gerenciamento segura dos resíduos tóxicos. Ainda, fazem parte das ações a pobreza e a dívida externa dos países em desenvolvimento; padrões insustentáveis de produção e consumo; e pressões demográficas e a estrutura da economia internacional (ONU, s/d). Com a finalidade de garantir apoio aos objetivos da Agenda 21, ficou estabelecido, em 1992, pela Assembleia Geral, a Comissão para o DS. A partir do compromisso assumido pelo Brasil durante a RIO-92, a Agenda 21 Brasileira, foi elaborada em parceria entre governo e diferentes setores da sociedade brasileira. Seu preparo ocorreu entre 1996 e 2002, e implementada em 2003, num processo de elaboração conduzido pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21 Brasileira (CPDS). A Agenda 21 nacional estabelece cinco temas básicos e 21 objetivos que tem possibilidades de tornar o país um exemplo de proteção ambiental pelo fortalecimento da economia e justiça social (BRASIL, 2004). 4 – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estão descritos na Agenda 2030, da ONU e estão entre as mais recentes realizações básicas em sustentabilidade no mundo. Foi pela união de esforços para compreensão e síntese, que a Cúpula Mundial do Desenvolvimento Sustentável, a Rio+10 (2002) encontrou um caminho para descrever que o DS tem sua base formada por três pilares: econômico, social e ambiental, e um objetivo essencial, a erradicação da pobreza. Os ODS foram estabelecidos em 2015, oficialmente em vigor desde 2016 e, até 2030, deverão ser cumpridos por todos os países. Vale lembrar serem fruto da Cúpula Mundial do Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20 (2012), através de um grupo de trabalho que preparou o projeto da agenda. Nesse sentido, os ODS são um apelo universal da ONU como ação para erradicar a pobreza, resguardar o planeta e assegurar que todas as pessoas tenham paz e prosperidade. Essencialmente, os ODSs podem ser considerados um guia aos países que se comprometeram com o desenvolvimento global até 2030. Eles foram desenvolvidos com a finalidade de produzir um conjunto de 17 objetivos que possam suprir os desafios ambientais, políticos e econômicos mais urgentes enfrentados pelo nosso planeta. Os objetivos são integrados, condição que possibilita o envolvimento e a abordagem de questões frequentemente conexas com outros. São 17 objetivos da ODS - 16 temáticos e um (1) trata dos meios de implementação -, desdobrados em 169 metas e 253 indicadores, conforme o Relatório de Indicadores para os ODSs (BRASIL, 2021a), juntos formam o núcleo da Agenda 2030. A seguir apresentamos a relação dos 17 ODSs (Figura 1), elaborados na reunião da Cúpula de Desenvolvimento Sustentável (BRASIL, 2021b). São 17 objetivos para transformar nosso planeta. Juntos, os objetivos traçam um plano universal para alcançar um futuro melhor para todos. Pois, abarcam distintos aspectos do desenvolvimento social, crescimento econômico e preservação ambiental. Assim, as ações previstas estabelecem um caminho a ser seguido, indicam onde devemos chegar em 2030, e exibem novos mercados e oportunidades para empresas em todo o mundo. Contudo, o sucesso da agenda está vinculado às políticas e programas de desenvolvimento de cada nação signatária. Figura 1. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável O progresso das iniciativas e as ações dos ODS e suas metas são monitoradas e revisados, ao nível global, usando o conjunto de indicadores globais, definidos pela Comissão de Estatística da ONU. Além disso, os governos desenvolveram indicadores nacionais objetivando monitorar o progresso ao nível local. Os objetivos equilibram as dimensões econômica, social e ambiental do desenvolvimento sustentável, para que sejam alcançados, deve cada um, governos, sociedade civil, setor público e privado, etc., faça sua parte. Inclusive você cidadão, estudante, profissional, conscientize-se e priorize práticas sustentáveis. 5 – Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) O Decreto nº 7.602 de 7 de novembro de 2011 instituiu a Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador (PNSST), que tem como objetivos e princípios: I – [...] a promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador e a prevenção de acidentes e de danos à saúde advindos, relacionados ao trabalho ou que ocorram no curso dele, por meio da eliminação ou redução dos riscos nos ambientes de trabalho. (BRASIL, 2011). Para alcançar seu objetivo a PNSST deverá ser praticada em articulação contínua com as ações de governo na área das relações de trabalho, produção, consumo, ambiente e saúde, com a adesão voluntária das organizações representativas de trabalhadores e empregadores, conforme Art. III do Decreto nº 7.602/2011. (BRASIL, 2011). Sobre as ações, no âmbito da PNSST, consta no Art. IV que estas devem estar presentes no Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (Brasil, 2011). Sobre as responsabilidades no âmbito do PNSST, constata-se, Decreto nº 7.602/2011, no “Art. V - São responsáveis pela implementação e execução da PNSST os Ministérios do Trabalho e Emprego, da Saúde e da Previdência Social, sem prejuízo da participação de outros órgãos e instituições que atuem na área” (BRASIL, 2011). Em 2012 foi criado o Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) em resposta às orientações da Organização Internacional do Trabalho (OIT),quanto à saúde e segurança do trabalho. A Comissão Tripartite de Saúde e Segurança no Trabalho, composta por membros representantes do governo, de trabalhadores e empregadores, elaborou o projeto do PNSST. A coordenadoria do projeto é de responsabilidade dos representantes do governo, com rodízio anual. Entre as ações propostas pelo PNSST, destacam-se como as principais: promover a saúde e a qualidade de vida dos colaboradores; prevenir acidentes e doenças ocupacionais; evitar óbitos; e eliminar e mitigar os riscos à saúde presentes nos ambientes de trabalho; e, ainda, prestar auxílio aos acidentados. Por isso, é importante promover ações cotidianas que contribuam com o melhor desempenho na área de Saúde e Segurança do Trabalho nas organizações. Para isso, é preciso que as organizações se comprometam com o compromisso e promovam ações em suas estratégias de negócio objetivando atender e promover os ODS, especialmente, aqueles que possuem relação com a Saúde Ocupacional e Segurança do Trabalho. A Agenda 2030 é um convite para que cada um (governos, sociedade civil, setor público e privado, você, eu, etc.) desenvolva ações preventivas que permitam mitigar a exposição aos riscos ambientais, de modo a reduzir os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais com o objetivo de melhorar a qualidade e a vida dos cidadãos, na atualidade e no futuro. Em relação ao objetivo do trabalho seguro que aborda a Saúde e Segurança do Trabalho, constata-se a integração do PNSST à Agenda 2030 ou os ODS. Nesse contexto, deixamos uma questão para reflexão. Quais ações ou estratégias você, profissional, tem realizado para promover os ODS, no âmbito da organização que atua, especialmente aqueles relacionados a qualidade de vida e saúde ocupacional dos colaboradores? 01 A Agenda 2030 é um plano de ação mundial para as pessoas que indica os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), qual deles tem relação direta com a Segurança e Saúde do Trabalho? Assinale a opção correta: a-) Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 8 - Trabalho Decente e Crescimento Econômico 02 A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, reconhecida como Rio-92 ou ECO-92, foi realizada no Rio de Janeiro, em 1992. A conferência foi palco de um balanço das dificuldades existentes e os avanços atingidos, e culminou na elaboração de importantes documentos que ainda são referências nas discussões ambientais. Escolha a alternativa correta sobre os principais resultados produzidos na Rio-92. b-) Agenda 21 e Carta da Terra 03 O Desenvolvimento sustentável tem um conceito sistêmico, composto para fazer alusão ao meio ambiente e à conservação dos recursos naturais.O termo Desenvolvimento Sustentável, foi concebido e formalizado em 1987, quando ocorreu a elaboração do Relatório “Nosso Futuro Comum”, ou Relatório Brundtland, produzido pela Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, após intensas discussões globais. Assinale a alternativa que melhor descreve as intenções do conceito de Desenvolvimento Sustentável: e-) Garantir que atenda às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas necessidades 04 Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estão descritos na Agenda 2030, da ONU e estão entre as mais recentes realizações básicas em sustentabilidade no mundo, produzido na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). Os ODS são um convite universal da ONU como ação para: c-) Erradicar a pobreza, resguardar o planeta e assegurar que todas as pessoas tenham paz e prosperidade 05 A partir do compromisso assumido pelo Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Agenda 21 Brasileira, foi elaborada em parceria entre governo e diferentes setores da sociedade brasileira. Seu preparo ocorreu entre 1996 e 2002, e implementada em 2003, num processo de elaboração conduzido pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21 Brasileira (CPDS). A Agenda 21 nacional estabelece cinco temas básicos, assinale a alternativa correta: d-)A economia da poupança na sociedade do conhecimento; Inclusão social para uma sociedade solidária; Estratégia para a sustentabilidade urbana e rural; Recursos naturais estratégicos: água, biodiversidade e florestas; e Governança e ética para a promoção da sustentabilidade 06 Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estão descritos na Agenda 2030, da ONU e estão entre as mais recentes realizações básicas em sustentabilidade no mundo. Foi pela união de esforços para compreensão e síntese, que a Cúpula Mundial do Desenvolvimento Sustentável, a Rio+10 (2002) encontrou um caminho para descrever que o DS tem sua base formada por três pilares e um objetivo essencial. Assinale a alternativa correta: b-) econômico, social e ambiental; e erradicar a pobreza Meio Ambiente Para a proteção do meio ambiente no Brasil existem legislações específicas voltadas à conservação e preservação ambiental. O país apresenta considerável gama de leis. Essa amplitude é pouco observada em outros países. Todavia apesar de ter uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo, falha na aplicação e cumprimento das mesmas. Conforme discutido em aulas anteriores, a conservação do meio ambiente é presente na Constituição Federal de 1988. A constituição traz no artigo 255 diversas ações que promovem essa proteção. No cenário nacional, existem outras leis que são de extrema relevância para a manutenção de um ambiente ecologicamente equilibrado. Dentre as principais, é possível listar de forma cronológica a Lei 6.938 de 1981, que aborda a Política Nacional do Meio Ambiente. Nesta política é apresentado no Art 6º o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), que por sua vez, descreve os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, e dos Municípios, assim como suas funções instituídas pelo Poder Público, buscando a proteção e o melhoramento da qualidade ambiental (BRASIL, 1981) (Figura 1). Figura 1 – Estrutura hierárquica do SISNAMA e responsáveis de cada órgão Na sequência, temos a Lei 9.433 de 1997 que Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. De acordo com o Art. 2º da presente lei são objetivos da Política: I - Assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos; II - a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável; III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais. IV - Incentivar e promover a captação, a preservação e o aproveitamento de águas pluviais. (Brasil, 1997) Essa política conhecida como Leis das Águas, apresenta aspectos relevantes para o uso adequado deste recurso. Por exemplo, destinando como uso prioritário em períodos de estiagem para seres humanos e dessedentação de animais. No ano de 2007, apresenta-se a Lei 11.445 que institui a Política Nacional de Saneamento Básico. O Art. 1º afirma que a “[...] Lei estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico”. Em 2010 surge a Lei 12.305 que traz a Política Nacional de Resíduos Sólidos. No Art. 4º é apresentado que [...] a Política Nacional de Resíduos Sólidos reúne o conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações adotados pelo Governo Federal, isoladamente ou em regime de cooperação com Estados, DistritoFederal, Municípios ou particulares, com vistas à gestão integrada e ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos. (Brasil, 2010) Essa legislação apresenta as principais condutas que auxiliam de forma a organizar a destilação dos resíduos com o intuito de minimizar os impactos ambientais. No quesito ambiental uma das leis mais recentes é de 2012, popularmente conhecido como Novo Código Florestal Brasileiro, lei 12.651, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa. Como objetivo o novo código apresenta: Art. 1º-A. Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria- prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos (Brasil, 2012). A lei 12.621 apresenta normas para a proteção das vegetações que margeiam rios e nascentes. Proporcionando melhora na qualidade da água ao conservar essas localidades, bem como melhora o fluxo gênico de espécies locais. A relação das normas regulamentadoras e o meio ambiente. Conforme descrito anteriormente, no Brasil existem várias leis que auxiliam na proteção ambiental. No ambiente de trabalho temos as normas regulamentadoras (NRs). No total existem 36 normas e destas algumas têm ampla afinidade com os aspectos ambientais. Uma delas é a NR 09 que apresenta a avaliação e controle das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos. Essa norma estabelece os requisitos para a avaliação das exposições ocupacionais a estes agentes. Em outras palavras estabelece os requisitos para avaliar as exposições dos trabalhadores a agentes físicos, químicos e biológicos quando identificados no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) apresentado na NR 01. Tendo como meta a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores (NRs 09). Vale destacar que além desta, outras NRs incorporam o meio ambiente em suas análises. Meio ambiente do trabalho Conforme observado, nós seres vivos estamos dentro do meio ambiente. E isso não seria diferente no local de trabalho, no qual os trabalhadores interagem diretamente com os fatores ambientais. Por isso, é muito comum encontrar a expressão meio ambiente do trabalho. De acordo com Fernandes (2006, p.04 apud GIONGO, GIONGO, 2009, p. 120): “O meio ambiente de trabalho é, na verdade, o local de trabalho do trabalhador, podendo ocorrer em um meio ambiente artificial ou construído, ou mesmo em um ambiente natural, embora sua ocorrência seja menos frequente, haja vista a existência de alguma intervenção humana que possibilite a sua fruição”. Assim, podemos afirmar que o meio ambiente do trabalho é uma dimensão do ambiente. Por isso, os princípios do direito ambiental, dentre eles precaução, prevenção e o poluidor-pagador também são aplicáveis neste local. Desta forma, para melhor qualidade de trabalho aplicam-se as leis descritas no início deste resumo. 01 Não é considerado como um dos princípios da lei 12.305 referente a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) a opção: d-) Visão unilateral dentro da gestão dos resíduos sólidos 02 A lei 12.651 de 2012 apresenta o Novo Código Florestal. Nesta lei, são estabelecidos indicativos do tamanho das Áreas de Preservação Permanente (APPs) levando em consideração o tamanho do corpo hídrico na qual essa área margeia. Além de melhorar a conservação ambiental e a qualidade das águas, as APPs devem ser preservadas, pois caso sejam utilizadas para ocupações humanas podem causar riscos à saúde das populações. Um dos motivos que podem potencializar esses riscos é apresentado na opção: a-) A região de APP de rios pode naturalmente ser inundada em eventos de cheia 03 De acordo com a Constituição Federal de 1988 é apresentado que todos os brasileiros têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Para assegurar esse direito, incumbe ao Poder Público, exceto a opção: d-) Promover ações que estimulem explorar de forma consciente a flora e a fauna como recursos econômicos 04 Qual opção abaixo define da melhor forma a finalidade do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR): a-) Estabelecer medidas com a finalidade de eliminar, reduzir ou controlar os riscos, com vistas a obter a preservação da integridade física e mental do trabalhador e a proteção ambiental 05 De acordo com o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) é considerado um órgão: a-) Executor 06 (ENADE) A Norma Regulamentadora (NR 09) estabelece como obrigatoriedade a avaliação das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos quando apresentados no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), por parte dos empregadores e instituições que admitem trabalhadores como empregados (NR 09). Com o objetivo de preservar a saúde e a integridade dos trabalhadores o PGR deverá incluir durante a sua construção: I - Reconhecimento dos riscos existentes no ambiente de trabalho. II – Avaliação da exposição dos trabalhadores aos riscos. III - Monitoramento das exposições. IV – Divulgação dos dados obtidos durante seu desenvolvimento. É correto apenas o que se afirma em: d-) I, II, III e IV Licenciamento Ambiental 1– Introdução Bem-vindo ao nosso estudo sobre Licenciamento Ambiental. Este estudo ajudará você a conhecer mais sobre o licenciamento ambiental, uma ferramenta empregada no território brasileiro, tem por objetivo exercer o controle prévio e acompanhar o curso de atividades que utilizam recursos naturais, que tenham potencial ou sejam poluidoras, ou ainda, possam causar degradação do meio ambiente, conforme a Lei n.º 6.938 de 1981 (BRASIL, 1981) que trata da Política Nacional de Meio Ambiente. Sobre a definição de licenciamento ambiental o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), na Resolução n.º 237, de 1997, Art. 1.º, destaca: I - Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. II - Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. (BRASIL, 1997). Portanto, os procedimentos de licenciamento ambiental são emitidos pelo poder público, concebido por órgãos ambientais. Ao empreendedor compete a obrigatoriedade e responsabilidade de buscar o licenciamento ambiental, desde as etapas iniciais de planejamento até a efetivação da instalação e funcionamento, junto aos órgãos competentes. O licenciamento ambiental é uma exigência legal, tem prazo de validade determinado e regras a serem seguidas e configura-se uma importante ferramenta da Política Nacional de Meio Ambiente. Ao obter a licença, o empreendedor assume a responsabilidade e compromisso de conservar a qualidade ambiental do local onde está instalado, harmonizando o desenvolvimento econômico ao uso sustentável dos recursos naturais. Os licenciamentos possibilitam ao poderpúblico o controle das atividades que utilizam recursos naturais, especialmente aquelas com potencial de interferência na qualidade ambiental. 2 – Tipos de licença e atividades sujeitas ao licenciamento A solicitação do licenciamento ambiental é o primeiro passo para comprovar o compromisso do empreendimento com a preservação ambiental e cumprimento da legislação vigente (Lei no 6.938/1981), bem como dar ciência ao poder público sobre a atividade proposta. Todas as empresas devem ter a licença ambiental para atuar, exceto aquelas que não estão listadas no Anexo I - Resolução Normativa Conama n° 237/1997, como: empresas que realizam atividades com baixíssimos impactos ambientais; ou ainda, aquelas que possuem comprovante de dispensa do licenciamento, por órgão competente (BRASIL, 1997). Conforme a Resolução Conama no 237/1997, em seu Art. 8.º, às três principais modalidades de licenciamento ambiental são: licença prévia (LP), licença de instalação (LI) e licença de operação (LO) (BRAISL, 1997). Essas três fases ou tipos de licenças diferem entre si, cada uma refere-se a uma etapa distinta do processo, e segue uma sequência lógica e ordenada de afazeres que possibilitam a empresa receber, dos órgãos fiscalizadores do meio ambiente, em âmbito municipal ou estadual, a concessão de operação. Quando ocorrer a solicitação de LI, ou licença de regularização de empreendimento em fase de instalação, ou ainda, LO que não possui a licença, o órgão ambiental deverá especificar os estudos ambientais que deverão ser realizados e apresentados como condição para a concessão de licença. Os estudos ambientais serão realizados com o objetivo de avaliar os aspectos do meio ambiente relacionados a localização, instalação, operação e ampliação de um empreendimento ou de uma atividade, elaborado com a finalidade de subsidiar a análise da licença requerida, conforme Resolução Conama 237/1997, Art. 1.º, III. (BRASIL, 1997). A eficiência do licenciamento ambiental está no conjunto de procedimentos adotados para o desenvolvimento do processo de levantamento das informações, pelo órgão licenciador, objetivando esgotar as informações e o conhecimento sobre o projeto, que lhe foi submetido. Diante dos dados, fatos e argumentos deverá ser tomada a decisão possibilite o menor impacto possível sobre o meio ambiente, considerando todos os elementos fornecidos pelo Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impactos Ambiental (RIMA), ou não. 3 – Estudo de Impacto Ambiental (EIA) As ações humanas tem potencial de gerar consequências ambientais. Para conter o potencial de danos e garantir a conservação ambiental e de seus recursos ecologicamente equilibrados, foram criadas diferentes leis e políticas ambientais. Neste cenário, o Estudo de Impactos Ambientais (EIA) é uma das ferramentas de controle preventivo para medir e avaliar as implicações e consequências ambientais resultantes de um determinado empreendimento, ação ou projeto. O EIA, de acordo com o estabelecido pela legislação ambiental brasileira – normatizado pela Resolução Conama n.º 001/1986, complementada, pela Resolução Conama n.º 237/1997 - é um documento de natureza técnica, direcionado à sustentabilidade, que visa apresentar, em detalhes, as informações sobre um conjunto de informações, levantadas por especialistas da área, referentes ao empreendimento e o meio ambiente local. A partir do EIA é possível fazer as recomendações sobre as condições de implementar a obra, com vistas a mitigar, compensar e, até mesmo, eliminar as causas potenciais de impactos ambientais e garantir o uso sustentável dos recursos naturais. No decorrer da primeira fase do processo de licenciamento ambiental a elaboração do EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) são obrigatórios, sobretudo, se o empreendimento apresentar potencial de degradação ou poluição ambiental. No decorrer do EIA são levantadas as informações pertinentes ao empreendimento ou projeto, que serão especificadas em sua magnitude e apresentadas no laudo ou relatório. 4 – Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) O RIMA é estabelecido pela legislação ambiental brasileira – normatizado pela Resolução n.º 001/1986 do Conama e, complementarmente, pela Resolução n.º 237/1997 -, trata-se de documento ou relatório conclusivo do EIA. Este relatório faz a interação entre as etapas operacionais do empreendimento e o Meio Ambiente. Ele reflete as conclusões relativas ao levantamento de campo (EIA) para que o órgão responsável realize a análise com objetivo de aprovar o licenciamento ambiental do empreendimento ou projeto. Sempre que houver necessidade de produzir um EIA também haverá a necessidade de um RIMA. Desenvolver um relatório de Impacto Ambiental não significa fazer um resumo do EIA, nem poderia ser, pois, as demandas de ambos diferem, são dois documentos distintos e cada um tem a função de atender diferentes demandas e particularidades, mesmo que os objetivos sejam complementares. No caso do EIA, seu objeto é realizar o diagnóstico das potencialidades naturais e socioeconômicas, bem como identificar possíveis impactos do empreendimento e as prováveis medidas propostas para mitigar, compensar e controlar esses impactos. Enquanto ao RIMA compete apresentar as informações essenciais, de modo que a população tenha clareza e conhecimento das vantagens e desvantagens do empreendimento e as consequências ambientais de sua implementação. De modo geral, o EIA é um documento técnico, o Rima um relatório gerencial. Ambos, EIA/RIMA, são instrumentos presentes na avaliação de empreendimentos e projetos com maior potencial de danos ao meio ambiente. 01 Assinale a alternativa que representa às três principais modalidades de licenciamento ambiental, apresentadas no Art. 8.º, da Resolução Conama no 237/1997. c-) Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO) 02 Leia com atenção e assinale a alternativa correta. Trata-se de um documento que faz a interação entre as etapas operacionais do empreendimento e o Meio Ambiente. Ele reflete as conclusões relativas ao levantamento de campo (EIA) para que o órgão responsável realize a análise com objetivo de aprovar o licenciamento ambiental do empreendimento ou projeto. A que documento referem-se: b-) Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) 03 De acordo com a Resolução Conama 237/1997, Art. 1.º, inciso III, os estudos ambientais devem ser realizados com o objetivo de avaliar os aspectos do meio ambiente relacionados a localização, instalação, operação e ampliação de um empreendimento ou de uma atividade. Assinale a alternativa correta sobre a finalidade da elaboração dos estudos ambientais. e-) Subsidiar a análise da licença requerida 04 Assinale a alternativa correta. Qual é o documento de natureza técnica, direcionado à sustentabilidade, que visa apresentar, em detalhes, as informações sobre um conjunto de elementos, levantados por especialistas da área, referentes ao empreendimento e o meio ambiente local. a-) Estudo de Impacto Ambiental (EIA) 05 Preencha corretamente os espaços e assinale a alternativa correta. No decorrer da primeira fase do processo de licenciamento ambiental a elaboração do Estudo de impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) são ___________, sobretudo, se o empreendimento apresentar potencial de _________ ou poluição ambiental. b-) Obrigatórios; degradação 06 O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) é o órgão brasileiro, responsável por realizar o licenciamento de atividades desenvolvidas em mais de um estado, em casos onde os impactos ambientais ultrapassam os limites territoriais; projetos que envolvem radioatividade; bem como empreendimentos que abrangem os bens da União.Assinale a alternativa correta sobre a esfera de abrangência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). d-) Esfera federal Gerenciamento de Riscos de Desastres Os desastres naturais e tecnológicos proporcionam grandes impactos na sociedade. Estes eventos, podem causar grave perturbação ao funcionamento de uma comunidade, provocando na sua grande maioria perdas e danos humanos, bem como nas esferas econômicas e ambientais (MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, 2012). No Brasil, ocorrem diferentes tipologias de desastres, em muitas localidades são comuns eventos de cheias, conhecidos como inundações graduais ou popularmente definidas como enchentes (Figura 1). Figura 1 – Evento de inundação Para compreender a concretização desses eventos, devemos conhecer como se originam os riscos de desastres. Para tanto, é importante definir a palavra risco. De acordo com Porto (2000) risco, no âmbito da segurança do trabalho, é apresentado como toda e qualquer possibilidade existente para que um elemento ou determinada circunstância, num dado processo e ambiente de trabalho, possa vir a causar danos à saúde. Esses danos podem ser originados por acidentes, doenças ou ainda através da própria poluição ambiental. No aspecto dos riscos de desastres, com base nesta mesma afirmação apresentada Porto (2000) de que os riscos podem ser definidos como uma probabilidade da ocorrência de um dano, temos a seguinte equação apresentada por Narváez, Lavell e Ortega (2009): Risco = Ameaça x Vulnerabilidade x Exposição. Em outras palavras, podemos citar que para que um risco se consolide em um desastre, é necessário existir uma ameaça, uma vulnerabilidade e a presença da exposição humana interagindo entre si. Assim, a fórmula proposta por Narváez, Lavell e Ortega (2009), traz a seguinte situação: se em determinada região acontecer um elevado evento de precipitação e nessa localidade o relevo com solo exposto apresentar uma considerável inclinação. A saturação do solo devido à alta quantidade de água proveniente da chuva, pode ocasionar um deslocamento de massa e assim promover o movimento do solo. Causando impactos locais para as espécies daquela localidade. Neste caso, podemos constatar que a alta taxa de precipitação é considerada como uma ameaça, em virtude da inclinação do relevo, que configura uma vulnerabilidade. No aspecto do desastre natural, além destes fatores, os seres humanos devem estar presentes no sistema. Ou seja, se naquela região ocorrer em conjunto da precipitação elevada, relevo com solo exposto com considerável inclinação e a presença de humanos vivendo nas proximidades, que poderiam ser nas encostas, temos o elo final para a concretização desta cadeia de eventos. Caso a localidade venha a deslizar o impacto será direto na população humana. Com base nessa informação, podemos concluir que o desastre natural só se concretiza quando temos a exposição da população. Cabe enfatizar que no Brasil a Codificação Brasileira de Desastres COBRADE, define de acordo com a normativa nº 01, de 24 de agosto de 2012, os desastres de maneira ampla como resultado de eventos adversos, podendo ser naturais ou provocados pelos seres humanos sobre um cenário vulnerável (MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, 2012). Assim, os desastres podem ser classificados de acordo com a sua origem ou causa primária do agente causador. Podendo ser (1) desastres naturais, conforme descrito no texto anterior, aqueles deflagrados por processos ou fenômenos naturais. E (2) desastres tecnológicos, conceituados como aqueles desencadeados por condições tecnológicas ou industriais, incluindo neste grupo os acidentes, procedimentos perigosos, falhas na infraestrutura ou atividades humanas específicas, que podem gerar danos (MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, 2012). Por estarem presentes no cotidiano das sociedades, diferentes estratégias são apresentadas para contrapor a problemática dos desastres. Dentre elas temos as ações da gestão de riscos de desastres, que são organizadas por um conjunto de cinco medidas que podem ser realizadas em conjunto com à comunidade, sendo (1) prevenção, (2) mitigação, (3) preparação, (4) resposta e (5) reconstrução (BRASIL, 2012). De acordo com o decreto 10.593 de 24 de dezembro de 2020, compreende-se como ações de (1) prevenção, medidas direcionadas para a otimização de ações que evitem a conversão de risco em desastre; (2) mitigação, medidas aplicadas para reduzir ou evitar os riscos de desastres; (3) preparação, medidas direcionadas a potencialização de ações de respostas, as quais proporcionem minimizar danos e perdas; (4) resposta, medidas emergenciais, empregadas durante ou após a ocorrência do desastre, com o objetivo de socorrer a população e (5) recuperação, medidas aplicadas após a passagem de desastre, com vistas a reestabelecer a normalidade no sistema impactado. Além destas ações, que são descritas na PNPDEC, Lei 12.608 de 2012, os autores Narváez, Lavell e Ortega (2009) comentam sobre uma sexta ação, definida como geração de conhecimento. Esta por sua vez, é importante ao promover conhecimentos por meio das experiências das demais ações descritas acima. Quais desses eventos são considerados desastres naturais? d-)Movimento de placas tectônicas causando terremoto e tsunami Quais desastres naturais não são comuns no Brasil? b-) Atividades vulcânicas e terremotos 03 Ao analisar os desastres naturais, seguindo as ações apresentadas na Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC) lei 12.608, qual das estratégias abaixo seriam as mais indicadas para evitar ou no mínimo reduzir a conversão dos riscos de desastres? b-) Prevenção e mitigação 04 O risco de desastre pode ser apresentado como: a-) Uma probabilidade de um evento potencialmente danoso 05 Para a ocorrência de um desastre natural, existem diferentes fatores que devem estar interagindo, favorecendo para que o risco se consolide como um evento danoso. Na equação (Risco = Ameaça x Vulnerabilidade x Exposição) apresentada por Narváez, Lavell e Ortega (2009), qual variável representa a população humana? b-)Exposição 06 (ENADE) No Brasil, foram registrados grandes desastres tecnológicos. Entre os maiores, é possível citar o de Brumadinho em 2019 e o de Mariana em 2015, ambas cidades do estado de Minas Gerais. Em Brumadinho o desastre causou 272 mortes e proporcionou grande rastro de degradação ambiental e social. Fonte: CNN / Adaptado – Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2021/01/25/brumadinho-tragedia- faz-2-anos-sem-barragens-desativadas-e-com-disputa-juridica Como medidas preventivas, visando a redução de desastres tecnológicos, é possível trabalhar com o planejamento de contingência. Neste aspecto, é possível listar um conjunto de ações que podem minimizar os impactos causado pelos desastres tecnológicos e salvar vidas, entre elas: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2021/01/25/brumadinho-tragedia-faz-2-anos-sem-barragens-desativadas-e-com-disputa-juridica https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2021/01/25/brumadinho-tragedia-faz-2-anos-sem-barragens-desativadas-e-com-disputa-juridica I – Acionamento de sistema de alerta e alarme. II – Isolamento da área afetada. III – Evacuação das pessoas em risco iminente. IV – Medidas para a remoção de equipamentos e documentos importantes. É correto apenas o que se afirma em: a-) I, II e III Poluição atmosferica 1– Introdução Bem-vindo ao nosso estudo sobre Poluição Atmosférica ou do Ar. Este estudo ajudará você a conhecer mais sobre a poluição do ar, ocasionada pelo lançamento de alguma substância na atmosfera, pela sua concentração apresenta potencial de contaminação humana e ambiental. O homem que vive em sociedade, produz lixo continuamente, assim comooutros resíduos que poluem o meio ambiente, inclusive o ar. O termo poluição refere-se às alterações provocadas no meio ambiente, gerada por um ou mais fatores danosos, com capacidade de causar a degradação ambiental e perdas, ainda que relativas, da qualidade de vida em consequência de alterações no meio natural. De acordo com a Resolução nº 491/2018, Art. 2.º, a definição de poluente atmosférico é: I – [...] qualquer forma de matéria em quantidade, concentração, tempo ou outras características, que tornem ou possam tornar o ar impróprio ou nocivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade ou às atividades normais da comunidade; (BRAIL, 2018). Há uma grande variedade de substâncias que podem causar a poluição atmosférica, desde gases e partículas sólidas ou líquidas, de origem natural (vulcões, neblina, grãos de pólen, decomposição e outros), ou artificial, resíduos das atividades antrópicas lançadas na atmosfera (queima de combustíveis fosseis, mineração, queimadas, uso de aerossóis, etc.), que podem ser nocivas à saúde humana e ambiental. Portanto, a poluição atmosférica é causada por múltiplos fatores e está entre os maiores riscos ambientais. Poluente atmosférico é, portanto, toda substância presente no ar com capacidade de torná-lo impróprio e prejudicial à saúde humana e ambiental. 2 – Tipos de poluição do atmosférica O lançamento de substâncias na atmosfera ocasiona a poluição do ar pelos chamados poluentes atmosféricos. Eles existem em forma de gases ou partículas originárias, e podem ser classificadas em fontes naturais (grãos de pólen) ou fontes artificiais, originadas pelas atividades antrópicas (queimadas, gás metano resultante do processo digestivo de animais). Sobre as formas de dispersão da poluição, elas dividem-se em duas formas: fontes fixas ou estacionárias e fontes móveis ou difusas. As fontes fixas produzem cargas pontuais e concentradas de poluentes, em local fixos. As fontes de poluição móveis, compostas por processos naturais ou artificiais em movimento, emitem cargas difusas na atmosfera. Entre as fontes mais significativas de poluentes atmosféricos encontra-se o material particulado, originado pela queima de biomassa, com procedência animal e vegetal, bem como a queima de combustíveis fosseis, petróleo e derivados, por veículos automotores e as indústrias presentes nos grandes centros urbanos. A poluição atmosférica pode ocorrer em diferentes escalas, desde microambientes, por exemplo, residências, e pode estender-se em diferentes proporções até chegar a escala global, como é o caso do efeito estufa e redução da camada de ozônio. Oportuno salientar que a dimensão do consumo humano, na sociedade moderna, predispõe as condições de ampliar a emissão de poluentes atmosféricos com possibilidades de causar outros efeitos danosos, em todos os níveis, inclusive globais. 3 – Classificação dos poluentes atmosféricos A variedade de substâncias poluentes que podem ser encontradas na atmosfera é vasta, condição que dificulta a possibilidade de compor uma classificação (ESPIRITO SANTO, 2006). Os agentes poluidores do ar podem ser divididos ou classificados em poluentes primários e secundários, também são classificados por sua composição (orgânicos e inorgânicos) e seu estado físico (material particulado, gases e vapores. Os poluentes primários são aqueles emitidos e lançados diretamente por uma fonte de poluição (veículos). Já os poluentes secundários formam-se na atmosfera, onde passam por reações químicas, ou seja, são formados a partir da interação do meio com o poluente primário, portanto, constituintes naturais da atmosfera. Os poluentes atmosféricos orgânicos, tem como principal elemento de sua composição o carbono (por exemplo, os hidrocarbonetos compostos somente de carbono e hidrogênio). Em relação ao estado físico, os gases, em condições normais de temperatura e pressão, não sofrem condensação e são encontrados no estado gasoso. Em condições normais de pressão e temperatura, os vapores têm possibilidade de condensação. Partículas, em estado sólido ou líquido, formam uma complexa mistura denominada material particulado que pode ser formado na atmosfera ou por fontes poluidoras primárias. Para quantificar o nível de poluição atmosférica, é necessário seguir a classificação das substâncias usualmente consideradas poluidoras. Quando se determina a concentração de um poluente na atmosfera, mede-se o grau de exposição dos receptores (seres humanos, outros animais, plantas, materiais) como resultado final do processo de lançamento deste poluente na atmosfera a partir de suas fontes de emissão e suas interações na atmosfera, do ponto de vista físico (diluição) e químico (reações químicas) (ESPIRITO SANTO, 2006, p. 13). Portanto, as substâncias consideradas poluentes não são as únicas a ser consideradas no processo de contaminação atmosférica, é necessário considerar outros parâmetros, também relevantes, como: as fontes de emissão, o grau de exposição dos receptores, e a concentração dos poluentes e sua interação. 4 – Padrões de qualidade do Ar Os padrões de qualidade do ar referem-se a uma normatização ou regulamento que estabelece as formas de gerenciar a qualidade do ar, definindo a concentração máxima permitida de cada poluente atmosférico. São esses valores de concentração que estipulam os padrões de qualidade ideias para a preservação da saúde humana e ambiental, devido os riscos da poluição. Cada nação tem seus padrões de regulamentação da qualidade do ar. O Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) é órgão responsável pela regulamentação dos padrões de qualidade do ar brasileiro. Compete ao Conama, cuidar da preservação ambiental e dos recursos naturais, criando normas, regulamentar e determinar os padrões de qualidade do ar, zelando pela significativa qualidade de vida humana e ambiental. A poluição atmosférica é assunto de longa data. No Brasil, a Resolução Conama no 05 de 15 de junho de 1989, dispõe sobre o Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar (PRONAR) com a estratégia de “[...] limitar, a nível nacional, as emissões por tipologia de fontes e poluentes prioritários, reservando o uso dos padrões de qualidade do ar como ação complementar de controle.” (BRASIL, 1989). A Resolução no 491/2018, é complementar à Resolução no 05/1989, e define em seu Art. 2º: II - padrão de qualidade do ar: um dos instrumentos de gestão da qualidade do ar, determinado como valor de concentração de um poluente específico na atmosfera, associado a um intervalo de tempo de exposição, para que o meio ambiente e a saúde da população sejam preservados em relação aos riscos de danos causados pela poluição atmosférica; [...]. (BRASIL, 2018). A qualidade do ar é avaliada pelo Conama, por medições realizadas no ambiente para identificar seu índice qualitativo. O levantamento quantifica a presença ou não de substâncias poluidoras. São sete substâncias, classificadas entre agentes poluidoras primárias e secundárias, consideradas as principais poluentes ao meio ambiente, denominadas indicadores. As substâncias agentes poluidoras são: partículas inaláveis (PM10) e partículas totais em suspensão (PTS); bem como fumaça; dióxido de enxofre (SO2); monóxido de carbono (CO); e Dióxido de Nitrogênio (NO2); além do Ozônio (O3). Esse grupo de poluentes é usado como referência da qualidade do ar, pois seus malefícios à saúde humana são comprovados e com base nesses parâmetros, são realizadas medidas que objetivam monitorar a qualidade atmosférica. Caso uma das sete substâncias, consideradas indicadoras, ultrapassarem o limite de concentração permitidade poluente, estará causando agravos à saúde pública, pois estarão em risco à integridade humana e ambiental. Vale lembrar que a qualidade atmosférica é resultado dos processos dinâmicos e interativos do sistema atmosférico, um complexo conjunto de fatores com destaque a dimensão das emissões, topografia, relevo e meteorologia, condições que interferem na dispersão das substâncias. 5 – Efeitos da poluição atmosférica na saúde humana e ambiental A poluição atmosférica está entre os principais fatores de risco à saúde, principalmente pela expansão dos grandes centros urbanos e o crescimento populacional, o que contribui, e muito, para a má qualidade do ar. É fato, todas as populações estão exposta aos poluentes atmosféricos, em menor ou maior proporção, dependendo do local que habita. A interação entre as fontes de poluição e a atmosfera vão definir o nível de qualidade do ar, responsável pelo aparecimento de efeitos adversos da poluição atmosférica sobre os receptores (seres vivos e materiais). Diversos estudos que abordam a poluição atmosférica e seus efeitos na saúde humana e ambiental comprovam que, as substâncias poluentes causam consequências aos organismos vivos, ainda que as concentrações estejam em níveis inferiores aos determinados pela legislação. Entre as substâncias poluentes, o material particulado destaca-se, está entre os principais, é extremamente nocivo à saúde humana. Oportuno lembrar que, a exposição humana e ambiental aos poluentes atmosféricos tem implicações acentuadas e plurais quanto à sua abrangência. Essa condição é global, está presente em países em desenvolvimento ou desenvolvidos, e a população, doentes ou não, sofre as consequências, que podem levar a morte, devido os efeitos da poluição atmosférica no organismo. Entre as implicações à saúde estão, principalmente, doenças pulmonares crônicas, enfisemas, cardiovasculares, além de câncer. Diante do cenário que envolve a poluição atmosférica e seus impactos à saúde humana e ambiental, devido a exposição contínua, constata-se a necessidade urgente de ações e práticas preventivas como economia de energia e otimização da estrutura energética; sensibilização, conscientização e capacitação humana; monitoramento contínuo dos níveis de poluentes do ar; e gerar novas tecnologias a fim de evitar o agravamento da situação. 01 Analise e assinale a alternativa correta. O termo poluição refere-se a alterações que podem ocorrer no meio ambiente, a partir de um ou mais fatores danosos, e tem potencial de causar a degradação ambiental e prejuízos à saúde humana. Entre as consequências à saúde humana, provenientes da poluição atmosférica, estão: a-)doenças pulmonares, cardiovasculares e câncer 02 A poluição atmosférica está entre os principais fatores de risco à saúde, principalmente pela expansão dos grandes centros urbanos e o crescimento populacional, o que contribui, e muito, para a má qualidade do ar. Assinale a única alternativa incorreta sobre a forma de diminuir a poluição atmosférica e seus impactos à saúde humana e ambiental. d-)Promover o desflorestamento das áreas preservadas Qualquer forma de matéria em quantidade, concentração, tempo ou outras características, que tornem ou possam tornar o ar impróprio ou nocivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade ou às atividades normais da comunidade Assinale a alternativa correta. c-)Poluente Atmosférico 04 Cada nação tem seus padrões de regulamentação da qualidade do ar. No Brasil, qual é órgão responsável pela regulamentação dos padrões de qualidade do ar. Bem como da criação de normas, regulamentação e determinação dos padrões de qualidade do ar, zelando pela significativa qualidade de vida humana e ambiental. Identifique e assinale a alternativa correta c-)Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) 05 A qualidade do ar é avaliada pelo Conama, por medições realizadas no ambiente para identificar seu índice qualitativo. O levantamento quantifica a presença ou não de substâncias poluidoras. São sete substâncias, classificadas entre agentes poluidoras primárias e secundárias, consideradas as principais poluentes ao meio ambiente, denominadas indicadores. As agentes poluidoras são: partículas inaláveis (PM10) e partículas totais em suspensão (PTS); bem como fumaça; dióxido de enxofre (SO2); monóxido de carbono (CO); Dióxido de Nitrogênio (NO2); e Ozônio (O3). As sete substâncias denominadas de agentes poluidoras estão classificadas entre agentes primárias e secundárias. Assinale a alternativa que corresponde a uma agente poluente secundária. c-)Ozônio (O3) 06 Assinale a alternativa correta. Os agentes poluidores também são classificados em dois grupos, os primários e os secundários. Os poluentes primários são emitidos em uma única fonte emissora e saem diretamente para a atmosfera. Tem potencial para contaminar o ambiente natural e pode concentrar-se, exponencialmente, ao longo do tempo. Entre os poluentes primários mais comuns são encontrados os clorofluorcarbonetos, compostos orgânicos voláteis, óxido de nitrogênio, dióxido de carbono, dióxido de enxofre e outros. A emissões desses poluentes atinge à atmosfera devido a ação humana ou causas naturais, como: d-)queima de combustível fóssil Poluição do solo Osolo é um dos bens mais preciosos para a manutenção da vida na Terra (Figura 1). Muitos seres vivos dependem exclusivamente deste recurso. Por isso, manter esse meio equilibrado é fundamental para a manutenção da qualidade da vida. Um dos maiores problemas está na poluição deste ambiente, que causa consequências desastrosas, com impactos diretos na vida das populações humanas. Para minimizar essas ações, algumas leis surgiram no Brasil com intuito de priorizar a manutenção da qualidade dos solos. Em 1975 surge a lei nº 6.225 que entre seus objetivos, descreve que algumas terras somente poderão ser cultivadas ou utilizadas para fins econômicos mediante a aplicação de planos de proteção ao solo, especialmente no que tange o combate à erosão (BRASIL, 1975). Atualmente o que vigora na proteção dos solos é o Programa Nacional de Microbacias Hidrográficas (PNMH). Este programa é supervisionado pelo Ministério da Agricultura. Seu objetivo visa promover o aproveitamento agropecuário, por meio da adoção de práticas que favoreçam o uso racional dos recursos naturais renováveis. Buscando evitar a sua degradação e ao mesmo tempo favorecer o aumento sustentável da produção e produtividade agropecuárias (BRASIL, 1987). Figura 1 – Solo sendo preparado para o plantio. Figura 1 – Solo sendo preparado para o plantio. Das atividades desenvolvidas no Brasil que impactam diretamente o solo, conforme discutido anteriormente, uma delas é a agropecuária. Na agricultura alguns fertilizantes e pesticidas são utilizados para melhoramento das produções. Todavia, esses produtos trazem consequências desastrosas, pois alguns elementos químicos podem ficar contidos no solo ou serem carregados pela água. Um dos principais efeitos é o acúmulo de metais pesados no solo, que podem ficar na área por anos ou podem ser bioacumulados por organismos dentro de uma cadeia alimentar. Geralmente apresentando-se em maiores concentrações nos organismos do topo da cadeia alimentar (predarores). Esses elementos podem interagir de diferentes formas com os indivíduos, e no aspecto mais complexo podem causar graves danos que levam a morte. Este é um dos motivos pelos quais os solos devem ser conservados, mantendo suas características naturais. Portanto, é necessário que sejam observados diferentes indicadores para averiguar a qualidade do solo. Entre eles os principais são os biológicos, físicos e químicos. Com base nestes indicadoresé possível observar a atual qualidade do solo e procurar realizar alterações necessárias para melhorá-la. Um exemplo da grave consequência que a contaminação neste ambiente pode causar em um local de trabalho, está na poluição provocada pela falta de saneamento básico. Partículas orgânicas ao serem lançadas diretamente sobre o solo sem ter o devido tratamento, podem provocar o acúmulo de microrganismos nocivos à saúde humana. Com as chuvas, o efeito da percolação e lixiviação da água, promove que esses microrganismos como as bactérias Escherichia coli possam ser levadas até lençóis freáticos e rios causando a contaminação destes recursos. Eventualmente se a água for utilizada para a irrigação de plantas ou para consumo, não sendo previamente tradadas, podem causar a contaminação de trabalhadores provocando consequências graves, como infecções intestinais e urinárias. Além da problemática da poluição do solo, que causam consequências diretas a saúde humana. Outro desafio está na manutenção da qualidade do solo. Muitas atividades humanas estão constantemente causando impactos que promovem a destruição do solo. Dentre elas os desmatamentos e queimadas, que possibilitam a desertificação. Bem como a aplicação de técnicas de agricultura insustentáveis que promovem as escassezes de recursos, impossibilitam a manutenção do cultivo de algumas espécies vegetais. Apesar de não serem consideradas formas de poluição essa degradação do solo promove impactos na qualidade de vida dos trabalhadores. 01 O Brasil é um país rico em diferentes tipos de solo. Por esse motivo a agricultura avança com rapidez, contudo muitas práticas estão promovendo a poluição deste recurso tão valoroso. Qual opção abaixo representa uma prática que polui o solo: a-) Uso de defensivos agrícolas 02 No aspecto da segurança do trabalho, funcionários podem estar expostos a riscos de contaminação presente no solo poluídos. Qual dos exemplos abaixo não é considerado uma forma de contaminação do solo: b-)Desertificação 03 No Brasil por muitos anos os resíduos foram armazenados nos conhecidos lixões a céu aberto. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, lei nº 12.305 de 2010 apresentou como meta a eliminação e recuperação destes lixões. Contudo, após mais de 10 anos da sua publicação, em muitas localidades do país ainda é comum observar esse tipo de armazenamento incorreto. Assinale a opção que revela um dos principais impactos que podem ser ocasionados por esse armazenamento inapropriado dos resíduos sólidos: a-) A contaminações dos lençóis freáticos 04 A erosão pode potencializar os problemas de assoreamento em rios. Esse acúmulo de matreiras, pode proporcionar consideráveis perdas econômicas. Um exemplo de dano causado por esse processo derivado da ação erosiva que traz consequência econômica é: d-)Acúmulo de sedimentos em portos. 05 O despejo inadequado de esgoto sobre o solo pode potencializar o surgimento de doenças. São exemplos de doenças causada em humanos pelo contato com o solo contaminado: e-)Ancilostomose (Amarelão) e Tétano. 06 (ENADE) O solo utilizado na agricultura está sofrendo constantes modificações em suas composições, principalmente em decorrência das alterações causadas pelos humanos. Um dos fatores que promovem a poluição dos solos são a aplicação de fertilizantes, que acrescentam em demasia grandes quantidades de nitratos e fosfatos. Com o efeito das chuvas esses elementos podem ser carregados para os ambientes aquáticos causando a eutrofização. O que proporciona o aumento da quantidade de nutrientes na água e em decorrência um considerável crescimento de algas e plantas aquáticas. Conforme esses organismos morrem, durante o processo de decomposição, uma grande parte do oxigênio é removido do corpo hídrico causando a morte de outros organismos. Em 2018 decorrentes de chuvas e ventos uma considerável parcela destes elementos químicos, provenientes das ações da agricultura chegaram até o Rio Tietê, causando um aumento considerável na população de aguapés. (Figura 1) Figura 1 – Águas do rio Tietê em São Paulo em tom verde divo a quantidade de aguapés Figura 1 – Águas do rio Tietê em São Paulo em tom verde divo a quantidade de aguapés Abaixo são apresentadas soluções que podem ser adotadas para minimizar os impactos causados pelo uso de fertilizantes na agricultura: I – Correto dimensionamento da adubação. II – Controle de erosão e manejo do solo. III – Uso de fertilizantes de liberação retardada. IV – Melhora no processo de escoamento superficial do solo. É correto apenas o que se afirma em c-) I, II e III Poluição hídrica 1 – Introdução Bem-vindo ao nosso estudo sobre Poluição Hídrica ou da água. Este estudo ajudará você a conhecer mais sobre as questões relativas à poluição hídrica. O ciclo hídrico é essencial para os organismos vivos, garante a circulação fechada da água entre a superfície terrestre e a atmosfera, tendo a energia solar como principal impulsionador, associada à gravitação e rotação da Terra. O conceito de ciclo hidrológico, fazer referência ao movimento e à troca contínua de água, nos distintos estados físicos, que se dá na Hidrosfera, entre a água presente na atmosfera, no solo, na flora, e as águas superficiais e subterrâneas. O contínuo fluxo de troca de água está diretamente relacionado ao sol. Ele fornece energia para o transporte da água presente na superfície terrestre para a atmosfera, processo denominado evaporação, e à gravidade, cujo processo faz com que a água condensada precipite, ao atingir a superfície terrestre, escoa até os córregos, rios e oceanos; ou ainda, pode infiltrar ou percolar no solo até atingir as águas subterrâneas. Contudo, uma parte da água que precipita não chega ao solo, fica retida na vegetação e irá evaporar. A água que infiltra no solo poderá evaporar diretamente para a atmosfera e ser absorvida pela vegetação e, posteriormente, devolvida a atmosfera pela transpiração, processo denominado evapotranspiração, que ocorre em áreas onde o ar e a água dividem espaços com as partículas do solo. Além disso, parte da água infiltrada poderá atingir a zona saturada, entrar na circulação subterrânea, recarregar os aquíferos e contribuir com o aumento da água armazenada. 2 – Poluição Hídrica Água, um recurso natural renovável, essencial à vida, em abundância na natureza, entretanto, a parte disponível para consumo humano e uso comum é muito pequena. Assim, a Lei Federal nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, conhecida como Lei das Águas, instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e classificou a água como bem de domínio público, um recurso natural limitado e dotado de valor econômico (art.1º, I e II). Ainda, é oportuno mencionar que esse recurso (água) também é essencial para o desenvolvimento socioeconômico e produção de energia, contudo, enfrentamos um enorme desafio: a poluição desse recurso natural. As ações antrópicas ocasionam contaminação e poluição dos recursos hídricos de forma desordenada, principalmente nas últimas décadas. Sperling (1993, p. 54) destaca que “As contaminações são originárias, principalmente do lançamento de águas residuais domésticas e industriais em rios e lagos. A poluição em um ambiente aquático envolve, processos de ordem física, química e biológica”. Portanto, a água torna-se poluída quando sofre alterações em sua composição e torna-se inutilizada, sem serventia para o consumo humano e demais atividades essenciais. Neste sentido, andamos na contramão das prerrogativas da Declaração Universal dos Direitos da Água, que destaca em seu “Art. 7º. A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada.” Organização dasNações Unidas – ONU (1992). Significa dizer que a água deve ser utilizada com consciência e discernimento, preservando-a de modo a manter a qualidade das águas disponíveis para que todos possam usufruir dela. O percalço está nas ações e atividades humanas, pois a poluição da água está diretamente relacionada às formas de uso e ocupação do solo, a urbanização, a geração de efluentes[1] domésticos e industriais, aos processos produtivos da pecuária e agricultura. A relação das atividades desenvolvidas na área de abrangência de uma bacia hidrográfica estão relacionadas a risco de poluição, pois tudo que é gerado neste espaço acaba escoando para o leito do rio. Entre os poluentes mais comuns dos recursos hídricos estão, principalmente, bactérias, vírus, parasitas, fertilizantes, agrotóxicos, medicamentos, nitratos, fosfatos, plásticos, resíduos fecais e metais pesados. Por vezes, esses elementos podem ser invisível ou inodoros, portanto, não modificam a coloração ou sabor da água. Por isso, é importante realizar o biomonitoramento, uma ferramenta de avaliação da saúde dos ecossistemas de rios, que fornecerá elementos para uma análise integrada da qualidade hídrica. Os dados físicos, químicos e biológicos obtidos no diagnóstico possibilitam conhecer a qualidade das águas das bacias hidrográficas, em geral, usadas para o abastecimento humano e demais usos essenciais. As causas da poluição da água podem ocorrer por fatores naturais, por exemplo, a filtração de mercúrio presente na crosta terrestre, com capacidade de contaminar córregos, rios, lagoas, barragens, lençóis freáticos e oceanos. Já os fatores artificiais ou antrópicos, mais comuns, ocorrem devido às ações humanas no meio ambiente, trazem consequências negativas à saúde humana, ambiental e econômica, por exemplo, perda dos recursos hídricos para o abastecimento humano e demais usos essenciais, perda de habitat de diferentes espécies, algumas em risco de extinção, entre outros. Nesse sentido, Luz (2010, p. 43) destaca que “[...] o homem demanda água de qualidade e produz efluentes poluídos e poluidores que são lançados em corpos de água como rios, mar e lagos, incapazes, muitas vezes, de processar e purificar naturalmente esta carga excedente de poluição”. Esse é um dos percalços, o despejo cotidiano de lixo e esgotos, não tratados, nos leitos dos rios, é responsável por uma fatia significativa da poluição das águas superficiais, além de que o lançamento desses produtos, nos cursos d’água, aumentam a quantidade de nutrientes provenientes de materiais orgânicos e causa a eutrofização, em geral, responsável pela morte de muitos organismos vivos. Os ecossistemas naturais têm capacidade de decompor, até certo limite, a matéria orgânica gerada pelas atividades humana. Porém, quando a entrada de efluentes orgânicos (industriais, domésticos e outros que podem ser líquidos ou gasosos) resultantes da ação artificial ou antrópica, são maiores que a capacidade de decomposição que ecossistema aquático possui, surgem as transformações negativas e as consequências no meio ambiente. A água é o recurso mais importante para a vida na Terra, por isso, é essencial evitar a sua poluição que se constitui em um grave problema socioambiental e econômico, logo, demanda de ações imediatas, das esferas governamentais e de toda população. 3 – Efeitos da poluição hídrica na saúde humana e ambiental Atualmente, a sustentabilidade dos recursos hídricos é um grande desafios à humanidade. O desenvolvimento humano e suas ações, são responsáveis pela maior parcela de degradação dos recursos hídricos, seja pelo aumento da concentração humana ou devido ao crescimento das atividades econômicas. Essa condição constitui-se em um sério problema ambiental e de saúde pública, ocasiona à escassez de água e limita o desenvolvimento econômico. Com o crescimento da população humana e suas tecnologias, os impactos gerados nos recursos hídricos aumentaram e passaram por diversificação, desde a produção e lançamento de esgotos domésticos e industriais, a erosão dos solos pelos processos agrícolas e urbanização, a edificação de obras como usinas hidrelétricas, desassoreamento de rios, drenagem, canalização e produtos químicos tóxicos, além de outros processos que alteram a qualidade da água. Esses processos, originários da ação humana, andam a passos largos, e tem trazido consequências para o próprio homem, como: águas contaminadas e poluídas, escassez e aumento nas doenças e produção de alimentos, além do gravame das doenças à população, comprometendo a saúde e o bem-estar físico. Para Ribeiro (2014) os principais problemas de saúde estão associados a qualidade da água disponível à população, aliados a outros fatores. Nesse sentido, as iniciativas e articulações para integrar as questões ambientais à saúde, são de longa data, “[...] como é o caso de mobilizações da sociedade frente à poluição das águas e à exposição humana decorrente da contaminação química ambiental [...]”. (BRASIL, 2007, p. 19). Há mecanismos de transmissão de doenças relacionados a qualidade da água, dentre eles está “[...] a ingestão, por meio do qual um indivíduo sadio ingere água que contenha componente nocivo à saúde e a presença desse componente no organismo humano provoca o aparecimento de doença.” (BRASIL, 2007, p.24). Além disso, “Um segundo mecanismo refere-se à quantidade insuficiente de água, gerando hábitos higiênicos insatisfatórios e daí doenças relacionadas à inadequada higiene – dos utensílios de cozinha, do corpo, do ambiente domiciliar.” BRASIL, 2007, p. 24). Ainda, “Outro mecanismo compreende a situação da água no ambiente físico, proporcionando condições propícias à vida e à reprodução de vetores ou reservatórios de doenças.” (BRASIL, 2007, p. 24). Os problemas causados, ao homem, por organismos presentes em mananciais hídricos, em sua maioria, são micro-organismos como vírus, bactérias, protozoários e helmintos (vermes intestinais), responsáveis por causar enfermidades a partir da ingestão da água contaminada, condição que pode ser mitigada a partir do tratamento adequado de saneamento. Em relação à falta de água para higiene pessoal, pode ser sanada pelo abastecimento de água potável. Portanto, existe a necessidade de proteger o meio ambiente, especificamente, os recursos hídricos, para tal, é necessário, no mínimo, atender os parâmetros de qualidade da água, conforme os limites estabelecidos pela legislação vigente. Diante do contexto, pode-se constatar que o homem pode ser acometimento de doenças provenientes da falta de qualidade e quantidade de água disponível. Além de que é na água poluída que estão os maiores riscos à saúde humana, afinal, não é possível ter qualidade de vida sem consumir água de boa qualidade. Muitas doenças que afetam a população tem origem ou são transmitidas pela água de qualidade insatisfatória, principalmente em áreas, locais ou regiões onde a infraestrutura é precária, por exemplo, em países em desenvolvimento. De modo geral, os efeitos da poluição dos recursos hídricos causam danos à saúde humana e ambiental, desde o empobrecimento dos ecossistemas aquáticos à contaminação da cadeia alimentar, além de doenças e mortalidade dos seres vivos, em geral. Ainda, aliada aos riscos da poluição hídrica tem-se a falta de conhecimento e informação, que também tem relação com a persistência de doenças infecciosas. Verifica-se, no contexto, que são necessárias ações que possibilitem melhorias na qualidade da água e nas condições de saúde à população, para tal, é importante que os órgãos governamentais criem estratégias e, em conjunto com a sociedade, as coloque em prática, efetivando melhores resultados. 4 – Proteção dos recursos hídricos O tema é proteção dos recursos hídricos é relevantee está intimamente relacionado com a preservação e manutenção da vida na Terra. É fato, os organismos vivos dependem da água, com relação direta com a saúde e esta faz conexão com a qualidade do recurso hídrico. Diante da relevante importância da água, bem natural de uso comum, contudo não entendido mais como infinito e em abundância, entende-se o destaque dado à proteção do meio ambiente no texto constitucional, Art. 225, no caput consta: “Todos têm direito ao ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” (BRASIL, 1988). Cerca de uma década após, em 1997, foi criada a lei no 9.433 que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) possibilitando a criação de instrumentos legais para efetivar a proteção, estabelecendo a efetiva atuação do Poder Público. Assim, fica explicito que, no Brasil, existem águas de propriedade particular, e bem de domínio público (lei no 9.433/1997). A legislação evidencia que a água é pública e, principalmente a água doce, por ser escassa, em consequência ao uso e poluição irracional ao nível global, possibilita realizar uma tutela mais rígida em relação à preservação e proteção desse recurso, em âmbito nacional, sendo essencial conservar desse recurso natural e finito com qualidade para os usos comuns das gerações atuais e futuras, visando a manutenção da vida em todas as suas formas. É fundamental a proteção dos recursos hídricos em todos os setores da sociedade, os seres humanos e animais dependem da água para as necessidades vitais, como dessedentação, higienização, saúde e qualidade de vida. A indústria, agricultura e pecuária necessitam da água para a produção da matéria-prima e produtos, sem a disponibilidade desse recurso haverá consequências como: aumento dos preços dos produtos e desemprego. Tanto a sociedade, quanto a economia e a natureza são afetadas negativamente, caso haja escassez ou falta de água. Em suma, existe a necessidade de aplicar rigorosamente todos os instrumentos legais de proteção dos recursos hídricos, bem como sensibilizar e conscientizar a população acerca da importância dos recursos hídricos e sua preservação, essencial para garantir a manutenção dos cursos d’água e dos ecossistemas, para podermos, no futuro, ter qualidade de vida. [1] Efluentes são os resíduos líquidos e gasosos resultantes das atividades humanas. 01 Assinale a alternativa correta. O ciclo hidrológico é o fenômeno global de circulação fechada de água entre a superfície terrestre e a atmosfera, impulsionada principalmente por qual tipo de energia? b-)energia solar 02 Assinale a alternativa correta. O contínuo fluxo de troca de água está diretamente relacionado ao sol. Ele fornece energia para o transporte da água presente na superfície terrestre para a atmosfera, processo denominado evaporação, e à gravidade, cujo processo faz com que a água condensada precipite, ao atingir a superfície terrestre, escoa até os córregos, rios e oceanos; ou ainda, pode infiltrar ou percolar no solo até atingir quais águas? d-)Águas subterrâneas 03 O Brasil criou uma lei específica que trata da Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), em 1997, a qual instituiu a possibilitando a criação de instrumentos legais para efetivar a proteção, estabelecendo a efetiva atuação do Poder Público. Assinale a alternativa correta sobre o número da lei da PNRH, denominada Lei da Águas. a-)Lei no 9.433 04 Assinale a alternativa correta. A poluição hídrica é um sério problema ambiental, enfrentado por muitas cidades no mundo atual. Quando os recursos hídricos se tornam impróprios para o consumo humano e prejudiciais ao organismo dos seres vivos, eles são devastadores e causam: c-)malefícios ao meio ambiente e à saúde humana 05 Assinale a alternativa correta. Atualmente, a sustentabilidade dos recursos hídricos é um grande desafios à humanidade. O desenvolvimento humano e suas ações, são responsáveis pela maior parcela de degradação dos recursos hídricos, seja pelo aumento da concentração humana ou devido ao crescimento das atividades econômicas. Essa condição constitui-se em um sério problema ambiental e de saúde pública, limita o desenvolvimento econômico e ocasiona o que? a-)escassez de água 06 Assinale a alternativa correta. Nós, humanos, precisamos de água com qualidade pra suprir as necessidades do organismo, em contrapartida produzimos efluentes poluídos e poluidores que lançamos no meio ambiente, principalmente em corpos de água como rios, mar e lagos, incapazes, muitas vezes, de processar e purificar naturalmente esta carga excedente de poluição. O despejo cotidiano de lixo e esgotos, não tratados, nos leitos dos rios, é responsável por uma fatia significativa da poluição das águas superficiais, além de que o lançamentos desses produtos nos cursos d´água aumentam a quantidade de nutrientes provenientes do materiais orgânicos, em geral, responsável pela morte de muitos organismos vivos. Como é denominado esse processo? c-) eutrofização Biossegurança No ambiente de trabalho existem diversos riscos pelos quais os seres humanos podem estar expostos. Muitas vezes, esses eventos não são observados, pois alguns trabalhadores não possuem a percepção de que esses riscos podem causar situações que provocam danos diretos às suas vidas (Figura 1). Figura 1 – Funcionário desenvolvendo atividade com elevado risco Uma área que trabalha com esses potenciais riscos e apresenta estratégias para preveni-los ou minimizá-los é a área da biossegurança. De acordo com o Ministério da Saúde (2010), a biossegurança compreende um conjunto de ações destinadas à prevenção, controle, mitigação de riscos e a atividades que possam interferir ou comprometer a qualidade de vida e a saúde humana. Segundo a norma Técnica de Biossegurança para Laboratórios de Saúde Pública (Portaria Nº 3.204, de 20 de outubro de 2010) biossegurança é definida como: [...] condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar os fatores de risco inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e vegetal, o meio ambiente e a qualidade do trabalho realizado (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). Em outras palavras, é possível enfatizar que a biossegurança possibilita utilizar estratégias para prevenir eventuais riscos que trazem consequência negativas aos seres humanos. Vale destacar, que indiferente do ambiente em que estiver trabalhando, o profissional estará exposto a fatores, que podem ocasionar danos. Assim, temos a definição dos riscos ocupacionais, que são todos os riscos pelos quais os profissionais estão expostos em seu ambiente de trabalho. Existem cinco grupos de riscos ocupacionais. Dentre eles temos os riscos físicos, biológicos, de acidentes, químicos e ergonômicos. No ambiente de trabalho é muito importante realizar o mapeamento desses riscos. Uma estratégia para isso é a elaboração de mapas de risco, conforme estabelecido na NR 05, por meio da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, popularmente conhecida como CIPA. Esse mapa, expresso de forma gráfica, possibilita apresentar aos trabalhadores,de forma simples, os principais riscos e o seu grau, aos quais eles estão expostos. Quando não é possível realizar a neutralização desses riscos no ambiente de trabalho, é relevante que sejam utilizados equipamentos de proteção. Dentre eles temos duas categorias, uma descrita como EPCs, os Equipamentos de Proteção Coletiva e outra descrita como EPIs, os populares Equipamentos de Proteção Individual. Vale destacar, que o uso do EPI é indispensável nos ambientes emque o risco não pode ser neutralizado. O empregador deve estar ciente e comunicar sobre o uso desses equipamentos aos seus funcionários. Somente com o uso adequado desses recursos será possível evitar inúmeros problemas que podem ocasionar danos ou até mesmo a perda de vidas humanas. Um exemplo prático das observações destes riscos, são as atividades realizadas na agricultura. Nesta área, os funcionários estão expostos a inúmeros fatores, dentre eles podemos citar, riscos mecânicos, químicos e biológicos. Portanto, o uso adequado desses equipamentos de proteção pode proporcionar maior segurança para o desenvolvimento destas atividades. Além do uso dos equipamentos, para promover melhores condições de trabalho aos funcionários, algumas normas podem ser utilizadas, entre elas temos a NR 31, que apresenta a segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária silvicultura, exploração florestal e aquicultura. O Brasil é um país que apresenta grande expansão do setor agropecuário. Nesse ramo temos a agricultura. Uma das atividades que mais poluem o solo. Todavia, apesar de saber deste fato, um dos principais problemas está na segurança da qualidade de vida dos funcionários ao realizarem a aplicação de agrotóxicos. Portanto o empregador deve fornecer capacitações que possibilitem ao empregado noções de percepção dos potenciais riscos ao manipular esses elementos. Cabe enfatizar que no Brasil existe a Lei n° 7.802 de julho de 1989 que dispõem dentre outras informações, sobre a embalagem e rotulagem de agrotóxicos. Apresentando as principais informações que devem estar presentes nas embalagens para evitar potenciais riscos à saúde humana, e de demais seres vivos. Todavia informações relacionadas especialmente aos impactos provocados dentro das cadeias alimentares, ou seja, nas interações ecossistêmicas, não são obrigatórias de estarem apresentadas nas embalagens. E descrito na lei a impotência de mencionar os efeitos prejudiciais sobre a saúde do homem, dos animais e sobre o meio ambiente. Contudo é relevante salientar que as substâncias constituintes dos agrotóxicos ao serem absorvidas por organismos vivos, podem ser transferidas por meio das interações entre as espécies, impactando toda uma cadeia de seres dependentes deste fluxo de energia. 01 Qual a finalidade dos EPCs? a-) Eliminar ou neutralizar os riscos no ambiente de trabalho 02 De acordo com a NR 05 a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) tem a atribuição de elaborar os mapas de risco. Com base nisso, em um laboratório de análises clínicas, qual seriam os principais riscos que a CIPA identificaria aos quais os funcionários estariam expostos? Nesse ramo de trabalha-se é comum a presença principalmente de fluidos corporais, equipamentos cortantes e produtos químicos. Cite a opção correta que apresenta respectivamente a classificação destes principais riscos: c-) Riscos biológico, de acidente e químico 03 Selecione a opção que apresenta respectivamente um risco químico, biológico, ergonômico, físico e de acidente: d- )Névoas, fungos, imposição de ritmos excessivos, umidade e animais peçonhentos 04 A Lei n° 7.802 de julho de 1989 apresenta em seu artigo 7 as informações necessárias para que os agrotóxicos sejam vendidos ou expostos à venda em todo o território nacional. Sendo obrigado nestes produtos exibir rótulos próprios e bulas, contendo, exceto a opção: e-) indicações sobre os possíveis impactos causados dentro das cadeias alimentares 05 A lavagem correta das mãos é uma técnica importante para diminuir os riscos de contágios por diferentes agentes infecciosos. Em qual momento a assepsia completa da mão por meio da água e sabão não é obrigatória, sendo indicada ser substituída por outra técnica de assepsia: e-) Após realizar contato com objetos inanimados e superfícies localizadas próximas ao paciente 06 (ENADE) Conforme evidenciado na NR 31 referente às atividades na agropecuária, o empregador deve proporcionar aos seus funcionários, para a realização de atividade em campo e consequentemente diminuindo os riscos aos quais eles estão expostos: I - Ferramentas adequadas, sem ônus para o empregado. II - Capacitações para a aplicação e manipulação dos agrotóxicos. III - Capacitações sobre o uso de equipamentos, apresentando os valores para a obtenção desses recursos. IV – Ferramentas seguras e eficientes aplicáveis nas atividades realizadas. É correto apenas o que se afirma em e-)I, II e IV Saneamento Básico 1 – Introdução Bem-vindo ao nosso estudo sobre Saneamento Básico. Este estudo ajudará você a conhecer mais sobre as questões relativas ao Saneamento Básico. O desenvolvimento do saneamento remontam às mais antigas culturas, é assunto de interesse da sociedade, visto que impacta diretamente na vida dos cidadãos. Essas ações têm como objetivo alcançar a salubridade e, em decorrência, saúde da população. As atividades relativas aos serviços de saneamento são essenciais e com características de universalidade. Saneamento básico é definido pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) como “conjunto de serviços, infraestrutura e instalações operacionais de: abastecimento de água potável [...]; esgotamento sanitário [...]; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos [...]; drenagem e manejo de águas pluviais urbanas [...]” (BRASIL, 2019, p. 24). O intuito, conforme o conjunto de serviços, é preservar ou transformar as condições do meio ambiente com a intenção de prevenir enfermidades e promover a saúde, proporcionar melhorias na qualidade de vida da população, e à produtividade do indivíduo, bem como facilitar a atividade econômica. A importância do saneamento básico nos remete aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), adotados pelo Brasil e pelos países-membro da Organização das Nações Unidas (ONU). Os ODS cotem 17 objetivos e 169 metas a serem alcançados até o ano de 2030, com especificidade, o ODS 6 visa, “Garantir a disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos.” (BRASIL, 2021), esse objetivo está diretamente relacionado ao tema saneamento básico, contudo, outros também tem aderência ao tema. O ODS 6, tem como proposito assegurar que todos tenham acesso à água potável e saneamento, independente da condição social, econômica e cultural, conforme destacam a meta 1 – “Até 2030, alcançar o acesso universal e equitativo a água potável e segura para todos”, e meta 6.2 – “Até 2030, alcançar o acesso a saneamento e higiene adequados e equitativos para todos, e acabar com a defecação a céu aberto, com especial atenção para as necessidades das mulheres e meninas e daqueles em situação de vulnerabilidade”. (BRASIL, 2021). O ODS 6, reforça um direito já assegurado a população brasileira na Constituição Federal (1988), e reafirmado no Novo Marco Legal do Saneamento Básico, lei no 14.026, de 15 de julho de 2020 que regulamenta o serviço de saneamento básico no Brasil, que alterou e revogou a lei nº 11.445/2007, entre outras. De acordo com o Novo Marco Legal do Saneamento Básico (lei no 14.026/ 2020), Art. 3º: “I - saneamento básico: conjunto de serviços públicos, infraestruturas e instalações operacionais de: a) abastecimento de água potável [...]; b) esgotamento sanitário [...]; c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos [...]; d) drenagem e manejo pluvial das águas urbanas [...];” (BRASIL, 2020). Portanto, o setor de saneamento básico é responsável pelos serviços de abastecimento de água potável, coleta e tratamento de esgotos, bem como a efetivar a limpeza e manejo de resíduos sólidos (lixo), com vistas a atender toda a população brasileira, como explicitado nas metas do Novo Marco Legal do Saneamento Básico. A lei no 14.026/2020, define em seu Art. 11B, a universalização do fornecimento de água potável para99% da população e atender 90% da população com coleta e tratamento de esgoto, além de garantir a intermitência do abastecimento, até o final de 2033 (BRASIL, 2020). As atividades de saneamento básico são essenciais e no Brasil ainda há muito o que avançar para atingir as metas propostas pelo Novo Marco Legal. A falta de saneamento básico causa diferentes impactos à saúde humana e ao ambiente natural, seus serviços são essenciais para o desenvolvimento global e local, o que possibilita melhorar a qualidade de vida das pessoas. Sua universalização e aperfeiçoamento tem potencial para contribuir com a área da saúde, por exemplo, na redução de doenças, mortalidade de vulneráveis, principalmente crianças e idosos; educação, empregabilidade e o turismo. Ainda, será benéfico para o meio natural, pois, serão mitigados os prejuízos à fauna e à flora. Portanto, os impactos e as agressões, tanto ao homem, quanto ao meio ambiente, serão reduzidos, além das possibilidades de ampliar os benefícios que contribuem na melhoria da qualidade de vida. No nosso cotidiano, por vezes, não nos damos conta da relevância do saneamento básico, tampouco de sua presença em nossa vida. Porém, é por meio dele que ocorrem os serviços de tratamento e distribuição da água que recebemos em nossa residência, a qual passa por processo de tratamento físico e químico, tornando-a segura para o uso e consumo. Ele (saneamento básico) é responsável pela coleta, tratamento e distribuição da água, assim como a coleta e tratamento de esgotos gerados nas indústrias, residências e outros imóveis, mantendo-os distantes da população e tratando-os para evitar que polua os recursos hídricos e prejudique o ecossistema aquático e terrestre. Ainda, é responsável pelo manejo da água pluvial (chuva) que é drenada e transportada até os mananciais hídricos, por meio das galerias, o que evita alagamentos; e também pela coleta de resíduos sólidos em todos os imóveis, com o objetivo de manter o ambiente limpo, os quais podem ser destinados para a reciclagem, aterro sanitário ou usados na produção de energia elétrica. No Brasil, as atividades deste setor remontam à década de 1970, quando o serviço era prestado por órgãos públicos. No ano de 1971, o governo federal criou o Plano Nacional de Saneamento (PLANASA). Mais de três décadas depois, em 2007, foi aprovada a lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico n° 11.445/2007, que regulamentou e estabeleceu diretrizes para o saneamento básico brasileiro, com o estabelecimento de metas e ações para atingir a universalização do saneamento até 2033. Atualmente, os próprios municípios são responsáveis por elaborar seu Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), apresentando as políticas públicas, planos e metas a serem aplicadas no serviço setor. Eles são fiscalizados pelas Agências Reguladores e pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), a partir de dados disponibilizados pelos prestadores de serviço. O desenvolvimento do saneamento básico, no Brasil, atualmente enfrenta diversos fatores limitantes, entre os problemas está, principalmente, a relação entre a carência de saneamento básico e a saúde, que tem como consequência o crescimento de doenças relacionadas à falta de água potável e deficiência nos serviços de esgoto. Por ser um serviço que depende da administração pública, sofre com a carência de investimento financeiro, logo, apresenta crescimento lento, o que impacta na universalização dos serviços até 2033, conforme objetivo estabelecido pelo PLANSAB. Por isso, deve haver investimentos públicos e privados no setor, para poder desenvolver-se e beneficiar todos os brasileiros. 2 – Higiene e segurança do trabalho no saneamento Higiene e segurança do trabalho visam oferecer um ambiente de trabalho seguro e, assim, garantir a saúde dos indivíduos trabalhadores. Nesse sentido, a saúde do trabalhador é norteada pelos princípios do Direito Ambiental e, principalmente, pelo princípio da prevenção expressa no art. 225 da Constituição Federal do Brasil (1988), e regulamentada na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), capítulo V, seção I, que trata da Segurança e da Medicina do Trabalho (BRASIL, 2017). Para suprir as demandas relativas a esta temática, foram criadas as Normas Regulamentadoras - NR, atualmente existem 37 NR’s aprovadas pelo Ministério do Trabalho, bem como a Política Nacional de Saúde e Segurança do Trabalho (PNSST), aprovada pela comissão tripartite de saúde e segurança, com foco nas ações de promoção, proteção e prevenção acerca de acidentes e doenças do trabalho (BRASIL, 2011). Todas as NR’s focam na saúde e segurança do trabalho, obrigatoriamente, devem ser observadas e seguidas, tanto por empresas privadas e públicas, órgãos públicos da administração direta e indireta, e órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que tiverem empregados regidos pela CLT. É obrigação do empregador cumprir as disposições legais e regulamentares referente a segurança e medicina do trabalho, do contrário, está sujeito a aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente. Ao empregado também compete o cumprimento de suas obrigações relativas à segurança do trabalho, sob pena de falta grave, exceto com recusa justificada. Para intender melhor, higiene e segurança do trabalho possuem o mesmo objetivo, por isso, são tratadas como sinônimos, mas têm diferentes definições e funções. O termo higiene remete as condições ou hábitos de limpeza que conduz ao bem-estar e à saúde; na área médica visa à preservação da saúde, ao estabelecimento de normas para prevenir doenças. (DICIO, s/d). A higiene ocupacional ou do trabalho está relacionada aos estudos dos ambientes de trabalho e doenças ocasionadas por ele. Ela é definida como “[...] a ciência e arte que se dedica ao reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais (químicos, físicos, biológicos, ergonômicos) presentes nos locais de trabalho.” (PEIXOTO, 2012, p. 16). Vale destacar que, no ambiente de trabalho, também estão presentes os riscos ergonômicos e mecânicos ou de acidentes, os quais tem relação com as atividades, instalações e equipamentos ou máquinas. A higiene e segurança do trabalho referem-se a prevenção dos riscos, e objetivam agir nos ambientes de trabalho para identificar agentes nocivos, quantificar a magnitude e propor as necessárias medidas de controle, assegurando condições seguras para a realização do trabalho e considerando impactos às comunidades e meio ambiente (PEIXOTO, 2012). Problemas com higiene ou falta de saneamento básico podem ocasionar, como mencionado anteriormente, muitas doenças, inclusive fatais. A avaliação e controle de riscos ocupacionais não se restringe ao ambiente de trabalho, relaciona-se com toda a sociedade. Os resultados das ações de prevenção aos riscos ocupacionais refletem no meio ambiente. No caso do saneamento, um promotor de saúde, suas intervenções no ambiente são multidimensionais (física, social, econômica, cultural) e intersetoriais. Diversas são as NR’s que podem ser aplicadas, mas a ênfase está nas normas que seguem. A NR 7 - Programa de Controle de Saúde Ocupacional (PCMSO) que objetiva monitorar cada trabalhador exposto a agentes físicos, químicos e biológicos, os quais são definidos pela NR – 9 – Programa de Prevenção a Riscos Ambientais (PPRA), com vistas a preservar e promover saúde ao conjunto de colaboradores. A NR -9, torna obrigatória, aos empregadores, a elaboração e implementação do PPRA, com a finalidade de preservar a saúde e integridade dos colaboradores frente aos riscos ambientais, existentes ou futuros, no ambiente de trabalho, além de considerar a proteção dos recursos naturais e do meio ambiente, em sua totalidade. Além disso, essas ações visam garantir a higiene e segurança dos colaboradores,mas que refletem na sociedade, pois os riscos inerentes a atividade podem extrapolar para o meio, afetando a sociedade e o recursos naturais. Se a aplicação das normas de higiene ocupacional forem seguidas com rigor, poderá contribuir significativamente na proteção humana e ambiental, preservando a saúde dos colaboradores e dos recursos naturais, promovendo o desenvolvimento socioeconômico e sustentável. O profissional de segurança do trabalho deve estar legalmente instrumentado e pautar suas ações nas normas regulamentadoras para apresentar bom desempenho profissional. 01 Assinale a alternativa correta. O Brasil e os países-membro da Organização das Nações Unidas (ONU), adotaram os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Ao todo são 17 objetivos e 169 metas a serem alcançados até o ano de 2030. Qual dos 17 objetivos da ODS trata especificamente do saneamento básico e da água potável? c-) ODS 6 02 De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2017, o Brasil ocupou o 117º lugar quanto ao percentual da população com acesso a saneamento básico. O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento no Brasil (SNIS, 2019) indicou que a população brasileira é superior a 210 milhões de habitantes e apresentou dados referente a coleta e tratamento de esgoto. Assinale a alternativa correta sobre qual o índice (%) de tratamento de tratado no Brasil? c-) 49,1% foi tratado 03 A higiene ocupacional é ciência e arte que se dedica ao reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais presentes no ambiente de trabalho. Assinale a alternativa que representa os cinco principais riscos ambientais. e-)químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos. 04 Assinale a alternativa correta. O Brasil está entre as 10 maiores economias do mundo, conforme estatísticas do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento no Brasil, (SNIS, 2019), a população brasileira é superior a 210 milhões de habitantes. Deste montante, 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada e oito milhões não têm acesso ao manejo de resíduos sólidos. Quantos milhões de cidadãos brasileiros não possuem serviço de saneamento, que também é essencial? a-)100 milhões de habitantes 05 O setor de saneamento básico é responsável pelos serviços de abastecimento de água potável, coleta e tratamento de esgotos, bem como a realização de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos (lixo), com vistas a atender toda a população brasileira, como explicitado nas metas do Novo Marco Legal do Saneamento Básico. A lei no 14.026/2020, define em seu Art. 11B, a universalização do fornecimento de água potável para 99% da população e atender 90% da população com coleta e tratamento de esgoto, além de garantir a intermitência do abastecimento. Qual é o prazo (qual ano) para o cumprimento da meta de universalização, equidade e intermitência? d-)2033 06 Assinale a alternativa correta. O lixo (resíduos sólidos) das casas e das atividades de limpeza urbana é coletado e transportado até locais próprios para reutilização (reciclagem) ou destinação final ambientalmente correta (aterros sanitários). Conforme dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento no Brasil (SNIS, 2019), qual a quantidade de lixo (em quilogramas) que cada cidadão produz por dia no Brasil? b-)0,99 kg/hab./dia disciplina: Tópicos em engenharia de segurança do trabalho Conceituação em Segurança do Trabalho Contextualização Com o advento da Revolução Industrial, todo tipo de acidente grave, mutilante e fatal, incluindo intoxicações agudas e outros danos à saúde atingiram os trabalhadores em maior número, independentemente do sexo ou idade. As máquinas não possuíam nenhum tipo de proteção, eram movidas a engrenagens e correias expostas, e emitiam ruídos altíssimos. Não havia limite para as horas trabalhadas e a iluminação era precária. Os ambientes eram fechados e possuíam pouca ventilação. Em 1802 foi aprovada, na Inglaterra, a primeira lei de proteção aos trabalhadores, a Lei de Saúde e Moral dos Trabalhadores. Nela foram estabelecidos: a carga horária diária máxima de 12h, a proibição do trabalho noturno, a obrigação de que as paredes das unidades fabris fossem lavadas ao menos duas vezes por ano, e que passasse a haver ventilação nas mesmas. Desde então surgiram novas Leis para proteção da saúde e integridade física do trabalhador, mas muito ainda precisa ser feito. Em 2017, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) registrou a ocorrência de 2,78 milhões de acidentes de trabalho fatais e 374 milhões de casos de ferimentos e doenças não fatais que se somam a cada ano. No Brasil ocorrem anualmente 700 mil acidentes de trabalho (ABNT, 2020). Esses números evidenciam a relevância da Segurança do Trabalho no contexto organizacional e o quanto ainda precisa ser feito para a proteção do ser humano. O que é Segurança do Trabalho? Aprofundando um pouco mais nosso conhecimento, vamos começar a entender o que é e para o quê serve a Segurança do Trabalho. É a ciência que estuda as possíveis causas de acidentes, doenças ocupacionais e outras formas de agravos à saúde do trabalhador, que ocorrem ao longo da consecução da atividade laboral, e tem como objetivo principal, consequentemente, a prevenção destas, a fim de que ambos, contratado e contratante, desfrutem de um ambiente de trabalho saudável e seguro. Sendo assim, cabe à Segurança do Trabalho identificar os riscos, avaliar os possíveis efeitos dos riscos identificados e propor medidas técnicas que minimizem a ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais nos ambientes de trabalho, tendo em mente que um acidente de trabalho deve ser pensado de forma holística, pois não tem origem única e exclusiva. Isso significa que o acidente ocorre devido à interação simultânea de diversos fatores, na qual um desencadeia o outro e assim sucessivamente, até que o acidente ocorra. Logo, pode-se afirmar que todo acidente de trabalho é fruto de várias causas, levando a Segurança do Trabalho a focar em duas abordagens complementares: a reducionista e a sistêmica. Enquanto a abordagem reducionista considera em detalhes fatores de ordem física, biológica, psicológica, social e cultural, a abordagem sistêmica explora a interação desses fatores no processo que ocasionou o acidente. A Segurança do Trabalho, portanto, desenvolve estratégias de conscientização, para que os trabalhadores adotem atitudes conscientes de segurança ao desempenhar suas tarefas, e busca implementar os preceitos e valores da segurança na produção e controle dos custos organizacionais, de forma integrada à qualidade e ao ambiente de trabalho. A redução dos níveis de risco e a maior proteção dos trabalhadores contribui para o aumento da produtividade e permite que as organizações sejam mais competitivas. O que é a Engenharia de Segurança do Trabalho? O Prevencionismo é o estudo dos ambientes de trabalho e comportamentos dos trabalhadores em suas atividades. Seu objetivo não é prevenir que um acidente ocorra através da criação de mecanismos e procedimentos com base nas causas que levaram à ocorrência de um acidente anterior, e sim eliminar qualquer possibilidade de acidente ou incidente de trabalho, impedindo que os mesmos ocorram. Há, atualmente, algumas abordagens de Segurança do Trabalho que, apesar de compartilharem os objetivos de controle e prevenção dos danos no ambiente, se diferenciam em alguns de seus fundamentos mais básicos. Enquanto o Controle de Danos e o Controle Total de Perdas priorizam a ação administrativa de prevenção e controle dos riscos ocupacionais, ou seja, daqueles associados à atividade laboral, a Engenharia de Segurança de Sistemas foca em soluções mais técnicas, através do reconhecimento, avaliação e controle, com a adoçãode ferramentas dos diversos ramos da engenharia e proposta de técnicas e ações inovadoras para a preservação dos recursos humanos e dos sistemas produtivos. Na América Latina, a Engenharia de Segurança de Sistemas foi introduzida com a denominação de Engenharia de Prevenção de Perdas. Essa abordagem mais técnica da Engenharia de Segurança do Trabalho surgiu em 1972, com Willie Hammer, em seus estudos voltados para a força aérea e os programas espaciais dos Estados Unidos da América, o que justifica a forte influência da engenharia aeroespacial nas técnicas utilizadas na Engenharia de Segurança do Trabalho. Essa nova abordagem permitiu uma melhor compreensão dos erros humanos, evidenciando que muitos deles ocorreram devido à deficiência de projetos ou materiais, e não a ação do trabalhador. Os mecanismos tradicionais de segurança do trabalho são relevantes na medida em que a coleta de dados durante a investigação dos acidentes de trabalho contribui significativamente para o reconhecimento e identificação das causas destes. O tratamento estatístico dos dados coletados constitui um instrumento importante para a criação e programação da prevenção de acidentes. A Engenharia de Segurança do Trabalho, portanto, consiste no uso de ferramentas da engenharia para garantir a segurança e bem estar do trabalhador. O quê é acidente de trabalho? Segundo a Lei Nº 8.213, de 24/07/1991 (Capítulo II – Das prestações em geral, Seção I – Das espécies de prestações, Artigo 19), acidente de trabalho “é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perpetuação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”. O conceito de trabalho decente foi formalizado pela OIT em 1999 com o intuito de “promover oportunidades para que homens e mulheres tenham um trabalho produtivo e de qualidade, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade humanas, sendo considerado condição fundamental para a superação da pobreza, a redução das desigualdades sociais, a garantia da governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável” (BARSANO & BARBOSA, 2018). Nesse conceito há uma convergência dos objetivos estratégicos da OIT: liberdade sindical e efetivo direito de negociação coletiva; eliminação do trabalho forçado, do trabalho infantil e de todo tipo de discriminação no que tange ao emprego e ocupação; fortalecimento do trabalho produtivo e de qualidade; extensão da proteção social; e promoção do diálogo social. As convenções da OIT são relevantes para a Segurança e Saúde no Trabalho (SST) na medida em que servem de base para criação, modificação ou até exclusão de uma Norma Regulamentadora, como a Convenção Nº 182 da OIT sobre a Proibição das Piores Formas de Trabalho Infantil e Ação Imediata para sua Eliminação (1999), por exemplo. 01 Como vimos acima, com o advento da revolução industrial, todo tipo de acidente grave, mutilante e fatal, incluindo intoxicações agudas e outros danos à saúde atingiram os trabalhadores em maior número, independentemente do sexo ou idade. As máquinas não possuíam nenhum tipo de proteção, eram movidas a engrenagens e correias expostas, e emitiam ruídos altíssimos. Não havia limite para as horas trabalhadas e a iluminação era precária. Com base nesse texto, é correto afirmar que: b-)É importante estudar as possíveis causas de acidentes, doenças ocupacionais e outras formas de agravos à saúde do trabalhador, que ocorrem ao longo da consecução da atividade laboral, a fim de preveni-los 02 Por definição, a Segurança do Trabalho é a ciência que estuda as possíveis causas de acidentes, doenças ocupacionais e outras formas de agravos à saúde do trabalhador, que ocorrem ao longo da consecução da atividade laboral, e tem como objetivo principal, consequentemente, a prevenção destas, a fim de que ambos, contratado e contratante, desfrutem de um ambiente de trabalho saudável e seguro. A Empresa Veloz S.A. fornece o serviço de transporte marítimo para passageiros. Caso ocorra um acidente no momento do embarque de um passageiro no barco, como a quebra do tornozelo da Joana, que se desequilibrou por estar com salto alto: e-)O acidente não é de responsabilidade da Veloz, caso a mesma comprove ter adotado todas as medidas preventivas para impedir que o mesmo ocorra, mas deve ser registrado no Sistema de Gestão da Veloz como incidente, porque a Joana não é funcionária da Veloz 03 Com relação ao acidente de trabalho, está correto afirmar que: b-)É fruto de várias causas 04 Dentre as medidas abaixo selecione aquela que NÃO contribui para que a Engenharia de Segurança do Trabalho seja, de fato, efetiva: a-)Identificar a origem de todos os acidentes, que pode ser de ordem física, biológica, psicológica, social ou cultural e resolver o problema encontrado para que não haja mais acidentes do mesmo tipo. Normatização e Legislação 1.Principais Entidades Relacionadas à Segurança do Trabalho no Brasil 1.1. A OIT A criação da OIT – Organização Internacional do Trabalho, em 1919, ocorreu com o intuito de uniformizar, com base na justiça social, o tratamento dado às questões trabalhistas em um mundo globalizado. No momento de sua criação, a OIT já reconhecia que a miséria e as privações impostas pelas condições de trabalho existentes a um grande número de trabalhadores gera um descontentamento que coloca em risco a paz e a harmonia universal. Nas convenções da OIT são acordados Tratados Internacionais, de caráter normativo, os quais podem ser adotados por seus Estados-Membros que tenham interesse em fazê-lo. Uma vez que decida ratificar determinado Tratado, o Estado tem o prazo de 18 meses para submetê-lo à aprovação da autoridade competente, que, no caso do Brasil, é o Congresso Nacional. Uma vez aprovado, cabe ao Presidente da República homologá-lo para que seja incorporado automaticamente à legislação nacional e passe a ser cumprido. No Brasil, as principais entidades relacionadas à Segurança do Trabalho são: a Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), o Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho (DSST) da SIT, às Superintendências Regionais de Trabalho e Emprego (SRTEs), a Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO), o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). 1.2. A SIT A SIT é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Economia, que tem por objetivo “assegurar a todos os brasileiros o efetivo acesso ao direito social ao trabalho” (SIT, 2020). Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil (1988), cabe à União “competência exclusiva para organizar, manter e executar a Inspeção do Trabalho” (SIT, 2020). 1.3. O DSST O DSST é um departamento do SIT responsável pela gestão de todas as atividades relacionadas à Segurança e Saúde no Trabalho” (SIT, 2020). Assim sendo, cabe ao mesmo : “planejar, supervisionar, orientar, coordenar e controlar a execução das atividades de inspeção do trabalho na área de segurança e saúde, através da fiscalização dos ambientes e das condições de trabalho” (SIT, 2020). O órgão subsidia ainda “a formulação e a proposição das diretrizes e das normas de atuação da área de segurança e saúde no trabalho e das diretrizes para o aperfeiçoamento técnico-profissional e a gerência do pessoal da inspeção do trabalho na área de segurança e saúde no trabalho” (SIT, 2020). Ele coordena “ações integradas de cooperação técnico-científica com organismos internacionais e o desenvolvimento de programas” (SIT, 2020), além de ser o responsávelpor “planejar e coordenar a execução do Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT e da Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho – CANPAT” (SIT, 2020). 1.4. As SRTEs As SRTEs, antigas Delegacias Regionais do Trabalho (DRTs) vinculadas ao extinto Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, atualmente estão vinculadas à Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia. Segundo o Decreto Nº 41.478 (1957), elas são responsáveis por “orientar, executar e fiscalizar, na esfera de sua jurisdição própria, o exato cumprimento das leis de proteção do trabalho, bem assim como outros encargos de órgãos do aludido Ministério, que lhes sejam legalmente conferidos”. Ainda segundo esse mesmo Decreto, as SRTEs são responsáveis por: “promover e presidir a inquéritos sociais acerca das condições do trabalhador, colhendo sugestões de entidades sindicais e encaminhando as propostas de solução ao Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio; e adotar providências para a coordenação dos interesses econômicos e profissionais, o amparo dos trabalhadores e a harmonia social”. 1.5. A FUNDACENTRO A FUNDACENTRO tem por objetivo “produzir e difundir conhecimento sobre Segurança e Saúde no Trabalho e Meio Ambiente, para fomentar, entre os parceiros sociais, a incorporação do tema na elaboração e gestão de políticas que visem o desenvolvimento sustentável com crescimento econômico, promoção da equidade social e proteção do meio ambiente laboral” (FUNDACENTRO, 2020). 1.6. O INMETRO O INMETRO também é uma autarquia federal atualmente vinculada à Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, do Ministério da Economia. O órgão “atua como Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro), colegiado interministerial, que é o órgão normativo do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro)” (INMETRO, 2020). Coube ao INMETRO substituir o antigo “Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM) e ampliar significativamente o seu raio de atuação” (INMETRO, 2020). Atualmente o INMETRO tem por objetivo “fortalecer as empresas nacionais, aumentando sua produtividade por meio da adoção de mecanismos destinados à melhoria da qualidade e da segurança de produtos e serviços” (INMETRO, 2020). 1.7. A ABNT Por fim, a ABNT é uma entidade privada e sem fins lucrativos membro fundador da International Organization for Standardization (Organização Internacional de Normalização - ISO), da Comisión Panamericana de Normas Técnicas (Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas - Copant) e da Asociación Mercosur de Normalización (Associação Mercosul de Normalização - AMN) e membro da International Electrotechnical Commission (Comissão Eletrotécnica Internacional - IEC). É o Foro Nacional de Normalização “responsável pela elaboração das Normas Brasileiras (ABNT NBR), elaboradas por seus Comitês Brasileiros (ABNT/CB), Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE)” (ABNT, 2020). Atua, também, “na avaliação da conformidade e dispõe de programas para certificação de produtos, sistemas e rotulagem ambiental” (ABNT, 2020) com base em “guias e princípios técnicos internacionalmente aceitos e alicerçada em uma estrutura técnica e de auditores multidisciplinares” (ABNT, 2020). 2. Legislação federal, estadual e municipal Na esfera federal, temos as seguintes legislações: • Constituição da República Federativa do Brasil (1988), que trata da Segurança e Saúde dos Trabalhadores. • Lei Nº 8.213 (1991), que trata dos Planos de Benefícios da Previdência Social e outros assuntos, dentre os quais podemos destacar: acidente do trabalho, auxílio-acidente, auxílio-doença, CAT, habilitação e reabilitação profissional. • Decreto-Lei Nº 5.452 (1943), que é a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). • Lei Nº 6.514 (1997), que modifica a CLT no que tange à Segurança e Medicina do Trabalho. • Portaria Nº 3.214 (1978), que aprovou as Normas Regulamentadoras (NRs) da CLT relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Nas esferas estadual e municipal, há todas as regulamentações como leis estaduais/municipais, decretos, regimentos, resoluções e instruções técnicas, para citar algumas. 3. A ISO 45001, as NRs e as NBRs A ISO 45001:2018 é uma norma global para Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho. Ela substituiu a OHSAS 18001. A norma traz os requisitos para um sistema de gestão de Saúde e Segurança Ocupacional (SSO) e orienta como utilizá-lo nas organizações, a fim de que se obtenha ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis. Sua elaboração seguiu outras abordagens de sistemas de gestão, o que permitiu que a ISO 45001 fosse projetada para se integrar com outros padrões de sistemas de gerenciamento ISO, como as ISOs 14001 – Sistema de Gestão Ambiental e 9001 – Sistema de Gestão da Qualidade (ABNT, 2020), garantindo um alto nível de compatibilidade entre elas. Segundo a Escola Nacional de Inspeção do Trabalho (ENIT, 2020), as Normas Regulamentadoras (NRs) são disposições complementares à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que estabelecem as “obrigações, direitos e deveres a serem cumpridos por empregadores e trabalhadores com o objetivo de garantir trabalho seguro e sadio, prevenindo a ocorrência de doenças e acidentes de trabalho”. A elaboração e revisão dessas Normas são realizadas conjuntamente por representantes do governo, de empregadores e de empregados. As NBRs são Normas Técnicas criadas pela ABNT para padronizar, organizar e qualificar a produção de documentos ou procedimentos empresariais de diversas áreas, dentre as quais podemos citar a NBR 5410, que trata de questões relacionadas à segurança dos trabalhadores que fazem instalações elétricas e aos padrões para essas instalações. As NBRs não são, em geral, obrigatórias, mas recomendadas. Aquelas que são obrigatórias são citadas em Lei específica que as definem como tal. 01 A OIT – Organização Internacional do Trabalho: d-)Promove Tratados Internacionais de caráter normativo, através de convenções, que podem ser adotados por seus Estados-Membros ou não. 02 Com relação às normas ISO descritas abaixo, NÃO podemos afirmar que: ISO 9001 – Sistemas de Gestão de Gestão da Qualidade ISO 14001 – Sistemas de Gestão de Gestão Ambiental ISO 45001 – Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional c-)A implementação da ISO 45001 dispensa a implementação das ISOs 9001 e 14001. 03 Com relação à Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), é correto afirmar que: a-)É uma autarquia federal criada para assegurar a todos os brasileiros o efetivo acesso ao direito social ao trabalho, responsável, dentre outras atribuições, por controlar a execução das atividades de inspeção do trabalho na área de segurança e saúde, através da fiscalização dos ambientes e das condições de trabalho. 04 O órgão que é uma autarquia federal atualmente vinculada à Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, do Ministério da Economia e atua como Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro) é o(a): d-)Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) 05 O órgão responsável por “orientar, executar e fiscalizar, na esfera de sua jurisdição própria, o exato cumprimento das leis de proteção do trabalho é o(a): b-)Superintendência Regional de Trabalho e Emprego (SRTE) 06 Sobre as Normas Regulamentadoras (NRs), é correto afirmar que: e-) São disposições complementares à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que estabelecem obrigações, direitos e deveres, e têm, portanto, força de Lei Federal, devendo ser cumpridas em todo o territóriobrasileiro, independentemente do Estado ou Município. Análise das estatísticas e Custos de Acidentes 1. A prevenção e os danos à propriedade Heinrich, funcionário de uma empresa de seguros norte-americana, foi uma das primeiras pessoas a apontar, em 1926, que apenas reparar os danos sofridos pelos trabalhadores no desenvolvimento de suas atividades laborais não era suficiente. Era preciso realizar ações de prevenção, que fossem além de assegurar os riscos de acidente. Nesse contexto, ele diferenciou os custos diretos, que relacionou aos gastos da seguradora com a liquidação dos acidentes, dos custos indiretos, associados às perdas sofridas pela organização que resultam dos danos materiais e interferências na produção. Heinrich foi o primeiro a introduzir a ideia de acidente sem lesão, ou seja, aqueles que geram algum dano à propriedade. Segundo ele, todos os acidentes de trabalho decorriam da personalidade do trabalhador, da prática de atos inseguros ou da existência de condições inseguras nos ambientes de trabalho. Em 1964, as perdas com acidentes materiais relacionados a acidentes de trabalho alcançaram o montante de US $2,8 bilhões, equivalente a quase o dobro daquelas relativas aos danos materiais em acidentes de trânsito, que totalizaram US $1,5 bilhões. Em 1965, o Conselho Nacional de Segurança dos EUA identificou que as perdas com acidentes materiais relacionados a acidentes de trabalho chegaram, em 2 anos, a US $7,2 bilhões, praticamente igualando àquelas com acidentes pessoais, que foram de US $7,1 bilhões. 2. Controle de Danos Frank Bird Jr. iniciou, na década de 1960, um programa de Controle de Danos, cujo objetivo principal era reduzir as perdas corporativas com danos materiais relacionados à acidentes de trabalho, sem descuidar daqueles que geram danos pessoais, sendo o homem o fator preponderante de todo programa de engenharia de segurança. Os aspectos básicos do programa de Bird eram: informação, investigação, análise e revisão do processo. Segundo seus estudos, para cada acidente de trabalho com lesão incapacitante, ocorriam 100 menores, com lesão não impactante, e 500 com danos à propriedade. Além disso, identificou também a proporção de 6,1 custos indiretos, que passaram a ser considerados os não-segurados, para cada custo direto, que, por sua vez, passaram a ser os segurados. Com seus estudos, ele consolidou o conceito de acidentes com danos à propriedade, além de danos pessoais. Os 3 passos para implementação de um programa de Controle de Danos são: • 1º Passo: fazer as verificações iniciais, ou seja, levantar o que já existe na organização em relação ao Controle de Danos, a fim de identificar a existência de problemas reais de ordem humana ou econômica, que justifiquem a implantação do programa. • 2º Passo: registrar as informações nos centros de controle, para obtenção objetiva e simples de controle concreto dos danos à propriedade pela manutenção. • 3º Passo: exame analítico dos danos. Com o tempo, o sistema de Controle de Danos se adapta e aprende, chegando à maturação e atingindo níveis mais avançados de eficiência. 3. Controle Total de Perdas Em 1970 os estudos de Fletcher, que se seguiram aos de Bird, incorporaram outros conceitos, dentre os quais pode-se destacar a proteção ao meio ambiente, qualidade, projeto e confiabilidade. Fletcher propôs a implantação de programas de Controle Total de Perdas, nos quais os princípios do Controle de Perdas fossem aplicados a todos os acidentes com pessoas, máquinas, materiais e instalações, para citar alguns, os quais impactam diretamente no processo produtivo. Adicionalmente, Fletcher também propôs a adoção de ações preventivas para evitar a ocorrência de lesões. Sendo assim, o objetivo do Controle Total de Perdas consiste em reduzir ou até mesmo eliminar todos os acidentes capazes de interferir ou paralisar o sistema produtivo. O Controle Total de Perdas englobou tanto a tradicional Segurança e Medicina do Trabalho, quanto o Controle de Danos e outras perdas advindas de acidentes relacionados à outras questões, que englobam: a prevenção de lesões; o controle total de acidentes; a prevenção de incêndios; a segurança industrial; a higiene e saúde industrial; o controle de contaminação da água, ar e solo; e, por fim, a responsabilidade pelo produto. O Controle Total de Perdas também adotava uma implantação em 3 passos, sendo eles: • 1º Passo: estabelecer o perfil dos atuais programas de prevenção existentes; • 2º Passo: estabelecer prioridades; • 3º Passo: implantar planos de ação para controle total das perdas reais e potenciais do sistema produtivo. 4. Avaliação Total das Perdas do Processo As perdas que ocorrem num processo produtivo podem ser medidas em função da redução da produção em determinado período devido a ocorrência de um acidente, ou seja, fato negativo que não foi previsto e gera alguma lesão ao trabalhador, dano material ou perda de tempo, acarretando paralisação ou desvio do processo. O Fator de Eficiência da Produção (FEP) pode ser medido como a razão entre a Produção Final (PF) e a Produção Programada (PP). FEP = \dfrac{PF}{PP}FEP=PPPF 4.1. Perdas Ocasionadas por Fator Humano Para entender essas perdas, precisamos entender primeiro o conceito de ausentismo. Ele é a ausência do trabalhador nas atividades em que estava previsto para trabalhar. O Fator de Utilização de Pessoal (FUP) é calculado dividindo-se a quantidade total de horas efetivamente trabalhadas (HH real) pela quantidade total de horas programadas para serem trabalhadas (HH programado). FUP =\dfrac{HH \space real}{HH \space programado}FUP=HH programadoHH real Um fator de utilização entre 0 e 1 significa que houve o ausentismo, ou seja, que foram trabalhadas menos horas do que o previsto e, consequentemente, houve perda de produção. A Produção Alcançada (PA), portanto, é o produto da Produção Programada (PP) pelo Fator de Utilização de Pessoal (FUP), ou Produção Programada (PP) menos a Perda Total (PT). Logo: PA = PP x FUP ou PA = PP - PT Com isso, temos a perda de produção por ausentismo, ou Perda por Fator Humano (PFH), que pode ser calculada como a Produção Programada (PP) multiplicada por um menos o Fator de Utilização de Pessoal (FUP): PFH = PP x (1 – FUP) 4.2. Perdas Ocasionadas por Controle de Qualidade Se o controle de qualidade rejeita uma quantidade percentual da produção de X%, a Perda por Controle de Qualidade (PCQ) pode ser calculada como: PCQ = PP \space x\dfrac{X\%}{100}PCQ=PP x100X% 4.3. Perdas Ocasionadas por Paralisação de Equipamento Considere t, o tempo de falha do equipamento, ou seja, o tempo que o equipamento ficou sem funcionar. E T, o tempo de execução padrão de determinada atividade e N o número de equipamentos utilizados no processo. A Perda ocasionada por Paralisação de Equipamento (PPE) pode ser calculada, então, como: PPE = \dfrac{PPxt}{TxN}PPE=TxNPPxt Caso haja vários processos sendo realizados em série, deve-se reduzir as perdas dos processos anteriores no processo que estiver sendo calculado, para cálculo da perda total ocasionada por paralisação de equipamento. 4.4. Perda Total Com todas as perdas calculadas, podemos calcular a Perda Total (PT): PT = PFH + PCQ + PPE 4.5. Exemplo Uma empresa programou produzir 1000 lotes, com 100 unidades cada, de vasilhas plásticas por dia. Em um determinado dia, um funcionário da linha de produção se acidentou e precisou ser socorrido pelos colegas de trabalho. Em virtude do acidente, das 520h programadas, apenas 480h foram de fato trabalhadas. Dos 4 equipamentos utilizados no processo de fabricação das vasilhas, dois ficaram parados, tendo o primeiro perdido 2h de produção e o segundo 6h de produção. Cada lote demora, em média,2h para ser fabricado. Nesse dia, o controle de qualidade rejeitou 0,5% dos lotes fabricados. Calcule a perda em quantidade de vasilhas plásticas que a empresa teve com o acidente. Desenvolvimento: Fator de Utilização de Pessoal FUP =\dfrac{HH \space real}{HH \space programado} = \dfrac{480}{520} =0,923FUP=HH programadoHH real =520480=0,923 Perda por Fator Humano: PFH = PP x (1 – FUP) = 1000 x (1 – 0,923) = 77 lotes Perda por Controle de Qualidade: PCQ=PP \space x\dfrac{x\%}{100} = 100\times \dfrac{0,5\% }{100}=0,5 \space lotesPCQ=PP x100x%=100×1000,5% =0,5 lotes Perda ocasionada por Paralisação de Equipamento: PPE = \dfrac{PPxt}{TxN} = \dfrac{1000\times \left( 6-2\right) }{4\times 2}=1000PPE=TxNPPxt=4×21000×(6−2)=1000 Perda Total: PT = PFH + PCQ + PPE = 77 + 0,5 + 1000 = 1077,5 lotes Perda de vasilhas plásticas: 1077,5 x 100 = 107, 75 vasilhas plásticas. Resposta: A perda total com o acidente foi de aproximadamente 108 vasilhas plásticas. 01 Marque, dentre as opções abaixo, aquela que NÃO representa uma evolução do trabalho de Heinrich para a Segurança e Saúde do Trabalho: d-)Os danos com perdas corporativas estavam associados a acidentes com pessoas, máquinas, materiais e instalações, dentre outros. 02 Marque a opção que apresenta os aspectos básicos do Controle de Danos, de Frank Bird Jr. c-)Informação, investigação, análise e revisão do processo. 03 Como visto na teoria, para cada acidente de trabalho com lesão incapacitante, Bird identificou que ocorriam outros 100 menores, com lesão não incapacitante, e 500 com dano à propriedade. Marque, dentre as opções abaixo, aquela que apresenta o principal motivo dessa constatação ser tão importante para a produtividade da empresa. c-)Os números mostram o quanto é importante fazer uma gestão preventiva dos riscos de acidentes, porque todos eles, de alguma forma, representam perda significativa de produtividade. 04 A maior evolução do Controle de Danos para o Controle Total de Perdas foi: a-)Implantar planos de ação para controle total das perdas reais e potenciais do sistema produtivo. 05 O objetivo do Controle Total de Perdas é: a-)Reduzir ou até mesmo eliminar todos os acidentes capazes de interferir ou paralisar o sistema produtivo. 06 Com relação à perda de produção ocasionada por fator humano, é correto afirmar que: b-)É a perda de produção em função da ausência do trabalhador nas atividades em que estava previsto para trabalhar. Análise das Estatísticas e Custos de Acidentes 1.Análise das Estatísticas 1.1. Um Panorama Mundial Apesar dos esforços envidados pelas organizações e órgãos reguladores no que tange à segurança e saúde do trabalhador, as estatísticas de acidentes de trabalho no Brasil ainda são alarmantes. Em média, no país, a cada 48 segundos ocorre um acidente de trabalho e a cada 3 horas e 38 minutos ocorre um acidente de trabalho fatal. Esses números colocam o Brasil em quarto lugar no ranking mundial de acidentes de trabalho (ANAMT, 2020). De acordo com o Anuário Brasileiro de Proteção 2019 (2020), o Brasil ocupa a 5ª posição em relação aos acidentes de trabalho, com 549 mil ocorrências aproximadamente. Os EUA ocupam a 1ª posição (1.149 mil), seguidos de Alemanha (844 mil), França (731 mil) e México (563 mil). Quando consideradas as mortes por acidente de trabalho, o ranking é: China em 1º lugar com 66 mil ocorrências, seguida de EUA (5 mil), Brasil (2 mil), Índia (2 mil) e Bangladesh (1,6 mil). Entretanto, considerar esses números ignorando o número de habitantes dos países analisados pode gerar uma visão um pouco distorcida. A fim de permitir uma análise mais realista, vamos analisar os números considerando as ocorrências por cada 100.000 habitantes. Nesse caso, as 3 primeiras posições do ranking dos países com maior número de acidentes passam a ser ocupadas por: Costa Rica, em primeiro lugar, com 6 mil acidentes não fatais por 100.000 habitantes, seguida por Holanda (4 mil) e Nova Caledônia (3,7 mil). O Brasil cai para a 25ª posição, com 612 acidentes não fatais por 100.000 habitantes. Quando analisamos o número de mortes por acidente de trabalho o novo ranking passa a ser formado por: Síria em 1º lugar, com 15,2 mortes por 100.000 habitantes, China em 2º lugar (8,5) e Argélia em 3º com (8,4). O Brasil ocupa a 36ª posição com 2,4 mortes por 100.000 habitantes. 1.2. Uma Visão do Brasil Segundo os dados do Anuário Estatístico da Previdência Social (SPREV, 2017), os números de acidente de trabalho no Brasil apresentaram queda nos últimos 10 anos. Quando comparado o ano de 2017 (com aproximadamente 549 mil acidentes), em relação ao de 2016 (com aproximadamente 586 mil), constata-se uma queda de 6,19% nesse número. O número de óbitos também apresentou redução da ordem de 8,39% (de 2.288 em 2016 para 2.096 em 2017). Porém, conforme analistas da Previdência, suspeita-se que esta queda seja consequência da dificuldade existente para associar a doença ao trabalho e da emissão da CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho) apenas depois do reconhecimento da associação, ou nexo, entre o agravo e o trabalho pelo órgão competente que, nesse caso, é o INSS. Estratificando um pouco esses números, porém ainda de forma consolidada, em relação ao ano de 2017 pode-se acrescentar que (SPREV, 2017): • O total de acidentes de trabalho registrados com CAT reduziu em 5,74%; • Desse total, os acidentes típicos corresponderam a 75,5%, os de trajeto a 22,3% e as doenças do trabalho a 2,2%, sendo a maioria sofrida por trabalhadores do sexo masculino, com percentuais correspondentes a: 68,9% dos acidentes típicos, 60,1% dos acidentes de trajeto e 59,2% das doenças do trabalho; • A faixa etária com maior incidência de acidentes de trabalho típicos e de acidentes de trajeto foi de 25 a 34 anos, com 32,6% e 35,3%, respectivamente. Já com relação às doenças de trabalho, a faixa etária de maior incidência foi a de 35 a 44 anos, com 34,5%; • Quanto ao setor de atividade econômica, após exclusão dos acidentes cuja atividade é “ignorada”, o de Agropecuária correspondeu a 3,4% dos acidentes registrados com CAT, o da Indústria a 37,2% e o de Serviços a 59,4%; • Dentre os 50 códigos de CID (Código Internacional de Doença) de maior incidência, os acidentes de trabalho que ocorreram em maior número foram o ferimento do punho e da mão (S61), com 9,5%, fratura ao nível do punho ou da mão (S62), com 6,7%, e a luxação, entorse e distensão das articulações e dos ligamentos ao nível do tornozelo e do pé (S93), com 4,5%. • No que tange às doenças de trabalho, as com CID de maior incidência foram as lesões no ombro (M75), com 19,3%, a sinovite e tenossinovite (M65), com 10,8%, e a dorsalgia (M54), com 6,1% do total. Quando adotada uma abordagem regional, constata-se que a região com maior número de acidentes de trabalho foi a região Sudeste (53,3%), seguida das regiões Sul (22,7%), Nordeste (11,7%), Centro- Oeste (8,0%) e Norte (4,3%). Em se tratando do número de óbitos por acidente de trabalho, a ordem de incidência nas regiões se mantém a mesma, ou seja, Sudeste (44,0%), Sul (22,1%), Nordeste (15,3%), Centro-Oeste (10,8%) e Norte (7,9%). Porém, é interessante observar que, quando se considera o número de óbitos por 1.000 acidentes de trabalho, constata-se que a ordem se inverte, sendo 7 para a região Norte, 6 para a Centro-Oeste e Nordeste, 4 para a Sul e 3 para a Sudeste (SPREV, 2017). 2. Custos com acidentes de trabalho Analisando os registros dos despachos de benefícios do Sistema Único de Benefícios do Instituto Nacional de Seguridade Social da Bahia, só neste estado, em 2000, foram concedidos 31.096 benefícios por doenças ou agravos à saúde, dentre os quais 2.857 (7,3%) correspondiam a acidentes de trabalho,