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O PAPEL DA LITERACIA PARA A SAÚDE E EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE NA PROMOÇÃO DA SAÚDE

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Editora CRV
Curitiba – Brasil
2019
Luis Saboga-Nunes 
Rosane Aparecida de Sousa Martins
Marta Regina Farinelli
Cláudia Helena Julião
(Organizadores)
O PAPEL DA LITERACIA PARA 
A SAÚDE E EDUCAÇÃO PARA A 
SAÚDE NA PROMOÇÃO DA SAÚDE
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2019
Foi feito o depósito legal conf. Lei 10.994 de 14/12/2004
Proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização da Editora CRV
Todos os direitos desta edição reservados pela: Editora CRV
Tel.: (41) 3039-6418 - E-mail: sac@editoracrv.com.br
Conheça os nossos lançamentos: www.editoracrv.com.br
ESTA OBRA TAMBÉM ENCONTRA-SE DISPONÍVEL 
EM FORMATO DIGITAL. 
 CONHEÇA E BAIXE NOSSO APLICATIVO!
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
CATALOGAÇÃO NA FONTE
Copyright © da Editora CRV
Editor-chefe: Railson Moura
Diagramação e Capa: Editora CRV
Revisão: Os Autores
P213
O papel da literacia para a saúde e educação para a saúde na promoção da saúde / Luis 
Saboga-Nunes, Rosane Aparecida de Sousa Martins, Marta Regina Farinelli, Cláudia Helena 
Julião (organizadores) – Curitiba : CRV, 2019.
198 p. 
Bibliografi a
ISBN 978-85-444-3475-8
DOI 10.24824/978854443475.8
1. Saúde pública 2. Promoção da saúde 3. Literacia para a saúde 4. Educação para a saúde 
I. Saboga-Nunes, Luis. org. II. Martins, Rosane Aparecida de Sousa. org. III. Farinelli, Marta 
Regina. org. IV. Julião, Cláudia Helena. org. V. Título VI. Série. 
CDU 614 CDD 614
Índice para catálogo sistemático
1. Saúde pública 614
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Este livro foi avaliado e aprovado por pareceristas ad hoc.
Comitê Científico:
Ana Rosete Camargo Rodrigues Maia (UFSC)
Carlos Leonardo Figueiredo Cunha (UFRJ)
Cristina Iwabe (UNICAMP)
Evania Nascimento (UEMG)
Fernando Antonio Basile Colugnati (UFJF)
Francisco Jaime Bezerra Mendonca Junior (UEPB)
Janesca Alban Roman (UTFPR)
José Antonio Chehuen Neto (UFJF)
Juliana Balbinot Reis Girondi (UFSC)
Jose Odair Ferrari (UNIR)
Karla de Araújo do Espirito Santo 
Pontes (FIOCRUZ)
Lucas Henrique Lobato de Araujo (UFMG)
Lúcia Nazareth Amante (UFSC)
Lucieli Dias Pedreschi Chaves (EERP)
Maria Jose Coelho (UFRJ)
Milena Nunes Alves de Sousa (FIP)
Narciso Vieira Soares (URI)
Orenzio Soler (UFPA)
Samira Valentim Gama Lira (UNIFOR)
Thiago Mendonça de Aquino (UFAL)
Vânia de Souza (UFMG)
Wagner Luiz Ramos Barbosa (UFPA)
Wiliam César Alves Machado (UNIRIO)
Conselho Editorial:
Aldira Guimarães Duarte Domínguez (UNB)
Andréia da Silva Quintanilha Sousa (UNIR/UFRN)
Antônio Pereira Gaio Júnior (UFRRJ)
Carlos Alberto Vilar Estêvão (UMINHO – PT)
Carlos Federico Dominguez Avila (Unieuro)
Carmen Tereza Velanga (UNIR)
Celso Conti (UFSCar)
Cesar Gerónimo Tello (Univer. Nacional 
Três de Febrero – Argentina)
Eduardo Fernandes Barbosa (UFMG)
Elione Maria Nogueira Diogenes (UFAL)
Élsio José Corá (UFFS)
Elizeu Clementino de Souza (UNEB)
Fernando Antônio Gonçalves Alcoforado (IPB)
Francisco Carlos Duarte (PUC-PR)
Gloria Fariñas León (Universidade 
de La Havana – Cuba)
Guillermo Arias Beatón (Universidade 
de La Havana – Cuba)
Jailson Alves dos Santos (UFRJ)
João Adalberto Campato Junior (UNESP)
Josania Portela (UFPI)
Leonel Severo Rocha (UNISINOS)
Lídia de Oliveira Xavier (UNIEURO)
Lourdes Helena da Silva (UFV)
Marcelo Paixão (UFRJ e UTexas – US)
Maria de Lourdes Pinto de Almeida (UNOESC)
Maria Lília Imbiriba Sousa Colares (UFOPA)
Maria Cristina dos Santos Bezerra (UFSCar)
Paulo Romualdo Hernandes (UNIFAL-MG)
Renato Francisco dos Santos Paula (UFG)
Rodrigo Pratte-Santos (UFES)
Sérgio Nunes de Jesus (IFRO)
Simone Rodrigues Pinto (UNB)
Solange Helena Ximenes-Rocha (UFOPA)
Sydione Santos (UEPG)
Tadeu Oliver Gonçalves (UFPA)
Tania Suely Azevedo Brasileiro (UFOPA)
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 11
Luis Saboga-Nunes
Rosane Aparecida de Sousa Martins
CAPÍTULO 1
LITERACIA PARA A SAÚDE: origens e implicações do conceito 13
Luis Saboga-Nunes
Rosane Aparecida de Sousa Martins
Marta Regina Farinelli
Cláudia Helena Julião
Edna Aparecida de Carvalho Pacheco
CAPÍTULO 2
ENVOLVIMENTO & COMPROMISSO: reflexões acerca da 
implementação de um projeto em Literacia para a Saúde 
nos Açores (Portugal) 33
Carmen Maria Silva Maciel Andrade 
Luis Saboga-Nunes 
Helder José Alves da Rocha Pereira 
Helena Margarida Oliveira da Silva
Maria da Piedade Lima Lalanda Gonçalves Mano 
Lúcia de Fátima Mota Ferreira Freitas
Alberto Carlos Marques Duarte
CAPÍTULO 3
PERFIL DA LITERACIA PARA A SAÚDE DE UMA POPULAÇÃO 
URBANA DA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA 47
Otília Maria da Silva Freitas
Maria Clementina de Freitas Nóbrega Morna 
Isabel Maria dos Santos Carvalho Gomes da Silva 
Gregório Magno de Vasconcelos de Freitas 
Gilberta Maria França Sousa 
Rita Maria César Sá Fernandes Vasconcelos 
Luis Saboga-Nunes 
CAPÍTULO 4
LITERACIA PARA A SAÚDE: revisitando o estado da arte com 
enfoque nos países da América do Sul 65
Ana Luiza Braz Pavão
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CAPÍTULO 5
TENDÊNCIAS DE PESQUISAS SOBRE LITERACIA EM SAÚDE 
À PESSOA IDOSA: estudo bibliométrico 79
Terezinha Nunes da Silva 
CAPÍTULO 6
EDUCAÇÃO POPULAR: diálogos sobre promoção em saúde 93
Kéllen Campos Castro Moreira
Marta Regina Farinelli
Celeste Aparecida Pereira Barbosa
CAPÍTULO 7
O OLHAR INTERDISCIPLINAR NA FORMAÇÃO NA 
RESIDÊNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE 
DA UFTM 105
Priscila Maitara Avelino Ribeiro
Marta Regina Farinelli
Rosane Aparecida de Sousa Martins
Josiani Julião Alves de Oliveira
Isadora Catananti Ardenghi
CAPÍTULO 8
EDUCAÇÃO PERMANENTE NO CENTRO REGIONAL DE 
REFERÊNCIA DE UBERABA, MG: contribuições para a atuação 
interdisciplinar e intersetorial 121
Ailton de Souza Aragão 
Andrea Ruzzi Pereira 
Cláudia Helena Julião 
Erika Renata Trevisan 
Regina Maura Rezende 
Rosimár Alves Querino 
CAPÍTULO 9
ABORDAGEM FAMILIAR: experiência de formação 
multiprofissional pela integração ensino-serviço na Estratégia Saúde 
da Família 131
Fernanda Carolina Camargo
Bianca Nakamura
Henrique Ciabotti Elias
Jordana Moreira de Almeida 
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CAPÍTULO 10
A FORMAÇÃO CONTÍNUA DO PROESASUL COM 
PROFESSORES: a perspectiva da Literacia para a Saúde 149
Darclé Cardoso
Roselita Sebold
POSFÁCIO
A LITERACIA PARA SAÚDE POR VÁRIAS MÃOS! 159
Cacildo Teixeira de Carvalho Neto
Priscila Maitara Avelino Ribeiro
Edilaine Dias Lima
Denise Dilma da Silva
Jaine Oliveira Rodrigues
Miriam dos Santos
Mirna Nunes da Silveira Souza
APÊNDICES
APÊNDICE I
VERSÃO PORTUGUESA AUTORIZADA DO QUESTIONÁRIO 
EUROPEU DE LITERACIA PARA A SAÚDE (HLS-EU-PT).......................167
APÊNDICE II
VERSÃO PORTUGUESA AUTORIZADA DO QUESTIONÁRIO 
EUROPEU DE LITERACIA PARA A SAÚDE EM PORTUGUÊS 
DO BRASIL (HLS-EU-BR)............................................................................169
APÊNDICE III
MARCOS DA HISTÓRIA DO PROJECTO PROLISA E 
PROLISABR (PROMOÇÃO DA LITERACIA PARA 
A SAÚDE NA LUSOFONIA).........................................................................173
SOBRE OS AUTORES 187
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APRESENTAÇÃOEsta obra nasce da imposição da translação do conhecimento no campo da 
promoção da saúde, especificamente focando o tema da literacia & saúde.
Várias escolas de pensamento podem ser referidas nos últimos anos que se 
centraram na exploração do que é literacia no campo da saúde, como é que esta 
pode ser adquirida, implementada, promovida e até considerada como estruturante 
do desenvolvimento humano.
Entre estas está a que se desenvolveu particularmente com sede na Universidade 
de Maastricht a partir de 2007, designada por HLS-EU (Health Literacy Survey, 
Europena Union) a qual pretendeu estabelecer o maior consenso alguma vez 
conseguido nesta aglutinação de saberes entre a literacia e a saúde. A partir de um 
vasto grupo de peritos que se reuniu em Zurique na Suíça em 20 de Abril de 20071 
a reunião de kick-off deste projeto iria dar origem a um projeto único, até hoje 
ainda irrepetível. Na verdade, embora muitas outras visões já existissem sobre 
literacia & saúde, todas elas eram o reflexo do pensamento de um ou alguns poucos 
autores, centrados em realidades locais únicas, focando muitas vezes perspectivas 
verticais e parcelares do campo da saúde. Com o projeto HLS-EU, no entanto, pela 
primeira vez, é conseguida a ambição de superar as fronteiras entre os estados, 
ultrapassar as barreiras da língua e das culturas e explorar o potencial da literacia 
& saúde num espaço geográfico mais abrangente. Assim foi proposto, neste desejo 
de melhor compreender o que de único faz o ser humano – esteja ele onde estiver 
como membro da grande família humana – uma visão holística do campo da saúde 
e potenciadora do bem-estar.
Este aspeto transnacional, de base alargada de competências e saberes, 
procurando uma visão integradora do estado da arte neste cruzamento entre 
literacia & saúde, está na origem desta publicação. Com ela pretende-se partilhar 
alguns dos desenvolvimentos que o projeto HLS-EU teve na lusofonia, de um lado 
e do outro do Atlântico, em territórios como Angola, Brasil e Portugal. Sujeita à 
mesma matriz de pensamento, que visa olhar para além das barreiras geográficas, 
culturais, linguísticas ou sociais, para o mais profundo do que promove o bem-
estar e qualidade de vida da pessoa humana, os projetos sucedâneos HLS-EU-PT 
(Portugal) HLS-EU-BR (Brasil) HLS-EU-AN (Angola) deram origem a várias 
explorações, algumas das quais serão aqui partilhadas. Neste contexto a literacia 
para a saúde é definida como a conscientização da pessoa aprendente e atuante 
1 2007-04-20: tem lugar em Zurique o primeiro encontro que viria a dar origem ao projeto HLS-EU re-
presentando a Alemanha – Manfred Dickersbach (coordination) Landesinstitut für den Öffentlichen 
Gesundheitsdienst; Katrin Engelhardt; Suiça: Jee Wang; Holanda: Mariel Droomers; Polónia: Barbara 
Niedzwiedzka  Sofia Slonska; Itália: Paola Mosconi; Noruega: Tore Sørensen; Espanha: Albert Jovell; 
Maria Dolores Navarro; Grécia:  Barbara Kondilis; Áustria: Juergen Pelikan; Inglaterra:  Rachel Wells; 
Gill Rowlands; Portugal: Luis Saboga-Nunes. O objetivo desta reunião é lançar The „European Health 
Literacy Survey“ (HLS-EU) no contexto do Programme of community action in the field of public health” 
(public health programme) – European Union (call for proposals 2007). O dinamizador é o Institute of 
Public Health (lögd), Bielefeld, Northrhine-Westphalia em cooperação com a University of Zurich (Dr. 
Jen Wang). O projeto será submetido pela Universidade de Maastricht sendo Luis Saboga-Nunes, de 
Portugal um dos collaborative partners do projeto.
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no desenvolvimento das suas capacidades de compreensão, gestão e investimento, 
favoráveis à promoção da saúde (SABOGA-NUNES, 2014).
Em Portugal, é criada a rede lusófona para a PROmoção da LIteracia para 
a SAúde (ProLiSa) construída por mais de 60 investigadores/instituições. Alguns 
dos resultados do seu envolvimento e esforço conjunto pode ser vislumbrado nos 
primeiros três capítulos desta obra: o primeiro focando o espaço lusófono em geral, 
o segundo o desenvolvimento do projeto na região Autónoma dos Açores, o terceiro 
explorando a visão HLS-EU-PT na região Autónoma da Madeira. Estes territórios, 
plantados no Atlântico a meio caminho entre Portugal continental e o Brasil, revelam 
como desde o planeamento, à advocacia com os governos regionais ou nacionais, ao 
estabelecimento de parcerias, se constrói uma abordagem estruturante da promoção 
da literacia no campo da saúde.
É dado particular destaque à criação do ProLiSaBr no Brasil, o grupo de 
estudos e pesquisas PROmoção em comunicação, educação e LIteracia para a SAúde 
no Brasil – ProLiSaBr, inscrito junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento 
Científico e Tecnológico (CNPq), agência do Ministério da Ciência, Tecnologia, 
Inovações e Comunicações (MCTIC). Estabelecido em 2014, o ProLiSaBr tem 
como estratégia fomentar o debate, reflexões e a produção de conhecimentos no 
âmbito da promoção da literacia & saúde.
A partir do 4º capítulo o olhar perspectiva-se a partir das terras do Sul, em que 
o Brasil desempenha um destaque de relevância. Assim, neste capítulo 4 é colocado 
o estado da arte com enfoque nos países da América do Sul sendo este secundado, 
no capítulo 5, com um aprofundamento sobre as pessoas de idade maior.
Com o capítulo 6, pretendemos lançar um desafio sobre a promoção da saúde 
que olha para a construção do sentido humano na sua base popular. De modo a 
conseguir melhor explicitar este esforço seguem-se 4 capítulos que visam olhar para 
elencados na carta de Otawa e que são a base da promoção da saúde.
Assim o capítulo 7 olha para a interdisciplinaridade na formação na residência 
integrada multiprofissional em saúde, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. 
No capítulo 8 o foco é a educação permanente no Centro Regional de Referência 
de Uberaba, em Minas Gerais. O capítulo 9 a abordagem é centrada na família e na 
experiência de formação multiprofissional pela integração ensino-serviço na Estratégia 
Saúde da Família. Por fim, o último capítulo desta obra, parte da experiência da formação 
contínua do Programa de Educação em saúde de Rio do Sul, com professores.
Pretendem os autores desta obra robustecer o debate no contexto lusófono, 
do modus faciendi da promoção da saúde, com o qual depois de se olhar para o 
que é comum ao ser humano no exercício da sua cidadania, nos podemos voltar 
para o particular naquilo que é o reconhecimento do que caracteriza o individual. O 
objectivo é que ninguém fique para trás, mas num vasto movimento de promoção 
da equidade em saúde sejam lançados os alicerces para o desenvolvimento humano 
sustentável. Para isto corresponderá grandemente a literacia no campo da saúde.
Luis Saboga-Nunes
Rosane Aparecida de Sousa Martins
Lisboa/Uberaba 2019.
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CAPÍTULO 1
LITERACIA PARA A SAÚDE: 
origens e implicações do conceito 
Luis Saboga-Nunes
Rosane Aparecida de Sousa Martins
Marta Regina Farinelli
Cláudia Helena Julião
Edna Aparecida de Carvalho Pacheco
Introdução
A Literacia para a saúde (LS) é um campo de investigação recente que se desen-
volve mais acentuadamente na primeira década deste milênio, , mas que é reconhecida 
no topo da agenda da promoção da saúde (BRODER, et al., 2018). O termo literacy foi 
inicialmente utilizado pelos países anglo-saxónicos, o que explica o fato de terem sido 
estes países os que primeiro se preocuparam com os níveis de literacia da sua população.
O termo literacia reflete muito mais que a capacidade de ler, escrever, usar a 
linguagem e a comunicação. De acordo com a definição da UNESCO: Literacia é a 
capacidade para identificar, compreender, interpretar, criar, comunicar e usar as novas 
tecnologias, de acordo com os diversos contextos (UNESCO, 2003). 
A literacia envolve um processo contínuo deaprendizagem que capacita a pessoa 
no alcançar dos seus objetivos, a desenvolver o seu potencial e o seu conhecimento, de 
modo a poder usufruir do seu máximo potencial de qualidade e bem-estar.
No campo da saúde, a Organização Mundial da Saúde, ressalta que a literacia 
para a saúde (LS) representa o conhecimento e as competências que determinam a 
motivação e a capacidade dos indivíduos em terem acesso, compreenderem e usarem 
informação de modo a promover e a manter a saúde (OMS, 1986).
A rede PROmoção da LIteracia para a SAúde (ProLiSa) (www.literacia-saude.
info) (2012) e o grupo de estudos e pesquisas PROmoção em comunicação, educação 
e LIteracia para a SAúde no Brasil – ProLiSaBr (criado em 2014), inscrito junto ao 
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência 
do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), são es-
tratégias que foram desenvolvidas para fomentar o debate, reflexões e a produção de 
conhecimento no âmbito da promoção da saúde e literacia para a saúde. 
A partir da sua atividade baseada na intensa troca de ideias entre os membros 
dos grupos ProLiSa e ProLiSaBr, constatou-se que o uso do conceito literacia para a 
saúde ainda é bastante restrito no contexto acadêmico lusófono. Um exemplo disto está 
patente na ausência deste conceito entre os descritores de saúde da Biblioteca Virtual 
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em Saúde (BVS) – Brasil, sendo os termos alfabetização em saúde ou letramento em 
saúde, utilizados para a tradução para o português de health literacy. 
Nesta direção, este capítulo focaliza-se na análise dos termos usados no âmbito 
lusófono para traduzir health literacy e enfatiza os aspectos que determinam a relevância 
do uso do termo “literacia para a saúde” como foco de estudo, importante na área de 
saúde pública, quer no Brasil, Portugal ou Angola. 
O grupo de estudos e pesquisa ProLiSaBr e a aproximação ao 
termo literacia para a saúde
A assistência à saúde no Brasil e em Portugal caracteriza-se em grande me-
dida pelo modelo biomédico estando ausente de modo significativo a promoção 
da saúde (WILBERG, A., SABOGA-NUNES, L.; STOCK, C, 2019). Tal “opção” 
pelos serviços de saúde tem impacto direto na assistência à saúde da população e 
consequentemente para as respostas às demandas e necessidades da sociedade em 
termos de qualidade de vida e estilo de vida saudáveis.
O modelo Biomédico tem-se caracterizado pela explicação unicausal da doença, 
pelo biologicismo, fragmentação, mecanicismo, nosocentrismo, recuperação e 
reabilitação, tecnicismo, especialização. A unicausalidade pressupõe o reconhe-
cimento do agente etiológico, é este que deverá ser identificado e combatido. 
A simplicidade da unicausalidade reside em trabalhar apenas a relação causa-
-efeito imediata. [...] O biologicismo pressupõe o reconhecimento da natureza 
biológica das doenças; se justifica na compreensão que a doença é causada por 
agentes biológicos (químicos e físicos estão incluídos), em corpos biológicos, 
com repercussões biológicas. No primeiro caso, associa-se à unicausalidade; no 
segundo, confere dimensão estritamente biológica ao ser humano, descontex-
tualizando sua posição biográfica, familiar e social; e por último, ocupa-se da 
valorização da entidade estrutural patológica. [...] A especialização repercutiu 
positivamente na verticalização do conhecimento, o que permitiu um aprofun-
damento das questões relacionadas aos aspectos diagnósticos e terapêuticos dos 
indivíduos doentes (CUTOLO, 2006, p. 17).
O modelo Biomédico não inclui normalmente os determinantes sociais em 
saúde e as determinações sociais, como elementos que podem interferir no processo 
saúde e doença da população. Estabelece antes, uma proposta de assistência à saúde 
desconectada da realidade social. Assim a complementaridade do paradigma salu-
togénico revela-se pertinente no contexto da promoção da saúde das populações 
(SABOGA-NUNES, 2019).
Vários profissionais têm trazido um questionamento a este posicionamento, sa-
lientando se não faria sentido perceber o ser humano para além do modelo biomédico. 
Vários estudos têm sido desenvolvidos neste sentido e a produção do conhecimento, 
tem vindo a abrir novas perspectivas relativamente à atenção à saúde da população.
Portugal destaca na sua Constituição o direito à saúde, como um direito con-
sagrado com a instalação da democracia, mas não define o que este direito implica. 
No Brasil, destaca-se a discussão acerca da concepção da saúde construída durante 
a VIII Conferência Nacional de Saúde, em 1986, na qual a saúde é vista como
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O PAPEL DA LITERACIA PARA A SAÚDE E EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE NA PROMOÇÃO DA SAÚDE 15
[...] resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, 
meio-ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse 
de terra e acesso a serviços de saúde. É, assim, antes de tudo, o resultado das 
formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes 
desigualdades nos níveis de vida [...] (BRASIL, 1986).
Nesta direção, há uma vertente de profissionais que reconhecem que as 
condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da população podem 
determinar a situação de saúde destes cidadãos. Romper com a concepção centrada 
na doença e na reabilitação e focar em ações de promoção e proteção da saúde 
ainda é, no entanto, um grande desafio tanto para os trabalhadores da saúde, como 
para os usuários dos serviços de saúde e comunidade em geral. 
A resolutividade da assistência à saúde ainda é identificada por alguns 
profissionais da saúde e pela população, por meio do diagnóstico individual da 
doença e pelos encaminhamentos para tratamento e cura posteriores a processos 
de adoecimento, ratificadas pelo poder do saber do médico.
Ainda de acordo com a prática biomédica, além da determinação biológica, 
haveria uma normatização vertical, segundo a qual o médico seria detentor 
do conhecimento e o paciente visto de forma fragmentada e sem autonomia, 
sem voz ativa no processo decisório de sua própria propedêutica e terapêu-
tica. Desse modo, a prática médica costuma ser prescritiva e autoritária, com 
predominância de uma visão restrita e curativa das doenças, em grande parte 
decorrente de um passado recente de um perfil epidemiológico em que preva-
lecia doenças infectocontagiosas, muitas delas de elevada mortalidade, mas de 
baixa morbidade ou passíveis de cura (MORAES, 2012, p. 18).
Mesmo no século XXI, com pesquisas, produções de conhecimento e novos 
olhares para a proposta de assistência à saúde da população, ainda prevalece a visão 
fragmentada e reducionista do que representa a saúde. Em diversas situações a assis-
tência à saúde ainda é subalternizada à determinação biológica das doenças, ao saber 
médico, com intervenções focadas na especialização. 
Apesar dos avanços no contexto das pesquisas na área de saúde, do reconhe-
cimento da necessidade e relevância do trabalho dos demais trabalhadores da área 
de saúde no Brasil (considerando as 14 profissões reconhecidas pelo Conselho 
Nacional de Saúde - Resolução nº 287, de 8/10/98) ainda há vários desafios para o 
estabelecimento no Brasil de um Sistema Único de Saúde - SUS em detrimento de um 
“Sistema Único da Doença” ou do “Serviço Nacional de Saúde” perante a realidade 
de um “Sistema Nacional de Doença” em Portugal (SABOGA-NUNES, 2006).
Uma das estratégias para ampliar o debate para além do modelo biomédico 
na política de saúde pode ser conseguido pela apropriação de conhecimentos pelos 
cidadãos e o reconhecimento das influências das condições de vida e de trabalho 
na saúde e qualidade de vida de cada cidadão. 
 A partir do acesso a informação e ao conhecimento é possível a tomada de 
consciência pelo coletivo sobre a realidade social, as determinaçõesda sociedade, 
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as consequências das contradições de interesses entre capital e trabalho e sobre a 
necessidade de luta e resistência para garantir a efetividade dos direitos sociais, 
em especial o direito à saúde.
Colocar a conscientização na base deste processo, como Paulo Freire⁸ gos-
tava de propor, levará cada cidadão a ser um ator decisivo na garantia da 
sustentabilidade. Esta é uma viagem que não pode ser feita de modo vicário. 
Mas também não pode ser feita de modo autoritário, nem para satisfazer uma 
função ou papel social. O envolvimento e o empenho de cada um mostram-se 
necessários. Para que resulte, para que aconteça, o remo individual terá de 
ser posto na água, e ir em busca das origens da SAÚDE (SABOGA-NUNES; 
FREITAS; CUNHA, 2016, p. 15).
Para romper com um modelo de atenção à saúde centrado no doente ou na 
doença é necessário fomentar a participação social da sociedade, em especial dos 
usuários do SUS ou do SNS, assumindo papel ativo nos processos de tomada de 
decisão frente às situações vividas no processo saúde-doença. 
Provavelmente, a primeira etapa seria uma análise consequente do conceito de 
saúde. No lugar da definição atrás indicada da OMS, que acentua uma perspectiva 
na qual há lugares marcados (onde o estatuto de ser/estar doente ou saudável são 
definidos pela organização social atual que estabelece esses lugares marcados 
com padronizações como a CID10), a saúde deveria ser entendida como um 
contínuo. Em vez de elementos distintos, a saúde e a doença são integradas 
num contínuo disfuncionalidade/ funcionalidade máxima (ease-(dis)ease) no 
qual todos os indivíduos estão incluídos, progredindo ou regredindo nele em 
relação aos seus polos (SABOGA-NUNES; FREITAS; CUNHA, 2016, p. 10).
Neste contexto, o grupo ProLiSa e ProLiSaBr identificou a literacia para a 
saúde como um modelo operacional que possibilitaria conseguir esse movimento e 
reconhecer competências para acessar, compreender, avaliar e aplicar as informações 
relacionadas à saúde a partir das demandas dos indivíduos e dos grupos de modo a 
progredir rumo ao polo de máxima funcionalidade (SABOGA-NUNES, et al., 2019). 
A literatura indica que a expansão dos níveis de literacia para a saúde pode 
contribuir para a ampliação das perspectivas de controle social dos cidadãos sobre 
as políticas públicas e o papel do Estado. Mas também, alargam as possibilidades de 
controle das pessoas sobre a sua saúde, a sua capacidade para procurar informação e 
acessar os serviços e a sua autonomia para a construção de um estilo de vida saudável.
Na realidade acadêmica brasileira o uso do conceito de Literacia para a Saúde 
ou Literacia em saúde, teve seu registro pela primeira vez em 1998, segundo Peres 
et al. (2017, p. 1591). Os grupos ProLiSa e ProLiSaBr tem desenvolvido vários 
esforços para implementar a socialização deste conceito e apresenta-se no posfácio 
deste livro o histórico da emergência do conceito e as suas produções científicas a 
ele agregadas, fruto da atividade dos membros do grupo ProLiSa.
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Discussão filológica do conceito de health literacy em português 
no Brasil 
Na atualidade enfatiza-se a necessidade de fortalecimento de modelos de 
atenção à saúde focados nas políticas de promoção da saúde bem como na sua 
proteção e recuperação. Este é um pressuposto no qual assentam algumas so-
ciedades democráticas que olham para a saúde como um direito do cidadão e se 
organizam para materializar esse direito, por meio de sistemas e de serviços de 
saúde. Estes sistemas podem intervir a três níveis: ao nível da cura da doença, 
da sua prevenção ou da sua promoção.
A política de saúde implementada no Brasil a partir da efetivação dos princípios 
e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 1988, tem apontado a 
necessidade de aprofundamento de competências no âmbito da promoção da saúde, 
qualidade de vida e estilo de vida saudáveis para a formação dos profissionais de 
saúde e também para os usuários. 
A alocação de recursos e as estratégias usadas em cada um destes níveis con-
cretizam o plano de considerar que cada cidadão é merecedor do direito à saúde, 
como objetivo inalienável da condição humana. O campo da promoção da saúde 
requer considerar uma multiplicidade de fatores para sua efetivação.
No âmbito da organização e planejamento ressalta-se o acesso da população 
ao conhecimento e informações em saúde, aos cuidados de saúde, à qualidade, à 
segurança e efetividade da política pública de saúde. Por isso, investimentos em 
intervenções baseadas na evidência científica e nas melhores práticas, a qualifi-
cação e educação permanente dos recursos humanos, entre outros, são elementos 
fundamentais para fortalecer os princípios da promoção da saúde. 
Neste âmbito utilizam-se alguns conceitos para tentar explicitar esta capa-
cidade dos cidadãos em se apropriarem, de modo autônomo, do conhecimento, 
transformando-o em subsídios que lhes garantam um papel mais ativo na promoção 
da sua saúde ou gestão da doença.
Uma vasta literatura no campo da promoção da saúde e gestão da doença 
conduz-nos à necessidade de considerar o contributo da “health literacy”. Na 
medida em que se pressupõe a sua relevância, também para o bem-estar daqueles 
que utilizam o Português como sua língua materna, constata-se neste âmbito um 
estado incipiente de investigação.
Entre os conceitos apontados na literatura para designar o desenvolvimento 
de capacidades e competências para promover a saúde, ou melhor, gerir condições 
de doença, destaca-se o conceito “health literacy” (World Health Organization 
[WHO], 2013) em português traduzido por “literacia para a saúde” (LS). 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Literacia em 
Saúde pode ser entendida como “o grau em que as pessoas são capazes de acessar, 
compreender, avaliar e comunicar informações, para envolver-se com as demandas 
de diferentes contextos, a fim de promover e manter boas condições de saúde ao 
longo da vida” (WHO, 2009).
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Na tradução do conceito “health literacy” para o português, encontra-se uma 
complexidade filológica que importa analisar, dada a ausência de discussão sobre 
esta questão. Algumas possibilidades de tradução poderiam ser “alfabetização em 
saúde”, “literamento¨”, “letramento” ou “literacia” . O conceito health literacy tem 
sido traduzido no Brasil ou por “alfabetização em saúde” e/ou “letramento em saúde”. 
No entanto o significado destes termos não apresenta coerência com a compreensão 
que na língua inglesa (de onde é originário o conceito de health literacy) pode ser 
encontrado. Com base nestes indicadores serão abordadas a seguir as reflexões acerca 
das semelhanças e diferenças entre os termos “literacia para a saúde” e “alfabetização 
em saúde” e/ou “letramento em saúde” bem como a pertinência do seu uso.
O vocábulo “alfabetização” apresenta concepções e análises distintas a partir 
das várias áreas e ciências como a educação, linguística, psicolinguística, psicologia, 
sociologia. A “alfabetização” é muitas vezes identificada como uma ação focada 
na aprendizagem da leitura e da escrita. 
Assim o vocábulo “literacia” tem vindo a ser utilizado para recobrir com um 
novo conceito áreas que vão além das capacidades de leitura e de escrita: pretende 
distinguir-se de alfabetização por não ter em conta exclusivamente o grau formal de 
escolaridade a que esta, tradicionalmente, estava ligada. Enquanto alfabetização refere 
à condição de se ser (ou não) iniciado na língua escrita, independentemente do grau de 
domínio que dela se tenha, o conceito de literacia adquire um significadomais vasto, 
referindo capacidades de utilização da língua escrita e da leitura de forma crítica.
Assim, alfabetização refere um conhecimento obtido, estável, enquanto que litera-
cia designa um conhecimento processual, em aberto (DELGADO-MARTINS, 2000).
O termo literacy foi inicialmente utilizado pelos países anglo-saxónicos, o 
que se explica pelo facto de terem sido estes os que mais cedo se preocuparam com 
os níveis de literacia da sua população. 
Tal como definida, a literacia é então um conceito mais geral do que ler e escrever, 
incluindo não só a competência e os usos da leitura e da escrita mas também as funções 
que a leitura e a escrita desempenham na formação e na acumulação de procedimentos, 
leis e textos que constituem o corpo principal da cultura histórica (OLSON, 1999). 
O grau crítico nesta exploração é que o ser humano só pode sentir-se totalmente 
realizado quando se assume como ser autónomo. Para conseguir-se ser autónomo 
não basta “saber ler ou escrever” (alfabetização). É preciso mais do que isso: é ne-
cessário ter capacidade crítica sobre o que se lê e escreve. Capacidade para integrar, 
mudar ou manter atitudes, comportamentos e valores. A isto chama Paulo Freire 
conscientização. Assim a autonomia precisa da conscientização como a emancipação 
precisa de autonomia (algo tão bem explorado com a Pedagogia Crítica de Paulo 
Freire). Deste modo a literacia seria esse estágio de desenvolvimento, que depois 
da alfabetização em saúde ter sido conseguida, cada ser humano se emancipa e 
com a sua autonomia, uma busca salutogênica (salus: saúde + génesis: origens) da 
sua realização de vida é estabelecida (SABOGA-NUNES, 2019). 
É interessante reparar que já nas suas publicações, Freire (1990) sente neces-
sidade de transformar o conteúdo associado ao conceito de alfabetização, talvez 
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porque nenhuma outra palavra/vocábulo estivesse acessível, para fazer a ruptura que 
ele preconizava. Deste modo no lugar de introduzir um novo conceito (deixando o 
conceito de alfabetização prosseguir com a sua noção original) Paulo Freire lança 
o repto de re-definir alfabetização afirmando que a “alfabetização não é um jogo 
de palavras; é a consciência reflexiva da cultura, a reconstrução crítica do mundo 
humano, a abertura de novos caminhos”. 
Nesta direção, pensamos que completaríamos o desafio lançado por Paulo Freire, 
se em vez de continuar a usar um vocábulo que remete para um significante próprio e 
estabilizado, utilizássemos um novo vocábulo ainda com o seu significante por construir, 
especialmente no Brasil, transportando consigo uma nova ambição para a explicitação 
que é necessária ser conseguida. Utilizando um outro conceito (literacia em vez de alfa-
betização) estaríamos seguros de que a ambiguidade se esbateria e a ruptura necessária 
se estabeleceria. Assim ficaria saliente que cada pessoa ao se apropriar das informações 
e conhecimentos acerca da promoção da sua saúde e da prevenção ou cura da doença, 
poderá transformá-los em instrumentos para fomentar um projeto pessoal que garanta a 
efetivação de ações comprometidas com o atendimento das demandas sociais das pessoas. 
Para além de alfabetização também o vocábulo “literamento” aparece esporadica-
mente, embora ele não tenha significado pois não é um conceito que esteja plasmado nos 
dicionários de língua portuguesa no Brasil ou em Portugal. 
Parecido com este, o vocábulo letramento – mais usado no seio dos especialistas 
da educação e linguística – começou a ser utilizado no Brasil a partir da segunda metade 
da década 1980. Segundo Soares (2004, p. 8), no Brasil a discussão do letramento surge 
sempre enraizada no conceito de alfabetização, o que tem levado, apesar da diferenciação 
sempre proposta na produção acadêmica, a uma inadequada e inconveniente fusão dos 
dois processos, com prevalência do conceito de letramento.
O termo letramento tem as suas raízes nas palavras “letra” - littera (latim) - e o 
termo “cy” - aponta qualidade, condição ou estado. A partir daí o vocábulo “letramento” 
corresponde à condição de ser letrado. 
Não se questiona aqui, que fique claro, a relevância da aprendizagem da língua 
escrita para ampliar a participação dos sujeitos em atividades sociais. O que se 
questiona é que isso não inclua outras perspectivas de conhecimentos, relevantes 
para a formação de sujeitos cidadãos, críticos. A proposta de leitura do mundo 
ampliada pela leitura da palavra, de Paulo Freire, se coaduna melhor com o 
que se constrói aqui. Não concordamos com a aproximação entre a noção de 
letramento e a proposta de leitura do mundo de Freire. A noção de letramento 
tem sido associada a práticas sociais de leitura e escrita; a leitura de mundo 
extrapola estas práticas em natureza e caráter, especialmente pelo viés filosófico 
que envolve (GOULART, 2014, p. 48).
Ao contrário de “literamento”, a expressão “literacia”, que também tem a sua ori-
gem na mesma raiz, consta dos dicionários de língua portuguesa, de edições recentes em 
Portugal. Este conceito instalou-se, acomodando-se à prática da língua escrita e falada, 
sendo aplicado às diferentes variantes e campos do saber. Assim, a sua apropriação pelo 
campo da saúde, constituir-se-ia na expressão “Literacia da Saúde”, “Literacia em Saúde” 
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ou “Literacia para a Saúde” (LS). Tais expressões começaram a ser assim usadas nos 
países da lusofonia. Ressalta-se ainda, segundo Peres (2017, p. 1596) que no Brasil as 
publicações científicas abordando o conceito de literacia em saúde surgiram efetivamente 
como tema de interesse dos pesquisadores brasileiros após a implementação da Política 
Nacional de Promoção da Saúde.
Significados e significantes dos conceitos de literacia e saúde 
Além das diferenças na tradução do termo health literacy para o português, atrás 
discutidas, há ainda outra questão importante que nos obriga a repensar no conceito: 
para aglutinar o termo literacia a saúde, a língua portuguesa exige uma preposição “em” 
ou “da” etc. 
Conforme explorado por Saboga-Nunes (SABOGA-NUNES 2014), preferir a 
composição filológica “literacia” para exprimir em Português “literacy” não elimina a 
complexidade da caracterização do conceito “health literacy”. Assim, abordar o construto 
que agrega “literacia” e “saúde” levar-nos-á a uma análise filológica personalizada quando, 
a partir do agregador, iremos estabelecer perspectivas diferenciadas entre “literacia em 
saúde” e “literacia da saúde”.
“Literacia em saúde” remeter-nos-á para uma externalidade ao sujeito da saúde, 
um locus externo ao indivíduo, que está para além de si próprio, e em relação ao qual ele 
pode desenvolver maior ou menor grau de apropriação.
Por outro lado, “literacia da saúde” colocar-nos-á perante a internalidade da saúde, 
como uma componente intrínseca ao indivíduo. Aqui, o locus da discussão centrar-se-á 
no próprio ator, que se relaciona com o tema como algo que lhe é intrínseco, pertencente 
a si mesmo (SABOGA-NUNES 2014).
Continua Saboga-Nunes explicitando que a adoção de uma ou de outra perspectiva 
não é necessariamente desprovida de consequências. O foco na “literacia em saúde” 
poderia levar a supor que a saúde, que se constrói fora do indivíduo, pode ou não ser por 
ele apropriada. Alguém/entidade superior/estado teria a função de determinar os parâ-
metros que caracterizam a saúde, cabendo ao indivíduo a sua apropriação (no campo da 
saúde mental, por exemplo, o consumo de bebidas alcoólicas pode ser determinado pelo 
Estado que regula o seu consumo e/ou teores da sua concentração). Esta posição poderia 
implicar uma supervisão (mais ou menos determinista e paternalista) sobre os níveis da 
aquisição de “literacia em saúde” de cada cidadão. 
O outro contexto,“literacia da saúde”, poderá remeter-nos para a conscientização 
do que ajuda a potenciar a saúde do indivíduo, sendo ele não só um conceito (dinâmico), 
i.e. em desenvolvimento do que é a sua saúde, mas também o modo como encontrará 
recursos para promovê-la. Neste caso, a pessoa tem, por exemplo, consciência de que 
ingerir bebidas alcoólicas altera suas funções vitais. 
Porém, confrontado com um argumento externo tal como o que é fortemente pro-
movido pela indústria de que “beber um copo de vinho à refeição faz bem à saúde”, mas 
consciente dos malefícios do álcool, e conhecendo a alternativa de receber os benefícios 
apontados aos flavonóides (por meio da simples ingestão de um ou dois bagos de uvas 
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pretas), encontraria na sua “literacia da saúde” um argumento para uma adoção de com-
portamento emancipador. Teríamos, assim, a emancipação da pessoa aprendente perante 
determinantes sociais e econômicos, fortalecendo a sua capacidade crítica no que respeita 
à promoção de sua saúde e a sua autonomia.
Embora as propostas anteriormente referidas não se excluam mutuamente antes 
se completam, a procura de um elemento agregador destes dois conceitos poderia ser 
conseguida em “Literacia para a Saúde” (LS). 
A “literacia para a saúde” cobriria as duas dimensões referidas. Assim a literacia 
para a saúde é definida como a conscientização da pessoa aprendente e atuante no de-
senvolvimento das suas capacidades de compreensão, gestão e investimento, favoráveis 
à promoção da saúde (figura 1) Saboga-Nunes (2014). 
Esta definição surge da complementaridade entre a definição de “literacia da saúde”, 
como uma componente intrínseca ao indivíduo, e a definição de “literacia em saúde” que 
remete para uma externalidade ao sujeito da saúde. Esta definição compreende a agre-
gação dos recursos intrínsecos e/ou extrínsecos da pessoa, tendo por base o paradigma 
salutogênico de Antonovsky e a abordagem da Pedagogia Crítica de Paulo Freire.
Deste modo, teríamos a “literacia da saúde”, isto é, a literacia sobre a (sua) saúde, 
acerca da (sua) saúde secundada pela “literacia em saúde”, perspectivada como o gra-
diente de assimilação que apresenta o indivíduo relativamente ao tema da saúde, sendo 
ou não por si apropriada. Para isto acontecer, no sentido de poder medir literacia para a 
saúde, o Questionário European Health Literacy Survey foi introduzido no contexto da 
língua portuguesa fazendo-se aqui a sua apresentação no contexto Brasileiro (European 
Health Literacy Survey - HLS-EU-BR) e no contexto português (European Health Li-
teracy Survey - HLS-EU-PT)(ambos apresentados no posfácio). A operacionalização 
do conceito de LS aponta uma estratégia para o seu diagnóstico a partir das dimensões/
indicadores a seguir referidos.
Figura 1 – Modelo estruturante para a concepção e 
operacionalização da literacia para a saúde
Fonte: Luis Saboga-Nunes, Literacia para a saúde e a conscientização da cidadania positiva 
(Adaptado de HLS-EU Conceptual Model: Sorensen, K et al.. 2012: Health literacy and public health: 
A systematic review and integration of definitions and models, BMC Public Health, 12(80)).
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Colocar a tónica na “literacia para a saúde” (LS) poderá impulsionar o indivíduo, 
de ator secundário na promoção da sua saúde para potagonista deste processo, em que 
ele ganha poder sobre a sua saúde e persistentemente contribui para a sua melhoria 
(conceito de Promoção de Saúde, carta de Otawa). Somente deste modo se verifica 
o modus faciendi da participação social, em que cada cidadão não se limita a ser um 
ator coadjuvante da sua saúde, mas antes, constitui-se no sujeito da sua construção 
rumo ao polo de máxima funcionalidade. 
Comunicação e Literacia para a Saúde
Conforme pode ser explicitado anteriormente, a construção da LS está forte-
mente ligada à comunicação. Poder-se-á identificar também uma relação direta entre 
a perspectiva da LS, a educação e comunicação em saúde. A educação para a saúde 
pode ser vista como resultado de combinações de experiências de aprendizagem, com 
o uso de diferentes tecnologias e ferramentas, vivenciadas pelos usuários dos serviços 
de saúde com o objetivo de fortalecer seus conhecimentos e atitudes no contexto da 
política de saúde, logo fortemente intervindo na criação da literacia para a saúde.
A comunicação em saúde é reconhecida como uma estratégia importante no 
contexto da política de saúde, especialmente no âmbito da promoção da saúde. Abor-
dar a comunicação no campo da saúde aponta a necessidade de que se reconheça 
o papel de todos os sujeitos na efetivação do direito à saúde. Além disso, ratifica a 
percepção de que é necessário identificar os diversos sentidos, experiências, concep-
ções e discursos estabelecidos entre os indivíduos e a vida em sociedade. Com isso, 
a apreensão do conhecimento e sua apropriação enquanto elemento essencial para 
que cada cidadão reflita sobre sua saúde e os determinantes e condicionantes para a 
sua qualidade de vida, também devem considerar a dimensão subjetiva do ser social.
Portanto, a LS aponta para a importância do fortalecimento das ações no âmbito 
da educação para a saúde, bem como no contexto da comunicação em saúde, de 
modo a alcançar indicadores positivos de saúde e qualidade de vida da população.
 Esta afirmação obriga a uma reflexão sobre o que se entende por “saúde”. Sem 
esta análise, e posterior consenso sobre cada uma das suas representações sociais, 
compromete-se a natureza e a identidade do pilar em referência. Deste modo, um 
dos riscos assumidos é o de prevalecer a concepção de saúde unicamente pela 
ausência de doenças. Para isto a LS desempenha um papel crucial.
Outro aspecto central é a operacionalização do conceito de literacia para a 
saúde (HLS-EU) e como se procede à sua avaliação. Neste contexto também o 
grupo ProLiSa e ProLiSaBr trouxeram o seu contributo através dos estudos que têm 
envolvido a discussão em torno da tradução, retroversão e validação do questioná-
rio que operacionaliza este conceito (HLS-EU-PT, HLS-EU-BR). Um outro livro 
(no prelo) complementará o que aqui se apresenta analisando detalhadamente as 
questões de medição e resultados encontrados com a utilização deste questionário. 
Tal livro apresentará também uma descrição das várias iniciativas de trans-
lação do conhecimento que mapeam o percurso percorrido neste esforço seminal. 
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O PAPEL DA LITERACIA PARA A SAÚDE E EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE NA PROMOÇÃO DA SAÚDE 23
Em Portugal o instrumento foi designado pela sigla HLS-EU-PT, (Questionário 
HLS-EU-PT disponível no apêndice 1) depois de adaptado e validado em 2013, 
no contexto da Rede Lusófona para a Promoção da LS (www.literacia-saude.info) 
(SABOGA-NUNES; SØRENSEN; PELIKAN, 2014b). Foram ainda realizados 
estudos adicionais com vista à aferição da LS nacional a partir da aplicação de 
outras utilizações do mesmo instrumento, ainda que com algumas alterações e em 
diferentes amostras (COSTA; SABOGA-NUNES; COSTA; 2016). 
Quando comparando com os outros grupos populacionais na Europa, constata-
-se que apresentam níveis mais baixos de literacia para a saúde, sendo que somente 
13.8% tem literacia para a saúde excelente e 26.2% tem literacia para a saúde su-
ficiente. Assim 61% teria uma literacia para a saúde comprometida, neste estudo 
realizado com uma amostra de conveniência de 983 habitantes de Portugal.
Figura 2 – Resultados da avaliação da literacia para a saúde em oito países 
europeus (n=7380) e numa amostra de Portugal (n=983)
Fonte: Saboga-Nunes L, Sørensen K, Pelikan J. The role of health literacy to prevent/control the global 
burden ofnon-communicable diseases: results of the validation in the Portuguese context of the 
European Health Literacy Survey (HLS-EU-PT) [abstract/oral presentation]. In: Congresso Nacional 
de Saúde Pública, 4, Lisboa, Forúm de Lisboa, 2 e 3 de outubro de 2014. Lisboa: DGS; 2014.
Em Angola os estudos desenvolvidos sobre a literacia para a saúde permitiram 
explorar novos caminhos para a promoção da saúde neste continente Africano. As-
sim em Luanda numa amostra de conveniência (SANTOS, 2016) constatou-se 56.8 
% dos inquiridos têm um nível de Literacia para a Saúde precário. Num trabalho 
desenvolvido na província do Huambo, junto da etnia ovimbundu (RICARDO, 
2018) constatou-se, também numa amostra de conveniência, que 81.4% apresentam 
uma literacia para a saúde baixa.
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No Brasil, o grupo Prolisabr, vinculado à Universidade Federal do Triângulo 
Mineiro iniciou estudos acerca da literacia para a saúde e posteriormente, em ar-
ticulação com docentes e pesquisadores vinculados à Universidade Regional do 
Noroeste do Estado do Rio grande do Sul – UNIJUI procedeu à adaptação cultural 
do Questionário HLS-EU-PT para o português brasileiro. (Questionário HLS-
-EU-BR). Responsável por este desenvolvimento o grupo de estudos e pesquisas 
ProLiSaBr - PROmoção em comunicação, educação e LIteracia para a SAúde no 
Brasil criado em 2014 a partir de articulações de pesquisadores da Universidade 
Federal do Triângulo Mineiro e pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública 
(ENSP) da Universidade NOVA de Lisboa, de modo a promover espaço de discussão 
e produção de conhecimentos entre os países que compõe a chamada Lusofonia. 
O ProLiSaBr está cadastrado no grupo de diretório do Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, no Brasil. Os membros atuantes 
são devidamente cadastrados na plataforma do CNPq, nas seguintes categorias: 
pesquisador (professor universitário), técnico assistente de pesquisa (profissional 
com graduação) e auxiliar de pesquisa (acadêmico de graduação e pós-graduação).
O grupo ProLiSaBr está vinculado ao Instituto de Educação, Letras, Artes, 
Ciências Humanas e Sociais (IELACHS) da Universidade Federal do Triângulo 
Mineiro – UFTM, cuja linhas de pesquisa são: Educação, comunicação, tecnologias 
e literacia; – Interface educação, saúde, políticas públicas e literacia para a saúde 
e – Políticas e práticas de Educação, Saúde e Serviço Social. 
O ProLiSaBr é um grupo formado por pesquisadores, discentes da graduação 
e pós-graduação, profissionais de áreas afins, egressos dos Programas de Gradua-
ção e Pós-Graduação na área de Ciências Humanas, Sociais e da Saúde, técnicos 
e colaboradores convidados de outras IES, no Brasil e no exterior. 
Ao longo destes 5 anos o grupo de estudos e pesquisas no Brasil, o ProLiSaBr 
tem realizado atividades no âmbito do ensino, pesquisa e extensão além de produzir 
conhecimentos em forma de publicação e apresentação de resumos, artigos e capí-
tulos de livros. Aliado a tais atividades é importante salientar as articulações com 
docentes e profissionais de outras instituições e cidades para fomentar as discussões 
e troca de experiências sobre o tema foco – literacia para a saúde. 
Desde 2014 destaca-se a articulação em diversos estudos, disponibiliza-
ção de material científico e autorização para uso do questionário HLS-EU-BR 
para pesquisas científicas de práticas cotidianas bem como pesquisas científicas 
vinculadas a programas de pós-doutorado no Brasil e no exterior. Tais estudos 
e investigações foram realizados por profissionais da saúde (área de Odontolo-
gia) vinculadas à Prefeitura Municipal de Rio do Sul – Santa Catarina, aluna 
de pós-graduação stricto sensu da Universidade Federal de Santa de Catarina; 
profissional (área de Enfermagem) vinculada à Universidade Federal da Paraíba; 
parceria com profissional (área de Medicina) da Fundação Osvaldo Cruz - FIO-
CRUZ/Rio de Janeiro e da área de Serviço Social junto à Universidade Estadual 
Paulista Julio de Mesquita Filho – UNESP/Franca.
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Ainda em 2018 foi estabelecida uma articulação entre a Rede Lusófona de 
Literacia para a Saúde (Portugal) Serviço Nacional da Industria – SESI (Rio Grande 
do Sul/BR) e Prolisabr (Uberaba/MG) para o desenvolvimento de capacitação e 
posteriormente a realização de pesquisa junto ao público alvo daquela instituição. 
Tal pesquisa em andamento será apresentada em publicação posterior. 
Considerações finais
O conceito de literacia para a saúde expressa hoje um campo complexo, am-
pliando as perspectivas para adoção de estratégias e políticas de saúde efetivas para 
a promoção da saúde. Sendo a sua utilização relativamente recente quer em Portugal, 
no Brasil ou Angola, mais estudos deverão aprofundar a temática nestas e noutras 
latitudes onde o Português é usado como língua de comunicação. A literacia para a 
saúde é uma estratégia que contribui para a viabilização de um SUS ou de um SNS 
mais eficaz e eficiente. O reforço da LS contribuirá para a gestão e o investimento 
de cada um na sua saúde de modo informado e consciente. Quando cada cidadã/o 
compreender como pode buscar as origens da sua saúde, constatar-se-á que promover 
a saúde pode ser bem mais proveitoso do que a profilaxia da doença, custa menos 
sofrimento e exige menores investimentos (SABOGA-NUNES, 2016). Para isto, 
o contributo da LS é hoje considerado incontornável perante os determinantes de 
contexto pessoais, ambientais e sociais.
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CAPÍTULO 2
ENVOLVIMENTO & COMPROMISSO: 
reflexões acerca da implementação 
de um projeto em Literacia para a 
Saúde nos Açores (Portugal) 
Carmen Maria Silva Maciel Andrade
Luis Saboga-Nunes
Helder José Alves da Rocha Pereira
Helena Margarida Oliveira da Silva
Maria da Piedade Lima Lalanda Gonçalves Mano
Lúcia de Fátima Mota Ferreira Freitas
Alberto Carlos Marques Duarte
Introdução
O potencial da Literacia como dinamizadora do desenvolvimento humano foi 
amplamente reconhecido e valorizado pelas Nações Unidas e a instituição da “A 
Década da Literacia” (2003-2012) veio dar expressão pública e global a este movi-
mento (UNESCO, 2003). A utilização do conceito aplicado ao campo da saúde é uma 
realidade mais recente sendo considerada como um dos grandes desafios globais para 
a Promoção da Saúde no século XXI (NUTBEAM; KICKBUSH, 2000). De facto, 
esta realidade assume-se como fator crucial no empoderamento em saúde dos cidadãos, 
com implicações relevantes na equidade em saúde, na redução das desigualdades, 
no nível de saúde e bem-estar dos cidadãos bem como na diminuição da utilização 
abusiva dos serviços de saúde (NUTBEAM, 2000, 2008; MITIC; ROOTMAN, 
2012; SØRENSEN et al., 2012; WHO, 2013) algo por demais relevante quando o 
objetivo é o de atingir um nível de literacia crítica e emancipatória.
A tradução Health Literacy para a língua portuguesa tem dado lugar a diferentes 
variações na conexão entre Literacia e Saúde que nos remetem para perspectivas de 
abordagem distintas e não coincidentes: “literacia em saúde”, “literacia na saúde”, 
“literacia da saúde” ou “literacia para a saúde”(SABOGA-NUNES, 2014). É esta 
última designação, Literacia para a Saúde, que este projeto adota como referência 
uma vez que se coloca a tônica na “[…] capacidade de lidar com a informação 
sobre saúde, nomeadamente no que diz respeito ao seu acesso, compreensão, in-
terpretação, avaliação, aplicação e utilização em diversas situações e ao longo do 
ciclo de vida” (COSTA et al., 2016, p. 38).
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Neste entendimento o estudo de Sørensen et al. (2012, p. 10) – tendo por ponto 
de partida o cruzamento das dimensões de literacia para a saúde (acesso, compreen-
são, apreciação e aplicação da informação relevante para a saúde) com três domínios 
fundamentais de saúde (Cuidados de saúde, Prevenção de Doença, Promoção da 
Saúde) – identificam uma matriz de competências necessárias ao desenvolvimento 
de um adequado nível de literacia em cada um dos domínios referidos.
Esta matriz revela a complexidade da problemática subjacente ao estudo e ao 
desenvolvimento da literacia, tornando evidente que o desenvolvimento das com-
petências necessárias não decorre apenas de um investimento individual, mas, na 
sua essência, se inscreve no decurso de processos sistémicos, articulados entre os 
diferentes setores da comunidade/sociedade, assumindo-se os contextos educativos 
como espaços privilegiados para o desenvolvimento integrado de competências 
fundamentais para a promoção dos diferentes tipos de literacia (SØRENSEN 
et al., 2012; WHO, 2013). Por sua vez no que respeita às instituições de saúde, 
reforçando esta ideia, Brach et al. (2012) sugerem que as organizações de saúde 
promovam uma cultura na qual toda a equipa, com formação abrangente, ajude a 
criar ambientes favoráveis de Literacia para a Saúde, tornando-se em Organizações 
Amigas da Literacia para a Saúde.
Mas o foco da promoção da Literacia para a Saúde não se esgota nas instituições 
de saúde ou nas instituições educacionais e nos seus profissionais. A abordagem 
intersectorial revela-se como mais ajustada para garantir que os diferentes atores 
se encontram comprometidos e que cada setor ou parceiro tem uma visão clara 
da sua responsabilidade. Mitic e Rootman (2012) a propósito do desenho de uma 
abordagem sistêmica para a promoção da Literacia para a Saúde no Canadá, definem, 
entre outros aspetos, a necessidade de desenvolvimento de esforços conjuntos de 
cinco tipos de parceiros-chave:
(i) as instituições de governo (quer ao nível nacional, regional ou local);
(ii) o setor da Saúde (instituições e profissionais);
(iii) o setor da Educação (ao nível básico, pós-secundário ou de aprendizagem 
ao longo da vida);
(iv) os locais de trabalho;
(v) as instituições comunitárias (instituições culturais, profissionais, 
religiosas, etc.). 
Segundo os mesmos autores cada um dos setores deve possuir uma clara 
visão do seu papel em três componentes fundamentais: 1) o desenvolvimento do 
conhecimento; 2) a construção de infraestruturas e parcerias; 3) a conscientizaçãoe capacitação (MITIC; ROOTMAN, 2012). Da conjugação da intervenção dos 
cinco atores chave em função dos três componentes fundamentais será expectável 
uma dinâmica sistémica que permita elevar os níveis de literacia para a saúde numa 
determinada comunidade.
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O PAPEL DA LITERACIA PARA A SAÚDE E EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE NA PROMOÇÃO DA SAÚDE 35
A Literacia para a Saúde de um indivíduo ou de uma comunidade pode ser 
avaliada com recurso à identificação do nível das capacidades aceder, compreender, 
apreciar e aplicar informação relevante em relação com diferentes determinantes 
sociais e ambientais com interesse e impacto para a Saúde sendo definida como 
“a conscientização da pessoa que aprende e atua no desenvolvimento das suas 
capacidades de compreensão, gestão e investimento, favoráveis à promoção da 
saúde” (SABOGA-NUNES, 2014). Esta definição remete para o foco em recursos 
intrínsecos e/ou extrínsecos da pessoa, tendo por base o paradigma salutogénico 
de Antonovsky e a abordagem da Pedagogia Crítica de Paulo Freire.
No que respeita à população portuguesa, Portugal regista um baixo nível de 
literacia para a saúde (SABOGA-NUNES 2014), quando este é comparado com 
vários países europeus (HLS-EU CONSORTIUM, 2012). A este propósito, o 
relatório síntese “Literacia em Saúde em Portugal” (FUNDAÇÃO CALOUSTE 
GULBENKIAN; CIES/IUL, 2015, p. 7) compara Portugal com oito países euro-
peus e conclui, também, que “os valores médios nos índices de literacia em saúde 
(geral; cuidados de saúde; prevenção de doenças e promoção da saúde) são sempre 
ligeiramente mais baixos em Portugal do que a média europeia”.
A necessidade de aumentar a Literacia para a Saúde nas comunidades tem sido, 
nas últimas décadas, uma preocupação na definição de políticas de saúde. Portugal 
reconhece, no seu Plano Nacional de Saúde (2012-2016 - revisão e extensão a 2020), 
como eixo estratégico para a cidadania em saúde, a necessidade de realização de 
estudos sobre literacia e comportamentos dos cidadãos, apostando num sistema 
de saúde centrado no cidadão ativo, integrado nos processos de tomada de decisão 
em áreas relacionadas com a saúde. 
A nível nacional, o programa para a saúde do XXI Governo constitucional 
(2015-2019) estabelece como prioridade promover a saúde através de uma nova 
ambição para a Saúde Pública, pela criação de um Programa Nacional de Educação 
para a Saúde, Literacia e Autocuidados (DESPACHO nº 3618-A/2016). 
No que concerne à Região Autônoma dos Açores (RAA), o Plano Regional 
de Saúde para 2012-2016 - extensão a 2020 (2012 p. 5, p. 22) valoriza a “literacia 
em saúde” como “cultura de capacitação dos cidadãos [...] de modo a promover 
escolhas mais saudáveis como escolhas mais fáceis”, fomentando a participação 
ativa dos indivíduos na gestão da sua própria saúde.
A Literacia para a Saúde tem sido perspetivada como constructo mediador 
para ganhos em saúde através da educação para a saúde, quer em adultos, quer 
em crianças (NUTBEAM, 2000; ZARCADOOLAS, 2006; SHARIF , 2010; 
SØRENSEN et al. 2012). A aquisição da Literacia para a Saúde deve ser vista 
como um resultado da eficácia da educação para a saúde, quando contribui para 
aumentar as capacidades dos indivíduos na utilização das informações de saúde, 
na tomada de decisões apropriadas e na manutenção da sua saúde. 
Neste âmbito, o Plano Regional de Saúde da RAA (2012, p. 130) preconiza 
“a melhoria da literacia em saúde da comunidade educativa”, uma vez que pode 
ser um fator diferenciador das organizações que atuam no domínio da educação, 
nomeadamente as escolas. 
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Interessa, pois, considerando o inadequado nível de Literacia para a Saúde 
em Portugal e as orientações emanadas nos Planos Nacional e Regional de 
Saúde, apostar na educação das crianças e jovens, em ambiente escolar, para o 
desenvolvimento de uma estratégia promotora de uma literacia que contribua 
para elevar os níveis de saúde.
Estratégias de envolvimento & compromisso: a propósito da 
implementação de um projeto de Literacia para a Saúde
A Literacia para a Saúde tem sido área de atenção no âmbito da Saúde Escolar 
nos Açores enquanto forma de promover a autonomia e responsabilização dos jovens 
em idade escolar, no que respeita à sua saúde e enquanto fator que condiciona, de 
forma decisiva, o modo como serão, ou não serão capazes de tomar decisões racionais 
e acertadas relacionadas com a sua saúde.
O Projeto de Investigação CrAdLiSa – Açores, integrado no projeto nacional 
CrAdLiSa – Incrementando nas Crianças e Adolescentes a Literacia para a Saúde 
– da Rede Lusófona para a Promoção da Literacia para a Saúde (ProLiSa)2, alinha-
-se em termos de objetivos e metodologias com esse projeto nacional, baseado nas 
orientações técnicas da DGS, (2015). Visa explorar o potencial da salutogénese e 
a teoria do “sentido de coerência” como base para o desenvolvimento da Literacia 
para a Saúde em crianças e adolescentes. 
São objetivos do projeto CrAdLiSa – Açores, avaliar os níveis de Literacia 
para a Saúde em estudantes do 3º ciclo e secundário da rede escolar pública da RAA 
e analisar o seu efeito nos estilos de vida e na promoção da saúde desta população.
O estudo permitirá o diagnóstico de situação em termos de Literacia para a 
Saúde na população envolvida, contribuindo para a tomada de decisão estratégica e 
operacional no que respeita à definição de estratégias de promoção da Literacia para 
a Saúde no contexto regional e nacional.
Centrando-se o estudo na Literacia para a Saúde em comunidades escolares 
da RAA, importa a implementação de estratégias integradoras que ultrapassem o 
nível individual de responsabilidade do cidadão e que reforcem o compromisso dos 
indivíduos e das comunidades em que se inserem de modo a manter-se a coerência 
entre os princípios derivados do conceito de Literacia para a Saúde e a sua tradução 
nos procedimentos efetivos do projeto.
Para o desenvolvimento do projeto CrAdLiSa – Açores considerou-se determi-
nante a assunção de uma metodologia abrangente consonante com princípios como 
empoderamento, participação efetiva e abordagem intersectorial que designamos como 
“Envolvimento & Compromisso” (E&C). 
A metodologia adotada incluiu estratégias de envolvimento dos diferentes 
parceiros chave da comunidade onde o projeto é implementado e da obtenção de 
compromissos com eles negociados e consensualizados, situados a quatro níveis:
2 Registo na Rede Lusófona ProLisa em julho de 2017.
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O PAPEL DA LITERACIA PARA A SAÚDE E EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE NA PROMOÇÃO DA SAÚDE 37
(i) ao nível das estruturas centrais do governo regional que tutelam a 
Educação e a Saúde; 
(ii) ao nível das estruturas intermédias de Gestão no âmbito da Educação 
(Conselhos Executivos das Escolas) e da Saúde (Unidade de Saúde de Ilha); 
(iii) ao nível dos professores das escolas e de enfermeiros como elementos 
chave para a ação, assumindo-os de forma participativa como cocriado-
res dos processos a implementar;
(iv) ao nível da comunidade de abrangência do projeto.
Descreve-se, assim, a abordagem de “Envolvimento & Compromisso” (E&C) 
na implementação de um projeto no âmbito da Literacia para a Saúde nos Açores 
junto de jovens em contexto escolar, com especial atenção aos procedimentos e 
estratégias adotados ou a adotar em cada um dos níveis acima enumerados.
E&C: do apoio das estruturas centrais do governo 
Envolvimento de estruturas de governo
O sistema educativo nos Açores é tutelado pela Direção Regional da Educação, 
serviço dependente da Secretaria Regional da Educação e Cultura do Governo dos 
Açores, que tem como missão “conceber, orientar, coordenar e avaliar o sistema 
educativo açoriano, promovendo o seu desenvolvimento