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POR: FLÁVIA LIMA / FONTE: MATERIAL DISPONIBILIZADO PELA FACULDADE DOENÇAS PARASITÁRIAS E resposta imunológica frente a parasitas Seu início é marcado quando um fungo, helminto, ectoparasita ou protozoário consegue ultrapassar as barreiras imunológicas corporais. Tais parasitas podem causar danos diretos e indiretos aos tecidos. Os diretos são aqueles cujos mecanismos são mediados pela produção de exotoxinas ou endotoxinas que causam danos citopáticos direto às células hospedeiras, enquanto os indiretos dizem respeito a formação de imunocomplexos, imunidade celular e a produção de anticorpos contra o próprio hospedeiro. Como os parasitas apresentam características diferentes, as infecções também ocorrem dessa forma, podendo se desenvolver no meio extracelular (no caso de protozoários, fungos, algumas bactérias e helmintos) ou intracelular (no caso de vírus, alguns protozoários e microbactérias). Exemplos de parasita com preferência pelo meio extracelular: • Vermes intestinais – Ancylostoma, Necator; • Vermes na linfa – Filária; • Vermes no sangue – Schistosoma; • Protozoários gênito-urinários – Trichomonas; • Protozoários intestinais – Giárdia. Quando a infecção aconteça no meio intracelular, seja no citoplasma (como os vírus) ou dentro de vesículas no interior das células (por exemplo, Mycobacterium spp. e Leishmania spp.), o patógeno pode desenvolver a infecção no citoplasma no qual a eliminação é através da via citotóxica ou causar infecção no interior das vesículas no qual a eliminação é através da via de ativação dos macrófagos, com auxilio das células T e NK. Exemplos de parasitas com preferência pelo meio intracelular: • Toxoplasma gondii (toxoplasmose); • Plasmodium sp. (malária); • Trypanosoma cruzi (doença de Chagas); • Leishmania sp. (leishmanioses). INFECÇÕES CAUSADAS POR HELMINTOS: Helmintos = vermes Organismos multicelulares maiores que os macrófagos. “A principal célula que combate os helmintos são os eosinófilos, que ao serem recrutados para os locais de infecção, eliminam seus grânulos. Inúmeras moléculas tóxicas para o parasita são liberadas, dentre elas as enzimas, as proteínas toxicas, as citocinas, os mediadores lipídicos, as quimiocinas e a MBP (proteína básica principal). A MBP é altamente tóxica para os vermes, e sua ação estimula a desgranulação dos basófilos e mastócitos. Além das células já mencionadas, os linfócitos T CD4+ e B também combatem a infecção causada pelo helminto” (COURA, 2013). O linfócito T CD4+ se diferencia em TH2 com o objetivo de aumentar a resposta de combate. Esse novo POR: FLÁVIA LIMA / FONTE: MATERIAL DISPONIBILIZADO PELA FACULDADE linfócito formado libera as citocinas IL-4 e IL-5, de forma que a IL-4 “é responsável pela troca da classe do anticorpo por células B ativadas, induzindo à secreção de IgE, que é responsável, por sua vez, por intermediar o processo de ativação dos eosinófilos. Já a IL-5, juntamente com o GM-CSF (fator de estimulação de macrófagos e granulócitos), estimula a produção de eosinófilos na medula óssea. O aumento de eosinófilos circulantes leva ao quadro de eosinofilia” (ABBAS; LICHTMAN; PILAI, 2015). Os anticorpos IgE vão se ligar à superfície do helminto e estimular a ativação de mastócitos, basófilos e eosinófilos, que possuem expressos na sua superfície o receptor FcεR. No momento que os parasitas estiverem cobertos com os anticorpos à sua superfície viram alvo das células que tenham receptores da porção Fc dos anticorpos em questão. Com a ligação, ocorre a liberação do conteúdo de seus grânulos diretamente no local da ligação com o parasita (FERREIRA, 2012). CASO: Como vimos, os linfócitos TH2 liberam várias citocinas que são responsáveis pela troca da classe do anticorpo para a IgE. Os anticorpos IgE secretados podem ter dois destinos: ligar-se à superfície do verme que deve ser combatido ou, em vez de se ligar ao helminto, o anticorpo IgE pode também se ligar ao receptor FcεRI expresso na superfície dos mastócitos. Aqui, vemos uma ligação entre as alergias e as respostas contra os helmintos. Isso mesmo que você leu! Nas alergias, os mastócitos ficam sensibilizados por meio da ligação dos FcεRI que estão presentes na superfície dos mastócitos com a porção Fc da IgE. A IgE mantém o sítio de ligação dos antígenos livre, enquanto estão ligados ao receptor do mastócito. Nas pessoas alérgicas, os sintomas comuns no quadro alérgico se dão quando ocorre a ligação de duas moléculas de IgE que estão ancoradas no receptor FcεRI, disparando a desgranulação dos mastócitos. Os linfócitos TH2 também impedem que os helmintos se infiltrem nos tecidos dos hospedeiros. Isso porque as citocinas liberadas têm a capacidade de elevar a produção de muco, aumentar as contrações das células musculares lisas e estimular a troca das células epiteliais, maneiras de o epitélio expulsar o invasor (ABBAS; LICHTMAN; PILAI, 2015). INFECÇÕES CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS: Os protozoários apresentam algumas características que permitem uma evasão imunológica que dificulta a ação do sistema imune. Variedade antigênica: “A variedade antigênica que os protozoários possuem ajuda no escape do nosso sistema imunológico. Um exemplo disso são os tripanossomas africanos, que possuem somente uma glicoproteína revestindo sua superfície e que podem ser alvos dos anticorpos do hospedeiro. Entretanto, um enorme número de genes pode codificar as proteínas que revestem esses tripanossomas, resultando em uma enorme variedade de proteínas com propriedades antigênicas distintas.” No combate a infecções causadas por protozoários o sistema imunológico inicia sua ação através dos POR: FLÁVIA LIMA / FONTE: MATERIAL DISPONIBILIZADO PELA FACULDADE linfócitos T CD4+, especificamente pela resposta padrão TH1, aumentando a ação dos macrófagos. Os macrófagos juntamente com as células T, produzem uma quantidade grande de citocinas IFN-y e TNF-α como resposta as infecções. Essa produção exagerada pode levar ao agravemento dos sistomas causados. O anticorpo IgG também auxilia no combate às infecções causadas por protozoários, porém, os mecanismos envolvidos nesse combate ainda não são conhecidos (FERREIRA, 2012). Doenças negligenciadas: “são aquelas que atingem, especialmente, as populações que vivem na pobreza e, por isso, não despertam tanto interesse do poder público, recebem pouco investimento em pesquisa para novos medicamentos e para atividades de prevenção.” Exemplos: Malária e Doença de Chagas.
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