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Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ ♥ Objetivos: 1♡ Compreender o ciclo celular; 2♡ Explicar a formação neoplásica; 3♡ Conhecer fases, tipos e classificação do câncer 4♡ Elucidar fatores (físicos, químicos, biopsicossociais.) contribuintes para desenvolvimento do câncer; 5♡ Discutir o código de ética médica respeito do sigilo no diagnóstico. 1♡ Compreender o ciclo celular; • Definição: É uma sequência de acontecimentos que levam ao o crescimento e a divisão da célula, de forma contínua e repetitiva. Considera-se, assim, que o ciclo celular compreende a mitose e o tempo que decorre entre duas mitoses, a interfase. Ou seja, compreende os processos que ocorrem desde a formação de uma célula até sua própria divisão em duas células filhas. A principal característica é sua natureza cíclica. - A realização desse ciclo necessita da ocorrência de uma série de eventos bem definidos, bem como da regulação deles por proteínas específicas • Sistema de Controle do Ciclo Celular: Dois tipos de maquinaria estão envolvidos na divisão celular: a) Uma produz os novos componentes da célula em crescimento; b) A outra atrai esses componentes para o local certo. O sistema de controle do ciclo celular ativa e desativa toda essa maquinaria nos momentos corretos e coordena várias etapas do ciclo. Esse sistema é composto por: PROTEÍNAS-CINASES DEPENDENTES DE CICLINA (CDKs): -> Comandam as reações de fosforilação. Estão presentes nas células em proliferação por todo o ciclo celular, sendo ativadas e desativadas a depender do momento do ciclo. Dessa forma, a atividade das CDKs aumenta e diminui de maneira cíclica. CICLINAS: -> São responsáveis por ativar e desativas as CDKs. Elas devem ligar-se as cinases no ciclo celular antes que elas se tornem enzimaticamente ativas. As alterações cíclicas nas concentrações dessa proteína ajudam a direcionar a montagem e ativação das CDKs, que acionam vários eventos do ciclo celular. PROTEÍNAS-FOSFATASES: -> Comandam as reações de desfosforilação. Esses três tipos de proteínas agem em conjunto na progressão do ciclo celular. Para uma CDK ser ativada, ela deve ser fosforilada em um sítio por uma ciclina específica e desfosforilada em outro sítio por uma fosfatase específica. PROTEÍNAS INIBIDORAS: -> O sistema de controle do ciclo aciona os eventos devidos em uma ordem específica. Se uma das etapas atrasar, esse sistema também atrasa as próximas etapas para que nenhuma ocorra antes da anterior ser finalizada. Dessa forma, a sequência normal e necessária é sempre mantida. Essa regulação é realiza por “freios moleculares” que podem parar o ciclo celular em pontos de verificação específicos, permitindo que a célula monitore o seu estado interno e o seu meio antes de continuar o ciclo. Alguns desses freios moleculares são proteínas inibidoras de CDK, que bloqueiam a montagem ou atividade de um ou mais complexos ciclina-CDK. Isso ocorre através da ubiquitilação de uma ciclina, que marca a proteína para destruição, inativando, assim, o Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ complexo. • Fases do Ciclo Celular e Pontos de Verificação: O ciclo celular eucariótico é dividido em quatro fases: (G1,S,G2,M); sendo a INTERFASE – G1,S,G2 e a MITOSE - M *OBS1: -As fases G recebem esse nome por causa do inglês gap que significa intervalo. *OBS2: A interfase é o período mais longo do ciclo celular, durando, em média, 95% do seu tempo de vida. Interfase: a célula aumenta de tamanho. O DNA dos cromossomos é replicado e o centrossomo é duplicado. *OBS3: Essas subfases da interfase consistem em intervalos entre a divisão celular e a fase S. *OBS4: Mitose: Esta fase engloba o processo de separação dos cromossomos e finaliza com a citocinese, que é a completa divisão celular. Apesar de ser um processo complexo, consome a menor parte do tempo do ciclo celular, estimando-se que dure, em média, 1 hora. >FASE G0: fase de quiescência. A célula está “fora” do ciclo celular. >FASE G1: ocorre a síntese de RNA e proteínas. >PONTO DE VERIFICAÇÃO G1: avalia a presença de danos no DNA. Esses danos causam um aumento na concentração e atividade da proteína P53, que ativa a transcrição de um gene que codifica a P21, uma proteína inibidora de CDK, que vai inativar CDKs que levariam a célula para a fase S. O aprisionamento da célula em G1 permite que ela tenha tempo para reparar o DNA danificado antes de replicá-lo. Caso o dano seja muito extenso para ser reparado, a P53 pode induzir a célula à apoptose. >FASE S: fase se síntese. O DNA é replicado para gerar as cópias para ambas as células filhas. Essa replicação ocorre com extrema acuidade para minimizar o risco de mutações na próxima geração de células. A replicação se inicia nas origens de replicação (sequências nucleotídicas que estão dispersas em vários locais ao longo de cada cromossomo). Essas sequências recrutam proteínas específicas que controlam o início e o término da replicação do DNA. A proteína responsável pelo início da replicação é a SCDK. Depois de os cromossomos terem sido replicados, as duas cópias de cada um permanecem fortemente unidas como cromátides-irmãs, que se mantêm unidas por complexos proteicos chamados de coesinas. Essa coesão entre as cromátides é essencial para a segregação adequada dos cromossomos. >FASE G2: ocorre a síntese de novas proteínas e a célula praticamente dobra de tamanho. >PONTO DE VERIFICAÇÃO G2: avalia a presença de DNA danificado ou replicado incorretamente. Caso sejam identificados danos, a proteína-fosfatase ativadora do complexo CDK que leva a célula para a fase M (M-CDK) é inibida, impedindo, então, a progressão do ciclo. Dessa forma, a célula tem tempo de reparar o seu dano. >FASE M: o envelope nuclear da célula mãe se desfaz, os cromossomos pareados são puxados para os polos opostos da célula, cada conjunto de cromossomos é circundado por um envelope nuclear recém-formado e a citocinese (é a separação citoplasmática e divisão da membrana celular, separando-se completamente em duas células-filhas) divide a célula pela metade, originando duas células-filhas. -A DIVISÃO CELULAR PODE SER AINDA DE DUAS FORMAS: DIVISÃO MITÓTICA E DIVISÃO MEIÓTICA. A divisão mitótica é uma divisão equacional, onde as células-filhas continuam com o mesmo número de cromossomos das células-mãe. Já a divisão meiótica é reservada para a formação dos gametas, e as células-filhas são células haplóides. Para que essa fase se inicie o complexo M-CDK aciona a condensação dos cromossomos replicados (mediada pelas condensinas) em estruturas semelhantes a bastões, preparando-os para a segregação, além de induzir a montagem do fuso mitótico que separará os cromossomos condensados e os segregará para as duas células-filhas. Após a condensação dos cromossomos, duas estruturas citoesqueléticas complexas se reúnem em sequência para realizar os dois processos mecânicos que ocorrem na fase M: 1) Fuso mitótico: realiza a divisão nuclear (mitose). É composto de microtúbulos e de várias proteínas que interagem com eles. É responsável por separar os cromossomos e alocar uma cópia em cada célula-filha. Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ 2) Anel contrátil: realiza a divisão citoplasmática (citocinese). Consiste em filamentos de actina e miosina, arranjados em formato de anel ao redor do equador da célula. Quando o anel contrai, ele puxa a membrana para o interior, dividindo a célula em duas. A Mitose é um processo celular característico de células eucarióticas, através do qual uma célula se divide, originando duas células-filhas geneticamente iguais à célula-mãe que lhes deu origem. Antes do seuinício, cada cromossomo foi replicado e consiste em duas cromátides-irmãs idênticas mantidas unidas ao longo do seu comprimento por proteínas coesivas. Durante a mitose, as proteínas coesivas são clivadas, as cromátides separadas e os cromossomos-filhos resultantes são puxados para os polos opostos da célula pelo fuso mitótico, garantindo que as duas células-filhas que serão geradas tenham o mesmo material genético da célula-mãe. Prófase: os cromossomos replicados, cada um consistindo em duas cromátides irmãs intimamente associadas, condensam-se. Fora do núcleo, o fuso mitótico se forma entre os dois centrossomos, os quais começam a se separar. Pró-metáfase: se inicia repentinamente com o rompimento do envelope nuclear. Os cromossomos podem agora se ligar aos microtúbulos do fuso pelo cinetócoro (discos de proteínas localizados no centrômero) e sofrem movimentos ativos. Metáfase: os cromossomos estão alinhados no equador do fuso, exatamente na metade entre os dois polos. Os microtúbulos dos cinetócoros pareados em cada cromossomo se ligam aos polos opostos do fuso Anáfase: as cromátides-irmãs se separam sincronicamente, e cada uma delas é puxada lentamente para o polo do fuso ao qual está ligado. Os microtúbulos do cinetócoro encurtam, e os polos do fuso também se distanciam, contribuindo para a segregação dos cromossomos. Telófase: os dois conjuntos de cromossomos chegam aos polos do fuso. Um novo envelope nuclear é remontado em torno de cada conjunto, completando a formação de dois núcleos e marcando o fim da mitose. A divisão do citoplasma começa com a formação do anel contrátil. Citocinese: o citoplasma é dividido em dois pelo anel contrátil, o qual forma um sulco na célula para dar origem a duas células-filhas, cada uma com um núcleo. A meiose é um processo de divisão celular através do qual uma célula tem o seu número de cromossomos reduzido pela metade. Nos organismos de reprodução sexuada esse tipo de divisão celular vai levar a formação de seus gametas, que vai formar 4 células-filhas haploides com um único conjunto de cromossomos advindos de uma única célula-mãe. Ela também se inicia por um ciclo de replicação do DNA, que duplica todos os cromossomos. Porém, a redução final do número de cromossomos ocorre porque esse único ciclo de replicação é seguido de duas divisões celulares sucessivas (Meiose I e Meiose Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ II), sem que haja uma segunda duplicação cromossômica. Prófase I: Os cromossomos das células germinativas diploides são replicados da mesma forma que ocorre na mitose e as cromátides irmãs permanecem unidas. Os cromossomos homólogos materno e paterno começam a se aproximar do equador celular para entrar na fase de Metáfase I. Depois que os homólogos se aproximam pode ocorrer a recombinação genética (crossing-over), um processo em que há troca de DNA entre duas sequências nucleotídicas idênticas ou muito similares materna e paterna. Conforme vai ocorrendo o pareamento dos homólogos, um elaborado complexo os mantém conectados e alinhados através do quiasma, de forma que possa facilmente ocorrer a recombinação entre as cromátides não-irmãs. A recombinação durante a meiose é a principal fonte de diversidade genética em espécies que se reproduzem sexuadamente. Além disso, esse processo permite que os homólogos fiquem pareados e sejam segregados de forma correta, já que eles ficam presos entre si através do quiasma. (Na intérfase o núcleo apresenta-se bem individualizado pela presença da membrana nuclear. Os cromossomos começam a se diferenciar, engrossando-se e tornando-se mais visível. Ocorre a divisão longitudinal do cromossomo e replicação da informação genética, no modelo semi-consevativo.) 2. Metáfase I: Cada cromossomo paterno duplicado forma um par com seu homólogo materno duplicado (estrutura bivalente) no equador celular. Essa estrutura contém quatro cromátides-irmãs. Esse pareamento especializado da meiose garante que os homólogos se segreguem de forma adequada ao longo das divisões celulares subsequentes, de tal forma que os gametas resultantes receberão um conjunto haploide completo de cromossomos. No final dessa fase, os microtúbulos já estão ligados aos cinetocoros das cromátides-irmãs de cada homólogo. 3. Anáfase I: Nessa fase ocorre o direcionamento de cada cromossomo homólogo para um dos polos celulares através da ligação dos fusos celulares aos centrossomos dos cromossomos. É nesse momento que ocorre a destruição do quiasma que unia os cromossomos homólogos durante o crossing-over. As coesinas que unem as cromátides-irmãs se mantém, o que faz elas permanecerem unidas. 4. Telófase I: É o estágio final da meiose I. A alocação dos homólogos maternos e paternos referentes a cada cromossomo nas células filhas ocorre de forma aleatória, com a formação, nessa fase, de duas células filhas ainda diploides. 5. Metáfase II: É muito parecida com a metáfase da mitose. O início da metáfase é representado pelo realinhamento dos cromossomos no equador do fuso, a uma distância equivalente entre os dois polos, formando a placa metafásica. Os microtúbulos ligam- se, então, ao cinetocoro presente no centrômero das cromátides irmãs. 6. Anáfase II: É muito parecida com a anáfase da mitose. Inicia-se repentinamente com a liberação da ligação de coesina que estava mantendo as cromátides-irmãs unidas, e isso permite que cada cromátide seja puxada para os polos opostos do fuso ao qual estão ligadas. Esse movimento segrega as cromátides-irmãs para as extremidades opostas do fuso. 7. Telófase II: É o estágio final da meiose II, que é muito parecida com a telófase mitótica. Ocorre a alocação das cromátides resultando em quatro células-filhas haploides formadas através da citocinese, o que representa o final da meiose. Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ 2♡ Explicar a formação neoplásica; CONCEITO: → Segundo o INCA, câncer é o nome geral dado a um conjunto de mais de 100 doenças, que têm em comum o crescimento desordenado de células, onde essas células tendem a invadir tecidos e órgãos vizinhos. → Essas mais de 100 doenças estão relacionadas á fatores genéticos, em que progressivas mutações no DNA levam à interrupção das funções celulares normais e à expressão descontrolada de genes ligados à regulação e a proliferação celular. FORMAÇÃO DO CÂNCER: → Introdução: O crescimento das células cancerosas é diferente do crescimento das células normais. As células cancerosas, em vez de morrerem, continuam crescendo incontrolavelmente, formando outras novas células anormais. Diversos organismos vivos podem apresentar, em algum momento da vida, anormalidade no crescimento celular – as células se dividem de forma rápida, agressiva e incontrolável, espalhando-se para outras regiões do corpo – acarretando transtornos funcionais. O câncer é um desses transtornos. → A transformação de uma célula normal em tumoral é lenta, gradual e cumulativa e as mutações podem ocorrer em qualquer uma das etapas de crescimento e diferenciação celular. O acúmulo dos danos no DNA não só leva à alteração das funções celulares normais mais também facilita a expansão de clones das células alteradas, herdeiras dessa propensão ao crescimento e divisão desordenado e insensível aos mecanismos reguladores da multiplicação celular. O resultado é a formação do tumor ou neoplasia, que pode ser benigna ou maligna. → Este fenômeno lento de sucessivas alterações genéticas onde células normais progressivamente adquirem um fenótipo neoplásico é denominado carcinogênese, e geralmente envolve fatores exógenos, como a exposição a carcinógenos, e fatores próprios da célula, como falhas na reparaçãode erros ao azar que ocorrem durante a duplicação do DNA [9]. A carcinogênese pode ser dividida conceitualmente em quatro etapas: iniciação, promoção, conversão e progressão, e é o resultado de mutações em genes específicos relacionados ao controle da multiplicação e diferenciação celular e à sobrevivência celular. → As alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados proto-oncogenes, que, a princípio, são inativos em células normais. Quando ativados, os proto-oncogenes transformam-se em oncogenes, Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ responsáveis pela malignização (cancerização) das células normais. Essas células diferentes são denominadas cancerosas. ESTE PROCESSO É FORMADO POR DOIS GRANDES EVENTOS: 1° Oncogênese 2° Carcinogênese/ Agentes cancerígenos 1) ONCOGÊNESE → O processo de formação do câncer é chamado de carcinogênese ou oncogênese e, em geral, acontece lentamente, podendo levar vários anos para que uma célula cancerosa se prolifere e dê origem a um tumor visível. Os efeitos cumulativos de diferentes agentes cancerígenos ou carcinógenos são os responsáveis pelo início, promoção, progressão e inibição do tumor. A carcinogênese é determinada pela exposição a esses agentes, em uma dada frequência e período de tempo, e pela interação entre eles. Devem ser consideradas, no entanto, as características individuais, que facilitam ou dificultam a instalação do dano celular. ESSE PROCESSO É COMPOSTO POR TRÊS ESTÁGIOS: • Estágio de iniciação, no qual os genes sofrem ação dos agentes cancerígenos. • Estágio de promoção, no qual os agentes oncopromotores atuam na célula já alterada. • Estágio de progressão, caracterizado pela multiplicação descontrolada e irreversível da célula. O PERÍODO DE LATÊNCIA varia com a intensidade do estímulo carcinogênico, com a presença ou ausência dos agentes oncoiniciadores, oncopromotores e oncoaceleradores, e com o tipo e localização primária do câncer. 2) AGENTES CANCERÍGENOS etapas da carcinogênese: -> A iniciação tumoral é o processo que envolve a exposição das células normais a agentes químicos, físicos ou virais que causam danos irreversíveis nos genes, levando a ativação de oncogenes e/ou inativação de genes supressores de tumor. Esta etapa tem baixa frequência e depende diretamente da dose de carcinógeno. As células podem permanecer estacionárias no estado de “iniciadas” durante tempos variados se não são estimuladas a dividir-se. No entanto, células iniciadas respondem de maneira aumentada a alguns estímulos como, por exemplo, aos fatores de crescimento. Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ -> O processo de promoção compreende a expansão clonal das células iniciadas até formar tumores visíveis, geralmente lesões benignas ou focos de células preneoplásicas. A promoção pode ocorrer como consequência da exposição exógena, como o fumo do cigarro ou certas infecções, ou pode ser um processo endógeno, como a estimulação hormonal. Os promotores tumorais se caracterizam pela sua habilidade para reduzir o período de latência na formação de um tumor depois da exposição de um tecido a um iniciador, ou por aumentar o número de tumores formados nesse tecido. Assim, os promotores tumorais não são capazes, por si mesmos, de produzirem mutações no DNA, ou seja, não são carcinogênicos. Eles são capazes de induzir a formação tumoral quando combinados com um iniciador. -> Denomina-se conversão maligna a transformação das células preneoplásicas em células que expressam o fenótipo maligno. Este processo necessita de mais trocas genéticas, as quais podem ocorrer por erros na síntese do DNA ou pela ativação do oncogenes, e/ou a inativação de genes supressores de tumor. -> A progressão tumoral caracteriza-se na fase em que a célula adquire características cada vez mais agressivas, devido a enorme quantidade de mutações sofridas pela célula tumoral nesta fase. A instabilidade genômica experimentada pela célula propicia um ambiente favorável às trocas genéticas, ocasionando a amplificação de alguns genes e a expressão alterada de outros, podendo resultar em uma maior taxa de crescimento e na aquisição de propriedades como a invasão local e a disseminação metastática. -> Os genes envolvidos na carcinogênese incluem aqueles cuja função está diretamente associada à proliferação celular, ao controle de morte celular programada, conhecido como apoptose, e a reparação do DNA danificado [3]. Estes genes podem se classificados em três classes principais. Os protooncogenes, genes supressores de tumor e genes de reparação do DNA. -> Nos últimos anos, foi incorporado uma quarta classe de genes cuja alteração está associada com as etapas finais da progressão tumoral, os metastogenes e os genes supressores da metástase. -> Os proto-oncogenes estimulam os processos de divisão celular, enquanto genes supressores inibem. Quando ocorrem mutações, proto-oncogenes tornam-se oncogenes, os quais induzem a transformação maligna e causam multiplicação celular excessiva. -> os genes supressores de tumores tem a função de codificar proteínas que inibem a formação de tumores. A inativação destes genes supressores funcionais contribui para o desenvolvimento de câncer, pois priva a célula de controles fundamentais para a inibição de crescimento inapropriado. -> genes reparadores de DNA, cuja função é codificar proteínas que devem corrigir os erros que podem ocorrer quando as células duplicam seu material genético, antes de se dividirem. As mutações nestes genes conduzem ao fracasso da reparação de erros no DNA permitindo que esses erros se perpetuem ao passar para as células filhas. A falta de reparação das lesões que ocorrem nos oncogenes ou genes supressores de tumor favorece a acumulação de outras mutações e acelera a progressão tumoral. Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ → A presença dos agentes cancerígenos, por si só, não pode ser responsabilizada pelo desenvolvimento dos tumores. Há, porém, casos em que isso acontece. Sabe-se que a exposição prolongada à substância química benzina pode aumentar o risco de produzir câncer na bexiga (principal tipo de câncer encontrado em trabalhadores das antigas indústrias de tintas, couros, borracha e papel que utilizavam benzina na sua fabricação), e o câncer de pulmão, que ocorre entre fumantes, em mais de 90% dos casos é consequência do tabagismo crônico. → Esses dois exemplos remetem a dois conceitos utilizados na epidemiologia: causa necessária e causa suficiente, em que, para que um indivíduo desenvolva uma doença, não basta a presença do agente específico da doença em seu organismo. É necessário que, sobre o indivíduo, atuem outras forças (ou causas) capazes de, em conjunto com o agente específico, provocar a doença específica. O agente específico é a causa necessária. As outras forças são ditas causas predisponentes. Causa necessária e causas predisponentes formam a causa suficiente. Assim, as doenças multicausais, como o câncer, podem ter distintas causas suficientes. 3♡ Conhecer fases, tipos e classificação do câncer TIPOS DE CRESCIMENTO CELULAR: A proliferação celular pode ser controlada ou não controlada. No crescimento controlado, tem-se um aumento localizado e autolimitado do número de células de tecidos normais que formam o organismo, causado por estímulos fisiológicos ou patológicos. Nele, as células são normais ou com pequenas alterações na sua forma e função, podendo ser iguais ou diferentes do tecido onde se instalam. O efeito é reversível após o término dos estímulos que o provocaram. A hiperplasia, a metaplasia e a displasia são exemplos desse tipo de crescimento celular. No crescimento não controlado, tem-se uma massa anormal de tecido, cujo crescimento é quase autônomo, persistindo dessa maneira excessiva após o término dos estímulos que o provocaram.As neoplasias (câncer in situ e câncer invasivo) correspondem a essa forma não controlada de crescimento celular e, na prática, são denominadas tumores. CLASSIFICAÇÃO DAS NEOPLASIAS: → A neoplasia é uma proliferação anormal do tecido, que foge parcial ou totalmente ao controle do organismo e tende à autonomia e à perpetuação, com efeitos agressivos sobre o homem. Neoplasias podem ser benignas ou malignas. - AS NEOPLASIAS BENIGNAS OU TUMORES BENIGNOS têm seu crescimento de forma organizada, geralmente lento, expansivo e apresentam limites bem nítidos. Apesar de não invadirem os tecidos vizinhos, podem comprimir os órgãos e tecidos adjacentes. O lipoma (que tem origem no tecido gorduroso), o mioma (que tem origem no tecido muscular liso) e o adenoma (tumor benigno das glândulas) são exemplos de tumores benignos. - AS NEOPLASIAS MALIGNAS OU TUMORES MALIGNOS manifestam um maior grau de autonomia e são capazes de invadir tecidos vizinhos e provocar metástases, podendo ser resistentes ao tratamento e causar a morte do hospedeiro. Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ CÂNCER IN SITU E CÂNCER INVASIVO: → O CÂNCER NÃO INVASIVO OU CARCINOMA IN SITU é o primeiro estágio em que o câncer pode ser classificado (essa classificação não se aplica aos cânceres do sistema sanguíneo). Nesse estágio (in situ), as células cancerosas estão somente na camada de tecido na qual se desenvolveram e ainda não se espalharam para outras camadas do órgão de origem. A maioria dos cânceres in situ é curável se for tratada antes de progredir para a fase de câncer invasivo. → NO CÂNCER INVASIVO, as células cancerosas invadem outras camadas celulares do órgão, ganham a corrente sanguínea ou linfática e têm a capacidade de se disseminar para outras partes do corpo. Essa capacidade de invasão e disseminação que os tumores malignos apresentam de produzir outros tumores, em outras partes do corpo, a partir de um já existente, é a principal característica do câncer. Esses novos focos de doença são chamados de metástases. ESTADIAMENTO CLÍNICO: - Independente da fase em que o câncer é detectado, há necessidade de se classificar cada caso de acordo com a extensão do tumor. O método utilizado para essa classificação é chamado de estadiamento e sua importância está na constatação de que a evolução da doença é diferente quando a mesma está restrita ao órgão de origem ou quando se estende a outros órgãos. O estadiamento pode ser clínico ou patológico. - Estadiar um caso de neoplasia maligna significa avaliar o seu grau de disseminação. Para tal, há regras internacionalmente estabelecidas, que estão em constante aperfeiçoamento. Essa classificação permite ao médico especialista em oncologia propor o tratamento mais adequado para cada paciente, uma vez que dois pacientes, com o mesmo tipo de câncer, mas com estadiamentos diferentes, podem ter diferentes propostas de tratamento. O sistema de estadiamento mais utilizado é o preconizado pela União Internacional Contra o Câncer (UICC), denominado Sistema TNM de Classificação dos Tumores Malignos. - Esse sistema baseia-se na extensão anatômica da doença, levando em conta as características do tumor primário (T), as características dos linfonodos das cadeias de drenagem linfática do órgão em que o tumor se localiza (N) e a presença ou ausên cia de metástase a distância (M). Esses parâmetros recebem graduações, geralmente de T0 a T4; N0 a N3; e de M0 a M1, respectivamente. O estádio de um tumor reflete não apenas a taxa de crescimento e a extensão da doença, mas também o tipo de tumor e sua relação com o hospedeiro. Assim, além do TNM, a classificação das neoplasias malignas deve considerar também: localização, tipo histopatológico, produção de substâncias e manifestações clínicas do tumor, além do sexo, idade, comportamentos e características biológicas do paciente Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ ESTADIAMENTO: Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ 4♡ Elucidar fatores (físicos, químicos, biopsicossociais.) contribuintes para desenvolvimento do câncer; As causas de câncer são variadas e podem estar relacionadas a fatores extrínsecos e/ou intrínsecos. Os fatores extrínsecos referem-se às causas externas, ou seja, ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de uma determinada sociedade. As causas internas ou fatores intrínsecos estão relacionados à constituição genética do individuo, ou seja, são geneticamente pré-determinadas e também estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. As causas de câncer são variadas e podem estar relacionadas a fatores extrínsecos e/ou intrínsecos. Os fatores extrínsecos referem-se às causas externas, ou seja, ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de uma determinada sociedade. As causas internas ou fatores intrínsecos estão relacionados à constituição genética do individuo, ou seja, são geneticamente pré-determinadas e também estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. -> O câncer ocupacional é originado devido a exposição a agentes carcinogênicos presentes no ambiente de trabalho, mesmo após a cessação da exposição; representa de 2% a 4% dos casos de câncer. Os fatores de risco de câncer podem ser externos (ambientais) ou endógenos (hereditários). AGENTES QUÍMICOS: • agrotóxicos; • amianto (ou asbesto); • sílica; • benzeno; • xileno; • tolueno. AGENTES FÍSICOS: • radiação ionizante: partículas alfa, beta, raios gama, raios-X, nêutrons e outros. • radiação não-ionizante: exemplo, luz solar que é composta de: – radiação ultravioleta (UV), invisível aos olhos; – luz visível; Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ – radiação infravermelha, que é a principal fonte de calor, mas também não é visível. VÍRUS/BACTÉRIAS ONCOGÊNICAS: São entidades com potencial para induzir transformação celular e tumores nos hospedeiros. Ex: retrovírus, papilomavírus. RESUMINDO AS ETAPAS DA CARCINOGÊNESE: Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ 5♡ Discutir o código de ética médica respeito do sigilo no diagnóstico. IX - SIGILO PROFISSIONAL É vedado ao médico: Art. 73. Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente. Parágrafo único. Permanece essa proibição: a) mesmo que o fato seja de conhecimento público ou o paciente tenha falecido; b) quando de seu depoimento como testemunha. Nessa hipótese, o médico comparecerá perante a autoridade e declarará seu impedimento; c) na investigação de suspeita de crime, o médico estará impedido de revelar segredo que possa expor o paciente a processo penal. Art. 74. Revelar sigilo profissional relacionado a paciente menor de idade, inclusive a seus pais ou representantes legais, desde que o menor tenha capacidade de discernimento, salvo quando a não revelação possa acarretar dano ao paciente. Art. 75. Fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos, em meios de comunicação em geral, mesmo com autorização do paciente. Art. 76. Revelar informações confidenciais obtidas quando do exame médico de trabalhadores, inclusive por exigência dos dirigentes de empresas ou de instituições, salvo se o silêncio puser em risco a saúde dos empregados ou da comunidade. Art. 77. Prestar informações a empresas seguradoras sobre as circunstâncias da morte do paciente sob seus cuidados, além das contidas na declaraçãode óbito. (nova redação – Resolução CFM nº 1997/2012) Art. 78. Deixar de orientar seus auxiliares e alunos a respeitar o sigilo profissional e zelar para que seja por eles mantido. Art. 79. Deixar de guardar o sigilo profissional na cobrança de honorários por meio judicial ou extrajudicial.
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